Fisiologia – Módulo IV 2018
FISIOLOGIA DA DIGESTÃO
FASE CEFÁLICA DA DIGESTÃO
 Ativação do GI em prontidão para a refeição
 Estimulada pela ação de se pensar no consumo da
comida, estimulo olfatório, estimulo visual e estimulo
auditivo
 Esses estímulos sensoriais estimulam os nervos
sensoriais ativarem o fluxo parassimpático (nervo vago)
para o tronco cerebral promovendo intensificação da
secreção salivar, secreção de acido gástrico, suco
pancreático, contração da bexiga e relaxamento do
esfíncter de Oddi
 Na fase oral há estímulos adicionais gerados pela comida
na boca (mecânicos e químicos)
SISTEMA NERVOSO ENTÉRICO
 Começa no esôfago e se estende ate o ânus
 Formado pelo plexo interno (plexo submucoso ou de
meissner) e externo (plexo mioenterico ou de auerbach –
localizado entre a camada muscular longitudinal e
circular)
 Plexo mioentérico
 Consiste em uma cadeia linear de neurônios
interconectados que se estende ao longo do sistema
GI
 Participa do controle da atividade muscular
 Quando é estimulado causa: aumento do tônus da
parede intestinal, aumento das intensidade e ritmo
das contrações, aumento da velocidade do
movimento peristáltico
 Plexo submucoso
 Envolvido com a função de controle da parede
interna de cada diminuto segmento do intestino
 Diversos sinais sensoriais originados do epitélio
gastrointestinal são integrados ao plexo submucoso
e ajudam a controlar os processos de secreção local,
absorção local e contração local do musculo
submucoso
CONTROLE AUTONOMO DO TRATO
GASTROINTESTINAL
 Inervação parassimpática
 Divide se em divisões cranianas (nervos vagos) e
sacrais (nervos pélvicos)
 Fibras parassimpáticas cranianas inervam esôfago,
estomago, intestino delgado e a primeira metade do
grosso
 Fibras parassimpáticas sacrais inervam da segunda
metade do intestino grosso ate o ânus (reflexos de
defecação)
 Os neurônios pós-ganglionares estão localizados
majoritariamente no plexo submucoso
 A estimulação desses nervos parassimpáticos causa
aumento geral de toda a atividade do sistema
entérico intensificando a maioria das funções
gastrointestinais
 Inervação simpática
 As fibras simpáticas se originam da região espinal
entre os segmentos T-5 e L-2
 Inerva igualmente todo o trato gastrointestinal em
menor intensidade apenas na região oral e anal
 Os terminais nervosos secretam noraepinefrina e
epinefrina (em menor quantidade)
 A estimulação dos nervos simpáticos inibe a
atividade do sistema entérico de duas principais
maneiras: em pequeno grau pela secreção da
noraepinefrina que inibe a musculatura lisa do trato
GI ou em grau maior pelo efeito inibidor da
noraepinefrina sobre os neurônios de todo sistema
entérico (inibição movimentos motores do intestino)
 Reflexos gastrointestinais
 Reflexos totalmente integrados a parede do intestino
(controlam as secreções gastrointestinais,
peristaltismo, contrações de mistura, entre outros)
 Reflexos do intestino para os gânglios simpáticos
pré-vertebrais que voltam para o trato GI (evacuação
do colón, sinais do colón e intestino delgado para
inibir a motilidade do estomago, entre outros
 Reflexos do intestino para o cérebro ou para a
medula que voltam para o trato GI (reflexos que
impedem a motilidade do GI, reflexo de evacuação,
entre outros
TIPOS DE MOVIMENTOS NO TRATO
GASTROINTESTINAL
 Movimentos propulsivos – peristaltismo
 É como se um anel contrátil surgisse em um ponto e
se movesse adiante e assim qualquer material a
frente do anel contrátil é movido adiante
 O estimulo usual é a distensão do sistema
gastrointestinal: se grande quantidade de alimento se
acumula em qualquer ponto do intestino a distensão
da parede estimula o sistema nervoso entérico a
provocar uma contração da parede de 2 a 3 cm atrás
desse ponto fazendo surgir o anel contrátil que inicia
o movimento
 Outros estímulos que podem deflagrar o
peristaltismo são irritação química ou física da
parede epitelial e a ativação de sinais nervosos
parassimpáticos
 Reflexo peristáltico ou miontérico (lei do intestino) –
permite que o reflexo peristáltico comece do lado oral
do segmento distendido e, ao mesmo tempo, faz
com que o intestino relaxe vários centímetros
adiantes na direção do ânus (relaxamento receptivo)
permitindo que o alimento seja impulsionado com
maior facilidade na direção anal do que na oral
 Movimentos de mistura
 Diferem em diferentes partes do corpo já que podem
ser causados pelas próprias contrações peristálticas
ou pelas contrações construtivas intermitentes locais
MASTIGAÇÃO
 Processo controlado por núcleos no tronco encefálico
 Controlada pelo reflexo da mastigação
 Tem o papel de cortar, triturar e auxiliar na digestão dos
alimentos (enzimas digestivas só agem nas superfícies
das partículas de alimentos)
 A mastigação subdivide e mistura o alimento com as
enzimas amilase salivar e lipase lingual e com a

glicoproteína mucina, que lubrifica o alimento para a
mastigação e deglutição
DEGLUTIÇÃO
 Estágio voluntário  quando o alimento é
voluntariamente comprimido e empurrado para trás na
direção da faringe devido a pressão da língua para cima e
para trás contra o palato
 Estágio faríngeo  quando o alimento atinge a área
posterior da cavidade bucal e a faringe estimula as áreas
de receptores epiteliais da deglutição e seus impulsos
passam para o tronco cefálico - centro da deglutição
(pelos nervos trigêmeos e glossofaríngeo pelo trato
solitário) onde iniciam uma serie de contrações faríngeas
automáticas:
 O palato mole é empurrado para cima para evitar o
refluxo do alimento ao fechar a parte posterior da
cavidade nasal
 Há aproximação das pregas palatofaríngeas
(desempenha ação de função seletiva)
 As cordas vocais se aproximam vigorosamente e a
laringe é puxada para cima e para frente pelos
músculos do pescoço. Essas ações fazem com que
a epiglote se mova para trás em direção a abertura
da laringe impedindo a passagem de alimentos para
traqueia
 O movimento para cima da laringe também abre e
dilata a abertura do esôfago promovendo o
relaxamento do esfíncter esofágico superior o que
também provoca uma onde peristáltica rápida
(devido a contração da parede muscular da faringe)
 Estagio esofágico  condução do alimento da faringe ate
o estomago por meio de movimentos próprios:
 Peristaltismo primário – é a continuação da onda
peristáltica que tem inicio na faringe
 Peristaltismo secundário – resultam da distensão do
próprio esôfago
 Ambos os peristaltismos promovem a abertura do
esfíncter esofágico inferior
PRINCIPIOS GERAIS DA MOTILIDADE
GASTROINTESTINAL
 O musculo liso gastrointestinal funciona como um sincício
(camada muscular longitudinal e camada muscular
circular)  presença das junções comunicantes permitem
que as contrações musculares passem rapidamente de
feixe em feixe permitindo a sua propagação em todas as
direções do musculo
 Esse musculo é excitado por uma atividade elétrica
intrínseca, continua e lenta que consiste em dois tipos
básicos de ondas elétricas:
 Ondas lentas – não são potenciais de ação, mas sim
variações lentas e ondulantes do potencial de
repouso da membrana; possivelmente estão
relacionadas com as células intersticiais de cajal que
atuam como marca passos elétricos; não causam
contração muscular, mas sim estimulam o disparo
intermitente dos potenciais em ponta que provocarão
a contração
 Potenciais em ponta – são os verdadeiros potenciais
de ação que ocorrem automaticamente quando a
despolarização da onda lenta exceder o limiar que
dispara o potencial em ponta; ocorrem devido a
presença dos canais para cálcio e sódio que abrem e
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fecham mais lentamente do que os canais de sódio
das grandes fibras nervosas (maior duração do
potencial de ação musculo GI)
 Os fatores que despolarizam a membrana são:
estiramento do musculo, estimulação pela
acetilcolina (nervos parassimpáticos) e estimulação
por hormônios gastrointestinais específicos
 Entre a ocorrência dos potenciais de ação a tensão
desenvolvia pela musculatura não chega a zero
devido a presença do tônus muscular
MOTILIDADE GÁSTRICA
 Estão relacionadas a (o): armazenamento de grande
quantidade de alimento, misturar esse alimento com
secreções gástricas, ate formar uma mistura semilíquida
chamada quimo, esvaziar lentamente o quimo do
estomago para o intestino delgado
 Há a distensão da parede gástrica devido a inibição da
musculatura lisa na região proximal do estomago
permitindo a entrada e o armazenamento do alimento
 Já na região distal do estomago tem se uma ativação da
musculatura lista para a realização das contrações antrais
as quais promovem a movimentação do alimento ate a
região do piloro, a mistura do conteúdo gástrico em geral
e, por fim, auxiliar na trituração do alimento já que o piloro
está fechado e o alimento tende a retornar ao corpo do
estomago
 O esvaziamento gástrico é estimulado por reflexos
vasovagais
 O esvaziamento gástrico ocorre pelo aumento do tônus
(pressão intraluminal) na porção proximal e aumento da
forca da contração antral que contribuem coma a abertura
do piloro
 Inibido por reflexos nervosos mais a secreção de
colicistocinina
MOTILIDADE INTESTINO DELGADO
 Segmentação e peristaltismo tem o objetivo de misturar o
quimo com a secreções intestinais e movimentar esse
conjunto ao longo dessa mesma estrutura (período pós-
prandial)
 Complexo motor migratório ocorre no jejum e tem o
objetivo de limpar o tubo digestório de possíveis resíduos
não digeridos a partir da presença de contrações
musculares intensas
MOTILIDADE INTESTINO GROSSO
 Os dois padrões predominantes de motilidade do intestino
grosso são direcionados não para a propulsão do
conteúdo colônico, mas, de preferência, para misturar o
conteúdo e retardar seu movimento, dando, assim, longo
tempo em contato com o epitélio
 Presença das contrações de curta duração que tem como
objetivo misturar o conteúdo ali presente e são originadas
nos músculos circulares
 Presença das contrações de longa duração que se
propagam tanto na direção oral quanto na anal e são
produzidas pelas tênias
 Presença das contrações propagadas de alta amplitude
movimentos que tem como principal função limpar a
região e progridem em direção única
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