Você está na página 1de 42

Gastrite e Gastropatias

Ulceras Gástricas e
Duodenais

Enf. Esp. Katiana M. Fernandes


Gastrite

 É uma inflamação da mucosa gástrica ou


estomacal.

Aguda: de aparecimento súbito, evolução rápida e


facilmente associadas a um agente causador.

2
Gastrite
Gastrites
Gastrites agudas
agudas são
são
Resultante
Resultante da
da exposição
exposição
de
de aparecimento
aparecimento
repetida
repetida aa agentes
agentes
súbito
súbito ee geralmente
geralmente Aguda
Crônica irritativos
irritativos ou
ou de
de episódios
episódios
associadas
associadas aa um
um
recorrentes
recorrentes de
de gastrite
gastrite
agente
agente causador
causador
aguda
aguda

3
Fisiopatologia:
Ulceração Mucosa
superficial Gástrica

Gastrite
Gastrite

Secreta qde ↓ de Edemaciada


suco gástrico e
Bastante muco Hiperemiada

Sofre erosão
superficial
4
Fisiopatologia:

 A membrana da mucosa gástrica torna-se


edemaciada e hiperemiada e sofre uma erosão
superficial.
 Ela produz uma pequena quantidade de suco
gástrico, contendo pouco ácido e muito muco.

5
Vista prejudicada endoscópica da gastrite celulares erosiva (á esquerda). A lesão por irritantes (á direita) resulta em aumento
do pH intracelular, função enzimática prejudicada, estruturas celulares rompidas, isquemia, estase vascular e morte tissular.
Reproduzido com permissão Porth C. (2005). Pathophysiology: Concepts of altered health states (7th ed.). Philadelphia:
Uppincott Williams & Wilkins. © 2005, Lippincott Williams & Wilkins.
6
Causas:
 Gastrite Aguda (Medicamentos,
infecções e estresse físico ou Refluxo biliar

psíquico podem levar à uma


Medicamentos
gastrite aguda) Substancias
corrosivas

 Bebidas alcoólicas e a ingestão


acidental ou suicida de certas
substâncias corrosivas são
Bebidas
exemplos de agentes alcoólicas
Estressa

agressores.
Cigarro
 Refluxo biliar
 Ingestão de ácido

7
Causas:
 Gastrite Crônica:
 Inflamação prolongada do estômago.
 Fatores nutricionais
 Álcool, tabaco.
 Refluxo crônico de secreções

Refluxo
Fatores
nutricionais
Inflamação
prolongada
8
Diagnóstico:

 Diagnóstico pode ser determinado por:


 Exame físico
 Anaminese
 Radiografia
 Endoscopia
 Laboratoriais
Ilustração mostra inflamação na mucosa gástrica

9
Manifestações Clínicas:
 Desconforto abdominal
 Cefaleia
 Prostração (exaustão completa)
 Náuseas
 Anorexia
 Êmese e soluços.
 Gastrite crônica: anorexia, pirose após alimentação,
eructação (um sabor amargo na boca), náuseas êmese .
10
Tratamento:
 Dieta não-irritativa;
 Abster-se do álcool;
 Uso de antiácidos;
 Terapia de suporte: SNG, analgésicos e sedativos,
líquidos e EV.
 Nos casos extremos (remover tecido perfurado).
 Modificação da dieta, redução do estresse.
 Tratamento H. pylori.
11
Farmacoterapia na gastrite
Agente Farmacológico Ação Principal Considerações de Enfermagem
Antibióticos Um antibiótico bactericida que ajuda a erradicar a • Pode provocar diarreia.
Amoxicilina (Amoxil) bactéria H. pylori na mucosa gástrica
• Não deve ser utilizada nos pacientes alérgicos
à penicilina
Claritromicina ( Biaxin) Exerce efeitos bactericidas para erradicar a • Pode provocar desconforto Gl, cefaleia,
bactéria H. pylori na mucosa gástrica paladar alterado
• Muitas interações medicamentosas ( p.ex.,
cisaprida, colchicina, lovastatina, varfarina
[Coumadin])
Metronidazol (Flagyl) Um agente antibacteriano e antiprotozoário • Deve ser administrado com as refeições para
sintético que auxilia na erradicação da bactéria diminuir o desconforto GI; pode provocar
H. pylori na mucosa gástrica do administrado anorexia e sabor metálico.
com outros antibióticos inibidores da bomba de
• O paciente deve evitar álcool; o Flagyl aumenta
prótons
os efeitos de liquefação do sangue
da varfarina (Coumadin)

Tetraciclina Exerce efeitos bacteriostáticos para erradicar a • Pode causar reação de fotos sensibilidade;
bactéria H. pylori na mucosa gástrica advertir o paciente de que deve usar filtro solar
• Pode causar desconforto Gl
• Deve ser usada com cautela nos pacientes com
comprometimento renal ou hepático
• O leite ou seus derivados reduzem a eficácia

12
Antidiarreico • Administrado ao mesmo tempo que os
Suprime a bactéria H. pylori na mucosa gástrica antibióticos para erradicar a infecção por H. pylori
Subsalicilato de bismuto
e auxilia na cura das úlceras de mucosa
(Pepto-Bismol) • Deve ser tomado com estômago vazio
Antagonistas do receptor Diminui a quantidade de HCI produzido pelo • O menos dispendioso dos antagonistas do
de histamina-2 (H2) estômago ao bloquear a ação da histamina receptor de H2.
Cimetidina (Tagamet) sobre os receptores de histamina das células
parietais no estômago • Pode causar confusão, agitação ou coma nos
idosos ou naqueles com insuficiência renal
ou hepática
• O uso prolongado pode causar diarreia,
tonteira, ginecomastia
• Muitas interações medicamentosas (p.ex.,
amiodarona, amitriptilina, benzodiazepínicos,
metoprolol, nifedipino, fenitoína, varfarina
[Coumadin])
Famotidina (Pepcid) Idêntico à cimetidina • Melhor escolha para o paciente criticamente
doente, porque se sabe que tem risco mínimo
de interações medicamentosas; não altera o
metabolismo hepático
• Meia-vida prolongada nos pacientes com
insuficiência renal
• Alívio de curto prazo na DRCE
Nizatidina (Axid) Idêntico à cimetidina • Usado para o tratamento das úlceras e da
DRCE
• Meia-vida prolongada nos pacientes com
insuficiência renal
• Pode causar cefaleia, tonteira, diarreia,
náuseas/vômitos, desconforto Cl, bem como
urticária

13
Ranitidina (Zantac) Idêntico à cimetidina • Meia-vida prolongada nos pacientes com
insuficiência renal e hepática
• Causa menos efeitos colaterais que a cimetidina
• Pode provocar cefaleia, tonteira, constipação,
náuseas e vómitos ou desconforto abdominal

Inibidores da bomba de Diminui a secreção ácida gástrica lentificando a • Usado principalmente para o tratamento da
prótons do ácido gástrico bomba de hidrogénio-potássio adenosina doença da úlcera duodenal e infecção por
(PPI) trifosfatase (H+ , K+ -ATPase) na superfície das H. pylon
células parientais do estômago
Esomeprazol (Nexium) • Uma cápsula de liberação retardada que
deve ser deglutida inteira e tomada antes
das refeições

Lansoprazol (Prevacid) Diminui a secreção ácida gástrica lentificando a • Uma cápsula de liberação retardada que deve
bomba de H+ , K+ -ATPase na superfície das ser deglutida inteira e tomada antes das
células parietais refeições
Omeprazol (Prilosec) Diminui a secreção ácida gástrica lentificando a • Uma cápsula de liberação retardada que deve ser
bomba de H+ , K+ -ATPase na superfície das deglutida inteira e tomada antes das refeições
células parietais
• Pode causar diarreia, náuseas, constipação, dor
abdominal, vómitos, cefaleia ou tonteira

Pantoprazol (Protonix) Diminui a secreção ácida gástrica lentificando a • Uma cápsula de liberação retardada que deve ser
bomba de H+ , K+ -ATPase na superfície das deglutida inteira e tomada antes das refeições
células parietais
• Pode causar diarreia e hiperglicemia, cefaleia, dor
abdominal e provas de função hepática anormais

14
Rabeprazol (AcipHex) Diminui a secreção ácida gástrica lentificando a • Uma cápsula de liberação retardada que deve ser
bomba de H+ , K+ -ATPase na superfície das deglutida inteira e tomada antes das refeições
células parietais
• Pode provocar dor abdominal, diarreia, náuseas e
cefaleia
• As interações medicamentosas com digoxina,
ferro e varfarina (Coumadin)

Análogo da Prostaglandina sintética; protege a mucosa • Usado para evitar a ulceração nos pacientes que
Prostaglandina E1 gástrica contra os agentes que causam úlcera; usam AINE
Misoprostol (Cytotec) também aumenta a produção de muco e os
• Administrar com o alimento
níveis de bicarbonato
• Pode provocar diarreia e cólicas (inclusive
cólicas uterinas)

Sucralfato (Carafate) Cria uma substância viscosa na presença do • Usado principalmente no tratamento de úlceras
ácido gástrico que forma uma barreira duodenais
protetora, ligando-se à superfície da úlcera e
• Deve ser tomado sem alimento, mas com água
impedindo a digestão pela pepsina
• Outros medicamentos devem ser administrados 2
horas antes ou depois desse medicamento
• Pode causar constipação ou náuseas

15
Diagnóstico de Enfermagem

 Ansiedade relacionada com o tratamento.

 Nutrição alterada, menor que as demandas corporais,


relacionada com a ingesta inadequada de nutrientes.

 Risco de desiquilíbrio do volume hídrico relacionado com


a ingestão insuficiente de líquidos e perda excessiva de
líquidos ao vômito.

16
Diagnóstico de Enfermagem

 Déficit de conhecimento sobre o tratamento nutricional e


o processo patológico.

 Dor Aguda relacionada com a mucosa gástrica irritada.

17
Prescrição de Enfermagem
 Anotar/ comunicar as características da dor: início,
duração, localização, fatores agravantes e fatores que
causam alívio.

 Explicar os riscos dos medicamentos anti-inflamatórios


nâo-esteróides (p. ex., Motrin, Aleve, Relafen).

 Encorajar atividades que promovam repouso e


relaxamento. (o relaxamento muscular reduz o
peristaltismo e diminui a dor gástrica)
18
Prescrição de Enfermagem

 Ajudar o cliente a identificar substâncias irritantes


(frituras, alimentos temperados, café).

 Ensinar técnicas de desvio da atenção para reduzir o


estresse e aliviar a dor.

 Aconselhar o cliente a comer regularmente e a evitar


lanches antes de dormir.

19
Prescrição de Enfermagem
 Encorajar o cliente a reduzir a ingestão de bebidas com
cafeína e com álcool.

 Ensinar ao cliente a importância de continuar o


tratamento mesmo na ausência de dor.

 Explicar a fisiopatologia da gastrite utilizando termos e


recursos adequados aos níveis de compreensão do
cliente a da família.

20
Úlcera Pépitca

Fontes: https://www.cigna.com/es-us/individuals-families/health-wellness/hw/lcera-pptica-tp12110

21
Úlcera Péptica
 A úlcera péptica é uma
escavação (cavidade) formada
na mucosa do estômago, do
piloro (abertura entre estômago
e duodeno), do duodeno
(primeira parte do intestino
delgado) ou do esôfago.

22
Fisiopatologia

 O estômago, intestinos e glândulas digestivas


produzem substâncias que são responsáveis pela
digestão dos alimentos que ingerimos, dentre elas, o
ácido clorídrico e a pepsina.

23
Como se desenvolve?
 Os mecanismos de proteção do aparelho digestivo - O
muco produzido pelas células do estômago, a secreção
de bicarbonato (que neutraliza o ácido) e a descamação
constante da mucosa gástrica são alguns dos fatores de
proteção.

 Estes mecanismos protetores são controlados pela


produção de prostaglandinas.

24
Como se desenvolve?

 O uso de alguns medicamentos, como os anti-


inflamatórios, inibe a produção das prostaglandinas,
comprometendo a proteção do estômago e do duodeno.

25
Úlcera Duodenal Úlcera Gástrica

26
Quais são os fatores de
risco? Causas
 Uso de aspirina (ácido acetilsalicílico) e
Anti-inflamatórios.

 Infecção pelo H. pylori

 Gastrite crônica.

 Fumo.

 Avançar da idade.

27
Manifestações Clínicas:


 Pirose

 Náuseas

 Indigestão

 Vômitos ou hematêmese

 Perda de peso não intencional

 Fadiga

 Astenia

28
29
Como é feito o diagnóstico da
úlcera do estômago?
 A endoscopia usa um tubo flexível (endoscópio) inserido
através da boca que vai até o estômago e permite a
visualização da úlcera.

 Durante o exame pode ser feita uma biópsia, que retira


um pedaço de tecido durante a endoscopia e manda
este material para um laboratório para ser examinado.

30
Como é feito o diagnóstico da
úlcera do estômago?
 Verifica-se se existem células cancerosas ou se há uma
infecção por Helicobacter pylori.

 Outro exame que pode ser realizado é uma radiografia


contrastada do tudo digestivo.

 Também será realizado a anamnese no momento da


consulta

31
32
Como é o tratamento da
úlcera gástrica?

 Para pessoas com infecção pelo Helicobacter pylori, o


tratamento geralmente inclui dois antibióticos por 7 a 10
dias (os mais usados são a claritromicina e a
amoxicilina).

33
Tratamento

 Quando há sangramento da úlcera, uma endoscopia


digestiva alta pode controlar o sangramento na maioria
das vezes.

 Para pessoas que não respondam ao tratamento com


medicamentos ou endoscopia, uma cirurgia pode ser
recomendada.

34
Objetivo
 Os objetivos do tratamento são o alívio da dor, a
cicatrização da úlcera e a prevenção das complicações.

35
36
Diagnóstico de Enfermagem

 Dor relacionada ao efeito da secreção ácida gástrica no


tecido com dano;

 Ansiedade ao lidar com uma doença aguda;

 Nutrição alterada relacionada às mudanças na dieta;

 Déficit de conhecimento sobre a prevenção dos


sintomas e tratamento das condições.

37
Prescrição de Enfermagem

 Aliviar a dor administrando as medicações prescritas no


horário certo;

 Encorajar o paciente a alimentar-se de forma regular e


espaçada e em uma atmosfera tranquila;

 Aumentar os esforços para abandonar o fumo;

38
Processo de Enfermagem –
Prescrição de Enfermagem

 Encorajar a expressar seus medos abertamente;

 Avaliar quanto a má alimentação e perda ponderal de


peso;

 Instruir sobre a necessidade de seguir com o esquema


medicamentoso e as restrições dietéticas.

39
Processo de Enfermagem –
Prescrição de Enfermagem

 Monitorizar e tratar uma hemorragia em potencial;

 Manter AVP para infusão de soro;

 Inserir SVD (monitorizar quantidade de urina eliminada),


SNG (distinguir entre sangue fresco e em “borra de
café”, ajudar na remoção de coágulos e ácido, prevenir
náuseas e vômitos).

40
Fontes

 BRUNNER E SUDDARTH – Tratado de Enfermagem


Médico Cirúrgico

 DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM NANDA. Definições


e Classificação. Porto Alegre – RS: Garcez, 2010.

41
Obrigado!!!

42

Você também pode gostar