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PRÉ-UNIVERSITÁRIO OFICINA DO SABER Aluno(a):

DISCIPLINA: Literatura PROFESSORA: Suéllen da Mata


Data: 04 / 01 / 2021

Modernismo – 1ª geração Lista 16


Questão 1
C) Os escritores de maior destaque da primeira fase
A Semana de Arte Moderna, ou Semana de 1922, do Modernismo defendiam a reconstrução da cultura
marcou a entrada do Modernismo artístico e literário brasileira sobre bases nacionais, revisão crítica de
no Brasil. Em 22/02/1922, A Gazeta publicou a nosso passado histórico e de nossas tradições
seguinte notícia: culturais, eliminação do complexo de colonizados e
uso de uma linguagem própria da cultura brasileira.
Ao público chocado diante da nova música tocada na
Semana, como diante dos quadros expostos e dos D) Amadurecimento da prosa, sobretudo do romance,
poemas sem rima [...]: sons sucessivos, sem nexo, enfoque mais direto dos fatos, influência da estética
estão fora da arte musical: são ruídos, são estrondos; Realista-Naturalista do século XIX e caráter
palavras sem nexos estão fora do discurso: são documental, como no livro Vidas secas, de Graciliano
disparates como tantos e tão cabeludos que nesta Ramos.
semana conseguiram desopilar os nervos do público
paulista [...]. E) Apreço por termos rebuscados, contrastes,
arcaísmos. Seus escritores buscavam pela revisão da
A Gazeta em 22-02-1922: In Emília Amaral e outros. Pág. 67. literatura através de seu passado histórico.

O teor de tal repercussão demonstra Questão 3


Vei, a Sol
A) uma “demolição” das convenções estéticas
tradicionais. Ora o pássaro careceu de fazer necessidade, fez e o
B) uma retomada da estética parnasiana, considerada herói ficou escorrendo sujeira de urubu. Já era de
superficial. madrugadinha e o tempo estava inteiramente frio.
C) a modernidade urbana introduzida pelo Macunaíma acordou tremendo, todo lambuzado.
crescimento industrial. Assim mesmo examinou bem a pedra mirim da ilhota
para vê si não havia alguma cova com dinheiro
D) a relevância de aspectos nacionalistas vistos na
enterrado. Não havia não. Nem a correntinha
quebra de antigos paradigmas. encantada de prata que indica pro escolhido, tesouro
E) intolerância com novas conquistas formais na de holandês. Havia só as formigas jaquitaguas
literatura e nas artes, de forma geral. ruivinhas.

QUESTÃO 2 Então passou Caiuanogue, a estrela da manhã.


Macunaíma já meio enjoado de tanto viver pediu pra
Assinale a alternativa em que se encontram ela que o carregasse pro céu. Caiuanogue foi se
preocupações estéticas da Primeira Geração chegando porém o herói fedia muito.
Modernista:
A) Principal corrente de vanguarda da Literatura — Vá tomar banho! — ela fez. E foi-se embora.
Brasileira, rompeu com a estrutura discursiva do verso
tradicional, valendo-se de materiais gráficos e visuais Assim nasceu a expressão “Vá tomar banho” que os
que transformaram a estrutura do poema. brasileiros empregam se referindo a certos imigrantes
europeus.
B) Busca pelo sentido da existência humana, ANDRADE, M. Macunaíma: o herói sem nenhum caráter.
confronto entre o homem e a realidade, reflexão Rio de Janeiro: Agir, 2008.
filosófico-existencialista, espiritualismo, preocupação
social e política, metalinguagem e sensualismo.
O fragmento de texto faz parte do capítulo VII, E dão aos homens que passam preocupados ou tristes
intitulado “Vei, a Sol”, do livro Macunaíma, de Mário uma lição de infância.
de Andrade, pertencente à primeira fase do
BANDEIRA, M. Estrela da vida inteira. Rio de
Modernismo brasileiro. Considerando a linguagem
Janeiro: Nova Fronteira, 2007.
empregada pelo narrador, é possível identificar

A) resquícios do discurso naturalista usado pelos


Uma das diretrizes do Modernismo foi a percepção de
escritores do século XIX.
elementos do cotidiano como matéria de inspiração
B) ausência de linearidade no tratamento do tempo, poética. O poema de Manuel Bandeira exemplifica
recurso comum ao texto narrativo da primeira fase essa tendência e alcança expressividade porque
modernista.
A) realiza um inventário dos elementos lúdicos
C) referência à fauna como meio de denunciar o tradicionais da criança brasileira.
primitivismo e o atraso de algumas regiões do país.
D) descrição preconceituosa dos tipos populares B) promove uma reflexão sobre a realidade de
pobreza dos centros urbanos.
brasileiros, representados por Macunaíma e
Caiuanogue. C) traduz em linguagem lírica o mosaico de elementos
E) uso da linguagem coloquial e de temáticas do de significação corriqueira, apresentando elementos
lendário brasileiro como meio de valorização da do cotidiano.
cultura popular nacional. D) introduz a interlocução como mecanismo de
construção de uma poética nova.
Questão 4 E) constata a condição melancólica dos homens
Camelôs distantes da simplicidade infantil.
Abençoado seja o camelô dos brinquedos de tostão:
Questão 5
O que vende balõezinhos de cor
O macaquinho que trepa no coqueiro O peru de Natal
O nosso primeiro Natal de família, depois da morte de
O cachorrinho que bate com o rabo meu pai acontecida cinco meses antes, foi de
Os homenzinhos que jogam boxe consequências decisivas para a felicidade familiar.
Nós sempre fôramos familiarmente felizes, nesse
A perereca verde que de repente dá um pulo que sentido muito abstrato da felicidade: gente honesta,
engraçado sem crimes, lar sem brigas internas nem graves
E as canetinhas-tinteiro que jamais escreverão coisa dificuldades econômicas. Mas, devido principalmente
alguma. à natureza cinzenta de meu pai, ser desprovido de
qualquer lirismo, duma exemplaridade incapaz,
Alegria das calçadas Uns falam pelos cotovelos: acolchoado no medíocre, sempre nos faltara aquele
Uns falam pelos cotovelos: aproveitamento da vida, aquele gosto pelas felicidades
materiais, um vinho bom, uma estação de águas,
— “O cavalheiro chega em casa e diz: eu filho, vai aquisição de geladeira, coisas assim. Meu pai fora de
buscar um pedaço de banana para eu acender o um bom errado, quase dramático, o puro-sangue dos
charuto. desmancha-prazeres.
ANDRADE, M. In: MORICONI, I. Os cem melhores contos
Naturalmente o menino pensará: Papai está malu...” brasileiros do século.
São Paulo: Objetiva, 2000 (fragmento).
Outros, coitados, têm a língua atada.
No fragmento do conto de Mário de Andrade, o tom
Todos porém sabem mexer nos cordéis como o tino
confessional do narrador em primeira pessoa revela
ingênuo de
uma concepção das relações humanas marcada por
demiurgos de inutilidades.
A) distanciamento de estados de espírito acentuado
E ensinam no tumulto das ruas os mitos heroicos da
pelo papel das gerações.
meninice...
B) relevância dos festejos religiosos em família na
sociedade moderna.
C) preocupação econômica em uma sociedade urbana antropofágico, de 1928, é a mais eficaz (...). “Só me
em crise. interessa o que não é meu. Lei do homem. Lei do
D) consumo de bens materiais por parte de jovens, antropófago”.
adultos e idosos. COMPAGNON, Olivier. O adeus à Europa. A América Latina e
E) pesar e reação de luto diante da morte de um a Grande Guerra
(Argentina e Brasil, 1914-1939). Trad. Carlos Nougué. Rio de
familiar querido.
Janeiro: Rocco, 2014, p. 303-304.

QUESTÃO 6 A lei do antropófago a que se refere Oswald de


Andrade em seu Manifesto tem como centro a
Os modernistas de São Paulo, em especial Menotti del
Picchia e Oswald de Andrade, usavam habitualmente o
A) rejeição feroz (“exprobração”) do imperialismo
termo “futurismo”, mas o faziam em sentido elástico, para
designar as propostas mais ou menos renovadoras que se cultural imposto pelas nações mais desenvolvidas.
opunham às receitas “passadistas” e “acadêmicas”. A
polarização futurismo × passadismo servia como tática B) assimilação crítica (“deglutição”) dos valores de
retórica eficaz — mas também simplificadora. Esse
culturas estrangeiras que interessem à nacional.
aspecto do discurso modernista, que se apresentava como
ruptura com o “velho”, acabava por atirar na lata do lixo do
“passadismo” manifestações variadas, às quais, diga-se, C) aceitação integral (“reprodução”) dos valores
não raro os próprios “novos” estavam atados. tribais em que viviam os silvícolas nas terras virgens.
GONÇALVES, Marcos Augusto. 1922 — A semana que não
terminou. D) revisão radical (“expiação”) dos valores já
São Paulo: Companhia das Letras, 2012, p. 20. radicados em nossas regiões economicamente frágeis.
O modernista Oswald de Andrade chegou a dizer que
somos todos futuristas porque somamos um povo de E) acomodação simplória (“ingestão”) das artes
mil origens, arribado em mil barcos, com desastres e primitivas cultuadas em outros países.
ânsias, aludindo assim:

A) aos gêneros literários que deveriam ser


frequentados.

B) à diversidade da nossa composição histórica, étnica


e cultural.

C) às diversas facções em que se dividiam os


modernistas.

D) à força da aristocracia na condução de nossas


manifestações artísticas.

E) às formas de atuação a que estavam presos os


artistas conservadores.

Questão 7

Se a Grande Guerra representa ruptura na história das


relações culturais entre a Europa e a América Latina,
bem mais do que rompê-las brutalmente ela as
reconfigura e leva a afirmações identitárias complexas
(...). As referências europeias subsistem (...) mas são
agora apenas parte de um todo identitário que bebe em
fontes variadas para definir os caracteres da
nacionalidade. Deste ponto de vista, a metáfora
proposta por Oswald de Andrade em seu Manifesto

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