Você está na página 1de 3

Gabarito do exercício referente a 20/08

1.
a) É o canto poético, ou seja, a própria poesia.
b) É o instante que existe, ou seja, é o presente, é a própria vida.

2.
a) alegre/triste; gozo/tormento; noites/dias; desmorono/edifico; permaneço/desfaço; fico/passo
b) Todas se referem ao próprio eu lírico.
c) Ele se vê como um ser imprevisível, indefinível, contraditório, que não se enquadra em nenhum
conceito ou pré-conceito.
d) A contradição ou imprevisibilidade do eu lírico é a base para a criação da poesia.

3.
a) O verso “E um dia sei que estarei mudo”.
b) A poesia é eterna, conforme sugerido no verso “Tem sangue eterno a asa ritmada”.

4. D

A noite dissolve os homens


[Carlos Drummond de Andrade]
A noite desceu. Que noite!
Já não enxergo meus irmãos.
E nem tão pouco os rumores
que outrora me perturbavam.
A noite desceu. Nas casas,
nas ruas onde se combate,
nos campos desfalecidos,
a noite espalhou o medo
e a total incompreensão.
A noite caiu. Tremenda,
sem esperança… Os suspiros
acusam a presença negra
que paralisa os guerreiros.
E o amor não abre caminho
na noite. A noite é mortal,
completa, sem reticências,
a noite dissolve os homens,
diz que é inútil sofrer,
a noite dissolve as pátrias,
apagou os almirantes
cintilantes! nas suas fardas.
A noite anoiteceu tudo…
O mundo não tem remédio…
Os suicidas tinham razão.

Aurora,
entretanto eu te diviso, ainda tímida,
inexperiente das luzes que vais acender
e dos bens que repartirás com todos os homens.
Sob o úmido véu de raivas, queixas e humilhações,
adivinho-te que sobes, vapor róseo, expulsando a treva noturna.
O triste mundo fascista se decompõe ao contato de teus dedos,
teus dedos frios, que ainda se não modelaram
mas que avançam na escuridão como um sinal verde e peremptório.
Minha fadiga encontrará em ti o seu termo,
minha carne estremece na certeza de tua vinda.
O suor é um óleo suave, as mãos dos sobreviventes se enlaçam,
os corpos hirtos adquirem uma fluidez,
uma inocência, um perdão simples e macio…
Havemos de amanhecer. O mundo
se tinge com as tintas da antemanhã
e o sangue que escorre é doce, de tão necessário
para colorir tuas pálidas faces, aurora.

1. O poema se inicia com o verso "A noite desceu. Que noite!".


a) Que tipo de efeito a noite tem sobre os homens? Que sentimentos desperta nas pessoas? Justifique
sua resposta com trechos do poema.

A noite traz a incompreensão entre os homens, paralisa-os e provoca-lhes o medo, conforme indicam


os versos "a noite espalhou o medo / e a total incompreensão".

b) A ação da noite se restringe a alguns homens ou tem um alcance geral? Justifique sua resposta
com elementos do poema.

Ela tem um alcance geral, conforme indicam os versos "onde se combate", "a noite dissolve os
homens" e "a noite dissolve as pátrias".

c) O poema foi publicado em 1940. Que elementos do contexto são mencionados nele?

São mencionados elementos relacionados ao contexto da Segunda Guerra Mundial, que ocorria então,
referidos nas palavras e expressões "campos desfalecidos", "guerreiros", "almirantes cintiliantes! nas
suas fardas", "fascista".

d) Levando em conta sua resposta no item anterior, interprete: O que representa a metáfora a noite?

Representa o momento sombrio que a humanidade viveu durante a Segunda Guerra Mundial.

2. Na segunda estrofe, o eu lírico avista o nascimento da aurora.


a) O que a aurora traz para os seres humanos? Justifique sua resposta com elementos do texto.

O fim do cansaço “Minha fadiga encontrará em ti o seu termo”, solidariedade “as mãos dos
sobreviventes se entrelaçam”.

b) Considerando o contexto, interprete: o que representa a metáfora aurora?

A aurora representa a esperança de um novo tempo.

Você também pode gostar