Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Capítulo
TUMORES NEUROENDÓCRINOS
Brenda Gumz
Heinrich Bender Kohnert Seidler
INTRODUÇÃO
As neoplasias neuroendócrinas (NNEs) compreendem um grupo raro e heterogê-
neo de doenças neoplásicas que se originam das células neuroendócrinas, que compõem
um sistema endócrino difuso presente em diversos órgãos do corpo. Desde a primeira
descrição pelo patologista alemão Siegfried Oberndorf1 em 1907, ao observar tumores
de trato gastrintestinal com aspecto semelhante a carcinoma, porém de comportamento
clínico quase benigno, a princípio denominado karzinoid (ou “como carcinoma”), o co-
nhecimento envolvendo esse tipo de tumor evoluiu sobremaneira. Já se compreende um
espectro abrangente de evoluções clínicas, desde doenças muito indolentes até os tumores
agressivos e rapidamente fatais; produção, ou não, de sintomas funcionantes, estes con-
feridos por pequenos peptídeos secretados em grânulos pelas células neoplásicas; hetero-
geneidade prognóstica de acordo com órgão de origem e diferentes respostas às opções
terapêuticas disponíveis.
Neste capítulo, abordaremos as neoplasias neuroendócrinas de origem no trato gas-
trintestinal (TGI) – estômago, intestino delgado e pâncreas, abrangendo uma atualização
da classificação anatomopatológica, ponto de partida para uma estratégia diagnóstica e
terapêutica de qualidade dos pacientes portadores desse tipo de neoplasia.
É de grande importância a discussão multidisciplinar2 na condução dos casos,
com integração de conhecimentos por parte de oncologistas clínicos, cirurgiões on-
cológicos com experiência em NNEs, patologistas, radiologistas, intervencionistas,
endocrinologistas, gastroenterologistas, endoscopistas, colonoscopistas, médicos nu-
cleares e radioterapeutas. Pela raridade da doença e a escassez de grandes estudos
em diversos cenários, torna-se relevante a decisão terapêutica compartilhada entre os
especialistas envolvidos.
539
540 DIRETRIZES ONCOLÓGICAS
EPIDEMIOLOGIA
Por ser uma doença rara, e as estatísticas brasileiras não separarem os tumores
com base no tipo histológico, e sim no órgão de origem, não temos estimativas do INCA
para 2018. Dados norte-americanos de 2012 mostram uma incidência anual de 6,09
casos/100.000 habitantes, mais alta do que no ano de 1973, quando era de 1,09 ca-
sos/100.000 habitantes. O fácil acesso e a melhora da acurácia dos exames de imagem,
bem como melhor caracterização histológica dessa neoplasia, são considerados grandes
responsáveis por esse salto na incidência. O maior incremento em incidência ocorreu nos
tumores de estômago (aumento de 15 vezes) e reto (aumento de 9 vezes), provavelmente
associado a maior número de procedimentos endoscópicos.3
GRADUAÇÃO
A classificação atual da OMS estratifica as NNE em três graus, baseado no aspecto
histológico e na atividade proliferativa (figuras mitóticas e Ki-67). Se houver discrepância
entre os dois métodos, a recomendação é utilizar o grau mais alto. Existem evidências de
que a atividade proliferativa tem significância prognóstica para TNE de origem no foregut,
incluindo estômago e pâncreas.
A graduação proposta com base na proliferação é dividida em três níveis: G1, G2,
G3; com as definições baseadas em contagem de figuras mitóticas e índice de Ki-67. Para
biópsias endoscópicas é utilizado o índice de Ki-67, uma vez que a área de superfície de
tecido é muito pequena para a contagem de figuras mitóticas. A contagem de figuras
mitóticas é feita em ao menos 50 campos de grande aumento (2 mm2) e o índice de Ki-67
é feito por imuno-histoquímica como um percentual de 500~2.000 células, contadas na
área de maior concentração.
ESTADIAMENTO
O estadiamento é feito de modo independente da graduação do tumor. TNEs po-
dem metastatizar e portanto não devem ser classificados como CNE baseado em metás-
tase nodal ou distante. Quando indicado, o estadiamento de NNEs deve ser feito com
tomografia computadorizada (TC) com contraste trifásico4 ou ressonância nuclear mag-
nética (RNM) com contraste5 de abdome, opções de alta sensibilidade para detecção de
metástases linfonodais e hepáticas. Essas são, habitualmente, intensamente vascularizadas
e é importante ressaltar que, por esse motivo, devem ser avaliados por radiologistas com
experiência em NNE. Pequenas variações entre o tempo de aquisição das imagens e a
injeção do contraste endovenoso são capazes de revelar/esconder lesões hepáticas e gerar
interpretação errônea dos resultados.
O ultrassom endoscópico tem alta sensibilidade (87%) e especificidade (98%) para
detectar tumores neuroendócrinos pancreáticos e duodenais.6
A imagem 68GaPET-TC, que usa um radiofármaco com afinidade ao receptor de
somatostatina tipo 2, é superior ao 99Tc SPECT/TC7 ou 111In SPECT/TC8 na detecção
de tumores neuroendócrinos, tanto primário como metástases, e deve ser realizada em
pacientes com tumores bem diferenciados. Apresenta alta sensibilidade para detecção
de tumores primários desconhecidos8 e pode mudar a conduta em 32% dos casos de
tumores neuroendócrinos bem diferenciados. Porém, é baixa a sensibilidade do método
para detecção de insulinomas (25%). Já os tumores de alto grau (carcinomas neuroendó-
crinos, TNE G3 e neoplasias mistas neuroendócrinas e não neuroendócrinas) podem ser
estadiados com 18F-FDG/PET-TC, e a detecção de metástases ósseas pode ser um fator
de mal prognóstico. 18F-FDG/PET-TC não tem aplicação em tumores G1 ou de baixo
índice de proliferação.9
Capítulo 33 • TUMORES NEUROENDÓCRINOS 543
células parietais (glândulas oxínticas) e pode ser evidenciada, ainda, hiperplasia das célu-
las ECL (enterochromaffin-like).
Imagem: habitualmente, usa-se tomografia computadorizada com contraste trifá-
sico, RNM e/ou exame funcional Ga68 PET-TC. Ultrassom endoscópico tem alta sensi-
bilidade para localizar o gastrinoma (tumor primário) na parede duodenal ou mesmo no
pâncreas, outro sítio frequente.
Tratamento: consiste em alta dose de IBP para controle do sintoma e cirurgia
de ressecção do gastrinoma (duodenectomia ou nodulectomia) nos casos esporádicos.17
Não se recomenda cirurgia de Whipple. Nos casos de associados a NEM1, esses pacien-
tes geralmente apresentam múltiplos gastrinomas duodenais e com frequência metastá-
ticos para linfonodos, mas com excelente expectativa de vida quando tumores menores
que 2 cm. Por isso, geralmente não são operados pela morbidade cirúrgica e pouco
impacto é observado no curso da doença.18
e sinaptofisina. Eles tendem a ser CK7 e TTF-1 negativos e aproximadamente 20% deles
são CK20 positivos.
Os TNEs do duodeno e jejuno proximal tendem a se comportar de modo menos
agressivo e apresentam imunofenótipo distinto dos tumores do intestino delgado distal.
A maioria são produtores de gastrina, aproximadamente metade não expressa cromo-
granina A, mas mantém expressão de sinaptofisina. São positivos para PDX-1 (fator de
transcrição pancreatic-duodenal homeobox 1) e tendem a ser negativos (ou fracamente positi-
vos) para CDX-2. Tumores produtores de somatostatina são frequentemente encontrados
na papila de Vater.
A maioria dos TNEs do intestino delgado distal ocorrem no íleo terminal e surgem
de células enterocromafins produtoras de serotonina. Praticamente todos os tumores ex-
pressam CDX-2 e são PDX-1 negativos; cerca de dois terços são positivos para CEA.
Têm crescimento lento e habitualmente são de grau 1 ou 2 e, devido à sintomatolo-
gia vaga, são localmente avançados (36%) ou metastáticos (48%) ao diagnóstico, mesmo
quando os primários são pequenos (1-2 cm).
Os sintomas mais frequentes são dor abdominal inespecífica, que pode ser causada
por diversos motivos: dismotilidade da parede intestinal, obstrução, isquemia mesentérica
intermitente por fibrose de vasos mesentéricos e diarreia secretória. A síndrome carcinoi-
de consiste em diarreia (60-80%), flushing (60-85%), broncoespasmo intermitente (< 10%)
e fibrose de valvas cardíacas direitas (20%) e está presente em cerca de 20% dos casos.
Ocorre quase exclusivamente em tumores com metástase hepática (95%) e exceção se faz
quando a metástase ultrapassa o fígado e cai direto na circulação sistêmica – metástases
ovarianas ou em retroperitôneo (5% dos casos).20
Como estadiar: a colonoscopia está indicada, pois pode detectar as lesões em
íleo distal e descartar câncer colorretal sincrônico. Imagens de tomografia com con-
traste trifásico ou ressonância, quando possível complementadas por Octreoscan ou
Ga68 PET-TC, para detectar linfonodos regionais comprometidos e descartar metás-
tases a distância. O exame 68GA-PET-CT, em casos metastáticos ao diagnóstico, tem
boa acurácia para detectar o primário quando sua localização não é conhecida, além
de doença extra-abdominal.20,21
Cirurgia: NNEs de intestino delgado localizadas ou localmente avançadas têm
indicação cirúrgica, incluindo ressecção dos linfonodos ao redor dos vasos mesentéri-
cos, com impacto em sobrevida22. Pela peculiaridade do alto índice de TNEs multicên-
tricos de intestino delgado, é indicada a palpação bimanual das alças desde o ângulo de
Treitz até o íleo terminal durante o ato cirúrgico. No cenário metastático, a ressecção
do tumor primário tem o objetivo de evitar complicações como obstruções, intussuscep-
ções, dor ou fibrose de mesentério pela liberação local de serotonina.20 Recomenda-se
dosagem de 5HIAA (ácido hidroxiindol-acético) em urina de 24 horas antes da cirurgia,
mesmo se a história clínica não for típica de síndrome carcinoide, pois alguns pacientes
podem requerer bloqueio do quadro funcionante, a fim de prevenir descompensação
da síndrome.
O tratamento sistêmico na doença metastática, bem como o controle da síndrome
carcinoide, será discutido mais adiante.
548 DIRETRIZES ONCOLÓGICAS
Também foi positivo em seu desfecho primário, sobrevida livre de progressão, com
mediana não atingida no grupo tratado, contra 18 meses no controle. Os análogos
são, portanto, excelente opção para o tratamento de tumores bem diferenciados e
metastáticos do TGI, e com perfil de toxicidade aceitável e geralmente manejável,
como esteatorroia e hiperglicemia.
A falha dos análogos de somatostatina no controle de quadro funcionante pode
ser manejada com procedimentos que diminuam a carga tumoral (tumor burden), como
embolização hepática,26 em casos de primário em intestino delgado e pâncreas, ou
quimioembolização, para tumores pancreáticos exclusivamente25 – e contraindica-
do em pacientes duodenopancreatectomizados pelo risco de abscesso hepático.27 Em
pacientes selecionados, pode-se optar por um debulking cirúrgico e ablação de lesões
remanescentes. Everolimo em associação a octreotide também já foi testado em tu-
mores gastroenteropancreáticos funcionantes, subgrupo do estudo randomizado
RADIANT-2,28 que demonstrou aumento da sobrevida livre de progressão para o gru-
po tratado com ambas as drogas, versus placebo. Análise pré-planejada de controle de
síndrome funcionante mostrou uma queda significativa dos níveis de 5-hidroxi-indol-
-acetico urinário29, mostrando potencial de controle da síndrome com perfil de toxici-
dade aceitável.
Há ainda a opção de tratamento com radionuclídeo 177Lu-Dotatate, que recentemen-
te mostrou superioridade em relação ao aumento de dose de octreotide LAR para 60 mg
no braço controle, em pacientes com TNE de intestino delgado e Ki-67 2%, com maior
sobrevida livre de progressão e sobrevida global30 (evidência 1iiA).
No cenário não funcionante, everolimo 10 mg ao dia também tem impacto em so-
brevida livre de progressão na doença metastática em primários de intestino delgado e
pulmão bem diferenciados31 (nível evidência 1iDiii).
Nos casos de tumores de pâncreas metastáticos, tanto everolimo 10 mg ao dia, como
sunitinibe 35 mg por 4 semanas e descanso de 2 semanas a cada 6 semanas, estão aprova-
dos com base em estudos de fase III, com ganho em sobrevida livre de progressão (nível
evidência 1iDiii).32 Os dados de sobrevida global, provavelmente pela alta taxa de crossover
do grupo placebo para everolimo, não foram estatisticamente significativos, embora clini-
camente relevantes – aumento da sobrevida em 6 meses.33
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Dayal Y. Gl-NETs-uniform but also diverse. Endocr Pathol. 2007;18(3):135-40.
2. Laskaratos FM, Caplin M. Treatment challenges in and outside a network setting: Gastrointestinal
neuroendocrine tumours. European journal of surgical oncology : the journal of the European
Society of Surgical Oncology and the British Association of Surgical Oncology. 2018.
3. Dasari A, Shen C, Halperin D, Zhao B, Zhou S, Xu Y, et al. Trends in the Incidence, Prevalence,
and Survival Outcomes in Patients With Neuroendocrine Tumors in the United States. JAMA
oncology. 2017;3(10):1335-42.
Capítulo 33 • TUMORES NEUROENDÓCRINOS 553
4. Paulson EK, McDermott VG, Keogan MT, DeLong DM, Frederick MG, Nelson RC. Carcinoid
metastases to the liver: role of triple-phase helical CT. Radiology. 1998;206(1):143-50.
5. Bader TR, Semelka RC, Chiu VC, Armao DM, Woosley JT. MRI of carcinoid tumors: spectrum of
appearances in the gastrointestinal tract and liver. J Magn Reson Imaging. 2001;14(3):261-9.
6. Puli SR, Kalva N, Bechtold ML, Pamulaparthy SR, Cashman MD, Estes NC, et al. Diagnostic
accuracy of endoscopic ultrasound in pancreatic neuroendocrine tumors: a systematic review
and meta analysis. World journal of gastroenterology. 2013;19(23):3678-84.
7. Etchebehere EC, de Oliveira Santos A, Gumz B, Vicente A, Hoff PG, Corradi G, et al. 68Ga-
DOTATATE PET/CT, 99mTc-HYNIC-octreotide SPECT/CT, and whole-body MR imaging in
detection of neuroendocrine tumors: a prospective trial. J Nucl Med. 2014;55(10):1598-604.
8. Sadowski SM, Neychev V, Millo C, Shih J, Nilubol N, Herscovitch P, et al. Prospective Study of
68Ga-DOTATATE Positron Emission Tomography/Computed Tomography for Detecting Gastro-
Entero-Pancreatic Neuroendocrine Tumors and Unknown Primary Sites. Journal of clinical
oncology : official journal of the American Society of Clinical Oncology. 2016;34(6):588-96.
9. Panagiotidis E, Alshammari A, Michopoulou S, Skoura E, Naik K, Maragkoudakis E, et al.
Comparison of the Impact of 68Ga-DOTATATE and 18F-FDG PET/CT on Clinical Management
in Patients with Neuroendocrine Tumors. J Nucl Med. 2017;58(1):91-6.
10. Delle Fave G, O'Toole D, Sundin A, Taal B, Ferolla P, Ramage JK, et al. ENETS Consensus
Guidelines Update for Gastroduodenal Neuroendocrine Neoplasms. Neuroendocrinology.
2016;103(2):119-24.
11. Crosby DA, Donohoe CL, Fitzgerald L, Muldoon C, Hayes B, O'Toole D, et al. Gastric
neuroendocrine tumours. Digestive surgery. 2012;29(4):331-48.
12. Giusti M, Sidoti M, Augeri C, Rabitti C, Minuto F. Effect of short-term treatment with low
dosages of the proton-pump inhibitor omeprazole on serum chromogranin A levels in man.
Eur J Endocrinol. 2004;150(3):299-303.
13. Peracchi M, Gebbia C, Basilisco G, Quatrini M, Tarantino C, Vescarelli C, et al. Plasma chromogranin
A in patients with autoimmune chronic atrophic gastritis, enterochromaffin-like cell lesions
and gastric carcinoids. Eur J Endocrinol. 2005;152(3):443-8.
14. Thomas D, Tsolakis AV, Grozinsky-Glasberg S, Fraenkel M, Alexandraki K, Sougioultzis S, et al.
Long-term follow-up of a large series of patients with type 1 gastric carcinoid tumors: data
from a multicenter study. Eur J Endocrinol. 2013;168(2):185-93.
15. Grozinsky-Glasberg S, Thomas D, Strosberg JR, Pape UF, Felder S, Tsolakis AV, et al. Metastatic
type 1 gastric carcinoid: a real threat or just a myth? World journal of gastroenterology.
2013;19(46):8687-95.
16. Kim HH, Kim GH, Kim JH, Choi MG, Song GA, Kim SE. The efficacy of endoscopic submucosal
dissection of type I gastric carcinoid tumors compared with conventional endoscopic mucosal
resection. Gastroenterol Res Pract. 2014;2014:253860.
17. Chin JL, O'Toole D. Diagnosis and Management of Upper Gastrointestinal Neuroendocrine
Tumors. Clin Endosc. 2017;50(6):520-9.
18. Jensen RT, Niederle B, Mitry E, Ramage JK, Steinmuller T, Lewington V, et al. Gastrinoma
(duodenal and pancreatic). Neuroendocrinology. 2006;84(3):173-82.
19. Costa FP, Gumz B, Pasche B. Selecting patients for cytotoxic therapies in gastroenteropancreatic
neuroendocrine tumours. Best Pract Res Clin Gastroenterol. 2012;26(6):843-54.
20. Niederle B, Pape UF, Costa F, Gross D, Kelestimur F, Knigge U, et al. ENETS Consensus Guidelines
Update for Neuroendocrine Neoplasms of the Jejunum and Ileum. Neuroendocrinology.
2016;103(2):125-38.
554 DIRETRIZES ONCOLÓGICAS
21. Riechelmann RP, Weschenfelder RF, Costa FP, Andrade AC, Osvaldt AB, Quidute AR, et al.
Guidelines for the management of neuroendocrine tumours by the Brazilian gastrointestinal
tumour group. Ecancermedicalscience. 2017;11:716.
22. Landry CS, Lin HY, Phan A, Charnsangavej C, Abdalla EK, Aloia T, et al. Resection of at-risk
mesenteric lymph nodes is associated with improved survival in patients with small bowel
neuroendocrine tumors. World journal of surgery. 2013;37(7):1695-700.
23. Rinke A, Muller HH, Schade-Brittinger C, Klose KJ, Barth P, Wied M, et al. Placebo-controlled,
double-blind, prospective, randomized study on the effect of octreotide LAR in the control of
tumor growth in patients with metastatic neuroendocrine midgut tumors: a report from the
PROMID Study Group. Journal of clinical oncology : official journal of the American Society of
Clinical Oncology. 2009;27(28):4656-63.
24. Rinke A, Wittenberg M, Schade-Brittinger C, Aminossadati B, Ronicke E, Gress TM, et al. Placebo-
Controlled, Double-Blind, Prospective, Randomized Study on the Effect of Octreotide LAR in
the Control of Tumor Growth in Patients with Metastatic Neuroendocrine Midgut Tumors
(PROMID): Results of Long-Term Survival. Neuroendocrinology. 2017;104(1):26-32.
25. Caplin ME, Pavel M, Cwikla JB, Phan AT, Raderer M, Sedlackova E, et al. Lanreotide in
metastatic enteropancreatic neuroendocrine tumors. The New England journal of medicine.
2014;371(3):224-33.
26. Maire F, Lombard-Bohas C, O'Toole D, Vullierme MP, Rebours V, Couvelard A, et al. Hepatic
arterial embolization versus chemoembolization in the treatment of liver metastases from well-
differentiated midgut endocrine tumors: a prospective randomized study. Neuroendocrinology.
2012;96(4):294-300.
27. Pavel M, Baudin E, Couvelard A, Krenning E, Oberg K, Steinmuller T, et al. ENETS Consensus
Guidelines for the management of patients with liver and other distant metastases
from neuroendocrine neoplasms of foregut, midgut, hindgut, and unknown primary.
Neuroendocrinology. 2012;95(2):157-76.
28. Pavel ME, Hainsworth JD, Baudin E, Peeters M, Hörsch D, Winkler RE, et al. Everolimus plus
octreotide long-acting repeatable for the treatment of advanced neuroendocrine tumours
associated with carcinoid syndrome (RADIANT-2): a randomised, placebo-controlled, phase 3
study. Lancet (London, England). 2011;378(9808):2005-12.
29. Yao JC, Ricci S, Winkler RE, Jehl V, Pavel ME. Everolimus plus octreotide LAR versus placebo plus
octreotide LAR in patients with advanced neuroendocrine tumors (NET): Updated safety and
efficacy results from RADIANT-2. Journal of Clinical Oncology. 2011;29(15_suppl):4011-.
30. Strosberg J, El-Haddad G, Wolin E, Hendifar A, Yao J, Chasen B, et al. Phase 3 Trial of. The New
England journal of medicine. 2017;376(2):125-35.
31. Yao JC, Fazio N, Singh S, Buzzoni R, Carnaghi C, Wolin E, et al. Everolimus for the treatment
of advanced, non-functional neuroendocrine tumours of the lung or gastrointestinal tract
(RADIANT-4): a randomised, placebo-controlled, phase 3 study. Lancet (London, England).
2016;387(10022):968-77.
32. Raymond E, Dahan L, Raoul JL, Bang YJ, Borbath I, Lombard-Bohas C, et al. Sunitinib malate for
the treatment of pancreatic neuroendocrine tumors. The New England journal of medicine.
2011;364(6):501-13.
33. Yao JC, Pavel M, Lombard-Bohas C, Van Cutsem E, Voi M, Brandt U, et al. Everolimus for the
Treatment of Advanced Pancreatic Neuroendocrine Tumors: Overall Survival and Circulating
Biomarkers From the Randomized, Phase III RADIANT-3 Study. Journal of clinical oncology :
official journal of the American Society of Clinical Oncology. 2016;34(32):3906-13.
34. Kunz PL, Catalano PJ, Nimeiri H, Fisher GA, Longacre TA, Suarez CJ, et al. A randomized study
of temozolomide or temozolomide and capecitabine in patients with advanced pancreatic
Capítulo 33 • TUMORES NEUROENDÓCRINOS 555