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Seguindo o modelo de artigo, o texto inicia com uma introdução onde será
sintetizado o tema em questão, levantando ao leitor o que virá pela frente, também
será apresentado o conteúdo, em parte será feito um resumo, por sua vez, é um
texto curto que apresenta os principais resultados e conclusões da pesquisa. O
objetivo do resumo é permitir pra quem estiver lendo compreenda o que será
discutido e decida se deseja ou não ler o texto completo. Será feito uma análise de
forma crítica em relação ao conteúdo abordado, avaliando a credibilidade da fonte e
verificar se há algum viés ou interesse por trás da informação, também iremos
considerar outras fontes de informação para comparar e contrastar diferentes
pontos de vista sobre o mesmo assunto. Por último, finalmente, retorna aos
conceitos apresentados para justificar o sucesso das empresas mencionadas.
Quando as empresas são vistas como configurações orgânicas de ba, e não como
estruturas organizacionais, é possível ver qual o tipo de conhecimento que deve e
pode ser criado, quem são as “pessoas certas” com conhecimento inserido, e que
tipo de interações são necessárias entre elas para criar conhecimento, sem estar
restrito à estrutura organizacional existente. Para incluir os conceitos desses
lugares, mas ser específico à criação do conhecimento, introduzimos o conceito de
“ba” (que significa grosseiramente “lugar”). Partindo do conceito originalmente
proposto pelo filósofo japonês Kitaro Nishida (1921, 1970), definimos como um
contexto compartilhado em movimento, no qual o conhecimento é partilhado, criado
e utilizado. O conhecimento não pode ser criado no vácuo, e necessita de um lugar
onde a informação receba significado através da interpretação para tornar se
conhecimento. Os participantes do BA trazem seus próprios contextos e, por meio
das interações com os outros e o ambiente, mudam os contextos de ba, dos
participantes e do ambiente (ver Figura 4.3). O novo conhecimento é criado a partir
do conhecimento existente através da mudança dos significados e contextos. Uma
empresa pode ser vista como uma configuração orgânica de vários BA, onde as
pessoas interagem umas com as outras e com o ambiente, com base no
conhecimento que possuem e no significado que criam. A BA proporciona a energia,
a qualidade e os locais para desempenhar as conversões individuais de
conhecimento e percorrer a espiral de conhecimento. Em outras palavras, o BA é o
tempo e o espaço fenomenológico onde o conhecimento emerge, como uma
“corrente de significado" (Bohm, 1996). Por essa razão, o processo de criação de
conhecimento é, necessariamente, específico ao contexto em termos de tempo,
espaço e relacionamento com outros. O BA é um local existencial onde os
participantes partilham seu contexto e criam novos significados através de
interações. Como declarado anteriormente, o conhecimento é específico ao
contexto, pois depende de um determinado tempo e espaço (Hayek, 1945). Embora
seja mais fácil considerar o BA como um espaço físico como uma sala de reuniões,
ele deve ser entendido como interações que ocorrem em um tempo e local
específicos. O conhecimento necessita de um contexto físico para que seja criado.
A Seven-Eleven do Japão usa os locais das 7 mil lojas no país como ba (lugar) para
criar novo conhecimento, onde os empregados da loja acumulam o conhecimento
tácito sobre as necessidades dos clientes através das interações pessoais. O
conhecimento explícito, na forma de dados das vendas, é compilado, partilhado e
utilizado pela sede da empresa e pelas lojas locais, e imediatamente transmitido de
volta para as lojas através do sistema de informação, para que elas possam
construir novas hipóteses que se adaptem melhor à realidade do mercado. Para
facilitar a construção das hipóteses, a Seven-Eleven constrói e utiliza ativamente o
ba, onde o conhecimento tácito dos empregados locais é externalizado em
conhecimento explícito na forma de hipóteses através do diálogo com os outros.
Como os empregados locais são os que possuem o conhecimento tácito sobre seus
mercados, a Seven-Eleven deixa-os construir suas próprias hipóteses sobre as
vendas de determinados itens, dando a eles a responsabilidade por solicitar esses
itens para estoque em suas lojas. Outro instrumento para o acúmulo do
conhecimento tácito no local da loja é a “burabura shain” (rotação dos empregados),
cuja tarefa é andar pelas lojas e socializar-se com os clientes, visando a adquirir
novos conhecimentos em campo. O conhecimento tácito sobre os clientes é, então,
convertido em conhecimento explícito na forma de “hipóteses” sobre as
necessidades do mercado. Utilizando os dados e a análise dos pontos de vendas,
os empregados das lojas testam suas hipóteses sobre o mercado diariamente em
suas lojas locais. A Seven-Eleven do Japão enfatiza a importância de suas lojas
como ba para continuar a criar novo conhecimento visando a adaptar-se às
necessidades dos clientes em mudança permanente. Os conselheiros de campo
relatam o conhecimento construído nas lojas aos administradores de sua zona, que
o disseminam então para os outros conselheiros de campo. Para encontrar os “itens
mortos” e substituí-los por itens de venda certa, a Seven-Eleven do Japão enfatiza a
importância da construção e do teste da hipótese pelos empregados da loja. As
experiências a longo prazo em lidar com os clientes proporcionam aos empregados
conhecimento exclusivo e insight do mercado local e de seus clientes. É exigido que
todo novo empregado trabalhe nas lojas da Seven-Eleven em várias funções, por
aproximadamente dois anos, para acumular experiência no trato direto com os
clientes e com a administração das lojas. Se existir uma lacuna entre o
conhecimento recentemente adquirido e a realidade, um novo ciclo de criação de
conhecimento é desencadeado. Outro instrumento para facilitar a construção das
hipóteses é o uso dos conselheiros de campo, que visitam as lojas locais
regularmente. Eles frequentemente dizem que podem “ver” ou “sentir” o quanto
determinados itens irão vender em suas lojas, embora não possam explicar por quê.
CONEXÃO DO BA
Para promover o processo de criação do conhecimento que tenha lugar no ba, “ver
as coisas como elas são”, ou o método fenomenológico de “deixar a realidade
emergir”, pode ser útil. No primeiro passo, os participantes do BA podem suspender
o julgamento (epoché) do significado objetivo das coisas, que é chamado de método
de redução fenomenológica. A linguagem aqui inclui figuras de linguagem (como
metáfora, metonímia, sinédoque), a gramática e o “contexto” para o conhecimento e
a linguagem visual não-verbal, mais ferramentas, como o design e o protótipo. A
metáfora da “concierge” descreveu melhor o serviço do i-mode para os clientes
comuns do que as metáforas de “secretária” ou “agente”. No segundo passo, os
participantes do BA refletem sobre o que a coisa "significa" para sua própria vida e
traduzem esse "significado" em palavras. Para promover o processo de criação do
conhecimento que tenha lugar no ba, “ver as coisas como elas são”, ou o método
fenomenológico de “deixar a realidade emergir”, pode ser útil. No caso da Toyota,
por exemplo, a equipe do motor a gasolina e a equipe do Veículo Elétrico (VE)
desempenharam o papel da primeira e da segunda pessoa, e Uchiyamada
desempenhou o papel da terceira pessoa para criar a nova realidade do sistema
híbrido. Os conteúdos deveriam ser algo que “você pode apreciar quando tiver um
pouco de tempo”, não somente conteúdos “úteis”como as notícias e os serviços
bancários. Embora o conceito que tinha sido originalmente proposto pelos
consultores fosse de um serviço que oferecesse conteúdos específicos à elite das
pessoas de negócios, Matsunaga insistiu em que o serviço deveria ser para as
pessoas comuns e, portanto, deveria ser fácil de usar mesmo pelo cliente mais leigo
em tecnologia, como ela própria. Matsunaga usou “minha concierge”como metáfora
para explicar o conceito do serviço de i-mode como alguém que uma pessoa ajuda
a encontrar o que deseja rapidamente. Outro papel importante da terceira pessoa é
o cocooning para proteger a equipe da influência externa para que a primeira e a
segunda pessoa possam manter seus próprios pontos de vista. A terceira pessoa
desempenha o papel de um ativista vendo a primeira e a segunda pessoa a partir de
um ponto de vista mais alto. As figuras de linguagem, como a metáfora, a metonímia
e a sinédoque, são eficazes na criação do conceito a partir de vastos volumes de
conhecimento tácito. Acima de tudo, o ativista desempenha o papel do ponto tipping
para conectar vários ba e formar a organização como uma configuração orgânica do
ba (como caracterizada na teoria da rede, por Watts, 2003).
CONCLUSÃO
ESTUDO DE CASOS
Para a aplicabilidade dos estudos de caso, valorizamos a NTT DoCoMo, que está
inserida no contexto maior da evolução e transformação do mercado global de
telecomunicações e não pode ser isolada empiricamente. A linha entre o fato da
valorização de uma empresa e a perspectiva de um lançamento global de um
sistema de telefonia móvel de terceira geração, e seu impacto na transformação do
setor de telecomunicações, não é fácil de determinar. A NTT DoCoMo atingiu uma
capitalização de mercado de US $263 milhões em dezembro de 2001 porque vende
um conjunto muito mais amplo de serviços do que as empresas de telefonia móvel
convencionais. Esta empresa consegue vender mais serviços porque possui uma
tecnologia única para acessar a Internet por meio de celulares. Este estudo se
propõe a investigar, por meio da teoria da avaliação de empresas, se o maior
potencial da oferta de serviços da NTT DoCoMo explica o valor de mercado da
empresa.
ANÁLISE CRÍTICA
Outro aspecto que merece atenção crítica é o fato de que o capítulo parece
enfatizar a criação de conhecimento organizacional em detrimento do conhecimento
individual. Embora a criação do conhecimento organizacional seja importante para a
inovação e o desenvolvimento organizacional, é igualmente importante reconhecer e
apoiar o desenvolvimento do conhecimento individual dos colaboradores.
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