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1. (Enem 2020) – O senhor pensa que eu tenho alguma fábrica de dinheiro? (O diretor diz
essas coisas a ele, mas olha para todos como quem quer dar uma explicação a todos. Todas
as caras sorriem.) Quando seu filho esteve doente, eu o ajudei como pude. Não me peça mais
nada. Não me encarregue de pagar as suas contas: já tenho as minhas, e é o que me basta...
(Risos.)
O diretor tem o rosto escanhoado, a camisa limpa. A palavra possui um tom educado, de
pessoa que convive com gente inteligente, causeuse. O rosto do Dr. Rist resplandece,
vermelho e glabro. Um que outro tem os olhos no chão, a atitude discreta.
Naziazeno espera que ele lhe dê as costas, vá reatar a palestra interrompida, aquelas
observações sobre a questão social, comunismo e integralismo.

MACHADO, D. Os ratos, São Paulo: Círculo do Livro, s/d.

A ficção modernista explorou tipos humanos em situação de conflito social. No fragmento do


romancista gaúcho, esse conflito revela a
a) sujeição moral amplificada pela pobreza.
b) crise econômica em expansão nas cidades.
c) salta de diálogo entre patrões e empregados.
d) perspicácia marcada pela formação intelectual.
e) tensão política gerada pelas ideologias vigentes.

2. (Enem digital 2020) Pessoal intransferível

Escute, meu chapa: um poeta não se faz com versos. É o risco, é estar sempre a
perigo sem medo, é inventar o perigo e estar sempre recriando dificuldades pelo menos
maiores, é destruir a linguagem e explodir com ela. Nada no bolso e nas mãos. Sabendo:
perigoso, divino, maravilhoso.
Poetar é simples, como dois e dois são quatro sei que a vida vale a pena etc. Difícil é
não correr com os versos debaixo do braço. Difícil é não cortar o cabelo quando a barra pesa.
Difícil, pra quem não é poeta, é não trair a sua poesia, que, pensando bem, não é nada, se
você está sempre pronto a temer tudo; menos o ridículo de declamar versinhos sorridentes. E
sair por aí, ainda por cima sorridente mestre de cerimônias, “herdeiro” da poesia dos que
levaram a coisa até o fim e continuam levando, graças a Deus.
E fique sabendo: quem não se arrisca não pode berrar. Citação: leve um homem e um
boi ao matadouro. O que berrar mais na hora do perigo é o homem, nem que seja o boi.
Adeusão.

TORQUATO NETO. Melhores poemas de Torquato Neto. São Paulo: Global, 2018.

Expoente da poesia produzida no Brasil na década de 1970 e autor de composições


representativas da Tropicália, Torquato Neto mobiliza, nesse texto,
a) gírias e expressões coloquiais para criticar a linguagem adornada da tradição literária então
vigente.
b) intenções satíricas e humorísticas para delinear uma concepção de poesia voltada para a
felicidade dos leitores.
c) frases de efeito e interpelações ao leitor para ironizar as tentativas de adequação do poema
ao gosto do público.
d) recursos da escrita em prosa e noções do senso comum para enfatizar as dificuldades
inerentes ao trabalho do poeta.
e) referências intertextuais e anedóticas para defender a importância de uma atitude destemida
ante os riscos da criação poética.

3. (Enem digital 2020) Carlos é hoje um homem dividido, Mário, e isso graças às suas cartas.
Às vezes ele torce pelas palmeiras paródicas do Oswald de Andrade (a ninguém cá da terra
passou despercebido o título que quer dar ao seu primeiro livro de poemas – Minha terra tem
palmeiras). Às vezes não quer esquecer o gélido cinzel de Bilac e a prosa clássica dos
decadentistas franceses, e à noite, ao ouvir o chamado da moça-fantasma, fica cismando

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ismálias em decassílabos rimados. Às vezes sucumbe ao trato cristão da condição humana e,à
sombra dos rodapés de Tristão de Ataíde, tem uma recaída jacksoniana. Às vezes não sabe se
prefere o barulho do motor do carro em disparada, ou se fica contemplando o sinal vermelho
que impõe stop ao trânsito e silêncio ao cidadão. Às vezes entoa loas à vida besta, que devia
jazer para sempre abandonada em Itabira. Mas na maioria das vezes sai saracoteando
ironicamente pela rua macadamizada da poesia, que nem um pernóstico malandro escondido
por detrás dos óculos e dos bigodes, ou melhor, que nem a foliona negra que você tanto
admirou no Rio de Janeiro por ocasião das bacanais de Momo.

SANTIAGO, S. Contos antológicos de Silviano Santiago. São Paulo: Nova Alexandria, 2006.

Inspirado nas cartas de Mário de Andrade para Carlos Drummond de Andrade, o autor dá a
esse material uma releitura criativa, atribuindo-lhe um remetente ficcional. O resultado é um
texto de expressividade centrada na
a) hesitação na escolha de um modelo literário ideal.
b) colagem de estilos e estéticas na formação do escritor.
c) confluência de vozes narrativas e de referências biográficas.
d) fragmentação do discurso na origem da representação poética.
e) correlação entre elementos da cultura popular e de origem erudita.

4. (Enem 2020) Viajo Curitiba das conferências positivistas, elas são onze em Curitiba, há
treze no mundo inteiro; do tocador de realejo que não roda a manivela desde que o
macaquinho morreu; dos bravos soldados do fogo que passam chispando no carro vermelho
atrás do incêndio que ninguém não viu, esta Curitiba e a do cachorro-quente com chope duplo
no Buraco do Tatu eu viajo.
Curitiba, aquela do Burro Brabo, um cidadão misterioso morreu nos braços da Rosicler, quem
foi? quem não foi? foi o reizinho do Sião; da Ponte Preta da estação, a única ponte da cidade,
sem rio por baixo, esta Curitiba viajo.
Curitiba sem pinheiro ou céu azul, pelo que vosmecê é – província, cárcere, lar –, esta Curitiba,
e não a outra para inglês ver, com amor eu viajo, viajo, viajo.

TREVISAN, D. Em busca de Curitiba perdida. Rio de Janeiro: Record, 1992.

A tematização de Curitiba é frequente na obra de Dalton Trevisan. No fragmento, a relação do


narrador com o espaço urbano é caracterizada por um olhar
a) destituído de afetividade, que ironiza os costumes e as tradições da sociedade curitibana.
b) marcado pela negatividade, que busca desconstruir perspectivas habituais de representação
da cidade.
c) carregado de melancolia, que constata a falta de identidade cultural diante dos impactos da
urbanização.
d) embevecido pela simplicidade do cenário, indiferente à descrição de elementos de
reconhecido valor histórico.
e) distanciado dos elementos narrados, que recorre ao ponto de vista do viajante como
expressão de estranhamento.

5. (Enem 2020) A vida às vezes é como um jogo brincado na rua: estamos no último minuto de
uma brincadeira bem quente e não sabemos que a qualquer momento pode chegar um mais
velho a avisar que a brincadeira já acabou e está na hora de jantar. A vida afinal acontece
muito de repente – nunca ninguém nos avisou que aquele era mesmo o último Carnaval da
Vitória. O Carnaval também chegava sempre de repente. Nós, as crianças, vivíamos num
tempo fora do tempo, sem nunca sabermos dos calendários de verdade. [...] O “dia da véspera
do Carnaval”, como dizia a avô Nhé, era dia de confusão com roupas e pinturas a serem
preparadas, sonhadas e inventadas. Mas quando acontecia era um dia rápido, porque os dias
mágicos passam depressa deixando marcas fundas na nossa memória, que alguns chamam
também de coração.

ONDJAKI. Os da minha rua. Rio de Janeiro: Língua Geral, 2007.

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As significações afetivas engendradas no fragmento pressupõem o reconhecimento da


a) perspectiva infantil assumida pela voz narrativa.
b) suspensão da linearidade temporal da narração.
c) tentativa de materializar lembranças da infância.
d) incidência da memória sobre as imagens narradas.
e) alternância entre impressões subjetivas e relatos factuais.

6. (Enem digital 2020) Caso pluvioso

A chuva me irritava. Até que um dia


descobri que maria é que chovia.

A chuva era maria. E cada pingo


de maria ensopava o meu domingo.

E meus ossos molhando, me deixava


como terra que a chuva lavra e lava.

E eu era todo barro, sem verdura...


maria, chuvosíssima criatura!

Ela chovia em mim, em cada gesto,


pensamento, desejo, sono, e o resto.

Era chuva fininha e chuva grossa,


Matinal e noturna, ativa... Nossa!

ANDRADE, C. D. Viola de bolso. Rio de Janeiro: José Olympio, 1952 (fragmento).

Considerando-se a exploração das palavras “maria” e “chuvosíssima” no poema, conclui-se


que tal recurso expressivo é um(a)
a) registro social típico de variedades regionais.
b) variante particular presente na oralidade.
c) inovação lexical singularizante da linguagem literária.
d) marca de informalidade característica do texto literário.
e) traço linguístico exclusivo da linguagem poética.

7. (Enem 2020) Retrato de homem

A paisagem estrita
ao apuro do muro
feito vértebra a vértebra
e escuro.

A geração dos pelos


sobre a casca e os rostos
em seus diques de sombra
repostos.

Os poços com seu lodo


de ira e de tensão:
entre cimento e fronte
– um vão.

As setas se atiram
às margens de ninguém,
ilesas a si mesmas
retêm.

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Compassos de evasão
entre falange e rua
sondando a solitude
nua.

E na armadura de coisa
salobra, um só segredo:
a polpa toda é fruição
de medo.

ARAÚJO, L.C. Cantochão. Belo Horizonte: Imprensa Publicações – Governo do Estado de


Minas Gerais, 1967.

No poema, a descrição lírica do objeto representado é orientada por um olhar que


a) desvela sentimentos de vazio e angústia sob a aparente austeridade.
b) expressa desilusão ante a possibilidade de superação do sofrimento.
c) contrapõe a fragilidade emocional ao uso desmedido da força física.
d) associa a incomunicabilidade emocional às determinações culturais.
e) privilegia imagens relacionadas à exposição do dinamismo urbano.

8. (Enem digital 2020) Ponto morto

A minha primeira mulher


se divorciou do terceiro marido.
A minha segunda mulher
acabou casando com a melhor amiga dela.
A terceira (seria a quarta?)
detesta os filhos do meu primeiro casamento.
Estes, por sua vez, não suportam os filhos
do terceiro casamento da minha primeira mulher.
Confesso que guardo afeto pelas minhas ex-sogras.
Estava sozinho
quando um dos meus filhos acenou para mim no
meio do engarrafamento.
A memória demorou para engatar seu nome.
Por segundos, a vida parou em ponto morto.

MASSI, A. A vida errada. Rio de Janeiro: 7Letras, 2001.

No poema, a singularidade da situação representada é efeito da correlação entre


a) a dissipação das identidades e a circulação de sujeitos anônimos.
b) as relações familiares e a dinâmica da vida no espaço urbano.
c) a constatação da incomunicabilidade e a solidão humana.
d) o trânsito caótico e o impedimento à expressão afetiva.
e) os lugares de parentesco e o estranhamento social.

9. (Enem digital 2020) TEXTO I

Cinema Novo

O filme quis dizer: “Eu sou o samba”


A voz do morro rasgou a tela do cinema
E começaram a se configurar
Visões das coisas grandes e pequenas
Que nos formaram e estão a nos formar
Todas e muitas: Deus e o diabo, vidas secas, os fuzis,
Os cafajestes, o padre e a moça, a grande feira, o desafio

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Outras conversas, outras conversas sobre os jeitos do Brasil

VELOSO, C.; GIL, G. In: Tropicália 2. Rio de Janeiro: Polygram, 1993 (fragmento).

TEXTO II

O cinema brasileiro partiu da consciência do subdesenvolvimento e da necessidade de


superá-lo de maneira total, em sentido estético, filosófico, econômico: superar o
subdesenvolvimento com os meios do subdesenvolvimento. Tropicalismo é o nome dessa
operação; por isso existe um cinema antes e depois do Tropicalismo. Agora nós não temos
mais medo de afrontar a realidade brasileira, a nossa realidade, em todos os sentidos e a todas
as profundidades.

ROCHA, G. Tropicalismo, antropologia, mito, ideograma. In: Revolução do Cinema Novo. Rio
de Janeiro: Alhambra; Embrafilme, 1981 (adaptado).

Uma das aspirações do Cinema Novo, movimento cinematográfico brasileiro dos anos 1960,
incorporadas pela letra da canção e detectáveis no texto de Glauber Rocha, está na
a) retomada das aspirações antropofágicas pela prática intertextual.
b) problematização do conceito de arte provocada pela geração tropicalista.
c) materialização do passado como instrumento de percepção do contemporâneo.
d) síntese da cultura popular em sintonia com as manifestações artísticas da época.
e) formulação de uma identidade brasileira calcada na tradição cultural e na crítica social.

10. (Enem PPL 2020)

As vanguardas europeias trouxeram novas perspectivas para as artes plásticas brasileiras. Na


obra O mamoeiro, a pintora Tarsila do Amaral valoriza
a) a representação de trabalhadores do campo.
b) as retas em detrimento dos círculos.
c) os padrões tradicionais nacionalistas.
d) a representação por formas geométricas.
e) os padrões e objetos mecânicos.

11. (Enem PPL 2020) Leito de folhas verdes

Brilha a lua no céu, brilham estrelas,


Correm perfumes no correr da brisa,
A cujo influxo mágico respira-se

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Um quebranto de amor, melhor que a vida!

A flor que desabrocha ao romper d’alva


Um só giro do sol, não mais, vegeta:
Eu sou aquela flor que espero ainda
Doce raio do sol que me dê vida.

DIAS, G. Antologia poética. Rio de Janeiro: Agir, 1979 (fragmento).

Na perspectiva do Romantismo, a representação feminina espelha concepções expressas no


poema pela
a) reprodução de estereótipos sociais e de gênero.
b) presença de traços marcadores de nacionalidade.
c) sublimação do desejo por meio da espiritualização.
d) correlação feita entre estados emocionais e natureza.
e) mudança de paradigmas relacionados à sensibilidade.

12. (Enem 2020)

A obra de Joseph Kosuth data de 1965 e se constitui por uma fotografia de cadeira, uma
cadeira exposta e um quadro com o verbete “Cadeira”. Trata-se de um exemplo de arte
conceitual que revela o paradoxo entre verdade e imitação, já que a arte
a) não é a realidade, mas uma representação dela.
b) fundamenta-se na repetição, construindo variações.
c) não se define, pois depende da interpretação do fruidor.
d) resiste ao tempo, beneficiada por múltiplas formas de registro.
e) redesenha a verdade, aproximando-se das definições lexicais.

13. (Enem digital 2020)

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Na obra Campo relampejante (1977), o artista Walter de Maria coloca hastes de ferro em
espaços regulares, em um campo de 1600 metros quadrados no Novo México. O trabalho faz
parte do movimento artístico Land Art, que trata da
a) constituição da cena artística marcada pela paisagem natural, modificada pela multimídia.
b) ocupação de um local vazio sem função específica, passando a existir como arte.
c) utilização de equipamentos tradicionais como suporte para a atividade artística.
d) divulgação de fenômenos científicos que dialogam com a estética da arte.
e) exposição da obra em locais naturais e institucionais abertos ao público.

14. (Enem 2020) TEXTO I

TEXTO II

O grupo Jovens Artistas Britânicos (YABs), que surgiu no final da década de 1980,
possui obras diversificadas que incluem fotografias, instalações, pinturas e carcaças
desmembradas. O trabalho desses artistas chamou a atenção no final do período da recessão,
por utilizar materiais incomuns, como esterco de elefantes, sangue e legumes, o que
expressava os detritos da vida e uma atmosfera de niilismo, temperada por um humor mordaz.

Disponível em: http://damienhirsti.com. Acesso em: 15 jul. 2015.


FARTHING, S. Tudo sobre arte. Rio de Janeiro: Sextante, 2011 (adaptado).

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A provocação desse grupo gera um debate em torno da obra de arte pelo(a)


a) recusa a crenças, convicções, valores morais, estéticos e políticos na história moderna.
b) frutífero arsenal de materiais e formas que se relacionam com os objetos construídos.
c) economia e problemas financeiros gerados pela recessão que tiveram grande impacto no
mercado.
d) influência desse grupo junto aos estilos pós-modernos que surgiram nos anos 1990.
e) interesse em produtos indesejáveis que revela uma consciência sustentável no mercado.

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Gabarito:

Resposta da questão 1:
[A]

O excerto expõe a humilhação infligida pelo diretor da empresa a Naziazeno que lhe pede
novamente dinheiro emprestado para pagar a dívida com o leiteiro do bairro, que o ameaça de
corte de fornecimento. Assim, o excerto é demonstrativo da sujeição moral a que as vítimas da
pobreza são submetidas, como mencionado em [A].

Resposta da questão 2:
[E]

Frases como “é estar sempre a perigo sem medo”, “inventar o perigo” e “você está sempre
pronto a temer tudo” indicam que Torquato Neto defende a importância de uma atitude
destemida ante os riscos da criação poética, como transcrito em [E].

Resposta da questão 3:
[B]

Na carta, Silviano Santiago faz referências a Oswald de Andrade, Olavo Bilac, Tristão de
Ataíde, Alphonsus de Guimarães (poema “Ismália”), Manuel Bandeira, Gregório de Matos,
entre outros, estabelece intertextualidade com obras de Carlos Drummond de Andrade (“Cota
Zero” e “Cidadezinha qualquer”), dialoga com excertos do poeta itabirano tecendo sobre eles
opiniões pessoais para designar a sua personalidade (“Às vezes não sabe se prefere o barulho
do motor do carro em disparada, ou se fica contemplando o sinal vermelho que impõe stop ao
trânsito e silêncio ao cidadão”) ou usa, para tal, os versos do próprio poeta “malandro
escondido por detrás dos óculos e do bigode” (“Poema de Sete Faces”). O mesmo tratamento
recebe a obra de Mário de Andrade, através de textos ou referências como em “que nem a
foliona negra que você tanto admirou no Rio de Janeiro por ocasião das bacanais de Momo”.
Assim, o resultado dessa releitura criativa é um texto de expressividade centrada na colagem
de estilos e estéticas na formação do escritor, como se afirma em [B].

Resposta da questão 4:
[D]

Gabarito Oficial: [B]


Gabarito SuperPro®: [D]

A banca examinadora enfatizou a visão negativa do narrador na descrição de Curitiba ao


considerar a opção [B] como correta. No entanto, as expressões “esta Curitiba, e não a outra
para inglês ver”, “com amor eu viajo, viajo, viajo!” e “Curitiba... pelo que vosmecê é”, assim
como a subjetividade com que lança o olhar para as coisas mais simples e personagens que
faziam parte do cotidiano da cidade, (“tocador do realejo”, “bravos soldados do fogo”,
“cachorro-quente com chope duplo”), constituem argumentos para considerar como correta a
opção [D].

Resposta da questão 5:
[A]

Os verbos em primeira pessoa do plural ("sabemos", "sabermos"), o pronome oblíquo “nos” e a


expressão “nós, as crianças” são indicadores da perspectiva infantil no relato de fatos do
passado que, apesar de breves, produziram marcas profundas no campo dos afetos: a alegria
das brincadeiras de rua, a euforia na preparação do primeiro dia de Carnaval ou a perda de um
ente querido. Assim, é correta opção [A].

Resposta da questão 6:
[C]

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Em “Caso pluvioso”, Carlos Drummond de Andrade cria diversas palavras com as quais
desenvolve a trama da chuva para expressar as sensações perturbadoras que o assaltavam. O
termo metafórico “maria”, identificação da mulher com a chuva, e o uso do superlativo em
“chuvosíssima”, com importante valor expressivo para a atmosfera hiperbólica do poema,
constituem, assim, recursos poéticos com o qual o poeta pode expressar, de forma singular, os
seus sentimentos. Ou seja, trata-se de inovação lexical singularizante da linguagem literária,
como se afirma em [C].

Resposta da questão 7:
[A]

Expressões como “paisagem estrita”, “escuro”, “diques de sombra”, “poços com seu lodo/de ira
e de tensão”, “evasão”, “solitude” e “medo” sugerem a figura de um homem que esconde, sob a
capa de um comportamento austero, profundos sentimentos de vazio e angústia, como se
afirma em [A].

Resposta da questão 8:
[B]

O eu lírico, ao confessar que demorou a reconhecer seu próprio filho no meio do trânsito,
revela que a singularidade da situação resulta da diversidade das relações familiares na
sociedade contemporânea e a dinâmica da vida no espaço urbano, como se afirma em [B].

Resposta da questão 9:
[E]

[Resposta do ponto de vista da disciplina de Artes]


O Cinema Novo caracterizou-se pelo uso de uma roupagem tipicamente brasileira, em especial
em termos culturais, visando fazer críticas sociais através dos seus filmes. O Texto I nos
mostra isso claramente, bem como a primeira frase do Texto II também.

[Resposta do ponto de vista da disciplina de Português]


A letra da canção de Caetano Veloso faz referência à relação entre o cinema brasileiro dos
anos sessenta e o Tropicalismo, mencionando protagonistas e títulos de muitos filmes que
contribuíram para a criação do mundo do cinema (Deus e o Diabo na Terra do Sol e Terra em
Transe de Glauber Rocha, Vidas Secas de Nelson Pereira dos Santos, Os Fuzis e Os
Cafajestes de Ruy Guerra, O Padre e a Moça de Joaquim Pedro de Andrade, A Grande
Feira de Roberto Pires, O desafio de Paulo Cesar Saraceni). O mesmo conceito é reproduzido
no texto de Glauber Rocha, quando afirma que o Cinema Novo partiu da consciência do
subdesenvolvimento com o objetivo de superá-lo “em todos os sentidos e a todas as
profundidades”, ou seja, pretendia retratar a verdadeira identidade brasileira calcada na
tradição cultural e na crítica social. Assim, é correta a opção [E].

Resposta da questão 10:


[D]

[Resposta do ponto de vista da disciplina de Artes]


Representando cenas cotidianas – como o hábito de estender roupas – Tarsila do Amaral usou,
nessa obra, traços que remetem ao cubismo, como o uso representativo de formas
geométricas, como podemos ver, por exemplo, nos telhados, nas árvores, nos detalhes da
ponte e no passeio.

[Resposta do ponto de vista da disciplina de Português]


Na obra “O mamoeiro” vemos a presença de formas geométricas como retângulos, triângulos e
círculos, traço típico da estética cubista.

Resposta da questão 11:


[D]

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No poema, os elementos da natureza aparecem como imagens que se desdobram em estados


emocionais. Para exemplificar, podemos pensar nos raios de sol que, no poema, são
associados a um estado de alegria, ou na brisa que aparece associada ao amor.

Resposta da questão 12:


[A]

A obra de Joseph Kosuth, cujo título é One and Three Chairs, nos traz três representações
diferentes de um mesmo objeto, no caso, uma cadeira: uma fotografia, o objeto propriamente
dito e o verbete da sua definição. Através desse trabalho, Kosuth intentou mostrar que a Arte –
e seus objetos – não trabalham com a realidade, mas com representações variadas dessa
realidade.

Resposta da questão 13:


[B]

A land art, surgida na década de 1960, se utiliza de espaços abertos e naturais para produzir
arte, como nessa obra de Walter Maria, que se utilizou de um campo aberto para produzir.

Resposta da questão 14:


[B]

A provocação do grupo YABs consiste no uso de materiais não comuns – alguns até
escatológicos – para expressar os detritos da vida, através de uma concepção niilista de
universo.

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Resumo das questões selecionadas nesta atividade

Data de elaboração: 05/10/2021 às 18:13


Nome do arquivo: Questões mais importantes - Revisão - Enem 2020

Legenda:
Q/Prova = número da questão na prova
Q/DB = número da questão no banco de dados do SuperPro®

Q/prova Q/DB Grau/Dif. Matéria Fonte Tipo

1.............196968.....Média.............Português......Enem/2020...........................Múltipla escolha

2.............197899.....Média.............Português......Enem digital/2020................Múltipla escolha

3.............197915.....Elevada.........Português......Enem digital/2020................Múltipla escolha

4.............196961.....Elevada.........Português......Enem/2020...........................Múltipla escolha

5.............196944.....Elevada.........Português......Enem/2020...........................Múltipla escolha

6.............197905.....Elevada.........Português......Enem digital/2020................Múltipla escolha

7.............196957.....Elevada.........Português......Enem/2020...........................Múltipla escolha

8.............197896.....Baixa.............Português......Enem digital/2020................Múltipla escolha

9.............197887.....Elevada.........Artes..............Enem digital/2020................Múltipla escolha

10...........198147.....Média.............Artes..............Enem PPL/2020...................Múltipla escolha

11...........198153.....Elevada.........Português......Enem PPL/2020...................Múltipla escolha

12...........196941.....Média.............Artes..............Enem/2020...........................Múltipla escolha

13...........197919.....Média.............Artes..............Enem digital/2020................Múltipla escolha

14...........196952.....Média.............Artes..............Enem/2020...........................Múltipla escolha

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