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Gastroenterologia @leehgoes
muscular estriado e os outros dois terços distais Começando a 3ª fase, esofágica → totalmente
formados predominantemente, por músculo liso. involuntária, prevalece o peristaltismo, contrações
Do ritmadas, primeiro no esôfago proximal, depois distal,
mais externo fazendo a propulsão desse bolo alimentar, abrir o
para o mais esfíncter esofagiano inferior e o bolo alimentar ir para
interno, tem o o estômago.
nervo vago,
sendo muito
importante, para
o peristaltismo,
porque o principal
estímulo do
peristaltismo é
colinérgico. Entre
as duas camadas musculares tem o plexo
mioentérico (de Auerbach) que é responsável por
orquestrar o peristaltismo e manter o esfíncter
esofagiano inferior fechado.
Do tecido muscular circular para a submucosa: tem Se acontecer algum problema em qualquer uma
o plexo submucoso (Meissner), fica com peristalse dessas fases, tem a disfagia.
retrógrada. É a sensação subjetiva de desconforto ao deglutir
⁻ Alta: quando é relacionada as duas primeiras
fases da deglutição (oral e faríngea)
⁻ Baixa: relacionada a alguma patologia
Dividida em 3 fases: esofágica
⁻ Oral (voluntária) Disfagia alta → tem dois outros nomes, disfagia
⁻ Faríngea orofaríngea ou de transmissão, na transmissão do
⁻ Esofágica bolo alimentar na boca, faringe até o esôfago. Tem
O alimento passa pela mastigação, forma um bolo e dificuldade de iniciar a deglutição. Queixa principal:
a língua tem o papel fundamental da transição da engasgo. Por causas orofaríngeas, as principais
fase oral para a faríngea, porque a língua primeiro causas das disfagias altas são neuromusculares:
levanta a parte da ponta e depois a parte da base ⁻ Demências em grau avançado
conduzindo o bolo para a faringe. Por meio de ⁻ Acidente vascular cerebral →
reflexos, a língua fecha a cavidade oral impedindo principalmente na região do bulbo,
que o alimento volte, o palato mole sobe e impede responsável pela deglutição
que o bolo alimentar volte para a cavidade nasal. Essa ⁻ Neuropatias degenerativas (ELA, doença de
levantada do palato mole, por tração, move a Huntington)
epiglote para fechar a laringe, não aspira o bolo ⁻ Miopatias (polimiosite – cursa com fraqueza
alimentar e também abre o esfíncter esofagiano da musculatura estriada, miastenia gravis,
superior. distrofias)
⁻ Rebaixamento do nível de consciência
Disfagia baixa → tem dois outros nomes, esofágica
ou de condução, na condução do bolo alimentar pelo
esôfago. Dificuldade na propulsão alimentar esofágica.
Queixa principal: entalo. Principais causas:
⁻ Acalasia
⁻ Espasmo esofagiano distal
⁻ Esôfago hipercontrátil
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⁻ Esclerose sistêmica → atinge vários órgãos, ⁻ Se é intermitente: vai e volta as principais
principalmente, musculatura lisa 2/3 causas associadas, esofagite eosinofílica;
inferiores do esôfago. anéis e membranas esofágicas.
⁻ Obstruções extrínsecas (tumor mediastinal ⁻ Crônica → se é uma disfagia crônica, há
compressivo) ou intrínsecas (anel esofágico, anos, provavelmente é de etiologia benigna.
neoplasia). Principalmente, os distúrbios motores do
Abordagem esôfago.
⁻ Engasga ou entala? Engasgar é sugestivo de ⁻ Consistência do alimento → paciente com
disfagia alta e se entala é sugestivo de disfagia a alimentos sólidos, provavelmente é
disfagia baixa. uma obstrução mecânica, pode ir piorando
⁻ Tempo? Agudo → impactação, por com o tempo e ter disfagia a líquidos
exemplo, do nada o paciente entala, não também. Se por outro lado, desde o
consegue engolir, pode estar entalado com começo dos sintomas tem disfagia a sólidos
um ossinho de frango como mostra a e líquidos, favorece a hipótese de distúrbio
imagem endoscópica. Na maioria dos casos motor.
de impactação alimentar, o paciente tem ⁻ Doenças associadas → doenças de Chagas
alguma patologia subjacente. (acalasia), esclerodermia (disfagia baixa).
⁻ Sintomas associados → odinofagia (dor ao
deglutir – esofagites); tosse e
broncoaspiração (relacionar com a disfagia
alta). A exceção da tosse e broncoaspiração
é o divertículo de Zenker, protusão da
parede posterior do esôfago. O divertículo
acontece por uma área de fragilidade no
triângulo de Killian (formado pelas fibras
oblíquas do músculo constritor inferior). É
uma área de alta pressão.
Endoscopia na impactação:
⁻ Endoscopia de emergência (< 6h): se
ingeriu:
▪ B = baterias
▪ O = obstrução esofágica completa
▪ P = objetos pontiagudos
▪ I = imãs
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No esofagograma baritado é possível ver melhor o perda de peso e disfagia. Feito a EDA e tem essa
divertículo, se é esôfago é disfagia baixa. como o lesão vegetante, é
divertículo é alto, o paciente cursa com tosse, uma neoplasia no
broncoaspiração, porque esse divertículo será um esôfago. A
reservatório de restos alimentares que podem subir importância não está
e chegar na laringe, cerca de 40% dos casos. Se somente no
atentar que nem sempre tosse e broncoaspiração é diagnóstico, na
disfagia alta, pode ser divertículo de Zenker. visualização direta da
mucosa, se o
paciente tem disfagia e
EDA sem alterações, TEM
que fazer biópsia.
Feito a biópsia e tem um
infiltrado de eosinófilos,
mais de 15 por campo de
grande aumento, pode
estar diante de uma
esofagite eosinofílica.
Além do diagnóstico
macroscópico e histológico, pode tratar algumas
causas de disfagia. Nesse
exemplo, tem um anel
de Schatzki, membranas
e a própria passagem do
endoscópio pode
resolver.
Em alguns casos,
estenoses mais
complexas precisam dilatar por endoscopia, pelo
Na disfagia alta → relacionada as duas primeiras fases canal de trabalho do endoscópio passa um balão,
da deglutição (oral e faríngea), precisa de um exame chega na região da estenose e insufla o balão por
que veja bem essa região. mais ou menos 1 minuto, desinsufla, tira e melhora os
⁻ Videodeglutograma → é um exame sintomas do paciente, às vezes tem que repetir com
dinâmico, radioscopia, o paciente ingere um algum tempo, mas
líquido radio opaco e é possível ver toda a é muito bom para
dinâmica da deglutição. A principal indicação o tratamento de
desse exame é a disfagia alta. pacientes que não
Na disfagia baixa → tem 3 principais exames: tem condições
⁻ Endoscopia digestiva alta físicas para uma
⁻ Esofagograma baritado/EED cirurgia.
⁻ Manometria
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na fenda sináptica quando essas substâncias estão Foi visto que esse espasmo acontece mais nos 2/3
presentes, tem a contração. distais do esôfago, onde tem músculo liso.
Redução da atividade inibitória, se parar de inibir
aumenta a contração
Contrações prematuras e simultâneas (não tem a
peristalse proximal para distal)
O alimento fica impactado e o paciente tem disfagia
Manometria:
⁻ ≥ 20% das contrações prematuras
⁻ Na manometria normal, à esquerda, o terço
proximal, médio e distal do esôfago, o eixo
do tempo passando, quanto mais escura a
Também é responsável pelo estímulo inibitório, cor, maior a pressão. Primeiro contrai o
principalmente através das substâncias, óxido nítrico esôfago proximal, médio e depois o distal.
e VIP (peptídeo intestinal vasoativo), fazendo o ⁻ No espasmo, imagem à direita, contrai todos
relaxamento. os terços do esôfago ao mesmo tempo, o
Nervo vago → acetilcolina → fenda sináptica → alimento fica impactado e o paciente tem
músculo liso = contração disfagia.
Óxido nítrico e VIP na fenda sináptica → músculo
liso → relaxamento
Quando esses mecanismos estão funcionando
corretamente, a peristalse acontece. Mas, quando há
algum distúrbio na parte excitatória ou inibitória tem
os distúrbios motores do esôfago.
Esofagograma baritado →
aspecto em “saca rolha”, pelas
contrações terciárias tentando
empurrar o alimento.
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Miotomia → nos casos mais graves, pode ser
cirúrgica ou endoscópica (POEM).
Espasmo esofagiano distal e esôfago hipercontrátil Acalasia é um distúrbio motor e o principal exame
→ têm em comum o quadro clínico e para diagnosticar um distúrbio motor é a manometria.
epidemiológico
⁻ Disfagia baixa → é o que entala
⁻ Mulheres
⁻ Distúrbios psiquiátricos → ansiedade, Inflamação do esôfago
depressão Normalmente, é uma disfagia associada à odinofagia.
⁻ Dor torácica → principalmente no esôfago Principais causas:
hipercontrátil ⁻ Péptica → associada a DRGE
⁻ Cáustica
⁻ Medicamentosa
⁻ Infecciosa
Diagnóstico diferencial da SCA ⁻ Eosinofílica
⁻ Dor retroesternal
⁻ Pode irradiar para dorso ou mandíbula
⁻ “PULO DO GASTRO”:
Dor associada à alimentação O mecanismo de lesão pode ser por ácido, a lesão
Intermitente vai ser por coagulação, ou pode ser por substância
alcalina e a lesão será por liquenificação (mais grave).
Avaliar os fatores de risco → idoso,
HAS, DM, dislipidemia, tabagista Normalmente, quando alcalina os principais pacientes
(SCA), se mulher de meia idade, são os que tem distúrbios psiquiátricos, com
com TAG (causa esofagiana), pedir tentativas de suicídio e crianças que
manometria. inadvertidamente pegam algum material de limpeza
e ingerem.
A gravidade depende da:
⁻ Substância
Tranquilização do paciente → não é uma doença ⁻ Concentração
terminal ⁻ Forma física
⁻ Tempo de contato → se for algo líquido,
Pode usar medicamentos que atuam na
passa mais rapidamente pelo esôfago e se
contratilidade → nitrato ou bloqueadores de canal de
for sólido/pastoso fica mais tempo no
cálcio
esôfago e causa mais lesões.
Neuromoduladores da dor → tricíclicos
Diagnóstico → quadro clínico compatível + EDA
Tratamento da ansiedade
Injeção de toxina botulínica → o botox atua na
acetilcolina, por isso que melhora
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Classificação de Zargar se alimenta ou na EDA,
porque joga ar
constantemente no
esôfago.
Manejo → retirar a droga
causadora, trocar por
outra, ou suspender e usar IBP. Se mesmo assim, o
paciente não melhorar, tem a opção do Sucrafilme
que é uma droga que reveste a úlcera, diminui a dor
e melhora a cicatrização.
Vai desde um esôfago normal, sem lesão (A) até a Pulo do GASTRO → orientar a ingerir
necrose esofágica (F). Essa classificação define a medicamentos com 200mL de líquido em posição
conduta. supina. Estudos mostram que pacientes que ingerem
Manejo: terapia de suporte + ATB e cirurgia se comprimidos com saliva ou deitados, estão sobre
perfuração ou peritonite/mediastinite maior risco da esofagite medicamentosa.
Tem desde o paciente com quadro leve, com
disfagia e dor leves, que podem ser tratadas com
analgésicos simples ambulatorialmente. Também tem
casos moderados com erosões maiores, úlceras que O principal fator de risco é a imunossupressão,
precisam passar a sonda nasoenteral para alimentar independente da causa, pode ser por remédio,
o paciente e diminuir o risco de estenose. Até os corticoides, imunossupressores ou por patologias de
casos muito graves, paciente faz necrose esofágica base como HIV.
que pode perfurar e ter peritonite ou mediastinite. Candidíase esofágica → placas esbranquiçadas no
As complicações podem ser de curto e de longo esôfago e que
prazo. tem além da
⁻ Estenose esofágica → curto prazo, o imunossupressão,
paciente após 3 semanas pode vir a fatores de risco:
apresentar estenose e evoluir com disfagia, DM, uso
o tratamento será a dilatação. prolongado de
⁻ Carcinoma escamocelular → longo prazo. O ATB, estase
paciente uma vez que foi vítima da esofagite esofágica.
cáustica, tem risco aumentado para Tratamento: C. albicans → fluconazol. Se o paciente
carcinoma escamocelular do esôfago, tem não melhorar, pode pensar que talvez não seja
que ser acompanhado de perto. cândida albicans, seja uma cândida não albicans →
usar voriconazol ou itraconazol.
Citomegalovírus → a
principal característica
Tetraciclina, doxiciclina, alendronato, AINE é uma úlcera única e
O diagnóstico também é por endoscopia e profunda, a biópsia é
normalmente, se vê uma úlcera, que fica em regiões feita o centro da
de constrição fisiológica do esôfago (região do lesão. Na histologia
cricofaríngeo, EES, terço médio – onde se insere o tem inclusões em
arco aórtico e o brônquio fonte esquerdo e mais “olhos de coruja”.
inferiormente, EEI). Então, muitas vezes o Tratamento: ganciclovir
comprimido fica preso causa lesão e na EDA se vê Herpes vírus → faz diagnóstico diferencial com o
essa úlcera em espelho “kissing ulcer”, porque o citomegalovírus. São múltiplas úlceras rasas,
esôfago é colabado, a luz é virtual, só abre quando distribuídas ao longo do esôfago. A biópsia é na borda
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da lesão e é na biópsia corticoide tópico se refratariedade (fluticasona ou
que faz o teste de budesonida).
Tzank para ver se o Como complicação o paciente pode evoluir com
paciente tem herpes. estenose e o tratamento nesses casos é a dilatação
Tratamento: aciclovir endoscópica.