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RX SIMPLES DE ABDOME

•  Eficaz:
•  Suspeita perfuração
•  Obstrução intestinal
•  Cálculos urinários
Abdome agudo não traumático

Abdome agudo = dor abdominal aguda


Que requer tratamento clínico ou cirúrgico de emergência

Um dos principais sintomas nos Dados clínicos e antecedentes


serviços de emergência cirúrgicos são fundamentais

Principais causas:
1. Apendicite aguda (30%)
2. Colecistite aguda (10%)
3. Obstrução intestinal (5-10%)

A Radiologia é fundamental no diagnóstico e triagem rápida entre os casos


cirúrgicos e não cirúrgicos
Abdome agudo não traumático

Tomografia Computadorizada
Tem papel central na avaliação da dor abdominal aguda em adultos

Exceções – análise inicial por USG:


1. Colecistite aguda
2. Alterações ginecológicas
3. Apendicite em crianças e paciente magro

Achados tomográficos semelhantes nas alterações abdominais agudas

Inflamação Isquemia Obstrução Perfuração


!!!!Densificação!!!!
!!!!Densificação!!!!
Obstrução
Perfuração
Espessamento parietal
Líquido livre
Alteração de perfusão - Realce mucoso
Alteração de perfusão - Isquemia
Caso 1

Masculino, 33 anos, dor na fossa ilíaca direita à


1 dia. Avalie imagens e assinale o diagnóstico:

a) Volvo de íleo distal.

b) Apendagite epipploica, com o sinal do ponto


hiperdenso central no corte axial.

c) Infarto omental.

d) Apendicite aguda.

e) Corpo estranho.
Caso 1

?
Caso 1

Masculino, 33 anos, dor na fossa ilíaca direita


há 1 dia. Avalie as imagens e assinale o
diagnóstico:

a) Volvo de íleo distal.

b) Apendagite epipploica, com o sinal do ponto


hiperdenso central no corte axial.

c) Infarto omental.

d) Apendicite aguda.

e) Corpo estranho.
Apendicite aguda

• Inflamação aguda do apêndice cecal secundária a obstrução luminal e


infeccção superposta.

• Causas de obstrução:
• Fecalito, hiperplasia linfoide, tumor primário, metástase, parasita, corpo
estranho, doença de Crohn ou brida.

• Causa mais comum de dor abdominal aguda de tratamento cirúrgico.

• Pico de incidência na segunda década de vida.

• Pode perfurar formando coleção, pneumoperitônio, peritonite local ou


generalizada.
Apendicite aguda

Achados de imagem

• Rx:
• Apendicolito em 10 a 30% dos casos.
• Nível hidroaéreo em alças da fossa ilíaca direita (alça sentinela).
• Indefinição das margens do músculo psoas direito.
• Pneumoperitônio (incomum).
• Escoliose antálgica, de concavidade direita.

• Enema opaco:
• Apêndice cecal não preenchido por bário (pode ser achado normal em até 1/3 dos
casos).
• Espessamento mural focal da parede medial do ceco.
• Deformidade do ceco e íleo terminal por efeito compressivo extrínseco exercido
por coleção extraluminal ou massa inflamatória.
Apendicite aguda
Achados de imagem

• USG:
• Melhor para crianças, mulheres jovens e grávidas (radiação).
• “Aponte com um dedo”.
• Apêndice não compressível e calibroso (>8mm).
• Hiperecogenicidade da gordura periapendicular.
• Apendicolito com sombra acústica posterior.
• Fluido, flegmão ou abscesso na fossa ilíaca direita.
• Parede espessada (>2 mm) e com fluxo aumentado ao Doppler.

• TC:
• Apêndice calibroso (>8mm).
• Densificação da gordura periapendicular.
• Apendicolito.
• Alças intestinais locais distendidas com níveis líquidos.
• Coleções líquidas inflamatórias na FID.
• Espessamento e realce anormal parietal do apêndice.
Apendicite Aguda
Caso 2

Feminino, 44 anos, IMC 35, 4 filhos, dor no


hipocôndrio direito e vômitos há 2 dias. Avalie
as imagens e assinale a correta:

a) Cálculo biliar na região infundibular, sem sinais


de obstrução.

b) Espesamento parietal da vesícula biliar


secundário à ascite.

c) Espessamento e delaminação parietal da


vesícula biliar com sinais de perfuração.

d) Ressonância magnética é mais indicada na


análise inicial destes casos, devido a
possibilidade de coledocolitíase.

e) Colecistopatia calculosa crônica.


Caso 2

?
Caso 2

Feminino, 44 anos, IMC 35, 4 filhos, dor no


hipocôndrio direito e vômitos há 2 dias. Avalie
as imagens e assinale a correta:

a) Cálculo biliar na região infundibular, sem sinais


de obstrução.

b) Espesamento parietal da vesícula biliar


secundário à ascite.

c) Espessamento e delaminação parietal da


vesícula biliar com sinais de perfuração.

d) Ressonância magnética é mais indicada na


análise inicial destes casos, devido a
possibilidade de coledocolitíase.

e) Colecistopatia calculosa crônica.


Colecistite aguda
• Inflamação aguda da vesícula biliar.

• Decorrente de obstrução persistente ao nível do infundíbulo (colo) da


vesícula biliar ou ducto cístico.
• Litíase é a causa mais frequente.

• Obstrução biliar → aumento de pressão intralumial → distensão e inflamação


parietal → necrose, grangrena e perfuração.

• Acomete cerca de um terço dos pacientes com colelitíase.

• Dor no hipocôndrio direito, febre e leucose.

• Acalculosa – associada à pacientes acamados graves, em jejum prolongado /


nutrição parenteral, grandes queimados e pacientes com SIDA.
Colecistite aguda
• USG método de escolha - Achados:
• Cálculo impactado no infundíbulo, fixo às mundanças de decúbito.
• Sinal de Murphy ultrassonográfico (dor à inspiração e compressão com o
transdutor).
• Espessamento parietal (>4mm);
• Hiperdistensão (diâmetro transverso > 4 cm).
• Delaminação parietal.
• Líquido perivesicular.

• Perfuração – coleção adjacente e VB contraída.


• Imagens gasosas intramurais ou intraluminais - colecistite enfisematosa.

• TC e RM - Achados:
• Hiperdistensão e espessamento parietal.
• Alterações perfusionais no parênquima hepático adjacente.
• Densificação dos planos gordurosos.
• Líquido e coleções.
• Eventualmente cálculo.
Colecistite aguda
Colédocolitíase
Caso 3

Masculino, 57 anos, etilista, dor epigástrica e


vômitos há 1 dias. Avalie as imagens e assinale
a correta:

a) Paniculite mesentérica.

b) Pancreatite aguda edematosa.

c) Ressonância magnética é mais indicada na


análise inicial destes casos, devido a
possibilidade de coledocolitíase.

d) Pancreatite aguda necrotizante.

e) Medicamentos são a principal causa.


Caso 3

?
Caso 3

Masculino, 57 anos, etilista, dor epigástrica e


vômitos há 1 dias. Avalie as imagens e assinale
a correta:

a) Paniculite mesentérica.

b) Pancreatite aguda edematosa.

c) Ressonância magnética é mais indicada na


análise inicial destes casos, devido a
possibilidade de coledocolitíase.

d) Pancreatite aguda necrotizante.

e) Medicamentos são a principal causa.


Pancreatite aguda

• Principais causas:
• Álcool, litíase biliar, metabólica, infecciosa, traumática e por drogas (captopril,
estatinas, estrógenos, tetraciclina, isoniazida, metronidazol).
• Até 30% têm causa desconhecida.

• Principais complicações:
• Coleções líquidas, hemorrágicas ou infectadas.
• Derrame pleural – mais frequente à esquerda ou bilateral.
• Alterações vasculares – pseudoaneurisma, trombose do sistema
portoesplenomesentérico.

• Rx – pouca utilidade.

• USG – primeiro exame a ser solicitado:


• Bom para diagnóstico diferencial e identificação de cálculos biliares.
Pancreatite aguda

• TC – com contraste, o melhor para PA.


• Elevada sensibilidade (83-92%) e VPP (>90%).
• Possibilita o diagnóstico de necrose pancreática nas primeiro 48-72hs.
• Estadiamento da gravidade da PA.

• Achados:
• Aumento focal ou difuso do pâncreas (difuso + frequente).
• Realce heterogêneo após a injeção do contraste, com áreas de hipocontrastação
indicando necrose (frequentemente multifocal).
• Densificação dos planos gordurosos peripancreáticos.
• Líquido livre na cavidade peritoneal e retroperitoneal.
• Derrame pleural e atelectasias basais.
• Espessamento parietal do estômago e duodeno.
Pancreatite aguda
Caso 4

Masculino, 65 anos, febril e dor na FIE há 2


dias. Avalie as imagens e assinale a correta:

a) Apendagite epiploica.

b) Colite.

c) Espessamento parietal concêntrico e


estenosante no sigmoide.

d) Infarto omental.

e) Diverticulite aguda.
Caso 4

?
Caso 4

Masculino, 65 anos, febril e dor na FIE há 2


dias. Avalie as imagens e assinale a correta:

a) Apendagite epiploica.

b) Colite.

c) Espessamento parietal concêntrico e


estenosante no sigmoide.

d) Infarto omental.

e) Diverticulite aguda.
Diverticulite aguda

• Doença diverticular:
• Entre 5 e 10% da população acima de 45 anos e 80% na população acima de 85
anos.
• Mais comum nos cólons descendente e sigmoide:
• Cólon direito – orientais.
• Complicação mais comum – diverticulite aguda.

• USG:
• “Aponte com um dedo”
• Identificação do divertículo, espessamento parietal segmentar (>4mm), aumento
da ecogenicidade da gordura pericólica e perda da compressibilidade.
Diverticulite

• TC:
• A utilização do contraste positivo via oral ou retal é dispensável.
• Divertículos cólicos.
• Espessamento parietal do cólon ou do próprio divertículo.
• Densificação dos planos gordurosos adjacentes.
• Ingurgitamento vascular.
• Espessamento das fáscias retroperitoneais.
• Pequena quantidade de líquido livre regional.
• Se perfuração: formação de coleção e / ou pneumoperitônio.
Diverticulite aguda
Caso 5

Feminino, 49 anos, afebril e dor na FIE há 2


dias. Avalie as imagens e assinale a correta:

a) Apendagite epiploica.

b) Diverticulite aguda.

c) Colite fleboesclerótica.

d) Paniculite mesentérica.

e) Diverticulite aguda.
Caso 5

?
Caso 5

Feminino, 49 anos, afebril e dor na FIE há 2


dias. Avalie as imagens e assinale a correta:

a) Apendagite epiploica.

b) Diverticulite aguda.

c) Colite fleboesclerótica.

d) Paniculite mesentérica.

e) Diverticulite aguda.
Apendagite epiploica

• Apêndice epiplóico:
• Estruturas adiposas pedunculadas na superfície serosa do cólon, que se projetam
da face externa da alça para a cavidade peritoneal.
• Desde o ceco até a transição retossigmoidea.
• Sujeitos a torção ou trombose venosa, pois tem pedículo estreito, evoluindo para
isquemia e necrose.

• Apendagite:
• Usualmente a 2ª a 5ª décadas de vida, predileção por mulher e obesos,
presumivelmente por ter apêndices epiploicos maiores.
• Sigmoide ~ dois terços dos casos.
Apendagite epiploica

• USG:
• “Aponte com um dedo”
• Nodulação hiperecogênica, não compressível, projetando-se da parede do cólon
e envolta por halo hipoecogênico.
• Massa hiperecogênica na gordura pericólica.

• TC:
• Densificação ovalada da gordura pericólica, com 1,5-3,5 cm de diâmetro.
• Fino realce anular periférico.
• Densificação dos planos gordurosos regionais.
• Espessamento do peritônio adjacente.
• Ponto hiperdenso central (trombose do pedículo vascular).
Apendagite Epiploica
Caso 6

Masculino, 55 anos, afebril e dor na FID há 2


dias. Avalie as imagens e assinale a correta:

a) Diverticulite aguda.

b) Infarto Omental.

c) Apendagite epiploica.

d) Paniculite mesentérica.

e) Complicação de pancreatite aguda.


Caso 6

?
Caso 6

Masculino, 55 anos, afebril e dor na FID há 2


dias. Avalie as imagens e assinale a correta:

a) Diverticulite aguda.

b) Infarto Omental.

c) Apendagite epiploica.

d) Paniculite mesentérica.

e) Complicação de pancreatite aguda.


Infarto Omental

• O infarto omental e apendagite estão agrupados sob o termo “infarto focal


da gordura intraperitoneal”.

• Causa rara de abdome aguda oriunda de comprometimento vascular do


grande omento.
• Pode ser ocasionado por torção do omento.
• Mais comum em obsesos

• Localização tipica na FID - infarto primário


• o comprometimento vascular ocorre ao longo da margem direita do omento
maior, onde o suprimento arterial é usualmente débil.
• Infarto segundário – relacionado a trauma (próxima ao local de incisão cirúrgica).

• Usualmente > 5 cm
• Ajuda a distinguir da apendagite.
Infarto Omental

• USG:
• Área focal de aumento da ecogenicidade da gordura omental.

• TC:
• Área focal de densificação da gordura omental.
• Rotação (redemoinho) dos vasos do omento torcido.
• Halo periférico hiperdenso.
Infarto Omental
Caso 7

Feminino, 39 anos, dor na flanco direito, diarréia


líquida e febre há 3 dias. Avalie as imagens e
assinale a correta:

a) Paniculite mesentérica.

b) Infarto Omental.

c) Colite.

d) Apendagite.

e) Status pós-colonoscopia.
Caso 7

?
Caso 7

Feminino, 39 anos, dor na flanco direito, diarréia


líquida e febre há 3 dias. Avalie as imagens e
assinale a correta:

a) Paniculite mesentérica.

b) Infarto Omental.

c) Colite.

d) Apendagite.

e) Status pós-colonoscopia.
Colite

• Causas:
• Infeciosa: bactérias, vírus, fungos e parasitas.
• Inflamatória: RCU e Crohn

• Achados:
• Espessamento parietal, ulceração da mucosa, densificação do mesocólon e
ascite. Leve distensão de alças.

• Colite pseudomembranosa:
• Clostridium difficile – associada ao uso de antibióticos de amplo espectro e
quimioterápicos.
• Diarreia aquosa e dor abdominal.
• Diâmetro do cólon costuma estar aumentado.
• Estratificação das camadas da parede do vaso, com hiperrealce submuco e
hipoatenuação da submucosa (edema).
Colite bacteriana
Tiflite

• Enterocolite neutropênica
• Pacientes neutropênicos, especialmente leucemia aguda em QT.
• Inflamação do ceco, cólon ascendente e íleo terminal, podendo evoluir com
necrose transmural e perfuração.

• TC método de escolha – colonoscopia e enema risco de perfuração.


• Espessamento parietal do ceco, associado ou não a espessamento do cólon
ascendente e íleo distal.
• Estratificação das camadas, com aumento do realce mucoso e hipoatenuação da
submucosa (edema).
• Densificação inflamatória da gordura pericecal.
• Líquido livre junto a alça.
• Complicações – pneumatose intestinal, pneumoperitônio e coleções
pericolônicas sugerem tratamento cirúrgico.
Tiflite
Caso 8

Feminino, 69 anos, dor na região inguinal


esquerda e vômitos. Avalie as imagens e
assinale a correta:

a) Dilatação difusa de todo o delgado.

b) Dilatação de alças cólicas e delgadas.

c) Presença de gás intraluminal favorece etiologia


infecciosa.

d) Status pós-prandial.

e) Dilatação segmentar de alças delgadas.


Caso 8

?
Caso 8

Feminino, 69 anos, dor na região inguinal


esquerda e vômitos. Avalie as imagens e
assinale a correta:

a) Dilatação difusa de todo o delgado.

b) Dilatação de alças cólicas e delgadas.

c) Presença de gás intraluminal favorece etiologia


infecciosa.

d) Status pós-prandial.

e) Dilatação segmentar de alças delgadas.


Obstrução intestinal

• Interferência na propulsão do conteúdo intestinal em direção ao ânus.

• Podem ser classificadas quanto ao:


• Nível – delgado alto, delgado baxio ou cólico.
• Grau – completa ou incompleta (suboclusão).
• Circulação sanguinea – simples ou estrangulada.
• Evolução – aguda e crônica.
• Natureza – mecânica, vascular ou funcional.
Obstrução intestinal

• Causas de obstrução em alças delgadas:


1. Aderências (em todos os grupos etários).
2. Hérnias.
3. Lesões neoplásicas.

• Causas de obstrução em alças cólicas:


1. Neoplasia colorretal.
2. Diverticulite.
3. Volvo (alça fechada)
Obstrução intestinal

• Sintomas:
• Dor, náuseas e vômitos, parada da eliminação de gases e fezes e
distensão abdominal.

• Suboclusão: pode continuar eliminando gases.

• Obstrução alta: vômitos mais frequentes, surgem precocemente e tem


material estagnado e de aspecto biliar. Pouca distensão abdominal.

• Obstrução baixa: distensão é mais intensa e precoce ao início dos sintomas.

• Obstrução cólica: distensão é mais tardia ao início dos sintomas.


Obstrução intestinal

Achados de imagem na obstrução de alças delgadas.

• Rx:
• alças dilatadas com níveis hidroaéreos (em ortostase), válvulas coniventes
proeminentes e calibre da alça delgada proximal à obstrução > 3,0 cm.

• USG:
• distensão gasosa, pode dificultar análise. Pode avaliar calibre das alças (>2,5 cm),
conteúdo, atividade peristáltica e identificar do local de obstrução.

• TC - melhor exame:
• Possível identificar o local de obstrução, o grau de distensão, possível causa e
complicações.
Obstrução intestinal

Achados de imagem na obstrução de alças cólicas

• Rx:
• Distensão de alças cólicas (>8 mm) e eventualmente de alças delgadas.
• Ponto de obstrução – transição entre alças distendidas e não distendidas.
• Volvo – alças em U invertido ou sinal do bico de pássaro.
• Contrastado oral, pode identificar o ponto de estenose.

• USG:
• distensão gasosa, pode dificultar análise. Pode avaliar calibre das alças, conteúdo,
atividade peristáltica e identificar do local de obstrução.

• TC - melhor exame:
• Possível identificar o local de obstrução, o grau de distensão, possível causa e
complicações.
Obstrução intestinal – hernia inguinal
Obstrução intestinal – volvo sigmoide
Obstrução intestinal – volvo sigmoide
Caso 9

Masculino, 57 anos, dor na FID e vômitos há 1


dia. Avalie as imagens e assinale a correta:

a) Dilatação de alças delgadas por possível brida.

b) Hérnia encarcerada na FID.

c) Obstrução por tumor de ceco.

d) Hérnia estrangulada na FID.

e) Ileo adinâmico.
Caso 9

Masculino, 57 anos, dor na FID e vômitos há 1


dia. Avalie as imagens e assinale a correta:

a) Dilatação de alças delgadas por possível brida.

b) Hérnia encarcerada na FID.

c) Obstrução por tumor de ceco.

d) Hérnia estrangulada na FID.

e) Ileo adinâmico.
Caso 9

?
Caso 9

Masculino, 57 anos, dor na FID e vômitos há 1


dia. Avalie as imagens e assinale a correta:

a) Dilatação de alças delgadas por possível brida.

b) Hérnia encarcerada na FID.

c) Obstrução por tumor de ceco.

d) Hérnia estrangulada na FID.

e) Ileo adinâmico.
Hérnia de parede abdominal

• Passagem de conteúdo abdominal através de áreas de descontinuidade dos


planos da parede abdominal.
• Diversos localizações, diversos epônimos.
• 75-80% ocorrem na região inguinal.

• Hérnia inguinal:
• Indireta: lateral aos vasos epigástricos inferiores.
• Cinco vezes mais comum do que a direta.
• Sete vezes mais comum em homens.
• Direita: medial aos vasos epigástricos.
• Femoral, obturatória.

• Parede abdominal anterior:


• Spigel, paraestomia, umbilical, paraumbilical, incional, epigástrica.
Hérnia de parede abdominal

• Encarceramento – sinal clínico:


• Hérnia não redutível.

• Estrangulamento – pode ser identificado por TC.


• Ocorre em hérnia de colo estreito.
• Prejuízo da irrigação vascular do segmento herniado (isquemia).
• Pode evoluir para necrose e perfuração.
• Espessamento parietal e hipocontrastação das alças herniadas.
• Borramento dos planos adiposos e líquido livre.
• Dilatação de alças a montante.
Hérnia inguinal

Indireta Direta
Hernia inguinal estrangulada
Hérnia de Spigel – só gordura
Hérnia de Spigel estrangulada
Caso 10

Feminino, 80 anos, dor no flanco direito,


distensão e vômitos há 2 dias. Avalie as
imagens e assinale a correta:

a) Dilatação de alças delgadas por possível brida.

b) Hérnia estrangulada na FID.

c) Hérnia interna.

d) Íleo adinâmico.

e) Gastroenterite aguda.
Caso 10

?
Caso 10

Feminino, 80 anos, dor no flanco direito,


distensão e vômitos há 2 dias. Avalie as
imagens e assinale a correta:

a) Dilatação de alças delgadas por possível brida.

b) Hérnia estrangulada na FID.

c) Hérnia interna.

d) Íleo adinâmico.

e) Gastroenterite aguda.
Hérnia interna

• Alças intestinais agrupadas com sinais obstrutivos.


• Podem situar-se lateralmente aos cólons ascendente ou descendente.
• Alças justapostas à parede abdominal, com perda da interposição gordurosa
omental.
• Ingurgitamento vascular, com alteração do trajeto dos vasos mesentéricos,
que convergem ao colo herniário.
• Deslocamento do estômago ou cólon pelas alças herniadas.
• Aspecto em cogumento da raiz do mesentério (colo herniário).
• Nas hérnias estranguladas, ascite e espessamento parietal sugerem isquemia.
Hérnia interna
Caso 11

Feminino, 27 anos, dor epigástrica e vômitos


biliosos há 8 horas. Avalie as imagens e
assinale a correta:

a) Hérnia interna.

b) Intussuscepção.

c) Neoplasia de delgado.

d) Divertículo de Meckel.

e) Gastroenterite aguda.
Caso 11

?
Caso 11

Feminino, 27 anos, dor epigástrica e vômitos


biliosos há 8 horas. Avalie as imagens e
assinale a correta:

a) Hérnia interna.

b) Intussuscepção.

c) Neoplasia de delgado.

d) Divertículo de Meckel.

e) Gastroenterite aguda.
Intussuscepção intestinal

• Invaginação ou prolapso de um segmento intestinal (intussuscepto) para o


interior da luz do intestino adjacente (intussuscepiente)

• É mais comum no grupo pediátrico:


• Pico de inciência 6 meses a 2 anos.
• 95% idiopático.
• Demais: pólipos, cistos de duplicação, divertículo de Meckel etc.

• No adulto, 90% está relacionada a uma causa específica:


1. Tumores benignos / pólipos a causa mais frequente (30%).
2. Tumores malígnos.
3. Alterações inflamatórias.

• Pode ser encontrada em exames de rotina de pacientes assintomáticos,


usualmente é intussuscepção transitória e sem significado clínico.
Intussuscepção intestinal

• Sintomas:
• Dor abdominal, vômitos, fezes em “geleia de framboesa” (crianças),
hematoquezia e massa palpável.

• Independentemente da causa, faixa etária e localização, o processo


fisiopatológico é o mesmo:
• Edema da parede à medida que o intestino invagina.
• Comprometimento vascular venoso e depois arterial.
• Isquemia, necrose e perda da integridade da mucosa.
• Pode evoluir para perfuração e peritonite.
Intussuscepção intestinal

Achados de imagem

• Rx:
• Sinal do alvo - anéis concêntricos de alças intercaladas por gás;
• Sinal do menisco - imagem em crescente de gás ou do contraste oral delineando
a extremidade do intussuscepto.
• Sinal da mola em espiral – delineamento das pregas edemaciadas do
intussuscepiente pelo contraste.

• USG – o melhor para crianças:


• Alta sensibilidade, acurácia de até 98%.
• Sinal do alvo (corte axial) – anéis concêntricos (alça dentro de alça);
• Sinais do sanduíche e do garfo (corte longitudinal).
• Ausência de fluxo ao Doppler sugere irredutibilidade, mas não isquemia.
• Líquido entre as camadas pode indicar irredutibilidade e isquemia.
Intussuscepção intestinal

Achados de imagem

• TC e RM – mais utilizados em adultos:


• Sinal do alvo - anéis concêntricos (alça dentro de alça);
• Com ou sem vasos e gordura mesentérica aprisionados.
• Pode se associar a sinais de obstrução proximal.
• Pode mais frequentemente identificar o fator causal.
Intussuscepção intestinal
Caso 12

Masculino, 71 anos, dor e distensão abdominal há


1 dia. Avalie as imagens e assinale a correta:

a) Trombose da veia mesentérica com isquemia.

b) Trombose da artéria mesentérica com isquemia.

c) Trombose da veia mesentérica sem isquemia.

d) Trombose da artéria mesentérica sem isquemia.

e) Obstrução por brida.


Caso 12

?
Caso 12

Masculino, 71 anos, dor e distensão abdominal há


1 dia. Avalie as imagens e assinale a correta:

a) Trombose da veia mesentérica com isquemia.

b) Trombose da artéria mesentérica com isquemia.

c) Trombose da veia mesentérica sem isquemia.

d) Trombose da artéria mesentérica sem isquemia.

e) Obstrução por brida.


Isquemia intestinal

• Isquemia aguda:
• Rápida redução do fluxo sanguineo para o intestino.
• É a mais preocupante, mortalidade entre 60 e 80% dos casos.
• Obstrução aguda por trombose ou embolismo da artéria mesentérica ocorre em
60 a 80% dos casos.
• Trombose venosa em 5 a 10% dos casos.
• Isquemia não oclusiva em 30% dos casos.
Isquemia intestinal
Achados de imagem

• Rx:
• Agudamente, alças dilatadas e nível hidroaéreo.
• Nos casos graves, sinais de perfuração – pneumoperitônio, pneumatose (parede
de alça, veia porta e veias e hepáticas).

• USG:
• Distensão de alças e espessamento parietal.

• TC - melhor exame:
• Distensão de alças e espessamento parietal, geralmente hipodenso (edema), mas
pode ser hiperdenso (hemorragia).
• Falha de enchimento vascular (trombo / êmbolo).
• Pode haver realce parietal (indica alça viável) ou hipocontrastação (indica menor
chance de viabilidade).
• Pneumatose e aeroportia indicam isquemia transmural e alta gravidade.
Isquemia intestinal
Caso 13

Masculino, 78 anos, dor abdominal de início


súbito. Avalie as imagens e assinale a correta:

a) Aneurisma de aorta abdominal com sinais de


iminência de rotura

b) Aneurisma de aorta abdominal roto.

c) Periaortite.

d) Vasculite de grandes vasos

e) Hematoma intramural na aorta abdominal.


Caso 13

?
Caso 13

Masculino, 78 anos, dor abdominal de início


súbito. Avalie as imagens e assinale a correta:

a) Aneurisma de aorta abdominal com sinais de


iminência de rotura

b) Aneurisma de aorta abdominal roto.

c) Periaortite.

d) Vasculite de grandes vasos

e) Hematoma intramural na aorta abdominal.


Aneurisma da aorta abdominal.
AAA com iminência de rotura AAA roto

• Dor abdominal. • Dor abdominal.


• Aumento do tamanho do AAA. • Hematoma periaórtico
• Redução progressiva da quantidade de o achado mais comum.
trombo (relativa). • Extravasamento ativo do meio de
• Sinal do crescente (hiperatenuante) contraste.
o hemorragia no trombo. • Densificação dos planos periaórticos.
• Densificação dos planos periaórticos. • Anomalias de contornos.
• Moldar-se aos contornos vertebrais
AAA iminência de rotura
AAA roto
AAA roto

AJR 2007; 188:W57–W62


AAA roto
Úlcera Penetrante / Pseudoaneurisma
Caso 14

Feminino, 69 anos, fibrilação atrial, dor abdominal


de início súbito no flanco direito e hematúria.
Avalie as imagens e assinale a correta:

a) Carcinoma de células renais infiltrativo.

b) Pielonefrite aguda.

c) Infarto renal.

d) Veia renal direita retroaórtica com trombose.

e) Uropatia obstrutiva.
Caso 1

?
Caso 14

Feminino, 69 anos, fibrilação atrial, dor abdominal


de início súbito no flanco direito e hematúria.
Avalie as imagens e assinale a correta:

a) Carcinoma de células renais infiltrativo.

b) Pielonefrite aguda.

c) Infarto renal.

d) Veia renal direita retroaórtica com trombose.

e) Uropatia obstrutiva.
Infarto Renal

• Interrupção do suprimento vascular normal para parte ou para todo o rim.

• Diagnóstico diferencial por imagem: pielonefrite e tumor renal.

• Causas:
• Tromboembolismo – a mais comum – cardíaca (valvas e cavidades) e aorta
(trombos murais e placas ulceradas).
• Dissecção da aorta / artéria renal (displasia fibromuscular e trauma).
• Vasculite.
• Oclusão da veia renal.
• Torção do rim transplantado.

• Sintomas:
• Quando pequeno pode ser assintomático (retrações corticais tardiamente).
• Quando maior, dor no flanco, hematúria e proteinúria.
Infarto Renal

• USG:
• Pode ser utilizado como método inicial e casos com apresentação clínica frusta.
• Pode identificar áreas com ausência de perfusão ao Doppler
• Avaliar o fluxo na artéria e veia renal.

• TC – o melhor, com contraste:


• Para dor em flanco não traumático com ou sem hematúria.
• Permite diagnóstico diferencial com outras entidades, em especial cálculo.
• Sem contraste – borramento de contornos e densificação dos planos adiposos.
• Com contraste – bom ter fases cortical (arterial) e nefrográfica (venosa).
• Permite identificar oclusão vascular.
• Áreas hipocontrastantes em cunha que comprometem tanto a cortical
quanto a medular e se estendem para a superfície capsular.
• Se oclusão da artéria renal principal, todo o rim pode não realçar.
• ~50%, pode haver fino realce cortical periférico, decorrente de perfusão por
colaterais capsulares - ajudar a diferenciar de pielonefrite – mais tardio,
alguns dias após o infarto.
Infarto renal
Infarto renal
Pielonefrite aguda – FEBRE e focal!!!
Obrigado!

Dr. Andrei Skromov de Albuquerque


Medicina Interna e Radiologia Cardiovascular
andrei.albuquerque@grupofleury.com.br

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