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ATIVIDADE DE LITERATURA (2° GERAÇÃO DO ROMANTISMO NO BRASIL) 2° ANO

PROF: ALINE LOPES

(Enem -2010)

Soneto

Já da morte o palor me cobre o rosto,


Nos lábios meus o alento desfalece,
Surda agonia o coração fenece,
E devora meu ser mortal desgosto!
Do leito embalde no macio encosto
Tento o sono reter!… já esmorece
O corpo exausto que o repouso esquece…
Eis o estado em que a mágoa me tem posto!

O adeus, o teu adeus, minha saudade,


Fazem que insano do viver me prive
E tenha os olhos meus na escuridade.

Dá-me a esperança com que o ser mantive!


Volve ao amante os olhos por piedade,
Olhos por quem viveu quem já não vive!

(AZEVEDO, A. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2000)

01) O núcleo temático do soneto citado é típico da segunda geração do romantismo, porém configura um lirismo que
o projeta para além desse momento específico. O fundamento desse lirismo é

a) a angústia alimentada pela constatação da irreversibilidade da morte.

b) a melancolia que frustra a possibilidade de reação diante da perda.

c) o descontrole das emoções provocado pela autopiedade.

d) o desejo de morrer como alívio para a desilusão amorosa.

e) o gosto pela escuridão como solução para o sofrimento.

02). (UFV) Assinale a alternativa falsa:

a) Romantismo, como estilo, não é modelado pela individualidade do autor; a forma predomina sempre sobre o
conteúdo.
b) Romantismo é um movimento de expressão universal, inspirado nos modelos medievais e unificado pela
prevalência de características comuns a todos os escritores da época.
c) Romantismo, como estilo de época, consistiu basicamente num fenômeno estético-literário desenvolvido em
oposição ao intelectualismo e à tradição racionalista e clássica do século XVIII.
d) Romantismo, ou melhor, o espírito romântico, pode ser sintetizado numa única qualidade: a imaginação. Pode-se
creditar à imaginação a capacidade extraordinária dos românticos de criarem mundos imaginários.
e) Romantismo caracterizou-se por um complexo de características, como o subjetivismo, o ilogismo, o senso de
mistério, o exagero, o culto da natureza e o escapismo.

03) (U.FORTALEZA)
“Eu deixo a vida como deixa o tédio
Do deserto, o poento caminheiro
– Como as horas de um longo pesadelo
Que se desfaz ao dobre de um sineiro.”

Os versos acima exemplificam:


a) a utilização de metáforas grandiosas para expressar a indignação com as injustiças sociais que caracteriza a obra de
Castro Alves.
b) a temática a procura da morte como solução para os problemas da existência em que se encontra em Álvares de
Azevedo.
c) tratamento ao mesmo tempo irônico e lírico a que Carlos Drummond de Andrade submete o cotidiano.
d) a presença da natureza como cenário para o encontro do pastor com sua amada, como ocorre em Tomás Antônio
Gonzaga.
e) a exploração de ecos, assonâncias, aliterações em busca de uma sonoridade válida por si mesma, como se vê na
obra de Cruz e Sousa.

04) (PUC-SP) Sombras do vale, noites da montanha


Que minh’alma cantou e amava tanto,
Protegei o meu corpo abandonado,
E no silêncio derramai-lhe canto!

Mas quando preludia ave d’aurora


E quando à meia-noite o céu repousa,
Arvoredos do bosque, abri os ramos…
Deixai a lua prantear-me a lousa!

O que dominantemente aflora nos versos acima e caracteriza o poeta Álvares de Azevedo como ultrarromântico é:
a) a devoção pela noite e por ambientes lúgubres e sombrios.
b) o sentimento de autodestruição e a valorização da natureza tropical.
c) o acentuado pessimismo e a valorização da religiosidade mística.
d) o sentimento byroniano de tom elegíaco e humorístico-satânico.
e) o sonho adolescente e a supervalorização da vida.

05) (FUVEST)

Ossian o bardo é triste como a sombra


Que seus cantos povoa. O Lamartine
É monótono e belo como a noite,
Como a lua no mar e o som das ondas...
Mas pranteia uma eterna monodia,
Tem na lira do gênio uma só corda;
Fibra de amor e Deus que um sopro agita:
Se desmaia de amor a Deus se volta,
Se pranteia por Deus de amor suspira.
Basta de Shakespeare. Vem tu agora,
Fantástico alemão, poeta ardente
Que ilumina o clarão das gotas pálidas
Do nobre Johannisberg! Nos teus romances
Meu coração deleita-se... Contudo,
Parece-me que vou perdendo o gosto.
(…)

(Álvares de Azevedo, Lira dos vinte anos)

Considerando-se esse excerto no contexto do poema a que pertence (Ideias íntimas), é correto afirmar que, nele,

a) o eu lírico manifesta tanto seu apreço quanto sua insatisfação em relação aos escritores que evoca.
b) a dispersão do eu lírico, própria da ironia romântica, exprime-se na métrica irregular dos versos.
c) o eu lírico rejeita a literatura e os demais poetas porque se identifica inteiramente com a natureza.
d) a recusa dos autores estrangeiros manifesta o projeto nacionalista típico da segunda geração romântica brasileira.
e) Lamartine é criticado por sua irreverência para com Deus e a religião, muito respeitados pela segunda geração
romântica.

06) (FUVEST)

Teu romantismo bebo, ó minha lua,

A teus raios divinos me abandono,

Torno-me vaporoso... e só de ver-te

Eu sinto os lábios meus se abrir de sono.

(Álvares de Azevedo, “Luar de verão”, Lira dos vinte anos)

Nesse excerto, o eu lírico parece aderir com intensidade aos temas de que fala, mas revela, de imediato, desinteresse e
tédio. Essa atitude do eu lírico manifesta a:

a) ironia romântica.

b) tendência romântica ao misticismo.

c) melancolia romântica.

d) aversão dos românticos à natureza.

e) fuga romântica para o sonho.

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