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01. Sobre o poema a seguir, sobre seu autor e sobre o Romantismo, assinale o que for correto.
01) O eu lírico confidencia para a “cândida donzela” o motivo da sua “desgraça”, que consiste no fato de não
ter inspiração para escrever um poema. E, embora sua musa seja um “anjo de Deus”, seu amor não tem
eco, e ela o trata como “um boneco”.
02) Trata-se de um poema condoreiro que busca resgatar o passado histórico brasileiro por meio da denúncia
de uma sociedade opressora na qual impera a desigualdade: “andar de cotovelos rotos, / Ter duro como
pedra o travesseiro...”. O eu lírico defende a criação de uma nova civilização.
04) Principal representante do ultrarromantismo no Brasil, Álvares de Azevedo cultivou uma poesia marcada
pelo pessimismo, pela subjetividade, pelo exagero, e chegou ao endeusamento do eu.
08) A idealização da mulher, uma das marcas da escola romântica, é apresentada nas palavras que compõem
o vocativo “ó cândida donzela”. O soneto, cuja métrica é heptassilábica (redondilha maior), apresenta, ainda,
versos brancos: “O que faz que o meu peito assim blasfema, / É ter para escrever todo um poema”.
16) A segunda geração do Romantismo brasileiro, também denominada byroniana ou do mal do século, primou
pela temática da solidão, pela melancolia pelo sofrimento, levando o eu lírico à evasão da realidade.
03. Sobre o poema “Meu anjo”, de Álvares de Azevedo, e sobre a obra em que se insere, assinale o que for
correto.
Vocabulário: nimbo: auréola, nuvem de chuva, nuvem que envolve os deuses, auréola de
arminhos: coisa macia, fofa e delicada. santo.
froixa: frouxa. entornar: virar, fazer cair, emborcar despejando seu conteúdo.
01) Considerado um poeta ultrarromântico, Álvares de Azevedo trabalha, nesse poema, a temática da evasão
para a fantasia e para o sonho, negligenciando temas caros ao Romantismo, como a questão do índio.
02) No poema transcrito, o eu lírico aborda a questão do amor e do encantamento pela mulher, oscilando entre
a idealização (“anjo”) e a sensualidade (“Tem os seios tão alvos, tão macios”).
04) O encantamento do eu lírico é por uma prostituta, que ele chama de “anjo”, utilizando de um eufemismo
para tratar as cortesãs do século XIX. O tema do poema, portanto, é o da redenção romântica pelo
arrependimento e pelo isolamento da mulher amada.
08) O poema acima se enquadra nas temáticas azevedianas do amor idealizado, irreal, das virgens ingênuas,
das mulheres misteriosas, apresentadas comumente por meio do sonho e da evasão, cujo exemplo, nesse
poema, pode ser observado nas nuvens da fumaça dos charutos.
16) A poesia de Álvares de Azevedo caracteriza-se pela irregularidade e pela liberdade formal, como recusa à
tendência monótona do verso cantante. Essa liberdade pode ser observada, nesse poema, por meio do uso
da métrica regular (versos decassílabos), do ritmo constante (com predomínio de versos heroicos, com
acentuação na sexta e na décima sílabas métricas) e por meio da própria disposição gráfica do poema,
desenhado por meio de cinco quartetos.
04. No Brasil, a poesia da primeira geração romântica tinha como objetivo criar uma __________, tomando
como protagonista a figura do __________. A poesia da segunda geração romântica, por sua vez, foi
impregnada de __________, que se aliou ao subjetivismo extremo e ao escapismo. Já na terceira geração
romântica, destaca-se a poesia de Castro Alves, que tem como uma de suas temáticas principais
__________.
05. Atente para este fragmento do poeta romântico Gonçalves de Magalhães, no prefácio à sua obra Suspiros
poéticos e saudades:
“É um livro de poesias escritas segundo as impressões dos lugares; ora assentado entre as ruínas da antiga
Roma, meditando sobre a sorte dos impérios; ora no cimo dos Alpes, a imaginação vagando no infinito; ora na
gótica catedral, admirando a grandeza de Deus; (...) ora, enfim, refletindo sobre a sorte da Pátria, sobre as
paixões dos homens, sobre o nada da vida.”
07. Considere as afirmações a seguir, referentes às três gerações da poesia romântica brasileira.
I. Gonçalves de Magalhães, com seus Suspiros poéticos e saudades, traduz fielmente, na forma e nos temas,
o espírito do Romantismo, sendo considerado até hoje, pela crítica, como o maior expoente da primeira
geração.
II. Nos autores da segunda geração, como Álvares de Azevedo e Casimiro de Abreu, o nacionalismo e o
indianismo da geração precedente cedem lugar a uma poesia marcada pelo individualismo, pela confissão
íntima e pelo extravasamento subjetivo.
III. Em Castro Alves, representante principal da terceira geração, a poesia social e a defesa de causas
humanitárias andam, lado a lado, com poemas dedicados à mulher e ao amor sensual.
08. Em relação à produção literária de Gonçalves Dias e Castro Alves, ambos preocupados, em suas
temáticas, com a problemática das etnias, que determina o homem brasileiro como ser culturalmente
híbrido, analise as afirmativas e coloque V nas Verdadeiras e F nas Falsas.
( ) A poética de Gonçalves Dias trata do homem indígena em sua essência, apresentando-o integrado aos
aspectos culturais de seu grupo.
( ) A poética de Castro Alves toma como princípio a defesa dos negros, escravos que eram vendidos aos
colonos no Brasil para serem explorados pelos senhores, principalmente no plantio da cana e no fabrico
do açúcar.
( ) Tanto Gonçalves Dias quanto Castro Alves ficaram alheios às questões históricas brasileiras, pois
produziram poemas de tonalidade épica, embora neles não fossem contempladas as temáticas indígena
e abolicionista.
( ) Nos poemas líricos, eles exaltaram o sentimento amoroso de modo diversificado. Enquanto Gonçalves
Dias idealiza a imagem feminina, Castro Alves imprime-lhe um sentido sensual, o que já prenuncia o
movimento posterior ao Romantismo.
( ) Na poesia condoreira de Castro Alves, o poeta descreve como os negros sã desterritorializados, os maus-
tratos que sofrem nos navios negreiros e o modo como perde a liberdade ao serem vendidos como
escravos aos senhores de engenho.
A frustração com a promessa libertária esgotada da Revolução Francesa, se chegou a dar o tom a uma poesia
melancólica e intimista dos primeiros momentos do Romantismo, foi afastada pelo esforço empenhado em
novas lutas libertárias dos nossos últimos românticos. É o que sugere uma comparação estabelecida entre
obras, respectivamente, dos poetas
a) Álvares de Azevedo e Castro Alves. d) Álvares de Azevedo e Olavo Bilac.
b) Bernardo Guimarães e Cruz e Souza. e) Casimiro de Abreu e Raul Bopp.
c) Casimiro de Abreu e Raul Pompeia.
Este fragmento mostra uma atitude escapista típica do romantismo. O eu lírico idealiza
a) a vida como um ofício de prazer, destinado à fruição eterna.
b) a morte como um meio de libertação do terrível fardo de viver.
c) o tédio como a repetição dos fragmentos belos e significativos da vida.
d) o deserto como um destino sereno para quem vence as hostilidades da vida.
12. A literatura, ao longo dos anos, tem sido veículo de comunicação entre o sujeito e o mundo. A poesia de
Castro Alves intitulada Condoreira é uma forte representante do poder comunicativo exercido pela palavra
através da literatura. Com base nesta afirmação, marque a alternativa em que os versos demonstrem este
caráter condoreiro da comunicação do poeta fundamentado no uso da hipérbole.
Estão CORRETOS
a) I, II e III. d) II, III e IV.
b) I, II e IV. e) III, IV e V.
c) I, III e V.
Os versos de Casimiro de Abreu que se aproximam da ideia de saudade, tal como descrita por Massaud Moisés,
encontram- se em:
a) Se eu soubesse que no mundo / Existia um coração, / Que só por mim palpitasse / De amor em terna
expansão; / Do peito calara as mágoas, / Bem feliz eu era então!
b) Oh! não me chames coração de gelo! / Bem vês: traí-me no fatal segredo. / Se de ti fujo é que te adoro e
muito, / És bela – eu moço; tens amor, eu – medo!...
c) Naqueles tempos ditosos / Ia colher as pitangas, / Trepava a tirar as mangas, / Brincava à beira do mar; /
Rezava às Ave-Marias, / Achava o céu sempre lindo, / Adormecia sorrindo / E despertava a cantar!
d) Minh’alma é triste como a flor que morre / Pendida à beira do riacho ingrato; / Nem beijos dá-lhe a viração
que corre, / Nem doce canto o sabiá do mato!
e) Tu, ontem, / Na dança / Que cansa, / Voavas / Co’as faces/ Em rosas / Formosas / De vivo, / Lascivo /
Carmim; / Na valsa / Tão falsa, / Corrias, / Fugias, / Ardente, / Contente,/ Tranquila, / Serena, / Sem pena /
De mim!
MALVA-MAÇÃ AZEVEDO, Álvares de. Lira dos vinte anos. In: Obra completa. Organização
A P... de Alexei Bueno. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2000. p. 269.
De teus seios tão mimosos
Quem gozasse o talismã! Há uma flor que está em redor de mim,
Quem ali deitasse a fronte uma flor que nasce nos cabelos da aurora
Cheia de amoroso afã! e desce sobre as águas e os ombros
E quem nele respirasse de todos nós. Não, não quero amar
A tua malva-maçã! senão a natureza quando ela se abre
como uma flor e suas corolas à madrugada;
Dá-me essa folha cheirosa eu não quero amar, senão a mulher
Que treme no seio teu! que está em redor de mim, a mulher
Dá-me a folha… hei de beijá-la que me acolhe com seus braços
Sedenta no lábio meu! e me oferece o que há de mais íntimo,
Não vês que o calor do seio a sua pérola e sonho à madrugada.
Tua malva emurcheceu... GARCIA, José Godoy. Poesia. Brasília: Thesaurus, 1999. p. 153.
[...]
16. TEXTO I
TEXTO lI
No caso da Literatura Brasileira, se é verdade que prevalecem as reformas radicais, elas têm acontecido mais
no âmbito de movimentos literários do que de gerações literárias. A poesia de Castro Alves em relação à de
Gonçalves Dias não é a de negação radical, mas de superação, dentro do mesmo espírito romântico.
MELO NETO, J. C. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2003 (fragmento)
O fragmento do poema de Castro Alves exemplifica a afirmação de João Cabral de Melo Neto porque
a) exalta o nacionalismo, embora lhe imprima um fundo ideológico retórico.
b) canta a paisagem local, no entanto, defende ideais do liberalismo.
c) mantém o canto saudosista da terra pátria, mas renova o tema amoroso.
d) explora a subjetividade do eu lírico, ainda que tematize a injustiça social.
e) inova na abordagem de aspecto social, mas mantém a visão lírica da terra pátria.
18. Texto I
Se eu tenho de morrer na flor dos anos, Eu quero ouvir na laranjeira, à tarde,
Meu Deus! não seja já; Cantar o sabiá!
Meu Deus, eu sinto e bem vês que eu morro Dá que eu veja uma vez o céu da pátria,
Respirando esse ar; O céu de meu Brasil!
Faz que eu viva, Senhor! dá-me de novo Se eu tenho de morrer na flor dos anos,
Os gozos do meu lar! Meu Deus! Não seja já!
Dá-me os sítios gentis onde eu brincava Eu quero ouvir cantar na laranjeira, à tarde,
Lá na quadra infantil; Cantar o sabiá!
ABREU, C. Poetas românticos brasileiros. São Paulo: Scipione, 1993.
Texto II
A ideologia romântica, argamassada ao longo do século XVIII e primeira metade do século XIX, introduziu-se
em 1836. Durante quatro decênios, imperaram o “eu”, a anarquia, o liberalismo, o sentimentalismo, o
nacionalismo, através da poesia, do romance, do teatro e do jornalismo (que fazia sua aparição nessa época).
MOISÉS, M. A literatura brasileira através dos textos. São Paulo: Cultrix, 1971 (fragmento).
Tendo em vista seu autor, o período literário a que pertence o fragmento reproduzido, assinale a opção que
contenha informação errada:
a) É poema com caraterísticas condoreiras, com imagens grandiosas da natureza e linguagem grandiloquente.
b) As exclamações e utilização de figuras de linguagem são típicas da poesia social do autor.
c) A indignação e o furor com a escravidão fazem do poema um paradigma abolicionista do séc. XIX.
d) O lirismo subjetivo, abordando questões coletivas, lembra a sentimentalidade amena típica do Romantismo.
e) A invocação de elementos da natureza confirma o fundamento romântico da identificação do eu-lírico com a
paisagem que o cerca.
20. Relacione aos fragmentos de texto abaixo as seguintes características da poesia ultrarromântica no Brasil.
( ) Oh! Vem depressa, minha vida foge... ( ) Eis o que sou! - A dúvida encarnada,
Sou como o lírio que já murcho cai! Que perenal vacila (Junqueira Freire)
(Casimiro de Abreu) ( ) Escrevi porque a alma tinha cheia
( ) Como varia o vento, o céu - o dia, Numa insônia que o spleen entristecia
Como estrelas e estrelas e nuvens e De vibrações convulsas de ironia! (Álvares
mulheres, de Azevedo)
Pela regra geral de todos os seres, ( ) Adeus meus sonhos, eu pranteio e morro!
Minha lira também seus tons varia, (Álvares Não levo da existência uma saudade!
de Azevedo) (Álvares de Azevedo)
A correspondência correta entre os fragmentos e suas características ultrarromânticas resulta na seguinte
sequência:
a) (4) (5) (2) (1) (3). d) (4) (5) (2) (3) (1).
b) (4) (5) (3) (2) (1). e) (1) (4) (5) (3) (2).
c) (5) (4) (1) (2) (3).
22. I-Juca-Pirama
Nos versos do poema acima, vê -se a indignação do velho índio Tupi, ao saber que o filho pedira aos inimigos
Aimorés que lhe poupassem a vida. Neles, Gonçalves Dias apresenta um dos traços mais caros ao
Romantismo, que é o
a) culto a valores heroicos como herança da era medieval.
b) subjetivismo que se revela através da poesia em primeira pessoa.
c) gosto pelas metáforas.
d) escapismo que faz o romântico criar um mundo próprio e idealizado.
e) gosto pelo mistério que se traduz num masoquismo.
A sequência correta é
a) 3 - 2 - 2 - 3 - 1. c) 1 - 2 - 3 - 1 - 1.
b) 1 - 3 - 2 - 1 - 2. d) 2 - 1 - 1 - 3 - 2.
24. A poesia de Gonçalves Dias pode ser dividida em três grandes vertentes temáticas: a indianista, a
saudosista e a lírico-amorosa. A produção poética desse autor pode ser caracterizada da seguinte forma,
marque V ou F:
( ) na poesia indianista, predomina uma sensibilidade plástica singular, moldada por um cenário natural
tipicamente brasileiro, no qual está inserido o primeiro habitante do País, o índio, numa representação quase
sempre épica.
( ) na poesia saudosista, o poeta demonstra acentuadas marcas do nacionalismo vigente no Romantismo,
como a exaltação do pitoresco nacional, em que se sobressai o tratamento exótico da natureza tropical.
( ) na poesia lírico-amorosa, pode-se encontrar um ultra-romantismo já convencional, detectado no
sentimentalismo exagerado, que deforma os encantos da mulher amada, e em lamentos melodramáticos,
provocados pelo sofrimento do amor irrealizado.
( ) em todas as vertentes da poesia de Gonçalves Dias, a natureza tem um caráter expressivo e dinâmico.
EIa é o refúgio acolhedor e o ideal de evasão do eu-poético, estabelecendo, assim, uma interdependência entre
paisagem e estado de alma.