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Rio Largo, AL
2017
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WILSON ARAÚJO DA SILVA
Rio Largo, AL
2017
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SUMÁRIO
Plumagem....................................................................................................................................3
Pele..............................................................................................................................................3
Sistema esquelético.....................................................................................................................4
Sistema muscular........................................................................................................................5
Sistema digestivo........................................................................................................................6
Sistema respiratório...................................................................................................................15
Sistema reprodutor ...................................................................................................................19
Sistema urinário........................................................................................................................23
Sistema circulatório...................................................................................................................23
Sistema nervoso........................................................................................................................25
Sistema endócrino.....................................................................................................................26
Estrutura do ovo........................................................................................................................29
Formação do ovo ......................................................................................................................31
Postura ......................................................................................................................................34
Ciclo reprodutivo da fêmea.......................................................................................................35
Choco........................................................................................................................................35
Armazenamento de espermatozoides in vivo............................................................................36
Anormalidades do ovo..............................................................................................................36
Referências bibliográficas.........................................................................................................41
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ANATOMIA E FISIOLOGIA DAS AVES
Plumagem
3
Pele
Sistema esquelético
O esqueleto das aves é leve e compacto, devido a presença de ossos peneumáticos (ossos
ocos), possuindo aproximadamente uma quantidade de 150 soldados entre si, que formam uma
estrutura rígida, na qual estão inseridos os principais músculos. A presença da carena ou quilha
é uma característica importante do grupo de aves (carinatas) a que pertence a galinha doméstica.
Este possui duas funções básicas: servir de moldura e caixa para apoio dos músculos e
suporte do corpo, bem como proteger os sistemas digestivo e reprodutivo e outros órgãos vitais.
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A segunda é a importante função de servir como depósito de cálcio e fósforo, que são
constantemente retirados pela corrente sanguínea para tomar parte em funções vitais e também
na produção de ovos. O cálcio e o fósforo correspondem a 1/3 do peso do esqueleto (LANA,
2000).
Sistema Muscular
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Figura 6. Inserção dos músculos do peito nos ossos responsáveis
pelo voo.
Sistema digestivo
Figura 8. Parte superior da cavidade oral de uma ave. É possível visualizar a coana.
Na boca das aves estão também os botões gustativos, os quais são em número reduzido
(316), quando comparados com os suínos (15.000). As principais glândulas salivares são:
maxilares, submandibulares e lingual. O palato mole é fendido e comunica-se com as cavidades
nasais. A língua das aves é composta de tecido duro, devido ao alto grau de queratinização, o
que diminui a capacidade de movimentação. Desempenha um importante papel no processo de
ensalivação dos alimentos (LANA, 2000).
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Glândulas salivares
O número e a distribuição de glândulas salivares variam entre as espécies. Espécies que
consomem alimentos úmidos apresentam menos glândulas comparadas aquelas que consomem
alimentos secos. Os frangos secretam de 7 a 30 mL de saliva por dia (DUKES, 2006). O
processo de salivação é controlado pelo sistema nervoso autônomo (simpático e
parassimpático). O nervo parassimpático estimula a secreção de saliva e o simpático diminui o
estímulo. As glândulas salivares estão localizadas em cinco áreas: boca, piso da boca, base da
língua, teto da boca e na região da faringe. No esôfago existem glândulas produtoras de muco
que auxiliam a lubrificação do bolo alimentar (LANA, 2000).
Há uma série de fatores que afetam a produção de saliva, dentre eles podem se destacar
a qualidade e o tipo do alimento. O controle da produção de saliva é feito pelo sistema nervoso
autônomo e regulado pelo sistema nervoso simpático e parassimpático. O sistema nervoso
simpático provoca vasoconstrição das glândulas, com diminuição da produção de saliva, já o
parassimpático aumenta o suprimento sanguíneo das glândulas e a produção de saliva (LANA,
2000).
Esôfago
É longo e mais largo em diâmetro que o dos mamíferos e possui um diventrículo, o papo
ou inglúvio, que separa as porções superior e inferior do esôfago (DUKES, 2006). Possui um
epitélio estratificado escamoso e apresenta glândulas mucosas que tem a função de lubrificar a
passagem do bolo alimentar. O esôfago é maior em aves que preferem alimentar-se de partículas
grandes. Portanto o esôfago funciona como canal de passagem do alimento (LANA, 2000).
Papo
O papo é originário da distensão da parede ventral do esôfago, sendo um reservatório
de alimentos das aves. Ele é muito importante nas aves silvestres, mas algumas espécies não
apresentam papo (aves insetívoras e corujas). No papo ocorre a secreção de muco, porém não
ocorre de amilase. A amilase encontrada no papo pode se originar as glândulas salivares, do
alimento ingerido, de bactérias no papo ou do conteúdo duodenal regurgitado (DUKES, 2006).
O papo dilata-se, aumentando o volume durante o armazenamento de alimentos. Na
parede do papo são encontrados dois tipos de receptores, para distensão do papo e para
contração do papo. No caso do frango de corte, pode-se ter o problema de rompimento do papo,
devido ao excesso de ingestão de alimento.
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A forma do papo pode variar de um simples alongamento até uma bolsa (galinha) ou
duas (pombos). O estado de enchimento do papo influencia a atividade gástrica. Quando o papo
está cheio, forma-se o bolo, e através de sua contração o alimento passa para o estômago. O
estado de excitabilidade da ave, medo e ansiedade, parece influenciar a motilidade do papo.
Parece que o jejum determina um estado de movimento irregular do papo.
Durante o armazenamento do alimento no papo, ocorre atividade digestiva e a ação de
microrganismos no papo. A utilização de antibióticos diminui a presença de microrganismos
no papo.
Glândulas gástricas
São distribuídas no estômago de acordo com suas funções, sendo encontrados diversos
tipos: superficiais, mucosas, parietais ou oxínticas e pilóricas. Nas aves predominam dois tipos,
a saber: glândulas mucosas (secretoras de muco) e glândulas submucosas (secretoras de
pepsinogênio, muco e ácido clorídico) (DUKES, 2006). As células superficiais e a mucosa
secretam muco e protegem o estômago contra o excesso de ácido clorídrico e pepsinogênio. As
glândulas parietais ou oxínticas secretam o ácido clorídrico e produzem o máximo de íons H+
quando estimuladas. As células principais estão localizadas na região fúndica e secretam o
pepsinogênio. As glândulas pilóricas também secretam pepsinogênio (LANA, 2000).
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Figura 9. Estrutura do estômago glandular.
Moela
A moela é o estômago mecânico das aves, sendo assim denominada por não apresentar
sucos gástricos próprios e por fazer a digestão dos grãos, previamente amolecidos no papo,
através de pressão exercida por sua forte estrutura muscular. O tamanho da moela está
relacionado à massa muscular, sendo esta obtida por meio do trabalho mecânico deste órgão à
medida que recebe partículas médias ou grossas para fazer a trituração dos alimentos. Com o
aumento da atividade mecânica, os músculos da moela sofrem hipertrofia e aumento da massa
muscular (RIBEIRO et al., 2002).
Em estudo com codornas japonesas, foi observado que o aumento da moela e dos
intestinos aumenta a capacidade de ingerir e digerir alimentos (FLAUZINA, 2007). Sua
estrutura é composta por dois pares de músculos chamados intermedius e lateralis: músculo
pares tênues e músculo pares densos, respectivamente. Estes pares de músculos não estão
presentes na maioria das aves carnívoras (por ex., falcões, corujas e garças), cujos estômagos
são um tanto semelhantes àqueles dos mamíferos carnívoros. As fibras estão em forma de
feixes, que permitem extensa comunicação entre as células musculares lisas adjacentes, além
de rápida contração muscular. A região interna da moela apresenta uma camada resistente e
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abrasiva, constituída de proteína-polissacarídeos. Este revestimento é substituído na maioria
das espécies, sendo mais espesso naquelas que ingerem alimentos duros (DUKES, 2006).
Sua função é a proteção da mucosa contra a pressão de materiais duros, bem como contra
o efeito das enzimas e dos ácidos do estômago glandular. Na moela ocorrem contrações
coordenadas dos músculos altamente desenvolvidos neste órgão, de tal forma que o conteúdo
luminal passa por tratamento abrasivo, com a finalidade de reduzir o tamanho das partículas. O
ciclo de contração e relaxamento é mais ou menos constante e tem duração aproximada de 24
segundos. A natureza física da dieta pode alterar a duração e amplitude dos ciclos de contrações,
de tal forma que os grãos inteiros tendem a reduzir o período do ciclo, porém aumenta o
comprimento de cada contração, ao passo que para alimentos moles ocorre o inverso (DUKES,
2006).
Intestino delgado
É composto pelo duodeno, jejuno e íleo, não havendo distinção histológica entre jejuno
e íleo. A mucosa do intestino delgado assemelha-se à dos mamíferos, exceto, em geral, as
vilosidades, que são mais altas, mais delgadas e mais numerosas nas aves. O vestígio
embrionário do saco vitelino (divertículo de Meckel) pode ser encontrado próximo da metade
do intestino delgado. O duodeno é em forma de “U” e envolve o pâncreas. Em relação aos
mamíferos, o intestino das aves é mais curto, sendo o comprimento variável de acordo com a
alimentação.
Na região do trato gastrointestinal, existe a desembocadura dos ductos pancreáticos e
biliar, e os ductos biliares entram no duodeno. Um ducto hepático vem direto do fígado ao
intestino, e outro chega ao intestino após passar pela vesícula biliar.
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Figura 10. Ilustração de vilosidade do intestino
delgado.
Glândulas intestinais
Três tipos de glândulas estão distribuídas nas vilosidades do intestino delgado: glândulas
intestinais (criptas de Liberkum); glândulas de Loblet; e glândulas duodenais, ou de Brunner.
As glândulas intestinais são responsáveis pela síntese de células da mucosa. Já as células de
Loblet estão espalhadas por todo o intestino e se localizam na porção média do vilo, sendo
responsáveis pela produção de muco. As glândulas duodenais localizadas somente no duodeno
secretam muco e um fluido similar ao plasma sanguíneo, especialmente rico em eletrólitos
(sacarose e outros) (LANA, 2000).
Intestino grosso
Representa a última seção do trato gastrointestinal, com função de recebimento dos
resíduos remanescentes da digestão do intestino delgado, absorção de água e eletrólitos. É
relativamente curto e sem demarcações definidas, sendo dividido em cólon e reto. A mucosa é
praticamente desprovida de vilosidades, possuindo grande número de células glandulares
produtoras de muco, que são estimuladas pelo conteúdo do intestino grosso. O fluxo da digestão
passa do intestino delgado para o intestino grosso através dos esfíncteres íleo-cólon, por meio
de movimentos peristálticos (LANA, 2000).
Cecos
Localizados junto aos intestinos grosso e delgado estão os cecos, que nas aves em geral
são em número de dois e são maiores caso se a dieta conter elevado teor de fibra. Servem como
depósito de material fecal, que passa pelo intestino grosso e, através da cloaca, para o exterior.
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Em algumas espécies pode possuir apenas um ou mesmo estar ausente, como é o caso dos
falcões e aves canoras (DUKES, 2006).
O tamanho dos cecos é influenciado pelos hábitos alimentares. As aves possuem dois
longos cecos e um pequeno cólon. O acesso da digestão nos cecos das aves é restrito somente
a fluidos e pequenas partículas. A ave sobrevive normalmente com a retirada dos cecos. Pode
ocorrer digestão microbiana de celulose nos cecos; nestes, a absorção de água é relativamente
intensa. Ocorre síntese de vitaminas no ceco, mas estas não são absorvidas pelas aves. Neles
são observados dois tipos de contrações: de baixa e alta amplitude. As de baixa parecem ocorrer
sob influência das contrações do íleo e reto. Pesquisadores sugerem que a entrada de conteúdo
nos cecos se faz através de movimentos antiperistálticos do cólon (LANA, 2000).
Cólon/Reto
É um tubo curto e estreito que se estende da junção íleo-cecos até a cloaca. Estudos
mostram que a mais importante propagação de movimentos é no sentido inverso, ou seja,
movimentos antiperistálticos. Estes movimentos são responsáveis pelo refluxo da urina para os
cecos e pelo preenchimento destes. Os movimentos antiperistálticos do reto são movimentos
contínuos, e a interrupção deste antiperistaltismo pode ocorrer alguns segundos antes ou depois
da defecação (LANA, 2000).
Cloaca
É um órgão em comum dos aparelhos digestivo, urinário e reprodutor.
Histologicamente, a cloaca é similar ao intestino grosso, sendo a saídas das fezes controlada e
coordenada pelo sistema autônomo, em nível de esfíncter anal interno, e pelo sistema nervoso
central, pelo esfíncter anal externo (LANA, 2000).
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Órgãos acessórios
Fígado
Apesar de separado do trato digestivo, possui funções vitais no processo de digestão e
absorção de nutrientes. Varia de tamanho de acordo com a idade da ave e pode representar até
cerca de 3% do peso vivo desta. Contribui para a síntese de bile necessária à emulsificação das
gorduras e absorção de compostos lipossolúveis. O fígado tem coloração marrom-esverdeada,
devido ao excesso de sangue, porém as aves, ao nascerem, possuem o fígado pálido em razão
do excesso de gordura proveniente da absorção da gema (LANA, 2000).
A estrutura do fígado é dividida em lóbulos interligados por veias, artérias e canalículos.
O fígado também funciona como reservatório de glicogênio, sempre à disposição das
necessidades energéticas do corpo. Tem também como função filtrar o sangue, separando as
impurezas tóxicas. Possui dois ductos: o esquerdo comunica-se diretamente com o duodeno,
enquanto o direito envia seu ramo para a vesícula biliar e, posteriormente, para o duodeno. A
vesícula biliar está presente em várias espécies, como galinhas, patos e gansos, porém em
outras, como pombos, estão ausentes (LANA, 2000).
A bile é composta de ácidos e sais biliares. Os ácidos biliares são compostos de
esteroides, tendo como precursor o colesterol. Os ácidos biliares são: cólico, taurina ou glicina.
O pH é ligeiramente ácido (5,8). Além dos ácidos biliares, possui também fosfolipídeos,
colesterol, muco e pigmentos biliares (LANA, 2000).
Pâncreas
Encontra-se entre a alça duodenal e consiste de três lóbulos e sua secreção atinge o
duodeno por três ductos. O pâncreas produz o suco pancreático, composto de tripsina, amilase
e lipase, cuja função é digestiva. A produção de enzimas digestivas aumenta com a idade. No
pâncreas estão localizadas as ilhotas de Langerhans, que são compostas por três tipos de células,
uma produz glucagon, a outra insulina e a terceira somatostatina (LANA, 2000).
Baço
Está alojado no triângulo formado por fígado, moela e proventrículo. Usualmente é lhe
atribuída a função hematopoética e de reservatório sanguíneo (LANA, 2000).
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Sistema respiratório
É importante saber que existem diferenças significativas entre aves domesticadas e aves
selvagens. Por exemplo, perus selecionados para um rápido ganho de peso, apresentam um
menor volume pulmonar e área superficial menor para o intercâmbio de gases em comparação
com àqueles não selecionados. Frangas para postura também apresentam estas características
em comparação a seu ancestral selvagem. Isso se deve as modificações fisiológicas provocadas
pelo processo de seleção e domesticação (DUKES, 2006).
As estruturas que compõe o sistema podem ser divididas em dois componentes
funcionalmente distintos: um componente para ventilação: vias aéreas condutoras (boca,
orifícios e cavidades nasais, faringe, laringe, traqueia), sacos aéreos, esqueleto torácico e
músculos da respiração; e um componente para intercâmbio gasoso: pulmão parabronquial; A
parte superior do sistema respiratório é especializada em filtrar, aquecer e umidificar o gás
inalado, o qual pode passar tanto pelas narinas como pela boca (LANA, 2000; DUKES, 2006).
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brônquios, além de separar o material particulado do gás inalado. Em todas as aves as traqueias
foram anéis completos, diferentes dos mamíferos que é em forma de “C” (DUKES, 2006).
Alguns pinguins e procelárias, por exemplo, apresentam traqueia dupla. Em relação aos
mamíferos de tamanho comparável ela se apresenta maior e mais larga, porém as aves
apresentam uma frequência respiratória relativamente baixa. Apresenta as seguintes funções:
condução, aquecimento e umedecimento do ar a partir das vias aéreas (narinas e boca) para os
brônquios, além de separar o material particulado do gás inalado (DUKES, 2006)
A siringe, que é um órgão alojado no ponto terminal da traqueia, é responsável pela
vocalização e canto das aves. É a única parte do aparelho respiratório capaz de produzir som. E
a laringe, serve como auxílio no que diz respeito à modulação da voz.
Sistema pulmonar
É localizado na região torácico dorsal, e apresenta três ordens de ramificação bronquiais:
um brônquio primário (extrapulmonar e intrapulmonar), brônquios secundários e brônquios
terciários (parabrônquios), que é onde ocorre o intercâmbio gasoso.
Os brônquios primários apresentam uma camada bem desenvolvida de musculatura lisa
que consiste em uma camada circular interna e uma camada orientada longitudinalmente, que
em resposta a estímulos hormonais, podem alterar o seu diâmetro interno. Os secundários
emergem do brônquio intrapulmonar primário (mesobrônquio) e são deles que emergem os
sacos aéreos. E os brônquios terciários (parabrônquios): é a única base de intercâmbio gasoso
e apresentam alto grau de anastamose, permitindo assim a troca oxigênio do ar por dióxido de
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carbono do sangue. O pulmão aviário consiste de dois tipos de tecido parabronquial:
paleopulmonar e neopulmonar, que histologicamente são indistinguíveis uns dos outros, mas a
direção do fluxo gasoso difere entre eles (DUKES, 2006).
Sacos aéreos
As aves possuem nove sacos aéreos. Dois cervicais, um clavicular ímpar, dois torácicos
caudais, dois torácicos craniais e dois abdominais. São malvascularizados, não contribuindo
para o significativamente para o intercâmbio gasoso. Funcionalmente agem como foles para o
pulmão aviário que é relativamente rígido (DUKES, 2006).
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cervical, clavicular e torácico-cranial) conecta-se aos brônquios secundários medioventrais, um
outro grupo caudal (sacos aéreos torácido-caudal e abdominal) conecta-se aos brônquios
secundários lateroventral e mediodorsal e ao brônquio primário intrapulmonar. Todos os sacos
aéreos são pares, com exceção do clavicular (LANA, 2000).
Os sacos aéreos apresentam também outras características: tornam as aves mais leves,
facilitando o voo; servem de contrapeso ou tara, dando equilíbrio à ave no voo; diminuem a
fricção entre os músculos em movimento; mantém a temperatura corporal, pela difusão do
vapor d’água pelos pulmões; e funcionam como reservatório de ar, principalmente para as aves
de voo rápido, facilitando a respiração (LANA, 2000).
Mecânica da respiração
As aves não apresentam diafragma, porém dependem dos músculos cervicais, torácicos
e abdominais para os processos de inspiração e expiração. Durante a inspiração, os músculos
inspiratórios se contraem e a pressão dentro dos sacos aéreos se torna negativa em relação à
pressão atmosférica ambiente, fazendo com que o ar flua da atmosfera para dentro do sistema
pulmonar (DUKES, 2006).
Quando os músculos expiratórios se contraem, o volume interno da cavidade
toracoabdominal diminui, a pressão dentro dos sacos aéreos aumenta e o gás flui para fora dos
sacos aéreos, e passa através dos pulmões neopulmonares para os pulmões paleopulmonares, e
daí para os ventrobrônquios, traqueia e ambiente (DUKES, 2006).
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Figura 16. Mecanismo de expiração.
Sistema reprodutor
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Nenhuma relação entre o número dessas “gemas potenciais” e a capacidade de postura
foi observada. A postura parece relacionada tão somente com a capacidade individual de
desenvolvimento das gemas. Cada gema se acha envolvida por uma cápsula membranosa; o
folículo se liga ao ovário por um cordão, o pedículo. Terminado o crescimento das gemas, o
folículo se rompe ao longo de uma zona não-vascularizada, a linha branca ou o estigma,
ocorrendo a ovulação. A libertação da gema é seguida, posteriormente, pela reabsorção do
folículo remanescente (LANA, 2000).
Ovário
Na maioria das aves do sexo feminino, somente o ovário e o oviduto esquerdos se
desenvolvem, isto porque o ovário e oviduto direitos regridem sob a influência do hormônio de
inibição Mülleriano (DUKES, 2006). O ovário está firmemente aderido à parede corporal,
dorsal, colocado no pólo anterior do rim esquerdo, e posteriormente ao pulmão. No
desenvolvimento da maturidade sexual, o ovário aumenta de 0,5 g para 40 a 60 g. A maior parte
desse crescimento provém de uns quatro a seis folículos em desenvolvimento. O folículo maior
pesa em torno de 20 g e tem diâmetro de 40 mm (LANA, 2000).
Oviduto
É basicamente um conduto longo e sinuoso que vai do ovário até a cloaca, com regições
especializadas em funções particulares. O oócito permanece tempos diferentes em cada seção
do oviduto. A seguir, serão apresentados os tempos gastos tomando como exemplo a galinha.
A extremidade do infundíbulo se torna ativa no período da ovulação e engloba o óvulo. Existem
glândulas no infundíbulo responsáveis por armazenar espermatozoides que podem fecundar o
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óvulo. Nesse local, o ovo permanece por cerca de 30 minutos. Na seção seguinte, chamada de
magno (a maior porção do oviduto), o ovo recebe o albúmen durante um curso de 2 a 3 horas.
Logo após, o ovo chega ao istmo, que é o local de recebimento das membranas internas e
externas da casca, o tempo decorrido nesta porção varia de 1 a 1,5 hora. O ovo permanece a
maior parte do tempo (20 horas) no útero, onde a casca é adicionada, bem como água, sais e
pigmentação. A junção uterovaginal é o principal local dos túbulos de armazenamento de
espermatozoides. A vagina é a porção que se estende do útero à cloaca e não participa no
processo de formação do ovo (DUKES, 2006).
Obs: a partir deste ponto, foi utilizado apenas o livro “Avicultura”, cujo autor é o Profº
Geraldo Roberto Quintão Lana.
Testículos
Os testículos das aves são intracavitários, não têm saco escrotal e se localizam em
posição anterior aos rins, aderidos à parede dorsal do corpo. Proporcionalmente, são maiores
que os dos mamíferos e em muitas espécies há assimetria bilateral, sendo o esquerdo maior que
o direito. Os testículos são frequentemente esbranquiçados, embora testículos funcionais
escuros sejam normais em algumas espécies de aves. São macios e faltam septos de tecido
conjuntivo, encontrados normalmente nos mamíferos. Como consequência de sua localização
intra-abdominal, os testículos funcionam na temperatura do corpo (41 a 42°C). Na maturidade
sexual, os testículos aumentam três a quatro vezes de tamanho.
Órgãos acessórios
São relativamente subdesenvolvidos nas aves, não tem vesículas seminais, glândulas
bulbouretrais e nem próstata. Firmemente oposta a cada testículo há uma pequena estrutura: o
epidídimo. O epidídimo consiste em túbulos deferentes que carregam os espermatozoides dos
testículos para o tubo epididinário único.O canal deferente termina em uma pequena papila na
cloaca. Imediatamente antes de sua terminação, ele torna-se alargado e funciona como depósito
de espermatozoides. O tamanho do canal deferente é quatro vezes ou mais vezes a distância
entre o epidídimo e a cloaca.
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No momento da excitação sexual, diversas e pequenas dobras da cloaca ventral tornam-
se ingurgitadas com o líquido linfático e se projetam para fora, transformando a estrutura em
um sulco, para dirigir o fluxo de sêmen. O falo do galo é pequeno e não funciona como órgão
penetrante. O sêmen é transferido para a fêmea pelo contato rápido do sêmen rudimentar com
a vagina. Os patos e gansos têm pênis consideráveis e a cópula se dá com a intromissão do
órgão. Os movimentos rítmicos da cauda promovem protusão da genitália e, frequentemente,
força a ejaculação. No que diz respeito à maturação, os espermatozoides do galo são
funcionalmente maduros antes de sair dos testículos.
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Sêmen
É uma mistura de células espermáticas e fluidos. Nas aves domesticas, o ejaculado é
altamente concentrado e de pequeno volume. A média de volume de sêmen ejaculado é de 0,5
ml e a concentração é de cerca de quatro bilhões de espermatozoides por milímetro de sêmen.
Nos perus, o volume é de cerca de 0,25 a 0,35 ml, com concentração de 8 a 12 bilhões
de espermatozoides por milímetro. Os espermatozoides do galo e peru são semelhantes, mas
diferem daqueles dos mamíferos. Nas aves, a cabeça do espermatozoide é longa e estreita, com
extremidade apical do núcleo.
Sistema urinário
Sistema circulatório
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No fígado, as impurezas são filtradas da corrente sanguínea, que segue então seu caminho pela
veia hepática até o coração, voltando ao pulmão.
O sangue é uma mistura de líquidos (75%) e sólidos (25%) que ocorre pelo sistema
circulatório. A parte líquida do sangue (plasma) carrega em solução os nutrientes digeridos até
as células. Quase a totalidade das células do sangue divide-se em eritrócitos (glóbulos
vermelhos) e leucócitos (glóbulos brancos). Os eritrócitos, que nas aves possuem núcleo e têm
forma oval, são responsáveis pela importante missão de transportar dióxido de carbono para os
pulmões e o oxigênio dos pulmões para as células do corpo.
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Figura 20. Eritrócitos (células com núcleo) e leucócitos no sangue de ave.
Sistema nervoso
A galinha tem um sistema nervoso bastante desenvolvido, com excelente visão, audição
e bom tato, mas com pouca capacidade olfativa e gustativa. O sistema nervoso é a rede elétrica
do organismo que coordena o funcionamento de todos os órgãos, permitindo à ave ajustar-se às
mudanças de meio externo e interno. O sistema nervoso se subdivide em sistema nervoso
central e neurovegetativo.
O sistema nervoso central é constituído do cérebro e da medula espinhal com todas as
ramificações da rede nervosa igualmente originárias da medula espinhal e do cérebro.
O sistema nervoso neurovegetativo, além do sistema nervoso central, apresenta vários
nervos viscerais que se conectam com o cérebro e a medula espinhal, mas que não recebem
comando voluntário. Estes nervos, transmitem impulsos necessários ao funcionamento de
vários órgãos, como estômago, fígado, pâncreas, intestinos, rins, testículos, ovários, coração e
várias glândulas. O sistema neurovegetativo pode ser dividido em simpático e parassimpático.
O primeiro é responsável por ativar e acelerar o organismo e o segundo para retardar e frear o
mesmo, mantendo, portanto, a ação conjunta dos dois o equilíbrio necessário aos processos
normais.
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Sistema endócrino
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As paratireoides localizam-se bem abaixo das tireoides e são de extrema importância para a
galinha poedeira, pois regulam o metabolismo de cálcio e fósforo. Considerando a grande
quantidade de cálcio necessária pela galinha poedeira na produção da casca de ovo, qualquer
doença ou mal funcionamento das paratireoides acarretará uma má qualidade da casca do ovo.
As suprarrenais ficam bem acima dos rins, na parede dorsal do corpo; são elas que
segregam adrenalina. Este hormônio regula o metabolismo dos carboidratos e estimula o
sistema nervoso simpático e os batimentos do coração. Secreções repentinas de adrenalina em
quantidades acima do normal causam uma vasoconstrição indireta, que resulta em maior
pressão sanguínea.
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As gônadas (testículos e ovário), além de produzirem espermatozoides e óvulos, têm
uma função endócrina. O hormônio produzido pelos testículos é responsável pelo aparecimento
de crista e barbela. Os ovários segregam o hormônio sexual feminino estrogênio.
A epífise está localizada perto do teto do terceiro ventrículo do cérebro. Mesmo sendo
composta primariamente de células nervosas, segrega um hormônio que tem certa função no
crescimento inicial da ave. A remoção desta glândula demonstra que ela não é essencial à vida
da ave.
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Estrutura do ovo
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Gema ou vitelo
É constituída por uma massa amarela ou avermelhada de natureza globulosa, envolvida
pela membrana vitelina, que lhe dá forma esférica. Estruturalmente, consta de camadas
concêntricas de vitelo amarelo, intercaladas por outras, mais finas, de vitelo, esbranquiçado, e
a látebra, uma massa central, que se une ao blastoderma. O vitelo branco pode faltar em algumas
circunstâncias, dependendo do regime alimentar a que estão submetidas as galinhas. A cor da
gema é, outrossim, influenciada pela alimentação, sendo o amarelo determinado principalmente
pela quantidade de xantofila nos alimentos.
Membrana vitelina
É uma camada muito fina que recobre a gema, impedindo o seu derramamento. No ovo
fresco, é resistente, diminuindo sua tensão com o tempo, o que acarreta o achatamento da gema.
Clara ou albúmen
É uma massa albuminosa, transparente, disposta ao redor da gema, em três camadas de
densidades diferentes, nitidamente visíveis no ovo fresco. A porção externa, em contato com as
membranas testáceas, é fluida, espalhando-se sobre o recipiente quando o ovo é quebrado. A
camada mediana, muito mais densa que a primeira, se apresenta no ovo fresco como uma massa
plana, consistente e de contorno definido. A terceira está em contato direto com a gema; é muito
fina e é ainda mais fluida que a primeira.
Além das partes mencionadas, estendem-se no seio da clara, em direções opostas e no
maior diâmetro do ovo, as duas calazas, formações espiraladas, albuminosas, mais consistentes
que a clara densa, cuja função biológica aparente é equilibrar a gema no centro do ovo,
protegendo, dessa maneira, o germe.
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Como a evaporação depende das condições variáveis de umidade e temperatura do ar
atmosférico, torna-se impossível estabelecer uma relação matemática entre o tamanho da
câmara de ar e a idade do ovo. Assim, o ovo de três a quatro dias, conservado em um ambiente
seco e quente, pode apresentar uma câmara mais espessa que outro de uma semana, guardado
em um local fresco e úmido. Além disso, a evaporação depende ainda da permeabilidade da
casca, que é, do mesmo modo, bastante variável de ovo para ovo. Entretanto, em condições
iguais e definidas, o volume da câmara de ar será, necessariamente, proporcional à idade do
ovo.
Casca
É o invólucro calcário e consistente do ovo, constituído de duas câmaras superpostas,
mamilar e esponjosa, de cutícula e poros. A camada esponjosa é a mais espessa, abrangendo
dois terços da espessura total. A cutícula consiste de uma camada externa de verniz-brilhante,
aparentemente sem estrutura, bastante visível no ovo recém-posto. Embora tenha sido
considerada como elemento protetor, sua remoção pela lavagem da casca não implica no
aumento da desidratação do ovo.
Os poros da casca, em número de 6.000 a 8.000, têm origem na camada mamilar e se
abre à superfície externa do ovo. Sua função biológica é permitir as trocas gasosas entre os
meios interno e externo, durante o período do desenvolvimento embrionário.
Formação do ovo
Estrutura folicular
O folículo ovariano consiste em um oócito rodeado de células foliculares. O oócito
contém o núcleo e organelas celulares e uma membrana típica. O folículo maduro difere do
oócito pelo tamanho devido ao material da gema, o qual é envolvido por uma membrana
proteica, denominada membrana vitelínica, que é produzida pelas células vitelínicas que a
rodeiam.
O núcleo do óvulo encontra-se abaixo da camada vitelínica e acima da superfície da
gema. Existe um sistema vascular complexo nos folículos que crescem rapidamente, com um
componente venoso e particularmente extenso. Veias proeminentes são facilmente visíveis
sobre parte da superfície folicular. Uma faixa relativamente avascular, o estigma, está presente
em cada folículo, e é ao longo desta faixa que ocorre a ruptura folicular quando o oócito é
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liberado. Além dos folículos, em vários estágios, também é transportada para a gema do ovo a
xantofila.
Fertilização
No infundíbulo ocorre a fertilização do ovo. A fecundação ocorre normalmente, cerca
de 15 minutos após a ovulação, quando a gema se acha ainda na trompa. O tempo gasto pelos
espermatozoides para realizar o trajeto da vagina à trompa é bastante curto. Os espermatozoides
depositados na extremidade posterior do oviduto podem atingir a trompa em um período de 26
minutos. A ausência de espermatozoides na trompa, por falta de cópula ou inseminação,
impossibilita a fecundação, havendo, neste caso, a postura de ovos inférteis ou claros.
A determinação da fertilidade é feita, em geral, após uma semana de incubação, pela
miragem ou ovoscopia. No ovo quebrado, a fertilidade pode ser verificada mesmo antes do
início da incubação, pelo exame do disco germinativo. O desenvolvimento do embrião tem
início logo após a fecundação, de tal modo que o blastoderma do ovo fertilizado é maior e, de
algum modo, diferente do que se observa no ovo infértil.
Secreção de albumina
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O magno secreta e armazena albumina antes da formação do ovo. Quando a gema passa,
o magno libera albumina. O volume de albumina que rodeia o ovo no magno é apenas de cerca
de 50%. O tempo decorrido é de cerca de três horas.
As diversas porções da clara, incluindo as calazas, não resultam de secreções específicas
dos diversos segmentos do oviduto, mas de mudanças que ocorrem no seio da massa
albuminosa à medida que se acumula. A diferenciação da clara nas suas quatro porções distintas
tem início no istmo, porém só se torna facilmente visível depois que o ovo atinge o útero.
Formação da casca
Durante as primeiras cinco horas em que o ovo em desenvolvimento permanece no
útero, o fluído é adicionado à albumina, aproximadamente dobrando o seu volume. Essa adição
de fluidos e os defeitos mecânicos de retorcimento resultam na estratificação do ovo em quatro
partes: as calazas, que são brancas, trançadas e de natureza proteica; a capa de albumina interna,
que se estende ao redor da gema e das calazas; por fora dessa camada está uma camada branca
líquida; e a seguir uma camada branca e menos viscosa.
As calazas servem para manter a gema e o embrião no centro do ovo, evitando
aderências à casca. A casca é secretada mais ativamente nas últimas 15 horas em que o ovo
permanece no útero, sendo composta de carbonato de cálcio (98%) e glicoproteínas (2%). A
parte cristalina da casca mergulha na sua membrana externa, onde formam verdadeiras colunas.
Estas colunas são separadas por poros, que se estendem para o lado de fora, por onde são feitas
as trocas gasosas pelo embrião.
No lado de fora da casca tem-se a cutícula, camada proteica que pode bloquear a entrada
de bactérias. Muitas aves põem ovos uniformemente coloridos, castanhos, azuis ou verdes; estes
são corados por pigmentos derivados dos eritrócitos. Os pigmentos tipo porfirinas são
distribuídos através da casca, mas estão mais distribuídos na parte externa desta.
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A origem do cálcio do corpo logicamente é alimentar, porém as fêmeas têm mecanismos
para tornar disponíveis grandes quantidades de cálcio em tempo relativamente curto. A galinha
deposita no ovo cerca de duas gramas de cálcio em 15 horas, e isto equivale à remoção total do
cálcio circulante a cada 15 minutos, durante a formação da casca. Quando a puberdade se
aproxima, a secreção de estrógeno ovariano aumenta a concentração de cálcio de 15 para 25
mg/decilitro de cálcio circulante; além disso, o estrógeno estimula a deposição de quatro a cinco
gramas de cálcio na região medular de ossos ocos (pneumáticos).
Todo cálcio secretado para o útero destinado à formação da casca é derivado do sangue,
e deste é obtida a alimentação dos ossos. Nas poedeiras, os ossos medulares (ocos) estão em
um processo dinâmico, sendo depositados e reabsorvidos continuamente. A real formação da
casca envolve a secreção de cálcio pelas células epiteliais e a secreção de uma fonte de
carbonato (íons bicarbonato) pelas glândulas tubulares subepiteliais e pela interação desses
componentes para formar carbonato de cálcio. A insuficiência de cálcio pode acarretar
formação de casca defeituosa, da mesma forma que a inibição da anidrase carbônica, enzima
que catalisa a conversão de CO2 e H2O em H2CO3-. O calor ambiental associado à polipneia e
a queda do nível de CO2 sanguíneo, pode resultar em ovos de casca fina.
Terminada a elaboração dos componentes do ovo, verifica-se a postura. Por muito
tempo se acreditou que a vagina tivesse influência na pigmentação da casca. Porém, com as
diversas pesquisas, estabeleceu-se que a única função daquele segmento final do oviduto é dar
passagem ao ovo já formado. O tempo entre a postura e a próxima ovulação é de 30 a 75
minutos.
Postura
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Ciclo reprodutivo da fêmea
O ciclo ovulatório é cerca de 24 a 26 horas de duração e pode ocorrer por mais dias sem
interrupção; é chamado comumente de “ninhada de ovos”. Quando as galinhas são mais jovens,
põem em uma frequência mais alta. Períodos longos de postura sem intervalo são possíveis
nessa ocasião. As sequências variam de 1 a 30 ovos ou mais, porém a duração da sequência está
baseada na atividade ovariana e geralmente está em torno de cinco a seis ovos.
Choco
O ato de chocar, que é o comportamento das aves para incubar os ovos, tem virtualmente
desaparecido nas galinhas selecionadas para a produção comercial de ovos, porém ainda
persiste em boa percentagem nas raças de corte e em perus. Embora essa característica seja
indispensável para a sobrevivência na maioria das espécies de aves silvestres, é indesejável no
moderno sistema de aves domésticas.
Quando as galinhas se tornam chocas, seus ovários regridem e cessa a produção de ovos,
tornando o choco economicamente indesejável.
Prevenção do choco
Muitas técnicas de manejo são usadas para prevenir o choco, porém, basicamente, todas
elas consistem em colocar as aves em um ambiente estranho e desconfortável. Isto pode ser
conseguido pela remoção dos ninhos, pelo uso da tela de arame no chão ou, ainda, fechando as
aves em gaiolas; pode-se também alterar a luminosidade para 24 horas/dia.
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Armazenamento de espermatozoides in vivo
Anormalidades do ovo
Figura 24. Ovo com duas gemas. Figura 25. Ovo com três gemas.
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Ocorre quando ocorre excitação anormal das glândulas albuminíferas em ausência da
gema. Tais ovos contêm, via de regra, fragmentos de gema ou algum corpo estranho.
Aparentemente, estas substâncias constituem o instrumento excitador das glândulas secretoras
da clara.
Ovo incluso
É quando um ovo completamente formado se acha dentro de outro. Constitui uma
anormalidade muito rara. O mecanismo de sua formação é explicado pela possibilidade de que
um ovo já envolvido pela casca possa retrocede, pela ação de movimentos antiperistálticos do
oviduto, à câmara albuminífera e ser aí englobado por outra camada de clara, seguindo então o
trajeto normal.
Quando a ação dos movimentos antiperistálticos é muito intensa, o ovo pode regredir
até a extremidade superior do oviduto, caindo então na cavidade abdominal.
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Figura 27. Ovo incluso.
Casca fina
O aparecimento de ovos de casca muito fina e frágil constitui problema sério e de grande
importância econômica em alguns aviários. O fenômeno pode ser determinado por diversos
fatores, como: deficiências de cálcio, de vitamina D e de manganês, facilmente evitadas pelo
uso de suplementos desses elementos na ração; temperatura ambiente e idade das aves, tendo
as mais velhas maiores tendências para casca fina e doenças, como Newcastle e bronquite
infecciosa.
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Figura 29. Ovo com casca fina.
Câmara de ar solta
A câmara de ar é normalmente fixa no pólo obtuso, seja qual for a posição do ovo.
Entretanto, em certos casos, apresenta-se deslocada e móvel, indicando falta de aderência entre
as membranas testáceas ou rompimento da membrana interna. Essa anomalia pode ser
determinada pelo envelhecimento do ovo ou por fatores mecânicos.
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Figura 30. Ovo com grúmulo de
sangue.
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Referências bibliográficas
DUKES, H. H.; REECE, W. O. Dukes, Fisiologia dos animais domésticos. 12. ed. Rio de
Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2014. 926 p.
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