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Dermatologia de pequenos animais

M.V.Esp. Fernanda de Knegt

Pós-graduação em Microbiologia Aplicada (UFMG-2018)


Pós-graduação em Dermatologia de Animais de Companhia
(Instituto Qualittas 2016)
Graduação em Medicina Veterinária (Universidade Federal de
Viçosa 2011)

Responsável pelos serviços de dermatologia,


patologia clínica e microbiologia da Clínica
Veterinária Prisma Vet
 pH:5,5 – 7,5 (6,5)  pH humano: 5 - 5,5
 Renovação celular: 21 dias
 Queixa do tutor!
 Raça, idade, status reprodutivo, controle
de endo e ectoparasitas, status vacinal,
banhos (frequência e produto),
alimentação, pu/pd/pf, contactantes, etc
 Exame
físico: rotina, escolha sempre o
mesmo ponto de partida.
• Ex: comece pela cabeça e termine na cauda

 Padrão de distribuição de lesão


• Restrito a alguma área?
• Poupa alguma área?
• Generalizado?
 Parasitológico de pele
• Raspado superficial e/ou profundo
• Beliscamento com fita de acetato
• Arrancamento do pelo
• Pente fino

 Material necessário
• Lâmina de bisturi (22)
• Fita de acetato
• Lâminas e lamínulas para microscopia
• Microscópio
• Pente fino
Demodex sp
 Sarnas
 Piolhos
Otodectes cynotis

Sarcoptes scabiei
Notoedris cati

Lynxacarus
radovskyi
 Sarnas sarcóptica e de ouvido:
• Ivermectina (Ivomec® ou Mectimax®): 0,2-
0,4mg/Kg SC a cada 15 dias (3 doses)
• Milbemicina (Milbemax®): 2mg/Kg VO a cada 7
dias (3 doses)
• Isoxazolinas (Bravecto®, Nexgard®, Simparic® *)
Muito contagioso (não é espécie-
específico)!
Contágio por contato direto, fômites,
ambiente.
Tratar TODOS os contactantes
(zoonose)!
 Lembrar que se relaciona com imunidade
 Não é contagioso
 Demodex gatoi : única que é contagiosa
em gatos

Demodex gatoi Demodex cati

Buscar causa de base.


Imunidade? Tumores?
Leishmaniose?
 Amitraz : cães e gatos 0,25% a cada 7
dias (tópico)
 Ivermectina: cães 0,6mg/Kg VO (iniciar
com dose baixa  intoxicação)
 Moxidectina + Imidacloprida (Advocate®) :
• Cães e gatos: 2 a 4 aplicações com intervalos de
4 semanas
 Isoxazolinas (Bravecto®, Nexgard®,
Simparic® *)
 Citologia
• Imprint diretamente sobre a lesão (úmida)
• Imprint com fita de acetato
• Swab (lesão úmida, conduto auditivo)
• Punção por agulha fina

Escolha o método de acordo com as características


das lesões!
 Células inflamatórias
 Cocos
 Bacilos
 Leveduras
• Malassezia sp
• Sporothrix schenkii
• Leishmania sp
Malassezia sp + cocos
Malasseziose

Neutrófilos Esporotricose
 Sempre buscar a causa de base
 Achados clínicos e laboratoriais (citologia)
– não é o diagnóstico final
 Não aparecem de forma espontânea
 Utilizardrogas de boa qualidade
(preferencialmente veterinárias)
 Evitar só o tratamento sistêmico
 Tratamento
• Tópico: clorexidine 0,5 a 3%; peróxido de benzoíla
2,5%, antibióticos tópicos
• Sistêmicos: antibióticos por NO MÍNINO 21 DIAS
 Cefalexina: 33mg/Kg BID
 Amoxicilina+clavulanto: 10 a 20mg/Kg BID
 Outros: com embasamento em cultura bacteriana e teste de
sensibilidade a antibióticos
 Diagnóstico laboratorial (citologia)
 Não tem um número certo de leveduras
por campo para diagnóstico  associe
com a clínica
 Tratamento:
• Tópico: xampus de clorexidine 3% ou Miconazol
2,5%
• Sistêmico:
 Cetoconazol: 10mg/Kg BID no mínimo 30 dias
 Itraconazol: 10mg/Kg BID no mínimo 30 dias
É comensal porém, se aumentar demais a
população, causa muito prurido
 Lipofílica (proteolítica eventualmente)
 Para manutenção: controlar a untuosidade
da pele
• Xampus de manutenção: Ceratolíticos e
ceratoplásticos (Sebocalm, Sebolytic, Sebotrat O,
Sebotrat S, Douxo Seb, Noxxi Control, Bries Pele
oleosa, etc...)
 Alergiaà uma proteína presente na saliva
da pulga
 Maior concentração de receptores para
essa proteína na garupa
 Padrão lesional importante
 Controle eficiente de pulga
• Sem sazonalidade!
 Controle do prurido
 Controle de infecções secundárias
 Não tem cura!!!

Só partir comprimidos
sulcado ou bissulcados!
 Tratar TODOS os contactantes da casa
 Tratar o ambiente
 A causa mais comum de alergias em cães
 Não tem sazonalidade
 Não é necessário infestação para causar
problemas
 O tutor só verá a pulga se houver
infestação
• Negação do tutor: quase que invariavelmente
 Comprimidos, pipetas, sprays, coleiras
 Levar em consideração:
• Estilo de vida do animal
• Comprometimento do tutor com o tratamento
• Frequência dos banhos
• Presença ou não de disqueratose
• Convivência com outros cães

Adequar a cada animal e a cada


tutor! Precisa funcionar
 Síndrome multifatorial:
• Deficiência da barreira cutânea (deficiência na
produção de ceramidas)
• Sistema imunológico muito reativo (sensibidade
extrema a alérgenos ambientais: pólen, ácaros,
fungos, etc)
• Deficiência na produção de pepitídeos
antimicrobianos naturais  Maior adesividade das
bactérias
• Predisposição à maior liberação de
substâncias pró-inflamatórias
Orelha é pele!
 Resultado:
• Prurido
• Infecções secundárias de repetição

Padrão de distribuição
de lesão

Diagnóstico: clínico +
exclusão das demais
causas
 Tratamento:
• Prurido agudo: prednisolona 1mg/Kg SID de 5 a 8 dias
 Pode usar o Apoquel também: 0,4 a 0,6mg/Kg BID por 14
dias
• Prurido crônico:
 Apoquel: 0,4-0,6mg/Kg SID
 Cytopoint: 2-4mg/Kg a cada 4 a 8 semanas Inibidores
da IL 31
 Cyclavance: 0,05mL/Kg SID
 Imunoterapia alérgeno-específica

Controlar pulgas rigorosamente e tratar


infecções secundárias, quando houver.
 Repor barreira cutânea
• Ômegas 3 e 6 por via oral
• Xampus: Allermyl Glyco; Noxxi ATP, Hidrapet
Xampu, OAT Care Xampu, Labyderm, etc
• Ampolas pour-on e sprays: Allerderm Spot-on,
Labyderm ampola, Noxxi Wall, Hidrapet Skin, etc

Tratamento deve ser multimodal .


Não tem cura!!! Tem tratamento e
controle. Porém, recaídas são
esperadas.
 Objetivo do tratamento
• Dar conforto ao paciente
• Minimizar o uso de antimicrobianos
• Aumentar o intervalo entre as infecções
secundárias durante o ano

É trabalhoso, é oneroso e é frustrante. O


tutor deve estar consciente disso. Seja
parceiro do tutor!
 Controle de pulgas CORRETO é
fundamental. É o básico!
 Utilizar produtos de qualidade faz
diferença
 Esclarecer o tutor sobre o caráter crônico
e incurável de certas patologias – evite
frustrações
 Não se faz antibioticoterapia por menos de
21 dias
 Sem diagnóstico, sem tratamento eficaz

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