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simulado - Quinhentismo no Vestibular

1. A “literatura jesuíta”, nos primórdios de nossa


história: 4. Entende-se por literatura informativa no Brasil:

a) tem grande valor informativo. a) o conjunto de relatos de viajantes e missionários


b) marca nossa maturação clássica. europeus sobre a natureza e o homem brasileiros.
c) visa à catequese do índio, à instrução do colono e b) a história dos jesuítas que aqui estiveram no século
XVI.
sua assistência religiosa e moral.
c) as obras escritas com a finalidade de catequese do
d) está a serviço do poder real. indígena.
e) tem fortes doses nacionalistas. d) os poemas do Padre José de Anchieta.
e) os sonetos de Gregório de Matos.

2. Todas as alternativas são corretas sobre o Padre


TEXTO I
José de Anchieta, exceto:
a) Foi o mais importante jesuíta em atividade no Brasil Andaram na praia, quando saímos, oito ou dez deles;
do século XVI. e daí a pouco começaram a vir mais. E parece-me que
b) Foi o grande orador sacro da língua portuguesa, viriam, este dia, à praia, quatrocentos ou
com seus sermões barrocos. quatrocentos e cinquenta. Alguns deles traziam arcos
c) Estudou o tupi-guarani, escrevendo uma cartilha e flechas, que todos trocaram por carapuças ou por
sobre a gramática da língua dos nativos. qualquer coisa que lhes davam. […] Andavam todos
d) Escreveu tanto uma literatura de caráter tão bem-dispostos, tão bem feitos e galantes com
informativo como de caráter pedagógico. suas tinturas que muito agradavam.
e) Suas peças apresentam sempre o duelo entre anjos
CASTRO, S. A carta de Pero Vaz de Caminha. Porto Alegre: L&PM, 1996
e diabos. (fragmento).

TEXTO II

3. Qual das afirmações não corresponde à Carta de


Caminha?
a) Composição sob forma de diário de bordo.
b) Mistura de ingenuidade e malícia na descrição dos
índios e seus costumes.
c) Aproximações barrocas no tratamento literário e
no lirismo das descrições.
d) Deslumbramento diante da exuberância da
natureza tropical.
e) Observação do índio como um ser disposto à
catequização PORTINARI, C. O descobrimento do Brasil. 1956. Óleo sobre tela, 199 x 169 cm
Disponível em: www.portinari.org.br. Acesso em: 12 jun. 2013. (Foto:
Reprodução)
c) Os meninos índios estão afirmando os valores de
sua própria cultura, ao mencionar as danças rituais e
as magias praticadas pelos pajés.
5. Pertencentes ao patrimônio cultural brasileiro, a carta
de Pero Vaz de Caminha e a obra de Portinari retratam a
d) Os meninos índios são figuras alegóricas cuja
chegada dos portugueses ao Brasil. Da leitura dos textos,
construção como personagens atende a todos os
constata-se que:
requintes da dramaturgia renascentista.

a) A carta de Pero Vaz de Caminha representa uma e) Os meninos índios representam a revolta dos
das primeiras manifestações artísticas dos nativos contra a catequese trazida pelos jesuítas, de
portugueses em terras brasileiras e preocupa-se quem querem libertar-se tão logo seja possível.
apenas com a estética literária.

b) A tela de Portinari retrata indígenas nus com


7. A importância das obras realizadas pelos cronistas
corpos pintados, cuja grande significação é a
portugueses do século XVI e XVII é:
afirmação da arte acadêmica brasileira e a
a) determinada exclusivamente pelo seu caráter
contestação de uma linguagem moderna.
literário;
b) sobretudo documental;
c) A carta, como testemunho histórico-político,
c) caracterizar a influência dos autores renascentistas
mostra o olhar do colonizador sobre a gente da
europeus;
terra, e a pintura destaca, em primeiro plano, a
d) a deterem sido escritas no Brasil e para brasileiros;
inquietação dos nativos.

d) As duas produções, embora usem linguagens


diferentes-verbal e não verbal –, cumprem a
mesma função social e artística. De ponta a ponta, é tudo praia-palma, muito chã e
muito formosa. Pelo sertão nos pareceu, vista do mar,
e) A pintura e a carta de Caminha são muito grande, porque, a estender olhos, não
manifestações de grupos étnicos diferentes, podíamos ver senão terra com arvoredos, que nos
produzidas em um mesmo momento histórico, parecia muito longa. Nela, até agora, não pudemos
retratando a colonização. saber que haja ouro, nem prata, nem coisa alguma de
metal ou ferro; nem lho vimos. Porém a terra em si é
de muito bons ares [...]. Porém o melhor fruto que
dela se pode tirar me parece que será salvar esta
gente.
6. Leia a estrofe abaixo e faça o que se pede:
Carta de Pero Vaz de Caminha. In: MARQUES, A.;
BERUTTI, F.; FARIA, R. História moderna através de
Dos vícios já desligados textos. São Paulo: Contexto, 2001.
nos pajés não crendo mais,
nem suas danças rituais,
8. A carta de Pero Vaz de Caminha permite entender
nem seus mágicos cuidados.
o projeto colonizador para a nova terra. Nesse
(ANCHIETA, José de. O auto de São Lourenço [tradução e adaptação de
trecho, o relato enfatiza o seguinte objetivo:
Walmir Ayala] Rio de Janeiro: Ediouro[s.d.]p. 110)
a) Valorizar a catequese a ser realizada sobre os
Assinale a afirmativa verdadeira, considerando a povos nativos
estrofe acima, pronunciada pelos meninos índios em
procissão: b) Descrever a cultura local para enaltecer a
prosperidade portuguesa.
a) Os meninos índios representam o processo de
aculturação em sua concretude mais visível, como c) Transmitir o conhecimento dos indígenas
produto final de todo um empreendimento do qual sobre o potencial econômico existente.
participaram com igual empenho a Coroa
Portuguesa e a Companhia de Jesus. d) Realçar a pobreza dos habitantes nativos para
demarcar a superioridade europeia.
b) A presença dos meninos índios representa uma
síntese perfeita e acabada daquilo que se e) Criticar o modo de vida dos povos autóctones
convencionou chamar de literatura informativa. para evidenciar a ausência de trabalho.
Quando morre algum dos seus põem-lhe sobre a 10. O mercantilismo, política econômica praticada
sepultura pratos, cheios de viandas, e uma rede (…) pelos monarcas europeus, na época moderna, teve
mui bem lavada. Isto, porque creem, segundo dizem, como característica a (o):
que depois que morrem tornam a comer e descansar
sobre a sepultura. Deitam-nos em covas redondas, e, a) liberdade do comércio colonial
se são principais, fazem-lhes uma choça de palma. b) estímulo às importações de manufaturados
Não têm conhecimento de glória nem inferno, c) manutenção da balança comercial favorável
somente dizem que depois de morrer vão descansar a d) estímulo à agricultura
um bom lugar. (…) Qualquer cristão, que entre em e) combate à escravidão
suas casas, dá-lhe a comer do que têm, e uma rede
lavada em que durma. São castas as mulheres a seus
maridos.
Padre Manuel da Nóbrega

9. Assinale a alternativa correta a respeito do texto.

a) A narração acerca das festividades de um


grupo indígena é verossímil na medida em
que nasce da observação direta do autor,
isenta de outros testemunhos que poderiam
pôr em dúvida a credibilidade do relato.
Gabarito
b) O autor disserta sobre as superstições, a
bondade e a harmoniosa relação dos cônjuges 1 A B C D E
de um grupo de indígenas que vivenciam um
processo de aculturação.
2 A B C D E
3 A B C D E
c) O texto tem como foco principal narrar os 4 A B C D E
rituais praticados por uma sociedade que,
embora de cultura diferente, adota os 5 A B C D E
princípios religiosos do cristianismo. 6 A B C D E
d) Ao escolher determinados aspectos do
7 A B C D E
comportamento dos indígenas, como a 8 A B C D E
hospitalidade, por exemplo, o jesuíta revela 9 A B C D E
que a comunidade, embora não catequizada,
lhe é simpática.
10 A B C D E

e) No relatório sobre os índios brasileiros, o


ritual funerário ao qual o jesuíta se refere
reflete o tratamento igualitário que essa
sociedade dispensa a seus membros.

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