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CAIO VINÍCIUS M.

SANTOS – MED UNINOVE VG – XXVIII

GASTROENTEROLOGIA • Diferença de erosão e úlcera:


o Erosão é lesão superficial de mucosa,
não deixa cicatriz;

DRGE o Úlcera é lesão de mucosa e


submucosa, deixa cicatriz;
24/03/2022
Causas:
Relaxamento transitório inadequado do esfíncter
Aumento da incidência de DRGE pelo aumento da inferior do esôfago, sem relação com a deglutição
adiposidade visceral (aumenta pressão intra (principal causa) – a deglutição está relacionada com
abdominal) – Obesidade Central; o esfíncter superior, ou seja, não tem nada a ver com
30% dos câncer é câncer gástrico na faixa etária de a deglutição;
30-40 anos; Hérnia hiatal: causa mecânica (a transição
Definição: esofagogástrica sofre herniação pelo hiato
esofágico);
• Retorno passivo do conteúdo gástrico para o
esôfago em condições fisiológicas ou • Aumento da pressão intragástrica – o
patológicas podendo atingir órgãos aumento da pressão intragástrica, relaxa o
vizinhos ; EEI.
o Quando volta para a boca chama Disfunção do EEI (perda de tônus) → por causa de
regurgitação. alimentos, fármacos, bebidas alcoólicas, nicotina.
o Quem tem doença do refluxo
normalmente tem os dois sintomas - • Ex: beta bloqueador que relaxa o esfíncter;
refluxo (até no esôfago) e • Início dos sintomas se relaciona com o início
regurgitação (até a boca). do uso do medicamento (transição saúde e
• Pode ser fisiológico, quando ingerimos muita doença);
quantidade de alimento, o alimento pode • Alimento mortal para DRGE: chocolate;
voltar de 7 a 10x pós-prandial. Condições que diminuem a pressão do EIE:
• Patológico: principalmente ineficiência do
esfíncter inferior do esôfago. ➢ Colecistoquinina:
• Órgãos vizinhos que podem ser atingidos: o Libera a bile (efeito colagogo:
faringe, laringe, ouvido médio, seio da face, esvazia conteúdo biliar da vesícula);
pulmão (pneumonia); o Regula a produção dos fermentos
pancreáticos (lipase, amilase,
Epidemiologia: tripsina e quimiotripsina);
10-20% da população adulta ocidental; o A colecistoquinina faz contração
vesicular, e estimula a liberação do
Doença crônica mais comum do trato digestório alto. suco pancreático;
Fisiopatologia: ➢ Progesterona → diminui contração da
musculatura lisa;
Geralmente o alimento do estômago não consegue ➢ Nitratos → vasodilatador coronariano;
voltar porque o EEI não permite. No DRGE o EEI não ➢ Bloqueadores de canais de cálcio;
funciona corretamente e o alimento (conteúdo ➢ Gordura, álcool, tabagismo e cafeína
gástrico) reflui para esôfago. (diminui trânsito estomacal – tampão para
Existe uma pressão no esôfago e uma pressão no EEI);
estômago → para que o esfincter do esôfago funcione Mecanismos de defesa:
como uma proteção para evitar o refluxo precisa
manter a pressão entre 15-30 mmHg maior que a ➢ Barreira antirrefluxo
pressão intragástrica. o EEI;
o Diafragma crural: são os dois
Classificação: “braços” (feixes musculares)
• Erosiva e não erosiva; chamados de pilares diafragmáticos
• Não há diferenças clínicas entre elas, difere que abraçam o esôfago a nível do
na endoscopia; hiato esofágico;
• Não erosiva é a que mais aparece – refluxo ➢ Clareamento Esofágico:
alcalino;
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o Gravidade: serve para impedir o Primeira coisa a se fazer é



refluxo pela posição que você está → ECG para descartar IAM;
deixar a gravidade atuar ao seu favor ▪ Resposta ao ácido.
→ Exemplo: não comer e deitar, se o Globo faríngeo – sensação de corpo
você tem refluxo, vai favorecer o estranho na faringe e laringe.
refluxo a gravidade contra); ▪ Muito frequente;
o Peristalse: serve para devolver o ▪ Resposta motora à
alimento para o estômago; regurgitação.
o Salivação → todas as vezes que ▪ Esôfago em quebra nozes
banha o terço inferior do esôfago de (predomina a dor sobre a
ácido, a boca enche de saliva → isso é disfagia) e espasmo difuso do
o reflexo esofagosalivar (reflexo de esôfago (predomina a
Roger) → acontece porque saliva tem disfagia sobre a dor) – não se
bicarbonato, então ajuda a tamponar tem uma definição certa
o ácido clorídrico do estômago, é entre as duas sendo elas
uma tentativa de compensar; lineares entre si;
➢ Resistência da mucosa esofágica; ➢ Todos esses sintomas estão relacionados à
o Não se sabe qual é o fator que leva a resposta motora.
essa resistência; ➢ Sintomas atípicos extra-esofágicos:
o Às vezes o primeiro sintoma começa o Faringite, sinusite, otite (aspiração
com dificuldade de deglutir; de conteúdo gástrico), erosão do
➢ Esvaziamento e pressão intra-esofágicas: se esmalte dental (muito ácido -
tiver uma pessoa com uma boa coordenação regurgitação muito importante),
entre o movimento motor de esvaziamento tosse crônica, asma brônquica (suco
do estômago, abertura do piloro e o gástrico que entra no brônquio e
esvaziamento gástrico bem coordenado -- é causa espasmo de defesa),
um mecanismo de defesa contra doença do pneumonia por aspiração de
refluxo, pq terá pouca pressão intragástrica repetição de DRGE;
elevada.
80% dos pacientes tem sintomas leves a moderados
o Se tiver um mecanismo
comprometido de esvaziamento As complicações acontecem em pessoas com mais de
gástrico → aumento da pressão 65 anos → gera hemorragia, estenose esofágica
intragástrica; (esofagite grau 4), úlcera esofágica, esôfago de
Barrett (o epitélio colunar esofágico apresenta
Fatores de risco:
metaplasia intestinal);
• Obesidade (principal);
• Diagnóstico → presença de células
• Dieta rica em gorduras;
caliciformes na histologia;
• Álcool;
• Tabagismo; A intensidade dos sintomas não correlaciona com o
• Medicamentos; grau da esfagite (relaciona com a resistência da
• Intubação nasogástrica; mucosa, que é pessoal).
• Gravidez → aumento da pressão intra-
Sinais de alarme:
abdominal → aumento da pressão
intragástrica; • Idade > 40 anos
• Estresse emocional; • Disfagia → é disfagia péptica provocada pelo
refluxo gástrico
Quadro clínico:
• Odinofagia
➢ Sintomas típicos: • Anemia ou hemorragia digestiva
o Pirose → azia (queimação • Emagrecimento
retroesternal – queimação • Náuseas e vômitos
epigástrica); • Falha no tratamento clínico
o Regurgitação → retorno do conteúdo • HF de câncer esofágico
ácido para a boca;
Diagnóstico:
➢ Sintomas atípicos:
o Dor torácica não cardiogênica → é • Anamnese
semelhante a dor coronariana, mas
não é causada por nada do coração
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• Exame Físico → não tem relevância para • Avalia morfologias, caso tenha hérnias,
esôfago, é relevante apenas quando tem estenoses, ulcerações (mostra alterações no
complicação relevo), hérnia hiatal de grande volume.
• EDA - endoscopia digestiva. Consegue ver o • Não dá para classificar a esofagite.
grau de esofagite.
Tratamento clínico
o Fundamental na suspeita de câncer.
o 70% dos casos de DRGE tem • Medidas comportamentais → mudanças nos
endoscopia normal → lesão por hábitos de vida.
alcalino é inflamatória; o Elevar 15 cm a cabeceira da cama
o Quando temos lesão ácida, tem (usa a gravidade ao favor)
componente químico que lesa o o Evitar: alimentos gordurosos,
esôfago e provoca erosão, cítricos, carminativos (hortelã e
inflamação. O alcalino dá um menta), bebidas gasosas (porque
processo inflamatório intramural, aumenta comida e gás dentro do
que só consegue pegar por biópsia. estômago, aumenta a pressão do
Classificação em graus de I a V. estômago, piorando o refluxo), café,
chá preto, mate (todos eles dão
Classificação de Los Angeles (essa precisa saber) → hipercloridria), condimentos (alho,
é só para classificar o grau de esofagite. Se tiver cebola e pimenta)
outras complicações, eles escrevem separado. • Se for possível comer de 2h em 2h (pressões
➢ Grau A: lesão leve. gástricas pequenas)
➢ Grau B: lesão moderada • Medicamentos:
➢ Grau C e D: lesão moderadas e intensas; o anticolinérgicos, antidepressivos,
beta bloq.
Esôfago de Barrett: • Parar de fumar e principalmente emagrecer.
• Presença das células caliciformes; • Inibidor de bomba de prótons → não usa de
• Tem que ter pelo menos 10 anos de ação do forma contínua;
ácido gástrico para levar ao esôfago de • Bloqueadores de H2
Barrett; • Antiácidos;
• Troca epitélio do esôfago para gástrico e faz • Tratamento clínico falha em 20 a 40% dos
metaplasia intestinal. casos;

Exame de pHmetria esofágica prolongada Complicações: esôfago de Barrett, esofagite erosiva,


neoplasia de esôfago, hemorragia digestiva alta;
• Avalia presença e intensidade do refluxo.
• A cirurgia da DRGE pode dar muita recidiva; Tratamento cirúrgico

Exame ImpedanciopHmetria esofágica (padrão ouro) ➢ Quando tem falha no tratamento clínico,
esôfago de Barrett, úlcera esofágica que não
• Avaliação do material refluído com eletrodos fechou/cicatrizou, estenose (preocupação é
que detectam os episódios de refluxo neoplasia - se conseguir dilatar e for benigna,
• Natureza física (gasoso, sólido ou líquido) ok. Mas precisa ter certeza que não é câncer),
• Natureza química (pode ser ácido ou não hérnia > 6 cm, dependência de IBP diária.
ácido) → pH <4; de 4 a 7; >7
Hérnia hiatal
o Entre 4 a 7 é levemente ácido
• Transição esôfago-gástrica acima do
Manometria esofágica
diafragma = trânsito livre = volta tudo =
• Avalia a função motora do corpo do esôfago; mecanismo de contenção acabou.
• Na cirurgia → abraçamos o esôfago e o Fundoplicatura
estômago → se ele não tiver peristaltismo,
podemos provocar acalásia, logo, • Descola a região do fundo gástrico, deixa ela
precisamos fazer essa manometria antes da toda liberada → passa ela por trás do esôfago
cirurgia. → quando passa por trás encontra com a
• Boa para diagnóstico de acalasia. outra parte e dá 3 pontos → o 1º e o 3º são
gastro-gástricos (só entre estômago) → o do
RX contrastado meio é um ponto de âncora (fixação) que é
feito entre estômago-esôfago-estômago.

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Tratamento endoscópico
• Abalação (principalmente no Barret).
• Injeção de polímeros - injeta na junção JGE,
fica estreito.
• A cirurgia fundoplicatura, porém, é feita pela
endoscopia.
• A DRGE está ligada a um risco maior de NEO
de laringe e esôfago.

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Anatomia do esôfago e estômago Irrigação:

29/03/2022 ➢ Parte cervical se originam da artéria


tireóidea inferior, um ramo do tronco
tireocervical da artéria subclávia;
Esôfago ➢ A aorta torácica envia artérias esofágicas
através da parte torácica;
Tubo fibromuscular de 25 cm, se estende desde C6 ➢ A parte abdominal é suprida pelas artérias
até T11; da artéria gástrica esquerda, um ramo do
Cerca de 3 cm de diâmetro; tronco celíaco;
Função: transporte da orofaringe para o estômago; Drenagem venosa:
Parte cervical, torácica (passa pelo mediastino), ➢ Parte cervical drenam para as veias
abdominal (atravessa o diafragma); tireóideas inferiores, depois para
braquiocefálica e VCS;
Constrições: faringoesofágica, broncoaórtica, ➢ A parte torácica é drenada por veias que
diafragmática; seguem para os sistemas venosos ázigos e
Junção faringoesofágica, localizada posteriormente hemiázigos, bem como para as veias
à cartilagem cricoide e formada pela união entre a intercostais e brônquicas, que drenam VCS;
faringe e o esôfago. ➢ Os vasos da parte abdominal drenam nas
veias gástricas esquerdas e curtas, que
Junção gastroesofágica, localizada no ponto de
drenam para a veia porta, depois veias
encontro entre o esôfago e o estômago.
hepáticas e VCI;
A junção faringoesofágica é cercada pelo esfíncter
Drenagem linfática:
esofágico superior, também conhecido como
músculo cricofaríngeo. O músculo na verdade é a Esôfago cervical – linfonodos cervicais profundos,
parte mais inferior do constritor da faringe. Por sua tronco jugulares;
vez, a junção gastroesofágica é envolvida pelo Esôfago torácico – linfonodos paratraqueais,
esfíncter esofágico inferior, também conhecido mediastinais, traqueobrônquicos, paraórticos,
como cárdia. troncos broncomediastinais;
Relações: Esôfago abdominal – linfonodos celíacos, cisterna do
• Artéria aorta e ramos; traqueia; brônquios; quilo;
pulmões; coluna vertebral; veias cavas e Estômago
tributárias;
• A traqueia e o esôfago cursam bem próximos Órgão muscular oco;
através do pescoço, com a coluna vertebral As quatro principais divisões do estômago são:
situada posteriormente ao esôfago. cárdia, fundo, corpo e piloro;
• A parte torácica passa os grandes vasos e
nervos do tórax, bem próximo da aorta Cárdia → circunda o orifício cárdico, que é a abertura
torácica e da veia ázigos. entre o esôfago e o estômago. É a primeira parte do
• Depois de perfurar o diafragma através do estômago onde o alimento que ingerimos alcança,
hiato esofágico, a parte abdominal continua representando a região de entrada.
próxima ao lobo esquerdo do fígado, ➢ Incisura cárdica (ângulo de Hiss);
terminando por último no estômago
O fundo → é a dilatação superior do estômago, que
Camadas do esôfago: está localizada superiormente a um plano horizontal
➢ Mucosa (epitélio escamoso estratificado), a nível do orifício cárdico;
submucosa, muscular circular, muscular O corpo → maior parte do órgão.
longitudinal, adventícia;
➢ Incisura angular – transição entre corpo e
Inervado pelo plexo mioentérico (Auebach) e plexo piloro;
submucoso;
A parte pilórica, que representa a saída do estômago,
➢ Fibras simpáticas – segmentos torácicos da passando o conteúdo alimentar dali para o duodeno.
medula espinal, tronco simpático, gânglio
O piloro ainda é dividido em duas áreas distintas:
celíaco;
➢ Fibras parassimpáticas – vago (X);

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• O antro pilórico conectado ao estômago e o (suprem fundo e parte superior do corpo do


canal pilórico, conectado ao duodeno. estômago);
• O conteúdo do canal pilórico entra no Drenagem venosa:
duodeno via orifício pilórico, que tem sua
abertura e fechamento controlados pelo ➢ Ocorrem da mesma forma que a irrigação e
esfíncter pilórico (piloro), uma camada drenam para veias porta, esplênica e veias
circular de musculatura lisa. mesentéricas superiores;
➢ Grande curvatura: superior – veia
O órgão tem uma forma de J característica, criada gastromental esquerda drena para veia
por duas curvaturas desiguais. esplênica; inferior – veia gastromental
• A curvatura mais longa e convexa está direita drena para veia mesentérica
localizada do lado esquerdo do estômago e é superior;
chamada de curvatura maior, ela começa na ➢ Pequena curvatura gástrica: superior – veia
incisura cardíaca, que é formada entre a gástrica esquerda drena para veia porta;
borda do esôfago e o fundo. inferior – veia gástrica direita drena para
• A curvatura mais curta encontrada do lado veia porta;
direito é a curvatura menor. Contém uma Inervação do estômago:
pequena incisura chamada de incisura
angular, que marca a linha de intersecção ➢ Parassimpática – nervo vago (estimula
entre o corpo e a parte pilórica do estômago. esvaziamento gástrico; dor, plenitude,
náusea);
Óstios: esôfago-gástrico (cárdia) e gastro-duodenal ➢ Simpática – plexo celíaco (T5-T12); inibe o
(piloro); esvaziamento;
Relações anatômicas: Drenagem linfática:
➢ Anteriormente: fígado (LHE), parede ➢ Linfonodos gastromentais direitos e
abdominal, bolsa omental; esquerdos, linfonodos gástricos; drenam
➢ Superiormente: esôfago e diafragma; para os linfonodos celíacos e depois para o
➢ Inferiormente: mesocólon transverso; ducto torácico;
➢ Posteriormente: pequeno omento, pâncreas,
rim esquerdo, glândula adrenal esquerda,
baço, artéria esplênica;
Microanatomia:
➢ Mucosa (epitélio cilíndrico simples);
➢ Submucosa;
➢ Muscular oblíqua;
➢ Muscular circular;
➢ Muscular longitudinal;
➢ Serosa (dificulta a metástase adjacente de
neoplasias);
Irrigação: proveniente da aorta abdominal, tronco
celíaco;
➢ Na pequena curvatura, artéria gástrica
direita originam da artéria hepática comum
e artéria gástrica esquerda origina do tronco
celíaco;
➢ Na curvatura maior, artéria gastro-omental
direita se originam da artéria
gastroduodenal (região inferior), artéria
gastro-omental esquerda e gástricas curtas
se originam da artéria esplênica (região
superior);
➢ Artéria esplênica originam as artérias
gástricas curtas e artéria gástrica posterior

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Fisiologia do esôfago conhecida, associadas a alterações motoras


do esôfago;
29/03/2022
Exames:
Radiografia contrastado de esôfago-estômago-
Tem cerca de 3 cm de diâmetro; duodeno (EED);
Medida da arcada dentária até o estômago – 40cm ➢ Contraste – suspensões de sulfato de bário;
(visto na EDA); ➢ Contrastes hidrossolúveis;
• Doença de Chagas com acometimento Técnica – paciente em ortostase ingere cerca de 150
esofágico pode originar um megaesôfago; ml em três fases, ou seja, 50 ml em cada fase;
Função: transporte – plexo mioentérico tem maior Skopia – acompanhamento tempo real – 10
atividade peristáltica para conduzir o alimento até o segundos/5 minutos/30 minutos para radiografar;
estômago e não deixar que volte;
• Na primeira fase, irá ingerir 50 ml de
Tecidos: contraste e realizar a incidência AP de
➢ Terço superior: musculatura estriada; esôfago;
➢ Terço médio (corpo esofágico) – zona de • Na segunda fase, irá ingerir 50 ml de
transição (m.e. + m.l.); contraste e realizar a incidência oblíqua
➢ Terço distal (esôfago distal) – musculatura (OA);
lisa; • Na terceira fase, irá ingerir 50 ml de
contraste e realizar a incidência (perfil);
Plexo mioentérico – responsável pela modulação;
Avalia: esvaziamento, tortuosidade (normal é estar
Sistema nervoso entérico – responsável por regular; vertical), dilatação do corpo esofágico – atividade
Esfíncter esofágico superior e inferior tem motora do esôfago;
contrações tônica e do restante do esôfago (corpo ➢ Divertículo de Zenkel – presença de uma
esofágico) tem contrações fásicas que tem como protusão das camadas musculares e
função dar propulsão ao alimento; adventícia formando uma rentenção do
• Relaxamento – peptídeo vasoativo intestinal alimento;
(ácido nitroso – inibitórios); ➢ Hérnia hiatal – favorece a diminuição da
• Relaxamento transitórios – intermitente pressão basal do EEI;
independente da deglutição; ➢ Afilamento do EEI – contraste fica contido,
não esvazia o esôfago e dilata;
EES tem pressão basal (de repouso), ao deglutir
ocorre um relaxamento e depois uma contração; ao Endoscopia
mesmo o EEI começa a relaxar para que o alimento Jejum – 8-12h (líquidos sem resíduos – 2h/leite
passe para o estômago (musculatura lisa demora materno – 4h leite não materno – 6h);
mais para relaxar);
Sedação e analgesia – acesso venoso –
➢ Pressão basal (20-30 mmHg) ocorre apenas monitorização:
no EEI e EES devido a contração tônica;
➢ DRGE – hipotonia do EEI ou relaxamentos • Anestésico tópico – xylocaina spray (diminui
interrefeições a mais do que o normal que o reflexo faríngeo);
fazem com que o alimento retorne para o • Benzodiazepínico – diazepam e midazolam
esôfago; (promove relaxamento, amnésia);
• Opioide – meperidina e fentanil (SNC –
Deglutição:
aumenta o limiar a dor);
➢ Onda peristáltica primária (onda • Hipnose – propofol (procedimento – sedação
propulsiva) – estimulada a partir da profunda);
deglutição, ocorre uma distensão dos
Insuflação – distensão da parede com visualização
músculos a partir do plexo mioentérico;
do lúmen;
➢ Onda peristáltica secundária (onda
propulsiva) – estimulada pela presença de • Ar ambiente – gás de nitrogênio;
alimento no esôfago (distensão do esôfago); • Dióxido de carbono – não inflamável –
➢ Ondas terciárias (patológicas) – ondas não colonoscopia; CPRE – PROCEDIMENTOS
propulsivas, sem função fisiológica AVANÇADO;

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Ecoendoscopia – US consegue avaliar a parede toda


do esôfago e avaliar o quanto acomete as paredes
esofágicas, se há adenopatias;
Esofagomanometria
Padrão-ouro para função motora do esôfago;
ESE – pressão basal e relaxamento do esfíncter;
• Inervação motora direto do cérebro – núcleo
ambíguo. Contração tônica;
EIE:
• Registro da extensão total
o Registro do Ponto de inversão da
Pressão (PIP)
o Registro da Pressão em repouso do
EIE (PEIE)
• Relaxamento do EIE (REIE)
o Registro do relaxamento do EIE ao
estímulo da deglutição
Contração corpo esofagiano – amplitude e propulsão
relacionadas a deglutição;
Esofagomanometria de alta resolução – consegue
um maior número de informações das alterações
motoras do esôfago;
pHmetria
➢ Cateter transnasal/cápsula – monitorização
de 24h;
➢ Suspende 3-5 dias de bloqueador-H2, 14
dias IBP;
Exposição Esofágica Patológica ao Ácido Gástrico.
(pH < 4 – duração maior que 5 min) > 7%;
Avalia a frequência dos episódios de refluxo – 14
episódios;
Permite associação entre sintomas e episódios de
refluxo.
Indicação: EDA normal + sintomas atípicos de
DRGE;
Impedâncio – pHmetria
Técnica que permite avaliação do refluxo gastro-
esofágico quanto ao seu estado líquido ou gasoso;
Tipo: fracamente ácido, ácido, não ácido e
superposto;
Episódios de sintomas secundários a refluxo não
ácido e sua correlação com os sintomas;
TC
Complemento para avaliação de órgãos próximos.

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Pancreatite aguda o Imunossupressores: azatioprina, 6-


mercaptopurina;
31/03/2022 o Neuropsiquiátricos: ácido valproico
o Outros: cálcio, estrógeno,
tamoxifeno
Incidência: ➢ Idiopática – pênfigo foliáceo (fogo
➢ EUA: 50-80 casos/100 mil hab por ano; selvagem), produz anticorpos contra a
➢ BR: 115-20 casos/100 mil hab por ano; própria pele;
➢ Outras – malformações, autoimune etc.
Pâncreas é retroperitoneal – cabeça, processo
uncinado, corpo e cauda (limite entre corpo e cauda Sequência diagnóstico idiopático: US, RM com
é a coluna), também possui o canal chamado ducto contraste de gadolíneo – colangeorressonância;
pancreático principal (Wirsung – capta as enzimas ➢ Pode realizar uma eco-endoscopia – vê-se os
lipase e amilase), se une ao colédoco na cabeça do cálculos vesiculares e pancreáticos;
pâncreas e formam a papila duodenal e um ducto ➢ TC não faz diagnóstico de cálculos pequenos;
acessório (Santorini);
Patogenia – biliar:
Possui uma porção intra e extraperitoneal;
• Obstrução da drenagem biliopancreática;
Pancreatite: processo inflamatório agudo do
• Cálculos pequenos;
pâncreas, com causa mais comum biliar
(microcálculo), tem gravidade variável. Tto • Papilite (passagem do cálculo);
conforme gravidade. • Coledocolitíase – depende do tamanho do
cálculo onde irá parar no ducto colédoco;
Quadro clínico: o Se infecção junto pode ter colangite;
• Dor abdome superior (andar Quadro clínico – exame físico:
supramesocólico) em faixa, súbita;
o Diagnóstico diferencial – pielonefrite ➢ Dor em faixa na região supramesocólica,
aguda, tem dor e consegue andar; irradiando para dorso;
• Irradiada para o dorso ➢ Sinal de Cullen (equimose periumbilical) –
• Associada a náuseas e vômitos (se não pode afetar pequenos vasos (inflamação ou
estiver associado a náusea é regurgitação); agressão pelas enzimas pancreáticas) das
veias esplênica, mesentérica superior e
• Febre
porta levando a um sangramento;
• Icterícia – cálculo impactado no ducto do
➢ Sinal de Grey-Turner (sinais são variantes
colédoco pode levar a uma icterícia; ou o
desse) – hemorragia começa no dorso
edema da região da cabeça existe uma
(retroperitoneal) e progride para parte
dificuldade de esvaziamento; ou pode existir
anterior;
uma colestase associada (fluxo lento sem
obstrução – no US não dilata via biliar); Diagnóstico (necessário 2 de 3 critérios):
o Indica complicações;
➢ Dor típica;
Etiologia: ➢ Aumento de enzimas pancreáticas (3x o
valor de referência);
➢ Biliar – 90%;
o Lipase – padrão-ouro;
➢ Alcoólica – 10%;
➢ Exame de imagem – TC, mostra se o pâncreas
➢ Hipercalcemia (tumores de paratireoide,
está aumentado ou não, porém, não faz
hiperparatireoidismo secundário);
diagnóstico de cálculo;
➢ Hipertrigliceridemia;
➢ Trauma; Amilase: 6-12h aumenta, 3 a 5 dias fica normal;
➢ Medicamentosa (antb, antiinflamatórios);
• É sensível, porém pouco específica (pode
o Tratamento HIV: didanosine,
acumular em insuficiência renal ou úlcera
pentamidine
perfurada – geralmente duodenal de parede
o Anti-inflamatórios: salicilatos (AAS)
anterior; radiografia simples –
o Antimicrobianos: metronidazol,
pneumoperitônio);
sulfonamida, tetraciclina,
nitrofurantoína Lipase: 6-12h aumentada, após 7 dias fica normal;
o Diuréticos: furosemida, tiazídicos
• Mais específica que amilase (sobretudo na
o Sulfasalazina, mesalazina
PAA);

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Na insuficiência renal ambas estão aumentadas Apache:


devido a não excreção das enzimas;

Tomografia – mostra aumento da cabeça do


pâncreas, paresia do estômago e intestino;
Classificação:
➢ Leve; Ranson:
➢ Moderada – falência orgânica transitória
(melhora com tto clínico);
o Sequestro líquido, sistema CDV sofre
com a falta de volume;
➢ Grave – complicação locais (necrose
pancreática, coleções, infecção);
➢ Crítica – falência orgânica permanente (não
melhora com tto clínico inicial);
Sinais de gravidade sistêmica:
• Alteração de nível de consciência;
• Taquipneia; ➢ Grave ≥ 3 pontos;
• Taquicardia, hipotensão, má perfusão ➢ Leve ≤ 2 pontos;
periférica;
PCR – proteína C reativa: indica após o 3˚ dia, quando
• Diminuição de débito urinário;
entra no pico máximo;
• Acidose metabólica – hiperlactatemia;
• Escores de gravidade – Ransom, Marshall, Manifestações sistêmicas:
Apache II, SOFA; ➢ Hipovolemia;
SOFA: ➢ Hipotensão;
➢ Choque séptico;
➢ IRA;
➢ Trombose vascular;
➢ CIVD;
➢ HDA;
➢ Hipoxemia;
➢ Atelectasia;
➢ Derrame pleural;
➢ SARA;
Locais: coleções líquidas, necrose, infecção, ascite,
erosão de estruturas adjacentes, obstrução GI,
hemorragia digestiva;
Marshall: Sistêmicas: pulmonar, renal, SNC, falha
multiorgânica, metabólicas, hipocalcemia,
hiperglicemia;
Evolução:
➢ Óbito precoce (< 10 dias) – síndrome da
resposta inflamatória sistêmica; IMOS;
➢ Óbito tardio (> 10 dias) – infecções
pancreáticas/sepse; IMOS;

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CAIO VINÍCIUS M. SANTOS – MED UNINOVE VG – XXVIII

Critérios de Balthazar – TC: ➢ Necrose pancreática organizada – encapsula


o processo purulento; pode fazer uma
derivação para o delgado;
o Pode levar até 6 semanas para
formar a cápsula;
Complicações:
Infecção necrose pancreática:
• Após 10º dia do surto;
• Necessária drenagem + antibiótico;
Pseudocisto pancreático:
• Ocorre após 6 semanas do surto;
• Somente deve ser drenado se for
sintomático.

• A partir do 3˚ dia precisa repetir a TC;


• Indicação de antb quando grau de necrose ≥
30% - imipenem, ceftriaxona e metronidazol
por 10-14 dias;
• Leve (0 a 3 pontos), moderada (4 a 6 pontos)
e grave (7 a 10 pontos);
Indicação de TC:
➢ Imediata (dúvida do diagnóstico);
➢ Após 72h:
o PCR ≥ 15 dg/L
o Apache II ≥ 8
o SOFA ≥ 3
o Marshall ≥ 2
➢ Piora clínica e distensão abdominal;
Diagnóstico:
➢ US;
➢ TC abdome e pelve;
➢ RM (abdome superior/colangioRM);
➢ Eco-endoscopia de vias biliares e pâncreas;
Tratamento:
Pancreatite aguda leve: jejum, hidratação, analgesia
(morfina);
➢ Colecistectomia na mesma internação;
Pancreatite aguda moderada, grave e crítica:
antibióticos (necrose ≥ 30%), nutrição (enteral,
parenteral), CPRE (colangite, cálculo impactado),
cirurgia (drenagem de coleções por punção guiada,
necrosectomia);
➢ Colecistectomia postergada;
Necrose – infectada (antb e necrosectomia), estéril
(tto clínico, debridamento em falência orgânica
persistente);

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CAIO VINÍCIUS M. SANTOS – MED UNINOVE VG – XXVIII

Neoplasia de esôfago Esôfago de Barret – precursor de adenocarcinoma,


cerca de 70% de casos de câncer da JEG e esôfago
05/04/2022 distal; incidência (10% em pacientes com sintomas
de refluxo; 1% em pacientes assintomáticos);
predomina em pacientes jovens, brancos, homens;
Disseminação de neoplasia é grande devido a boa
drenagem linfática; Quadro clínico:
Epitélio estratificado pavimentoso; • Disfagia – sintoma mais comum, tem rápida
evolução;
Relações: • Perda de peso;
➢ Esôfago cervical – escaleno D/E; jugular • Odinofagia;
interna D/E; nervo laríngeo recorrente D/E; • Rouquidão;
paraesofágico cervical D/E; • Tosse;
➢ Esôfago torácico (terço superior) – • Dor torácica;
paratraqueal D/E; nervo laríngeo recorrente • Hematêmese;
D/E; paraesofágico superior D/E; • Dor epigástrica;
➢ Esôfago torácico (médio) – subcarinal, • Anemia;
brônquico D/E; paraórtico médio D/E;
paraesofágico médio D/E; Diagnóstico:
➢ Esôfago torácico (inferior) – paraórtico Radiografia contrastada de esôfago, estômago e
inferior D/E; paraesofágico inferior D/E; duodeno;
paracárdico D/E; celíaco, gástrico E,
hepático, esplênico; EDA – permite biópsia, permite passagem de SNE
para alimentação, localiza a lesão em relação a
Classificação topográfica – cervicais, torácicos, arcada dentária superior, avalia extensão para
abdominais; faringe ou estômago;
Profundidade da lesão – precoce (mucosa), Sítios metastáticos:
superficiais (mucosa e submucosa), avançado
(adventícia e outras estruturas); ➢ Disseminação – continuidade, contiguidade,
linfática e hematogênica;
Epidemiologia: o Continuidade – metástase
➢ 6˚ câncer mais comum em homens; intramural submucosa;
➢ 15˚ câncer mais comum em mulheres; o Contiguidade – traqueia, brônquios,
➢ CEC – aumento da incidência em pacientes aorta, nervo laríngeo recorrente,
subdesenvolvidos; diafragma, pericárdio, estômago;
➢ Adenocarcinoma – próximo a transição o Linfática – mediastino,
esôfago-gástrica; supraclavicular, tronco celíaco, hilo
esplênico;
Adenocarcinoma de esôfago o Hematogênica – fígado e pulmões;
• Relacionado a DRGE sintomática; Estadiamento:
• Outros fatores de risco: obesidade, esôfago
de Barret, tabagismo, dieta pobre em ➢ TC cervical, tórax, abdome com contraste;
vegetais e frutas, idade; ➢ PET-CT – avaliação de metástases à distancia
• Mais comum no esôfago distal; e linfonodal, candidatos à cirurgia, detecta
metástases à distancia ocultas;
CEC ➢ US endoscópico (ecoendoscopia) – avaliação
• Associação grande com etilismo e do grau de invasão na parede do órgão e
tabagismo; acometimento linfonodal;
o Sensibilidade para tumor – 85%;
• Acalásia – fator de risco;
o Sensibilidade para linfonodos –
• Fatores de risco: ingestão de cáusticos,
80%;
radioterapia prévia, baixo nível
➢ Broncoscopia – tumores de terço proximal e
socioeconômico, deficiências nutricionais,
médio; avalia infiltração da via respiratória
má higiene oral;
(traqueia e brônquios);
• Mais comum no esôfago médio do esôfago;
Fatores de risco:
Tabagismo – mutações de p53;
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CAIO VINÍCIUS M. SANTOS – MED UNINOVE VG – XXVIII

Tratamento: ➢ Não há anastomose torácica;


➢ Cirurgia de escolha – centros com grande
➢ Maioria dos doentes tem tumores
experiência e cirurgiões especializados;
avançados;
➢ É multidisciplinar; TTO paliativo:
➢ Cirurgia é o principal tto adenocarcinoma –
➢ Tumores avançados – faz dilatação do
T1N0M0 até T2N0M0;
esôfago (insuflação de balão – pneumática),
➢ CEC cervical – QT + RT exclusiva e
pode durar por pouco período;
definitiva;
➢ Stents esofágicos;
➢ Ressecção endoscópica – adenocarcinoma in
➢ Eletrocoagulação; ablação com laser;
situ, T1a, T1b limitado à Sm1 (se < 3 cm e não
radioterapia;
ulcerado);
➢ Analgesia;
o T3 ou linfonodos positivos –
➢ Controle de sintomas respiratórios;
neoadjuvância (QT + RT);
▪ Mesmo se houver resposta Classificação de Siewert
completa, paciente deve ser
operado;
➢ Lesões metastáticas – cuidados paliativos;
Tumores com grande disseminação pela parede do
órgão;
Drenagem linfática extensa – linfonodos adjacentes
ao esôfago podem estar positivos no pescoço, tórax
e abdome;
Cirurgias complexas – proximidade com estruturas
nobres;
TTO precoce – câncer esofágico precoce
➢ Ressecção endoscópica – mucosectomia
endoscópica;
➢ Indicação: in situ, T1a, T1b limitado à Sm1, <
3 cm e não ulcerado;
➢ Risco alto de metástases linfonodais, quanto
a localização;
Esofagectomia transhiatal:
➢ Menos agressiva;
➢ Menor morbimortalidade – não aborda o
tórax;
➢ Menos oncológica – menor ressecção de
linfonodos;
➢ Dissecção torácica às cegas;
➢ Tempo abdominal – laparatomia ou
laparoscopia;
➢ Não há anastomose intratorácica;
Retira o esôfago e deixa uma parte do estômago;
utiliza o resto do estômago para reconstruir o
esôfago (precisa fazer uma piloroplastia devido a
secção do vago);
Esofagectomia em 3 campos – escolha (abordagem
de tórax)
➢ Toracotomia;
➢ Toracospia;
➢ Dissecção torácica sob visão direta;
➢ Mais oncológica – 15% de aumento de
sobrevida;
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CAIO VINÍCIUS M. SANTOS – MED UNINOVE VG – XXVIII

Úlcera Gastroduodenal (péptica) IV. Úlcera gástrica – 50 a 70 anos;


representa cerca de 60 a 70% dos casos
07/04/2022 de UG (H. pylori);
a. Coloniza principalmente a mucosa
do antro na incisura angular ou
Doença crônica com surtos de ativação e períodos próxima dela em áreas não
de acalmia resultante de lesão na parede do trato secretoras de ácido;
digestório, pelo contato com a secreção b. Promove a queda da barreira
cloridopéptica do estômago; mucosa pela diminuição da secreção
Incidência de 10% em relação a população; de muco e bicarbonato e diminuição
da microcirculação, e diminuição do
Tem dor todos os dias e tem relação direta com a turn-over celular (velocidade de
alimentação (fator de melhora ou piora); reparação da célula);
Epidemiologia: c. Produção de ácido está normal ou
diminuição na UG, mesmo na
• Úlcera duodenal – mais frequente nos países presença de hipergastrinemia,
ocidentais; devido à pangastrite que diminui o
• Úlcera gástrica – mais frequente na Ásia; número de células parietais;
• 500 mil casos novos/ano nos EUA;
• Úlcera duodenal é 95% mais frequente do
duodeno e atinge a faixa etária entre 30 a 55 Células Localização Função
anos;
Parietal Corpo Secreção de
Úlcera gástrica ocorre na pequena curvatura do ácido e de FI
antro em 80% dos casos, sendo prevalente entre 50
e 70 anos; aumentou a incidência em mulheres Mucosa Corpo, antro Muco
devido ao uso de medicamentos; Principal Corpo Pepsina
UGD mais frequente em homens (2 a 3 vezes); Epitelial Difuso Muco,
Incidência vem caindo pelas melhores condições de superficial bicarbonato,
higiene pessoal e sanitárias nas cidades (H. pylori); PTG

➢ Úlcera – atinge a submucosa e forma cicatriz; Enterocromafim- Corpo Histamina


➢ Erosão – atinge mucosa e não forma cicatriz; like

Etiopatogenia: G Antro Gastrina

I. H. pylori – forma mais agressiva cepa cag D Corpo, antro Somatostatina


A (gene associado a citocina);
II. Úlcera duodenal – 30 a 55 anos;
representa 90 a 95% dos casos; V. AINEs – 30% dos casos de UGD;
a. H. pylori inibe a produção de a. Efeito tóxico direto local por
somastostatina provocando aumento da permeabilidade celular
liberação de gastrina pelas células G e inibição da fosforilação oxidativa;
do antro, com consequente b. Efeito sistêmico por inibição de COX
hipersecreção ácida; que é enzima que produz
III. Maior oferta de ácido ao duodeno prostaglandinas A e E;
provoca metaplasia gástrica com c. PTG A e E respondem pela produção
colonização duodenal pelo H. pylori, de muco, secreção de bicarbonato,
ocasionalmente duodenite e aumento do fluxo sanguíneo mucoso
eventualmente úlcera duodenal; e diminuição do turn-over celular;
a. Produção de ácido está aumentada Sintomas:
nas UD: aumenta população de
células parietais, maior sensibilidade ➢ Aparecem mais frequentemente nas
das células parietais ao estímulo da primeiras semanas de tto com AINEs;
gastrina e menor sensibilidade das ➢ UGD por AINEs produz menos sintomas que
células G aos mecanismos por H. pylori;
inibitórios; ➢ 30 a 40% dos pacientes com UGD por AINEs
são assintomáticos;
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CAIO VINÍCIUS M. SANTOS – MED UNINOVE VG – XXVIII

o Síndrome de estenose pilórica


o Vômitos tardios (> 06 h)
Fatores de risco para USG por AINEs:
o Peristaltismo gástrico visível;
• História anterior; o Vascolejo
• Idade > 60 anos;
Diagnóstico:
• Dose acima das recomendadas;
• Uso concomitante de GC, AAS ou ➢ EDA e pesquisa de H. pylori;
anticoagulantes;
• Infecção por H. pylori;
• Maiores complicações no 1˚ mês de tto;
Causas pouco frequentes:
➢ Síndrome de Zollinger-Ellison (gastrinoma –
apresenta duas ou mais úlceras
gastroduodenais associada pela diarreia e
espasmo brônquico) – 70% ficam no
duodeno; 25% no pâncreas;
➢ Doença de Crohn;
➢ Hiperparatireoidismo (aumento de
gastrina);
➢ Neoplasias;
➢ TB;
➢ Sífilis;
➢ Tecido pancreático ectópico;
➢ Idiopática; o Biopsia de 6 fragmentos marginais
Divertículo de Meckel – causa mais comum de da úlcera para diagnóstico
enterorragia em crianças e adolescente; diferenciais de neoplasia;
o H. pylori pesquisa em fundo e
Quadro clínico: antro;
• Dor epigástrica, tipo queimação com início o UD não tem biopsia;
de 2 a 3 horas após a alimentação que cede
EED (R-X contrastado) – indicado nos casos de
com alcalinos e alimentos;
ausência de endoscopia e quando há indicação
• Clocking – despertar noturno entre 0h e 3h
cirúrgica
da manhã pela dor;
• Duração de dias ou semanas, desaparecendo Teste sorológico
por semanas ou meses e reaparecendo • IGG elevada em pessoas contaminadas;
meses ou anos depois; • Usado em pessoas jovens com sintomas de
• Dor em 3 tempos da UD (dói-come-passa); UGD para tratamento inicial. Não serve como
• Dor em 4 tempos da UG (dói-come-passa- controle de cura;
dói);
Teste respiratório com ureia marcada
Complicações:
• Pode ser realizado com C14(radioativo) ou
• HDA – presente em 20% dos casos; C13 (não radioativo) - C13 em gestantes,
hematêmese, melena, sangue oculto nas crianças e para transporte do material
fezes; • Sempre que for positivo indica infecção atual
o Em 10% das UGD HDA é a 1ª • Controle de cura em 08 semanas
manifestação da doença;
• H. pylori metaboliza ureia em amônia e CO2
• Perfuração – 6% dos casos, sinal de Joubert, marcado, o qual é dosado no ar expirado 30
pneumoperitônio; min após início do teste
o 30% dos casos é o primeiro sintoma;
• É o teste recomendado p/ controle de cura,
o Úlcera tenebrante – UGD perfura e
porém deve-se suspender IBP e antibióticos
bloqueia uma víscera;
07 dias antes p/ evitar exames falso-
▪ UG – bloqueio de LHD;
negativos;
▪ UD – bloqueio do pâncreas
(rara cólon); Pesquisa do antígeno fecal
• Estenose piloroduodenal
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CAIO VINÍCIUS M. SANTOS – MED UNINOVE VG – XXVIII

• Utilizado para pesquisa da bactéria em


pediatria;
Pesquisa de uso de AINEs;
TTO clínico:
Erradicação do H. pylori: envolve combinação de
antissecretores e antibióticos;
Bloqueadores (H2) e inibidores da bomba de
prótons (IBP) são os medicamentos antissecretores;
Tratamento de escolha é o esquema tríplice:
➢ IBP e 02 antibióticos em duas tomadas
diárias por 14 dias (IBP + claritromicina
500mg + amoxicilina 1g);
Esquemas alternativos:
A. Esquema quádruplo com IBP 2x + bismuto
2x + tetraciclina 4x + metronidazol (I) 3x por
10 a 14 dias;
B. Esquema quádruplo com IBP 2x +
amoxicilina 2x + claritromicina 2x +
metronidazol (II) ou tinidazol 2x;
Falhas terapêuticas:
IBP + amoxicilina + levofloxacino 2x/dia por 10 a 14
dias;
• bismuto 240mg
• tetraciclina 500mg
• levofloxacino 500mg
• metronidazol(I) 400mg
• metronidazol(II) 500mg
• tinidazol 500mg;
Controle de erradicação a partir de 08 semanas após
o tratamento;
Após o término do esquema para H. pylori, o IBP
pode ser mantido por mais 04 a 08 semanas em UG
ou UD complicadas;
Probabilidade de reinfecção após tratamento bem-
sucedido é de 2% ao ano;
UGD p/ AINES é tratada com 04 a 08 semanas de IBP;
TTO cirúrgico:
- Intratabilidade clínica – muito raro atualmente
- Hemorragia não controlada por EDA e embolização
- Perfuração
- Estenose pilórica refratária

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CAIO VINÍCIUS M. SANTOS – MED UNINOVE VG – XXVIII

Distúrbios de motilidade esofágica Epitélio escamoso estratificado – não é preparado


para que o alimento fique parado no esôfago, faz com
12/08/2022 que ocorra uma inflamação (esofagite por estase do
alimento);
Acalásia secundária – Doença de Chagas; Score de Eckardt – não tem relação clínica e exames
complementares; para conduta de tto cirúrgico;
➢ Tripanossoma cruzi;
o Acomete coração, intestino grosso Exame complementar:
(geralmente sigmoide), esôfago; EDA – análise da mucosa para ver alteração como
o Forma tripomastigota – infecta o inflamação, neoplasia, resíduo alimentar;
homem;
o Forma amastigota – causa reação ➢ Diagnóstico diferencial;
antígeno-anticorpo que tem trofismo ➢ Excluir complicações por acalasia
para os neurônios da região (plexo (megaesôfago e neoplasia);
mioentérico) causando destruição ➢ Achados: existe resistência e passagem do
do neural; aparelho, dilatação do esôfago, resíduo
o Forma epimastigota – reprodução no alimentar, esofagite (resíduo alimentar), CA
vetor (barbeiro); de esôfago (2-4%, ocorre mudança no
padrão da disfagia – emagrecimento rápido);
Acalásia = não relaxamento o CA epidermoide (evolução pela
Denervação esofagiana do plexo mioentérico causa estase alimentar que causa esofagite
perda inibitória dos neurônios, refletindo na perda e metaplasia);
da produção neurotransmissor inibitório NO (óxido o Se presença de alimentos, repetir
nítrico); EDA com jejum de 8-12h para
observar mucosa;
• EEI – relaxamento fica ausente e o esfíncter
fica sempre contraído; Estudo radiológico (esofagografia) – diâmetro e eixo
• Via colinérgica de excitação é preservada – (classificação de Rezende):
aumento da pressão basal EEI (nem sempre ➢ Grau I – diâmetro normal – trânsito lento,
em todos os pacientes); coluna retida nível plano; < 4,0 cm;
• Esôfago-eletromanometria – pressão basal ➢ Grau II – pequena/moderada dilatação,
do EEI pode estar elevada, não terá retenção da coluna baritada; contrações
relaxamento total do EEI, pode haver terciarias; 4,0-7,0 cm;
contração esofagiana sem propulsão efetiva ➢ Grau III – grande dilatação, grande retenção,
(ondas terciárias); hipotonia; 7-10 cm
➢ Grau IV – grande dilatação, esôfago
Se ocorre essa persistência do déficit de
relaxamento do EEI, leva a um aumento do esforço tortuoso/dobrado/horizontalizado
contrátil esofágico compensatório e pode levar a dolicomegaesofago; > 10cm;
uma falência progressiva com evolução para déficit Características: esôfago dilatado,
contrátil; estase do contraste no esôfago, nível
Disfagia – sólidos, pastosos, líquidos; líquido, ondas terciárias e
afilamento regular do esôfago distal.
➢ Permanência por longo tempo causa: Resíduo alimentar (foto – ponto
regurgitação, emagrecimento, dor torácica branco);
(30 a 50%), desnutrição, sialorreia,
broncoaspiração, tosse (10%), halitose, Síndrome obstrutiva-funcional;
megacólon (27%); Esofagomanometria:
o Melhora com a água – causa uma
➢ EES – inervação motora direto do cérebro –
coluna hidrostática e aumenta o
núcleo ambíguo; contração tônica;
estímulo de pressão para que o EEI
➢ EEI:
relaxe;
o Registro da extensão total – registro
➢ Longa duração (10 a 20 anos);
da pressão em repouso do EEI;
➢ Lentamente progressiva-intensidade;
o Relaxamento do EEI – registro do
➢ Média (5 a 6 anos);
relaxamento do EEI ao estímulo da
TTO paliativo – melhore disfagia, regurgitação, deglutição;
halitose, recuperar estado nutricional;
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CAIO VINÍCIUS M. SANTOS – MED UNINOVE VG – XXVIII

➢ Contração do corpo esofagiano – amplitude ➢ Realiza-se uma fundoplicatura com o


e propulsão relacionadas a deglutição; estômago para evitar o refluxo;
Esofagomanometria de alta resolução: Miotomia endoscópica perioral – sem valvuloplastia;
Tipo I (clássica) – relaxamento incompleto do EEI Esofagectomia subtotal – indicação quando o
aperistalde e sem pressurização; esôfago já está horizontalizado e na
eletroesofagomanometria não tem mais contrações
Tipo II (panpressurização) – relaxamento
eficientes;
incompleto do EEI, aperistalse e pressurização em
no mínimo 20% das deglutições; ➢ Raro;
➢ Grau IV;
Tipo III (panpressurização) – relaxamento
➢ Em dois campos;
incompleto do EEI, contrações espásticas; > 450
mmHg contratilidade distal em no mínimo 20% das
deglutições;
➢ Pressurização: contração do esôfago que
propulsiona o alimento;
Terapêutica:
➢ Tipo I – melhor resposta a miotomia em
relação a dilatação pneumática;
➢ Tipo II – resposta satisfatória para todos os
ttos;
➢ Tipo III – pior resposta comparativo aos
outros subtipos; pior resposta a dilatação;
TTO:
I. Aliviar os sintomas;
II. Melhorar ou aliviar esvaziamento
esofágico;
III. Prevenir o desenvolvimento do
megaesôfago e suas complicações;
Clínico (exceção):
➢ Nitrato/NO – relaxamento do EEI;
➢ Antagonista de cálcio – inibem muculatura
lisa;
➢ Endoscópico – dilatação pneumática
(recidiva após miotomia; ausência de
condições cirúrgicas); toxina botulínica (alta
recidiva, > 50% em 6 meses);
o Complicações: imediatas –
perfuração, hemorragia, esofagite de
refluxo pelo rompimento das fibras
musculares;
o Remissão em 5 anos;
o Pós esofagomanometria – corpo
esofagiano não tem diminuição da
pressão de contração; EEI tem
pressão diminuída;
Cirúrgico:
Esôfago cardiomiotomia extramucosa (cirurgia de
Heller) + válvula antirrefluxo;
➢ Retira-se uma parte do esôfago 10x3cm para
aumentar desfazer o relaxamento;

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Doença diverticular dos cólons • Assintomáticos (80%);


14/04/2022 20% dos pacientes apresentam episódios
inespecíficos de dor abdominal tipo cólica,
localizada preferencialmente no quadrante inferior
Doença colônica mais comum; esquerdo abdominal, com alteração dos hábitos
intestinais e geralmente aliviada pela passagem de
Localização mais comum no sigmoide – 95%; gases ou pela defecação.
Faixa etária – 50% em 50 e 60 anos e 66% após 70 Confirmação pela colonoscopia – inflamação da
anos com incidência igual entre os sexos; mucosa próxima ao divertículo (microcolite) com
Divertículos do cólon direito tem etiopatogenia eritema e edema próximos ao óstio diverticular.
semelhante à sigmoideanos, e são mais frequentes Paciente já sofreu com a inflamação;
na população asiática a partir dos 40 anos. ➢ Exames laboratoriais e de imagem são
Fatores de risco: normais.
➢ Dieta pobre em fibras; Exame físico:
➢ Sedentarismo; • Dor à palpação da fossa ilíaca esquerda
➢ Tabagismo; quando cólon é espessado e rígido (forma
➢ Constipação crônica; hipertônica);
➢ Obesidade;
• Anuscopia não tem valor diagnóstico;
Lesões são divertículos falsos • Enema Opaco – boa visão dos aspectos
Herniação da mucosa e muscularis mucosa através morfológicos do cólon;
da muscularis externa; • Colonoscopia – para afastar imagens
suspeitas no enema opaco;
➢ Em área de fraqueza – próxima a vaso por • Associação com neoplasias em 15 a 20% dos
hipotonia muscular (forma hipotônica) ou casos;
por rotura de fibras musculares por pressão
elevada (forma hipertônica); Tratamento:

Dieta rica em fibras é fator chave na DDC – produz • Dieta rica em fibra;
fezes mais volumosas e hidratadas, tem tempo de • Antiespasmódicos – escopolaminas;
trânsito mais rápido com fezes mais pesadas e • Anticolinérgicos – fosfato de codeína
úmidas; (diminui a pressão intraluminal)
• Mezasalazina isolada (anti-inflamatório) ou
Hipertônica – apresenta camada muscular em combinação com rifaximine (antibiótico)
espessada - menos frequente para prevenção de recorrências de quadros
• Pacientes mais jovens agudos
• Mais frequente no sigmoide (60 a 70%) • Laxantes formadores de bolo (metilcelulose)
• Apresentam mais complicações pelo colo Ressecção cirúrgica eletiva
estreito – diverticulite e perfuração;
o Abdome agudo; • Ataques recorrentes de diverticulite
• Pacientes geralmente constipados com fezes • Frequência e severidade dos ataques
em cíbalos – dor no QIE é o sintoma mais • Condições clínicas e idade do paciente
frequente; • Episódio complicado por abscesso ou
microperfuração
Hipotônica – apresenta camada muscular
• Diverticulite em paciente jovem ou
adelgaçada – mais frequente
imunodeprimido
• Pacientes idosos • Suboclusão ou obstrução intestinal
• Apresentação difusa pelo cólon • Fistulização – pneumatúria, fecalúria
• Divertículos maiores e de colo largo • Carcinoma concomitante
• Hemorragia – complicação mais frequente,
Diverticulite – 15 a 20% dos casos de DDC
por não conseguir progredir com o fluxo de
sangue nos vasos e pode fazer uma • Inflamação e infecção do divertículo
perfuração; • Microperfuração
• Perfuração intestinal • Complicações:
• Ritmo intestinal regular (às vezes prisão de o Abscesso
ventre do idoso) o Perfuração;
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o Obstrução • Drenagem de abscessos por via percutânea


Diverticulite – quadro clínico Cirurgia de emergência (Hinchey III e IV)
• Dor no quadrante inferior esquerdo – • Perfuração – peritonite purulenta ou fecal
quadro localizado; • Sigmoidectomia com anastomose primária
• Febre Sigmoidectomia com anastomose primária e
colostomia protetora
Perfuração
• Colostomia a Hartmann
• Peritonite - DB presente • Lavagem peritoneal por laparoscopia +
• Instabilidade hemodinâmica drenagem;
Diverticulite – diagnóstico: A drenagem percutânea trata com sucesso 80% dos
doentes, com taxa de recidiva de 20% a 25%.
• Leucocitose com ou sem desvio à
esquerda - História e exame físico Em Hinchey Ia e Ib está preconizado o tratamento
• TC de abdome com antibioticoterapia IV, dieta líquida e controle da
o Flegmão dor;
o Abscesso Hinchey II são tratados principalmente com
o Perfuração drenagem percutânea, antibioticoterapia IV, dieta
o Obstrução intestinal líquida e controle da dor;
Diverticulose complicada: Em doentes hemodinamicamente estáveis e com
➢ Sangramento: falha do tratamento médico em Hinchey I e II e em
o Geralmente resolve casos de contaminação mínima em Hinchey III,
espontaneamente (95% dos casos) poderá ser utilizada a resseção com anastomose
o Contínuo ou recorrente: primária (RAP), em um tempo, de forma segura.
▪ Cirurgia de colectomia ➢ A RAP é hoje considerada como padrão ouro
Diverticulite não complicada (85% a 90% dos e tem sido demonstrado que está associada a
casos) menor tempo de internação, menores taxas
de morbidade e mortalidade, do que o
➢ Jejum procedimento de Hartmann;
➢ Repouso
➢ Analgesia Nos doentes hemodinamicamente instáveis com
➢ Antibióticos Hinchey III e naqueles com Hinchey IV, na maioria
dos casos, necessitarão de uma cirurgia em 02
Classificação de Hinchey – baseada em achados tempos.
cirúrgicos:
Procedimento de Hartmann:
• Grau 0 – doença clínica leve;
➢ 1˚ tempo: resseção + colostomia terminal +
• Grau I – abscesso pericólico
fechamento do coto retal.
o Ia – inflamação pericólica confinada;
➢ 2˚tempo (3-6 meses depois): reversão da
o Ib – abscesso pericólico confinado;
colostomia + anastomose secundária.
• Grau II – Abcesso intra-abdominal distante,
pélvico ou retroperitoneal; Cirurgia eletiva: após 6 semanas após a crise de
• Grau III – peritonite purulenta generalizada diverticulite;
• Grau IV – peritonite fecal ➢ Colectomia via laparoscópica;
➢ Indicações:
o Queixas clínicas de estenose;
o Fístulas;
o Hemorragia diverticular recorrente;
o Impossibilidade de exclusão de
carcinoma;
Classificação por TC de Diverticulite Aguda E:
1 – Diverticulite não complicada
Diverticulite complicada (Hinchey I e II) • Espessamento da parede com aumento da
• Antibióticos gordura pericólica

20
CAIO VINÍCIUS M. SANTOS – MED UNINOVE VG – XXVIII

• Tratamento clínico de suporte


2 – Diverticulite complicada
• I – bolhas de ar ou pouco fluido pericólico
sem abscesso, ou com abscesso ≤ 04 cm
o Tratamento com antibióticos
• II – abscesso > 04 cm ou presença de ar
distante mais de 05 cm do segmento
intestinal inflamado
o Tratamento com drenagem
percutânea
• III – fluido difusamente sem ar livre
o Tratamento cirúrgico
• IV – fluido difusamente com ar livre distante
o Tratamento cirúrgico;
Tríade de Saint: associação de doença diverticular
dos cólons, hérnia hiatal e colelitíase;

21
CAIO VINÍCIUS M. SANTOS – MED UNINOVE VG – XXVIII

Neoplasia gástrica ➢ Outros: sexo masculino, fatores genéticos (5-


10%)
19/04/2022
H. pylori:
➢ A infecção a longo prazo pela bactéria leva a
Localiza a lesão de acordo com região do estômago. gastrite, primariamente no corpo gástrico,
Epidemiologia: com atrofia gástrica. Em alguns pacientes, a
gastrite progride para neoplasia intestinal,
• 5º mais comum do mundo displasia e finalmente adenocarcinoma do
• Mais comum no leste asiático tipo intestinal.
• Acomete mais homens do que mulheres
• 7ª década de vida. Infecção H. pylori → gastrite → não tratada →
gastrite atrófica → ponto sem retorno (célula já se
Vascularização: tronco celíaco. transformou em célula intestinal) → metaplasia →
Manifestações clínicas: displasia → carcinoma.

• Dispepsia Dietéticos: os nitratos são os conservantes da


• Perda de peso indústria alimentícia para inibir as bactérias.
• Anorexia Outros fatores:
• Fadiga
• Anemia perniciosa: destruição de células
• Saciedade precoce principais e parietais por doença auto-
• Náuseas e vômitos imune;
• Anemia • Pólipos adenomatosos: atipia → displasia →
• Hematêmese carcinoma;
• Melena • Pólipos de glândulas fúndicas: benignos,
• Dor epigástrica (não melhora com hiperplasia glandular → associado ao uso de
alimentação) IBP crônico (omeprazol);
Achados clínicos: • Pólipos hiperplásicos: benignos; displasias -
4-19%;
➢ Linfonodo de Virchow (sinal de troisier):
linfonodo supraclavicular esquerdo Classificação de Yamada (pólipos – classificação
aumentado (petrificado), sinal que houve morfológica);
disseminação linfática;
➢ Sinal de irmã Maria-José: nódulo umbilical
palpável;
➢ Tumor de Krukenberg: metástase em ovário;
➢ Prateleira de Brummer: metástase em fundo
de saco;
Fatores de risco:
➢ Nutricionais: baixo consumo de gordura ou
Adenocarcinoma em anel de sinete: células com
proteínas.
núcleos periféricos. Mais agressivos.
o Consumo de carnes ou peixes
salgados Difuso: mais agressivo;
o Alto consumo de nitrato
Intestinal: formação de glândulas e mais
o Alto consumo de carboidratos
diferenciado;
complexos
➢ Ambientais: Classificação de Borrmann: achados macroscópicos
o Mau preparo de alimentos na endoscopia.
o Falta de refrigeração • Borrmann I – lesão polipóide ou vegetante
o Falta de água potável bem delimitada;
o Tabagismo
• Borrmann II – lesão ulcerada bem delimitada
➢ Sociais: classe social baixa
de bordas elevadas;
➢ Médicos: ciriurgia gástrica prévia,
• Borrmann III – lesão ulcerada infiltrativa;
infecção por H. pylori, gastrite e atrofia
• Borrmann IV – lesão difusamente infiltrativa
gástrica, pólipos adenomatosos;
sem limite entre a lesão e a mucosa normal;

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CAIO VINÍCIUS M. SANTOS – MED UNINOVE VG – XXVIII

• Billroth 2: jejuno é conectado no estômago


após a saída das vias biliares, ocorre refluxo
de material alcalino para o estômago. Não
recomendada;
o Por isso optar por fazer Y. Só em
casos de emergência por ser mais
rápido (e em pacientes paliativos);
• Y de Roux: semelhante a cirurgia bariátrica
bypass. Liga o esôfago numa alça mais
distante do jejuno, fazendo um Y e
impedindo que ocorra refluxo por suturar o
duodeno e realizar uma jejuno-jejunostomia
Estadiamento: pós duodeno;
➢ Tomografia computadorizada Lesões e transição esôfago-gástrica:
➢ RNM
➢ EED com duplo contraste • Silwert 1: esofagectomia parcial distal
➢ US endoscópico: analisa o grau de invasão da • Silwert 2 (na lesão esofágica gástrica):
mucosa esofagectomia parcial distal + gastrectomia
➢ PET-CT total
Marcadores tumorais: • Silwert 3: gastrectomia total;

➢ CA 19-9: diagnóstico e evolução terapeutica; Dissecção linfonodal.


➢ CA 72-4: específico para monitorar Se há metástase: fazer terapia neoadjuvante –
tratamento e eventuais recidivas – mais quimio e radio;
sensível;
➢ CEA – elevado em 15-30% dos Linfoma gástrico
adenocarcinomas gástricos; Sítio mais frequente do aparelho digestivo;
Tomografica computadorizada: avaliar metástase 5% das doenças malignas do estômago;
hepática.
• Sintomas – dor epigástrica, saciedade
Laparoscopia: precoce e fadiga; geralmente não tem
• Citologia do líquido peritoneal sintomas de dispepsia;
• Avaliar metástases hepáticas • Outros sintomas – febre, sudorese noturna,
• Avaliar implantes peritoneais perda de peso;
• Altas taxas de doença metastática oculta • Anemia;
• Em relação aos linfonodos: avaliar pelo • Mais comum em idosos, homens, no antro;
menos 15 linfonodos regionais avaliados. • Local exclusivo ou predominante na doença;

Tratamento cirúrgico: Tipos:

Todos os pacientes sem metástase ou invasão de ➢ Linfomas difuso de células B associado a


estruturas vasculares irressecáveis (aorta, tronco imunodeficiências e H. pylori;
celiaco, hepática, celíaca) são candidatos à ➢ Linfoma MALT;
ressecção; Diagnóstico – EDA;
Estômago só opera se for M0; Estadiamento – exames de imagem, US endoscópico;
Neoplasia de corpo proximal, fundo ou cardia → TTO – erradicação de H. pylori, quimioterapia e
GASTRECTOMIA TOTAL. ressecção;
Ressecção endoscópica: câncer limitado à mucosa GIST – tumores estromais de células
(T1a), ≤ 2 cm, histologicamente diferenciado e não gastrointestinais
ulcerado.
Estômago, cerca de 40-60%;
Tipos de cirurgia:
Pacientes > 50 anos;
• Billroth 1: indicada fazer um Billroth 1
Derivados de células intestinais de Cajal (célula
(conecta o duodeno na porção que sobrou da
marca-passo intestinal);
ressecção do estômago).

23
CAIO VINÍCIUS M. SANTOS – MED UNINOVE VG – XXVIII

EDA – lesão submucosa, superfície pode ser lisa não


ulcerada;
Biopsia por PAAF ou EDA;
➢ Imunihistoquímica – CD117 positivo (c-KIT
positivo);
Complicações: hemorragia gastrointestinal, dor
abdominal, obstrução, assintomático, massa
palpável (quadro avançado);
TTO:
➢ Ressecção cirúrgica completa – R0;
➢ Sobrevida de 70% nas doenças não
metastáticas;
➢ Margem negativa de 1 a 2 cm pela
congelação intra-operatória;
➢ Ressecção em monobloco;
➢ Evitar ruptura tumoral durante a cirurgia;
➢ Linfadenectomia não necessária;
➢ 50% dos pacientes irão desenvolver
metástases;
Tumor neuroendócrino:
• Mais predominante no sexo feminino;
• Pacientes mais velhos – 60 anos;

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CAIO VINÍCIUS M. SANTOS – MED UNINOVE VG – XXVIII

Diagnóstico diferencial de disfagia Sintomas que pioram do meio ao final da refeição (a


refeição comprime o esôfago).
26/04/2022
Causa uma alteração funcional por alterar a
motricidade do esfíncter (de contração tônica).
Esôfago de Barret: É o tipo mais comum de divertículo. Acomete
Metaplasia → substituição do epitélio escamoso do sobretudo idosos por perda de elasticidade do tecido
esôfago por epitélio colunar caliciforme. e de tônus muscular, disfunção do esfíncter superior.
Normalmente evolui após um longo período de O esfíncter não se fecha completamente e junto à
DRGE (mais de 5 anos). fraqueza muscular acaba gerando uma herniação.
Resposta à exposição crônica do líquido ácido do É um divertículo de pulsão falso, ou seja, atinge
refluxo, sendo que 10% dos pacientes com DRGE mucosa e submucosa e é causado por aumento da
desenvolvem Barrett. Pode evoluir para pressão intraluminal.
adenocarcinoma gástrico. ➢ Diferentemente, um divertículo verdadeiro
Fatores de risco: brancos, homens, média de idade acomete mucosa, submucosa e muscular. Ao
de 65 anos, obesidade central; contrário do divertículo de pulsão existe o de
tração, que é quando é em decorrência de
Diagnóstico: EDA doenças extra esofágicas que tracionam o
➢ Hérnia hiatal, esofagite e extensão do esôfago.
epitélio metaplásico. Quadro clínico: queixa de picar na garganta, tosse
➢ Na histologia, se observa células caliciformes irritativa, salivação excessiva, disfagia intermitente.
no epitélio colunar em fragmentos de Com a progressão da doença acontece aumento do
mucosa do esôfago. saco herniário, acúmulo de alimentos, regurgitação
Pacientes com IMC acima de 30 não tem de material não digerido, dor retroesternal
identificação operatória de fundoplicatura apesar de Diagnóstico:
ter Barrett, precisa fazer tratamento clínico
independente da sintomatologia – IBP na menor • EDA – para afastar neoplasia
dose possível. • No esofagograma com corante com bário é
possível ver barra cricofaríngea.
Em Barrett, o tratamento clínico é contínuo com
inibidores (pantoprazol ou omeprazol). Para diagnóstico não é necessário fazer
esofagomanometria.
Barrett com displasia faz acompanhamento a cada 6
meses, biópsia a cada 1 cm. Se após 2 exames Tratamento:
consecutivos não houver mais displasia pode • Exclusivamente cirúrgico;
começar a acompanhar como os pacientes que não • Padrão ouro é a ressecção endoscópica (por
tem displasia. cauterização, laser de CO2, grampeadores).
Sem displasia faz acompanhamento a cada 2 a 3 anos o É boa para reduzir as complicações
e biópsia a cada 2 cm. (como pneumonia por aspiração).
Outra técnica possível é a ressecção
Existem corantes que ajudam a verificar a área de aberta
displasia. • Miotomia cricofaríngea: tira o divertículo;
Tratamento: • Diverticulopexia: muda o ângulo fazendo
uma fixação cirúrgica
• Radiofrequência (pouco usada)
• Mucosectomia por endoscopia quando for Espasmo esofágico difuso
displásico Faz parte do grupo de distúrbios hiper contráteis do
• Esofagectomia (quando houver lesão esôfago. É um distúrbio neural que acomete mais
invadindo a submucosa, com maior risco de mulheres e maiores de 40 anos, com DRGE e
metástase linfonodal) distúrbios psiquiátricos.
Divertículo de Zenkel: Várias ondas de multipicos (contrai vários pontos do
Alteração motora do esfíncter superior do esôfago. corpo esôfago ao mesmo tempo), impedindo a
propulsão e causando dor.
Pseudodivertículo formado em área de fragilidade
da parede posterior. Manifestações clínicas: dor torácica, disfagia, pirose;
leva a uma disfagia não progressiva e não
25
CAIO VINÍCIUS M. SANTOS – MED UNINOVE VG – XXVIII

acompanhada de perda ponderal por serem quadros


de dor súbita e não constante.
Não há nenhum fator de risco para neoplasia.
Pode ter relação com ansiedade para se alimentar e
com a temperatura do alimento.
Exame padrão-ouro: Esofagomanometria
• Esse exame irá evidenciar contrações
simultâneas, mas que não conseguem gerar
propulsão.
• Ondas Contráteis de Corpo Esofágico com
multi picos (contrações simultâneas);
• Aumento de Amplitude e Duração das Ondas
- sem peristalse;
• Peristaltismo intermitente;

Radiografia contrastada: é
um corpo esofágico em
"saca-rolhas", decorrente
de uma contração
simultânea. Ou contas em
Rosário;

➢ Contrações
disfuncionais da
camada muscular
circular do esôfago;

Diagnósticos diferenciais:
• Esôfago em quebra nozes – dor predomina
sobre a disfagia;
Tem exame de imagem parecido e também está
associado à dor torácica e também é associado ao
refluxo. A diferença é que nela há aumento da
amplitude da onda no terço distal do esôfago, com
peristaltismo normal e amplitude esofágica distal
média aumentada. Precisa fazer manometria para o
diagnóstico.
• Esôfago hipocontrátil EEI hipertensivo
Não tem achados clínicos específicos.
Membrana esofágica
É um diagnóstico diferencial de subestenose;
Conduta:
• Dilatação endoscópica do anel esofágico →
secção endoscópica da membrana por vela
de Heigar;

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CAIO VINÍCIUS M. SANTOS – MED UNINOVE VG – XXVIII

Câncer de reto ➢ Rastreamento avançado tem diminuído a


incidência;
28/04/2022 ➢ Pacientes < 65 anos é o câncer colorretal
mais comum – 37% em menores de 50 anos;
➢ Indivíduos > 65 anos câncer retal é
Adenocarcinomas constituem a grande maioria responsável por 23% dos casos de câncer
(98%) dos canceres de cólon e reto; colorretal
Cânceres retais mais raros incluem linfome, ➢ Mais frequente em negros;
carcinoide (liberação de substâncias vasoativas – ➢ 1,30:1 homens para mulheres;
histamina ou calicreína) e sarcoma; Taxa de sobrevida em 5 anos de 64,6% para câncer
Incidência e epidemiologia são comuns aos tumores colorretal;
de cólon e reto; História clínica:
Sangramento – hematoquezia, é o sintoma mais • Sangramento é o sintoma mais comum –
comum no câncer retal (60% dos pacientes); hematoquezia;
40% podem ser diagnosticados com toque retal e o Enterorragia e anemia são raros;
colposcopia; • Mudança de hábitos intestinais está
presente em 43% dos pacientes
➢ 20% dos cânceres colorretais se
(geral/diarreia);
desenvolvem no reto.
• Tumores maiores podem causar diminuição
Tenesmo - reto está envolvido no processo, pode ser do calibre das fezes até quadros obstrutivos;
confundido com hemorróida, pois a pessoa faz • Dor pélvica é sinal tardio – indica
esforço para defecar e traz hemorroidas. envolvimento de tronco nervoso;
Reto começa no promontório sacral. • Peritonite por perfuração ou icterícia, pode
ocorrer nas metástases hepáticas – invasão
Fisiopatologia: tumoral;
• Via adenoma-carcinoma do gene da polipose Exame físico:
adenomatosa familiar (APC)
• Via do câncer colorretal hereditário não • Tamanho, localização do câncer retal – toque
polipose (HNPCC) retal;
• Displasia da colite ulcerativa. • Linfonodomegalia, hepatomegalia;
• Disseminação inguinal ou invasão do canal
Via adenoma-carcinoma: inativação do gene APC, anal;
que permite replicação celular, ativação do • Exame retal digital – dedo médio pode
oncogene K-ras e mutações do p53 nos estágios atingir aproximadamente 8 cm acima da
posteriores, perdas na função do gene supressor linha denteada;
tumoral impedem a apoptose e prolongam a vida útil o Tamanho, ulceração e presença de
da célula indefinidamente. qualquer linfonodo;
➢ Se a mutação de APC for herdada, resultará o Fixação do tumor às estruturas
em síndrome de polipose adenomatosa circundantes (esfíncteres, próstata,
familiar; vagina, cóccix e sacro);
➢ Adenomas são classificados em três grupos: • Proctoscopia rígida também é usada para
tubulares, tubulovilosos e vilosos; localizar o tumor;
Câncer colorretal hereditário – envolve genes de Etiologia:
reparo – MLH1 e MSH2, esse erro de replicação é • Fatores de risco como história familiar ou
encontrado em aproximadamente 90% dos casos pessoal de câncer colorretal ou pólipos;
HPNCC e 15% dos canceres esporádicos do cólon e • Predisposições genéticas: CCR não polipose
reto; (4-7% - síndrome de Lynch), PAF (1%), DII
DII – Crohn e RCU que pode resultar em alterações (1%);
genéticas que levam à displasia e à formação de
Fatores ambientais:
carcinoma;
• Dieta rica em gordura e pobre em fibras está
Epidemiologia:
implicada no desenvolvimento de câncer
➢ Terceiro tipo de câncer mais comum em colorretal;
mulheres e homens nos EUA;
27
CAIO VINÍCIUS M. SANTOS – MED UNINOVE VG – XXVIII

• Alto consumo de peixe pode ter efeito


protetor contra o câncer colorretal;
• Álcool – ingestão > 30g/dia aumenta risco de
desenvolver câncer colorretal;
• Tabaco – início em idade jovem aumenta
risco de câncer colorretal;
• Colecistectomia – aporte muito maior de
ácido biliar no duodeno, levando a produção
de subprodutos cancerígenos do ácido biliar;
Pacientes com câncer colorretal 30% têm lesões
síncronas, geralmente pólipos adenomatosos;
Câncer se desenvolve em 2 a 5% dos pacientes;
Pacientes que tiveram pólipos removidos têm
chances de desenvolver câncer mais 2,7 a 7,7 vezes
que a população geral.

28
CAIO VINÍCIUS M. SANTOS – MED UNINOVE VG – XXVIII

Pancreatite crônica pancreático (insulinodependente – fase


tardia);
03/05/2022
Digere proteínas, carboidratos, gorduras –
alterações pela perda das enzimas pancreáticas;
Faz parte de outras glândulas endócrinas e exócrinas Tríade da PC: esteatorreia, calcificação
(80-85 %) do organismo. pancreática, diabetes pancreático (casos mais
É retroperitoneal (L2), tem uma cor amarelo rósea, avançados);
tem cerca de 15 cm;
Diagnóstico:
1200-1500 ml suco pancreático/dia;
➢ TC ou Rx com calcificação;
Acessa o pâncreas por rebatimento do estômago, ➢ Pancreatograma com alteração ductal;
corta os ligamentos do estômago; ➢ Teste de secretina pancreática;
o Enzima que estimula pâncreas a
Irrigação: proveniente do tronco celíaco – artéria
produzir sua secreção;
mesentérica;
o Injeta na corrente sanguínea para
➢ Artéria esplênica passa pela região posterior ver se o pâncreas está secretando,
do pâncreas, isso pode levar a uma coloca uma sonda nasoenteral, coleta
complicação dessa artéria devido a alguma a secreção que foi estimulada e vê a
patologia pancreática; quantidade necessária de
Drenagem: veias do sistema porta – veia mesentéria bicarbonato na segunda porção do
superior e inferior, veia esplênica; duodeno;

➢ Trombose de veia esplênica – complicação Laboratório:


mais comum de pancreatite crônica; ➢ Amilase/lipase – geralmente normais,
Inervação: plexo celíaco – consegue-se localizar os podem estar elevadas em casos de
nervos; exacerbação;
➢ Bilirrubinas e FA – aumentadas pela
Processo inflamatório crônico com lesão estrutural obstrução ductal;
pancreática e alterações na função endócrina e ➢ ANCA, FR e anticorpo anti-músculo liso
exócrina; podem estar aumentados (marcadores
➢ Histologia: infiltrado com células autoimunes);
polimorfonucleadas; ➢ Elastase pancreática fecal – se não tiver nada
nas fezes significa que a função exócrina do
Etiologia: abuso de álcool, causas genéticas, pâncreas não está funcionando;
obstruções no ducto pancreático, pancreatite
tropical, doença sistêmica, doença idiopática; Imagem:

➢ 5% dos etilistas têm pancreatite crônica; ➢ RX; TC/US/RM – calcificação, dilatação


➢ Zimogênio ativador começa a digerir o ductal, alteração de parênquima e coleção de
próprio pâncreas; fluidos;
➢ CPRE – com ou sem teste de secretina (teste
Fisiopatologia de escolha se não houver calcificação ou
Episódios repetidos de PA com necro-inflamação em esteatorreia);
um aumento residual da injuria ao pâncreas, que ao ➢ Colangiorresonância – pode ser feita em
longo do tempo tem um dano irreversível; episódios agudos;
o Dilatações ductais;
Quadro clínico:
Complicações:
➢ Dor abdominal epigástrica irradiada;
➢ Início 15-30 minutos após comer; • Pseudocisto de pâncreas (comum) – chega
➢ Aumento progressivo da frequência e ser palpável, precisa ser tto quando causado
intensidade; pela PC;
➢ Não está presente em 20% dos casos o o Não pega todas as camadas do ducto,
quadro de dor; para tto o ducto ta calcificado e não
➢ Insuficiência pancreática: esteatorreia consegue se desobstruir;
(dimimui atividade lipolítica), síndromes • Obstrução duodenal ou ducto biliar;
disabsortiva (perda de peso), diabetes • Ascite pancreática;
• Derrame pleural;
29
CAIO VINÍCIUS M. SANTOS – MED UNINOVE VG – XXVIII

• Trombose de veia esplênica – leva a um Derivações pancreaticojejunoanastomoses – tentam


aumento de baço e até um infarto; melhorar a drenagem pancreática;
• Pseudo-aneurismas; Pancreatectomia – remove tecido pancreático
• CA de pâncreas; apenas quando presença de neoplasia;
• Períodos de agudização do quadro;
➢ Whipple – retira a cabeça do pâncreas e faz
TTO: uma anastomose do pâncreas com jejuno;
➢ Multidisciplinar;
➢ Suporte nutricional;
o Nutrição VO;
o Enteral – SNE; alto índice de proteína
e baixo índice de gordura;
o Parenteral – prejudica imunidade
humoral e mediada por células,
induz translocação bacteriana;
➢ Controle da dor;
o Analgésicos convencionais
(escopolamina, dipirona) –
tramadol, morfina ou opiáceos (mais
fortes);4
o Bloqueio do plexo celíaco –
procedimentos endoscópicos;
o TTO cirúrgico;
➢ Tto da insuficiência pancreática exócrina;
o Reposição de protease, lipase e
amilase do paciente com objetivo de
ter uma dieta mais próxima do
normal, evitar perda de peso e
reduzir deficiências das vitaminas;
o Peso corporal, aparência, frequência
das fezes e quantificação da gordura
fecal;
➢ Tto da DM – paciente pode entrar em CAD;
o Semelhante a DM1;
o Deficiência de insulina e glucagon,
tem risco de hipoglicemia
aumentado;
o Uso de insulina de ação rápida;
➢ Suplementação vitamínica – não absorve as
vitaminas lipossolúveis (A, D, E, K);
o Distúrbio de coagulação – II, VII, IX,
X; proteína C e S;
➢ Tto cirúrgico (exceção)
o Indicações: dor intratável,
complicações e neoplasia;
Perda de função não é reversível pela cirurgia;
Cirurgia deve preservar função pancreática;
Persistência do consumo de álcool tem pior
resultado;
Não há cirurgia específica – procedimentos
moldados a cada caso;
Terapia endoscópica: stent – mantém o ducto
pancrático pérvio, alivia pressão intraductal no
pâncreas;
30
CAIO VINÍCIUS M. SANTOS – MED UNINOVE VG – XXVIII

Diagnóstico diferencial nas icterícias composto mais polar e hidrossolúvel (bilirrubina


conjugada) que é excretado pelos canalículos
09/05/2022 biliares.
Passa então a formar um complexo lipídico-micelar
Condição de coloração amarelada do plasma, pele e que é excretado no duodeno através do ducto biliar
mucosas determinada pelo acúmulo dos pigmentos principal e será desconjugado e reduzido no colo por
biliares. ação das glicuronidases bacterianas, formando os
urobilinogênios.
➢ Geralmente pelas mucosas – esclera, mucosa
da boca; Estes são excretados nas fezes em sua maioria,
➢ VR > 3 mg/dL, é percebida no exame físico; porém uma pequena parte é reabsorvida e volta ao
fígado pelo sistema porta constituindo o ciclo
Secreção da bile: entero-hepático da bilirrubina.
• Função exócrina do fígado liberando Classificação:
colesterol e bilirrubina;
• 660 a 1000 ml/dia; ➢ Pré-hepáticas – deficiência na produção ou
• Função de emulsificação de gorduras captação;
facilitando ação da lipase pancreática; ➢ Hepáticas – deficiência na conjugação e
• Facilita absorção do produto através da excreção (pequenos ductos);
membrana basal; ➢ Pós-hepáticas – deficiência excreção
(obstrução ao fluxo da bile)
Fisiologia da produção da bile:
Hepatocelular – lesões hepáticas com inflamação e
Após a hemólise e liberação do grupo heme, este é necrose dos hepatócitos, ex. hepatites virais,
degradado no fígado, que libera bilirrubina indireta. autoimune, tóxica/medicamentosa, isquêmica;
Para ser transportada até o fígado é ligada a
albumina. Colestática – inibição do fluxo da bile ou da
incapacidade dos hepatócitos em excretarem
➢ Aumento isolado de bilirrubina (doenças bilirrubina ou ácidos biliares; aumento
hemolíticas) – aumento de BI, exames desproporcional entre FA e GGT, ex. coledocolitíase,
hepáticos normais, sem presença de colúria; obstrução maligna;
➢ Síndrome de Gilbert – aumento de BI, pela
diminuição de UDP-glucorinil transferase; ➢ Intra-hepática: Comprometido o sistema
biliar de pequenos ductos, representados
Primeiro ducto biliar surge os microductulos pelos colangíolos ou canais de hering, ductos
intralobulares, se ocorre obstrução de fluxo faz uma interlobulares (cerca de 20μm de diâmetro)
síndrome colestásica (colestase); excreção depende e ductos septais de menor calibre, ou seja, de
do fluxo de sangue arterial, levada até a segunda 1a e 2ª geração (entre 40 e 100 μm),
porção do duodeno; raramente os de 3a geração.
Região periampular – ampola de Vater, na segunda ➢ Extra-hepática: diâmetros entre 150μm e
metade do duodeno, é muito frequente a passagem 1,5mm, representado pelos ductos
de cálculo na região. Irritando e podendo fazer segmentares (8) e os ductos septais de maior
quadro obstrutivo, evoluindo até para pancreatite calibre.
aguda; Mista – padrão misto com elevação concomitante de
Liberação da bile – ocorre um estímulo CCK que é transminases e da FA de acordo com extensão e
secretada e faz a vesícula biliar contrair e liberar a gravidade dos danos hepáticos e com a duração da
bile; icterícia, ex. coledocolitíase com colangite, hepatite
C na forma colestática.
A bilirrubina é produto da degradação do grupo
heme componente da hemoglobina. ➢ Demora para descompressão ou há presença
de cálculo ou colangite;
A bilirrubina é transportada pela albumina até o
fígado onde é captada pelos hepatócitos através de Diagnóstico:
sistemas proteicos transportadores de membrana • Hemograma;
(proteínas X e Y).
Perfil hepático:
Após sua entrada na célula a bilirrubina é conjugada
por ação de enzimas microssomais (UDP glicuronil • Função hepática: BD e BI, INR e albumina;
transferase) com o ácido glicurônico e forma um • Lesão hepática: AST, ALT;
• Lesão obstrutiva (canalicular): FA, GGT;
31
CAIO VINÍCIUS M. SANTOS – MED UNINOVE VG – XXVIII

Sinais de falência hepática: bilirrubina que não


abaixa, alargamento de INR;
Sinais de alarme em coledocolitíase: infecção da via
biliar
➢ Tríade Charcot – dor abdominal, febre com
calafrios e icterícia;
➢ Pêntade de Reynald (sinais de alarme) –
tríade de Charcot, confusão mental, choque
séptico com hipotensão arterial;
➢ TTO: antibioticoterapia e descompressão de
VB;
➢ Fluxo contínuo da bile impede que ela seja
infectada, porém se ocorre uma colestase
pode infectar e subir infecção para o fígado;
o Colangite ascendente;
Avaliação do paciente:
• Perfil hepático + função hepática;
• Função renal;
• Hemograma;
• Ur/creat;
• US – dilatação ou não de VB, ponto de
obstrução, presença de cálculo, aspecto do
fígado, hipertensão portal, esplenomegalia;
Colangiorresonância magnética – se não consegue
identificar no US (alternativas – TC);
Colangiografias:
➢ CPRM;
➢ CPRE – invasivo (tumores altos, obstruções)
➢ CTPH – colangiografia percutânea trans-
hepática (exceção ou para tumores
altos/proximais);
➢ Colangiografia intraoperatória;

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CAIO VINÍCIUS M. SANTOS – MED UNINOVE VG – XXVIII

Neoplasia de vias biliares ➢ Pancreatobiliares: provêm do epitélio distal


comum aos ductos biliar e pancreático – é
16/05/2022 mais agressivo;
Incidência:
Neoplasia maligna: capacidade de metastatizar ➢ M > H (2:1);
(crescer em um sítio distante de origem), invadir ➢ Neoplasia periampular – 5% das neoplasias
outros tecidos; de TGI;
Depende de vários fatores, como o tipo histológico o Cabeça de pâncreas – 50 a 70%;
(grau de diferenciação – quanto mais indiferenciada, o Ampola de Vater – 15 a 25%;
pior o prognóstico); Fatores de risco:
Árvore biliar intra e extra-hepáticas, deságua no ➢ Tabagismo;
ducto cístico, tem a vesícula biliar que drena para o ➢ HAS;
ducto do colédoco e vai para segunda porção do ➢ Dislipidemia;
duodeno, onde encontra-se a região periambular
(ampola de Vater, esfíncter de Oddi e papila Exames complementares:
duodenal); ➢ USG – triagem de icterícia;
➢ Vesícula: adenocarcinomas; ➢ TC com contraste – caso RM não disponível;
➢ Via biliar: colangiocarcinoma; o Dilatação da via biliar intra e extra-
hepática e vesícula biliar distendida.
Neoplasia de ampola de Vater – papila duodenal: ➢ Colangiorressonância magnética – exame
➢ Paciente se apresenta com colestase, não invasivo, porém pouco disponível
proveniente de uma icterícia obstrutiva; (PADRÃO-OURO);
o Pode ser icterícia flutuante – pela ➢ Duodenoscopia/ecoendoscopia com biópsia.
membrana formada na papila se ➢ Biopsiar – CPRE;
romper e liberar o fluxo na papila; o Ecoendoscopia com biópsia – PAAF;
➢ Prurido; o Se a biópsia vir normal, repete a
➢ Emagrecimento, fadiga; bíopsia;
➢ Anemia; ▪ Aspecto macroscópico
➢ Melena; (endoscópico) pode levar em
➢ Dor; consideração para
➢ Sinal de Courvoisier Terrier – vesícula ressecabilidade;
palpável (dilatada), não dolorosa; o CPRE: mais disseminação
o Mais comum quando CA de pâncreas; neoplásica;
➢ Estatorreia; ▪ DRENAR se: colangite, casos
inoperáveis (metastáticos) e
Apresentação preococe e esporádica; demora cirurgia;
Alta taxa de ressecabilidade (até 90% dos casos); Estadiamento:
Origem do lado intestinal é menos agressiva do que ➢ TC de tórax;
se originado do lado da cabeça do pâncreas; ➢ Avaliação de risco cirúrgico;
US: dilatação da via biliar até região periampular, ➢ KPS, ECOG (condição geral do paciente);
presença ou não de cálculos (vesícula ou colédoco), TTO:
vesícula pode estar distendida;
➢ Ressecção endoscópica;
Padrão ictérico obstrutivo – hipóteses: cálculo ou ➢ Não realiza cirurgia para N+ ou M+;
tumor na região periambular;
Histologia:
Evoluem no caminho adenoma para carcinoma,
cerca 25 a 91% dos casos de adenomas esporádicos
podem se malignizar;
➢ Intestinal: 95% dos casos, originam-se do
epitélio intestinal que recobre a papila;

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CAIO VINÍCIUS M. SANTOS – MED UNINOVE VG – XXVIII

➢ GDP – gastroduodenopacreatectomia ➢ Sintomas obstrutivos


(cirurgia de Whipple); ➢ Dor abdominal (30-50%)
➢ Prurido (66%)
➢ Perda de peso (30-50%)
➢ Febre (20%)
➢ Colangite é rara
Classificação de Bismuth:

Exames complementares:
➢ US – dilatação da via biliar até o ponto de
obstrução (intra-hepática até a bifurcação,
quando Klatiskin), via extra-hepática
Prognóstico: dilatada e vesícula biliar murcha;
➢ Taxa de sobrevivência em cinco anos varia o Hipóteses: colangiocarcinoma,
entre 21 e 61%, chegando a 85% quando a tumor pseudoinflamatório por IgG-
neoplasia é limitada à mucosa T1; 4;
Colangiocarcinoma: Diagnóstico:
Tumor que ocorre na árvore biliar; ➢ Aumento das bilirrubinas, FA;
➢ TC com contraste EV + VO;
60% ocorrem na bifurcação/hilar (tumor de
➢ CRMN – quando disponível, padrão-ouro;
Klatiskin);
➢ CA 19-9;
Tumor periférico – parecido com metástase, não tem
Estadiamento:
dilatação de vias biliares, geralmente, realiza-se
biópsia per-curtânea; assintomático; ➢ Bismuth;
➢ PET-CT usado para dúvida de metástase;
Tumor distal – ocorre dilatações de VB e vesícula, é
sintomático com padrão de icterícia obstrutiva; TTO:
realiza biopsia por meio de CPRE com escovado; ➢ Não realiza cirurgia para N+ ou M+, vai para
Inflamação crônica na árvore biliar e proliferação cuidados paliativos;
celular compensatória; ➢ GDP – para tumor distal;
➢ Paliativo:
Fatores de risco:
o Periférico – quimioterapia;
➢ Qualquer doença que leva a colestase o Hilar – stent para desobstrução da
prolongada; VB, via transparieto-hepática;
➢ Colangite esclerosante primária – doença o Distal – desobstrução via CPRE;
autoimune, indivíduo começa a fazer
A principal manifestação da neoplasia periampular é
estenoses na árvore biliar (rosário de rosas);
a síndrome ictérica (padrão colestático).
o Diagnóstico pela CRNM;
➢ Cisto de colédoco; A USG é o exame a ser solicitado para triagem (define
➢ Doença de Caroli – saculações presentes na icterícia obstrutiva e o nível da obstrução)
VB; alteração congênita; A abordagem endoscópica (com ou sem usg) tem
Quadro clínico: papel importante no estadiamento local, biópsia e
drenagem da via biliar quando necessário:
➢ Intra-hepático:
diagnóstico, pré op. ou paliativo nas neoplasias de
o Inespecíficos: dor abdominal,
colédoco distal e papila duodenal.
hiporexia, perda de peso, mal-estar e
sudorese noturna. A cirurgia de ressecção, quando indicada,
➢ Extra-hepático: geralmente é uma gastroduodenopancreatectomia
➢ Icterícia (>90%)–Bb> 10. nas lesões periampulares.
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CAIO VINÍCIUS M. SANTOS – MED UNINOVE VG – XXVIII

Das neoplasias periampulares, as que não se


originam do tecido pancreático tem melhor
prognóstico.

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CAIO VINÍCIUS M. SANTOS – MED UNINOVE VG – XXVIII

Neoplasia de vias biliares Prognóstico:

16/05/2022 Pacientes com lesão T1a, limitados a mucosa e


lâmina própria, têm um prognóstico excelente. A
ressecção completa de lesões T1b com margens
Adenocarcinoma de vesícula biliar: negativas também proporciona um prognóstico
favorável.
Mais comum em mulheres do que homens;
A sobrevida de pacientes com lesões T2 depende do
População norte-americana, americanos nativos e status linfonodal e a ressecção radical nesta situação
imigrantes da América Latina têm as maiores taxas; aumentou a sobrevida em 5 anos de
Fatores de risco: aproximadamente 20% para mais de 60%.
➢ Colelitíase e cálculos > 3cm; Paliativos em pacientes avançados:
➢ Pólipo > 10 mm; Os sintomas comuns que requerem paliação incluem
➢ Vesícula em porcelana (radiografia) – icterícia, dor, e obstrução intestinal.
calcificação da parede da vesícula biliar;
A icterícia pode ser tratada por colocação
Fisiopatologia: fatores genéticos são levados em endoscópica de stents biliares e próteses metálicas
conta (história familiar), presença de inflamações endobiliares autoexpansíveis que oferecem uma
recorrentes agredindo a parede da vesícula biliar solução durável, com menor necessidade de
(colelitíase, cisto do colédoco); intervenções repetidas do que as próteses plásticas.
Quadro clínico: A dor é geralmente tratada com sedativos orais, mas
Como 90% das neoplasias têm origem no fundo ou pode evoluir para a necessidade de sedação com
no corpo da vesícula, muitas não apresentam opiáceos parenterais em ambiente hospitalar. A
problemas até que a doença esteja avançada; neurólise percutânea do gânglio celíaco pode
auxiliar na paliação da dor.
Sintomas de colecistite aguda, com obstrução do
colo da vesícula, podem predizer um melhor A oclusão intestinal é geralmente uma obstrução ao
prognóstico, porque os pacientes com esses esvaziamento gástrico em consequência da extensão
sintomas podem apresentar-se em estágios local do tumor e é geralmente tratada com stents
precoces da doença. endoscópicos na parede duodenal.
A perda de peso, icterícia ou massa abdominal estão Quimioterapia, nem radioterapia mostraram
associadas a estágios avançados da doença. benefícios de sobrevida no tto do câncer de vesícula.
Alguns pacientes descrevem sintomas de colecistite Lesões polipoides de vesícula biliar:
crônica na qual a dor se alterou recentemente em Doença geralmente assintomática;
qualidade ou frequência.
Os adenomas são proliferações benignas da parede
➢ Dor epigástrica crônica, saciedade precoce e da vesícula que podem ser difíceis de diferenciar de
plenitude. um adenocarcinoma no pré-operatório, porque a
Diagnóstico: US andar superior (ou abdome total); única diferença é a invasão transmural, e detectá-la
por ultrassonografia é difícil.
Estadiamento: TC de tórax, TC de abdome total
(abdome e pelve) com contraste; Tamanho maior que 10 mm é um fator de risco para
adenocarcinoma, junto com crescimento, presença
➢ Metástase peritoneal, metástases hepáticas de cálculos na vesícula biliar e idade acima dos 60
parenquimatosas, metástases pulmonares,
anos.
linfadenopatia, e envolvimento vascular
adjacente; O tratamento de toda lesão polipoide sintomática
➢ PET-CT para casos com dúvida no (tamanho > 10 mm) da vesícula biliar é a
diagnóstico; colecistectomia.
TTO: Pacientes com uma lesão polipoide e fatores de risco
para adenocarcinoma ou aqueles suspeitos de
➢ Indicação de colecistectomia ampliada: apresentar câncer in situ ou invasivo devem ser
quando N0 e M0; submetidos a colecistectomia convencional, porque
o Retira-se com margem de 2 cm; a perfuração durante a laparoscopia pode
o Se característica de infiltração, disseminar células tumorais por toda a cavidade
retira-se lobos hepáticos IVb e V; peritoneal.
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CAIO VINÍCIUS M. SANTOS – MED UNINOVE VG – XXVIII

➢ As lesões assintomáticas menores do que 10


mm, sem outro fator de risco e sem
características ultrassonográficas sugerindo
neoplasia maligna, podem ser observadas
com ultrassonografia seriada.

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CAIO VINÍCIUS M. SANTOS – MED UNINOVE VG – XXVIII

Neoplasia de pâncreas ➢ Tabagismo;


➢ Idade avançada (> 60 anos);
23/05/2022 ➢ Histórico de DM ou pancreatite crônica;
Anatomia do pâncreas: ➢ HF de CA pancreático (linhagem germinativa
em BRCA2 em até 20% das famílias);
➢ Condições hereditárias;
Fisiopatologia:
NIPan-1, 2 e 3 – lesões pré-malignas de
adenocarcinoma;
As lesões exibem um epitélio mucinoso atípico
substituindo o epitélio cuboidal fisiológico;

Ducto pancreático principal (ducto de Wirsung),


ductos pancreáticos secundários;
Desemboca na região periambular;
Manifestações clínicas:
Cabeça (processo uncinado), corpo e cauda;
• Perda de peso – 51%;
➢ 70-80% do parênquima pancreático fica na • Icterícia – 75%;
cabeça do pâncreas; • Dor abdominal (com irradiação lombar) –
➢ 2% do parênquima pancreático é endócrino; 39%;
Veia mesentérica superior e artéria mesentérica • Náusea, vômito – 13%;
superior; • Febre – 3%;
95% dos tumores são do pâncreas exócrino; • Sangramento de TGI – 1%;
• Diarreia – esteatorreia;
Por ser muito irrigado dissemina rápido neoplasias; • Fraqueza;
Epidemiologia: Sinais de doença avançada:
➢ Achado incidental de lesões pancreáticas ➢ Sinal de Courvoisier – vesícula palpável não
(sólidas ou císticas): dolorosa; mais frequente em CA de pâncreas;
o Prevalência de 10% a 25% - ➢ Sinal da irmã Maria José – nódulo
pacientes > 70 anos; periumbilical metastático palpável;
o Lesão benigna (cistoadenoma ➢ Sinal da prateleira de Blumer – implante
seroso), borderline, maligna peritoneal em fundo de saco de Douglas;
(adenocarcinoma ductal); ➢ Ascite, hepatomegalia, esplenomegalia
Aspecto radiológico: (obstrução da veia porta / veia esplênica);
➢ Trombose venosa profunda;
➢ Lesões císticas; ➢ Sinal de Trousseau – tromboflebite
➢ Lesões sólidas – adenocarcinoma ductal (80- migratória;
90% das lesões); ➢ Icterícia;
Adenocarcinoma ductal de pâncreas ➢ Massa palpável;
Epidemiologia: Efeito paraneoplásico: ocorrência de tromboses e
tromboflebites (necessário checar com exames de
➢ 9˚ câncer mais prevalente; imagem);
➢ 60 anos de idade (média da idade quando do
diagnóstico é de 72 anos); Diagnóstico:
➢ Maior frequência em mulheres (2020); • USG – não é bom para diagnóstico, porém vê-
Fatores de risco: se obstrução e dilatação de via biliar;
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CAIO VINÍCIUS M. SANTOS – MED UNINOVE VG – XXVIII

• TC abdominal com contraste; ➢ Colocação de stent para descompressão de


• RM (CPRMN); via biliar;
• Biópsia – dúvida diagnóstica, não candidato Neoplasias císticas do pâncreas
a cirurgia devido a doença avançada e/ou
comorbidades, necessidade de terapia Epidemiologia:
neoadjuvante; ➢ 70-75 % assintomáticos
o USE (ecoendoscopia) – PAAF; ➢ 10-25%: > 70 anos
o Avalia conteúdo – amilase, CEA, ➢ 75% benignos ao diagnóstico.
presença de mucina, celularidade; ➢ Potencial de malignização variável de acordo
o Avalia estigmas de alto risco nas com a lesão.
lesões císticas e melhora o
Pseudocisto
estadiamento local das neoplasias;
o Biópsia guiada por USG/TC – risco de 75% das lesões císticas, história clínica de
disseminação peritoneal e falso pancreatite, amilase do cisto > 250 U/ml, imagem
negativo de até 20%; sugestiva;
o Laparoscopia;
Neoplasia cística serosa:
o CPRE – usado para paliação, passa
um stent para descompressão de via • Tumor benigno, crescimento lento;
biliar; • 16% dos tumores císticos ressecados 3ª;
Estadiamento: • Sexo feminino – 75%;
• Idade média entre 50-60 anos;
• TC de abdome, pelve e tórax; • Etiologia:
• CA 19-9 – pode aumentar com presença de • Aspecto de favo de mel – microcistico,
icterícia, útil para segmento de paciente macrocistico, misto, sólido;
(necessário para análise se estiver caindo); • Sem comunicação com ducto pancreático;
• Laparoscopia – CA 19-9 > 150 U/ml, ascite • Qualquer localização no pâncreas, mais
baixo volume, tumor de corpo de pâncreas, frequente na cabeça;
tumor ressecável limítrofe, tamanho do • Análise do aspirado (USE) – amilase baixa,
tumor > 3 cm, linfadenopatia suspeita; CEA baixo (< 5 ng/ml), ausência de mucina;
• PET-CT útil para CA 19-9 alto sem lesão
evidente na RM ou TC; Diagnóstico: USE + biópsia por PAAF e análise do
• T1 a T3 com N0 e M0 – ressecáveis; aspirado (se dúvida diagnóstica);
o Nenhuma evidência de distorção da ➢ Líquido aquoso e têm um centro fibroso
veia mesentérica superior ou da veia estrelado calcificado;
porta; ➢ Amilase baixa, CEA baixo, ausência de
• T1 a T3 (restrito a região periampular) com mucina;
N1 e M0 – ressecáveis limítrofes;
Tratamento: observação (RM – 6/6 meses por 2
• T4 (quando invade os vasos mesentéricos)
anos);
ou qualquer M1 – irresecáveis;
➢ Dúvida diagnóstica (tamanho/sintomas)
Prognóstico:
realiza-se ressecção;
• Doença ressecável (15 a 20%):
Neoplasia pseudopapilar sólida (tumor de Frantz):
o Média: 15 e 19 meses,
o Taxa de sobrevida em 5 anos de • Rara, < 4% dos tumores císticos ressecados;
cerca de 20%. • Sexo feminino (> 80%);
• Localmente avançado (30%): • Idade média: 20-30 anos (20 - 25 % cças);
o Média: 7 meses • Qualquer localização: > corpo e cauda;
• Metastático (50-55%): • Massa heterogênea bem demarcada com
o Média: 3 a 6 meses componente sólido e cístico com cápsula
o 2% em 5 anos periférica;
Tratamento: • Critérios claros de malignidade não foram
estabelecidos (comportamento incerto);
➢ Gastroduodenopancreatectomia; • Sob. Global 5 anos: 98% em pacientes
➢ Pancreatectomia distal com esplenectomia; ressecados;
➢ < 20% são candidatos a cirurgia;
Diagnóstico: RM;

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CAIO VINÍCIUS M. SANTOS – MED UNINOVE VG – XXVIII

TTO: ressecção – pancreatectomia caudal, sem • Atrofia pancreática.


necessidade de biópsia; • Dilatação DPP
Neoplasia cística mucinosa: Características do cisto:
• 23% das NC ressecadas; • Nódulo mural, ou presença de reforço sólido;
• 95% localizado no corpo e cauda; • Septos e paredes espessas;
• Sexo fem. (>95%); • Dilatação DPP > 0,5 cm.
• Idade média: 40 a 50 anos; • Uma mudança abrupta do calibre dpp com
• Geralmente lesão única, grande (4 até 35 cm) atrofia pancreática a montante;
com pseudocápsula fibrosa e calcificação • Tamanho do cisto ≥ 3cm.
periféricas observadas em 25%; • Presença de linfadenopatia
• Ausência de comunicação com ducto peripancreáticaica suspeita.
pacreático principal - 15% podem ter;
• Análise do fluido: CEA elevado, mucina
positiva, amilase baixa;
o Risco grande de malignização;
• Presença de estroma ovariano ectópico;
10-17% de malignização (> 4 cm, mais velhos, sinais
de alto risco).
Observação em casos selecionados (pequenos,
uniloculados);
Sob. Global de 75 % em 5 anos;
TTO: observação x ressecção;
Neoplasia mucinosa papilar intraductal (IPMN):
• 25 - 50 % dos cistos pancreáticos ressecados
(1a)
• 2 - 20 % sintomáticos.
• Pacientes idosos (60-80 anos) – M >F
• Proliferação intraductal de células colunares
produtoras de mucina.
• Análise do fluido: presença de mucina, CEA
elevado, amilase alta.
• Risco de malignização alto;
• 5 subtipos histológicos (intestinal=50%)
• Localizada no ducto pancreático principal ou
ducto secundário – tem ttos diferentes;
IPMN DPP:
➢ 70% têm risco de malignização;
➢ TTO: ressecção;
IPMN DPS:
➢ 17-24% têm risco de malignização;
➢ TTO: observação x ressecção (apenas se 2
estigmas de alto risco);
Estigmas de risco:
• Paredes espessas
• Septos grosseiros
• Componente mural
• Conteúdo sólido lesional.
• Tamanho > 3cm
• Comunicação com ducto pancreático (DPP).
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CAIO VINÍCIUS M. SANTOS – MED UNINOVE VG – XXVIII

Neoplasia de fígado É uma doença genética, autossômica dominante.


Determinada por mutações nos genes PKD1 (85%
30/05/2022 dos casos) e PKD2 (15% dos casos). Associado a
fibrose hepática prévia e policistos no rim.
➢ Hepatopata? Síndrome compartimental-like: paciente começa a
➢ Hipertensão portal? não comer direito;
➢ Qual o Child-Pugh do doente? TTO: observação;
➢ Se acomete qualidade de vida necessário
intervenção;
Cistoadenoma
• Raro - 1,5 % lesões císticas;
• 10 % cistos > 4 cm;
• 4:1 (fem:masc);
• Mulheres acima de 60 anos;
• 15% malignidade (precursor
Cistadenocarcinoma);
Etiologia desconhecida.
Biópsia não recomendada – se estiver malignizado,
espalha neoplasia pela cavidade;
• Cistos grandes (>5 cm)
Neoplasia primária • Complexos
• Revestimento irregular
Neoplasia secundária – metástases de outros
• Projeções papilares
tumores primários;
• Septações
Fontes: CA colorretal, pulmões, mamas e tumores • Calcificações
malignos urogenitais; • Fenestrações
➢ Tumores neuroendócrinos no TGI; • Loculações
• Heterogenecidade.
Cisto simples: • Sintomas
Contêm líquido seroso, não se comunicam com a TTO: ressecção;
árvore biliar e não apresentam septações.
Lesões hipervacularizadas
Em geral, eles são esféricos ou ovoides e podem
chegar ao tamanho de 20 cm. Hemangioma
Podem comprimir o fígado normal, induzindo à • 7% (0,4 a 20%) da população geral.
atrofia regional e, às vezes, à hipertrofia • Mais comum em mulheres (2 a 6:1)
compensatória. Em 50% dos casos os cistos são • Pequenos e solitários < 4 cm
únicos. • Gigantes > 4 cm – 10 cm
• Mais frequente no lobo D
• USG: 1-4 % incidência – anecoico;
• Diagnóstico 30 – 50 anos
• TC: 15 a 18%
o USG – hiperecoico em relação ao
• Mais comum em mulheres 4-6:1
parênquima hepático;
• Revestimento seroso e parede lisa e delgada.
o TC com contraste – aspecto de
• Não maligniza; circulação centrípeta com
TTO: observação; clareamento tardio (demora a ir
embora o contraste);
Se aumentar durante a vida ou começar a dar
o RM – padrão-ouro;
sintomas compressivos (sangramento intracístico) –
• 85% incidentais.
destelhamento (líquido seroso cai no peritônio e é
• Testes da função hepática e alfafetoproteína
reabsorvido);
normais.
Doença policística • Assintomáticos, maioria;

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CAIO VINÍCIUS M. SANTOS – MED UNINOVE VG – XXVIII

Possivelmente etiologia congênita, com Adenoma


dependência hormonal;
Massa homogênea e encapsulada de hepatócitos de
90% das condutas relacionadas a nódulos hepáticos aparência normal sem ductos biliares ou veia
são feitas sem biópsia; central. Proliferação desorganizada de hepatócitos.
Complicações raras: • Raro, 1 a 1,3 / milhão hab. sem ACO
➢ Dor, infarto, hemorragia, torção ou distensão • 30-40/ milhão com ACO / mais de 5 anos.
da cápsula de Glisson; • Mais frequente em mulheres 4 - 10:1
➢ Obstrução biliar, sangramento ou trombose, • 66% lobo D e 2/3 solitárias
manifestando-se até por hemofilia. • Podem ser múltiplos.

Complicações incomuns: Fatores de risco:


➢ Síndrome de Kasaback-Merrit: rara ➢ Uso ACO;
complicação caracterizada por coagulopatia ➢ Obesidade;
consuptiva, levando a CIVD; ➢ Síndromes metabólicas;
➢ Síndrome de Bornman-Terblanche- ➢ Glicogenose tipo I e III;
Blumgart, manifestada por febre e dor ➢ Hemocromatose;
abdominal. ➢ Talassemia;
➢ Alterações e terapias hormonais;
TTO: observação;
Diagnóstico: RM com contraste hepatobiliar;
➢ Exceção: ressecção para casos de dor
intratável, incerteza diagnóstica ou Complicações:
compressão dos órgãos adjacentes; • 20 - 40% ruptura / sangramentos;
Exames complementares: perfil hepático, sorologia • 5 - 30% malignização;
para hepatites, marcadores tumorais (AFP); • O risco é proporcional ao tamanho (> 5cm) e
número das lesões e subtipo histológico.
Hiperplasia nodular focal (HNF) • 5-8% mortalidade em cirurgia de urgência.
• Rara (0,9% população geral - 3% em • 1⁄2 assintomático.
autópsias). Subtipos:
• 8% dos tumores hepáticos benignos (2a
mais frequente) • H-HCA (30-40%)
• Mais comum em mulheres jovens – 90% • I-HCA inflamatório (40-45%) – mais
(8:1). frequente Fem > ruptura
• 80% das vezes lesão única, < 3 cm, • B-HCA adenoma beta catenina ativado (10-
tipicamente de localização subcapsular, 20%) – mais frequente em homens, >
podendo ser múltiplos, ou pedunculados. malignização (90 % dos adenomas em
o USG: aspecto radiado com uma homens)
cicatriz central e circulação radiada • NÃO CLASSIFICADO
(lembra um sol); TTO: suspende ACO e anabolizantes, controla
• Proliferação hiperplásica dos hepatócitos doença metabólica e sobrepeso, evitar gravidez
normais secundária a malformações
vasculares pré-existentes. ➢ Ressecção:
• Complicações são raras. ➢ Lesões < 5 cm: conservadora.
➢ Lesões > 5 cm: ressecção.
Sem relação com anticoncepcional oral; ➢ BHCA > homens: ressecção
Realiza RM com contraste hepatobiliar específico; independente do tamanho.
➢ Ruptura: embolização na urgência /
TC: clareamento rápido nas fases portal e de ressecção eletiva.
equilíbrio; ➢ Lesões < 5 cm não desencorajar
TTO: observação; gravidez.

➢ Biópsia apenas para casos atípicos;

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CAIO VINÍCIUS M. SANTOS – MED UNINOVE VG – XXVIII

➢ Nódulo > 1 cm; AFP à medida que vai


subindo;
➢ Pode-se pedir elastrografia;
➢ ≥ 2 cm – 95% de probabilidade de ser CHC;
Quadro clínico:
• Assintomáticos
• Icterícia
• Hipertensão portal / invasão da veia porta
• Hepatomegalia / massa
• Hemorragia do tumor
• Insuficiência hepática
Exames: TC com contraste ou RM (padrão-ouro);
Recomendações:
Diagnóstico – critérios de Barcelona:
I. Biópsia;
II. Critério radiológico;
III. Critério combinado;
LI-RADS:

Carcinoma hepatocelular
Epidemiologia:
• Cerca de 600 mil casos/ano;
• Principal causa de morte na cirrose;
• 7˚ em incidência na população geral;
• 4ª causa de morte por câncer na população
Biópsia: dúvida diagnóstica e fígado normal,
geral;
antecedente de outra neoplasia;
• HCC é a neoplasia maligna hepática primária
mais comum em adultos – 85-95%. Exames para acompanhar paciente cirrótico:
• 2ª causa de morte em homens; ➢ EDA – para ver hipertensão portal;
• 6ª causa de morte em mulheres; ➢ Perfil hepático (bilirrubinas, albumina, INR);
• Mais frequente em homens 1,3-3,6x; o Child-B
• Asiáticos e africanos; ➢ Sorologias;
• 6ª ou 7ª década de vida; ➢ AST, ALT, FA, GGT;
Fisiopatologia: ➢ USG + AFP;
➢ Hemograma, ureia, creatinina, Na, K;
Doenças que levam a hepatite, HVC, HVB, alcoolismo,
desordens metabólicas, hemocromatose, podem Estadiamento:
levar a um quadro de cirrose e isso aumentar o risco Ressecção de um fígado cirrótico entre 30-50%;
de desenvolver CHC; Child B ou C não aguenta cirurgia;
DM aumenta risco de aumentar CHC; Análise de BCLC, ECOG e Child-Pugh
Aumento da carga viral HVC/HVB aumenta o risco
de desenvolver CHC;
Todos os cirróticos precisam realizar rastreamento
para CHC: USG e AFP 6/6 meses;

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CAIO VINÍCIUS M. SANTOS – MED UNINOVE VG – XXVIII

através de medida volumétrica do fígado por


TC de abdome
• MELD ≤ 11
• Status de performance de Karnofsky ≥70
(ECOG 0 ou 1).
• Margem oncológica > 1 cm.
Terapia curativa para pacientes não elegíveis para
ressecção:
• Transplante – hipertensão portal, Child B ou
C;
• Critério de Milão e AFP < 1000
o Um nódulo único < 5 cm ou < 3
nódulos < 3 cm.
o Ausência de invasão vascular
macroscópica, adenopatias e doença
extra-hepática.
Sobrevida em 85% para casos ressecáveis;

Tratamento:
• Ressecção;
• Terapias loco-regionais (RF, alcoolização,
quimioembolização, outros);
• Transplante de fígado;
• Terapia alvo (QT, imunoterapia);
Elegíveis para ressecção:
• Ausência de metástases à distância
• Child A*
• Ausência de hipertensão portal
• Número de plaquetas acima de
100.000/mm3
• Em paciente com cirrose hepática, um
mínimo de 50% de parênquima hepático a
ser mantido após ressecção, verificado

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