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Índice

DEDICATÓRIA ............................................................................................. 6

PORQUE É QUE EU DECIDI ESCREVER ESTE LIVRO? .................................... 8

PORQUE É QUE TU DEVES LER ESTE LIVRO? ............................................. 17

O MEDO DO DESCONHECIDO ................................................................... 24

O MEDO DE SER OFENDIDO E RIDICULARIZADO ....................................... 43

MEDO DE NÃO SER BOM O SUFICIENTE ................................................... 52

MEDO DE PERDER O QUE JÁ TENS ............................................................ 59

MEDO DA REJEIÇÃO ................................................................................. 67

MEDO DO QUE OS OUTROS VÃO PENSAR ................................................ 80

JÁ ACABOU? ............................................................................................. 91

SOBRE O AUTOR ....................................................................................... 97

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DEDICATÓRIA

Dedico este livro a todas aquelas pessoas que não se encaixam nos
padrões predefinidos pela sociedade, mas que sabem que têm um
lugar importante no mundo. Espero que juntos possamos
encontra-lo! E espero que eu te ajude a responder à seguinte
pergunta:

Que tipo de pessoa queres ser?

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PORQUE É QUE EU DECIDI ESCREVER
ESTE LIVRO?

Na grande maioria das vezes, as pessoas escrevem livros quando


têm mais experiência, mais sucesso ou mais idade. Ou quando já
têm um estatuto social alto como uma pós-graduação, um
mestrado ou um doutoramento numa determinada área.

Ou quando já são famosas e têm um público cativo. Bem, eu não


me enquadro em nenhuma dessas categorias. Na verdade, para te
ser sincero, acredito que vivo num mundo completamente ao
contrário daquilo que é considerado “normal” pela sociedade.

Já que decidi fazer tudo ao contrário ao longo da minha vida, e aos


19 anos já era o melhor do país, dentro do mercado onde atuei,
para que é que eu ia esperar até aos 40 anos para começar a
escrever 1 livro?

Repara que durante este livro eu vou partilhar contigo alguns dos
meus fracassos, mas também muitos dos meus sucessos.

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A ideia não é passar a imagem que sou o maior da aldeia, mas que
o caminho para o sucesso não é uma linha reta, e sim uma linha
torta cheia de altos e baixos.

Ah, eu não gosto nada de utilizar palavrões, no entanto quando


há uma grande emoção no que está a ser contado, utilizo-os como
advérbios de intensidade.

Como um dos meus mentores diz: “bebam um pouquinho do


veneno, só não bebam a garrafa toda”.

Só um bocadito, e de vez em quando não faz mal ehehehehe!

Quando eu decidi começar a expor-me publicamente, recebi


várias críticas das pessoas mais próximas do tipo:

“Ah pára com isso!”

“Olha o psicólogo/coach!”

“Tinhas tanto sucesso na outra área, volta pra lá!”

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E foi nessa altura que eu decidi tirar as ideias da cabeça, colocá-
las no papel e partilhá-las com o mundo.

Só que nessa época na minha vida, parecia que nada dava certo.

Recentemente tinha abandonado a minha função de atleta, a


minha grande paixão que era o karaté.

Embora estivesse a representar um dos maiores clubes de


Portugal, por conta de lesões e por ambições profissionais
(considerava que eram grandes naquele tempo), acabei por me
retirar.

Em 2019 deixei-me desleixar por completo, estava gordo, sem


aptidão física, andava cansado, infeliz e não me sentia totalmente
realizado com aquilo que fazia, ainda assim tinha excelentes
resultados no negócio onde atuava.

Realmente, consegui ter excelentes resultados no mercado onde


atuei. Mas apercebi-me que os meus valores estavam à venda o

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tempo todo e não bastou muito tempo de mercado para me
aperceber que mentiras, enganos e outras filhas da putagens
estavam a entrar no meu inconsciente como algo comum.

Para te ser sincero, eu sentia-me como uma puta, não por ter
vendido o meu corpo, mas a minha moral, inteligência e poder de
influência, estavam à venda o tempo todo, obviamente para quem
pagasse mais.

Eu era líder duma equipa comercial onde aprendi bastante do que


fazer, mas mais ainda, do que não fazer, e eu juro que sou grato
por ter vivido isso tudo bastante cedo.

Sem todas essas vivências eu não seria a pessoa que sou hoje.

A verdade é que eu passei por uma coisa que muita gente da


minha idade passa quando entra no mercado de trabalho.

Quando olhas para cima, sentes pena das pessoas que são teus
superiores. Especialmente quando são infelizes pra caralho.

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E eu comecei a questionar-me o que é que eu queria fazer da vida,
de que forma é que poderia melhorar o mundo, visto que no
mercado onde atuava só estava a piorá-lo.

Até que caí na realidade.

Depois de ter participado em alguns cursos e mentorias, descobri


o meu propósito.

Tive e tenho um grande mentor que me acompanhou durante


esse processo e a ele sou muito grato por me ter ajudado a
descobrir o meu verdadeiro eu, e a minha missão.

Decidi tomar uma decisão difícil, uma decisão que demorou 1 mês
e tal a ser tomada.

Não me identificava mais com aquele ambiente nem com o sonho


que me tinha sido vendido inicialmente.

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E o pior emprego do mundo não é aquele onde tu ganhas mal,
porque quando ganhas mal e não gostas, fazes os possíveis para
procurar outro emprego.

Agora quando ganhas bem e não gostas do que fazes, acabas por
ser consumido pelo medo e pelo conformismo, e isso é meio
caminho andado para um monte de distúrbios mentais.

Foi então em dezembro de 2019 que eu decidi abandonar a


empresa onde estava.

Larguei uma carreira promissora, para que pudesse começar do 0


e realizar a minha missão nesta existência:

Aprender, entender, entregar, libertar e transformar.

Estava a precisar de um tempinho para mim e para organizar as


minhas ideias.

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Tirei um mês e meio para descansar, pois durante quase 2 anos,
tinha trabalhado de segunda a sábado, 10h a 14h por dia e
durante esse período não tive mais do que 1 mês de férias.

Sim, eu era "um pouquinho" "workaholic".

Foi precisamente em fevereiro que eu decidi fazer uma virada na


minha vida e participei num desafio que se chamava: Maratona
dos 37 dias.

O objetivo desse desafio era estar ao meu mais alto nível em todas
as áreas da minha vida que considero importantes e relatar o
processo diariamente nas redes sociais. Foi sem dúvida um
processo maravilhoso! Estes foram alguns dos resultados obtidos:

Voltei a treinar, voltei a ter hábitos de alimentação saudáveis,


emagreci 7kg, voltei a estudar, inscrevi-me em mais cursos e
formações para que me pudesse especializar, aceitei-me a mim,
passei a expor o meu trabalho na internet, melhorei a minha
comunicação e finalmente comecei a ser a voz duma mensagem.

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E cá estou eu, energizado e renovado, pronto para poder dar ao
mundo aquilo que ele me deu de melhor.

Agora estou apto para deixar o mundo melhor do que aquilo que
ele já era antes de eu ter cá chegado.

Espero que gostes deste livro, e que ele seja o primeiro de muitos!

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PORQUE É QUE TU DEVES LER ESTE
LIVRO?

Enquanto atleta, sempre fui fascinado pelo alto desempenho


desportivo, e apercebi-me que mais do que qualquer tipo de fator
genético, os fatores comportamentais (dieta, treino e descanso)
tinham mais influência no caminho para o sucesso.

Então pela relação de causa efeito, apercebi-me que ações geram


resultados.

Até aí tudo bem, mas e o que é que gera as ações?

Porque é que existem atletas que se matam a treinar enquanto


existem outros que são calões?

Durante muito tempo fiquei com esta pergunta na cabeça, e eu


sabia que existia o fator motivação, mas rapidamente surgia uma
nova pergunta:

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O que é que os mantém motivados?

Bem, podemos ficar horas e horas nesta questão, inclusive até


poderia escrever outro livro relacionado sobre a vertente
comportamental humana, fica para outro dia.

Até que comecei a estudar a mente humana, e comecei a procurar


um emprego relacionado com comunicação e vendas.

Sim eu já fui vendedor porta a porta, foi o meu primeiro e único


emprego.

E em 6 semanas fui promovido a líder.

Durante 19 meses, eu fui líder duma equipa comercial, liderava


uma equipa de vendas.

Como já sabes, lá vivi muitas alegrias, mas também passei por


momentos horríveis. No entanto eu considero que o balanço foi

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positivo porque foi lá que eu me apaixonei pela vertente
comportamental humana.

E as questões começavam a surgir novamente:

Porque é que se escondia tanta informação dos colaboradores?

E porque é que a maioria das pessoas que vinham à entrevista não


queriam trabalhar conosco?

Porque é que a maioria das pessoas não aceitava trabalhar à


comissão?

Porque é que haviam pessoas que tinham mais ambição que


outras?

Porque é que haviam pessoas que não queriam fechar contrato


comigo mesmo quando as condições que eu apresentava eram
melhores?

Como já sabes, passado uns meses, aquele negócio deixou de


fazer sentido para mim, até que decidi sair de lá.

E agora surgia-me outra pergunta: Porque é que eu demorei tanto


tempo para sair de lá, mesmo quando já sabia que aquele não era
o meu lugar?

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E a resposta chegou, a resposta a todas essas perguntas é
exatamente a mesma… chegou quando eu decidi dedicar-me ao
estudo do desenvolvimento humano.

E o desenvolvimento humano é um mundo sem fim, existem


várias áreas interessantes e se não tiveres uma direção, é certo
que te perdes dentro desse mundo.

Durante os últimos 2 anos eu investi alguns milhares de euros em


cursos, formações, especializações e mentorias. Li mais de 70
livros e investi em média 1h30 diária em conteúdos relacionados
com desenvolvimento humano. As horas de networking semanais
também foram muitas.

E na verdade, com tanto conhecimento e experiência de vida, as


respostas foram chegando, uma por uma, mas praticamente
todas ao mesmo tempo.

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Mas existe uma resposta universal, mais simples, mais direta e
mais curta, que responde a todas as perguntas feitas
anteriormente.

E a resposta é:

PORQUE O MEDO CONTROLA O SER HUMANO.

O medo pode motivar-te a agir, a parar ou até mesmo a regredir.


Só que o medo também é um mundo sem fim. Existem vários tipos
de medo. Então eu dediquei-me seriamente a estuda-los a fundo.

O que é que tu queres da vida? Produtividade? Um melhor


desempenho profissional? Autoconfiança? Um trabalho top?
Dinheiro no banco? Melhores relacionamentos?
Reconhecimento? Ter controlo sobre o que acontece na tua vida?
Ser aceite?

Este livro pode ser um dos melhores investimentos da tua vida,


mas também pode ser um desperdício de tempo e dinheiro. Tudo

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vai depender da forma com que vais aplicar os conceitos aqui
descritos.

Nas próximas páginas vais encontrar quais é que são os 6 medos


que te impedem de tomar decisões difíceis, e no final de cada um,
vou explicar-te como vencer cada um deles.

Dividi este livro em 6 capítulos: O medo do desconhecido, o medo


de ser ofendido e ridicularizado, o medo de não ser bom o
suficiente, o medo de perder o que já tens, o medo da rejeição e
o medo do que os outros vão pensar.

E ao longo da leitura que vais realizar, vais aperceber-te que o


medo é bem comum nos momentos em que é necessário tomar
uma decisão! E se assumires a autorresponsabilidade para pôr em
prática o que vais aprender, nem que seja apenas num deles,
conhecerás o verdadeiro significado de transformação e
progresso.

Estás pronto? Bora lá!!!!

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“SIGURA-TE ABÍLIO!”

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O MEDO DO DESCONHECIDO

Este medo é um senhor malandro como os outros todos, só que


este é mesmo chatinho.

E o maior problema deste medo é que é um medo que nos impede


de tomar decisões, o que faz com que tenhamos uma sensação de
incapacidade e inutilidade, por nos consideramos pequenos
demais perante um desafio.

Também acontece quando existe um excesso de informação e não


é colocado em prática aquilo que aprendemos. A famosa
obesidade mental.

Eu acredito que toda e qualquer informação é boa caso tenha


utilidade suficiente para ser colocada em prática no nosso dia a
dia e muita das vezes não decidimos dar um primeiro passo com
medo de errar, e de não sabermos lidar com as críticas de
terceiros.

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Eu demorei a ultrapassar este medo. Eu estava sempre à espera
de dominar um determinado tema para poder começar a falar
sobre ele, ou até mesmo para começar a executa-lo.

E até pode parecer contraditório, mas o tipo de pessoas que tem


este medo, são pessoas que até gostam bastante de criar e inovar.

O problema é que não são “fazedores”.

Vivem no mundo das ideias, e uma ideia, por mais que seja boa,
se não executada, vale 0.

E existe um desejo muito grande por trás deste medo. O desejo


de ser capaz, competente e reconhecido.

É como se procurássemos fora algo que preenchesse um vazio


interno.

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É como se houvesse uma crise de identidade e nos tornássemos
dependentes da aprovação dos outros e das respetivas
“palmadinhas nas costas”.

Do género: “ah lindo menino, fizeste tudo bem, parabéns!”

E atenção que eu adoro dar reconhecimento a quem o merece,


mas como em tudo na vida, existem limites, e tudo o que é em
excesso nunca funciona lá muito bem, para não falar de todas as
dependências emocionais que são criadas a partir disso.

Repara que quando deixamos que este medo se apodere de nós,


estudamos, estudamos, estudamos e estudamos, sempre à
procura de um domínio sobre aquele assunto.

E quanto mais aprendemos, mais consciência temos daquilo que


não sabemos e forma-se assim um ciclo vicioso.

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O William Glasser diz-nos que a melhor maneira de aprendermos
qualquer coisa, é ensinando-a a alguém. Quando ensinamos
aprendemos 90% daquilo que estamos a ensinar.

Este fenómeno acontece porque durante um processo de ensino,


quem ensina tende a criar processos e esquematizações mentais
de forma a seguir uma linha de raciocínio para que possa explicar
da melhor maneira.

E como eu já te disse, isto é muito chato. Cada vez que achamos


que um desafio é maior que o nosso preparo, surge em nós uma
tremenda incerteza e a famosa e tão conhecida ansiedade.

E o que é que é a ansiedade Miguel?

Antes de mais eu não sou médico, existem casos (acredito que não
seja o teu) onde este tipo de problema deve ser tratado com
medicação.

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Mas na maioria das vezes, é apenas um medo gourmet do
desconhecido.

É um medo que surge com a função de criar possíveis cenários de


possíveis situações que não aconteceram, (e que 90% das vezes
não acontecem) para que conscientemente possamos tomar
todas as medidas e precauções para que haja sensação de
controlo sobre essas situações.

Dentro dum contexto profissional, eu já encontrei pessoas que


estavam a sofrer bastante, mas que preferiam continuar a sofrer
com uma dor que elas já conheciam do que passar a sofrer por
uma dor desconhecida.

Inclusive até pessoas que eu já atendi. Pessoas que tinham


pequenitos traumas por resolver, e que não queriam resolve-los
porque ao menos aquela dorzinha já era conhecida.

E o problema da maioria das pessoas é que gostam de estar na


merda. Afinal de contas a merda é molinha e quentinha, não é?

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Até é um local bastante confortável, especialmente quando te
habituas e aceitas viver diariamente essa dor.

Mas sem problema, eu respeito sempre o momento de cada


pessoa.

Isto porque existem pessoas que precisam de passar por um


determinado tipo de sofrimento até que cheguem ao “momento
BASTA”.

E o que é que é o "momento BASTA" Miguel?

É o momento onde já não toleras mais ser vítima e assumes duma


vez por todas a autorresponsabilidade da tua vida para que possas
vivenciar uma transformação.

E eu vou dar-te um exemplo verídico que aconteceu comigo: Eu já


fui atleta de alta competição em karaté. Pratiquei a modalidade
durante 10 anos e representei o meu clube de coração durante 9.

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Só que chegou a uma altura, onde os meus interesses eram
diferentes dos interesses do clube.

O meu 1º clube seguia uma filosofia desportiva belíssima: “Karaté


para todos”.

E a sério que eu acredito muito nesse projeto e também acredito


que qualquer modalidade deve estar ao alcance de qualquer
pessoa.

Só que os meus objetivos eram um pouco diferentes desse tipo de


filosofia.

Eu naquela altura estava mais conectado com um ambiente de


competição, e dentro do clube que me formou como homem, eu
fazia parte da minoria, inclusive no último ano fui o único
competidor do meu escalão.

E não há volta a dar... Se queres ser um tubarão tu tens de andar


com verdadeiros tubarões.

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Eu tinha como objetivo representar a seleção nacional, então a
única forma de concretiza-lo era inserir-me naquele meio.

Só que eu nunca decidi sair do clube porque aquilo era a minha


zona de conforto, a minha casa.

O meu Mestre é uma das maiores referências que tenho até hoje
e eu não queria por nada perder o contacto com ele.

O meu grande amigo e treinador também era uma pessoa do qual


eu não queria abrir mão, por ter acreditado em mim e no meu
potencial.

Além disso tinha lá também o meu núcleo de amigos, amigos que


ainda hoje são verdadeiros irmãos, porque a ligação que é
desenvolvida entre parceiros de treino é sensacional.

É uma conexão muito forte porque durante anos lutamos todos


pelo mesmo, havia um objetivo comum e defendíamos o mesmo
emblema.

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Juntos vencemos, juntos perdemos e juntos crescemos.

É algo que não se explica, é uma conexão mais forte do que aquela
que criamos com os nossos coleguinhas de escola.

E eu no meu 7º ano de clube já queria sair, mas hesitei porque


tinha lá os meus amigos, mestre e treinador, tinha potencial para
ser a máquina do grupo então estava bem tranquilo e
conformado.

Arrastei-me durante 2 anos, até porque eu acreditava que durante


aqueles 2 anos muita coisa podia mudar, e adivinhem o que é que
aconteceu?

Não atingi os meus objetivos e estava a passar por um grande


momento de rotura na minha vida.

No meu clube, 1 amigo foi viver para Inglaterra, uma amiga mudou
de clube e mais tarde foi viver a República Checa, outra desistiu
para se dedicar aos estudos durante a reta final do 12º ano, os

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outros 2 entraram para a faculdade e desistiram da modalidade, e
eu fiquei sozinho.

Estava a passar talvez pelo maior momento de rotura da minha


vida, por ter sido a primeira rotura grande.

Perdi os meus companheiros de treino, parti um dedo, sofri uma


rotura no quadríceps esquerdo e uma descolagem dos músculos
isquiotibiais (e estas lesões custaram-me alguns milhares de euros
em fisioterapia), falhei 1 ano de competições (por lesão), falhei o
exame para 1ºkyu (por lesão), chumbei no exame de matemática
no 12º ano, a minha relação com os meus pais era uma merda e
na altura sentia ódio deles, apareceram-me duas doenças
psicossomáticas, o meu telemóvel partiu-se 4x e perdi várias
informações importantes nele contidas, e como se não bastasse
ainda desenvolvi 4x compulsão alimentar.

As únicas diversões que tinha eram jogar FIFA a tarde toda e


apanhar bebedeiras aos fins de semana. Quem bebe para ficar
bêbado, fuma droga para ficar pedrado, ou procura dia e noite
parceiros diferentes para ter relações sexuais (compulsivamente)

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só o faz porque existe um vazio interno que precisa de ser
preenchido. Estes vícios são uma fuga emocional.

A maioria das pessoas que vive nessa bolha discorda, porque não
aceitam o momento pelo qual estão a passar. Há vários estudos
que provam o que acabei de dizer, e nem precisas de tirar um MBA
em medicina, basta pesquisares 10 minutos no google.

Ainda bem que nenhum estado é permanente, nem os bons nem


os maus. E acabei por superar essa fase.

Então foi aí que eu cheguei ao "momento BASTA".

Como se costuma dizer, no fundo do posso há um trampolim…

Quando me recuperei da segunda lesão, decidi ter uma conversa


com o meu treinador e explicar-lhe o que se estava a passar
comigo.

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E depois de muita conversa, informei-lhe que ia deixar o clube.

Puta que pariu, nunca me senti tão mal nem quando tive
desgostos amorosos durante a adolescência.

Só me apetecia chorar durante aquela conversa.

Quando acabei de falar com o meu treinador, não deu nem 5


minutos e fui logo falar com o meu Mestre e aí sim eu falei com as
lágrimas nos olhos.

E esse foi um dos momentos mais importantes da minha vida.

Eu estava a expor a minha situação ao Mestre e ele


assertivamente, sabiamente e calmamente, olhou-me nos olhos e
disse-me:

“Miguel, tu tens de decidir… Eu sei que existem momentos


difíceis, mas a melhor escolha é sempre aquela que fazemos!

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Claro que eu quero que tu fiques connosco, mas mais do que isso
eu quero que tu sejas feliz! E seja qual for a tua decisão eu vou
apoiar-te, mas decide e assume os riscos.”

Até hoje me emociono quando me lembro daquelas palavras que


guardo até hoje.

Dei-lhe um abraço forte, segurei o choro e agradeci por ter feito


de mim um homem!

Vim a chorar sozinho pelo caminho como uma criança.

Mas foi exatamente nesse dia que eu quebrei a minha maior


barreira de medo.

Foi nesse dia que eu tomei a decisão de sair da minha zona de


conforto.

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Senti que tinha largado um peso enorme, senti-me livre e
satisfeito por ter vencido esse medo de arriscar, o medo do
desconhecido, o medo de começar algo novo.

E passado poucos dias, já estava a treinar num dos maiores clubes


de Portugal, junto dos grandes tubarões.

Alguns meses depois, o facto de ter quebrado essa barreira,


permitiu-me ter muito sucesso dentro do mundo dos negócios,
onde consegui bater records de vendas diárias, semanais e
mensais, dentro das campanhas que representei.

Tudo isso porque naquele dia me enchi de coragem e escolhi


enfrentar o medo do desconhecido e mudar de clube.

SOLUÇÃO

A solução é muito prática...

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Basicamente é a solução apresentada pelo meu mestre:

“Miguel, tu tens de decidir… Eu sei que existem momentos


difíceis, mas a melhor escolha é sempre aquela que fazemos! “(…)

“Eu quero que tu sejas feliz! E seja qual for a tua decisão eu vou
apoiar-te, mas decide e assume os riscos.”

A 1ª sugestão é: Escolhe um dia só para ti, arranja-te, veste a tua


melhor roupa, arranja o teu cabelo, usa o teu melhor perfume, a
tua melhor barba se fores homem, a tua melhor make up se fores
mulher.

Agora vai a esse restaurante de alto nível e escolhe um prato que


nunca provaste sem olhar para o preço. (recomendo que te
prepares antecipadamente para essa noite).

E agora desfruta do ambiente, aproveita a qualidade do


atendimento e a forma como a comida é apresentada.

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E agora tu deves estar a pensar:

- Mas o que é que um jantar caro tem haver com o meu medo?

Tem tudo haver, quando decides expor-te a um risco, mesmo que


seja num restaurante com um prato desconhecido, é enviada uma
mensagem para o teu inconsciente que tu não tens medo de te
expor ao risco.

E também assumes perante ele que tens a capacidade de lidar


com essa incerteza, o que te permite modelar essa habilidade para
as outras áreas da tua vida que consideras mais importantes.

A 2ª sugestão é uma ferramenta bastante prática para te ajudar a


decidir arriscar.

Faz uma tabela de 2 colunas e numa delas escreves o que é que


de pior pode acontecer se tomares essa decisão.

Escreve mesmo o pior dos cenários.

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Agora reflete por quantas situações piores na tua vida é que já
passaste e quantas vezes é que deste a volta por cima?

Eu sei que já existiram várias situações de grande desafio e mesmo


assim tu conseguiste ultrapassa-las.

E hoje até falas delas com um sorriso no rosto, porque elas têm
um significado gigante para ti, porque existiu e existe um grande
sentimento de superação.

Na outra coluna podes colocar o que é que de melhor pode


acontecer caso tomes essa decisão.

O quão melhor podes ser beneficiado por ela? Fecha os olhos e


imagina o que é que te dizem quando já tiveres tomado essa
decisão. O que é que sentes? O que é que vês? O que é que te
perguntas a ti mesmo?

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E vive com riqueza de detalhes essa mesma situação. Acredito que
agora vai ser mais fácil e já estás mais capacitado para poder
tomá-la.

E se te fizer sentir melhor, depois de teres tomado essa decisão,


podes relatar-me o que aconteceu no direct do meu Instagram
@miguelktorres

Faço questão de acompanhar o teu processo.

Espero por ti no próximo capítulo.

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42
O MEDO DE SER OFENDIDO E
RIDICULARIZADO

Este medo é um medo bem comum dentro da nossa sociedade.

Se pararmos para analisar, a nossa espécie desde os primórdios


da humanidade que procura estar incluída num grupo.

Ninguém gosta de se sentir excluído e por isso é que as pessoas


têm medo de ser ofendidas.

Esse medo vai fazer com que te comportes de uma forma


politicamente correta só para que ninguém tenha nada a apontar.

Isso torna-te uma pessoa morna, sem autenticidade o que faz com
que sejas só mais um igual aos outros.

E há ciências como a antropologia que te vão explicar isso melhor


do que eu.

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Mas vá, agora eu falei disso vou dar-te uma breve explicação.

Nos primórdios da humanidade qualquer ser humano procurava


pertencer à sua tribo para garantir a sua sobrevivência.

Estar numa tribo tinha vários benefícios, desde segurança física,


haviam caçadores que eram responsáveis por caçar e trazer
alimentos, havia uma possibilidade de procriar… tudo aquilo que
o Maslow considera estar no primeiro degrau da sua famosa
pirâmide, as necessidades fisiológicas.

Hoje em dia continua tudo igual, a única coisa que muda é o


contexto.

Já aconteceu comigo e eu tenho a certeza que contigo também,


teres uma visão diferenciada, uma perspetiva diferente do
mundo, uma ambição que vai contra os padrões pré-estabelecidos
pela sociedade, mas que te vai fazer feliz e realizado.

44
E quando foste expô-la, foste completamente ridicularizado e
apedrejado.

Inconscientemente e em poucos segundos, foi criada uma relação


de causa efeito pela tua mente inconsciente.

Uma relação de causa efeito acompanhada por uma


generalização. E generalizações como:

"Todos os políticos são corruptos!"

"Os homens não prestam!"

"Nenhum rico é honesto!"

"Hoje em dia ninguém é de confiança!"

"Só os cursos da faculdade é que são bons"

"Ninguém da nada a ninguém!"

Podem fazer com limites a tua capacidade de vivenciar novas


experiências.

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E isso limita o teu acesso a um mundo de infinitas possibilidades.

SOLUÇÃO

Dentro da psicologia positiva, existe uma regra chamada: Regra


sem exceção, e tal como o nome indica, é uma regra mesmo sem
exceção.

Ela diz-nos que, quando uma pessoa nos faz uma ofensa ou tem
um comentário agressivo existem duas hipóteses.

Hipótese 1: Se esse insulto ou ofensa for congruente com o meu


comportamento, convém tomares atenção ao conteúdo da
mensagem passada, como um feedback.

Mesmo que a outra pessoa tenha sido grosseira e mal-educada.


Ela está a dar-te uma consultoria grátis do que não fazer.

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É como se eu te desse 1 milhão de euros e dissesse: “Toma lá 1M€,
seu filho da put* arrombado, agora enfia-os no c*”.

À primeira vista eu fui um burgesso mal-educado, mas eu acredito


que ainda assim ficasses contente não pela forma com que
entreguei, mas sim PELO QUE EU ENTREGUEI.

Nos feedbacks a ideia é a mesma

Agora que já entendeste a hipótese 1 vamos à hipótese 2…

Hipótese 2: Existe um pressuposto na PNL que é: Perceção é


projeção.

Mas Miguel, o que é que isto significa?

Bom, imagina que tu estás numa estrada e ao parar o carro quase


que atropelas uma velhinha. E que o filho dela te diz: “O meu
granda parvalhão, quase que atropelaste a minha avó, tens que

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ter mais atenção seu cabeça no ar.”

Bem, apesar da mensagem ter sido passada forma grosseira, a


essência da mensagem em si é alertar-me que naquela situação e
naquele contexto eu estava distraído.

Agora se ela me diz: “Seu cão do caralh*, paneleir* de m*rda, ias


matando a minha avó, aposto que lá em casa és uma vergonha e
no teu trabalho ninguém gosta de ti porque és um incompetente
que não serve para nada, gay, filho da put**”

Pronto, isto é uma crítica extremamente grosseira, e


completamente incongruente com o tipo de comportamento que
tive, porque estar desatento na estrada nada tem haver com
orientação sexual ou com o desempenho a nível profissional (a
menos que sejas motorista).

E quando uma ofensa é desproporcional a um tipo de


comportamento, a psicologia positiva diz-nos que ou aquela
pessoa está constantemente a ouvir esse tipo de comentários por

48
parte de alguém com uma hierarquia superior à dela (chefe,
patrão, pai, um marido autoritário etc), ou então é algo que ela
tem muito medo que lhe digam por conta duma falta de auto-
conhecimento e por uma insegurança sobre si mesma.

Porque a comunicação vai muito além da oratória, é a


manifestação externa daquilo que paira dentro do nosso mundo
interno.

Agora que já entendes esta regra sem exceção, vais poder ter mais
consciência neste tipo de contextos e compreender o porque
duma pessoa reagir de forma padronizada neste tipo de
contextos.

Alem disso, outra recomendação que te posso dar é a seguinte:

Procura estar rodeado de pessoas que pensem da mesma maneira


que tu. Ainda assim, se as pessoas que te ridicularizam são
pessoas próximas e não te podes afastar delas, entende que o que
está a ser ridicularizado não és tu e sim o teu comportamento.

49
É muito comum as pessoas as pessoas confundirem o
comportamento com a identidade.

Se aquela pessoa te manda abaixo, a intenção dela é reprovar o


teu comportamento.

Não confundas mentoria com amor.

A maioria das pessoas que te amam vão querer proteger-te com a


perceção de mundo delas, com os filtros que elas criaram através
daquilo que elas viveram ou através daquilo que alguém próximo
a elas viveu.

Opinião toda a gente te dá, agora concelhos só te dá quem chegou


lá. Procura conselhos...

Espero que isto te tenha ajudado, encontramo-nos no próximo


capítulo!

50
51
MEDO DE NÃO SER BOM O
SUFICIENTE

Este foi um medo que eu demorei para ultrapassa-lo. Eu sei que


também já aconteceu contigo, carregares aquele peso, aquela
cobrança excessiva criada por ti.

E aqui entra um traço de personalidade que de me deu “bastante


luta” para que pudesse ser ultrapassado, o traço de personalidade
do perfeccionismo.

É inclusive um dos temas que eu mais trabalho com os meus


Coachees durante as sessões de coaching que realizo online. (Um
Coachee é cliente de um Coach)

Como já sabes, a minha missão é libertar todas aquelas pessoas


que não se encaixam nos padrões predefinidos pela sociedade.
Todos estes anos, governos, religiões, éticas e bons costumes
condicionaram-nos a ser uma versão controlada pelo medo e pela
vergonha. Esta sociedade foi criada para organizar-nos o que faz
com que a nossa individualidade seja bastante prejudicada.

52
E é através do meu acompanhamento individual que eu ajudo
todas aquelas pessoas que não se encaixam nos rótulos sociais, a
desbloquearem os seus bloqueios mentais, para que possam viver
um processo evolutivo, de modo a que sejam livres de todas as
aprovações sociais, sem terem que sofrer durante o processo de
transformação!

É muito comum abordarmos o perfeccionismo, como um


sabotador comum. Por vezes abordo um estudo milenar
comprovado onde foi descoberto que o ser humano possui por
padrão, determinados tipos de personalidade, quais os pontos
fortes de cada uma delas, pontos fracos e como supera-los.

Tudo isto para te dizer que o medo de não ser bom o suficiente é
mesmo um medo bastante comum, e que pouquíssimas pessoas
vão ter um gabarito técnico para te poder ajudar com ele. E por
isso eu vou disponibilizar aqui gratuitamente algo que eu só faço
através do meu acompanhamento individual. Por isso presta bem
atenção agora.

As nossas verdades, que são as convicções pelas quais nos


guiamos, são captadas pelos nossos 5 sentidos (visão, audição,
olfato, paladar e tato) entre os nossos 0 e 7 anos. Sim eu escrevi 0
porque nós começamos a captar informação desde o momento da
nossa conceção. Não vou entrar aqui agora em pormenores, mas
posso afirmar-te que existem casos de desentendimentos

53
familiares (mãe e filho, pai e filho, avó e neto etc) que foram
criados durante o momento da gravidez. Eu conheço um caso em
que uma mulher que estava grávida descobriu que o seu
companheiro andava a traí-la, e passou por um momento de
grande sofrimento e desgosto. Adivinha como é que hoje é a
relação entre o filho já quase adulto e o pai? Pois é. Os bebés ainda
que estejam no embrião, têm uma acuidade sensorial
simplesmente extraordinária. E através de regressões hipnóticas
feitas por hipnoterapeutas nós conseguimos aceder a essas
mesmas informações que estão guardadas nosso inconsciente.

Imagina agora uma criança que durante a sua infância toda só


ouvia do pai: “vai estudar, tu és um burro, só falas merda!” ou
“sua criança inútil só me dás é trabalho!” ou até mesmo “este
miúdo é uma melga do caralh*, não me dá um minuto descanso e
ainda por cima é preguiçoso”

Esta criança um dia mais tarde vai se tornar adulto, um adulto que
cresceu e que construiu uma identidade sobre um monte de
porcaria que ouviu quando era criança, e toda a vez que abrir a
boca ou decidir agir, vai faze-lo para agradar aquele pai que

54
carrega dentro de si, vai duvidar das suas capacidades porque tem
dentro dele um pai que duvidava de si, vai ter medo de expor as
suas opiniões porque o pai dizia que ele só falava merda cada vez
que ele decidia falar, vai ter problemas de autoestima porque
carrega consigo um peso que não é seu.

E um dia mais tarde vai ter uma ideia genial, uma ideia que poderia
impactar uma multidão, mas ele vai protelar e procrastinar tomar
a iniciativa, porque quer fazer tudo perfeitinho para agradar o “pai
que mora dentro de si” isto porque ainda não ultrapassou aquele
trauma.

E vou falar-te uma coisa muito séria, as pessoas com o traço de


personalidade perfeccionista, são as que têm a autoestima mais
em baixo, porque o perfeccionismo não passa disso, dum medo
gourmet, dum medo de não agradar o outro, dum medo de não
ser bom o suficiente, uma insegurança sobre si e por isso é que
surge o medo de não ser bom o suficiente porque o pressuposto
escondido por trás dele é a falha. E por isso é que este tipo de
pessoas (incluindo eu no passado) quer um momento perfeito
para fazer tudo, para que tudo corra bem e não hajam críticas.

55
SOLUÇÃO

A solução é muito curta: abraçar a falha!

E abraçar a falha implica aceita-la e reconhece-la, porque a partir


do momento em que reconhecemos uma falha podemos ir à
procura duma forma de poder transforma-la num desafio
superado.

Se continuares a acreditar que a responsabilidade sobre o rumo


da tua vida vive fora de ti, está tudo bem, podemos continuar
amigos à mesma, a certeza que eu te dou é que vais ser mais infeliz
e não vais conseguir passar por essa transformação.

Por isso a sugestão que eu dou é: não esperar pelo momento


perfeito para começar a agir, porque a perfeição não existe. Nesta
existência ninguém é perfeito, quanto muito, existem pessoas
completas. Ainda assim, ser completo é muito diferente de ser
perfeito.

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Vai com aquilo que já tens hoje, faz o melhor que podes com as
condições que tens agora, enquanto não tens condições para
fazer melhor ainda. E no futuro, não te culpes pelo que fizeste
hoje, não havia como lidar hoje com a cabeça que vais ter daqui a
5 anos.

Convido-te a refletir que existem pessoas com muito menos


condições que tu, e que já estão a fazer muito mais, e isso para
mim é o verdadeiro significado de felicidade…

Ter um desejo ardente e ser feliz durante um processo evolutivo,


acreditar em si e fazer o máximo com o mínimo que se tem, ser
feliz por estar no rumo certo, mesmo sabendo que o destino é
longe e assumir que dar pequenos passos é melhor do que estar
parado. E quanto a lidar com o medo da falha, e ao real medo que
está por trás disso, vou explicar melhor no medo número 5. Mas
presta atenção ao 4 para que o 5 possa ser melhor entendido.

o por ti no próximo capítulo.

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58
MEDO DE PERDER O QUE JÁ TENS

Em grande parte de nós humanos, o medo de perder é superior à


vontade de ganhar.

Isso até tem haver com algumas programações mentais que nós
temos, o que nós em PNL chamamos de “meta programas”, para
quem não sabe eu tenho formações internacionais em coaching e
em PNL.

Basicamente existem pessoas que se motivam pela possibilidade


de ganhar algo, mas a maioria motiva-se pelo medo de perder.

Até existem estudos que provam que existe uma maior


probabilidade de sucesso numa dieta de perda de peso quando
uma pessoa de 80kg reformula o seu objetivo: “quero perder
10kg” por “quero pesar 70kg”. Ninguém quer perder nada, nem
peso!

59
Parece meio parvo e sem sentido, mas as palavras têm mesmo
impacto nas representações mentais que ocorrem dentro do
nosso cérebro.

E se formos analisar a situação, até faz sentido. Quanto mais nós


investimos em algo, mais difícil para nós fica de “deitar tudo a
perder”, é tal e qual como acontece no poker.

Quanto mais um jogador aposta, mais difícil para ele fica de sair
da jogada.

E entente que é muito provável que o problema esteja nesta


simples expressão: “deitar tudo a perder!”

Até porque isto não passa duma mera perceção! Quando eu digo
que “estou a deitar tudo a perder” estou a focar-me naquilo que
eu posso realmente perder, e não no mundo de novas
possibilidades.

E a nossa energia flui para onde a nossa atenção se volta…

60
Porque é que quando tu queres comprar uns ténis parece que
toda a gente já tem aqueles ténis? Ou quando sai um IPhone novo
parece que toda a gente tem aquele IPhone?

Porque o teu inconsciente abre esse mesmo filtro para prestar


atenção àquele par de ténis ou àquele iPhone.

É como se a nossa mente inconsciente tivesse um radar e por cada


vez que estivéssemos perante uns ténis desses ou um iPhone,
aquilo desse sinal.

E na verdade é isso que acontece. O nosso inconsciente abre esses


filtros e isso não significa que vamos encontrar mais IPhones
novos, simplesmente vamos ter uma sensibilidade maior para nos
apercebermos deles.

Vamos fazer um teste:

Olha para o local onde estás e conta quantos objetos azuis


consegues observar nos próximos 10 segundos.

61
Boa, quantas viste? Podes escrever num papel.

Agora sem voltar a olhar...

Quantos objetos vermelhos viste?

Escreve num papel sem olhar.

E tu deves estar a pensar agora: wtf nem percebi quantos objetos


vermelhos estão aqui.

Isso porque o teu filtro aberto era de objetos azuis.

E quando dizes que deitas tudo a perder, estás a focar-te


unicamente naquilo que podes perder e descartas
completamente o mundo de novas possibilidades que essa
decisão te pode permitir vivenciar.

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Então se tu queres fazer uma grande virada de chave na tua vida,
se queres passar por uma transformação, por uma mudança que
tu acreditas que mereces… pergunta-te a ti mesmo e escreve num
papel o que é que de pior poderia acontecer? E pergunta-te
também o que é que de melhor poderia acontecer? E responde a
essas 2 perguntas num papel.

SOLUÇÃO

Para venceres este medo, recomendo que faças uma tabela de


ganhos e perdas.

Numa coluna escreve “ganhos” e noutra “perdas”. No espaço dos


“ganhos” anota quais são as novas possibilidades que ganhas ao
tomar essa decisão.

Anota TODOS os benefícios que essa decisão pode trazer-te. No


outro lado escreve aquilo que perdes.

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Existe uma espécie de águia que vive até aos 70 anos. Mas para
que isso aconteça, ela tem de tomar uma decisão. E à primeira
vista é uma decisão complicada.

Aos seus 40 anos a águia está com as unhas compridas e flexíveis,


o seu bico alongado e pontiagudo começa a ficar curvo, e assim
fica muito difícil para ela caçar as suas presas e alimentar-se.

Para dificultar ainda mais, as suas penas estão mais grossas e


envelhecidas e torna-se muito difícil voar.

Então ela só tem 2 hipóteses: morrer ou enfrentar um processo


de renovação durante 150 dias.

Esse processo consiste em voar para o alto de uma montanha e


recolher-se num ninho próximo a um paredão para que ela possa
começar a bater com o bico contra a parede até conseguir
arranca-lo para que depois, quando nasce um novo bico, ela possa
arrancar as suas velhas unhas e quando estas crescem, começa a
arrancar as suas velhas penas.

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Após estes 5 meses, ela sai para o famoso voo de renovação para
viver MAIS 30 ANOS.

E tal como na vida animal, muitas vezes temos de sacrificar algo


que temos, começar um processo de transformação, para que
possamos ter um novo voo de vitória.

Todas as escolhas carregam a sua contraparte, e decidir qual é a


parte ou a contraparte que queres escolher, é algo que está ao teu
alcance e depende apenas de ti assumir essa responsabilidade.

Equipas que jogam para não perder, não ganham campeonatos.

E muito sinceramente, que tipo de equipa queres ser?

Tira uns 5 minutinhos para refletir e…

Voltamos a falar no próximo capítulo.

65
66
MEDO DA REJEIÇÃO

Chegamos então ao famoso medo da rejeição. Neste medo eu


também vou partilhar contigo um episódio real que aconteceu
comigo.

Eu desde muito novo sempre fui uma pessoa muito tímida e muito
envergonhada. Hoje as pessoas olham para a minha comunicação
e não acreditam que eu tinha vergonha de perguntar a uma
empregada dum supermercado onde é que estava o arroz, caso
não o encontrasse.

E para te ser sincero não sei quando nem como é que criei este
medo, só sei que o resolvi e estou muito feliz por poder ajudar-te
a resolve-lo também!

Tal como já foi falado anteriormente, desde os primórdios da


humanidade que o ser humano sente a necessidade de estar
incluído dentro dum grupo.

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Porque um grupo é formado por membros e cada membro tem
habilidades distintas o que permite que o grupo seja mais forte
como um todo do que uma individualidade.

Até já expliquei o que é que se passava nas tribos dos nossos


antepassados, onde estar incluído numa, significava ter proteção,
alimentos, uma parceira para procriar, um local para dormir etc.

E hoje em dia a realidade ainda é bastante semelhante.

Ninguém gosta de receber um não inclusive eu também não


gastava de recebe-los. Até que comecei a estudar mais a fundo o
porque de ninguém gostar da rejeição.

Eu já investi uma tonelada de horas e alguns milhares de euros em


formações, cursos, especializações, mentorias, masterminds
relacionados o desenvolvimento humano e eu confesso que sou
um apaixonado pela vertente comportamental.

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Felizmente consegui descobrir que a rejeição é uma questão de
perspetiva. A partir do momento em que me associo ao não, a
probabilidade de lidar mal com ele é gigante.

E o que é que significa associar-me Miguel?

Bem “associar-me ao não” é entrar na pele da pessoa que está a


receber o não, que neste caso sou eu. (ficou confuso, não é?)

Então eu vou explicar-te melhor….

Cada vez que alguém te rejeita, na verdade, a única coisa que ela
está a rejeitar é o momento ou a oportunidade por ti apresentada.
Ou seja, ela não me está a rejeitar a ti, está a rejeitar o momento
ou a oportunidade.

E existem determinados locais onde as pessoas são treinadas para


dizer que não.

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Agora já sabes que trabalhei numa empresa comercial onde fui
líder duma equipa que fazia vendas porta a porta, abordagens em
eventos de rua ou eventos dentro de centros comerciais.

E não sei se já alguma vez tiveste esse trabalho chato de abordar


pessoas à saída de estações de metro ou de comboio para vender
um produto ou um serviço que tu não acreditas.

Bem eu já e até gostei da experiência e até fui muito bem-


sucedido.

Um belo dia, estava a dar formação em campo a um colaborador


da empresa que fazia parte da minha equipa. E ele estava muito
em baixo porque estava farto de receber nãos.

E eu até o compreendia porque em eventos de rua tens de


abordar 20 pessoas para 1 parar, e a cada umas 15 que param,
uma apenas fecha contrato.

70
Ou seja, para fazer 1 venda vais ter de abordar 300 pessoas e
receber 299 nãos.

E isto para quem não está habituado e não vê uma grande


oportunidade de crescimento dentro da empresa, exige uma
resiliência monstruosa.

Foi aí que eu decidi mostrar-lhe na prática que as pessoas não


estavam a dizer-lhe não a ele e sim à situação.

Saquei uma nota de 10 euros do bolso e cada vez que uma pessoa
passava eu dizia: Boa tarde quer 10 euros? E estendia-lhe a nota.
As pessoas nem sequer paravam, apenas diziam: “não, obrigado.”

É surreal, mas nós somos mesmo treinados para dizer não em


determinadas situações, porque quando eramos pequeninos
ouvimos os nossos pais ou avós a dizer:

“ninguém dá nada a ninguém.”

“não se aceita coisas de estranhos”

71
“não se fala com desconhecidos”

E ainda bem que existem pessoas como tu que não aceitam estas
3 frases como verdade, porque se não, eu não te tinha
disponibilizado este e-book gratuitamente e tu não o tinhas
adquirido!

Bem eu agora já sabia lidar com nãos de pessoas desconhecidas.

Para mim era-me completamente indiferente porque eu nunca


mais ia ver aquela pessoa na vida. Era algo até relativamente fácil.

O meu verdadeiro desafio surgiu quando o meu grande amigo e


mentor Diego Gil me desafiou pela primeira vez a fazer um story
em vídeo a relatar a minha transformação e partilha-la com o
mundo.

Acagacei-me todo. Fiquei a protelar e a arranjar uma justificação


racional para justificar uma não ação provocada por uma fraqueza
emocional.

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Também te digo, na altura foi a melhor coisa que fiz, aquele não
era o meu momento… Eu não ia estar a expor-me nas redes sociais
só porque sim, ainda mal sabia o que é que queria fazer da vida e
a realidade é que não tinha desenvolvido ainda competências
habilidades para poder lidar com críticas de pessoas próximas.

Possivelmente tinha medo de ser rejeitado pelo meu grupo de


amigos mais próximo. Enfim na altura não era o momento e só o
vim a fazer mais tarde quando já tinha mais certezas.

Hoje admito que fui fraco, aliás um dos meus primeiros storys foi
um vídeo meu a assumir a minha mediocridade por não estar a
dar ao mundo aquilo que ele me deu a mim.

E se tu não tens certezas daquilo que queres fazer da tua vida, se


ainda não descobriste qual é que é o teu propósito ou a tua grande
missão nesta existência, acredita que é super normal.

73
Quase que afirmo que mais de 95% da população mundial não
sabe qual é o seu propósito. E eu sei que para descobri-lo é um
processo profundo que pode levar algum tempo.

É um tema que costumo trabalhar com os meus Coachees e


alunos, e orgulho-me bastante disso, porque poucos profissionais
fazem esse trabalho de forma eficiente.

E se me perguntares: Miguel, descobrir o propósito é obrigatório


para ser feliz?

Eu respeito muito o livre arbítrio de cada um, e digo-te que


obrigatório não é, ninguém te vai apontar uma pistola à cabeça e
dizer: DESCOBRE IMEDIATAMENTE O TEU PROPOSITO OU LEVAS
UM BALÁSIO! Ahahahah

Mas que te ajuda a dar um rumo, uma direção à tua vida, a ter a
sensação de estar pleno e realizado, e a ter uma passagem
grandiosa por este pedaço de rocha que gira em torno dum sol,
bem, lá isso ajuda, e ajuda imenso.

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Continuando a questão da rejeição, foi assim que eu venci esse
medo.

Primeiro permiti-me perder o medo da rejeição de pessoas


desconhecidas, e depois desafiei-me a lidar com rejeição das
pessoas conhecidas, e até agora está tudo a correr muito bem.

Sou uma pessoa muito mais completa, livre, honesta, integra,


autêntica e feliz!

SOLUÇÃO

Agora eu vou passar-te uma técnica muito poderosa e eficaz.

Presta bem atenção porque eu só costumo passa-la aos meus


Coachees e alunos.

Se te expuseres a algo muito desafiador logo de caras,


possivelmente vais ficar com tanto medo que a experiência vai ser

75
horrível, o que vai reforçar ainda mais a crença que faz com que
tenhas esse medo.

Mas Miguel, o que são crenças?

Crenças são convicções, são verdades absolutas para nós, e estas


podem limitar-nos ou potenciar-nos. “Ganhar dinheiro é difícil” é
uma crença limitadora, e “eu acredito que ganhar dinheiro é fácil
para mim” é uma crença potenciadora. Existem mais tipos de
crenças, mas agora não é oportuno estar a falar sobre isso.

Vou dar-te um exemplo:

O Joãozinho tem medo de falar em público.

Então a crença limitadora dele é “eu tenho medo de falar em


público”.

Se o Joãozinho for para um palco com 5000 pessoas para


palestrar, ele vai borrar-se todo de medo, vai fugir do palco e vai

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reforçar a sua crença limitadora porque vai ter um argumento que
a valide.

Do tipo: “eu fui a uma palestrar e não consegui, e por isso não
consigo falar em público”.

A técnica que eu te vou ensinar chama-se exposição gradativa.

A exposição gradativa passa por criar uma escada de desafios, com


uma hierarquia. Os primeiros desafios são fáceis e o grau de
dificuldade vai aumentando à medida que os ultrapassares.

Imagina que o Joãozinho foi assaltado dentro dum banco, este é


um exemplo de uma exposição gradativa:

Passar pela rua do banco (10% de ansiedade).

Estar parado em frente ao banco (15% de ansiedade).

Estar com pessoas que foram assaltadas junto dele (40% de


ansiedade).

Falar sobre o assalto com outras pessoas (40% de ansiedade).

77
Passar por perto de pessoas que lembrem fisicamente os
assaltantes (65% de ansiedade).

Usar caixas eletrônicas (80% de ansiedade).

Entrar no banco acompanhado (85% de ansiedade).

Entrar no banco sozinho (90% de ansiedade).

Agora que já sabes o que é uma exposição gradativa, qual é o


primeiro passo confortável que vais dar para enfrentar esse medo
da rejeição? E qual será o segundo? E o terceiro?

Quando tiveres essa escada construída, é só definir uma data e


uma hora para começar.

E como diz o outro: “ala que é Cardozo!”

AHAHAHAHAHAAHAH

Espero que isto te tenha ajudado, encontramo-nos no próximo


capítulo! Até já!

78
79
MEDO DO QUE OS OUTROS VÃO
PENSAR

Este na minha opinião é o medo que mais assombra o ser humano.

E é um medo que aparentemente é difícil de lidar porque nós não


conseguimos alterar a perceção do outro.

E mais, o outro é um ser humano livre para pensar aquilo que


quiser. Mesmo que esse tipo de pensamento vá contra aquilo que
são os nossos ideais.

Não sei se já ouviste a história do leopardo que comia laranjas?


Bem, há algum tempo atrás existia um leopardo que descobriu
que a laranja também poderia ser uma excelente fonte de
alimento e nutrientes. Só que os leopardos por norma só comem
carne. Então ele tinha muito medo de expor perante a sua tribo
ou sei lá como é que se chama uma comunidade de leopardos,
porque uma vez quando era pequenino, deu a sua opinião, uma
opinião que ia contra os padrões daquela comunidade de

80
leopardos e foi completamente bombardeado com críticas, foi
ridicularizado e deixado de lado. Ainda assim, durante a sua vida
toda comeu laranjas às escondidas e nunca contou a ninguém com
medo de ser criticado ou com medo do que os outros leopardos
pudessem pensar. Continuou a faze-lo secretamente porque tinha
consciência de quais é que eram os benefícios daquele alimento.

A certa altura, durante uma época de crise, vários leopardos


daquela tribo, incluindo o seu pai, apanharam gripe dos
leopardos. E a única forma de combate-la era ingerir alimentos
com vitamina C. Só que a carne não tinha vitamina C. E um dia
estava o leopardo a comer as suas laranjas escondido, e encontrou
uma borboleta, uma borboleta linda, uma borboleta com as asas
coloridas e que transmitem aquela sensação de libertação,
transformação e mudança. Essa borboleta explicou-lhe como é
que se tinha transformado numa borboleta, pois há uma semanas
atrás era uma lagarta.

O leopardo ouviu com atenção e percebeu que não valia mais


apena continuar a agir em função daquele trauma que tinha tido
durante criança. E foi aí que ele decidiu assumir a sua grandeza, a

81
sua responsabilidade. Então o leopardo que comia laranjas,
aquele leopardo que já tinha a solução para aquele problema
decidiu finalmente expor-se e ser a voz duma mensagem, pois ele
era o único que não tinha apanhado aquela gripe. E a única
diferença entre um génio e um maluco é que o génio tem
resultados.

Então ele explicou publicamente os benefícios da laranja e como


é que ela permitiria reforçar a imunidade dos leopardos. Ao início
a maioria estava reticente, mas como o desespero era tanto,
houveram alguns leopardos que decidiram vivenciar aquela
experiência. Vivenciar algo novo. E os resultados foram
fantásticos, esse grupo de corajosos conseguiu curar-se.

E pelo efeito manada, os outros tomaram a mesma decisão e


conseguiram finalmente reforçar a sua imunidade e viver uma
vida com mais saúde.

E o leopardo conseguiu salvar o seu pai, conseguiu tira-lo das


portas da morte. Salvou o seu pai, mas mais importante que isso,
salvou uma nação.

82
Imagina o quão trágica poderia ter terminado esta história,
quantas mortes poderiam ter existido, e imagina o peso da culpa
de alguém ter a solução para algo, não a partilhar e como
consequência colaborar com uma tragédia?

O quão egoísta teria sido o leopardo ao esconder uma mensagem


simplesmente pelo seu próprio ego. O quão ele poderia ter
prejudicado um todo em prol da sua falsa sensação de
estabilidade?

Se é para ser como um leopardo, que se seja como um leopardo


herói, um leopardo que se superou em prol dum bem maior.

E este medo, aos meus olhos é o medo que mais aprisiona as


pessoas, e ao contrário do que quase toda a gente pensa, é o
medo mais simples de ser encarado e ultrapassado!

O famoso medo do que os outros vão pensar. É um medo que é


bastante simples de resolver, mas confesso que não é fácil.

83
Eu próprio demorei 9 meses para me expor nas redes sociais e ser
a voz duma mensagem. Eu estava a limitar a minha capacidade
de gerar uma transformação no mundo, simplesmente por não
saber lidar com aquelas críticas de “amigos”, família e todo o tipo
de pessoas a quem eu atribuía uma carga emocional.

Pessoas que gostariam de “meter a cara” num vídeo e serem


autênticas e integras. Pessoas que projetam as suas dores no
outro, que por querem conseguir comunicar-se livremente sem
ter que dar justificativas ao outro, mas que não o fazem por uma
insegurança interna, por não saberem quem são nem para onde
querem ir.

E eu estou aqui a dizer-te que eu demorei 9 meses a tocar o “foda-


se” para esse tipo de pessoas medíocres. Pessoas que acham
ridículo em certos países os pais escolherem os parceiros de
casamento das filhas, mas que deixam que as pessoas próximas
façam as escolhas da sua vida.

84
Eu não estava a dar ao mundo aquilo que ele me deu a mim,
estava a pensar apenas em mim e na falsa sensação de bem-estar,
naquela sensação morna que não é quente nem fria.

E eu sou muito honesto nestas situações… Se por algum motivo tu


tens a capacidade de gerar uma transformação, se sentes que
podes ajudar alguém, se te dizem que tens potencial, e se já viste
que conseguiste de alguma maneira contribuir para um mundo
melhor…

Se hoje não estás a contribuir para um mundo melhor, se não


estás a dar ao mundo aquilo que ele te deu a ti, simplesmente por
um medinho do que o outro pensa, desculpa a frontalidade, mas
estás a ser EGOISTA.

SOLUÇÃO

Na verdade, tu não tens medo das críticas dos outros, tu só tens


medo de não saber lidar com elas. E tu só não sabes lidar com elas

85
ainda porque hoje não tens recursos/habilidades/competências
para poder lidar com elas. E queres uma boa notícia?

Qualquer habilidade pode ser desenvolvida. Existem sim pessoas


abençoadas que já nascem com habilidades que para nós podem
ser importantes, e as tendências são reais.

Ou seja, eu tenho tendência para não desenvolver naturalmente


algumas habilidades e a parte boa disso é que toda e qualquer
tendência não passa duma tendência, logo pode ser contrariada.

Eu vou até passar-te uma técnica poderosíssima de PNL que se


chama modelagem.

Imagina-te numa situação onde terias de lidar com críticas de


outras pessoas ou até mesmo com ideias contrárias às tuas.

Ok, agora recorda-te qual é a pessoa que conheces que


conseguiria lidar com essa situação com extrema facilidade.

86
Agora fecha os olhos e visualiza como é que aquela pessoa que tu
recordaste lidou com aquela situação.

Como é que era a sua postura corporal, como é que era o seu tom
de voz, o que é que ela disse?

Qual foi o movimento? Quais foram as palavras? Com que


intensidade é que ela agiu? Ela estava calma? O que é que lhe
disseram a ela? Como é que ela se sentiu? Qual foi a sensação? O
pensamento?

Agora a sério, fecha os olhos e visualiza mesmo como é que essa


pessoa ultrapassou essa situação.

Já visualizaste? Não? Então volta atrás e visualiza, mais tarde vais


agradecer-me…

E agora já visualizaste? Se sim podemos prosseguir, se não volta


umas linhas atrás e visualiza.

87
Agora bem consciente daquilo que se passou no teu mundo,
recorda-te, pergunta-te a ti mesmo, quais foram as habilidades
que essa pessoa tem que foram úteis nessa situação?

E quando estiveres bem ciente delas, tens duas opções:

Opção A: numa situação idêntica, vestir o papel dessa pessoa e


agir tal e qual como se fosse ela, mesmo que não tenhas essas
habilidades, faz de conta. Fazer de conta é uma das habilidades
mais poderosas que qualquer ser humano pode ter.

Opção B: Procurar uma forma de desenvolver essas habilidades.


Eu sugiro um livro, um curso online, um programa de
acompanhamento, um canal de Youtube, um podcast, um
mentor, uma palestra no Youtube ou simplesmente perguntar a
esse alguém que tu conheces como é que ele fez para desenvolver
essa habilidade.

88
Pensamentos geram sentimentos congruentes a eles,
sentimentos geram comportamentos/ações e ações geram
resultados.

Se te comportares como aquela pessoa naquela situação, os


resultados vão ser bem semelhantes.

Eu sei que isto parece uma coisa bem simples e pode parecer que
não funciona, mas eu garanto-te que é de um poder enorme.

Convido-te a experimentar e depois podes mandar-me um direct


no meu Instagram @miguelktorres e contar-me como foi a tua
experiência, eu quero estar a par da tua real transformação!

E a modelagem pode ser utilizada em toda e qualquer situação, é


só seguires os mesmos passos em contextos diferentes.

Espero do fundo do meu coração que esta técnica te tenha


ajudado. Até ao próximo capítulo!

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JÁ ACABOU?

Sim, acabaste de acabar a leitura dum livro! EEEEEEEEEEEHHHHH!


Dou-te os meus sinceros parabéns por teres chegado ao fim desta
caminhada, porque a maioria desistiu a meio. Isso mostra que és
uma pessoa que investe em si, que aceitas esta transformação
agora. A maioria das pessoas nunca vai mudar porque não se
permitem ter a ousadia de aceitar o seu momento atual. E tu
aceitaste-o! Muitos Parabéns!

Neste livro aprendeste que:

• O medo é simplesmente uma barreira de proteção lançada


pela nossa mente inconsciente.
• A melhor maneira de ultrapassar o medo, é a encara-lo!
• A melhor maneira de encarar o medo é acostumares-te a
tomares decisões em situações que te provocam medo, é a
lidar com ele.

E ao longo destas páginas expliquei-te como é que podes lidar com


cada um deles.

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Agora é contigo!

Agora podes vencer estes 6 medos e destacares-te do resto desta


sociedade medíocre ou continuar nessa zona de conforto, um
lugar que aqui entre nós, está muito abaixo do teu verdadeiro
potencial!

- Queres empreender num projeto?

- Queres destravar bloqueios mentais?

- Queres ser uma pessoa altamente? Dona do seu destino?

- Queres ser uma pessoa de alto desempenho a todos os níveis?

- Queres ter liberdade para te expores publicamente?

Agora as possibilidades são infinitas.

Mas uma coisa é certa: Quem cria o teu destino não sou eu, nem
os teus pais…

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Espero mesmo que este livro tenha sido útil para ti, e que consigas
os resultados desejados depois de aplicares todo este
conhecimento.

Agora já conheces o meu lado de Escritor, e como sabes, eu


também atuo como Coach.

Em Portugal, o Coaching ainda é novo e é para pouca gente, por


isso eu ainda estou a permitir fazer sessões experimentais para
dar a conhecer a metodologia.

Além disso eu quero recompensar-te por teres feito a leitura deste


livro até ao final porque isso revela que estás comprometido com
o teu crescimento a nível pessoal.

A maioria das pessoas desistiram a meio do livro e eu quero


recompensar-te pelo teu esforço e dedicação!

Se pretendes elevar a tua vida para outro patamar, eu quero fazer-


te uma entrega:

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Que tal uma sessão experimental de Coaching online comigo?
100% gratuita e sem qualquer tipo de compromisso, apenas para
poder conhecer-te melhor, para fazermos uma avaliação da tua
situação atual, saber quais são os teus desafios e objetivos.
Parece-te bem?

A questão é: Eu não sei como é que estará a minha disponibilidade


no momento exato em que estás a acabar de ler este livro, nem
por quanto tempo este bónus estará disponível para ti.

Como sabes, eu dedico bastante tempo aos meus projetos e por


isso eu atendo sempre um número limitado de pessoas, porque
nem sempre tenho disponibilidade.

Então, para poderes usufruir deste bónus, eu vou colocar aqui um


botão para poderes fazer o agendamento o mais rapidamente
possível, diretamente comigo através do meu Whatsapp.

Clica no botão azul abaixo e agenda a tua sessão experimental agora:

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Fico à tua espera.

Vou ter todo o gosto em conhecer-te.

Tu nasceste para dar certo!

Agora fecha livro e vai “dzarrumar” o mundo!

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SOBRE O AUTOR

O Miguel Torres atua como Empreendedor, Coach, Mentor e


Produtor de conteúdos digitais, para um público jovem que não
se encaixa nos padrões da sociedade.

Português de nascença, o Miguel vive no distrito de Lisboa,


destacou-se como karateca, atleta, promotor, fundraiser para a
maior ONG do mundo e como líder. Ao longo da sua vida passou
por várias grandes crises que envolveram lesões, compulsões
alimentares, doenças psicossomáticas, finanças, relacionamentos
e sucessivos fracassos.

Para supera-las, aprendeu tudo o que podia sobre Programação


Neuro Linguística, Coaching, Ciências Comportamentais, até
mesmo os mais importantes princípios a Lei da Atração e da
Mecânica Quântica.

Atualmente, o Miguel dedica o seu tempo a projetos de


empreendedorismo.

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O Miguel ajuda todas aquelas pessoas que não se encaixam nos
padrões predefinidos pela sociedade, a libertarem-se dos seus
bloqueios mentais, para que possam viver um processo evolutivo,
de modo a que sejam livres de todas as aprovações sociais, sem
terem que sofrer durante o processo de transformação!

O sonho do Miguel é ser a voz duma mensagem, libertar


multidões, instrui-las, ajuda-las a reencontrarem-se e a
descobrirem o seu propósito para que possam viver da sua
verdadeira missão.

Queres saber mais sobre o Miguel ou trocar uma ideia com ele?

Segue-o no Instagram: @miguelktorres

Para usufruíres da tua sessão de coaching online gratuitamente:

Clica no botão azul abaixo e agenda a tua sessão experimental agora

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