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Cântico VI
Tu tens um medo de
Acabar.
Não vês que acabas todo o dia.
Que morres no amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que te renovas todo dia.
No amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que és sempre outro.
Que és sempre o mesmo.
Que morrerás por idades imensas
Até não teres medo de morrer.
E então serás eterno.
MEIRELES, C. Antologia poética. Rio de Janeiro: Record, 1963 (fragmento).
Esse fragmento poético ilustra o seguinte tema constante entre autores modernistas:
(a) a nostalgia do passado colonialista revisitado.
(b) a preocupação com o engajamento político e social da literatura.
(c) o trabalho quase artesanal com as palavras, despertando sentidos novos.
(d) a produção de sentidos herméticos na busca da perfeição poética.
(e) a contemplação da natureza brasileira na perspectiva ufanista da pátria.
3 - ENEM 2006
Erro de português
Quando o português chegou
Debaixo de uma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de Sol
O índio tinha despido
O português.
Oswald de Andrade. Poesias reunidas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978.
Descobrimento
Abancado à escrivaninha em São Paulo
Na minha casa da rua Lopes Chaves
De sopetão senti um friúme por dentro.
Fiquei trêmulo, muito comovido
Com o livro palerma olhando pra mim.
Não vê que me lembrei que lá no norte, meu Deus!
[nos olhos
5 - ENEM 2017
6 - ENEM 2008
Com base no texto, que trata do papel do escritor José de Alencar e da futura
digitalização de sua obra, depreende-se que:
a) a digitalização dos textos é importante para que os leitores possam compreender seus
romances.
b) o conhecido autor de O guarani e Iracema foi importante porque deixou uma vasta
obra literária com temática atemporal.
c) a divulgação das obras de José de Alencar, por meio da digitalização, demonstra sua
importância para a história do Brasil imperial.
d) a digitalização dos textos de José de Alencar terá importante papel na preservação da
memória linguística e da identidade nacional.
e) o grande romancista José de Alencar é importante porque se destacou por sua
temática indianista.
8 - ENEM 2012
TEXTO I
A canção do africano
Lá na úmida senzala,
Sentado na estreita sala,
Junto ao braseiro, no chão,
entoa o escravo o seu canto,
E ao cantar correm-lhe em pranto
Saudades do seu torrão…
De um lado, uma negra escrava
Os olhos no filho crava,
Que tem no colo a embalar…
E à meia-voz lá responde
Ao canto, e o filhinho esconde,
Talvez p’ra não o escutar!
“Minha terra é lá bem longe,
Das bandas de onde o sol vem;
Esta terra é mais bonita,
Mas à outra eu quero bem.”
ALVES, C. Poesias completas. Rio de Janeiro: Ediouro, 1995 (fragmento).
TEXTO II
No caso da Literatura Brasileira, se é verdade que prevalecem as reformas radicais, elas
têm acontecido mais no âmbito de movimentos literários do que de gerações literárias.
A poesia de Castro Alves em relação à de Gonçalves Dias não é a de negação radical, mas
de superação, dentro do mesmo espírito romântico.
MELO NETO, J. C. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2003 (fragmento).
9 - ENEM 2014
Ana Rosa cresceu; aprendera de cor a gramática do Sotero dos Reis; lera alguma coisa;
sabia rudimentos de francês e tocava modinhas sentimentais ao violão e ao piano. Não
era estúpida; tinha a intuição perfeita da virtude, um modo bonito, e por vezes
lamentara não ser mais instruída. Conhecia muitos trabalhos de agulha; bordava como
poucas, e dispunha de uma gargantazinha de contralto que fazia gosto de ouvir.
Uma só palavra boiava à superfície dos seus pensamentos: “Mulato”. E crescia, crescia,
transformando-se em tenebrosa nuvem, que escondia todo o seu passado. Ideia
parasita, que estrangulava todas as outras ideias.
— Mulato!
Esta só palavra explicava-lhe agora todos os mesquinhos escrúpulos, que a sociedade
do Maranhão usara para com ele. Explicava tudo: a frieza de certas famílias a quem
visitara; as reticências dos que lhe falavam de seus antepassados; a reserva e a cautela
dos que, em sua presença, discutiam questões de raça e de sangue.
AZEVEDO, A. O Mulato. São Paulo: Ática, 1996 (fragmento)
Nunca tinha ido ao teatro, e mais de uma vez, ouvindo dizer ao Meneses que ia ao
teatro, pedi-lhe que me levasse consigo. Nessas ocasiões, a sogra fazia uma careta, e as
escravas riam à socapa; ele não respondia, vestia-se, saía e só tomava na manhã
seguinte. Mais tarde é que eu soube que o teatro era um eufemismo em ação. Meneses
trazia amores com uma senhora, separada do marido, e dormia fora de casa uma vez
por semana. Conceição padecera, a princípio, com a existência da comborça; mas, afinal,
resignara-se, acostumara-se, e acabou achando que era muito direito.
(ASSIS, M. et al. Missa do galo: variações sobre o mesmo tema. São Paulo: Summus, 1977)
No fragmento desse conto de Machado de Assis, "ir ao teatro" significa "ir encontrar-se
com a amante". O uso do eufemismo como estratégia argumentativa significa:
11 - ENEM 2019
Na obra Cabeça de touro, o material descartado torna-se objeto de arte por meio da
(a) reciclagem da matéria-prima original.
(b) complexidade da combinação de formas abstratas.
(c) perenidade dos elementos que constituem a escultura.
(d) mudança da funcionalidade pela integração dos objetos.
(e) fragmentação da imagem no uso de elementos diversificados.
13 - ENEM 2019