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ADAPTAÇÕES
E OUTRAS SUGESTÖES
DE UTILIZAÇAO
scapítulos anteriores trataram de técnicas que podem ser aplicadas na
psicoterapia individual com adultos, entretanto, a maior parte delas &
adaptárel para outros contextos de psicoterapia. Minha experiência tem
um
me mostrado, cada vez mais, uma inviabilidade de um trabalho focado em
único público-alvo, na medida em que muitas demandas envolvem um cOntexto
de
mais amplo que precisa ser considerado. E comum chegarem até mim casos
crianças e adolescentes que claramente estão ligados com demandas não supridas
pelos pais, considerando especialmente a questão das necessidades emocionais
fundamental
preconizadas pela TE. De acordo com o que acredito, considero
envolver os pais diretamente na tratativa dessas demandas, uma vez que eles são
necessidades dos filhos. Porém,
os responsáveis pelo atendimento primátio das
atendimento
quando incluímos os pais em treinos que possibilitem um maior
destes tam
das necessidades dos filhos, logo obstáculos inerentes às necessidades
reparentalizaçóes. O
bém passam a vir àtona, requerendo também determinadas membros da
de casais, outros
mesmo acontece em atendimentos com demandas
base o não atendimento das
familia, grupos e qualquer demanda que tenha como
necessidades emocionais. Essas considerações levam àrazão deste capítulo, que
queixas inerentes a diversas
consiste em demonstrar que, no fundo, as bases das
demandas são bastante semelhantes.
sempre aos ElDs
Como as técnicas ao longo deste manual voltaram-se
TE, e essas
decorrentes de cada uma das cinco necessidades preconizadas pela
algum grau, possivelmente comuns a todos, facilmente conseguimos
são, em
Apesar de náo ser
adaptá-las às necessidades de atuação de cada profissional.
Manual de Técnicas en Terapia do Esquema 337
eonlainkilohise
Crianças e pais nm
Criancas sâão pessoas com chances de terem suas necessidades emocionais ini
cialmente atendidas para náo necessitarem de tantas reparações na vida adulta.
Se analisarmos, muito do que se faz no trabalho com esquemas e modos na vida
adulta é reparar o que não foi satisfeito adequadamente na infància, que levou a
formas desadaptativas de interação com a realidade. Entretanto, quando fazemos
areparaçáo na vida adulta, existem algumas limitações, considerando o quanto
algumas práticas já estáo cristalizadas, os ganhos secundários que a pessoa ob
tém, a quantidade de consequências ao abrir mão de determinados caminhos, a
motivação ea disposiçáo para a mudança, o quão familiarizada a pessoa estácom
seus EIDs, entre outrOSs.
Quando se evita algumas questões na infåncia, atuamos muito mais com
a prevenção ou mesmo uma reparação inicial, reduzindo geralmente maiores
prejuízos na consolidação da personalidade e de padrões comportamentais. Para
Isso, é muito importante incluir os pais nas psicoterapias com crianças, conside
fando o papel deles no atendimento das necessidades, e levar em consideração
Oque não foi atendido na vida deles, que pode estar no centro dos obstáculos.
enho ressalvas de treinamento de pais com protocolos muito focados em instru
yoes de como lidar com os filhos e que desconsideram o porquê das dificuldades
que os pais estáo
apresentando.
338 Adaptações e outras sugestòes de utilizaçào
aizoglb
Adolescentes
O atendimento de adolescentes, muitas vezes, irárequerer lógicas parecidas
ao que mencionei no tópico sobre atendimento de crianças e o envolvimento
dos pais, afinal existem vários esquemas
condicionais que se formam mais
tardiamente, e muitas prevençóes e reparaçóes mais iniciais podem ocorrer
na adolescência. Envolver os pais no
trabalho com adolescentes, a meu ver,
também fundamental, considerando que muitos padrões
é
trás das queixas apresentadas se referem diretamente a
disfuncionais por
pedidos de "socorro"
daquilo que náo está sendo atendido na esfera emocional, bem como inter
nalizaçóes de padrões da familia.
Manual de Técnicas em Terapia do
Esquema 339
Famílias
Apesar de terapias com famílias remeterem, muitas vezcs, à linha
psicotera-
pêutica sistêmica, considero muito relevante o trabalho a partir da TE co
esse público, uma vez que sua base partiu de uma integração com outras lh.
nhas psicoterapêuticas (Young et al., 2008). Além dos trabalhos individuaie
com crianças, adolescentes e pais/adultos, muitas vezes poderá ser benéfco
trabalhar ocontexto familiar, considerando a interação dos EIDs e modoe
de funcionamento de cada um e a relação disso com diversas dificuldades de
convivência e comunicação.
Psicoeducar cada membro dos seus padrões esquemáticos e comno eles
interagem com os padrões dos demais membros da família, a meu ver, pos.
sibilita, muitas vezes, um ajuste de interpretações de comportamentos apre
sentados. E comum, quando alguém se sente magoado com outro membro
da família, interpretar o que aconteceu de forma intencional, sendo gatilhos
relevantes na ativaço de EIDs e interações conflituosas. Quando cada pess0a
passa a ter mais clareza dos padrões de funcionamentos um do outro, é possí
vel um ajuste mais adaptativo de diversas interações e uma compreensáo mais
funcional dos outros membros.
Ressalto, entretanto, os cuidados éticos na tratativa dos padrões de cada
um, prezando pela clareza, combinados prévios e autorizaçáo de exposição de
cada um, não violandodireitos inerentes à individualidade de cada membro.
Entretanto, vejo muitas pessoas relatando se sentirem muito mais aliviadas
quando praticam determinadas revelações para os outros membros familiares
e quando cada um passa a compreender mais profundamente as necessidades
e os EIDs dos outros, do que quando se encobre essas informaçóes no meio
familiar. Por isso, os fatores mais importantes sáo os contratos terapêuticos ea
condução ética nesse tipo de demanda por parte dos psicoterapeutas, visando
à melhoria da convivência e à satisfação das necessidades nesse meio.
Casais
A maior parte das famílias tem origem nos casais, e as escolhas amorosas,
segundo importantes trabalhos em TE, conforme Paim e Cardoso (2019),
Manual de Técnicas em Terapia do
Esquema 341
Grupos
O ser humano não pode ser compreendido isoladamente, visto que indireta
mente e diretamente todos sofrem influências constantes dos meios, por isso
com o contexto nas tera
se mostra táo apropriada uma maior preocupaçáo
2014). Nesse sentido,
pias cognitivo-comportamentais de terceira onda (Melo,
considerando intera
muitas pessoas se beneficiam de intervenções em grupos,
eficientes, sendo uma modalida
ções entre eles, que, muitas vezes, mostram-se
de explorada fortemente pela DBT (Linehan, 2018).
Manual de Técnicas em Terapia do Esquema 343
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