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Exercícios
1
Literatura
3- Na primeira estrofe, o eu lírico afirma categoricamente que o “coração está seco”. Que imagem, nessa
primeira estrofe, explica o fato de o coração estar seco? Justifique sua resposta.
4- O último verso (“A vida apenas sem mistificação”) fornece para o leitor o sentido fundamental do
poema. Levando-se em conta o conjunto do poema, que sentido é sugerido pela palavra “mistificação”?
2
Literatura
5- No trecho citado, o eu lírico se pergunta sobre o destino do operário: “Para onde vai ele, pisando assim
tão firme?” Tendo em mente a crítica político-social que estrutura o conjunto do livro, explique a razão
da dúvida do eu lírico.
3
Literatura
7- Que fase da vida é explorada pelo poema? Explicite o plano descrito pelo poema e o que sugere o verso
42.
9- Explicite a decisão contida no verso 9 e explique o que se sugere nos versos 10 e 11 a respeito dessa
decisão.
10- Identifique uma forma verbal e um substantivo que, bastante retomados ao longo do poema, ilustram
seu tema. Em seguida, valendo-se dessa informação explique a oposição entre o último verso e o
restante do poema.
4
Literatura
Gabarito
1- A "felicidade coletiva" adiada para o próximo século é a promessa de uma vida livre de injustiças sociais e
marcada pela distribuição igualitária das riquezas. "Sentimento do mundo" é o primeiro livro em que
Drummond propõe uma poesia engajada, de cunho socialista.
2- A "ilha de Manhattan" é a região de Nova Iorque onde se localiza a bolsa de Wall Street, ou seja, o centro
do capitalismo global. Dinamitá-la, seria produzir um abalo em todo o sistema, o que seria importante para
fundar uma nova ordem social, não mais pautada pela concentração de renda e de poder.
3- (Resposta Oficial) A imagem que se conecta à secura do coração é expressa no seguinte verso: “E os olhos
não choram”. O coração, como símbolo portador dos sentimentos humanos, vive um “tempo de absoluta
depuração”, processo este de que resulta o “coração seco”. Ora, o “coração está seco” porque, para o eu
lírico, não é possível estabelecer com a vida uma relação simbólica a partir de afetos (amor, amizade) ou
de crenças.
4- (Resposta Oficial) Desde a primeira estrofe até a última, o eu lírico procura colocar-se numa situação de
extrema lucidez em relação a sua experiência pessoal. Não dizer “mais meu Deus” ou “meu amor”, ou não
abrir a porta para as mulheres e nada esperar dos amigos, significa contar somente com suas forças e se
recusar a ser enganado por algo ou por alguém. Aliás, o sentido da palavra “mistificação” abarca o campo
semântico das ideias de ilusão, engodo, fantasia e embuste. Espera-se que o candidato perceba que “a
vida apenas, sem mistificação” representa a decisão firme do eu lírico em contar apenas com suas
próprias forças, o que está sugerido no título do poema: “Os ombros suportam o mundo”.
5- (Resposta Oficial) A razão da dúvida do eu lírico incide justamente na crença política segundo a qual a
classe operária seria depositária da esperança de transformação social, esperança alimentada pela
empatia dos intelectuais e dos artistas com tal causa política e no papel deles como mediadores para a
tomada de consciência de uma realidade opressora. Espera-se, portanto, que o candidato identifique que
a razão da dúvida do eu lírico diz respeito à possibilidade de os operários mudarem a sua condição
histórica e política.
6- (Resposta Oficial) O eu lírico afirma sentir vergonha de chamar o operário de “meu irmão”. Isso porque ser
irmão significaria estabelecer, em alguma medida, um vínculo e comungar de valores comuns. Espera-se,
portanto, que o candidato argumente que a posição do eu lírico reside na sua descrença em poder ser
efetivamente solidário com a situação social do operário. Disto resulta seu ceticismo em relação ao papel
potencialmente politizador do artista.
7- A fase da vida explorada é a infância. O plano consiste numa fuga de casa, naquela mesma noite, para
fazer com que seus pais sofram com o seu sumiço (v.42).
8- O uso das letras maiúsculas em "FUGIR" serve para dar destaque a uma palavra, assim como a repetição
insistente de "nunca". Os dois usos, no entanto, são usados no texto para indicar o prazer que a criança
sente diante dessas palavras (e do que elas significam, pois revelam o poder que essa criança tem nas
mãos: fugir de casa e não voltar nunca).
9- O melhor a fazer, de acordo com o plano da criança, era sair do jeito que ela estava mesmo, pois o calçado
poderia acordar os pais, com o barulho que fariam no assoalho.
10- A palavra "fugir" comparece 6 vezes no poema, "fuga" comparece 4 (uma no título, inclusive), o que
nitidamente revela ser essa a sua ação central. O verso final, uma ironia de Drummond, mostra que após
todo esse planejamento e esse saboreamento da ideia de fugir, a criança acabou pegando no sono e se
esquecendo de seguir com o plano mirabolante.