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6 * 7 * 9 A 10 A 11 A 12 D 13 D 14 B 15 B 16 D 17 D 18 D 19 A 20 B 21 C 22 B 23 B 24 D

25 C 26 C 27 C 28 C 29 B 30 E 31 D 32 D 33 D 34 B 35 C 36 C 37 B 38 B 39 E 40 C 41 D 42 B

43 B 44 B 45 C 46 D 47 C 48 A 49 C 50 D 51 D 52 B 53 A 54 A 55 E 56 E 57 E 58 B 59 D 60 A

61 D 62 D 63 D 64 C 65 A 66 A 67 A 68 B 69 A 70 C 71 C 72 A 73 B 74 C 75 B 76 C 77 B 78 A

79 B 80 B 81 A 82 B 83 E 84 D 85 D 86 A 87 A 88 B 89 B 90 B 91 C 92 A 93 D 94 A 95 B 96 D

97 B 98 C 99 B 100 C 101 A 102 D 103 B 104 D 105 D 106 C 107 B 108 B 109 D 110 D 111 D 112 A 113 B 114 C

115 B 116 A 117 C 118 A 119 C 120 D 121 B 122 D 123 B 124 B 125 D 126 B 127 A 128 D 129 C 130 C 131 D 132 B

133 D 134 D 135 B 136 A 137 A 138 A 139 A 140 B 141 C 142 C 143 E 144 C 145 B 146 E 147 B 148 A 149 E 150 C

151 E 152 A 153 A 154 A 155 D 156 C 157 A 158 C 159 B

Legenda:

! Questão Anulada * Questão Dissertativa

Comentários da equipe acadêmica


Confira os comentários da nossa equipe acadêmica

6 - 2022 IAMSPE

» Pensando em uma infecção da árvore biliar como a colangite, por exemplo, as bactérias mais comuns são Escherichia coli, Klebsiella pneumonia, Enterococos e
Bacteroides fragilis. Portanto, as bactérias mais provavelmente envolvidas na resistência são todas estas enterobactérias com produção de beta-lactamase de espectro
estendido (ESBL). Lembra que as enterobactérias incluem a Escherichia coli, Klebsiella pneumonia, Enterococos e Bacteroides fragilis. Resposta: "Enterobactérias com
ESBL".

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7 - 2022 UNICAMP

» A tríade de Charcot é caracterizada por febre (geralmente com calafrios), dor em hipocôndrio direito e icterícia, clássica da colangite aguda. Em pacientes que também
apresentam alteração do níve de consciencia e hipotensão, recebe o nome de pêntade de Reynolds. Gabarito: Tríade de Charcot.

Video comentário: 307412

9 - 2022 IAMSPE

» Vamos analisar as alternativas: Letra A: correta. Estamos diante de um paciente que apresenta dilatação importante de toda a árvore biliar intra e extra-hepática. Além
disso, apresenta também dilatação importante do ducto pancreático principal. Estes achados evidenciam um compressão progressiva da árvore biliopancreática, o que
fala fortemente a favor de um tumor periampular, em especial, neoplasia de cabeça de pâncreas, que é o tumor periampular mais comum. Letra B: incorreta. Não tem
como prever pela imagem qual o grau de pressão da injeção de contraste. Letra C: incorreta. A utilização de gadolíneo não apresentou associação com colangite. Estes
podem ser utilizados com segurança no estudo das vias biliares através da colangiorressonância. Letra D: incorreta. Não vemos a falha de enchimento na via biliar que
caracteriza uma coledocolítiase. Além disso, a dilatação importante de toda a árvore biliar fala a favor de uma compressão progressiva, como é o caso das neoplasias
periampulares. Letra E: incorreta. Em pacientes sintomáticos, níveis aumentados de CA 19-9 tornam o diagnóstico de câncer de pâncreas mais preciso. Nessa população,
quando os níveis deste marcador ultrapassa o valor de 100 U/mL, a especificidade é de 98%. Portanto, em pacientes com grandes dilatações da árvore biliar, onde
certamente têm a presença de sintomas, a elevação de CA 19-9 pode ser decisiva na elucidação diagnóstica. Resposta: letra A.

Video comentário: 307804

10 - 2022 UNICAMP

» Mulher jovem, 33 anos, em uso de ACO, com uma USG identificando nódulo único, levemente hiperecoico, bem delimitado, medindo 3cm, localizado no segmento VIII
hepático. Qual é o provável diagnóstico? ADENOMA HEPÁTICO: Trata-se de uma proliferação benigna de hepatócitos relativamente rara. Predomina em mulheres (10:1)
entre os 35 e os 40 anos e está claramente associado ao uso de anticoncepcionais, sendo que o risco aumenta com o tempo de exposição. A grande particularidade
desse tumor é a possibilidade de ruptura e de transformação maligna. Dessa forma, a conduta é mais agressiva e consiste na ressecção cirúrgica da lesão. B- Incorreta:
HIPERPLASIA NODULAR FOCAL: Segundo tumor hepático benigno mais comum, presente em menos de 2% da população, sendo a paciente típica uma mulher entre 40 e
50 anos. Trata-se provavelmente de reação do fígado a uma má formação vascular. Essa reação se caracteriza por uma cicatriz fibrosa central com septos irradiados. A
cicatriz geralmente contém uma artéria central que se ramifica em múltiplas artérias menores, dando o aspecto de "roda de carruagem". Sua relação com
anticoncepcionais é controversa. C- Incorreta: HEMANGIOMA HEPÁTICO: Trata-se do tumor hepático benigno MAIS COMUM (7% em autópsias), formado por vasos
sanguíneos enovelados. Predomina em mulheres (3:1) com idade média de 45 anos. São multicêntricos em 30% dos casos e não se transformam em malignidades. Não
guardam relação com ACO. D- Incorreta: CARCINOMA HEPATOCELULAR: Predomina em homens com mais de 50 anos, totalmente fora do contexto apresentado.
Resposta: Letra A. Trata-se do tumor hepático 7% em autópsias), formado por vasos sanguíneos enovelados. Predomina em mulheres (3:1) com idade média de 45
anos. São multicêntricos em 30% dos casos e não se transformam em malignidades.

Video comentário: 307335


11 - 2022 IAMSPE

» Para começo de conversa, que exame é esse? Trata-se de uma colangiografia intraoperatória, evidenciada claramente pelos trocateres radiopacos utilizados durante a
colecistectomia videolaparoscópica. E quando devemos realizá-la? Quais são suas indicações? Segundo o Sabiston... - Dor referida no dia da cirurgia (colecistectomia
eletiva); - Alterações nos exames laboratoriais (ex: elevação da bilirrubina ou enzimas canaliculares); - Suspeita de anormalidade anatômica na via biliar ou dúvida
durante o procedimento; - Impossibilidade de realizar CPRE no pós-operatório (ex: indisponibilidade do exame ou paciente com Bypass gástrico em Y de roux); - Dilatação
da via biliar demonstrada antes ou durante o ato operatório; e - Suspeita de coledocolitíase antes ou durante o procedimento. Através da infusão de constraste na parte
proximal do ducto cístico, podemos delinear a anatomia da via biliar para identificar anormalidade anatômicas, identificar cálculos (falhas de enchimento) e utilizar como
guia durante a reconstrução cirúrgica. Isso quer dizer que todas as alternativas correspondem a indicações para uma colangiografia, mas perceba que a pergunta foi a
PRINCIPAL INDICAÇÃO. Ou seja, qual dessas é a MAIS COMUM no dia a dia. Sem dúvida, a principal utilidade é na investigação de coledocolitíase. Gabarito: letra A.

Video comentário: 307806

12 - 2022 IAMSPE

» Como vimos, no câncer de estômago a associação mais correta é a combinação do CA 72-4 e CEA. Já a elevação de CEA e CA 19-9 é mais sugestiva de câncer colorretal.
Por fim, no fígado a combinação mais frequente é do marcador CEA com a Alfa-fetoproteína. Lembra que a Alfa-fetoproteína associada à ultrassonografia do fígado é
utilizada como exame de rastreio para carcinoma hepatocelular nos pacientes com cirrose. Este rastreio deve ser feito a cada 6 meses. Resposta: letra D.

Video comentário: 307811

13 - 2022 HSL - SP

» A questão descreve o quadro de dor abdominal prolongada no hipocôndrio direito, em uma passa do sexo feminino (fator de risco para colelitíase), já com história
pregressa de episódios de curta duração de dores como essa, após as refeições... É bastante sugestivo de colecistite aguda, não é a mesmo? Há ainda sinais de
inflamação sistêmica, como febre. Para confirmar o diagnóstico, o exame complementar de escolha é a ultrassonografia abdominal. Além de estabelecer a presença dos
cálculos, este exame pode revelar sinais de inflamação aguda na vesícula. São eles: espessamento da parede da vesícula (> 4 mm); coleção pericolecística; distensão da
vesícula; cálculo impactado no infundíbulo; sinal de Murphy ultrassonográfico (pelo toque do transdutor). A coledocolitíase é caracterizada por obstrução do colédoco por
cálculos; a paciente até pode se queixar de dor abdominal esporádica, porém a queixa clínica obrigatória seria a presença de icterícia. A pancreatite aguda cursa com
outro tipo de padrão de dor abdominal, ou seja, uma dor em mesogastro que irradia para os flancos, dita também “em barra” ou “em faixa”. A apendicite aguda dá dor
que se localiza no quadrante inferior direito do abdome. A síndrome de Fitz-Hugh-Curtis, também conhecida como peri-hepatite, ocorre no contexto da doença
inflamatória pélvica (DIP) quando há inflamação da cápsula hepática e das superfícies peritoneais do quadrante superior direito. Ocorre em aproximadamente 10% das
mulheres com DIP aguda e é caracterizada por dor abdominal no quadrante superior direito com dor pleurítica, às vezes referida como incômodo no ombro direito.
Resposta: colecistite aguda.

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14 - 2022 HIAE

» Pessoal, temos um paciente de 79 anos, tabagista de longa data, admitido por icterícia obstrutiva e perda ponderal. Ao exame físico, apresenta o sinal de Courvoisier-
Terrier (vesícula palpável e indolor ao exame físico). Qual o provável diagnóstico? Classicamente, o sinal de Courvoisier-Terrier se associa aos tumores da região
periampular, que incluem: - Tumores da cabeça e do processo uncinado do pâncreas (adenocarcinoma, por exemplo); - Tumores da via biliar distal (colangiocarcinoma,
por exemplo); - Tumores da ampola de Vater; - Tumores periampulares do duodeno. Curiosamente, esse fenômeno ocorre pois, em virtude de uma obstrução crônica da
via biliar, a vesícula distende-se em um longo intervalo de tempo. Diferentemente, em uma obstrução aguda, como ocorre na colecistite aguda litiásica, a distensão
abrupta da vesícula resulta em dor importante. Resposta: alternativa B.

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15 - 2022 HSL - SP

» Em resumo, temos uma paciente com história de pancreatite biliar que fez a retirada dos cálculos por CPRE e, 11 meses depois, foi submetida a colecistectomia. É
importante reforçar esse conceito: devido à elevada recorrência dos sintomas biliares, ainda que os cálculos sejam removidos pela CPRE, todos os pacientes devem ser
submetidos à colecistectomia laparoscópica eletiva. O grande problema é que demorou muito tempo entre a CPRE e a colecistectomia eletiva, tornando necessário uma
nova avaliação das vias biliares intraoperatória - feito pela colangiografia. A colangiografia intraoperatória tradicionalmente é feita através de um cateter inserido no
ducto cístico para avaliar a presença de cálculos nas vias biliares durante uma colecistectomia. Entretanto, esse exame pode ser feito pela punção na via biliar ou no
próprio ducto colédoco, em outros tipos de cirurgia (trauma, tumores, entre outras). Na imagem da questão, podemos ver que todo o colédoco foi corado e o contraste
está passando normalmente para o duodeno, o que fala contra uma obstrução - a parte mais afilada no colédoco distal corresponde a ampola hepatopancreática que
controla o fluxo. Em outras palavras, o exame foi completamente NORMAL! Logo, não há necessidade de revisar a papilotomia e muito menos de deixar um cateter
transcístico para estudo das vias biliares no pós-operatório. Para ficar mais fácil de visualizar, disponibilizamos uma imagem comparativa em anexo: repare que, na
imagem da questão, há um afilamento do contraste na topografia da papila, enquanto na imagem alterada há uma parada súbita na progressão do contaste (ponto de
stop). Além disso, o calibre das vias biliares é notadamente maior na imagem alterada. Além disso, sabemos que 90% dos casos de coledocolitíase são causados por
cálculos provenientes da vesícula biliar (coledocolitíase secundária). Nos 10% restantes, os cálculos se formam no próprio colédoco ou em outra porção da via biliar
(coledocolitíase primária). Este cálculo é pigmentado castanho e vem associado à estase biliar (estenose cicatricial, estenose de papila, neoplasia, cisto biliar) e infecção
(colangite bacteriana crônica). A derivação biliodigestiva é o método de escolha para alguns casos de coledocolitíase: colédoco muito dilatado (> 1,5-2 cm de diâmetro),
múltiplos cálculos (> 6 cálculos), cálculos intra-hepáticos, coledocolitíase primária (cálculos pigmentados castanhos), dificuldade para cateterizar a ampola e divertículo
duodenal (ocorre desconjugação da bile pelas bactérias do interior do divertículo e os sais biliares livres se associam ao cálcio). Resposta: o exame é normal.

Video comentário: 303215


16 - 2022 HSL - SP

» A questão descreve paciente jovem, obesa, portadora de colelitíase sintomática, que durante a gestação apresentou quadro de coledocolitíase (cálculo de 1,0 cm no
colédoco distal), tendo sido submetida à tentativa de remoção deste cálculo por meio de CPRE ainda durante a gestação.Tal tentativa não foi bem-sucedida e ainda levou
à uma das principais complicações da CPRE, que é a pancreatite aguda (dita ainda como grave!). Por esse motivo, optou-se por remover o cálculo após a gestação. A
pergunta quer saber qual é a melhor opção terapêutica no momento, ou seja, pós-gestação. Além da colecistectomia para tratamento da colelitíase, é importante
entender que a CPRE não passa mais a ser indicada, uma vez que a paciente apresentou falha terapêutica da primeira vez, além de uma complicação grave (LETRAS B e
E INCORRETAS). Sobra como alternativa a remoção cirúrgica por meio da coledocolitomia (realização de um corte no colédoco), que pode ser feita no mesmo tempo
cirúrgico que a colecistectomia. A via preferencial é a laparoscópica, por estar associada a menos complicações (LETRA D CORRETA; LETRA C INCORRETA). A derivação
biliodigestiva é uma cirurgia de maior porte na qual se realiza uma anastomose entre a via biliar e o intestino, sendo reservada para casos extremos de doenças da via
biliar, como lesões iatrogênicas ou tratamento oncológico (LETRA A INCORRETA). Resposta: letra D.

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17 - 2022 SUS - SP

» A colelitíase assintomática geralmente não exige nenhum tratamento cirúrgico. Até mesmo pacientes com sintomas muito leves podem ser manejados de forma
conservadora, evitando dietas gordurosas e em grande quantidade. Como toda regra tem sua exceção, existem algumas indicações de operar a colelitíase assintomática
(colecistectomia profiláctica): vesícula em porcelana; pólipos; cálculos grandes (> 2,5-3 cm); vesículas com anomalia congênita (ex.: vesícula duplicada); anemias
hemolíticas (ex.: anemia falciforme); portadores de um longo ducto após junção do colédoco e ducto pancreático. Há indicação de colecistectomia profiláctica em
diabéticos? Há controvérsias! O Sabiston, em sua última edição, sugere um limiar de tolerância baixo para realização de colecistectomia pelo risco de gangrena. Outros
autores defendem que diabéticos com colelitíase assintomática não têm maior risco de apresentar colecistite, reconhecendo que quando a colecistite ocorre, há maior
chance mesmo de gangrena e perfuração. Com base nisso, podemos considerar o gabarito liberado pela banca como polêmico. Sugerimos um pedido de recurso na
época do concurso, mas que não foi aceito.

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18 - 2022 USP - SP

» Juntando os dados do enunciado (dor abdominal em hipocôndrio direito + leucocitose + distensão da vesícula biliar com borramento da gordura adjacente), podemos
concluir que o diagnóstico etiológico para o caso é de COLECISTITE AGUDA LITIÁSICA. Na grande maioria dos concursos de São Paulo, as bancas utilizam as diretrizes do
Tokyo Guideline 2018 (TG-18) para estadiar e definir a melhor conduta para o caso. Por esse motivo, vale a pena relembrar os principais tópicos... Resumidamente,
temos 3 níveis de gravidade: Grau 1 (leve): ausência de critérios de gravidade. Grau 2 (moderado): critérios de gravidade SEM DISFUNÇÃO ORGÂNICA - Leucocitose >
18.000 - Massa palpável e dolorosa em QSD - Evolução > 72h - Sinais de complicação local: abscesso perivesicular, abscesso hepático, coleperitôneo e/ou colecistite
enfisematosa. Grau 3 (grave): disfunção orgânica - Hipotensão com aminas vasoativas - Rebaixamento do nível de consciência - P/F < 300 - Cr > 2 ou oligúria - INR > 1,5
- Plaquetopenia < 100.0000 Como podemos ver, nosso paciente possui hipotensão com uso de aminas vasoativas e creatinina > 2, sendo classificado como grau III de
Tokyo. A melhor conduta nesses casos seria a terapia conservadora (antibioticoterapia + suporte eletrolítico + analgesia + monitorização) até a correção da disfunção
orgânic Assim que o paciente estiver estável, indica-se CVL por um cirurgião experiente. Se o procedimento cirúrgico não for possível pelo elevado risco cirúrgico, estará
indicada a colecistostomia percutânea, também chamada de DRENAGEM PERCUTÂNEA TRANSHEPÁTICA DA VESÍCULA BILIAR. Como o paciente possui um APACHE2 DE
19, concluímos que o mesmo possui uma taxa de mortalidade aproximada de 24%, devendo ser conduzido com a drenagem da via biliar. Gabarito: letra D. _ Calma aí...
A bilirrubina e as enzimas canaliculares estão aumentadas! E se houver cálculos no colédoco? Não seria importante realizar uma colangiografia ou CPRE? De fato, esse
foi um ponto que causou muita confusão. Mas perceba que a pergunta final da questão foi sobre a conduta mais adequada NESTE MOMENTO! Como o paciente possui
um elevado risco cirúrgico, NESTE MOMENTO resolveríamos apenas a colecistite aguda com a drenagem percutânea da vesícula biliar e, após a estabilização do quadro,
realizaríamos a colecistectomia VIDEOLAPAROSCÓPICA COM COLANGIOGRAFIA. Obs: a CPRE só está indicada para pacientes com alto risco de coledocolitíase, como
aqueles que possuem dilatação das vias biliares nos exames de imagem.

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19 - 2022 USP - SP

» Para começo de conversa, como essa cirurgia deve ser classificada? Limpa, potencialmente contaminada, contaminada ou infectada? Vamos relembrar esse conceito? -
Limpa: ausência de inflamação e/ou invasão dos tratos respiratório, alimentar, genital ou urinário; - Potencialmente contaminada: ausência de evidências de
contaminação e/ou inflamação e/ou invasão CONTROLADA E SEM QUEBRA DA TÉCNICA dos tratos respiratório, alimentar, genital ou urinário; - Contaminada: feridas
traumáticas recentes (até 6 horas), inflamação aguda NÃO PURULENTA e/ou invasão NÃO CONTROLADA e com QUEBRA DA TÉCNICA dos tratos respiratório, alimentar,
genital ou urinário. Extravasamento do conteúdo visceral; - Infectada: feridas traumáticas com mais de 6 horas, sinais de sepse e/ou secreção purulenta. No caso, temos
um quadro de colecistite aguda com sinais de inflamação aguda (leucocitose, PCR 45 e intenso processo inflamatório perivesicular), porém sem evidências de INFECÇÃO
(punção da vesícula com saída de bile escura/sem pús). Dessa forma, devemos classificar a cirurgia como CONTAMINADA e, portanto, com indicação de antibiótico
PROFILÁTICO. O mesmo deve ser iniciado de 30 a 60 minutos antes da incisão cirúrgica e interrompido ao final do procedimento, podendo ser mantido por até 24 horas
de acordo com a preferência da equipe. Portanto, gabarito letra A.

Video comentário: 297828


20 - 2022 USP - SP

» Vamos reunir alguns dados importantes que foram citados no enunciado antes de definir o melhor tratamento para esse tumor hepático: - Cirrose por hepatite C; -
Ausência de varizes de esôfago; - Child A; - Nódulo único entre os segmentos II e III medindo 3,5 x 3,3 cm; e - Lesão hipervascular com washout. Agora sim, vamos
começar nosso raciocínio. Para começar, qual é o provável diagnóstico desse tumor hepático? Seria um tumor benigno (adenoma, hiperplasia nodular focal ou
hemangioma) ou maligno (metástase hepática ou carcinoma hepatocelular)? Grave um conceito: sempre que encontrarmos a descrição tomográfica de uma lesão
HIPERCAPTANTE do contraste com WASHOUT, o diagnóstico será de CARCINOMA HEPATOCELULAR (CHC). Pensando em prova de residência, basta essa conhecimento
para que você seja capaz de acertar 95% das questões sobre CHC. De qualquer forma, vale uma pequena revisão das características tomográficas de cada uma dessas
lesões: - Adenoma: hipercaptação do contraste na fase arterial com lavagem rápida. Como a lesão fica ISODENSA ao parênquima após a lavagem, NÃO PODEMOS
caracterizar esse comportamente como washout, que seria uma lesão que fica HIPODENSA ao parênquima após a lavagem; - Hiperplasia nodular focal: presença de
cicatriz central (lesão em estrela) nas fases tardias do contraste; - Hemangioma: captação periférica e centrípeta do contraste; - Carcinoma hepatocelular: hipercaptação
do contraste na fase arterial com lavagem rápida WASHOUT; - Metástase hepática: lesões hipocaptantes de contraste em sua maioria (colorretal). *Obs. 1: atualmente, a
AFP não é mais essencial para confirmação diagnóstica de um CHC. *Obs. 2: A REALIZAÇÃO DE BIÓPSIA PARA CONFIRMAÇÃO DIAGNÓSTICA NÃO É NECESSÁRIA NA
GRANDE MAIORIA DOS CASOS DE TUMORES HEPÁTICOS JÁ QUE A TOMOGRAFIA TRIFÁSICA POSSUI UMA EXCELENTE ACURÁCIA. Agora vamos voltar à questão... Sabendo
se tratar de um CHC, qual seria o melhor tratamento? Existem 5 tratamentos possíveis para um CHC: ressecção cirúrgica (hepatectomia parcial), radioablação,
transplante hepático, quimioembolização transarterial (TACE - TransArterial ChemoEmbolization) e paliação (sorafenib). A decisão da melhor conduta é baseada única e
exclusivamente nas informações que separamos logo no início da nossa discussão. Veja o algorítmo em anexo. Como podemos ver, nosso paciente não possui nenhuma
contraindicação para a realização de uma hepatectomia com intenção curativa, sendo essa uma modalidade terapêutica adequada para o caso. Vamos analisar as
alternativas: a) Falsa. Como vimos, apesar de corroborar com o diagnóstico quando se encontra elevada, a AFP não é mais considerada essencial para a confirmação
diagnóstica. b) Correta. A hepatectomia é uma conduta adequada para o caso. c) Falsa! O diagnóstico já foi confirmado com a tomografia, não sendo necessária biópsia!
d) Falsa. O paciente atende os critérios de Milão, podende ser incluída na fila de transplante. Ou seja, tanto a ressecção quanto o transplante hepático são condutas
aceitas para esse paciente. Gabarito: letra B.

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21 - 2022 UNESP

» A imagem caracteriza um fígado repleto de metástases hepáticas. Uma das formas que utilizamos para diferenciar uma lesão metastáticas de um tumor primário do
fígado é justamente o número. O carcinoma hepatocelular (CHC) costuma se manifestar com uma ou poucas lesões EM UM FÍGADO CIRRÓTICO, enquanto as metástases
são múltiplas em um FÍGADO NORMAL. Como podemos ver, trata-se de um fígado não cirrótico e com múltiplas lesões neoplásicas. Gabarito: letra C.

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22 - 2022 UNIFESP

» Todo paciente com retocolite ulcerativa (RCU) que apresenta elevação persistente nos valores de fosfatase alcalina deve ter como principal suspeita diagnóstica a
colangite esclerosante primária (CEP), uma manifestação extraintestinal hepatobiliar desta doença inflamatória intestinal. A CEP caracteriza-se por um processo
esclerosante, obliterativo e inflamatório progressivo que afeta os ductos biliares extra e/ou intra-hepáticos. O distúrbio ocorre em até 75% dos casos em associação com
doença inflamatória intestinal, especialmente RCU. Pode estar associado também com pancreatite autoimune; síndromes de fibrosclerose multifocal, como fibrose
retroperitoneal, mediastinal e/ou periureteral; tireoidite (struma) de Riedel; ou pseudotumor da órbita. Em 50% dos casos, a doença é assintomática ao diagnóstico e
passa a ser suspeitada como parte da investigação laboratorial de um paciente com doença inflamatória intestinal. O laboratório é predominantemente colestático, com
aumento sobretudo da fosfatase alcalina. As aminotransferases não costumam se elevar de maneira significativa (< 300 UI/L). Os pacientes com sintomas apresentam
frequentemente obstrução biliar crônica ou intermitente: dor no quadrante superior direito do abdome, prurido, icterícia ou colangite aguda. Nas fases subsequentes de
sua evolução, podem ocorrer obstrução biliar completa, cirrose biliar secundária, insuficiência hepática ou hipertensão portal com varizes sangrantes. O diagnóstico
costuma ser estabelecido graças ao achado de estreitamentos multifocais distribuídos difusamente com segmentos de permeio de ductos normais ou dilatados,
produzindo um aspecto de conta de rosário na colangiografia. Nos casos suspeitos, as técnicas colangiográficas de escolha consistem em colangioressonância magnética
e CPRE. Quando o diagnóstico de colangite esclerosante já tiver sido estabelecido, deve ser empreendida uma busca de possíveis doenças associadas, em especial
doença inflamatória intestinal crônica. A calculose biliar (colelitíase) é geralmente assintomática e não causa elevação de fosfastase alcalina, exceto quando há
complicações como coledocolitíase ou colecisitite aguda (LETRA A INCORRETA). Na hepatite autoimune e hepatite medicamentosa os valores de ALT e AST estão
necessariamente elevados. A hepatite autoimune é uma doença caracterizada por agressão autoimune do tecido hepático. É caracterizada por síndrome de lesão
hepatocelular e hipergamaglobulinemia policlonal com predomínio de IgG (LETRAS C e D INCORRETAS). Resposta: letra B.

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23 - 2022 UERJ

» A colangite bacteriana aguda é uma condição marcada pela obstrução do fluxo de bile seguida de infecção aguda das vias biliares por bactérias piogênicas (Escherichia
coli, Klebsiella sp. e Enterobacter). Geralmente ocorre pela presença de estase biliar + presença do cálculo servindo como nicho para a proliferação de bactérias. Além
da coledocolitíase, qualquer outra causa de estase biliar pode complicar com colangite bacteriana aguda (ex: estenose cicatricial, colangite esclerosante, cisto biliar,
tumores obstrutivos). Clinicamente, podemos encontrar duas formas distintas:
- Não supurativa: marcada pela tríade de Charcot (icterícia + dor biliar + febre); em geral, a febre é alta e a icterícia vem acompanhada de colúria.
- Supurativa: pentadecágono de Reynolds: tríade de Charcot + hipotensão + estado confusional. Laboratorialmente, temos leucocitose neutrofílica (> 15.000/mm3) com
desvio para esquerda, hiperbilirrubinemia (BD), aumento da FA e das transaminases. O diagnóstico é clínico! A USG de abdome é o primeiro exame a ser realizado e o
objetivo é localizar dilatação de vias biliares e coledocolitíase. Quando o diagnóstico ainda não ficar claro, podemos lançar mão de uma colangio-RM. No entanto, o
grande exame é a colangiografia (CPRE), tanto para o diagnóstico (localização, biópsia e coleta de material para cultura) quanto para o tratamento (drenagem da via
biliar). Resposta: letra B.

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24 - 2022 FJG

» Questão conceitual que aborda a tríade de Charcot na colangite aguda. Vamos aproveitar para fazer uma breve revisão sobre o tema. A colangite aguda ocorre devido a
uma infecção bacteriana do trato biliar, quase sempre associada a uma síndrome obstrutiva. A causa mais comum de colangite é a coledocolitíase, que responde por
60% dos casos. A tríade de Charcot engloba seus sinais cardinais mais característicos da doença (febre + icterícia + dor abdominal). Lembrar sempre que apesar de
esteriótipo clássico da doença, ela ocorre em 60% dos pacientes com colangite. O sintoma mais frequente é a febre (90%). A dor abdominal costuma ser apenas
moderada e se localiza principalmente no quadrante superior direito. A icterícia está presente em 80% dos pacientes com colangite aguda. Outra informação importante
e sempre cobrada nas provas de residência médica é a associação da tríade de Charcot com choque e depressão do sistema nervoso central, conhecida como pêntade
de Reynolds, e representa o quadro clínico de uma colangite supurativa. Isso é importante pois a colangite supurativa apresenta uma evolução progressiva e fatal, caso
não se realize uma intervenção cirúrgica imediata. A tríade de Charcot, apesar de aguda, não necessita de cirurgia emergencial. Resposta: letra D.

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25 - 2022 UERJ

» O enunciado descreve uma mulher com dor no hipocôndrio direito, náuseas, febre e icterícia discreta… A própria banca coloca que se trata de um caso suspeito de
colecistite aguda - síndrome clínica decorrente de uma inflamação aguda da vesícula biliar, causada por um cálculo impactado no ducto cístico. Neste contexto, poderia
surgir uma dúvida: afinal, esperamos encontrar icterícia na colecistite? Não! Isso pode ser entendido pela anatomia das vias biliares: como o problema está no ducto
cístico, em nenhum momento o fluxo biliar é obstruído. Porém, ainda assim, é possível que alguns pacientes apresentem icterícia DISCRETA (+ ou ++/4+). Portanto, não
vamos “brigar” com a questão aqui… Partindo para o diagnóstico, o primeiro exame que deve ser solicitado é a USG abdominal (sensibilidade e especificidade de 85 e
95%, respectivamente). Além de estabelecer a presença dos cálculos, este exame pode revelar sinais de inflamação aguda na vesícula. São eles: espessamento da
parede da vesícula (> 4 mm), coleção pericolecística, distensão da vesícula, presença de cálculo impactado e sinal de Murphy ultrassonográfico (pelo toque do
transdutor). A TC é menos sensível que a USG para colecistite aguda e dificilmente vai ser útil em casos duvidosos. Nesses casos duvidosos, lançamos mão da
cintilografia com 99mTc-HIDA - exame de maior sensibilidade (95%) e acurácia para a confirmação da colecistite aguda! Por outro lado, a colangiorressonância não
costuma ser usada na propedêutica diagnóstica de pacientes com colecistite, ficando reservada para casos onde é necessário um estudo mais detalhado das vias
biliares. Em resumo, diante de um caso suspeito de colecistite aguda: - Primeiro exame: USG abdominal. - Casos duvidosos: cintolografia (maior acurácia). Resposta:
letra C.

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26 - 2022 SES - RJ

» A chance de pacientes com colelitíase sem sintomas evoluir para complicações é muito pequena. Assim, a colelitíase assintomática não exige nenhum tratamento
cirúrgico. Até mesmo pacientes com sintomas muito leves podem ser manejados de forma conservadora, evitando dietas gordurosas e em grande quantidade. Como
toda regra tem sua exceção, existem algumas indicações de operar a colelitíase assintomática (colecistectomia profiláctica): vesícula em porcelana; pólipos; cálculos
grandes (> 2,5-3 cm); vesículas com anomalia congênita (ex.: vesícula duplicada); anemias hemolíticas (ex.: anemia falciforme); portadores de um longo ducto após
junção do colédoco e ducto pancreático. Devido ao risco de uma infecção potencialmente fatal em pacientes imunossuprimidos, a colecistectomia eletiva é defendida por
alguns autores em pacientes transplantados. Além disso, alguns autores, como o próprio Sabiston, afirmam que pacientes submetidos à cirurgia bariátrica (notadamente
o by-pass) se beneficiam da colecistectomia. Além da rápida perda de peso que favorece a formação de cálculos, após alguns tipos de cirurgia bariátrica, a CPRE se torna
extremamente difícil. Entretanto, não é exatamente um consenso e algumas outras referências não indicam a colecistectomia se o paciente se mantiver assintomático. A
coexistência de pólipo com cálculo biliar, por si só, indica também a colecistectomia, independentemente do tamanho (na ausência de cálculo, apenas pólipos maiores
indicam colecistectomia). Por esse motivo, marcaremos a letra C como melhor resposta. Resposta: letra C.

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27 - 2022 UFRJ

» Questão tranquila. Vamos lembrar que apesar de não ser um exame tão utilizado, a cintilografia é padrão ouro para o diagnóstico de colecistite aguda, possibilitando o
seu diagnóstico diferencial com a pancreatite aguda. Gabarito letra C.

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28 - 2022 SURCE

» Estamos diante de um paciente assintomático com um cálculo de 3,0 cm. Só com estes dados, qual é a melhor conduta? Sem dúvidas, é programar a cirurgia! De acordo
com a última edição do Sabiston, pacientes com vesícula em porcelana, pacientes com cálculo > 2,5 cm e aqueles com ducto biliar comum longo apresentam alto risco
para o desenvolvimento para neoplasia de vesícula. Além destas, outras situações também aumentam o risco de câncer de vesícula: - Pólipo > 1,0 cm; - Pólipo associado
a cálculo; - Pólipo com crescimento progressivo documentado por ultrassonografia seriada. Portanto, todas estas situações são indicações de colecistectomia mesmo em
pacientes assintomáticos. A melhor conduta para este caso deveria ser programar a cirurgia em função do alto risco de desenvolvimento de câncer que esse paciente
apresenta, porém, mesmo sendo esta a melhor conduta, devemos expor ao paciente os riscos e benefícios do procedimento cirúrgico. Portanto, tanto a letra B quanto a
letra C estão corretas. Por isso, a questão foi devidamente anulada.

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29 - 2022 SCMBH

» A incidência é maior em mulheres (cerca de 2-3x) pela maior exposição ao estrógeno e formação de cálculos biliaresno sexo feminino. Como as neoplasias de vesícula
costumam ser assintomáticas durante muito tempo, ou com sintomas leves inespecíficos, a maior parte dos diagnósticos é feita em fase tardia. Quanto ao estadiamento,
a perfuração da serosa e a invasão do duodeno ainda mantém o tumor como T3. Vamos rever o estadiamento do câncer de vesícula: - Tis: Carcinoma in situ - T1: invade
lâmina própria (T1a) ou muscular própria (T1b) - T2: invade tecido conjuntivo perimuscular no lado peritoneal, sem envolvimento da serosa (T2a) ou tumor invade tecido
conjuntivo perimuscular na face hepática, sem extensão ao fígado (T2b) - T3: perfura serosa (peritônio visceral) e/ou diretamente invade o fígado e/ou estruturas ou
órgãos adjacentes (estômago, duodeno, cólon, pâncreas, omento e dutos biliares extra-hepáticos) - T4: invade veia portal ou artéria hepática ou invade dois ou mais
órgãos ou estruturas extra-hepáticas Os preditores de malignidade mais consistentes em pólipos de vesícula são: pólipos únicos, tamanho maior que 1 cm e idade maior
que 50 anos. Assim, a colecistectomia geralmente é recomendado para pólipos maiores que 1 cm e atualmente entende-se que pode ser realizada com segurança por
laparoscopia. Assim, a questão apresentava 2 alternativas incorretas e merecia ter sido anulada.

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30 - 2022 SES - PE

» Estamos diante de um idoso, diabético, obeso e com provável cirrose hepática secundária à doença hepática gordurosa não-alcoólica (o fígado heterogêneo e os exames
laboratoriais indicam hepatopatia crônica), que se apresenta com um nódulo no fígado. Perceba que essa lesão apresenta o padrão de wash-out na ressonância com
contraste trifásico: hipercaptação na fase arterial e hipodensidade na fase portal. Esse tipo de achado é sugestivo de hepatocarcinoma (CHC), lembra? Agora, vamos
analisar as alternativas: Letra A: incorreta. De modo geral, a alfafetoproteína é um marcador de baixas sensibilidade e especificidade (< 20% têm níveis alterados em
fases precoces). Ela só se torna mais específica quando seus valores são muito altos, o que tende a ocorrer mais tardiamente. Portanto, a normalidade do exame não
exclui o diagnóstico. Letras B, C e D: incorretas. Nesse caso, a biópsia pode ser dispensada! Em pacientes de alto risco para CHC, como os cirróticos, que apresentam
lesão de, pelo menos, 1 cm, o diagnóstico pode ser confirmado a partir das alterações típicas dos exames de imagem, que, por sinal, o paciente já apresenta. Letra E:
correta. Em pacientes com cirrose Child A, costuma-se indicar a ressecção da lesão. Entretanto, repare que o paciente deve ser Child B ou C, já que apresenta alterações
laboratoriais que pontuam no escore. Nestes casos, o transplante pode ser recomendado se o nódulo se encaixar nos critérios de Milão: 3 lesões de até 3 cm ou 1 lesão
de até 5 cm. Bom, de fato, ele é candidato ao procedimento, concorda? Resposta: letra E.

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31 - 2022 SURCE

» Litíase biliar sintomática é indicação de colecistectomia, sempre com preferência pela via videolaparoscópica, que é menos mórbida e resulta em menor risco de
complicações pós-operatórias, especialmente em cirróticos com história de ascite. Claro que o paciente deverá ser bem preparado pelo clínico, com controle da ascite,
antes da cirurgia. Resposta: D.

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32 - 2022 SCMBH

» A colangite esclerosante primária (CEP) é um distúrbio progressivo crônico de etiologia desconhecida, caracterizado por FIBROSE e ESTREITAMENTO de ductos médios e
grandes na árvore biliar intra-hepática e/ou extra-hepática. A CEP está intimamente associada com a retocolite ulcerativa (uma doença inflamatória intestinal); isso
porque cerca de 70% dos pacientes com essa doença de via biliar possuem concomitantemente tal inflamatória intestinal. Pacientes com retocolite ulcerativa que
apresentarem alterações nas enzimas colestáticas (principalmente fosfatase alcalina) devem ser investigados quanto à possibilidade de CEP, mas isso não quer dizer que
a retocolite ulcerativa é uma causa secundária de CEP (LETRA A INCORRETA). O diagnóstico de CEP pode ser realizado por meio de exames de imagem como
colangioressonância ou CPRE, que demostram estenoses associadas a dilatações multifocais, dando o aspecto de “contas de rosário”. A biópsia hepática pode ser feita
quando houver dúvidas diagnósticas. Além disso, é necessário excluir causas SECUNDÁRIAS de colangite esclerosante, ou seja, doenças que podem mimetizar os
achados radiológicos da CEP. É justamente isso que se pergunta na questão! As principais causas são: colangiocarcinoma, coledocolitíase, colangiopatia isquêmica ou
infecciosa, iatrogenia cirúrgica, pancreatite recorrente e biliopatia portal (LETRA D CORRETA). A biliopatia portal é causada pela compressão de grandes ductos biliares
pelas veias colaterais venosas que se formam em pacientes com hipertensão portal grave, principalmente causada por trombose de veia porta. Isso pode gerar
estenoses e fibrose secundárias na via biliar. A doença de Caroli é uma condição hereditária que se manifesta com a formação de múltiplos CISTOS biliares intra-
hepáticos, podendo estar associada ou não à fibrose hepática congênita – desta maneira, apesar de ambas causarem síndrome colestática, não fazem parte das doenças
que entram no espectro de diagnóstico diferencial da CEP (LETRAS B e C INCORRETAS). Resposta: letra D.

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33 - 2022 UFPB

» Vamos as assertivas: - Letra A: correta. Caso típico de colecistite aguda: paciente com quadro de dor abdominal em hipocôndrio direito após alimentação gordurosa, com
sinal de Murphy positivo (parada brusca da inspiração durante compressão do ponto cístico) associado a febre e leucocitose (neste caso, desvio á esquerda).
Corroborando a suspeita, tem-se o achado de vesícula de paredes espessadas e presença de cálculos no seu interior. - Letra B: correta. A colecistite aguda demanda
tratamento cirúrgico como principal medida terapêutica. O melhor momento para realização é dentro de 72h do insulto inicial, período em que o processo inflamatório
ainda permite a realização do procedimento com menor dificuldade técnica. Neste caso, a colangiografia intra-operatória é necessária para garantir a ausência de
coledocolitíase, que pode passar desapercebida em um primeiro momento. - Letra C: correta. A colangiorressonância é um exame não invasivo que avalia, de forma
precisa, as vias biliares intra e extra-hepáticas. A indicação formal é na suspeita de obstrução das vias biliares por cálculo proveniente da vesícula, como em quadro de
bilirrubina muito elevada ou relato de icterícia, aumento de transaminases, pancreatite aguda, dilatação das vias biliares em exame inicial (como ultrassonografia). Nesta
paciente, não há necessidade. - Letra D: incorreta. Os critérios de Tokyo são frutos de um consenso/guidelines que utiliza determinantes para avaliar o diagnóstico e
gravidade de colecistite ou colangite (há critérios para cada uma destas patologias). Com isto, é indicado tratamento mais adequado a depender do grau (sendo
considerados 1 quadro mais brando e 3 um quadro mais grave). Para o quadro de colecistite aguda, os critérios de gravidade são: Tokyo 2 - Contagem elevada de
leucócitos (> 18.000 / mm3) OU massa sensível palpável no quadrante abdominal superior direito; Duração das reclamações > 72H OU inflamação local marcada
(colecistite gangrenosa, abscesso pericolecístico, abscesso hepático, peritonite biliar, colecistite enfisematosa). Seria considerado um Tokyo 3 se disfunção
cardiovascular: hipotensão que requer tratamento com dopamina ≥5 μg/kg por min, ou qualquer dose de norepinefrina; OU disfunção neurológica: diminuição do nível de
consciência; OU disfunção respiratória: relação PaO2 / FiO2 <300; OU disfunção renal: oligúria, creatinina> 2,0 mg/dl; OU disfunção hepática: PT-RNI> 1,5; OU disfunção
hematológica: contagem de plaquetas <100.000 / mm3. Por fim, o Tokyo 1 é considerado quando não há critérios para as outras classificações, que é o caso desta
paciente. - Letra E: correta. Em pacientes impossibilitados de realizar o tratamento cirúrgico convencional (como coagulopatias, hepatopatias, cardiopatias, dentre
outras), o tratamento é a drenagem da vesícula biliar (colecistostomia) com antibioticoterapia. Esta medida é capaz de postergar o processo inflamatório, permitindo
correção da doença de base. Lembre-se que o tratamento cirúrgico sempre estará indicado, mesmo após tratamento conservador efetivo! Resposta: letra D.

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34 - 2022 SUS - BA

» Estamos diante de uma paciente com dor abdominal. A palpação do abdome revela dor importante em hipocôndrio direito e foi relatado história de episódios de dor após
libação alimentar. Ora, sem dúvida, o diagnóstico mais provável é de colecistite aguda – as dores relacionadas à alimentação sugerem colelitíase prévia, o que só
corrobora o diagnóstico. Na pancreatite, a dor abdominal é, tipicamente, em barra; na hepatite, a dor não costuma ser tão importante assim; já na úlcera perfurada, a
dor tende a ser mais difusa e de início súbito. Resposta: letra B.

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35 - 2022 UFPB

» Questão puramente conceitual a respeito da colestase. Vejamos as alternativas. - Letra A: correta. A tríade de Charcot, composta por icterícia, febre e dor abdominal,
configura a expressão clínica clássica dos quadros de colangite aguda. Porém, a tríade completa não é universal nos pacientes com colangite aguda, fazendo-se presente
em apenas 50% a 75% dos casos. - Letra B: correta. Colestase leva ao acúmulo de bilirrubina direta na corrente sanguínea. Assim, tal pigmento acaba sendo filtrado em
maior monta pelos glomérulos, passando a aparecer mais na urina, o que se expressa por colúria; já a impregnação da bilirrubina na pele e nas mucosas causa
icterícia. Quanto às fezes, sua pigmentação normal é dada pela estercobilina, metabólito da bilirrubina. Quando não há chegada de bilirrubina ao intestino, as fezes ficam
então claras (acolia fecal). - Letra C: incorreta. À ultrassonografia de pacientes com quadro de colestase, a ausência de dilatação importante da via biliar nos
sugere obstrução biliar intra-hepática. O raciocínio é simples: se a obstrução for distal – extra-hepática – a via biliar torna-se difusamente dilatada. - Letra D: correta. A
colangiorressonância pode ser utilizada para diagnóstico etiológico de síndromes colestáticas, com alta acurácia e sem os potenciais riscos de uma
colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE). - Letra E: correta. A CPRE pode ser utilizada para definição diagnóstica da icterícia obstrutiva mas por possuir
riscos envolvidos ela deve ser reservada para casos em que além de diagnóstica ela será também terapêutica, como nos casos de tratamento de coledocolitíase.
Resposta: letra C.

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36 - 2022 SUS - BA

» Temos uma mulher jovem, obesa, com história prévia de compatível com cólica biliar por colelitíase (dor abdominal após libação alimentar), que agora apresenta a
principal complicação da famosa “pedra na vesícula”, que é a colecistite aguda – a dor abdominal no hipocôndrio direito tornou-se prolongada (> 6 horas), com náuseas,
vômitos, hiporexia e febre, caracterizando um abdome agudo inflamatório. O primeiro exame que deve ser solicitado para confirmar o diagnóstico é a USG abdominal.
Além de estabelecer a presença dos cálculos, este exame pode revelar sinais de inflamação aguda na vesícula. São eles: espessamento da parede da vesícula (> 4 mm);
coleção pericolecística; distensão da vesícula; cálculo impactado no infundíbulo (LETRA C CORRETA); sinal de Murphy ultrassonográfico (pelo toque do transdutor).
Alterações de imagem no pâncreas, fígado e estômago não são esperadas na colecistite aguda (LETRAS A, B e D incorretas). Resposta: letra C.

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37 - 2022 SUS - BA

» Febre e dor abdominal aguda em hipocôndrio direito sugerem a possibilidade de colecistite aguda, ainda mais em paciente com história de provável colelitíase (episódios
de dor prévios após libação alimentar). O grande pilar terapêutico dessa condição é a colecistectomia, de preferência videolaparoscópica, que deve ser feita
precocemente (até 72 horas). Além disso, o uso de antibióticos parenterais é recomendado. O esquema de escolha é controverso, mas alguns autores sugerem a
associação de cefalosporina de terceira geração (ex: ceftriaxone, para cobrir germes Gram negativos entéricos e alguns Gram positivos) e metronidazol (cobertura contra
aneróbios). Resposta: letra B.

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38 - 2022 SES - PE

» Vamos analisar as alternativas: Letra A: incorreta. A história familiar de neoplasias das vias biliares é um dado de exterma importância na hora de considerar uma
colecistectomia profilática. Letra B: correta. Em profissionais que realizarão missões marítimas ou aeroespaciais prolongadas, podemos considerar a colecistectomia
profilática também, mesmo na ausência de sintomas. Letra C: incorreta. Apenas 20% a 30% dos pacientes com cálculos que são assintomáticos desenvolverão sintomas
dentro de 20 anos. Letra D: incorreta. Os pacientes com colelitíase assintomática e presença de anemia hemolítica, como a anemia falciforme, por exemplo, deverão ser
submetidos à colecistectomia profilática. Esses pacientes têm uma taxa extremamente alta de formação de cálculos pigmentares e a colecistite pode precipitar uma
crise falcêmica. Letra E: incorreta. Em pacientes assintomáticos com cálculos > 2,5 cm, existe um risco aumentado para câncer de vesícula e também devemos realizar a
colecistectomia. Vamos aproveitar para relembrar outras indicações de colecistectomia nos pacientes assintomáticos: 1. Vesícula em porcelana; 2. Pólipos de alto risco
(idade > 60 anos, > 1 cm, crescimento documentado na USG seriada); 3. Cálculos grandes (> 2,5 cm); 4. Pólipo associado a cálculos; 5. Vesículas com anomalia
congênita; 6. Doença hemolítica (ex: anemia falciforme). Resposta: letra B.

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39 - 2022 UFSC

» Vamos analisar as alternativas: A) Incorreta. Adenomas com mutação da beta-catenina têm maior risco de transformação maligna. B) Incorreta. Na realidade, adenoma
em mulheres têm maior risco de sangramento, mas não de malignização. C) Incorreta. O adenoma inflamatório tem predominância no sexo feminino, maior risco de
hemorragia (30%) e pequeno risco de transformação maligna (10%). D) Incorreta. A ressecção cirúrgica não precisa ser anatômica, pois o risco de recidiva é baixo. E)
Correta. Se estável, podemos lançar mão sim da angioembolização de artéria hepática, caso o nosso paciente esteja instável, a conduta deve ser intervenção cirúrgica.
Gabarito: letra E.

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40 - 2022 HUBFS/HUJBB

» Estamos diante de paciente do sexo feminino com colecistectomia prévia há 2 anos, apresentando a clássica tríade de Charcot, que consiste em dor abdominal, febre e
icterícia, clássica de colangite aguda. A colangiorressonãncia identificou coledocolitíase com dilatação importante de 1,4 cm do colédoco. Vamos analisar as alternativas:
Letra A: Incorret. A questão já descreve a causa da obstrução biliar. Letra B: Incorreta. O exame de imagem não faz nenhuma menção a tumor. Letra C: Coorreta. O
diagnóstico clínico de colangite é confirmado por exame de imagem demonstrando obstrução biliar por cálculo de colédoco. O tratamento é com suporte clínico,
antibioticoterapia e drenagem de via biliar, de preferência por CPRE. Letra D: Incorreta. O exame de imagem não fez menção a pancreatite. Letra E: Incorreta. Colecistite
não causa icterícia. Resposta: letra C.

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41 - 2022 SES - PE

» Questão que gerou polêmica, vamos entender o porquê: Estamos diante de uma paciente que apresentou um quadro de dor abdominal, náuseas e icterícia há duas
semanas com melhora espontânea. Só por este contexto, a nossa grande hipótese é a coledocolitíase. Muito provavelmente, ela teve um cálculo que impactou na porção
final do colédoco, ocasionou toda esta sintomatologia e depois foi eliminado no trato gastrointestinal. Na época da crise álgica, o laboratório evidenciou amilase de 1200,
bilirrubina total de 4.1, sendo a bilirrubina direta de 3.2 e, realizou ainda, um ultrassom que confirmou a presença de cálculos na vesícula, o que fortalece ainda mais a
hipótese de coledocolitíase. Duas semanas após este quadro clínico, estamos diante da paciente agora anictérica e assintomática. Neste momento, ela tem algum indício
clínico ou laboratorial que sugira alto risco para coledocolitíase? Não! Portanto, temos que mandar ela para CPRE de cara? Também não! Neste contexto, a conduta mais
sensata seria repetirmos o laboratório, se viesse algum achado sugestivo de obstrução biliar, como elevação de enzimas canaliculares ou elevação de bilirrubina à custa
de bilirrubina direta, aí sim, lançaríamos mão de um estudo mais detalhado da árvore biliar com colangiorressonância ou mesmo CPRE. E, claro, devemos também
realizar a colecistectomia da nossa paciente, pois ela já tem indicação (cólica biliar prévia + provável coledocolitíase). Portanto, a melhor resposta para essa questão é,
de fato, a letra D. Mas tem um detalhe que dá margens para polêmica. A história prévia de pancreatite aguda biliar é uma das indicações de CPRE no pré-operatório de
uma colecistectomia, essa indicação está descrita na última edição do Sabiston. A banca trouxe uma amilase muito elevada associada à dor abdominal e náuseas. Todo
este quadro pode estar relacionado à coledocolitíase? Até pode, mas pela forma que o quadro clínico foi descrito, podemos inferir que também houve um episódio de
pancreatite aguda litiásica associada (dor abdominal, náuseas, amilase 3x LSN e USG evidenciando colelitíase). Portanto, por esse motivo, a questão é passível de
recurso. Resposta: letra D.

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42 - 2022 HUBFS/HUJBB

» A presença de vesícula distendida com paredes espessadas e cálculo em seu interior sugere o diagnóstico de colecistite aguda. O fato de o paciente ter febre e dor
abdominal há mais de seis horas só corrobora a hipótese! Na colelitíase, a dor tem curta duração (menor que seis horas) e não há febre; na colangite supurativa,
encontramos a pêntade de Reynolds: dor abdominal, febre, icterícia, hipotensão e alteração do nível de consciência; já na coledocolitíase, temos um quadro de icterícia
flutuante; por fim, no carcinoma de vesícula, o indivíduo cursa com aumento progressivo e indolor do órgão. Resposta: letra B.

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43 - 2022 SES - PE

» Sabemos que a fisiopatologia dos cistos de via biliar se devem a anomalia da junção pancreatobiliar longa (acima de 2 centímetros). O longo pertuito faz com que a
resistência da via biliar aumente, propiciando refluxo e dando origem aos cistos de via biliar. De acordo com a Classificação de Todani: Tipo 1: cisto extra-hepático
fusiforme; Tipo 2: cisto extra-hepático diverticular; Tipo 3: cisto intraduodenal/coledococele; Tipo 4a: múltiplos cistos intra e extra-hepáticos; Tipo 4b: múltiplos cistos
extra-hepáticos; e TIpo 5: múltiplos cistos intra-hepáticos. Quanto ao tratamento, os tipos 1, 2 e 4 se beneficiam de ressecção da via biliar associado a colecistectomia. O
tipo 3 se beneficia da esfincterotomia (ou papilotomia) endoscópica (CPRE) e o tipo 5 depende… Se for uma doença restrita poderemos realizar a hepatectomia parcial,
mas se for difuso, o transplante hepático será a única opção. Resposta: letra B.

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44 - 2022 SES - PE

» Estamos diante de uma paciente de 22 anos, do sexo feminino, usuária de anticoncepcional devido à síndrome dos ovários olicísticos, que se apresenta com dor
abdominal e hipotensão em virtude de sangramento de lesão hepática sólida. Qual o diagnóstico mais provável? Pessoal, os adenomas hepáticos são as lesões hepáticas
benignas mais associadas ao sangramento. Epidemiologicamente característicos de mulheres adultas jovens usuárias de anticoncepcionais, as lesões apresentam risco
de ruptura e malignização. Na tomografia, os adenomas aparecem como lesões sólidas HIPERCAPTANTES NA FASE ARTERIAL que apresentam captação rápida de
contraste e "lavagem", ficando ISODENSAS ao parênquima hepática. Não chamamos de "wash out" porque esse termo é utilizado para lesões hipercaptantes que
"lavam" o contraste e ficam HIPODENSAS ao parênquima hepático, como o carcinoma hepatocelular. Para provas, wash out é sinônimo de carcinoma hepatocelular... O
tratamento em lesões pequenas (< 5 cm)e não complicadas consiste no acompanhamento e na suspensão do medicamento. Em lesões grandes (> 5 cm) ou
complicadas, o tratamento é a ressecção cirúrgica. Resposta: letra B.

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45 - 2022 UFSC

» A colecistectomia videoaparoscópica é o padrão ouro para o tratamento de cálculos biliares. No entanto, apesar do avanço das técnicas de laparoscopia, a lesão biliar
continua a ser uma complicação importante. A causa mais comum de lesão biliar grave é a identificação incorreta, em que o ducto biliar comum é confundido com o
ducto cístico e, menos comumente, um ducto aberrante é erroneamente identificado como ducto cístico. Neste contexto, para reduzir a incidência de iatrogenias, surgiu
o conceito de "visão crítica de segurança" (critical view of safety). A visão crítica de segurança é uma técnica para identificação dos elementos críticos do triângulo de
Calot por visualização direta. Essa técnica tem sido adotada com a proposta de reduzir o risco de lesão e é composta de três etapas. Os três critérios que compõem a
visão crítica de segurança são: 1) Dissecção do tecido fibroso e da gordura na região do trígono de Calot, expondo o ducto cístico e a artéria cística. 2) Dissecção da
porção inferior da vesícula biliar de seu leito, expondo a placa cística. 3) Identificação de duas estruturas, e apenas duas (ducto cístico e artéria cística), chegando até a
vesícula biliar. A partir da obtenção dos três critérios, o cirurgião está liberado para realizar a ligadura das estruturas. Resposta: letra C.

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46 - 2022 HUBFS/HUJBB

» O diagnóstico mais provável para um paciente portador de hepatite B ativa que apresenta nódulos hepáticos com fenômeno de "washout" (preenchimento na fase
arterial e "lavagem" de contraste na fase portal) é hepatocarcinoma. A primeira opção de tratamento é sempre a cirúrgica (ressecção ou transplante). Pacientes com
lesão única e boa função hepática (ausência de hipertensão porta + Child A) são candidatos à ressecção cirúrgica (hepatectomia parcial), o que não é o caso deste
paciente. Pacintes com lesão única < 5 cm ou até três lesões < 3 cm (critérios de Milão) podem ser listados para o transplante hepático, que neste caso passa a ser a
melhor opção terapêutica. Resposta: D.

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47 - 2022 PSU - MG

» Estamos diante de paciente diabética, hipertensa e idosa com diagnóstico colangite aguda, visto que apresenta colestase (icterícia), sinais infeciosos (febre) e
confirmação por exame de imagem de obstrução da via biliar principal. Vamos analisar as alternativas: Letra A: Correta. A prioridade é a internação com cuidados
intensivos e início de antibioticoterapia. Letra B: Correta. Os exames laboratoriais fazem parte da avaliação de qualquer patologia biliar. Letra C: Incorreta. Colangite
aguda se trata com conduta ativa, através de antibioticoterapia e drenagem emergencial da via biliar principal, de preferência por CPRE. A alternativa deveria
obrigatoriamente indicar a drenagem de vias biliares, visto que é improvável que melhore clinicamente apenas com tratamento clínico. Letra D: Incorreta. Tanto a
tomografia quanto a colangioressonância são exames de imagem adequados para avaliar colangite aguda. Repare que temos duas opções de resposta, motivo pelo qual
entramos com recurso contra a questão. A banca, no entanto, não aceitou as solicitações e manteve seu gabarito. Gabarito: "Por se tratar de paciente diabética, iniciar
imediatamente com antibioticoterapia endovenosa de largo espectro e reavaliar após melhora do quadro infeccioso."

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48 - 2022 AMP

» Pessoal, a questão apresenta uma mulher de 44 anos, hipocorada e desidratada, com queixa de dor em flanco direito com duração de 24 horas. Além disso, apresenta
abdome tenso e doloroso à palpação de hipocôndrio direito. Os exames laboratoriais revelam leucocitose e elevação de PCR. Qual nossa hipótese diagnóstica? Embora
ainda não seja possível o estabelecimento do diagnóstico com precisão, é extremamente provável que nossa paciente apresenta um quadro de abdome agudo
inflamatório. A epidemiologia da paciente e o padrão da dor sugerem o diagnóstico de colecistite aguda. Vamos analisar as assertivas: - Letra A: correta. Como dito, além
da epidemiologia, o caráter contínuo da dor, a duração de 24 horas e a localização em hipocôndrio direito sugerem o diagnóstico de colecistite aguda. - Letra B:
incorreta. Embora seja o exame mais adequado para a avaliação inicial do caso, a ultrassonografia apresenta uma sensibilidade entre 80-100% para a detecção de
colecistite aguda. Logo, um exame negativo não descarta o diagnóstico. - Letra C: incorreta. Embora a coledocolitíase geralmente curse com elevação de enzimas
canaliculares, o quadro é indolor e não cursa com sinais de toxemia. - Letra D: incorreta. O exame padrão-ouro para o diagnóstico de colecistite aguda é a cintilografia da
vesícula. - Letra E: incorreta. A gênese da fisioptalogia da colecistite aguda consiste, na maioria das vezes, numa obstrução causada por um cálculo na região do
infundíbulo. Resposta: alternativa A.

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49 - 2022 HCG

» A questão traz paciente com quadro clínico de icterícia às custas de elevação predominante da bilirrubina direta, além de aumento discreto das enzimas hepáticas.
Durante a investigação, conclui-se haver achado histopatológico no fígado de colangite esclerosante, isto é, da forma primária da doença. A colangite esclerosante
primária (CEP) é um distúrbio progressivo crônico de etiologia desconhecida, caracterizado por inflamação, fibrose e estreitamento de ductos médios e grandes na árvore
biliar intra-hepática e/ou extra-hepática. Exames de imagem como colangioressonância ou CPRE podem demonstrar estenoses associadas a dilatações multifocais, dando
o aspecto de “contas de rosário”. O padrão radiológico da colangite esclerosante (com dilatações e estenoses multifocais) pode ser visto em causas secundárias, como
coledocolitíase, colangite bacteriana crônica, colangiocarcinoma e colangiopatia isquêmica. A grande associação da CEP é com retocolite ulcerativa (ou colite ulcerativa);
isso porque cerca de 70% dos pacientes com essa doença de via biliar possuem concomitantemente tal inflamatória intestinal. Nos pacientes com diagnóstico firmado de
RCU, 5-10% desenvolvem CEP (LETRA C CORRETA). O principal marcador sorológico da CEP é o P-ANCA, presente em 30-80% dos casos. O prognóstico da doença é ruim,
com sobrevida média de 10-12 anos; não existe nenhum medicamento capaz de retardar a progressão da doença, porém algumas medidas podem ser realizadas, como
colestiramina para o prurido; vitaminas D e cálcio para dor óssea; vitamina K para a coagulopatia. A desobstrução da via biliar por CPRE pode ser realizada naqueles com
estenose de ducto único. O único tratamento definitivo para doença avançada é o transplante hepático. Resposta: letra C.

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50 - 2022 HPEV

» Estamos diante de uma mulher com dor em hipocôndrio direito há 4 dias com febre, náuseas e vômitos. Somente com estes dados, qual é a nossa grande hipótese
diagnóstica? Sem dúvidas, é a colecistite aguda! Lembra que a colecistite é a inflamação da vesícula geralmente causada por um grande cálculo que impactou no cístico
ou no infundíbulo. O melhor exame de imagem para fazer o diagnóstico desta condição é a ultrassonografia de abdome. Este exame confirma a colecistite evidenciado
espessamento da parede da vesícula ou mesmo líquido perivesicular. Portanto, gabarito: letra D.

51 - 2022 UNAERP

» Estamos diante de um paciente que apresenta dor em hipocôndrio direito e febre, só com estes dados já devemos pensar em colecistite aguda. Esta geralmente ocorre
por conta de um cálculo que impactou no infundíbulo ou mesmo no ducto cístico. O grande exame que confirma esta condição é a ultrassonografia (USG) de abdome,
evidenciando espessamento de parede ou líquido perivesicular. A USG do nosso paciente demonstra espessamento de parede, cálculo impactado no infundíbulo e
Murphy ultrassonográfico positivo, confirmando, portanto, a hipótese de colecistite aguda. Lembra que o sinal de Murphy ocorre quando há interrupção súbita da
inspiração ao se realizar a palpação do ponto cístico (ponto exatamente no cruzamento da linha hemiclavicular direita com o rebordo costal direito). Quando a palpação
do ponto cístico é feita com o transdutor, chamamos de Murphy ultrassonográfico. Diante de um quadro de colecistite a conduta deve ser internação com hidratação,
analgesia e antibioticoterapia venosa e cirurgia. A antibioticoterapia venosa deve ser com ciprofloxacino e metronidazol e o período da cirurgia deve ser o mais precoce
possível, idealmente dentro de 48 a 72 horas. Vale ressaltar que a via preferêncial da cirurgia deve ser a laparoscópica. Resposta: letra D.

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52 - 2022 HPEV

» Vamos aproveitar a questão para revisar os Critérios de Gravidade para Colecistite Aguda segundo os critérios de Tóquio: Grau I - Não apresenta os critérios de
colecistite grau II ou III. Pode também ser descrito como colecistite aguda em pacientes sem disfunção orgânica, pequenas alterações inflamatórias da vesícula biliar,
tornando a colecistectomia um procedimento seguro e de baixo risco. Grau II - Leucocitose > 18.000/mm3;Massa palpável, sensível, em quadrante superior direito do
abdome; Tempo de evolução superior a 72 horas; Sinais de inflamação local sugestivo de: colecistite gangrenosa, abscesso pericolecístico, peritonite biliar, colecistite
enfisematosa. Grau III - Disfunção cardiovascular: hipotensão que requer tratamento com dopamina em doses iguais ou superiores a 5 mcg/kg/min, ou qualquer dose de
norepinefrina; Disfunção neurológica: diminuição do nível de consciência; Disfunção respiratória: PaO2/FiO2 < 300; Disfunção hepática: INR > 1,5; Disfunção renal,
oligúria, creatinina >2.0 mg/dL; Disfunção hematológica: contagem de plaquetas < 100.000/mm3. Como a nossa paciente em questão apresenta, além do quadro clínico
de colecistite, uma leucocitose de 19.500/mm³, ela se enquadra como uma colecistite grau II. Gabarito: letra B.
53 - 2022 UNAERP

» Um dos passos essenciais de uma colecistectomia segura é dissecar completamente o triângulo de Callot. Este é um dos passos da Visão Crítica de Segurança ou Visão
Crítica de Strasberg. A Visão Crítica de Segurança é obtida quando cumprimos três passos: - Dissecção do triângulo de Callot; - Visualização de duas e somente duas
estruturas entrando na vesícula (artéria cística e ducto cístico); - Dissecção do terço inferior da placa cística (tecido que entre a vesícula e o seu leito). O triângulo de
Callot é formado pelo ducto cístico, ducto hepático comum e borda inferior do fígado (imagem). A estrutura que passa no interior deste triângulo é artéria cística.
Resposta: letra A.

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54 - 2022 HPEV

» Estamos diante de uma mulher com dor em hipocôndrio direito há 4 dias com febre, náuseas e vômitos. Somente com estes dados, qual é a nossa grande hipótese
diagnóstica?

Sem dúvidas, é a colecistite aguda! Lembra que a colecistite é a inflamação da vesícula geralmente causada por um grande cálculo que impactou no cístico ou no
infundíbulo. O quadro clínico é a presença de uma dor em hipocôndrio direito com duração maior do que 6 horas associada à febre, náuseas e vômitos. Um sinal
semiológico muito característico da colecistite é a presença de sinal de Murphy. Este sinal consiste na interrupção súbita da inspiração durante a palpação no ponto
cístico. O exame de escolha para fechar o diagnóstico é a ultrassonografia de abdome e o tratamento é a colecistectomia videolaparoscópica o mais precoce possível
associada à antibioticoterapia. Gabarito: letra A.

55 - 2022 UNAERP

» Estamos diante de um caso de colecistite enfisematosa! Esta ocorre em apenas 1% dos pacientes com colecistite aguda e caracteriza-se pela presença de gás na parede
da vesícula biliar (aerobilia). A maioria dos pacientes são homens idosos (acima dos 60 anos) e diabéticos. Os germes mais frequentemente envolvidos são o Clostridium
perfringens, Clostridium welchii e aeróbios, como a E. coli. O quadro clínico é semelhante ao descrito para a colecistite calculosa. No entanto, a instalação é súbita, a
evolução mais rápida e o paciente apresenta reposta inflamatória sistêmica mais intensa. Sua característica patognomônica é a presença de gás na topografia de
vesícula biliar, visualizado na radiografia simples de abdome. O tratamento é a colecistectomia emergencial, pois o risco de gangrena e perfuração é muito alto.
Resposta: letra E.

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56 - 2022 UNAERP

» Estamos diante de um paciente que apresenta a Pêntade de Reynolds: icterícia, dor abdominal, febre, hipotensão e confusão mental. Lembra que a presença somente de
icterícia, dor abdominal e febre caracteriza a Tríade de Charcot, o que sugere fortemente colangite aguda. Já a Pêntade sugere colangite aguda grave! Muito
provavelmente, pela história prévia de dor em hipocôndrio direito, a causa desta colangite deve ser uma coledocolitíase. A conduta imedita deve ser a descompressão
das vias biliares para a resolução do processo infeccioso, além de tratamento com antibioticoterapia. Esta descompressão deve ser feita preferencialmente com
colangiopancreatografia retrógada endoscópica (CPRE). Resposta: letra E.

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57 - 2022 HOS

» O caso em questão nos coloca diante de uma paciente idosa com dor abdominal, prurido, vômitos e síndrome colestática associada a emagrecimento importante (17
quilos nos últimos 4 meses). No exame físico observamos uma vesícula biliar distendida, palpável e não dolorosa (sinal de Courvoisier-Terrier). Ultrassonografia
abdominal indica uma vesícula biliar alitiásica e distendida, com importante dilatação das vias biliares intra e extra-hepáticas e colédoco difusamente dilatado, não
identificando fator obstrutivo. Na tomografia observamos aumento da cabeça do pâncreas com dilatação das vias biliares. Vamos às opções: O cisto no colédoco é
uma dilatação cística segmentar dos ductos biliares. Acomete mais comumente o ducto biliar comum mas, pode envolver qualquer porção dos ductos biliares, tanto o
sistema intra como o extra-hepático, ou combinação de ambos. A tríade clássica dos sinais e sintomas, que consistem de dor abdominal, icterícia e massa abdominal
palpável, está presente em menos de 20% dos casos. No entanto, 2/3 dos casos possuem pelo menos dois dos três achados. A TC não é sugestiva de cisto de colédoco.
Portanto, a opção A está incorreta. No tumor de vesícula biliar o paciente pode apresentar o quadro clínico descrito porém geralmente a vesícula será uma massa
palpável endurecida. A tomografia não é sugestiva de tumor de vesícula biliar. Opção B, portanto, está incorreta. A coledocolitíase é uma condição onde existe a
presença de cálculos biliares no ducto biliar comum, sendo a principal causa a colelitíase, que está ausente no quadro clínico em questão. Além disso, a coledocolitíase
cursa com icterícia flutuante, sem síndrome consuptiva. Logo, a opção C está incorreta. Quando os tumores de retroperitônio são menores de 5cm, raramente são
percebidos pelos pacientes, até que atinjam tamanhos maiores. Como manifestações clínicas, apresentam principalmente massa abdominal e perda de peso, dor
abdominal vaga e difusa. O diagnóstico diferencial é com hematoma (geralmente associado à história de trauma ou anticoagulantes), abscessos (que cursam com febre,
leucocitose) e metástase ou cistos (rim, pâncreas, adrenal). linfomas de retroperitôneo podem cursar com emagrecimento importante porém não evidenciamos síndrome
colestática importante associada. Opção D está incorreta. As neoplasias periampulares são neoplasias ao redor da ampola de Vater. Podendo ocorrer tumor de
pâncreas (mais comum), tumor de papila, tumor de colédoco e tumor duodenal. As manifestações clínicas mais comuns desses tumores são: icterícia, colúria, prurido,
perda de peso, sinal de Courvoisier-Terrier e dor abdominal. A questão nos traz um quadro clínico compatível, nesse caso mais provavelmente a origem sendo a cabeça
do pâncreas. Logo, a opção E está correta. Gabarito da questão: letra E.

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58 - 2022 ABC

» A alfafetoproteína (AFP) é uma importante proteína do soro fetal, que é sintetizada no fígado, saco vitelino e intestino do feto, com funções de transporte plasmático e de
manutenção da pressão oncótica, desaparecendo no primeiro ano de vida. Na vida adulta, seus níveis séricos encontram-se entre 5ng/mL e 15ng/mL, possui vida média
de 5-7 dias. Níveis acima de 500ng/mL são altamente sugestivos de malignidade, e valores acima 1000ng/mL são indicativos de presença de neoplasia. Esta proteína
pode estar elevada em pacientes portadores de tumores gastrintestinais, hepatocarcinoma e tumores de testículo, mas também em condições benignas como, hepatite
crônica, cirrose e gestação. Pode ser encontrada em 70% dos tumores testiculares não seminomatosos. É sintetizada pelo carcinoma embrionário puro, teratocarcinoma,
tumor de saco vitelino e por tumores mistos. O coriocarcinoma e o seminoma puro não a produzem. Pacientes tabagistas, portadores de litíase renal, endometriose ou
hipertireoidismo não elevam a AFP. Diante disso, dentre as alternativas citadas a única doença que pode elevar esse marcador e limitar o seu uso é a hepatite crônica.
Resposta: letra B.

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59 - 2022 HIS

» As indicações de colecistectomia são: paciente com litíase sintomática, cálculo grande (> 2,5-3 cm), presença de pólipo + cálculo, vesícula em porcelana, presença de
anomalias anatômicas congênitas, cálculos pretos (hemólise crônica), pré-transplante hepático. Em casos de pólipo, também podemos indicar a cirurgia se: idade > 60
anos, lesão > 1 cm ou em crescimento, paciente sintomático, presença de colangite esclerosante. Logo, a indicação de cirurgia está no paciente da letra D (vesícula em
porcelana).

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60 - 2022 SMS - SP

» A síndrome de Mirizzi é definida como uma obstrução extrínseca do ducto hepático comum por um grande cálculo impactado no ducto cístico ou no infundíbulo da
vesícula. Não tem nada a ver com cáculo em hepatocolédoco, malformação congênita, estenose de ducto hepático ou com compressão pancreática! Entretanto, vamos
aproveitar a questão para revisar um pouco sobre o assunto: sabemos que a obstrução pode ser simplesmente mecânica ou secundária à inflamação por episódios
frequentes de colangite. É rara na prática (0,7-1,8% das colecistectomias), mas muito comum nos concursos, aumentando o risco de lesão iatrogênica da via biliar
durante a colecistectomia laparoscópica. A apresentação clínica é marcada por síndrome colestática (icterícia, colúria, hipocolia fecal, prurido) de curso progressivo,
complicado com episódios recorrentes de colangite bacteriana aguda (icterícia + dor biliar + febre). Iniciamos a investigação com a USG abdominal, mas a confirmação
deve ser feita pela colangiografia endoscópica (CPRE) ou, se necessário, pela Colangiografia Trans-hepática Percutânea. O tratamento é sempre cirúrgico e associado à
colecistectomia. A cirurgia laparoscópica pode ser tentada, mas a taxa de conversão para cirurgia aberta é bastante alta. O manejo específico dependerá do tipo: - Tipo I
(sem fístula): coledocotomia com exploração da via biliar e colocação do tubo em "T" (dreno de Kehr). - Tipo II: sutura da fístula ou coledocoplastia. - Tipo III:
coledocoplastia. - Tipo IV: colecistectomia + derivação bilioentérica Resposta: letra A.

61 - 2022 IOVALE

» Um grupo de tumores malignos que obstrui a via biliar distal (colédoco) são denominados tumores periampulares, pela sua proximidade ou intimidade com a papila de
Vater (ampola de Vater). São eles: carcinoma de cabeça de pâncreas (85% dos casos); carcinoma da ampola de Vater; colangiocarcinoma distal (colédoco); tumor de
duodeno próximo à ampola de Vater. Todos eles têm um ponto em comum: icterícia colestática progressiva e vesícula de Courvoisier-Terrier. A vesícula de Courvoisier-
Terrier é um importante achado semiológico caracterizado por vesícula distendida e palpável que, como já vimos, é típica das neoplasias periampulares. Logo, a única
opção de resposta é o câncer de pâncreas. As demais opções não cursam com a vesícula de Courvoisier-Terrier. Resposta certa: letra D.

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62 - 2022 HOS

» Questão sobre neoplasias hepáticas benignas. Vamos analisar as alternativas: - Alternativa A: incorreta. Os adenomas hepáticos, caracteristicamente, revelam-se lesões
de maior prevalência em mulheres jovens, especialmente naquelas que utilizam contraceptivos hormonais. Devemos lembrar que o adenoma apresenta o sangramento
como principal complicação. - Alternativa B: incorreta. A hiperplasia nodular focal revela-se uma lesão benigna e com um potencial de complicações (ruptura,
sangramento) extremamente baixo. Por isso, na maior parte das vezes, o tratamento é conservador. - Alternativa C: incorreta. Embora os cistos hepáticos possam se
associar a complicações graves, aqueles caracterizados como achados incidentais de exames, como os especificados pela questão, especialmente quando simples e
pequenos, não necessitam de abordagem cirúrgica. - Alternativa D: correta. Os hemangiomas são os tumores hepáticos benignos mais comuns na população.
Caracteristicamente, apresentam maior prevalência em mulheres, especialmente naquelas com idade entre 30 e 50 anos. - Alternativa E: incorreta. Os tumores
hepáticos mais comuns em crianças são os hemangiomas. Resposta correta: alternativa D.

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63 - 2022 PUC - SP

» Vamos avaliar as opções: Letra A: incorreta. O cisto de colédoco é uma anomalia congênita na qual uma ou mais porções da via biliar sofrem uma dilatação cística
permanente. Na maioria das vezes, apresenta-se na infância, antes ou após os dois anos de vida. A tríade clássica consiste em icterícia, dor no QSD e massa palpável
mas está presente na minoria dos casos (10%). A maioria dos pacientes se manifesta com dor biliar e icterícia flutuante, simulando uma coledocolitíase. A doença
também pode se manifestar na fase adulta, sem massa palpável. Na USG temos uma dilatação de vias biliares sem cálculos. Letra B: incorreta A colangite cursa com a
Tríade de Charcot (icterícia com colúria + dor biliar + febre alta com calafrios) ou Pêntade de Reynolds (tríade de Charcot + hipotensão + estado confusional) na forma
supurativa ou tóxica. Nosso paciente não apresenta febre. Geralmente a colangite ascendente é decorrente de cálculo intraluminal no colédoco. Letra C: incorreta. O
quadro clínico é até sugestivo (dor aguda associada a náuseas e vômitos) e a maioria dos casos está associada ao alcoolismo ou cálculos biliares. Quase todos os
pacientes com pancreatite aguda apresentam dor abdominal superior aguda no início. A dor é constante e pode estar no epigástrio médio, quadrante superior direito,
difusa ou, raramente, confinada ao lado esquerdo. A cólica biliar, que pode anunciar ou progredir para pancreatite aguda, pode ocorrer pós-prandial. Na USG vemos um
pâncreas hipoecoico difusamente aumentado. A pancreatite, porém, não é causada por compressão extrínseca, mas sim pela passagem intraluminal de cálculos ou
microcálculos com obstrução. Letra D: correta. A síndrome de Mirizzi é a obstrução de ducto hepático comum por um cálculo impactado no infundíbulo da vesícula ou
no ducto cístico. A compressão ocorre por dois fenômenos: efeito mecânico pela proximidade das estruturas e secundária à inflamação do ducto. Por se manifestar com
síndrome colestática, esta condição faz diagnóstico diferencial com diversas outras entidades: coledocolitíase, estenose cicatricial de colédoco, colangite esclerosante,
tumores que obstruem a via biliar etc. Resposta: letra D.

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64 - 2022 HSL - RP

» O triângulo de Calot, também conhecido como triângulo hepatobiliar, nada mais é do que um espaço anatômico, que é delimitado por algumas estruturas. Dentre essas
estruturas que compõe os seus limites, temos: o ducto hepático comum central, o ducto cístico lateral e a borda inferior do fígado. Sendo assim, o triangulo vai possuir
três limites para a sua identificação: o limite superior é a borda inferior do fígado. O limite medial, por outro lado, é o ducto hepático comum, e o limite inferior é o ducto
cístico. Resposta: letra C.
65 - 2022 HMASP

» Questão direta, sobre epidemiologia dos tumores malignos hepáticos. Os tumores malignos primários do fígado se assemelham e surgem das principais células
constituintes do fígado, a saber, hepatócitos (dando origem ao carcinoma hepatocelular), células epiteliais biliares (colangiocarcinoma e cistadenocarcinoma biliar),
células endoteliais (angiossarcoma, hemangioendotelioma epitelioide) ou combinações dessas células com várias células mesenquimais (por exemplo, hepatoblastoma).
Alguns (por exemplo, carcinoma hepatocelular- colangiocelular combinado) representam a colisão de dois tumores diferentes ou podem resultar da transformação
maligna das células progenitoras hepáticas com diferenciação ao longo de duas linhagens celulares diferentes. No entanto, os tumores hepáticos secundários (ou seja,
metástases de um sítio primário não hepático) são os tumores hepáticos malignos mais frequentes, superando os tumores hepáticos malignos primários por uma grande
margem, sendo até 30x mais comum que os primários. Habitualmente, estas lesões vêm do trato gastrointestinal (cólon, estômago, pâncreas, vias biliares e esôfago).
Resposta: letra A.

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66 - 2022 UNOESTE

» Pessoal, estamos diante de uma paciente de 72 anos que apresenta icterícia obstrutiva (icterícia e colúria), além de dor abdominal leve e perda ponderal. Ao exame de
tomografia, foi detectada uma massa sólida de 5 cm de diâmetro na cabeça do pâncreas, em íntimo contato com veia porta, além de dilatação de 3 cm do colédoco e
linfonodomegalia de 1,5 cm no tronco celíaco. Qual é o exame subsequente para diagnóstico? Ora, trata-se de um tumor periampular, com invasão da da veia
mesentérica superior. Assim, para confirmarmos o diagnóstico, necessitamos de uma biópsia da lesão. Qual o método ideal? Atualmente, o melhor método para a
aquisição de amostras da região periampular revela-se a ecoendoscopia com punção ecoguiada. Esse exame, realizado geralmente em conjunto com uma endoscopia de
visão lateral (semelhante à CPRE), apresenta a possibilidade da realização de uma punção ecoguiada para a análise da amostra, tanto da lesão principal, quanto dos
linfonodos. Mais precisamente, geralmente realiza-se uma punção com agulha fina e o diagnóstico é citológico. Existe ainda a possibilidade de a paciente necessitar de
uma CPRE. A endoscopia digestiva alta simples não consegue visualizar a região com precisão e realizar biópsias adequadamente. A enteroscopia por cápsula
endoscópica é um exame útil na detecção de anormalidades ocultas do íleo, em regiões não alcançáveis por endoscopia digestiva alta nem colonoscopia. A laparotomia
exploradora é um procedimento extremamente invasivo, não sendo utilizada para confirmações diagnósticas. A cintilografia é um exame útil na detecção de
sangramentos digestivos. Logo, a melhor alternativa é a realização de uma ecoendoscopia com punção ecoguiada da massa. Resposta: letra A.

67 - 2022 HMASP

» A colangite aguda é uma infecção bacteriana do trato biliar que pode se manifestar através da famosa Tríade de Charcot (febre + icterícia + dor abdominal). Nos casos
mais graves, os pacientes podem apresentar a Pentade de Reynolds (febre + icterícia + dor abdominal + alteração do nível de consciência + hipotensão). Resposta:
Letra A.

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68 - 2022 REVALIDA - USP SP

» A questão descreve uma paciente com idade relativamente avançada com manifestações clínicas de síndrome colestática, caracterizada por dor no hipocôndrio direito
intensa, icterícia, colúria e acolia fecal. Nesse contexto, podemos dizer que as duas principais hipóteses passam a ser uma obstrução biliar por cálculos no colédoco - ou
seja, coledocolitíase - ou obstrução biliar neoplásica - por exemplo, um tumor periampular (ex.: tumor de cabeça de pâncreas ou colangiocarcinoma). Vamos analisar as
alternativas:A) Incorreta. O primeiro exame a ser solicitado é o USG de abdome, que é capaz de avaliar o parênquima hepático e também a presença de complicações
relacionadas à árvore biliar e vesícula, como obstruções, dilatações, massas e cálculos. B) Correta. Toda coledocolitíase deve ser drenada, sendo a via preferencial a
endoscópica (CPRE), por ser menos invasiva e ter menos complicações quando comparada a outras opções, como a drenagem cirúrgica ou percutânea.C) Incorreta.
Nesse caso, o mais apropriado seria solicitar um exame de imagem com melhor capacidade de avaliar a via biliar com objetivo de diagnosticar o ponto obstrutivo que o
USG de abdome possa não ter identificado, como a colangiorresonância.D) Incorreta. Como já comentamos, independente da maior prevalência de neoplasias com o
avançar da idade, o primeiro exame a ser solicitado é o USG abdominal.Resposta: letra B.

69 - 2022 IGESP

» Vamos aproveitar a questão para relembrar a classificação de Todani (imagem): Tipo I - Dilatação da via biliar extra-hepática. Este tipo pode ser subdividido em IA, IB e
IC. IA: dilatação cística sacular de toda a via biliar extra-hepática. IB: dilatação focal de um segmento da via biliar extra-hepática. IC: dilatação fusiforme de toda a via
biliar extra-hepática. Tipo II - Divertículo de colédoco; Tipo III - Coledococele ou divertículo intra-duodenal; Tipo IV - Múltiplos cistos. IVA: cistos na via biliar intra e extra-
hepática. IVB: cistos na via biliar extra-hepática. Tipo V - Múltiplos cistos exclusivamente intra-hepáticos (doença de Caroli). A questão trouxe uma dilatação fusiforme de
toda a via biliar extra-hepática, diante deste contexto, a melhor conduta deve ser realizarmos a ressecção de toda a área que está dilatada e isto inclui também a
resseção da vesícula biliar. Em seguida, devemos reconstruir o trânsito biliar através de uma derivação hepaticojejunal em Y de Roux. Resposta: letra A.

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70 - 2022 REVALIDA - USP SP

» Vamos analisar as alternativas a respeito da colecistite aguda:A) Incorreta. A colecistectomia laparoscópica é considerada a abordagem padrão para o tratamento
cirúrgico da colecistite calculosa aguda. É a via preferencial, a menos que haja uma contraindicação absoluta à laparoscopia, ou indisponibilidade técnica.B) Incorreta. O
tratamento da colecistite aguda, vale a pena ressaltar, é cirúrgico, com a colecistectomia por vídeo sendo preferencialmente realizada o quanto antes, durante a
internação hospitalar, dentro de até 72 horas dos sintomas iniciais.C) Correta. Hemograma completo e PCR são marcadores inflamatórios comumente elevados durante a
colecistite aguda. TGO, TGP, FA e bilirrubinas são exames hepatobiliares que ajudam a prever a presença de complicações associadas, como por exemplo coledocolitíase.
D) Incorreta. A presença de coledocolítase ocorre em apenas 5 a 15% dos pacientes com colecistite aguda. Nesse sentido, a exploração intra-operatória com
colangiografia (com objetivo de diagnosticar e retirar esses cálculos) só deve ser realizada em pacientes que possuam preditores de moderado a alto risco para
coledocolitíase, como por exemplo alteração nos exames hepatobiliares supracitados, dilatação do colédoco no exame de imagem e/ou idade avançada (> 55
anos).Resposta: letra C.
71 - 2022 IGESP

» Estamos diante de uma imagem tomográfica de colecistite enfisematosa. Podemos visualizar a presença de gás no interior da parede da vesícula, bem como
espessamente da mesma. Esta condição ocorre em apenas 1% dos pacientes com colecistite aguda e caracteriza-se pela presença de gás na parede da vesícula biliar. A
maioria dos pacientes são homens idosos (acima dos 60 anos) e diabéticos. Os germes mais frequentemente envolvidos são o Clostridium perfringens, Clostridium
welchii e aeróbios, como a E. coli. O quadro clínico é semelhante ao descrito para a colecistite calculosa. No entanto, a instalação é súbita, a evolução mais rápida e o
paciente apresenta reposta inflamatória sistêmica mais intensa. Sua característica patognomônica é a presença de gás na topografia de vesícula biliar. O tratamento é a
colecistectomia emergencial, pois o risco de gangrena e perfuração é muito alto. Resposta: letra C.

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72 - 2022 ABC

» O quadro de colecistite aguda calculosa está muito bem ilustrado: - há fatores de risco – sexo feminino e gestação; - há clínica – febre e dor em hipocôndrio direito; - há
exames laboratoriais – leucocitose com desvio à esquerda; - e há exame de imagem compatível – espessamento da parede vesicular, com líquido ao seu redor, e cálculos
em seu interior. Percebeu? A doença se manifesta de forma bem parecida com os casos em não gestantes, com uma diferença: os sinais de irritação peritoneal –
incluindo o de Murphy – são mais difíceis de perceber, pela distorção anatômica das vísceras abdominais devida ao útero gravídico. Enfim, o grande lance da questão é
determinar a conduta... Que é a mesmíssima realizada na população geral: internação, antibioticoterapia e colecistectomia videolaparoscópica, idealmente nas primeiras
72h, geralmente após estabilização clínica (letras B, D e E incorretas). Porém, segundo algumas referências bibliográficas, adiar a cirurgia da vesícula biliar para depois
do parto é alternativa razoável em gestantes próximas ao termo. Isso porque, em vários estudos populacionais, a colecistectomia durante o terceiro trimestre foi
associada ao aumento do risco de parto prematuro em comparação com a cirurgia pós-parto... E agora? Como escolher entre "A" e "C"? Até poderíamos pensar que a
alternativa "C" foi muito seca, não tendo citado estabilização clínica e antibioticoterapia, o que nos levaria então a ficar com a letra "A". Contudo, muitos candidatos se
sentiram prejudicados pela existência de duas alternativas plausíveis; por esse motivo, empaticamente formulamos recurso e a questão acabou sendo anulada.

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73 - 2022 IGESP

» A colecistite aguda pode ser classificada em: grau I (leve), grau II (moderada) e grau III (grave): Grau I (leve): ausência de critérios para moderada e grave; Grau II
(moderada): presença de algum dos achados abaixo, mas sem disfunção orgânica:Leucocitose > 18.000/mm3;Massa palpável e dolorosa no QSD;> 72 horas de
evolução;Evidências de complicação local: abscesso perivesicular, abscesso hepático, coleperitônio e colecistite aguda enfisematosa; Grau III (grave): presença de
disfunção orgânica/sistêmica: - Cardiovascular: hipotensão com necessidade de aminas vasoativas; - Neurológica: rebaixamento do nível de consciência; - Respiratório:
relação PaO2/FiO2 < 300;Renal: oligúria, creatinina > 2,0 mg/dl;Hepática: INR > 1,5; - Hematológica: plaquetopenia < 100.000/mm3. O tratamento deve levar em
consideração o grau da colecisite aguda e o estado geral do paciente. Para todos os casos devemos iniciar antibioticoterapia, suporte hidroeletrolítico, analgesia e
monitorização; Grau I (leve): colecistectomia videolaparoscópica. Se o paciente não tolerar a cirurgia, tratamento com antibioticoterapia + cirurgia tardia. Grau II
(moderado): colecistectomia videolaparoscópica (centros avançados). Se o paciente não tolerar a cirurgia, tratamento com antibioticoterapia + colecistostomia. Grau III
(grave): tratamento conservador com colecistostomia até a correção da disfunção orgânica. Assim que o paciente estiver estável, indica-se a CVL por um cirurgião
experiente. O nosso paciente apresenta três disfunções: injúria renal aguda, plaquetopenia e hipoxemia. Portanto estamos diante de uma colecistite grau III (grave), o
tratamento neste caso deve ser conservador e realização de colecistostomia até a correção da disfunção orgânica. Assim que o paciente estiver estável, indica-se a CVL
por um cirurgião experiente. Resposta: letra B.

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74 - 2022 ABC

» A Visão Crítica da Segurança (VCS) proposta por Strasberg é técnica para a identificação dos elementos críticos do triângulo de Calot durante a cirurgia. Esta técnica foi
adotada em vários programas de ensino e com a proposta de reduzir o risco de lesão do ducto biliar. O triângulo de Calot, também conhecido como triângulo
hepatobiliar, nada mais é do que um espaço anatômico, que é delimitado por algumas estruturas. Dentre essas estruturas que compõe os seus limites, temos: o ducto
hepático comum central, o ducto cístico lateral e a borda inferior do fígado. Sendo assim, o triangulo vai possuir três limites para a sua identificação: o limite superior é a
borda inferior do fígado. O limite medial, por outro lado, é o ducto hepático comum, e o limite inferior é o ducto cístico. O reconhecimento dessa estrutura é muito
importante, pois, com isso, o cirurgião é capaz de identificar as estruturas que delimitam esse triangulo no momento da cirurgia, principalmente na cirurgia de
colecistectomia (retirada de vesícula biliar). O triângulo de Calot contém em seu interior a artéria cística, que consiste em um ramo da artéria hepática direita acessória.
O triângulo de Calot abriga ainda outras estruturas, como por exemplo a artéria hepática direita aberrante (que consiste em um ramo da artéria hepática direita) e os
ductos hepáticos aberrantes, também conhecidos como ductos hepáticos acessórios. Sendo assim, vamos às alternativas: Letra A: incorreta. O colédoco não é uma das
estruturas visualizadas nessa técnica. Letra B: incorreta. O colédoco não é uma das estruturas visualizadas nessa técnica. Letra C: correta. Como vimos acima, o ducto
cístico e a artéria cística são estruturas visualizadas nessa técnica. Letra D: incorreta. Tanto o colédoco quanto a primeira porção duodenal não são estruturas
visualizadas nessa técnica. Letra E: incorreta. A primeira porção duodenal não é uma das estruturas visualizadas nessa técnica. Resposta: letra C.

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75 - 2022 SCMA - SP

» A presença de cálculos na vesícula biliar (colelitíase), em geral não acarreta nenhum sintoma ou mesmo morbidade. Entretanto, em um pequeno número de portadores,
estes cálculos podem tanto originar sintomas (dor abdominal em cólica no quadrante superior direito relacionada à alimentação) quanto complicações. As principais
complicações são decorrentes da migração de um ou mais cálculos ou para o ducto cístico, ou para o colédoco. Segundo a American Society for Gastrointestinal
Endoscopy (ASGE), quanto mais sugestivo de coledocolitíase for, mais indicação de fazer CPRE (método diagnóstico e terapêutico) nós temos. No caso em questão, já
está dito que o paciente apresentava colecistopatia (já tendo sido submetida a colecistectomia) e coledocolitíase, logo, vamos avaliar as alternativas: Letra A: incorreta.
A colecistectomia videolaparoscópica é a opção de escolha para colecistectomia, que já foi realizada previamente. Letra B: correta. A CPRE com papilotomia e extração
dos cálculos da via biliar principal é a opção menos invasiva e acessível na maior parte dos centros, sem necessidade de manipulação cirúrgica da via biliar. Letra C:
incorreta. A colecistectomia por laparotomia é a opção de escolha para colecistectomia, que tenha contra indicação à realização de colecistectomia videolparoscópica (de
escolha), como por exemplo nos casos de instabilidade hemodinâmica. Letra D: incorreta. A drenagem percutânea de via biliar guiada por exame de imagem é
reservada para casos de colangite, por exemplo, quando há instabilidade e/ou impossibilidade de resolução do problema (instabilidade clínica, lesões estenosantes
tumorais…) e é imperativo que se drene as vias biliares para controle infeccioso. Resposta: letra B.
76 - 2022 SCMRP

» A colecistectomia insegura é quando há subversão anatômica da região, que dificulta ou impede a correta identificação de estruturas anatômicas. Este cenário aumenta
consideravelmente o risco de lesões iatrogênicas das vias biliares. A melhor forma de prevenção, ou seja, de promover a colecistectomia segura é realizar a visão crítica
de segurança ou também conhecida como visão crítica de Straberg. Para atingir a visão crítica de segurança, devemos estabelecer três critérios: 1. Dissecar
completamente o triângulo de Calot; 2. Visualizar duas e somente duas estruturas entrando na vesícula; 3. Dissecar o terço inferior da placa cística. Gabarito: letra C.

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77 - 2022 SCMV

» Vamos analisar as assertivas: 1. Verdadeira. Quando maior o IMC, maior a espessura da parede abdominal em função do maior acúmulo de tecido celular subcutâneo,
por isso, é mais prudente utilizar trocartes e pinças longas. 2. Falsa. A técnica francesa é aquela em que o cirurgião se posiciona entre as pernas do paciente, já a
técnica americana, quando o cirurgião se posiciona ao lado esquerdo do paciente. O ângulo de Charpy é o ângulo formado pelos rebordos costais e pelo apêndice xifoide.
Quanto mais agudo este ângulo, mais difícil de visualizar a vesícula biliar pelo lado esquerdo, portanto, nestes casos, a melhor técnica seria a francesa. 3. Falsa. A última
assertiva na realidade traz duas proposições. A colangiografia pode ser empregada para os casos onde há maior risco de via biliar, nestes casos, a finalidade deste
exame é desenhar e identificar com mais precisão a anatomia da árvore biliar. Já o diabetes por si só não dificulta o ato operatório, pode aumentar o risco de
complicações pós-operatórias. Sequência correta: V - F - F. Resposta: letra B.

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78 - 2022 SCML

» Vamos analisar as alternativas: Letra A: correta. A colangite nada mais é do que uma infecção da árvore biliar secundária à estase de bile. Por esse motivo, os motivos
essenciais para que esta condição ocorra é a presença de obstrução biliar e a presença de bactérias na árvore biiar. Letra B: incorreta. As bactérias mais comuns que
causam a colangite aguda são a Escherichia Coli e a Klebsiella. Letra C: incorreta. A tríade de Charcot é composta por dor abdominal em hipocôndrio direito, febre e
icterícia. Letra D: incorreta. Na verdade, a CPRE é o melhor método para tratar uma colangite secundária a uma coledocolitíase. É a forma menos mórbida e menos
invasiva de desobstruir a árvore biliar. Letra E: incorreta. A pêntade de Reynolds, que indicada uma forma grave de colangite, é composta pela tríade de Charcot,
alteração do estado mental e instabilidade hemodinâmica. Resposta: letra A.

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79 - 2022 SCMV

» Questão polêmica. Além do estrogênio, anticoncepcionais orais e octreotide, diuréticos tiazídicos, duas outras drogas podem promover a formação de cálculos biliares:
clofibrato e ceftriaxona. Clofibrato, um agente redutor de colesterol agora raramente usado, está fortemente associado a cálculos biliares. O clofibrato e outros fibratos
(por exemplo, bezafibrato) reduzem a secreção de ácidos biliares inibindo a enzima limitante da taxa de síntese de ácidos biliares, colesterol 7-alfa-hidroxilase. Isso
resulta em bile supersaturada de colesterol e precipitação de cálculos. A ceftriaxona (cefalosporina de terceira geração) é uma das principais causas de formação de lodo
biliar em pacientes hospitalizados. A excreção biliar é responsável por até 40 % da eliminação da ceftriaxona e as concentrações do fármaco na bile podem chegar a 200
vezes a do soro. Quando supersaturada, a ceftriaxona forma um complexo com cálcio e precipita para fora da bile. Esse processo provavelmente é potencializado em
pacientes de unidade de terapia intensiva que não são alimentados por via enteral e apresentam estase biliar. Vamos avaliar as alternativas: Letra A: incorreta. O AAS
é considerado um medicamento capaz de prevenir a litíase biliar, por reduzir a produção de muco da vesícula. Letra B: correta. Os tiazídicos foram implicados em
alguns estudos como potencializadores da formação de colelitíase e colecistite. Letra C: correta. Conforme vimos acima, a ceftriaxone é uma cefalosporina e é
sabidamente relacionada ao aumento do risco de desenvolvimento de colelitíase. Letra D: incorreta. O metronidazol é um antibiótico utilizado no tratamento de colite
pseudomembranosa, gastroenterites bacterianas, dentre outras infecções. Não tem relação com o aumento do risco para colelitíase. A equipe do MEDGRUPO acredita
que a questão deveria ter sido anulada pois existem duas opções possíveis de resposta. Gabarito liberado pela banca: letra B.

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80 - 2022 FAMERP

» As manifestações clínicas da paciente em questão são sugestivas de colecistite aguda: dor intensa em quadrante superior direito do abdome + febre + leucocitose +
alterações características na ultrassonografia de abdome superior. Essa condição pode ser classificada em leve (grau I), moderada (grau II) ou grave (grau III), de acordo
com o guideline de Tókio de 2018. São critérios para colecistite grave (grau III): - Disfunção neurológica: rebaixamento do nível de consciência; - Disfunção respiratória:
relação PaO2/FiO2 < 300; - Disfunção cardiovascular: hipotensão com uso de drogas vasoativas; - Disfunção hematológica: plaquetas < 100.000; - Disfunção hepática:
INR > 1,5; - Disfunção renal: oligúria ou creatinina > 2 mg/dl. São critérios para colecistite moderada (grau II): - Massa palpável e dolorosa em quadrante superior direito
do abdome; - Sintomas há > 72 horas; - Colecistite gangrenosa, abscesso pericolecístico, abscesso hepático, peritonite biliar ou colecistite enfisematosa; - Leucócitos >
18.000. A paciente apresenta sintomas há > 72 horas e leucócitos > 18.000, o que permite classificar a colecistite aguda como moderada (grau II). Gabarito: letra B.

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81 - 2022 FAMEMA

» O provável diagnóstico desse adolescente é de colelitíase: perceba a dor no hipocôndrio direito – topografia clássica – associada a náuseas e vômitos... Agora, o que tem
a ver a doença de base do paciente com a colelitíase? Tudo! Esse jovem não tem – ou, pelo menos, o enunciado não cita – os fatores de risco clássicos para a formação
de cálculos de colesterol, tipo principal de concreção biliar: não é do sexo feminino, não é obeso... E aí? Como explicar a colelitíase nesse cenário? Simples. Em condições
hemolíticas crônicas, como a anemia falciforme, há grande produção de bilirrubina indireta. Esta é conjugada pelos hepatócitos e lançada na bile como bilirrubina direta.
Até aqui, tudo bem... O problema é que a bilirrubina direta em excesso é reconvertida, por bactérias biliares, a bilirrubina indireta. Sim, as bactérias biliares fazem
espécie de engenharia reversa com a bilirrubina... O resultado é que a bilirrubina indireta forma sais de bilirrubinato de cálcio, que dão origem a cálculos. Entendeu
agora? Enfim, o exame de escolha para o diagnóstico de colelitíase é a ultrassonografia de abdome. Pela existência de cálcio em sua composição, esses cálculos também
costumam aparecer na radiografia simples. As demais alternativas não são causa clássica de dor em hipocôndrio direito (letras B, C e D incorretas). Resposta: letra A.

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82 - 2022 SEMAD

» A fissura ou fenda que se localiza no lobo direito anterior ao segmento I do fígado é o famoso sulco de Rouviere. Este marco é de grande importância para a dissecção da
vesícula biliar. Esta dissecção deve ser feita acima deste sulco, pois abaixo o risco de lesão iatrogênica do ducto colédoco ou mesmo da artéria hepática é muito alto.
Resposta: letra B.

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83 - 2022 SEMAD

» O mecanismo através do qual os pacientes cirróticos desenvolvem litíase biliar ainda é incerto. Os fatores mais provavelmente relacionados são: a hemólise crônica
intravascular e a secundária ao hiperesplenismo presente nos pacientes com hipertensão portal (letra A: correta). O acúmulo de bilirrubina indireta decorrente da
conjugação deficiente e o aumento nos níveis séricos de estrogênio ocasiona hipomotilidade vesicular (letras B e C: corretas). A secreção de ácidos biliares está
reduzida em pacientes com cirrose hepática, assim como a secreção de colesterol e fosfolipídios. Logo, os cálculos formados são, na maioria das vezes, do
tipo pigmentar enquanto na população geral a maioria dos cálculos é de colesterol (letra D: correta). Já a síndrome de Budd-Chiari é a obstrução de efluxo hepático
venoso geralmente ao nível das veias retro-hepáticas e esta condição não está associada à cirrose hepática (letra E: incorreta). Resposta: letra E.

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84 - 2022 UNIMED - RJ

» O abscesso hepático piogênico geralmente se desenvolve após um quadro de peritonite devido ao extravasamento de conteúdo intraluminal intestinal com consequente
disseminação para fígado via circulação portal, ou através de disseminação direta em um contexto de infecção biliar. Também pode resultar de disseminação arterial
hematogênico em um contexto de infecções sistêmicas. A maioria dos abscessos hepáticos piogênicos são polimicrobianos, com predomínio de bacilos entéricos gram-
negativos e espécies anaeróbias. Na ultrassonografia os abscessos piogênicos podem variar de lesões hipoecoicas a hiperecoicas, podendo por vezes se visualizar ecos
internos refletindo resíduos ou septações. A drenagem é um componente importante do manejo dos abscessos hepáticos piogênicos, devendo ser tentada sempre
quando possível, pois é tanto terapêutica quanto diagnóstica, permitindo o diagnóstico microbiológico. Para abscessos únicos e uniloculares com diâmetro ≤ 5 cm,
drenagem percutânea com colocação de cateter ou punção aspirativa por agulha são alternativas aceitáveis. Para aqueles > 5 cm, drenagem percutânea com colocação
de cateter é preferível. A drenagem cirúrgica estará indicada em pacientes com resposta inadequada à drenagem percutânea após sete dias, ou cujos abscessos tenham
conteúdo viscoso que obstrua a drenagem do cateter. A antibioticoterapia empírica deve ser idealmente iniciada após coleta de material para análise microbiológica,
devendo se basear na fonte provável de infecção. Em um contexto de diverticulite complicada, um esquema possível seria, por exemplo, a associação de ceftriaxona e
metronidazol. Resposta: letra D.

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85 - 2022 UNIMED - RJ

» A hiperplasia nodular focal (HNF) é o tumor sólido benigno mais comum depois dos hemangiomas, com incidência entre 0,31 e 0,6%. Acredita-se que seja um resposta
hepatocelular hiperplásica (e não neoplásica) à hiperperfusão ou injúria vascular, originadas por uma artéria anômala no local da lesão. É composta de hepatócitos
circundados por uma cicatriz central em formato de estrela, sendo mais frequentemente encontrado em mulheres entre 20-50 anos. A sintomatologia varia desde
indivíduos assintomáticos (50-90%) até dor abdominal inepecífica. Como a lesão possui risco muito baixo de crescimento, rompimento ou de complicações o tratamento
é expectante na maioria dos casos. Procedimentos intervencionistas devem ser cogitados apenas em pacientes com sintomas intensos ou em raros casos de crescimento
progressivo da lesão. Logo, para a paciente da questão devemos apenas realizar o acompanhamento clínico ambulatorial. Resposta: letra D.

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86 - 2022 IFF

» O carcinoma hepatocelular fibrolamelar é uma variante que pode ser encontrado em pessoas jovens, média entre 25 e 30 anos (letra A correta), em ambos os sexos.
Este tumor não se relaciona ao uso de ACO, não é causado por VHB ou VHC (letra B incorreta), e quase sempre surge em um fígado não cirrótico (letra C incorreta).
Apresenta-se como uma massa abdominal, algumas vezes dolorosa. A alfa-feto-proteína (AFP) é normal, já que o tuor não a secreta (letra E incorreta). Pode haver
pseudo-hiperparatireoidismo com hipercalcemia. O USG mostra lesões homogêneas. A TC evidencia lesão hipodensa, que capta avidamente constrate, podendo haver
calcificações. A ressecabilidade é maior que no CHC habitual (letra D incorreta) e, mesmo em casos não ressecados, a sobrevida pode ser longa. O tratamento é
cirúrgico, através de ressecção ou transplante hepático. Resposta: letra A.

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87 - 2022 SMA - VR

» Vamos avaliar as assertivas quanto à colangite aguda: Letra A: incorreta. Geralmente a colangite ascendente é decorrente de cálculo intraluminal no colédoco. Letra
B: correta. De fato a colangite aguda é uma infecção bacteriana do sistema ductal biliar que ocorre em decorrência de estase biliar por obstrução ao fluxo normal da
bile. Letra C: correta. A colangite cursa com a Tríade de Charcot (icterícia com colúria + dor biliar + febre alta com calafrios) ou Pêntade de Reynolds (tríade de Charcot
+ hipotensão + estado confusional) na forma supurativa ou tóxica. Letra D: correta. A colangite cursa com a Tríade de Charcot (icterícia com colúria + dor biliar + febre
alta com calafrios) ou Pêntade de Reynolds (tríade de Charcot + hipotensão + estado confusional) na forma supurativa ou tóxica. Letra E: correta. O tratamento requer
início precoce de antibioticoterapia, resgate volêmico e drenagem das vias biliares. Resposta: letra A.

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88 - 2022 SMA - VR

» Paciente com abdome agudo caracterizado por dor em hipocôndrio direito (HCD) associada a febre com sinal de Murphy positivo. É descrito também que a paciente está
levemente ictérica. Esse é mais um clássico do abdome agudo inflamatório em adultos: a colecistite. Tudo bem que foi desnecessário a banca colocar no enunciado
"levemente ictérica". Sabemos que, de forma geral, a colecistite não cursa com icterícia. Quando ocorre um quadro de colecistite aguda com icterícia podemos pensar na
possibilidade de síndrome de Mirizzi (compressão do ducto biliar comum pelo cálculo impactado no infundíbulo), contudo, não temos essa opção entre as alternativas. O
problema é que colangite aguda, pode cursar com essa clínica. Lembram da tríade de Charcot? Ela é composta por dor em HCD, febre e icterícia. A diferença é que
normalmente a paciente ja estaria ictérica previamente, pois 70% dos casos de colangite são de origem biliar, ou seja, ja haveria coledocolitíase prévia. Diante disso,
podemos afastar essa possibilidade, mas foi maldade da banca colocar esse diagnóstico diferencial dentre as alternativas. Resposta: letra B.

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89 - 2022 SMA - VR

» A presença de cálculos na vesícula biliar (colelitíase), em geral não acarreta nenhum sintoma ou mesmo morbidade. Entretanto, em um pequeno número de portadores,
estes cálculos podem tanto originar sintomas (dor abdominal em cólica no quadrante superior direito relacionada à alimentação) quanto complicações. As principais
complicações são decorrentes da migração de um ou mais cálculos ou para o ducto cístico, ou para o colédoco. Segundo a American Society for Gastrointestinal
Endoscopy (ASGE), quanto mais sugestivo de coledocolitíase for, mais indicação de fazer CPRE (método diagnóstico e terapêutico) nós temos. No caso em questão, já
está dito que o paciente apresenta colecistopatia e coledocolitíase, logo, teremos que resolver os dois problemas. Vamos avaliar as alternativas: Letra A: incorreta. A
anastomose entre ducto hepático e alça de jejuno é um dos tratamentos para obstrução às vias biliares, como por exemplo nas estenoses benignas ou tratamento
paliativo em doenças neoplásicas avançadas, o que não é o caso em questão. Letra B: correta. A CPRE com papilotomia e extração dos cálculos da via biliar principal
seguida de uma colecistectomia videolaparoscópica é a opção menos invasiva e acessível na maior parte dos centros, sem necessidade de manipulação cirúrgica da via
biliar. Letra C: incorreta. A colecistectomia videolaparoscópica é a opção de escolha para colecistectomia e não a cirurgia aberta. Letra D: incorreta. A colecistostomia
é reservada para drenagem de vias biliares em casos de extrema gravidade, quando o paciente não tem condições clínicas para a realização de um procedimento
cirúrgico. Comum em casos de colecistite acalculosa grave, em pacientes em terapia intensiva. Letra E: incorreta. Colecistectomia videolaparoscópica com exploração
de vias biliares é indicada quando não temos diagnóstico de coledocolitíase e devemos procurar ativamente por cálculos no colédoco durante a colecistectomia.
Resposta: letra B.

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90 - 2022 FMP

» O quadro de colecistite aguda calculosa está muito bem ilustrado: - há fatores de risco – sexo feminino e diabetes e - há clínica – febre, além de dor e plastrão em
hipocôndrio direito. Diante desse diagnóstico, a banca pede a conduta. Atualmente, os guidelines Tokyo 2018 norteiam a conduta em pacientes como a ilustrada de
acordo com a gravidade. Grau I – leve: ausência de critérios para moderada e grave. Conduta: colecistectomia videolaparoscópica (CVL). Se o paciente não tolerar a
cirurgia, tratamento com antibioticoterapia + cirurgia tardia. Grau II – moderada: presença de algum dos achados a seguir, mas sem disfunção orgânica. Critérios:
Leucocitose > 18.000 / massa palpável e dolorosa em quadrante superior direito / evolução > 72h / sinais de complicação local, como abscesso perivesicular, abscesso
hepático, coleperitônio e colecistite aguda enfisematosa. Conduta: CVL (centros avançados). Se o paciente não tolerar a cirurgia, tratamento com antibioticoterapia +
colecistostomia. Grau III – grave: disfunção de órgão ou sistemas. Critérios: cardiovascular – hipotensão com necessidade de amina vasoativa / neurológica –
rebaixamento do nível de consciência / respiratória – relação PaO2/FiO2 < 300 / renal – oligúria, creatinina > 2 mg/dl / hepática – INR > 1,5 / hematológica –
plaquetopenia < 100.000. Conduta: colecistostomia de imediato + tratamento clínico até a correção da disfunção orgânica. Assim que a paciente estiver estável, indica-
se a CVL por um cirurgião experiente. A colecistite aguda da paciente em tela é classificada como grave, dado o rebaixamento de consciência. Assim, ficamos com a
alternativa B.

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91 - 2022 FMP

» O motivo da consulta realizada há sete dias na urgência foi quadro de colecistite aguda calculosa, muito bem ilustrado pela questão: - há fator de risco para doença
calculosa biliar – sexo feminino; - há clínica de colecistite – febre e dor em hipocôndrio direito; - há exame de imagem compatível – vesícula de paredes espessadas com
cálculo único de 3,5 cm impactado no seu infundíbulo. Após sete dias tratamento clínico com antibiótico, a paciente retorna sem febre, mas com dor – presumivelmente
na mesma topografia – e icterícia... O que será que aconteceu? Colecistite aguda não costuma se expressar com icterícia (letra B incorreta)... Entenda: a ultrassonografia
mostra cálculo impactado no infundíbulo da vesícula. E daí? E daí que esse mesmo cálculo, dadas suas grandes dimensões, é capaz, de comprimir extrinsecamente o
ducto hepático comum adjacente, o que justifica a icterícia e define a síndrome de Mirizzi. Agora, vamos ver as demais opções: - Letra A: incorreta. A ausência de
dilatação da árvore biliar extra-hepática fala contra essa hipótese.- - Letra D: incorreta. A colangite esclerosante primária é doença autoimune que agride cronicamente a
árvore biliar, manifestando-se com colestase de curso flutuante, porém inexoravelmente progressivo. Resposta: letra C.

92 - 2022 SCM - BM

» Como sabemos, a colangite esclerosante primária (CEP) é uma manifestação extra-intestinal possível da retocolite ulcerativa (RCU). Estima-se que cerca de 25-90% dos
indivíduos com CEP tenham RCU! Cabe ressaltar que ela não possui relação com a atividade da doença intestinal e não há associação com as outras doenças citadas.
Resposta: letra A.

93 - 2022 SMA - VR

» A colangite esclerosante primária (CEP) é uma doença crônica progressiva de etiologia desconhecida que se caracteriza por inflamação, fibrose e estenose de ductos
médios e grandes na árvore biliar intra-hepática e/ou extra-hepática. A manifestação inicial da doença varia desde sintomas inespecíficos de fadiga, astenia e perda de
peso até quadro mais característico de colestase com icterícia, colúria, acolia fecal e/ou prurido. A fisiopatologia exata do surgimento do prurido ainda é desconhecida,
mas sabemos que está relacionado com a colestase e não se correlaciona com a gravidade da doença. O curso clínico dos pacientes pode ser complicado pelo
desenvolvimento de estenoses da árvore biliar. Com o avançar da doença podemos encontrar hipertensão portal, coagulopatia e insuficiência hepática, bem como
deficiências de vitaminas lipossolúveis e doença óssea osteopênica. Os exames laboratoriais revelam padrão bioquímico colestático com elevação de fosfatase alcalina e
gama-GT. As aminotransferases também estão aumentadas na maioria dos pacientes (usualmente 2-3 vezes o valor de referência). Autoanticorpos, particularmente os
anticorpos antinúcleo e antimúsculo liso, podem ser detectados em títulos baixos. O anticorpo anticitoplasma de neutrófilos com padrão perinuclear de padrão atípico (p-
ANCA atípico) é observado mais frequentemente (em cerca de 65% dos casos), mas não é específico da CEP (pode ser encontrado também em outras doenças
autoimunes do fígado e na doença inflamatória intestinal). A análise histopatológica do tecido hepático é realizada para o estadiamento da doença e para a exclusão de
outras enfermidades hepáticas. Os achados histológicos são frequentemente inespecíficos, encontrando-se desde graus variáveis de hepatite periportal associada a
fibrose ductular e ductopenia até cirrose de padrão biliar. Fibrose obliterativa e infiltrado inflamatório mononuclear envolvendo ductos biliares interlobulares
(pericolangite) são aspectos anatomopatológicos característicos da CEP, presentes, no entanto, em apenas 10-50% dos casos, na fase inicial da doença. Resposta: letra
D.

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94 - 2022 FESO

» Os tumores periampulares são localizados próximos à papila duodenal maior e os principais são: colangiocarcinoma distal, tumores de cabeça pancreática, tumores
duodenais e tumores de papila duodenal. Vamos analisar as alternativas: Letra A: Correta. Aproximadamente 75% desses tumores cursam com icterícia indolor, pela
obstrução da via biliar principal, podendo apresentar sinal de Courvoisier (vesícula indolor palpável). Letra B: Incorreta. É um sintoma comum, presente em até 40% dos
pacientes. Letra C: Incorreta. A dor abdominal pode estar presente em até 50% dos pacientes com tumor periampular. Letra D: Incorreta. O prurio em decorrência da
colestase está presente em apenas 11% desses pacientes. Letra E: Incorreta. O sangramento digestivo está presente em apenas 1% desses tumores, sendo mais
frequentemente encontrado no carcinoma de papila duodenal, tumor que apresenta necrose seguida de sangramento digestivo. Resposta: letra A.
95 - 2022 UNIRV

» A ideia fundamental da videolaparoscopia é colocar as pinças de tal forma que elas "cruzem" ou triangulem no sítio desejado. Pensando em uma colecistectomia
videolaparoscópica (CVL), o sítio desejado é a vesícula, portanto, para trianagular sobre a vesícula, devemos pensar em dois portais para as pinças de manipulação, um
em hipocôndrio direito (3) e outro na região epigástrica (2), já o portal da câmera deve estar entre estes portais, porém mais distante, como se estivesse fechando o
vértice do triângulo, ou seja, na região umbilical (1). Por fim, especialmente na CVL, devemos lançar mão de uma pinça auxiliar para tracionar o fundo da vesícula, esta
deve ser inserida em flanco direito (5). Portanto, os locais corretos são 1, 2, 3 e 5. Resposta: letra B.

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96 - 2022 UNIFIMES

» Letra A: correta. A artéria cística geralemente se origina da artéria hepática direita, mas pode se originar também de outras artérias (variações anatômicaas): hepática
esquerda, hepática própria, hepática comum, gastroduodenal ou mesentérica superior. Após seu ponto de origem, ela geralmente cursa posterolateralmente ao ducto
hepático comum e anteriormente ao ducto cístico, em direção colo da vesícula. Letra B: correta. O objetivo da colangiografia transoperatória é identificar coledocolitíase
assintomática e lesões no ducto biliar comum. Entretanto seu uso rotineiro é controverso, visto que identfica cálculos não suspeitados previamente em menos de 10%
dos casos, não diminui a incidência de injúria bilair e pode ser mal-interpretda. Muitos autores favorecem seu uso de forma seletiva com indicações mais restritas:
anatomia questionável com dificuldade em se identificar estruturas, suspeita de lesão biliar intraoperatória, dor inexplicada no momento da colecistectomia, qualquer
suspeita de de coledocolitíase prévia ou corrente sem clearance préoperatório do ducto, níveis preoperatórios elevados de enzimas hepáticas, ducto biliar comum
dilatado em exames de imagem pré-operatórios. Letra C: correta. A síndrome de Mirizzi é definida como uma obstrução do ducto hepático comum causada pela
compressão extrínseca de um cálculo impactado no ducto cístico ou infundíbulo da vesícula biliar. Isso leva a um quadro de colestase, sendo as manifestações clínicas
mais comuns dor em quadrante superior direito de abdômen, icterícia obstrutiva e colangite. Letra D: incorreta. O linfondo de Mascagni (também conhecido como nódulo
de Lund ou Calot) situa-se dentro do triângulo cistohepático (triângulo de Calot), sobrejacente à artéria cística. Esse trígono é limitado inferiomente pelo ducto cístico,
medialmente pelo ducto hepático comum e superiormente pela borda inferior do fígado. A identificação dessas estruturas é fundamental na colecistectomia para se
evitar lesões intraoperatórias. Respsota: letra D.

97 - 2022 UNIFIMES

» Estamos diante de um paciente em pós operatório de colecistectomia, já em uso e antibioticoterapia (ciprofloxacino e metronidazol oral) apresentando sinais e sintomas
de colangite bacteriana aguda. A tríade clássica de Charcot (febre, dor no quadrante superior direito e icterícia) está presente e o paciente está evoluindo para pêntade
de Reynold, com hipotensão arterial (ainda sem confusão mental), que está associada a significativa morbidade e mortalidade. Os pilares da terapia são antibióticos e
estabelecimento de drenagem biliar. Outras medidas iniciais fundamentais incluem resgate volêmico para manter o débito urinário, uso de aminas vasoativas se
necessário, correção de coagulopatia e monitorização hemodinâmica. Como o paciente já vinha em uso de antibioticoterapia, o ideal é escalonar o espectro e os
carbapenêmicos mostram-se como uma boa opção. A drenagem biliar deve ser providenciada pois o paciente está gravíssimo, evoluindo para pêntade de Reynold.
Sendo assim, a única opção que contempla o escalonamento antibiótico, além de drenagem de vias biliares, encontra-se na alternativa B. Resposta: letra B.

98 - 2022 REVALIDA INEP

» Estamos diante de um paciente idoso que vem apresentando uma síndrome colestática progressiva. Além disso, apresenta também uma massa palpável e indolor no
hipocôndrio direito. Síndrome ictérica + massa palpável em hipocôndrio direito = Sinal de Couvousier-Terrier. Este sinal é extremamente sugestivo de neoplasia
periampular (adenocarcinoma de cabeça de pâncreas, adenocarcinoma de papila, câncer de duodeno ou mesmo colangiocarcinoma distal). Dentre os tumores
periampulares, o mais frequente é a neoplasia de cabeça de pâncreas. Por este motivo, melhor resposta: letra C.

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99 - 2022 HSD - MA

» A hiperbilirrubinemia à custa da fração direta ocorre quando há acúmulo de bilirrubina direta (BD), a bilirrubina conjugada. Ela está classicamente associada a doenças
das vias biliares que impedem o escoamento da bile e à insuficiência hepatocelular. Lembre-se que a etapa do metabolismo da bilirrubina que mais demanda energia e
que, portanto, é a primeira a “emperrar” diante de uma agressão aos hepatócitos é a sua excreção (nesses casos, a molécula já está conjugada, mas não é possível
excretá-la). Já a hiperbilirrubinemia indireta é relacionada à hemólise, principalmente. A síndrome de Gilbert é outra causa bem importante. Ela é causada por um defeito
da enzima glucoroniltransferase, responsável pela metabolização da bilirrubina. Após essa breve revisão, vamos analisar as alternativas: Letra A: incorreta. Hemólise e
Gilbert aumentam a bilirrubina indireta (BI). Letra B: correta. As doenças da via biliar causam hiperbilirrubinemia direta. Letra C: incorreta. Pancreatite, colangite
esclerosante e hepatite causam aumento da BD. Letra D: incorreta. Na obstrução biliar, há predomínio de BD. Na cirrose, ocorre a mesma coisa, embora o aumento da BI
também possa ser observado em disfunções hepatocelulares mais graves. Resposta: letra B.

100 - 2022 FHSTE

» O triângulo de Callot, também conhecido como triângulo hepatobiliar, nada mais é do que um espaço anatômico, que é delimitado por algumas estruturas. Dentre essas
estruturas que compõe os seus limites, temos: o ducto hepático comum central, o ducto cístico lateral e a borda inferior do fígado. Sendo assim, o triangulo vai possuir
três limites para a sua identificação: o limite superior é a borda inferior do fígado. O limite medial, por outro lado, é o ducto hepático comum, e o limite inferior é o ducto
cístico. O reconhecimento dessa estrutura é muito importante, pois, com isso, o cirurgião é capaz de identificar as estruturas que delimitam esse triângulo no momento
da cirurgia, principalmente na cirurgia de colecistectomia (retirada de vesícula biliar). O triângulo de Callot contém em seu interior a artéria cística, que consiste em um
ramo da artéria hepática direita acessória. O triângulo de Callot abriga ainda outras estruturas, como por exemplo a artéria hepática direita aberrante (que consiste em
um ramo da artéria hepática direita) e os ductos hepáticos aberrantes, também conhecidos como ductos hepáticos acessórios. Vamos avaliar as alternativas: Letra A:
incorreta. A artéria hepática própria não delimita o triângulo de Callot. Letra B: incorreta. A artéria hepática comum e colédoco não delimitam o triângulo de Callot.
Letra C: correta. Conforme vimos acima, o limite superior é a borda inferior do fígado, o limite medial é o ducto hepático comum e o limite inferior é o ducto cístico.
Letra D: incorreta. A artéria cística está no interior do triângulo de Callot (não delimita) e o colédoco não delimita o triângulo de Callot. Resposta: letra C.

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101 - 2022 UEL

» Observe no enunciado a famosa Tríade de Charcot (dor abdominal + febre + icterícia), que sugere fortemente o diagnóstico de colangite certo? Além disso, encontramos
uma leucocitose, PCR elevada, sinais de colestase (observe o aumento das enzimas canaliculares + hiperbilirrubinemia às custas de direta) e USG demonstrando litíase
biliar com dilatação de vias biliares). Com todas essas informações, conseguimos chegar ao diagnóstico mais provável: colangite. Vamos analisar cada uma das
alternativas. No caso de uma colecistite aguda o quadro clínico normalmente é um pouco diferente e não encontramos a Tríade de Charcot. No enunciado, teríamos um
paciente provavelmente com febre + dor em região de hipocôndrio direito + Sinal de Murphy positivo. A neoplasia de cabeça de pâncreas é um dos diagnósticos
diferenciais de síndrome colestática, que pode complicar com colangite. Entretanto, estaríamos frente a um paciente com um quadro crônico de perda de peso, astenia,
icterícia progressiva e outros achados. O quadro clínico da pancreatite normalmente é diferente certo? Encontraríamos uma dor abdominal de forte intensidade e em
faixa, associado a náuseas e vômitos. Normalmente solicitamos USG nos pacientes com suspeita de pancreatite para auxiliar na avaliação da etiologia (lembre-se que a
litíase biliar é uma das principais causas). A síndrome de Mirizzi é caracterizada por uma obstrução do ducto hepático comum causada por um cálculo presente no ducto
cístico ou infundíbulo da vesícula. O quadro clínico pode apresentar icterícia, febre e dor abdominal (semelhante a colangite), porém é uma causa bem mais rara. Além
disso, observe que o USG não menciona nenhum achado sugestivo de síndrome de Mirizzi.

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102 - 2022 PUC - RS

» A lesão hepática focal classicamente associada ao uso de anticoncepcional oral é o adenoma hepatocelular. Trata-se de uma proliferação benigna de hepatócitos
relativamente rara. Predomina em mulheres (10:1) entre os 35 e os 40 anos e está claramente associado ao uso de anticoncepcionais, sendo que o risco aumenta com o
tempo de exposição. O exame de escolha para confirmação diagnóstica é a tomografia computadorizada contrastada com estudo dinâmico, que observará uma lesão de
margens bem definidas, heterogênea, com rápida captação de contraste na fase arterial. A captação heterogênea pode ser atribuída à hemorragia no interior da lesão. A
resposta é a opção: Adenoma hepatocelular ⎯ Tomografia computadorizada de abdômen com contraste

103 - 2022 UEL

» Observe no enunciado a famosa Tríade de Charcot (dor abdominal + febre + icterícia), que sugere fortemente o diagnóstico de colangite certo? Além disso, encontramos
uma leucocitose, PCR elevada, sinais de colestase (observe o aumento das enzimas canaliculares + hiperbilirrubinemia às custas de direta) e USG demonstrando litíase
biliar com dilatação de vias biliares). Com todas essas informações, conseguimos chegar ao diagnóstico mais provável: COLANGITE BACTERIANA AGUDA. A base do
tratamento desta condição consiste em antibioticoterapia venosa + descompressão das vias biliares. Nos pacientes com a forma não supurativa (igual nosso paciente do
enunciado) a descompressão é eletiva, podendo ser realizado por CPRE (escolha) ou percutânea. Como a etiologia da colangite da nossa paciente é a litíase biliar, ela
tem indicação de colecistectomia, que deve ser realizada posteriormente de maneira eletiva. Já nos casos dos pacientes com colangite supurativa (presença da Pêntade
de Reynolds), a descompressão deve ser realizada de urgência.

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104 - 2022 UNIRV

» A questão retrata um paciente de 62 anos evoluindo com uma síndrome ictérica por obstrução de vias biliares extra-hpeáticas secunária a uma lesão expansiva em
cabeça de pâncreas sugestiva de neoplasia periampular. Com base nesse caso, cobra conceitos acerca desse tipo de tumor. Vamos revisar as alternativas. Letra A:
correta. Tumores ressecáveis são caracterizados por ausência de envolvimentode eixo vascular celíaco ou da artéria mesentérica supérior; veias mesentéricas
superiores e porta patentes; e ausência de doença extra-hepática. Para esses casos, a duodenopancreatectomia cefálica é a melhor opção curativa. Letra B: correta.
Tumores periampulares são aqueles que se originam nas proximidades da ampola de Vater. Podem se originar do pancreas, duodeno, ducto biliar comum ou de
estruturas do complexo ampular. O adenocarcinoma de pâncreas é o tipo histológico mais comum Letra C: correta. Tumores localmente avançados, caracterizados por
ausência de doença metastática e envolvimento de artérias e/ou oclusão venosa, não têm proposta cirúrgica curativa. Nesses casos, a proposta terapêutica visará à
paliação da obstrução gastrointestinal e da biliar. Isso pode ser feito através de meios endoscópicos (stents duodenais, CPRE com colocação de stents em vias biliares)
ou de drivações cirúgicas (anastomose biliodigestiva + gastrojejunostomia). O método escolhido deve ser individualizado para cada paciente. Letra D: incorreta. O CA 19-
9 é um marcador sérico útil no seguimento do adenocarcinoma de pâncreas. Segundo a 21ª edição do Sabiston, o CA 19-9 apresenta uma sensibilidade de 79% e
especificade de 82% para essa doença. Entretanto não é exlusivo, podendo estar elevados em outras situações malginas ou benignas: cânceres neuroendócrinos;
cânceres biliares (vesícula, colangiocarcinoma, periampulares); hepatocarcinoma; câncer gástrico, ovariano ou colorretal (menos comumente); câncer uterino, mamário
ou pulmonar (raramente); colangite aguda; cirrose e outras doenças colestáticas (incluindo litíase biliar). Resposta: letra D.

105 - 2022 FHSTE

» A questão descreve paciente com manifestações de obstrução infecciosa aguda da via biliar, sugestivas pelo surgimento recente de icterícia, dor abdominal no andar
superior e febre com calafrios (tremores). Trata-se da famosa TRÍADE DE CHARCOT da colangite aguda (LETRA D CORRETA). Ele já começa a dar sinais de gravidade, pois
apresenta confusão mental – o quarto componente para caracterizarmos a pêntade de Reynolds (só faltou hipotensão arterial). A colelitíase é a presença de cálculos na
via biliar e tem como principal complicação a colecistite aguda. Além disso, um dos cálculos pode migrar para o colédoco, obstrui-lo e causar coledocolitíase ou colangite
aguda (C INCORRETA). A esofagite é a inflamação do esôfago e tem diversas etiologias, como DRGE, infecção e medicamentos (A INCORRETA). O câncer gástrico
manifesta-se com dor abdominal, emagrecimento, hemorragia digestiva alta e dificuldade para se alimentar (B INCORRETA). Resposta: letra D.

106 - 2022 FHSTE

» Embora a patogênese seja diferente para cada um dos três tipos de cálculo, alguns pontos são comuns. Todo cálculo, para ser formado, deve passar por três fases:
supersaturação, nucleação e crescimento. A supersaturação consiste em um excesso, na bile, de alguma substância insolúvel (colesterol ou bilirrubina indireta). A
nucleação consiste na formação dos cristais na vesícula biliar, facilitada pela desidratação e estase da bile e interação com fatores pró-nucleantes (ex.: proteínas do
muco) e antinucleantes. O crescimento do cálculo consiste na aposição dos cristais para formar o cálculo, um processo que depende muito da estase biliar na vesícula.
A hipomotilidade da vesícula biliar é um componente importante da formação de cálculos na colelitíase, ao provocar mais estase e desidratação da bile, essenciais para a
nucleação e o crescimento do cálculo. Os cálculos podem ser de colesterol (80% dos casos), pigmentados pretos (15-20%) ou pigmentados castanhos (<5%). A bile é
composta por três substâncias: o colesterol, os sais biliares e lecitina. Juntos em quantidades proporcionais mantêm a bile em estado líquido. Vamos às alternativas:
Letra A: incorreta. Nos cálculos de colesterol existem dois meios de se ter uma bile litogênica (supersaturada em colesterol): muito colesterol (mecanismo predominante)
ou pouco sal biliar. Letra B: incorreta. Como vimos acima, nos cálculos de colesterol existem dois meios de se ter uma bile litogênica (supersaturada em colesterol):
muito colesterol (mecanismo predominante) ou pouco sal biliar. Letra C: correta. A grelina não faz parte da composição da bile e não tem interferência na produção de
cálculos biliares. Letra D: incorreta. Excesso de colesterol em relação aos sais biliares e fosfolipídios (como a lecitina) tem importante participação na produção de
cálculos biliares. Resposta: letra C.

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107 - 2022 REVALIDA INEP

» Estamos diante de uma paciente que apresenta a famosa tríade de Charcot: dor em hipocôndrio direito, febre e icterícia. Esta tríade é fortemente sugestiva de colangite
aguda, provavelmente esta colangite é secundária a um cálculo que migrou da vesícula e impactou na via biliar principal. Na colangite aguda, o tratamento de escolha é
a antibioticoterapia venosa, caso a colangite fosse grave, deveríamos além da antibioticoterapia lançar mão de drenagem da via biliar imediata. Lembra que colangite
grave é aquela que além da tríade de Charcot, o paciente apresenta hipotensão associada a um rebaixamento do nível de consciência. Portanto, melhor resposta: letra B.

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108 - 2022 SMS - PR

» Vamos analisar as assertivas: 1. Falso. O adenocarcinoma de vesícula é a neoplasia mais comum do trato biliar, responsável por 5% de todas as doenças malignas do
sistema digestivo. Acomete com maior frequência os idosos (6ª–7ª décadas de vida) e as mulheres (relação 3:1 em comparação com homens). 2. Falso. Somente 20 a
30% dos casos de colelitíase se tornarão sintomáticos. 3. Falso. Nas cirurgia videolaparoscópicas, em função da confecção pneumoperitônio, que promove repercussão
em todo o abdome e no tórax, a anestesia deve ser geral. 4. Falso. O melhor método para detectar os pólipos de vesícula é a ultrassonografia de abdome. Todas as
assertivas são falsas. Resposta: letra B.

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109 - 2022 UNIRG

» Questão sobre colecistite aguda e classificação de Tokyo, então antes de respondermos à pergunta vamos relembrar essa classificação: Grau I - leve: ausência de
critérios para moderada e grave; Grau II - moderada: presença de algum dos achados a seguir, mas sem disfunção orgânica: Leucocitose > 18.000/mm3, massa palpável
e dolorosa no QSD, > 72 horas de evolução, evidências de complicação local (abscesso perivesicular, abscesso hepático, coleperitônio e colecistite aguda enfisematosa).
Grau III - grave: presença de disfunção orgânica/sistêmica: cardiovascular (hipotensão com necessidade de aminas vasoativas), neurológica (rebaixamento do nível de
consciência), respiratório (relação PaO2/FiO2 < 300), renal (oligúria, creatinina > 2,0 mg/dl), hepática (INR > 1,5) ou hematológica (plaquetopenia < 100.000/mm3).
Agora sim, vamos analisar as alternativas: Letra A: incorreta. A síndrome de Boerhaave é caracterizada pela ruptura esofágica (todas as camadas do esôfago)
decorrente de vômitos de repetição ou esforço físico extenuante. É importante e perigosa causa de mediastinite. Letra B: incorreta. De fato, a classificação de Tokyo
engloba três níveis, entretano, Tokyo II é definida a partir de uma das característica mencionadas. Letra C: incorreta. A migração do cálculo biliar devido fístula
colecistoentérica, seguida de impactação na válvula ileocecal (ou antes) é conhecido como Íleo Biliar. Síndrome de Mirizzi é caracterizada pela compressão do colédoco
por um cálculo no infunbíbulo da vesícula biliar, podendo ou não ter fístula. Letra D: correta. Essa alternativa cita extamente o que diz a classificação de Tokyo grau III.
Resposta: letra D.

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110 - 2022 HSD - MA

» Vamos avaliar as assertivas: Letra A: correta. Na colangite esperamos a Tríade de Charcot (icterícia com colúria, dor biliar - que correspode à dor em hipocôndrio direito
- e febre alta com calafrios) ou Pêntade de Reynolds (tríade de Charcot + hipotensão + estado confusional). Letra B: correta. A coledocolitíase é, de fato, a principal
causa de obstrução das vias biliares com posterior evolução para colangite. Podemos citar ainda, como outras causas possíveis, as estenoses benignas de vias biliares e
as neoplasias periampulares. Letra C: correta. A terapia consiste basicamente na antibioticoterapia e drenagem biliar. A grande questão é sobre o momento de indicar
a drenagem das vias biliares. Nos casos não graves (somente tríade de Charcot), a resposta à antibioticoterapia é dramática e a drenagem pode assumir um caráter
eletivo. Nos casos em que não houver melhora ou para os casos mais graves, a drenagem deve ser de urgência. Letra D: incorreta. A drenagem biliar pode ser realizada
por CPRE, percutânea ou por descompressão cirúrgica. O tratamento de escolha é CPRE com papilotomia + extração de cálculos ou inserção de stent, dependendo da
doença de base. Se a obstrução for alta (proximal), prefere-se a drenagem percutânea trans-hepática. Letra E: correta. A colangite bacteriana aguda tem alto índice de
morbi-mortalidade e deve ser tratada imediatamente com o intuito de evitar a evolução para quadros toxêmicos gravíssimos e óbito. Resposta: letra D.

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111 - 2022 HSD - MA

» Considerando o caso clínico apresentando e os tumores hepáticos, vamos avaliar as alternativas: Letra A: incorreta. O sarcoma acomete mais crianças na faixa etária
entre 6 e 10 anos. Corresponde a 7% dos tumores primários de fígado, e é a quarta neoplasia hepática mais frequente na pediatria. A alfa-fetoproteína geralmente está
normal, assim como as provas de função hepática. O achado de imagem mais característico é o de massa grande, única e bem-delimitada. Na tomografia
computadorizada evidencia uma massa que assume característica principalmente cística. letra B: incorreta. O adenoma hepatocelular é uma rara lesão hepática sólida
identificada principalmente em mulheres em idade fértil. Tem forte associação com o uso de anticoncepcionais orais (ACO). Estão associados também ao diabetes
mellitus, glicogenose do tipo I e III, gravidez e uso crônico de esteróides anabolizantes. letra C: incorreta. A hiperplasia nodular focal (HNF) é o segundo tumor sólido mais
comum (embora raro) depois dos hemangiomas. É mais frequente em mulheres entre 20 e 50 anos. Na imagem possuem uma espessa cicatriz central com septos
radiais. As provas bioquímicas e AFP são normais. letra D: correta. O carcinoma hepatocelular (CHC) é o tumor primário maligno mais comum do fígado. Possui com
causa principal a cirrose, particularmente secundária a hepatite crônica pelos vírus B e C. Como é predominantemente irrigado pela artéria hepática, aparece na TC na
fase arterial e desaparece na fase venosa, isso é conhecido como o famoso padrão wash-out venoso. AFP > 20ng/ml em paciente cirrótico ja sugere CHC, embora a
maioria dos autores considerem valores mais elevados como > 200 - 400 ng/ml. letra E: incorreta. O hemagioma (cavernoso) é o mais comum dos tumores hepáticos
mesenquimais benignos. São mais frequentes em mulheres entre a terceira e quinta década de vida. A TC mostra captação apenas na periferia na fase arterial
completando o enchimento na fase venosa. O marcadores e AFP são normais. Resposta: letra D.

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112 - 2022 EMCM

» Vamos analisar as alternativas:Letra A: correta. Estamos diante de um paciente que apresenta a pêntade de Reynolds, o que sugere uma colecistite aguda grave.
Lembra que esta pêntade é composta por dor abdominal, febre, icterícia, hipotensão e redução do sensório. Letra B: incorreta. A tríade de Charcot é composta somente
por dor abdominal, febre e icterícia. A nossa paciente não tem somente a tríade, ela tem na verdade a pêntade de Reynolds. Lembrando que a tríade sugere colangite
aguda, já a pêntade sugere colangite aguda grave.Letra C e D: incorretas. Como vimos, a história clínica é muito mais sugestiva de colangite, além disso, ela tem
ausência do sinal de Murphy e ultrassonografia sem achados de colecistite (espessamento da parede da vesícula e líquido perivesicular).Resposta: letra A.

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113 - 2022 CEP - SE

» Estamos diante de um paciente que vem apresentando febre, icterícia e com fígado palpável e doloroso. A febre associada à icterícia podem aparecer na maioria das
condições descritas, mas a hepatomegalia a gente espera encontrar diante de um abscesso hepático, sobretudo pela elevação da cúpula diafragmática, o que sugere um
abscesso volumoso que está abaulando esta cúpula direita, exatamente acima da topografia hepática. Resposta: letra B.

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114 - 2022 CERMAM

» Vamos analisar as alternativas:A) Incorreta. No abscesso hepático, independente da origem (hepático ou amebiano), a etiologia não interfere na escolha da abordagem
invasiva, interfere somente na escolha do tratamento clínico. Em relação à abordagem invasiva, a escolha preferencial é a drenagem percutânea. B) Incorreta. Como
vimos, não é tratamento clínico neste momento, mas a realização de drenagem.C) Correta. A drenagem pode ser percutânea guiada por exame de imagem, por
laparoscopia ou mesmo por cirurgia aberta. Evidentemente, que a forma preferencial é aquela minimante invasiva, ou seja, guiada por tomografia.D) Nestes casos,
espera-se encontrar hiperlibirrubinemina direta.Gabarito: letra C.

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115 - 2022 SES - PB

» O trígono de Calot (triângulo cistohepático) é um pequeno território anatômico localizado na porta hepatis. A porta hepatis é a fissura intraperitoneal central do fígado,
que separa os lobos caudado e quadrado. Ela é a entrada e a saída de vários vasos importantes, incluindo a veia porta, a artéria hepática, o plexo nervoso hepático, os
ductos hepáticos e os vasos linfáticos. A bordas do trígono de Calot são: (1) Medial: ducto hepático comum. (2) Inferior: ducto cístico. (3) Superior: borda inferior do
fígado. Dentro deste trígono estão contidas as seguintes estruturas: artéria hepática direita (formada pela bifurcação da artéria hepática em seus ramos direito e
esquero), artéria cística (tipicamente originária da artéria hepática direita, atravessa o triângulo para suprir a vesícula biliar), linfonodo de Lund (primeiro linfonodo da
vesícula biliar) e linfáticos. O triângulo de Calot é essencial para a colecistectomia laparoscópica. Nesse procedimento, o triângulo é cuidadosamente dissecado pelo
cirurgião e seus componentes e bordas identificados. Isso permite ao cirurgião identificar variações anatômicas e realizar a ligadura e divisão segura do ducto e da
artéria císticos. A artéria hepática direita deve ser obrigatoriamente identificada antes da ligação da artéria cística. Caso o trígono não possa ser delineado (como em
casos de inflamação severa), o cirurgião pode escolher realizar uma colecistectomia subtotal, ou converter para uma cirurgia aberta. Resposta: letra B.

116 - 2022 SMS - JP

» Estamos diante de uma mulher que faz uso de anticoncepcionais orais e apresenta dor em hipocôndrio direito. A TC evidencia uma imagem hipodensa de 8 cm no lobo
direito do fígado. A cintilografia com tecnécio 99 mostra uma lesão heterogênea e arteriografia revela um tumor hipervascular com um periférico suprimento de sangue,
achados que falam fortemente a favor de adenoma hepático. Lembra que esta lesão está associada ao uso de anticoncepcionais orais e tem risco de degeneração
maligna e hemorragia. Quando sintomática ou maior do que 5 cm, a conduta deve ressecção hepática. Resposta: letra A.

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117 - 2022 SMS - JP

» Vamos relembrar a classificação de Todani para os cistos de colédoco: Tipo I – dilatação da árvore biliar extra-hepática (mais comum: 50-80% dos casos).
Subclassificada de acordo com a forma do segmento acometido: tipo IA – dilatação cística; tipo IB – dilatação segmentar focal; tipo IC – dilatação fusiforme. Tipo II –
dilatação diverticular (divertículo verdadeiro do colédoco, proximal ao duodeno – mais raro). Tipo III – dilatação cística da porção intraduodenal do colédoco (coledococele
– divertículo abaulando a parede do duodeno). Tipo IVa – múltiplos cistos da via biliar extra-hepática e intra-hepática (segundo mais comum: 35% dos casos). Tipo IVb –
múltiplos cistos da via biliar extra-hepática. Tipo V (doença de Caroli) – múltiplos cistos intra-hepáticos, com ou sem fibrose portal (menos de 10% dos casos). O
tratamento é sempre cirúrgico! O objetivo é evitar o risco de colangiocarcinoma, carcinoma de vesícula ou cirrose biliar secundária. O tratamento dos cistos tipos I, II e IV
são feitos com colecistectomia com ressecção das lesões císticas e dos ductos extra-hepáticos e reconstrução com derivação biliodigestiva (hepaticojejunostomia em Y
de Roux). No tipo IV pode ser necessária a ressecção hepática. No tipo III deve ser feita a esfincterotomia (lembre-se de que é uma dilatação duodenal). No Tipo V, se os
cistos acometerem apenas um lobo hepático, a lobectomia está indicada. Se acometer ambos os lobos, não há como curar a doença. Colangiografia Percutâneas (CPT)
repetidas, com extração dos cálculos intra-hepáticos (hepatolitíase) geralmente são necessárias, juntamente com antibioticoterapia para tratar a colangite bacteriana
associada. Em casos graves refratários, o transplante hepático deve ser aconselhado. Resposta: excisão do cisto com hepaticojejunostomia.

118 - 2022 SMS - JP

» Diante da epidemiologia e características da lesão hepática citada no enunciado, a principal hipótese diagnóstica é hiperplasia nodular focal (HNF). Ela é a segunda
neoplasia hepática benigna mais comum com incidência entre 0,31 e 0,6%. É encontrada em ambos os sexos, embora seja mais frequente em mulheres entre 25 e 50
anos de idade. Ao contrários dos adenomas, sua realção com o uso de ACOs não é bem estabelecida. A descrição da lesão em exames de imagem, é compatível com
citada no enunciado, apresenta cicatriz central em estrela. O prognóstico dessas lesões é excelente: a maioria permanece assintomática, assim como a maioria das
lesões permance sem alterações. Diante disso, o tratamento é expctante na maioria dos casos. A cirurgia, por meio de enucleação, só é recomendada nos raros casos
com sintomas intensos (dor) ou de crescimento progressivo. Resposta: Observação.

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119 - 2022 SMS - JP

» Questão acerca da terapia dos colangiocarcinomas intra-hepáticos. Vamos revisar as aassertivas mostradas: - A melhor sobrevida é com transplante hepático =>
Incorreta: O transplante hepático para o tratamento desses tumores é controverso, e poucos estudos demonstraram desfechos bons para tumores ≤ 2 cm. - A ressecção
é contraindicada, a menos que margens histológicas negativas possam ser obtidas. => Incorreta: a ressecção hepática cirúrgica objetivando margens livres representa o
único tratamento curativo para pacientes com tumores ressecáveis. Tumores em estágio III (perfuração do peritônio visceral, invasão hepática local) ou IV (invasão
periductal, N1, M1) são considerados não ressecáveis. - A sobrevida após a ressecção é geralmente menor quando comparada à sobrevida do colangiocarcinoma distal
extra-hepático que foi ressecado por gastroduodenopacreatectomia. => Controversa: A 20ª edição do Harrison cita uma sobrevida média em 5 anos de 30% para
aqueles pacientes com colangiocarcinoma intra-hepáticos submetidos à ressecção cirúrgica contra uma sobrevida média em 5 anos de 25% para aqueles pacientes com
colangiocarcinoma distal extra-hepático submetidos à gastroduodenopancreatectomia (cirurgia de Whipple). - Quimioterapia adjuvante melhora a sobrevida após
ressecção. => Incorreta: Não há terapia adjuvante estabelecida para o tratamento do colangiocarcinoma intra-hepático. Desse modo, a questão não apresenta
alternativas completamente corretas, merecendo ter sido anulada.
120 - 2022 EMCM

» Estamos diante de um caso de uma paciente de 61 anos, HAS e DM em uso de metformina e atenolol, apresentando um episódio de colelitíase sintomática (dor no
hipocôndrio direito e vômitos por 3 dias) há 30 dias. Vamos avaliar as alternativas para encontrar a melhor resposta. Letra A: incorreta. A colelitíase sintomática é
indicativa de tratamento cirúrgico, de preferência através da colecistectomia videolaparoscópica eletiva. A paciente já apresentou sintomas. Letra B: incorreta. A
colelitíase sintomática é indicativa de tratamento cirúrgico, de preferência através da colecistectomia videolaparoscópica eletiva. Ela já apresenta sintomas e não há
indicação de acompanhamento ambulatorial com USG seriada, mas sim de programação cirúrgica. Letra C: incorreta. A paciente não está apresentando sintomas no
momento e não apresenta sinais de colecistite ou qualquer outra complicação da colelitíase. Não há necessidade de abordagem de urgência. Letra D: correta. O ideal
para a paciente é compensá-la clinicamente e programar a colecistectomia videolaparoscópica assim que possível. Resposta: letra D.

121 - 2022 UDI

» Questão controversa! Vamos navegar pelas assertivas. Assertiva I - verdadeira. Esse paciente de 73 anos tem dor no andar superior do abdome, pior em hipocôndrio
direito – a banca sinaliza dor à palpação apenas desse local... Na ultrassonografia, a vesícula biliar, cujas paredes estão espessadas, contém microcálculos. A
apresentação clinicorradiológica desse paciente traduz quadro de colecistite aguda – o espessamento parietal da vesícula, no contexto apresentado, deve ser encarado
como inflamatório até prova contrária. Até aí, tudo bem... Porém, muitas pessoas, à época do concurso, consideraram a pancreatite aguda biliar como forte possibilidade
para o caso em tela. E nós concordamos com elas! Para o diagnóstico de pancreatite aguda, basta a dor no andar superior do abdome e elevação de enzima pancreática
- amilase ou lipase - acima de três vezes o limite superior da normalidade: neste caso, os dois critérios são atendidos, tendo em vista que o limite superior para a
amilase, na faixa etária do paciente apresentado, é de 153 U/L. Assim, embora haja dois diagnósticos possíveis aqui, consideramos a assertiva I verdadeira, tendo em
vista que a pancreatite aguda biliar está no rol de diagnósticos principais para o caso apresentado. Assertiva II - falsa. Em todo caso de pancreatite aguda biliar, é
importante avaliar o risco de coledocolitíase associada. O paciente ilustrado tem apenas um preditor de baixo risco – elevação de gama-GT e transaminases – assim, não
está indicada colangiorressonância, mas exploração da via biliar durante a futura colecistectomia. Assertiva III - falsa. Esse paciente deve ser submetido à
colecistectomia antes da alta hospitalar, mas somente após estabilização clínica e resolução da pancreatite aguda. Assertiva IV - verdadeira. Como vimos, durante a
cirurgia, deve ser realizada uma colangiografia intraoperatória, em virtude do baixo risco para coledocolitíase. Em nossa opinião, a resposta adequada a essa questão
seria "C". Porém, a banca manteve a alternativa "B" como gabarito, tendo considerada falsa a assertiva I.

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122 - 2022 HNSC

» O diagnóstico da neoplasia hepática desse paciente pode ser inferido por meio do fator de risco descrito pelo enunciado: o uso de anabolizantes! Esse é um clássico fator
de risco para o surgimento do adenoma hepático, um tumor benigno do fígado. Trata-se de uma proliferação benigna de hepatócitos relativamente rara. Predomina em
mulheres (11:1) entre os 20 e 40 anos e está associado ao uso de anticoncepcionais, sendo que o risco aumenta com o tempo de exposição. Além dos anabolizantes, há
associação com diabetes mellitus (síndrome MODY) e doenças do armazenamento do glicogênio. A hiperplasia nodular focal é outro tipo de tumor benigno que não tem
associação bem estabelecida com hormônios sexuais (B INCORRETA). Trata-se de reação do fígado a uma má formação vascular. Essa reação se caracteriza por uma
cicatriz fibrosa central com septos irradiados. A cicatriz geralmente contém uma artéria central que se ramifica em múltiplas artérias menores, dando o aspecto de "roda
de carruagem". O hemangioma é o tumor hepático benigno mais comum e pode ter relação com a terapia de estrogênio e gravidez, mas não uso de anabolizantes (A
INCORRETA). Por fim, o carcinoma hepatocelular surge no contexto de pacientes cirróticos, uma alteração que seria sugestiva na história do paciente (estigmas de
insuficiência hepática crônica como telangiectasias, icterícia e ginecomastia) e na própria ultrassonografia (D INCORRETA). Resposta: letra D.

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123 - 2022 CERMAM

» Pessoal, vamos analisar o caso: Estamos diante de uma paciente do sexo feminino, de 42 anos, usuária de anticoncepcional oral combinado por longa data, que
apresenta dor abdominal de início súbito em hipocôndrio direito associada a mal-estar e tontura. Ao exame, apresenta-se hipotensa e taquicárdica e os laboratórios
sugerem anemia aguda. Ao exame de tomografia, evidencia-se uma lesão tumoral de 6 cm no lobo direito de um fígado normal, com sinais de sangramento recente e
líquido livre em moderada quantidade em cavidade peritoneal. Qual o provável diagnóstico? Ora, diante de uma paciente usuária de anticoncepcional oral com uma
lesão de 6 cm sangrante em um fígado normal, devemos ter como principal hipótese um adenoma hepático complicado com sangramento (alternativas A, C, E erradas).
Para o tratamento da paciente, de início, obviamente, após estabilização hemodinâmica, devemos controlar o sangramento da lesão. O controle do sangramento do
adenoma pode ser realizado por embolização ou por via aberta (cirurgia). De qualquer forma, após a resolução do quadro inicial, nossa paciente, provavelmente,
necessitará, eletivamente, de uma cirurgia para a retirada da lesão (alternativa B correta). Além do sangramento e do risco de malignização, a lesão em questão revela-
se grande. Tradicionalmente, indica-se cirurgia para lesões > 5 cm, pelo potencial de malignização e ocorrência de complicações. Vale lembrar que a neoplasia hepática
benigna mais comum em mulheres é o hemangioma, enquanto a neoplasia hepática benigna mais comum em mulheres que se apresentam COM SANGRAMENTO AGUDO
é o adenoma. Resposta: alternativa B.

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124 - 2022 REVALIDA - UNIRG

» Vamos analisar as alternativas sobre a investigação de um paciente com suspeita de carcinoma hepatocelular (CHC) na UBS:a) Incorreta. Antigamente, a AFP tinha um
importância maior para o diagnóstico do CHC. Tanto é que era citada no consenso de Barcelona... Todavia, com o evoluir das técnicas em tomografia trifásica, o
diagnóstico é quase que exclusivamente de imagem e sem a necessidade de dosagem de AFP. É claro que quando encontrada em níveis altos, a AFP vai corroborar com
o diagnóstico, mas em hipótese nenhuma podemos considerá-la um achado patognomônico.b) Correta. O CHC possui um comportamento peculiar com o meio de
contraste descrito como: hipercaptação na fase arterial seguida de rápida eliminação do contraste (lavagem ou wash out) nas fases seguintes. Na fase arterial a lesão
fica hiperdensa (mais clara) e depois fica hipodensa em relação ao parênquima hepático (mais escura).c) Incorreta. Para caracterizar um CHC, o nódulo também precisa
ter wash out, ou seja, uma rápida eliminação do contraste, tornando a lesão hipodensa em relação ao parênquima hepático. Um nódulo hipervascular pode representar
um adenoma hepático, por exemplo.d) Incorreta. Inclusive, no caso da hepatite B, é possível que o paciente desenvolva um CHC sem antes desenvolver a cirrose
hepática.Gabarito: letra B.

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125 - 2022 FESF - SUS

» Relembrando alguns detalhes sobre os fatores de risco para litíase biliar: os estrogênios agem sobre o hepatócito, aumentando a síntese de colesterol por estas células.
Isso explica dois fatores de risco: sexo feminino e anticoncepcionais orais. Por razões desconhecidas, a idade avançada e a obesidade também aumentam a síntese
hepática de colesterol. No emagrecimento muito rápido (comum após cirurgias bariátricas), os estoques de colesterol dos tecidos são mobilizados para a corrente
sanguínea, aumentando a captação hepática desse lipídio. O clofibrato é uma droga antilipêmica em que uma das ações é inibir a enzima limitante na síntese dos ácidos
biliares (colesterol 7 alfa-hidroxilase), fazendo com que tenhamos uma bile supersaturada em colesterol. Na gravidez, há aumento da saturação de colesterol na bile
(principalmente no terceiro trimestre) e hipomotilidade da vesícula após as refeições. A doença de Crohn é uma desordem inflamatória intestinal que acomete
basicamente o íleo ("ileíte de Crohn"), podendo a prevalência de litíase biliar chegar até 23%. Com o íleo lesado, há um grande prejuízo na absorção de sais biliares,
bloqueando o ciclo êntero-hepático. O resultado é que o fígado não consegue excretá-los em quantidade suficiente e a bile torna-se pobre em sais biliares – ou seja, fica
altamente litogênica. Por fim, o mecanismo clássico da formação de cálculos de bilirrubinato de cálcio é a hemólise crônica, presente em algumas anemias clássicas da
hematologia, como a anemia falciforme, a esferocitose hereditária e a talassemia. Uso prolongado de corticoide, anemia ferropriva, artrite reumatoide,uso de AINE e
insuficiência renal crônica não configuram fatores de risco tradicionalmente descritos na literatura. Resposta: letra D.

126 - 2022 HPP

» Pessoal, vamos lá: Paciente de 27 anos, em acompanhamento ambulatorial devido a nódulo hepático de 6,5 cm localizado em segmento VII, dá entrada com quadro de
choque e irritação peritoneal. A paciente, assim, foi encaminhada para a laparotomia exploradora. A questão solicita qual a principal hipótese diagnóstica. Pessoal, a
principal lesão hepática benigna, especialmente em mulheres jovens e em uso de anticocepcionais (estrógenos), relacionada ao sangramento revela-se o adenoma
hepático. Não vamos confundir: neoplasia hepática benigna mais comum é o hemangioma. A neoplasia hepática benigna mais comum EM UM PACIENTE COM
SANGRAMENTO é o adenoma. O adenoma hepático é uma lesão geralmente observada em fígados de aparência normal. O espectro clínico varia: desde assintomático
até associado a choque e instabilidade hemodinâmica. Para pacientes que se apresentam com choque em virtude de sangramento oriundo da lesão, pode-se tentar a
angiografia com embolização ou a ressecção cirúrgica. Obviamente, se a neoplasia estiver relacionada ao uso de anticoncepcionais, o medicamento deve ser
descontinuado. Resposta: alternativa B.

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127 - 2022 UEMA

» Esta é a definição da síndrome de Mirizzi. Esta consiste na presença de um cálculo que impacta no infundíbulo, promove inflamação da vesícula e "tomba" sobre a via
biliar principal, levando à obstrução mecânica desta via. O quadro clínico é de dor em hipocôndrio direito, febre e icterícia e o tratamento deve ser cirurgia precoce.
Resposta: letra A.

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128 - 2022 HNSC

» A questão descreve paciente portador de colelitíase sintomática. As manifestações mais típicas são a presença de cólica biliar, geralmente episódios de dor no
hipocôndrio direito, com menos de seis horas de duração. Essa é uma das principais indicações de colecistectomia (cirurgia de retirada da vesícula) na prática (LETRAS A
e C INCORRETAS). Lembrando que atualmente a via preferencial da cirurgia, por ser menos invasiva e levar a tempo de recuperação mais curto, é a videolaparoscópica
(LETRA B INCORRETA).Vamos revisar outras indicações de colecistectomia no contexto da colelitíase: Vesícula em porcelana; Pólipos; Cálculos grandes (> 2,5-3 cm);
Vesículas com anomalia congênita (ex.: vesícula duplicada); Anemias hemolíticas (ex.: anemia falciforme); Portadores de um longo ducto após junção do colédoco e
ducto pancreático. Resposta: letra D.

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129 - 2022 REVALIDA - UNIRG

» Temos um caso provável de adenoma hepático, uma lesão que possui grande relação com o sexo feminino, uso de ACO e que pode complicar com hemorragia
intracavitária e transformação maligna para carcinoma hepatocelular. Suas características tomográficas são a coexistência em um fígado não cirrótico, hipercaptação do
contraste na fase arterial e rápida eliminação (lavagem), porem sem caracterizar wash out!Ué! Não entendi... Como pode a lesão eliminar rapidamente o contraste mas
isso não representar um wash out?Isso acontece porque, por definição, o wash out faz com que uma lesõa que estava hiperdensa em relação ao parênquima hepático
fique HIPODENSA após a eliminação do mesmo, mas no adenoma a lesão acaba ficando ISODENSA em relação ao parênquima!Um detalhe? Sim, mas que faz toda a
diferença! E um outro ponto que também levamos em consideração é a coexistência da lesão em um fígado cirrótico ou paciente portador de hepatite B.Agora vamos
analisar as alternativas...a) Incorreta. Com os dados fornecidos, não é possível sabermos qual é o provável diagnóstico! Além disso, sabemos que o uso de ACO é um
fator de risco para o ADENOMA, e não HNF.b) Incorreta. O hemangioma é o tumor hepático benigno MAIS COMUM. Além disso, os hemangiomas só se apresentam com
sintomas quando gigantes.c) Correta. A recomendação de tratamento cirúrgico para os adenomas hepáticos é a sua ressecção a partir de um diâmetro de 5 cm.d)
Incorreta. Como dito, não sabemos ainda qual é a provável lesão. Por esse motivo, devemos esperar a realização de um TC trifásica antes de definir a conduta.Gabarito:
letra C.

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130 - 2022 HECI

» Estamos diante de um paciente com quadro de colecistite aguda calculosa associada a uma síndrome ictérica leve. Após o início da antibioticoterapia, o paciente
melhorou da síndrome ictérica, ou seja, muito provavelmente, o próprio espessamento da parede da vesícula, por conta da inflamação, deveria estar levando a uma
compressão da via biliar principal. Caso fosse outro fator obstrutivo (coledocolitíase, por exemplo), a antibioticoterapia não melhoraria o quadro colestático. Em função
deste contexto, a medida mais adequada é realizar colecistectomia videolaparoscópica e também uma colangiografia durante o ato operatório para afastar outras causas
obstrutivas. Portanto, gabarito: letra C.

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131 - 2022 UEMA

» O câncer de vesícula biliar (CVB) é a neoplasia mais comum do trato biliar, responsável por 5% de todas as doenças malignas do sistema digestivo. Acomete com maior
frequência os idosos (6ª–7ª décadas de vida) e as mulheres (relação 3:1 em comparação com homens). O tipo histológico mais frequente é o adenocarcinoma, que pode
ser subclassificado como cirroso, mucinoso ou papilar (este último de melhor prognóstico, por apresentar comportamento indolente e crescimento quase sempre restrito
à parede da vesícula). Outras variedades de CVB incluem o carcinoma indiferenciado, o carcinoma de células escamosas, o carcinoma oat cell e os tumores carcinoides.
Resposta: letra D.

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132 - 2022 REVALIDA - UNIRG

» A provável doença descrita no enunciado é a colelitíase e, pelo fato de já ter complicado com pancreatite aguda, essa paciente já teria indicação formal para uma
cirurgia eletiva de colecistectomia videolaparoscópica. Agora vamos analisar as alternativas:a) Incorreta. A síndrome de Mirizzi é uma fístula da vesícula biliar com o
ducto hepático comum, causando compressão e, posteriormente, invasão. Quando ocorre uma fístula com o delgado e o cálculo impacta na válvula ileocecal, temos
caracterizado o ÍLEO BILIAR.b) Correta. Além de identificar os cálculos na vesícula biliar (imagens hiperecogênicas com sombra acústica), também é capaz de identificar
espessamento da parede, edema e dilatação do colédoco.c) Incorreta. Como dissemos, certamente a pancreatite era de etiologia biliar e a paciente já deveria ter
realizado a colecistectomia.d) Incorreta. O tratamento da colecistite aguda é a realização da colecistectomia videolaparoscópica preferencialmente nas primeiras 48
horas.Gabarito: letra B.

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133 - 2022 FESF - SUS

» A presença de cálculos na vesícula biliar (colelitíase), em geral não acarreta nenhum sintoma ou mesmo morbidade. Entretanto, em um pequeno número de portadores,
estes cálculos podem tanto originar sintomas (dor abdominal em cólica no quadrante superior direito relacionada à alimentação) quanto complicações. As principais
complicações são decorrentes da migração de um ou mais cálculos ou para o ducto cístico, ou para o colédoco. Quanto mais sugestivo de coledocolitíase for o quadro
clínico, mais indicação de fazer CPRE (método diagnóstico e terapêutico) nós temos. No caso em questão, já está dito que o paciente apresenta colecistopatia e
apresenta síndrome colestática com dilatação do colédoco. A CPRE com papilotomia e extração dos cálculos da via biliar principal seguida de uma colecistectomia
videolaparoscópica é a opção menos invasiva e acessível na maior parte dos centros, sem necessidade de manipulação cirúrgica da via biliar. Vamos avaliar as demais
alternativas: Letra A: incorreta. Antes de realizar a colecistectomia devemos resolver primeiro a coledocolitíase através da CPRE. Letra B: incorreta. Não temos sinais
de colecistite no caso em questão. A colecistite consiste em febre, quadro abdominal "inflamatório" (QSD) e sinal de Murphy. Letra C: incorreta. A punção e drenagem
da vesícula biliar (colecistostomia) é reservada para drenagem de vias biliares em casos de extrema gravidade, quando o paciente não tem condições clínicas para a
realização de um procedimento cirúrgico. Comum em casos de colecistite acalculosa grave, em pacientes em terapia intensiva. Letra D: correta. Conforme vimos
acima, é a nossa melhor opção de resposta. Letra E: incorreta. A colangite cursa com a Tríade de Charcot (icterícia com colúria + dor biliar + febre alta com calafrios)
ou Pêntade de Reynolds (tríade de Charcot + hipotensão + estado confusional) na forma supurativa ou tóxica. Nosso caso clínico não é compatível com colangite.
Resposta: letra D.

134 - 2022 CERMAM

» Uma mulher obesa apresentando um quadro clínico sugestivo de cólica biliar certo? (dor em região de hipocôndrio direito relacionada à alimentação). Vamos analisar
cada uma das alternativas: Letra A: Correta. Os cálculos biliares podem sair da vesícula e migrar para as vias biliares, gerando diversas complicações, como a
coledocolitíase e a colangite. A colangite é uma infecção bacteriana das vias biliares causada normalmente pela obstrução das vias biliares. A base do tratamento desta
condição consiste em antibioticoterapia e desobstrução da via (normalmente feito por CPRE). Letra B: Correta. Aproximadamente 80% dos cálculos biliares são de
colesterol, sendo que os principais fatores de risco incluem perda ponderal rápida, gravidez, multiparidade, sexo feminino, obesidade, dieta gordurosa e outros. Letra C:
Correta. A cólica biliar normalmente serve como um alerta de que possivelmente outra complicação pode ocorrer. Quase todos os paciente que evoluem com alguma
complicação apresentam sintomas de cólica biliar prévia. Desta forma, a cólica biliar é uma das indicações de colecistectomia nos pacientes com litíase. Além disso,
outras medidas envolvem uma dieta com baixo teor de gordura e suporte (analgésicos e antieméticos) até a remoção da vesícula. Letra D: Incorreta. Uma das possíveis
complicações da colelitíase é a colecistite aguda, que normalmente se manifesta com dor abdominal + febre + Sinal de Murphy. Nestes casos de complicação, a via
laparoscópica NÃO é contraindicada. Resposta: Letra D.

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135 - 2022 HOB - DF

» Vamos rever a conduta diante de um paciente com colelitíase. A colelitíase assintomática não exige nenhum tratamento cirúrgico. Até mesmo pacientes com sintomas
muito leves podem ser manejados de forma conservadora, evitando dietas gordurosas e em grande quantidade. Como toda regra tem sua exceção, existem algumas
indicações de operar a colelitíase assintomática (colecistectomia profiláctica): vesícula em porcelana; pólipos; cálculos grandes (> 2,5-3 cm); vesículas com anomalia
congênita (ex.: vesícula duplicada); anemias hemolíticas (ex.: anemia falciforme); portadores de um longo ducto após junção do colédoco e ducto pancreático. Podemos
dizer, portanto, que a grande indicação de cirurgia fica para os pacientes com colelitíase sintomática. A cirurgia, além de promover a melhora dos sintomas (90% dos
casos quando os sintomas são típicos), previne as complicações da colelitíase. Quando indicada, o tratamento de escolha é a colecistectomia laparoscópica eletiva.
A colecistectomia aberta, hoje em dia, costuma ser realizada quando a visualização das estruturas anatômicas pela cirurgia fechada é difícil ou impossível. Nosso
paciente está apresentando sintomas (dores abdominais há cerca de seis meses, principalmente em hipocôndrio direito e flanco direito) e, por esse motivo, temos
indicação de colecistectomia para ele. Resposta: letra B.

136 - 2022 HOB - DF

» O uso da colangiografia intraoperatória ainda tem seu lugar durante a colecistectomia com base na detecção de coledocolitíase e na potencial redução de desfechos
desfavoráveis associados a cálculos do ducto biliar comum. A detecção precoce de lesões biliares possibilita o seu tratamento imediato, reduzindo assim as dificuldades
técnicas posteriores e morbidez. No entanto, não é uma conduta realizada de rotina em todos os serviços e por todos os cirurgiões. Alguns cirurgiões realizam
colangiografia intraoperatória de rotina enquanto outros realizam a colangiografia intraoperatória seletivamente com base nos achados de testes de função hepática
elevados, ducto biliar comum dilatado (> 6 mm) ou história de pancreatite. Note que o nosso paciente apresenta elevação de fosfata alcalina e GGT. Logo, seria
prudente a realização de colangiografia intraoperatória nesse paciente. Resposta: letra A.

137 - 2022 HOB - DF

» Repare que o enunciado nem é tão essencial assim para o entendimento e análise da assertiva. Pensanso em colecistopatias como a colelitíase e a colecistite aguda,
lembre-se que o DM não aumenta o risco de colecistite, tanto é que não é indicação por sí só de cirurgia. Mas na vig6encia de colecistite, o DM aumenta o risco de
gravidade do quadro. Respsota: Letra A.

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138 - 2022 HOB - DF

» Quando indicada, o tratamento de escolha é sempre a colecistectomia laparoscópica eletiva. A colecistectomia aberta, hoje em dia, costuma ser realizada quando a
visualização das estruturas anatômicas pela cirurgia fechada é difícil ou impossível. Resposta: letra A.
139 - 2022 CERMAM

» Vamos analisar cada uma das alternativas: Letra A: Incorreta. O USG endoscópico é um exame com sensibilidade maior que a TC para avaliação dos tumores
periampulares. Pode ser utilizado no peroperatório para avaliar lesões intra-hepática, ressecabilidade e determinar acometimento de estruturas vasculares. Letra B:
Correta. Pelo enunciado temos um paciente que há 1 mês vem apresentando prurido, icterícia, inapetência, colúria, perda de peso importante (10kg) e com vesícula
biliar palpável (Sinal de Courvoisier). Além disso, os exames laboratoriais corroboram um quadro de colestase. Com base nesses dados, nossa principal hipótese
diagnóstica é um tumor periampular, porém sempre devemos excluir causas mais simples, como a colelitíase (através do USG). O USG abdominal é o primeiro exame a
ser realizado em quadro de colestase, por ser simples e ter uma grande sensibilidade para revelar dilatação das vias biliares. Letra C: Correta. As duas principais causas
de colestase extra-hepática são litíase biliar e tumores periampulares. No exame físico, o Sinal de Courvoisier (vesícula biliar distendida, palpável e sem dor) é muito
sugestivo de neoplasia. Nesses casos, é indicado a realização de tomografia para avaliação dos tumores periampulares. Letra D: Correta. Dentre os tumores que podem
originar o quadro clínico do nosso paciente devemos lembrar do adenocarcinoma de cabeça de pâncreas (o mais comum), colangiocarcinoma distal, carcinoma de
ampola de Vater e tumor de duodeno próximo á ampola de Vater. Resposta: Letra A.

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140 - 2022 EMCM

» A passagem de cálculos biliares através da ampola de Vater parece ser a causa mais comum de pancreatite aguda. Estes cálculos geralmente são pequenos (< 5 mm),
sendo menores do que aqueles que causam coledocolitíase e colangite, embora estas complicações possam coexistir com a pancreatite. Assim, a retirada da vesícula
acaba fazendo parte do manejo da pancreatite. A colecistectomia de urgência, entretanto, deve ser evitada, por ter maior morbimortalidade. Ao mesmo tempo, não deve
ser postergada por muito tempo, pois o índice de recidiva é relativamente alto (20-25%) e precoce. Todos os pacientes com pancreatite aguda biliar devem ser
submetidos à colecistectomia laparoscópica antes da alta hospitalar (semieletiva), porém, somente após a resolução do quadro clínico agudo. Deve ser complementada
pela CPRE pós-operatória com papilotomia, caso existam cálculos no colédoco ou pela colangiografia e exploração do colédoco peroperatória. Resposta: letra B.

141 - 2022 SESAP

» Em alguns casos especiais, as vias biliares podem tornar-se colonizadas e gerar infecções. Existem dois fatores que permitem que isso aconteça: obstrução ao fluxo biliar
e estase de bile. O quadro clínico costuma se apresentar através da tríade de Charcot que consiste em icterícia, dor biliar e febre. A febre é alta (39-40ºC) e associada a
calafrios. A icterícia vem acompanhada de colúria. A tríade de Charcot pode evoluir para pêntade de Reynold que consiste em tríade de Charcot associado a hipotensão e
estado confusional (forma supurativa ou tóxica). A terapia consiste basicamente na antibioticoterapia e drenagem biliar. A grande questão é sobre o momento de indicar
a drenagem das vias biliares. Nos casos não graves (somente tríade de Charcot), a resposta à antibioticoterapia é dramática e a drenagem pode assumir um caráter
eletivo. Nos casos em que não houver melhora ou para os casos mais graves, a drenagem deve ser de urgência. Vamos avaliar as alternativas: Letra A: incorreta.
Observe que a paciente sequer tem vesícula biliar. Ela foi submetida a colecistectomia no passado. Além disso, a colecistite aguda não costuma cursar com icterícia e,
quando presente, é leve. Letra B: incorreta. Na hepatite viral aguda há febre baixa ou ausência de febre, geralmente tem pródromo, hepatomegalia, transaminases bem
mais elevadas que a fosfatase alcalina. A paciente está claramente toxêmica. Letra C: correta. Conforme vimos acima, o quadro clínico é compatível com colangite
forma tóxica. A paciente está gravíssima, séptica e tem indicação de resgate volêmico imediato, início precoce de antibioticoterapia e drenagem das vias biliares. Letra
D: incorreta. Na pancreatite aguda biliar o quadro clínico geralmente cursa com dor abdominal importante associada a náuseas e vômitos e, dependendo da gravidade
do caso, pode evoluir para estados toxêmicos gravíssimos. Porém, nossa paciente realizou uma colangioressonância que não evidencia sinais de pancreatite. Resposta:
letra C.

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142 - 2022 SMSCG

» O triângulo de Calot contém em seu interior a artéria cística, que consiste em um ramo da artéria hepática direita. É uma questão conceitual. Vamos às alternativas:
Letra A: incorreta. A artéria cística não é ramo da gastroduodenal superior. Letra B: incorreta. A artéria cística não é ramo da hepática própria. Letra C: correta. A artéria
cística é ramo da hepática direita. Letra D: incorreta. A artéria cística não é ramo da hepática comum. Letra E: incorreta. A artéria cística não é ramo da cólica média.
Resposta: letra C.

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143 - 2022 UEPA - BELÉM

» O paciente da questão apresenta-se com a tríade de Charcot, clássica da colangite aguda e caracterizada por febre, dor abdominal em hipocôndrio direito e icterícia. Em
pacientes com quadros de colangite grave (supurativa), pode haver também hipotensão e rebaixamento do nível de consciência associados à tríade de Charcot,
caracterizando a pêntade de Reynolds. O tratamento se baseia em medidas de suporte (hidratação venosa e correção de distúrbios eletrolíticos), antibioticoterapia
endovenosa com cobertura contra bacilos entéricos gram-negativos e espécies anaeróbias, e drenagem das vias biliares a ser feita dentro de 24 a 48 horas em casos
leve a moderados, de preferência através de esfincterotomia endoscópica. A colecistite aguda faz parte do diagnóstico diferencial, devendo ser sempre suspeitada em
pacientes que se apresentam com dor abdominal em quadrante superior direito ou epigástrio, febre e leucocitose. O sinal de Murphy pode estar presente e sugere esse
diagnóstico, sendo positivo quando o paciente suspende a inspiração por dor à compressão do rebordo costal direito. Entretanto, elevação de bilirrubina (icterícia) e
fosfatase alcalina não são comuns na colecistite aguda não complicada, já que a obstrução é limitada à vesícula. Caso presentes, condições como colangite,
coledocolitíase ou síndrome de Mirizzi devem ser suspeitadas. Resposta: letra E.

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144 - 2022 AMS - APUCARANA

» Observe no enunciado que nossa paciente vem apresentando um quadro sugestivo de cólica biliar de longa data certo? Neste momento, parece que ela complicou com
alguma coisa, mas o que será? Observe a famosa Tríade de Charcot (dor abdominal + febre + icterícia), que sugere fortemente o diagnóstico de colangite. Além disso,
encontramos uma leucocitose e USG demonstrando litíase biliar com dilatação de vias biliares (colédoco dilatado). Com todas essas informações, conseguimos chegar ao
diagnóstico mais provável: colangite (letra C). Vamos analisar cada uma das alternativas. Letra A: Incorreta. A síndrome de Mirizzi é caracterizada por uma obstrução do
ducto hepático comum causada por um cálculo presente no ducto cístico ou infundíbulo da vesícula. O quadro clínico pode apresentar icterícia, febre e dor abdominal
(semelhante a colangite), porém é uma causa bem mais rara. Além disso, observe que o USG não menciona nenhum achado sugestivo de síndrome de Mirizzi. Letra B:
Incorreta. A doença de Carolie é uma doença relativamente rara e congênita, sendo caracterizada por dilatação multifocal e segmental dos ductos hepáticos. Através do
USG normalmente já conseguimos encontrar achados sugestivos desta condição, como ductos biliares dilatados e irregulares. Letra D: Incorreta. No caso de uma
colecistite aguda o quadro clínico normalmente é um pouco diferente e não encontramos a Tríade de Charcot. No enunciado, teríamos um paciente provavelmente com
febre + dor em região de hipocôndrio direito + Sinal de Murphy positiv Resposta: Letra C.

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145 - 2022 UEMA

» A Visão Crítica da Segurança (VCS) proposta por Strasberg é técnica para a identificação dos elementos críticos do triângulo de Callot durante a cirurgia de
colecistectomia. Esta técnica foi adotada em vários programas de ensino e com a proposta de reduzir o risco de lesão do ducto biliar. O triângulo de Callot é delimitado
por algumas estruturas. Dentre essas estruturas que compõe os seus limites, temos: o ducto hepático comum central, o ducto cístico lateral e a borda inferior do fígado.
O reconhecimento dessa estrutura é muito importante, pois, com isso, o cirurgião é capaz de identificar as estruturas que delimitam esse triangulo no momento da
cirurgia, principalmente na cirurgia de colecistectomia (retirada de vesícula biliar). A lesão da via biliar pode ser reconhecida em três momentos: durante a cirurgia, no
pós-operatório imediato e tardiamente (de meses a anos). A lesão pode ser de dois tipos: tipo "vazamento" ou fístula (coto cístico, transecção de ducto hepático direito
aberrante ou lesão lateral do colédoco); tipo obstrução (ligadura) ou estenose cicatricial. Vamos avaliar as alternativas: Letra A: incorreta. A doença de Caroli é uma
doença rara, genética (na maioria dos casos autossômica recessiva), geralmente diagnosticada antes dos 10 anos de idade, em que há uma dilatação dos dutos biliares
intra-hepáticos e formação de cistos hepáticos. A clínica principal é um quadro de colangite de repetição. Em nada se parece com o nosso quadro clínico descrito para a
questão. Letra B: correta. A ligadura de um ducto principal (colédoco ou hepático comum) se apresenta no pós-operatório imediato com icterícia importante, associada
ou não a dor abdominal no quadrante superior direito. A USG e TC mostram dilatação de vias biliares proximais à ligadura e a confirmação se dá através de
CTP (colangiografia trans-hepática percutânea), também com fins terapêuticos (cateter de drenagem). As lesões iatrogênicas são as principais causas de icterícia no pós
operatório de colecistectomia. Letra C: incorreta. Se a questão se refere a um quadro de colangite e hepatite, não temos um quadro clínico compatível, como dor biliar,
icterícia com colúria, febre alta com calafrios ou sinais de toxemia. O termo “colangio-hepatite” geralmente é utilizado para uma condição clínica que acomete felinos.
Letra D: incorreta. Litíase intra-hepática é a presença de cálculos dentro dos ductos biliares, proximal aos ductos hepáticos direito e esquerdo, independente da presença
de cálculos na vesícula biliar e/ou ducto hepático comum. Ocorre mais frequentemente na 5ª e 6ª décadas de vida e não há preferência por gênero. A doença é comum
no Leste da Ásia, que inclui Japão, China e Coreia do Sul, mas raro no Ocidente. Os sintomas clínicos incluem desconforto ou dor epigástrica, náuseas, vômitos, febre e
icterícia. Nosso paciente não tinha relato de doenças prévias e apresenta apenas icterícia no pós operatório imediato de colecistectomia eletiva. Letra E: incorreta. O
colangiocarcinoma geralmente acomete indivíduos em idade avançada (50-70 anos) e apresenta fatores de risco como a colangite esclerosante primária e cistos biliares
congênitos. O quadro clínico é uma síndrome colestática clássica, evoluindo com icterícia progressiva indolor (90%), além de colúria, hipocolia fecal e prurido. Nosso
paciente é jovem, sem relato de alterações clínicas prévias e foi submetido a uma colecistectomia eletiva. O colangiocarcinoma, portanto, não é compatível com o
surgimento de uma icterícia súbita no pós operatório. Resposta: letra B.

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146 - 2022 UEPA - BELÉM

» Na colecistectomia convencional, o paciente é apropriadamente anestesiado e preparado. Depois será realizada uma incisão subcostal direita (Kocher) ou uma incisão na
linha média, para que assim se tenha a exposição adequada com o auxílio de retratores, já que é essencial obter uma boa visualização da vesícula biliar, triângulo de
Calot e ductos biliares. Depois que o cirurgião identificar as estruturas hepáticas, a vesícula biliar é apreendida com pinças e manipulada para uma melhor visualização.
O ducto cístico é primeiro a ser identificado e dividido entre hemoclips, assim como a artéria cística. A vesícula biliar é removida usando eletrocauterização ou bisturi
harmônico, e após a remoção o leito é inspecionado para identificar e corrigir qualquer sangramento ou vazamento de bile pelos ductos de Luschka. O abdômen é então
fechado. A colangiografia cirúrgica ou a exploração do ducto biliar comum vai depender dos fatores associados a cálculos do ducto biliar comum, como bilirrubina
elevada e ducto biliar comum dilatado (mais de 8 mm).3 Se a vesícula biliar estiver tensa e distendida pela inflamação é realizada uma drenagem com uma agulha de
descompressão antes de iniciar o caso. Os ductos de Luscka são uma variação anatômica: ductos biliares medindo 1-2 mm de diâmetro que estão tipicamente situados
dentro da fossa da vesícula biliar, no aspecto inferior do lobo hepático direito, sendo ou um ducto solitário ou uma rede de múltiplos dúctulos interconectantes. Podem
drenar tanto para árvore biliar intra-hepática (conectados através de ductos subsegmentares no fígado) ou extra-hepática (conectado através do ducto hepático comum
ou direito). Com relação às outras incisões citadas nas alternativas: - Incisão de Pfannenstiel: é uma incisão transversal abaixo do umbigo, permitindo acesso ao abdome
e, principalmente, à pelve. Muito utilizado em cesarianas, por garantir um bom acesso e esteticamente aceitável, já que se situa em um local facilmente encoberto. -
Incisão de McBurney: é a mais usada para acessar o apêndice cecal na apendicectomia aberta. Trata-se de uma incisão oblíqua, perpendicular à linha imaginária que une
a cicatriz umbilical à crista ilíaca anterossuperior, contendo o ponto de McBurney, de comprimento variando de 5 a 10 cm, conforme espessura do panículo adiposo. -
Incisão de Rocky-Davis: trata-se de uma incisão transversa, realizada a cerca de 2 cm abaixo da cicatriz umbilical, na linha médio-clavicular, com cerca de 5 cm de
extensão. Pode ser uma forma de iniciar a apendicectomia aberta. Resposta: letra E.

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147 - 2022 AMS - APUCARANA

» Devemos responder sobre a condulta inicial de um paciente com colangite aguda. A base do tratamento desta condição consiste em antibioticoterapia venosa +
descompressão das vias biliares. Nos pacientes com a forma não supurativa (igual nosso paciente do enunciado) a descompressão é eletiva, podendo ser realizado por
CPRE (escolha) ou percutânea. Como a etiologia da colangite da nossa paciente é a litíase biliar, ela tem indicação de colecistectomia, que deve ser realizada
posteriormente de maneira eletiva. Já nos casos dos pacientes com colangite supurativa (presença da Pêntade de Reynolds), a descompressão deve ser realizada de
urgência. Apesar de todas as alternativas trazerem respostas possíveis para nossa paciente, a primeira conduta sempre deverá ser a estabilização do paciente e
antibioticoterapia. Resposta: Letra B.

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148 - 2022 UEPA - BELÉM

» Questão de Semiologia, vamos revisar os dois sinais citados nas alternativas. O sinal de Faget, por vezes chamado de dissociação esfigmotérmica, é a associação de
febre alta com pulso desproporcionalmente baixo ou normal, tendo sido descrito inicialmente na febre amarela, embora possa ver visto também em várias outras
condições: febre tifoide ou paratifoide, tularemia, brucelose, pneumonia por Legionella ou Mycoplasma, leptospirose, entre outras. Já o sinal de Courvoisier-Terrier
caracteriza-se pela presença de icterícia associada a uma vesícula aumentada, palpável e indolor. É um forte indicativo de neoplasia obstrutiva de pâncreas ou de vias
biliares extra-hepáticas, sendo sua causa mais comum o adenocarcinoma de cabeça de pâncreas. Resposta: letra A.

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149 - 2022 UNESC - ES

» Estamos diante de paciente com dor em hipocôndrio direito há 12 horas, febre, leucocitose e imagem ultrassonográfica compatível com colecistite aguda. Vamos
analisar as alternativas: Letra A: Incorreta. A colecistite aguda deve ser tratada em caráter de urgência, não eletivo. Letra B: Incorreta. Colecistite aguda não indica
necessidade de laparotomia, sim de laparoscopia por equipe treinada. Letra C: Incorreta. A conduta de "esfriar o processo" é extremamente controversa e não é aceita
pela maior parte dos livros, principalmente os que são biografia de prova de residência. Letra D: Incorreta. A paciente não tem nenhum sinal de colestase como icterícia
ou dilatação de vias biliares ao USG, portanto não háindicação de colangiorressonância. Letra E: Correta. O tratamento padrão de colecistite aguda é antibioticoterapia e
colecistectomia videolaparoscópica. Resposta: letra E.

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150 - 2022 AMS - APUCARANA

» A coledocolitíase é definida pela presença de um ou mais cálculos no colédoco, o que resulta em uma obstrução parcial ou completa do fluxo biliar (colestase). Vamos
analisar cada uma das alternativas: Letra A e B: Corretas. O diagnóstico da coledocolitíase normalmente depende da combinação de exames laboratoriais + exames de
imagem. Dentre os exames de imagem, o USG abdominal normalmente costuma ser o primeiro pela facilidade de sua realização. Outras opções incluem a
colangiopancreatografia por ressonância magnética, que normalmente é a primeira opção em pacientes de risco intermediário. A CPRE é o exame padrão ouro, pois
apresentam também a possibilidade de realizar terapêutica. Entretanto, pelo fato de ser um procedimento invasivo e associado a um maior risco de complicações,
normalmente ele é realizado somente nas situações em que exige uma abordagem terapêutica. Letra C: Incorreta. Em até 90% dos casos o cálculo é proveniente da
vesícula biliar (coledocolitíase secundária). Somente nos 10% restantes os cálculos se formam no próprio colédoco (coledocolitíase primária). Letra D: Correta. A principal
causa de pancreatite no Brasil é a litíase biliar, seguido pelo consumo de álcool. Resposta: Letra C.

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151 - 2022 UDI

» Pacientes com CHC podem desenvolver uma síndrome paraneoplásica com as seguintes características: (1) Hipoglicemia - A hipoglicemia geralmente ocorre no CHC
avançado e parece ocorrer pelas altas demandas metabólicas do tumor. Geralmente ela é leve e assintomática, mas casos mais severos podem oorrer. Menos de 5% dos
tumores secretam IGF-1, substância capaz de causar hipogliemica grave e sintomática mesmo em estágios mais iniciais da doença. (2) Eritrocitose - Provavelmente
ocorre por produção tumoral de eritropoetina. Embora haja aumento de EPO em praticamente 20% dos pacientes, elevação da concentração de hemoglobina não é
comum. Na verdade, a maioria dos pacientes apresenta anemia no momento do diagnóstico. (3) Hipercalcemia - Pode ter relação com metástase osteolítica, mas
também pode ocorrer pela secreção de PTHrP. (4) Diarreia – Embora não seja um achado frequente, podemos ter diarreia intratável, inclusive com distúrbios
eletrolíticos associados (hiponatremia, hipocalemia ou alcalose metabólica). O mecanismo não foi esclarecido, mas pode ter associação com secreção de peptídeos que
causam secreção intestinal, como polipeptídeo intestinal vasoativo e gastrina. (5) Alterações cutâneas - São raras. Nenhuma alteração cutânea é específica da
síndrome. Entenda: tanto eritrocitose, quanto hipercalcemia e hipoglicemia podem ocorrer em pacientes com CHC como parte de uma síndrome paraneoplásica, mas de
todas essas, apenas a hipoglicemia também é característica de um estágio terminal de disfunção hepática (resultado da depleção dos estoques de glicogênio e deficit na
gliconeogênese). Cabe lembrar que hiponatremia também ocorre em pacientes com insuficiência hepática terminal, se associa a pior prognóstico, mas não faz parte de
uma síndrome paraneoplásica tradicionalmente descrita. Resposta: letra E.

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152 - 2022 UFCSPA

» Pessoal, vamos lá: A questão solicita a alternativa incorreta sobre complicações da colecistite aguda. Vamos analisar as assertivas: - Alternativa A: incorreta. A
colecistostomia percutânea, segundo os guidelines de TOKYO, revela-se indicada para pacientes que possuem necessidade de desobstrução da vesícula biliar (em
virtude de colecistite aguda), mas não apresentam condições de cirurgia. O empiema de vesícula não contraindica o procedimento. - Alternativa B: correta. A perfuração
da vesícula é uma condição médica emergencial que ocorre em cerca de 2-11% dos pacientes portadores de colecistite aguda. Segundo a classificação de Niemier, o tipo
I corresponde à perfuração livre para a cavidade peritoneal, o tipo II caracteriza uma perfuração localizada e o tipo III caracteriza a formação de fístulas entre a vesícula e
o intestino. - Alternativa C: correta. Devido ao caráter pouco sintomático das fístulas biliares decorrentes da colecistite aguda, poucas vezes o diagnóstico é estabelecido
corretamente no pré-operatório. Embora seja descrita uma tríade para a complicação, caracterizada por diarreia crônica, pneumobilia e deficiência de vitamina K, os
métodos diagnósticos ainda apresentam muitas limitações, e, por esse motivo, mais de 90% dos diagnósticos do quadro são realizados apenas no intraoperatório. -
Alternativa D: incorreta. O tratamento da COLANGITE AGUTA consiste, essencialmente, em antibioticoterapia e descompressão biliar. O tratamento da colecistite aguda
envolve, fundamentalmente, a antibioticoterapia e a colecistectomia. A descompressão biliar é reservada aos pacientes que apresentam contraindicações ao
procedimento cirúrgico. Concluímos que a banca errou ao fornecer duas alternativas incorretas. Diante disso, foi solicitado um recurso que a banca, infelizmente, não
aceitou. Gabarito oficial: alternativa A. Gabarito MEDGRUPO: alternativas A, D.

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153 - 2022 HEDA

» Vamos avaliar as assertivas: Letra A: incorreta. Na colestase puramente intra-hepática, não observamos dilatação importante da via biliar na ultrassonografia. Letra B:
correta. A colangite aguda é uma infecção bacteriana do sistema ductal biliar que ocorre em decorrência de estase biliar por obstrução ao fluxo normal da bile. A
colangite cursa com a Tríade de Charcot (icterícia com colúria + dor biliar + febre alta com calafrios) ou Pêntade de Reynolds (tríade de Charcot + hipotensão + estado
confusional) na forma supurativa ou tóxica. Letra C: correta. A colangioressonância é um exame utilizado para visualização de vias biliares intra e extra-hepáticas, que
utiliza como contraste o próprio fluido biliar e pancreático. A técnica é baseada em sequências pulsantes T2. Fluidos estacionários, como a bile e secreção pancreática,
produzem sinal de alta intensidade à RM, enquanto estruturas sólidas geram o contrário. Em casos especiais, contraste hepatoespecífico podem ser utilizados para
refinar a visualização anatômica da região. Apresenta ótimo detalhamento anatômico e é um método não invasivo capaz, com bons resultados e de baixa morbidade.
Letra D: correta. As icterícias de excreção podem ser devidas a problemas mecânicos/anatômicos sobre a via biliar principal, constituindo o grupo das icterícias
obstrutivas. Pacientes com icterícia obstrutiva, apresentam icterícia, colúria e acolia fecal. Letra E: correta. A CPRE (Colangiopancreatografia Retrógrada Endoscópica) é
um procedimento endoscópico que tem o intuito de diagnosticar e desobstruir a via biliar, de maneira muito menos invasiva. Para isso utiliza-se o duodenoscópio. O
procedimento geralmente realizado no centro cirúrgico, sob anestesia geral. A CPRE é feita com auxílio da scopia, (radiografia intraoperatória) e contraste injetado
através dos materiais. Resposta: letra A.

154 - 2022 HEDA

» Estamos diante de uma paciente de 42 ano, portadora de diabetes mellitus e hipertensão arterial, admitida com dor em hipocôndrio direito, que apresenta sinal de
Murphy positivo, leucocitose e elevação de PCR. O ultrassom evidencia delaminação e espessamento da parede da vesícula, além de cálculo no infundíbulo.Estamos
diante de um caso clássico de colecistite aguda. A paciente foi submetida a uma colecistectomia laparoscópica que evidenciou intenso processo inflamatório
perivesicular. Realizada a punção da vesícula, com saída de bile escura. Portanto, estamos diante de um caso de colecistite aguda não complicada. Nesses casos,
preconiza-se a realização de antibioticoprofilatico. No entnato alguns autores defendem o uso até 24 horas após a retirada da vesícula. Respsota: Letra A.

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155 - 2022 HSJ - PR

» A gênese da colangite envolve estase biliar + presença do cálculo que serve como nicho para a proliferação de bactérias. Além da coledocolitíase, qualquer outra causa
de estase biliar pode complicar com colangite bacteriana aguda (estenose cicatricial, colangite esclerosante, cisto biliar, tumores obstrutivos). As mais comuns são as
enterobactérias – principalmente Escherichia coli e Klebsiella sp. Enterococo também é um patógeno envolvido (I CORRETA). A tríade de Charcot envolve icterícia + dor
biliar + febre. Alguns autores citam que os três achados aparecem em menos de 50% dos pacientes, mas algumas fontes sugerem uma prevalência de 50 a 75% nesses
pacientes, o que torna a segunda afirmativa, até certo ponto, polêmica. Entretanto, vamos "ajudar" a banca e considerar essa segunda proporção que diz que até 75%
dos pacientes podem ter os três componentes da tríade (II CORRETA). A terapia consiste basicamente na antibioticoterapia e drenagem biliar. A grande questão é sobre
o momento de indicar a drenagem das vias biliares. Nos casos não graves (somente tríade de Charcot), a resposta à antibioticoterapia é dramática e a drenagem pode
assumir um caráter eletivo (ainda que o mais breve possível). Nos casos em que não houver melhora ou para os casos mais graves, a drenagem deve ser de urgência (III
CORRETA). Resposta: letra D.

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156 - 2022 HEDA

» A questão apresenta um paciente de 75 anos, internado em unidade de terapia intensiva, que apresenta colecistite aguda (clínica, laboratório e imagem compatível). O
próximo passo reside em estratificar o paciente, segundo os critérios de Tokyo. Como nosso paciente apresenta disfunção orgânica, ele é classificado como Tokyo III
(grave). Nesses casos, o tratamento inicial reside, obviamente, em suporte orgânico, antibioticoterapia e coleta de hemoculturas. Para o tratamento definitivo, como
nosso paciente apresenta fatores preditivos negativos (bilirrubina > 2, disfunção neurológica e respiratória) a conduta consiste na colecistostomia percutânea (drenagem
percutânea). Resposta: alternativa C.

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157 - 2022 HUSE

» Questão que cobra conceitos diversos acerca de patologias de vias biliares. Analisemos as alternativas. Letra A: incorreta. A maior parte dos pacientes com colelitíase
são assintomáticos, sendo os cálculos achados incidentais em exames de abdômen. A maior parte desses pacientes permanecerá assintomática A colecistectomia
profilática NÃO é recomendada para maior parte dos pacientes com colelitíase assintomática, já que o risco de desenvolverem complicações graves é baixo, e caso
sintomas ocorram, tendem a ser leves inicialmente. Exceções a essa regra, para quem a colecistectomia profilática está indicada, incluem pacientes com risco
aumentado de câncer de vesícula biliar: drenagem anômala do ducto pancreático (drenando para o ducto biliar comum), adenomas de vesícula, vesícula em porcelana,
cálculos grandes (particularmente se > 3 cm). A cirurgia profilática também estará indicada em pacientes doenças hemolíticas, que têm alta incidência de cálculos
pigmentados: anemia falciforme caso cirurgia abdominal seja realizada por outro motivo, esferocitose hereditária, caso haja colelitíase e o paciente esteja sendo
submetido à esplenectomia. Letra B: correta. O manejo clínico da colecistite aguda é hospitalar e inclui antibioticoterapia endovenosa, correção de distúrbios
hidroeletrolíticos e controle da dor. Entretanto, desde que o paciente não tenha risco cirúrgico proibitivo, a colecistectomia é o tratamento de eleição, devendo ser feita
ao longo da internação após melhora clínica, de preferência dentro de três dias de início de sintomas. Critérios de colecistectomia de emergência incluem colicistite
enfisematosa, necrose ou perfuração de vesícula. A cirurgia de emergência também está indicada em pacientes com piora clínica em qualquer momento ou ausência de
melhora após um a três dias de antibioticoterapia. Letra C: correta. A apresentação clássica da colangite aguda é a tríade de Charcot, caracterizada por febre, dor
abdominal e icterícia. Em pacientes com quadros de colangite grave (supurativa), pode haver também hipotensão e rebaixamento do nível de consciência associados à
tríade de Charcot, caracterizando a pêntade de Reynolds. Letra D: correta. A síndrome de Mirizzi é definida como uma obstrução do ducto hepático comum causada por
uma compressão extrínseca a partir de um cálculo impactado no ducto cístico ou infundíbulo da vesícula. As manifestações clínicas incluem icterícia, febre e dor em
quadrante superior direito. Letra E: correta. A vesícula em porcelana é caracterizada pela calcificação de sua parede. Está associada à colelitíase em mais de 95% dos
casos, de modo que a calcificação parece resultar da inflamação crônica relacionada à colelitíase ou obstrução do ducto cístico, levando à estagnação da bile e
precipitação mucosa de sais de carbonato de cálcio. Os pacientes são geralmente assintomáticos, mas a colecistecomia está indicada devido ao risco aumentado de
câncer de via biliar. Resposta: letra A.

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158 - 2022 UFJ

» A colangite esclerosante primária (CEP) caracteriza-se por um processo esclerosante, obliterativo e inflamatório progressivo que afeta os ductos biliares extra e/ou intra-
hepáticos. O distúrbio ocorre em até 75% dos casos em associação com doença inflamatória intestinal, especialmente a retocolite ulcerativa (também chamada de colite
ulcerativa – LETRA C CORRETA). Pode estar associado também com pancreatite autoimune; síndromes de fibrosclerose multifocal, como fibrose retroperitoneal,
mediastinal e/ou periureteral; tireoidite (struma) de Riedel; ou pseudotumor da órbita. Em 50% dos casos, a doença é assintomática ao diagnóstico e passa a ser
suspeitada como parte da investigação laboratorial de um paciente com doença inflamatória intestinal. O laboratório é predominantemente colestático, com aumento
sobretudo da fosfatase alcalina. As aminotransferases não costumam se elevar de maneira significativa (< 300 UI/L). Todo paciente com RCU que apresenta elevação
persistente nos valores de fosfatase alcalina deve ter como principal suspeita diagnóstica a colangite esclerosante primária (CEP), uma manifestação extraintestinal
hepatobiliar desta doença inflamatória intestinal. Os pacientes com sintomas apresentam frequentemente obstrução biliar crônica ou intermitente: dor no quadrante
superior direito do abdome, prurido, icterícia ou colangite aguda. Nas fases subsequentes de sua evolução, podem ocorrer obstrução biliar completa, cirrose biliar
secundária, insuficiência hepática ou hipertensão portal com varizes sangrantes. O diagnóstico costuma ser estabelecido graças ao achado de estreitamentos multifocais
distribuídos difusamente com segmentos de permeio de ductos normais ou dilatados, produzindo um aspecto de conta de rosário na colangiografia. Nos casos suspeitos,
as técnicas colangiográficas de escolha consistem em colangioressonância magnética e CPRE. Quando o diagnóstico de colangite esclerosante já tiver sido estabelecido,
deve ser empreendida uma busca de possíveis doenças associadas, em especial doença inflamatória intestinal crônica. Resposta: letra C.

159 - 2022 PMFI

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