01 - (UNESP SP/2015)
Esclareça o motivo do emprego de letras maiúsculas na palavra “fugir”, no verso 5, da repetição da palavra “nunca”, no
verso 43, e explique o que há de comum entre esses dois recursos expressivos.
do valor – porque nós, crianças, de bolsos vazios, Brinquedos que jamais teriam possuído, sonhos
como namorados antigos, éramos só renúncia e apenas da infância, amor platônico.
amor. Bastava-nos levar na memória aquelas O incêndio, porém, levou tudo. O bazar ficou
imagens e deixar cravados nelas, como setas, os sendo um fumoso galpão de cinzas.
nossos olhos. Felizmente, ninguém tinha morrido – diziam em
Ora, uma noite, correu a notícia de que o bazar redor. Como não tinha morrido ninguém? pensavam
incendiara. E foi uma espécie de festa fantástica. O as crianças. Tinha morrido um mundo e, dentro dele,
fogo ia muito alto, o céu ficava todo rubro, voavam os olhos amorosos das crianças, ali deixados.
chispas e labaredas pelo bairro todo. As crianças E começávamos a pressentir que viriam outros
queriam ver o incêndio de perto, não se incêndios. Em outras idades. De outros brinquedos.
contentavam com portas e janelas, fugiam para a Até que um dia também desaparecêssemos sem
rua, onde brilhavam bombeiros entre jorros d’água. socorro, nós, brinquedos que somos, talvez de anjos
A elas não interessavam nada peças de pano, cetins, distantes!
cobertores, que os adultos lamentavam. Sofriam (Cecília Meireles. Escolha o seu sonho. Círculo do Livro,
pelos cavalinhos e bonecas, os trens e palhaços, 1975. Adaptado)
fechados, sufocados em suas grandes caixas.
02 - (UNESP SP/2016)
Considere a charge. a) se assemelham, pois têm pais que são
negligentes e se mostram indiferentes aos
pedidos dos filhos.
b) se assemelham, pois todos eles se contentam
com os brinquedos recebidos, apesar de estes
serem triviais.
c) se opõem, pois o garoto escolhe o que deseja
em uma loja com brinquedos mais caros que
os vendidos pelo bazar frequentado pelas
outras crianças.
d) se opõem, pois, ao contrário do garoto, a
(Jean Galvão. http://3.bp.blogspot.com. Acesso em: narradora e seus colegas têm certeza de que
25.05.2014) serão mais felizes quando adultos.
e) se opõem, pois, ao contrário da narradora e
Comparando as crianças que são personagens do seus colegas, o garoto não se encanta
texto Brinquedos incendiados ao garoto da charge, é platonicamente pelos brinquedos expostos na
correto concluir que eles loja.
03 - (UNESP SP/2016)
Qual a intenção da personagem da charge ao se valer
do argumento de que a floresta invadiu suas terras?
Analise tal argumento sob os pontos de vista lógico e
ético.
(www.dumilustrador.blogspot.com)
O leão fugido do circo vinha correndo pela rua quando viu um senhor à sua frente. Aí caminhou pé ante pé, bateu
delicadamente nas costas do senhor e disse disfarçando a voz leonina o mais possível: “Cavalheiro, tenha cuidado e muita
calma: acabei de ouvir dizer que um macaco fugiu do circo agora mesmo”. O cavalheiro, ouvindo o aviso, voltou-se, viu o
leão e morreu de um ataque do coração. O leão então murmurou tristemente: “Não adianta nada. É tal a nossa fama de
ferocidade que matamos, mesmo quando queremos agir em favor do próximo”.
Moral: A quem nasce feroz não importa o tom de voz.
(Millôr Fernandes, Fábulas Fabulosas)
[Digite texto]
“Aqui fazemos duas coisas tempo entre cuidar de sua plantação de banana e
importantes. Saímos do eu para hortaliças e falar de seu povo e responder às
trabalhar para o nós e saímos do perguntas dos grupos de escolas que chegam quase
meu para trabalhar para o nosso”, todo dia.
sintetizou Benedito Alves da Silva, (Pesquisa Fapesp, junho de 2015. Adaptado)
mais conhecido por Seu Ditão,
sentado sobre uma mesa de 09 - (UNESP SP/2016)
madeira baixa e grossa à frente do De acordo com a fala de seu Benedito, fica claro que
altar da igreja Nossa Senhora do os moradores do bairro rural de Ivaporunduva, em
Rosário dos Homens Pretos, no coração do bairro Eldorado-SP, optaram por
rural de Ivaporunduva, no município de Eldorado, em
meio à maior área contínua de Mata Atlântica do a) uma concepção de vida que faz de casas e
país, no sudoeste paulista. À sua frente, no início da roupas, por exemplo, bens coletivos.
tarde do dia 11 de maio de 2015, estava um grupo de b) um modelo de vida simples, em que cada um
pré-adolescentes de uma escola de Uberaba, Minas faz o que é mais conveniente para si.
Gerais, cercados por professores e monitores de c) um modo de viver bastante ultrapassado, que
camiseta laranja. “O que é meu? A casa, as roupas”, não desperta o interesse das pessoas.
prosseguiu o homem alto de 60 anos, cabelos d) uma forma de trabalho em que a cooperação
brancos, a pele negra lisa como se tivesse 30 anos e o espírito de coletividade prevalecem.
menos. “E o que é nosso? A terra.” Seu Ditão divide o
GABARITO:
1) Gab:
A palavra fugir, escrita em letras maiúsculas, conota o valor absoluto desse vocábulo. Há maiúsculas alego - ri zan tes,
intensificadoras da ação de se evadir. A reite - ração do advérbio de tempo nunca, três vezes repetido no mesmo verso,
denota a ruptura intensa, absoluta com o lugar e com as pessoas deixadas para trás no tempo e no espaço. O elemento
comum entre esses dois recursos expressivos é a ruptura total, derivada do ato de fugir. A fuga é para sempre, o ser nunca,
em tempo algum, deve retroceder.
2) Gab: E
3) Gab:
A intenção da personagem é promover a adesão dos membros da bancada ruralista à ideia do desmatamento florestal. O
objetivo desse grupo, conforme a charge, é lucrar com a expansão da produção agrícola e pecuária nas terras preservadas
pelo código florestal vigente. Para alcançar esse intento, o grupo deseja um novo código que atenda a seus interesses. Os
argumentos do personagem, portanto, ferem a lógica, são infundados e falaciosos. Além disso, a ética da sociedade é
desrespeitada, pois atualmente há uma grande preocupação mundial com a preservação dos ecossistemas.
4) Gab: D
5) Gab: A
6) Gab: E
7) Gab: A
8) Gab: D
9) Gab: D
10) Gab: A