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Bruno Donini Cezar – ATM 26 1

Sistema Digestório

- Consiste em um canal alimentar e seus órgãos acessórios;


- Início na cavidade bucal;
- Término: ânus;
- Realiza o processo digestivo, ou seja, obter a partir de alimentos ingeridos as moléculas
necessárias para a manutenção, o crescimento e as demais necessidades energéticas do
organismo – POR MEIO DE ENZIMAS;
- Os diversos segmentos do canal alimentar são morfologicamente especializados em
aspectos específicos para executarem essas diferentes atividades;

Ingestão Digestão Absorção

Começa pela cavidade Trituração, Mastigação De pequenas


bucal, onde inicia o e Saliva na cavidade substâncias e água.
processo digestivo. bucal. Continua no
estômago, para ocorrer
a absorção.
- Alimentos não digeridos, muco, bactérias, células descamadas e pigmento biliar acabam
sendo excretados pelas fezes;

- Porta de entrada do canal alimentar;


- Ocorre a ingestão e a primeira etapa do processo
de digestão;
- Umidificação do alimento pela saliva e formação do
bolo alimentar através da trituração pelos dentes e
também da umidificação;
- Revestida por epitélio estratificado pavimentoso não
queratinizado;
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- Regiões submetidas ao atrito durante a mastigação, como a gengiva e o palato duro, são
revestidas por epitélio estratificado pavimentoso queratinizado;

- Massa de músculo esquelético estriado, revestido por uma camada mucosa;


- Superfície ventral é lisa, enquanto a dorsal é irregular, recoberta por papilas;
- Dorso da língua é revestido pelas papilas linguais, muitas delas com botões gustativos,
responsáveis pela percepção gustatória;
- Papilas são elevações do epitélio oral e da lâmina própria, que
assumem diversas formas e funções;
- A papila mais abundante é a filiforme, não contendo botões
gustativos (importante papel mecânico na mastigação). Tem
formato cônico, com base maior que o ápice, apontado para a
orofaringe. Epitélio queratinizado;
- Papila Fungiforme: formato de cogumelo, com base estreita e
ápice mais amplo. Percebe-se como bolinhas vermelhas na
língua, por terem muitos capilares. Revestida por epitélio
paraqueratinizado, com poucos botões gustativos;
- Papilas Foliadas: pouco desenvolvidas em humanos, duas ou
mais rugas paralelas separadas por sulcos na superfície da língua,
com muitos botões gustativos;
- Papilas Circunvaladas: são 7 a 12 estruturas circulares grandes, que se estendem por cima
de outras papilas. Estão no V lingual, na parte posterior da língua. Numerosas glândulas
serosas (Glândulas de Von Ebner) secretam seu conteúdo no interior de uma depressão
profunda que circunda a papila. O arranjo em forma de fosso permite um fluxo contínuo
de líquido, importante para remoção de alimentos dos botões, para que possam receber
novos estímulos
- Há outras glândulas menores espalhadas pela cavidade oral;
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- Glândulas Salivares:
- Parótida: exclusivamente serosa, responsável
pela produção de saliva contendo a enzima amilase;
- Submandibular: mista, apresentando ácidos
seroso e mucosos;
- Sublingual: mista, apresentando ácinos
mucosos e áreas serosas restritas às regiões de
meia-lua;
Botões gustativos são estruturas em forma de cebola, cada uma contendo 50 a 100 células. O botão
repousa sobre uma lâmina basal, e, em sua porção apical, as células gustativas têm microvilosidades que
se projetam por uma abertura denominada poro gustativo. Muitas das células têm função gustativa,
enquanto outras têm função de suporte. Células basais indiferenciadas são responsáveis pela reposição
de todos os tipos celulares.
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- Continuação da cavidade oral;


- É um tubo compartilhado pelo sistema digestório e
respiratório;
- No Sistema Digestório, o que importa é a
OROFARINGE;
- Revestida por epitélio estratificado pavimentoso não
queratinizado e por epitélio pseudoestratificado
cilíndrico ciliado nas regiões próximas ao nariz;
- Durante a deglutição, a epiglote tampa a laringe, direcionando o alimento para o esôfago;

- São tubos ocos, compostos por lúmen, de


diâmetro variável, circundados por quatro camadas;
- Mucosa: envolve o lúmen, constituída por
epitélio de revestimento, lâmina própria de tecido
conjuntivo rico em vasos sanguíneos e linfáticos e
camada muscular mucosa;
- Submucosa: consiste em um tecido
conjuntivo denso não modelado (muito
vascularizada) e plexo de Meissner, podendo ter
glândulas;
- Muscular Externa: consiste na camada circular interna e camada longitudinal externa.
Entre elas há o plexo de Auerbach e tecido conjuntivo contendo vasos
- Serosa ou Adventícia: adventícia é formada por tecido conjuntivo frouxo e tecido
adiposo e serosa é composta de tecido conjuntivo frouxo com revestimento de epitélio
simples pavimentoso (mesotélio) = peritônio visceral (em contato com órgãos);
A lâmina própria, localizada logo abaixo do epitélio, é uma zona rica em macrófagos e células linfoides, e algumas
dessas células produzem anticorpos ativamente. Esses anticorpos são principalmente do tipo imunoglobulina A
(IgA), que é secretada para o lúmen ligada a uma proteína produzida pelas células epiteliais do revestimento
intestinal. Esse complexo (sIgA) protege contra invasões virais e bacterianas. A sIgA existente nos sistemas
respiratório, digestório e urinário é resistente à digestão por enzimas proteolíticas, podendo, portanto, coexistir
com as proteases encontradas no lúmen. Além das células de defesa dispersas no tecido, há também nódulos
linfoides na lâmina própria e na camada submucosa que protegem o organismo (em associação com o epitélio)
da invasão bacteriana. A necessidade desse suporte imunológico é óbvia, porque todo o sistema digestório – com
exceção da cavidade oral, do esôfago e do canal anal – é revestido por um epitélio simples, bastante vulnerável.
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- Tubo muscular, que transporta o bolo


alimentar da faringe para o estômago;
- Grande parte fora da cavidade abdominal;
- Tem cerca de 25 cm;
- Mucosa colabada, existindo pregas
longitudinais, que se estendem ao longo do
esôfago, fazendo sua luz ficar mais estreita;
- Quando o bolo alimentar passa, as pregas somem. Isso é possível, pois na submucosa
existem muitas fibras elásticas;
- Apresenta dois esfíncteres:
- Superior: abre com o reflexo da deglutição, permitindo a entrada;
- Inferior: permite a passagem do esôfago para o estômago;
- Revestido por epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado;
- Submucosa: região de tecido conjuntivo denso não modelado;
- Mucosa do Esôfago:
- Tecido epitelial estratificado pavimentoso não queratinizado;
- Lâmina própria com glândulas mucosas: Glândulas Cárdicas Esofagianas (semelhantes às
glândulas presentes na cárdia – presentes na região distal do esôfago, secretando muco
para proteção do tecido epitelial);
- Músculo Liso (Muscular da Mucosa) – mais desenvolvida na região distal do esôfago;
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- Submucosa do Esôfago:
- Consiste em tecido conjuntivo denso não modelado (fibroelástico – para facilitar a abertura
do canal do esôfago durante a deglutição);
- Plexo de Meissner (plexo submucoso) – plexo nervoso, constituído por fibras nervosas,
responsáveis por inervar as glândulas esofágicas da submucosa (contra o movimento da
mucosa). Tende estar localizado mais próximo à camada muscular externa;
- Glândulas Esofágicas Propriamente Ditas: produzem muco (lubrificação e proteção) e
lisozimas (antibacteriana) – GLÂNDULAS SEROMUCOSAS (TÚBULO ALVEOLARES);
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- Camada Muscular Externa do Esôfago:


- Dividida em duas:
- Circular Interna: fibras circundando o lúmen;
- Longitudinal Externa: fibras dispostas longitudinalmente;
- Entre as duas camadas, há o PLEXO DE AUERBACH – função de induzir a atividade
peristáltica;
- Terço Superior: tecido muscular estriado esquelético;
- Meio: tecido muscular liso e estriado esquelético;
- Terço Distal: músculo liso;
- Camada Adventícia ou Serosa:
- Grande parte do esôfago encontra-se fora da cavidade abdominal,
apresentando camada adventícia;
- Adventícia = tecido conjuntivo
frouxo;
- Serosa ou Peritônio Visceral =
tecido conjuntivo frouxo + epitélio
simples pavimentoso (mesotélio) –
terço distal do esôfago;
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- Esfíncter Inferior do Esôfago (fisiológico) – funciona pela


contração do diafragma e pela pressão positiva que existe na
cavidade abdominal, favorecendo o colabamento do lúmen do
esôfago na
região;
- Impede o
refluxo ácido do
estômago;
- No esôfago há revestimento
estratificado pavimentoso não
queratinizado. Abruptamente há
modificação do tecido, que se torna
simples cilíndrico (epitélio do estômago);
Se o esfíncter não funciona bem, pode ocorrer metaplasias, que é a substituição de um
tecido por outro de mesma origem embriológica. Nesse caso, o tecido estratificado
pavimentoso não queratinizado é substituído por simples cilíndrico, a fim de proteger essa
região. O tecido perde a especialidade, sendo menos resistente à abrasão do bolo alimentar.
As alterações podem evoluir para doenças mais graves, como câncer de esôfago
(adenocarcinomas).

Esôfago de Barret: se um refluxo ácido for recorrente (doença do refluxo gastresofágico).


Ocorre metaplasia do epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado em epitélio
colunar com células caliciformes (característica de epitélio intestinal);
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A mucosa com essa intestinalização é um ambiente favorável para o desenvolvimento de


regiões displásicas e desenvolvimento de adenocarcinomas de esôfago;

- Segmento dilatado do tubo digestivo, cuja principal função é transformar o bolo alimentar
em uma massa viscosa (quimo), através da atividade química e muscular;

- Cárdia: região estreita, medindo 2 a 3 cm de comprimento. Localizada ao redor da


abertura esofágica;
- Fundo: região mais arredondada;
- Corpo: região mais extensa;
- Antro/Piloro: porção mais terminal, abrindo-se no duodeno;
- Existência de Pregas Longitudinais ou Rugas, que é a mucosa e a submucosa que se
projetam para o lúmen do órgão quando vazio. Se o órgão está com alimento no interior,
as pregas se achatam;

- Divisão Histológica: baseada nas glândulas existentes na mucosa do órgão;


- Cárdia: Glândulas Cárdicas (muco – proteção para o esôfago) – glândulas tubulares,
ramificadas e enoveladas na porção terminal, com fosseta curta e glândulas longas;
- Fundo/Corpo: Glândulas Fúndicas ou Gástricas (suco gástrico) – glândulas tubulares
ramificadas, sem enovelamento na porção terminal;
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- Piloro: Glândulas Pilóricas (muco – proteção para o intestino) – glândulas tubulares,


ramificadas e enoveladas na porção terminal, com fosseta/cripta mais ampla, com glândulas
mais curtas;

- Mucosa Gástrica:
- Células de Revestimento + Glândulas + Lâmina Própria + Muscular da
Mucosa;
- Fossetas Gástricas são
- Células Mucosas de Superfície: locais onde as glândulas vão
- Compõem o epitélio simples liberar suas secreções;
colunar ou simples cilíndrico;
- Grânulos de Mucinogênio,
que produzem o MUCO VISÍVEL
(alcalino), formando uma camada
espessa gelatinosa, a qual fica
aderida à camada superficial e nas criptas. Protege a mucosa da abrasão
do quimo e do conteúdo ácido do suco gástrico;
- Coloração de PAS;
- Mucosa Gástrica da Região da Cárdia: presença de Glândulas Cárdicas, compostas
principalmente por células secretoras de muco. Tem características de túbulos enovelados.
A secreção é produzida para proteger o epitélio esofágico contra o refluxo ácido. Entre as
células produtoras de muco, pode-se encontrar células enteroendócrinas, que produzem
hormônios e células parietais, que secretam ácido clorídrico;
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- Mucosa Gástrica da Região Fundo e Corpo: presença das Glândulas Fúndicas, que são
compostas por células que produzem o suco gástrico. O istmo é um local de regeneração
celular, entre a fosseta e a glândula. Células presentes no istmo dão origem a células de
revestimento e células que compõem as glândulas;

- Cada glândula é constituída por segmento mais longo e estreito (colo) e um segmento
mais curto e largo (base);
- Glândula = Istmo + Colo + Base;
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- Grande diversidade de células compõe as glândulas da


mucosa da região fundo;
- Célula Mucosa do Colo: produz muco;
- Localizadas no colo da glândula, entremeadas pelas
células parietais. São células cilíndricas, mas acabam ficando com
aspectos distorcidos, sendo identificáveis apenas seus núcleos,
pois ficam entre as células parietais, que as pressionam.
Secretam muco solúvel, tendo menor quantidade de
mucinogênio. O muco tem propriedades lubrificantes e
antibióticas;
- Célula Parietal (Oxínticas): produz ácido clorídrico e fator intrínseco;
- Localizadas no istmo e colo da glândula. São células grandes, triangulares,
núcleo esférico, citoplasma eosinófilo (rosado em H&E). Liberam hidrogênio e cloro, que no
estômago formarão o ácido clorídrico. O fator intrínseco é uma glicoproteína importante
para a absorção de vitamina B12. Quando a célula está em repouso, apresenta no citoplasma
grande quantidade de túbulos e vesículas, configurando o sistema túbulovesicular. Quando a
célula está ativa, esse sistema desaparece, surgindo no canalículo intracelular microvilosidades
para que a célula libere sua secreção. Logo o sistema produz as microvilosidades quando a
célula está ativa;
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- Célula Principal (Zimogênicas): produz pepsinogênio e lipase


gástrica. Predominam na base das glândulas. Apresentam na sua região
basal aspecto basofílicos (roxo), por conta do acúmulo de RER e sua
porção apical apresentam eosinofilia (rosa), por conta da presença de
grânulos secretores ou zimogênio. São células produtoras de proteínas
(lipase gástrica e pepsinogênio – convertido em pepsina no estômago,
responsável pela digestão de proteínas);
- Células Enteroendócrinas: localizadas
próximas da base das glândulas gástricas.
Secretam hormônios peptídeos, que
controlam várias funções do trato intestinal.
Localizadas na mucosa desde o estômago,
até o colón (considerando a população total
dessas células, o segmento gastrointestinal
é o maior órgão endócrino do corpo).
Absorve aminoácidos, que são
transformados em aminas e são liberados
na correte circulatória, para ir até a célula-alvo;
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- Mucosa Gástrica da Região do Antro/Piloro: glândulas pilóricas


semelhantes as glândulas cárdias, porém apresentam fossetas
mais profundas e glândulas mais curtas. As glândulas secretam
muco, lisozima (bactericida) e gastrina (produzida pela CÉLULA G
(enteroendócrina), que estimula a secreção gástrica ácida);

- Lâmina Própria:
- Escassa e restrita aos espaços limitados que circundam
as criptas e glândulas gástricas;
- O estroma contém fibras reticulares, fibroblastos e
células do sistema imune;
- Nódulos linfáticos ocasionais (GALTS);
- Camada Muscular Mucosa: 2 camadas;
- Circular Interna;
- Longitudinal Externa;
- Submucosa Gástrica:
- Tecido conjuntivo denso não modelado;
- Camada Muscular Externa:
- Fibras de tecido
muscular liso, dispostas em 3
direções:

- O Plexo de Auerbach está entre a circular média e a longitudinal média;


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- Camada Serosa: constitui o folheto visceral do peritônio, visto que o estômago está
dentro da cavidade abdominal;

Esfíncter Anatômico, pois uma


própria estrutura do órgão
sofre uma modificação para
que ocorra abertura. Nesse
caso, a túnica muscular
externa (camada circular
média) se espessa e forma o
esfíncter, para controlar a
passagem do quimo do
estômago para o duodeno;

- É o componente mais longo da via digestiva, medindo


cerca de 6 metros e dividido em 3 porções
histologicamente semelhantes:
- Duodeno;
- Jejuno;
- Íleo;
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- Presença de dobras transversais da mucosa e submucosa, formando as Pregas Circulares


ou Valvas de Kerkcring;

- Na superfície das Valvas, encontra-se as vilosidades (característica própria do intestino


delgado);
- As vilosidades ocorrem na região da mucosa;
- Revestido por epitélio simples cilíndrico, onde se encontram as microvilosidades;
- O intestino delgado é o sítio terminal dos alimentos, absorção de nutrientes e secreção
endócrina;
- No intestino delgado forma-se o QUILO;

- Duodeno: menor região, com cerca de 25 cm.


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- Jejuno: corresponde a 2/5 da estrutura jejuno-íleo;


- Íleo: corresponde à maior porção do intestino delgado;
- Grande parte do intestino delgado é constituído por SEROSA, exceto os 2 terços
inferiores do duodeno;
- Mucosa do Intestino Delgado:

- Organizada em vilosidades (projeções da mucosa) –


epitélio simples cilíndrico com microvilosidades – o epitélio é
apoiado na lâmina própria de tecido conjuntivo frouxo, que
corresponde ao tecido conjuntivo entre as glândulas de
Lieberkuhn;
- Vilosidade do duodeno tem formado semelhante a
uma folha;
- Vilosidade do jejuno tem formado digitiforme longas;
- Vilosidades do íleo tem formato digitiforme curto;
- Célula Cilíndrica = Célula colunas absortiva
(enterócito);
- Presença de células caliciformes = produção de
muco (menos presentes no duodeno, aumento sua
quantidade até o íleo). O muco protege o epitélio da abrasão
e protege da invasão de bactérias;
- Presença de zônulas de oclusão. Defeitos podem
favorecer a entrada de microrganismos para o interior da
lâmina própria;
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- Criptas ou Glândulas de Lieberkuhn: constituída por células absortivas, células


caliciformes, células enteroendócrinas, células de Paneth e Células Tronco (regeneradoras);

- Células de Paneth: secretam LISOZIMA (bactericida) e DEFENSINA (bacteriostático),


para controle da microbiota intestinal. Estão presentes na região basal da glândula.
Encontradas principalmente no jejuno e íleo. São exócrinas, secretando grânulos
eosinófilos (vermelhas em H&E). As enzimas ficam concentradas na camada de muco
produzida pelas células caliciformes;

- Células Enteroendócrinas: secreta COLESCISTOQUININA, produzida na região do


duodeno, estimulando a secreção de bile e enzimas pancreáticas, e SECRETINA, que
estimula a secreção de bicarbonato pelo ducto pancreático (adequar o pH no intestino),
além de aumentar a secreção de insulina;
- Células Tronco: regenerativas, dando origem a novas células. Estão na base das
glândulas, podendo originar todas as células presentes na região;
- Células M: principalmente no íleo, entre os enterócitos e os linfócitos. Recobrem
folículos linfoides das placas de Peyer
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- Lâmina Própria: tecido conjuntivo frouxo, com vasos sanguíneos, vasos linfáticos e fibras
musculares lisas (provenientes da muscular da mucosa). Essas fibras contraem-se
ritmicamente, encurtando as vilosidades durante a digestão;
- Muscular da Mucosa: circular interna e longitudinal externa;

- Submucosa do Intestino Delgado:

- Presença de tecido conjuntivo denso não modelado;


- Duodeno: presença de Glândulas de Brünner, para produção de muco alcalino;
- Jejuno: não há nenhum elemento além do tecido conjuntivo denso não modelado;
- Íleo: presença das placas de Peyer (MALT) muito bem-organizada. É responsável
pela defesa imunológica. O defeito funcional das placas de Peyer causa doença de Crohn;
- Plexo de Meissner;
- Camada Muscular:
- Responsável pelo movimento segmentar (mistura) e peristáltico (andamento do
quimo);
- Plexo de Auerbach regula essa contração;
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- Camada Serosa/Adventícia:
- Todo o intestino está envolvido por serosa, exceto a segunda e terceira parte do
duodeno;
- SEROSA = TECIDO CONJUNTIVO FROUXO + MESOTÉLIO;

- ADVENTÌCIA = TECIDO CONJUNTIVO FROUXO;


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- Aplicação Médica:
- Doença Celíaca: doença autoimune, com pacientes desenvolvendo reação
imunológica ao glúten, levando a uma atrofia das vilosidades. Assim, tem-se uma menor
absorção dos nutrientes pelo intestino. O paciente não pode ingerir qualquer alimento
contendo glúten, tendendo a retornar à normalidade das vilosidades. Sintomas: dor
abdominal, diarreia, perda de peso, gases;

- Doença de Crohn: processo inflamatório crônico, que pode envolver diferentes partes do
trato digestório, sendo mais comum no íleo e no intestino grosso. É de causa desconhecida,
decorrendo da presença de leucócitos que produzem citocinas que causam lesões na
mucosa intestinal (destruição das Glândulas de Lieberkuhn). Há, posteriormente, lesões na
submucosa e camada muscular, atingindo toda a parede do intestino. Há a formação de
granulomas, que espessam a parede do órgão, causando obstrução intestinal, perfurações
e fístulas, podendo produzir sintomas em outros órgãos. Dor abdominal, anemia. Tratamento
medicamentoso, minimizando os efeitos da doença;
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- Mede aproximadamente 1,5 metro;


- Dividido em Ceco, Cólons (Ascendente, Transverso,
Descendente e Sigmoide) e Reto;
- Histologicamente Ceco e Cólon são indistinguíveis;
- No reto, as glândulas são mais profundas e menos
numerosas;
- Apêndice vermiforme está no ceco, sendo um
divertículo. Ele é muito semelhante ao resto do
intestino, tendo um lúmen mais estreito e irregular,
com muitos nódulos linfoide e não apresentando tênias
do cólon;
- O apêndice tem um lúmen pequeno e fundo cego.
Quando substâncias se acumulam nessa região, ocorre
uma obstrução, podendo ocorrer uma resposta
inflamatória. É necessária a remoção do apêndice e,
se não retirado, o apêndice será destruído, causando
septicemia;
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- Função do Intestino Grosso: absorção de água, produção de muco e formação do bolo


fecal;
- Camada Mucosa do Intestino Grosso:
- Sem vilosidades;
- Com microvilosidades nas células absortivas;
- Muita presença de células caliciformes;
- Epitélio Simples Cilíndrico;
- Presença de Glândulas de Lieberkuhn (células
caliciformes, células enteroendócrinas e caliciformes);
- Entre as Glândulas de Lieberkuhn há a lâmina
própria, um tecido conjuntivo frouxo;
- Camada muscular da mucosa dividida em 2 camadas, como de costume;

- Aplicação Médica:
- Pólipos Intestinas: alteração causada pelo crescimento anormal do intestino grosso.
A maioria é benigno, podendo se tornarem malignos. Surgem como resultado de mutações
de células da camada mucosa, tendendo a surgir a partir dos 50 anos de idade;
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- Camada Submucosa do Intestino Grosso:


- Tecido Conjuntivo Denso
não modelado (4);
- Presença de muitos
folículos linfoides (2) – forma
GALTS (tecido linfoide associado a
mucosa gástrica);
- (1) mucosa;
- (3) muscular da mucosa;
- (5) muscular circular
externa e longitudinal externa;
- Camada Muscular:

- Camada longitudinal externa: feixes tendem a se agrupar e formar 3 fitas (bolas), chamadas
de tênias do cólon, que mantêm um tônus constante nesse órgão;
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- Apêndices Omentais: bolsas da camada serosa que acabam se expandindo em virtude da


grande quantidade de células adiposas;
- Camada Serosa/Adventícia:
- Maior Parte é SEROSA;
- Reto, ânus e uma porção do cólon são ADVENTÍCIA;
- Reto:
- Cerca de 3-4cm da abertura anal, a mucosa intestinal é substituída por epitélio
estratificado pavimentoso;
- Lâmina própria apresenta um PLEXO DE GRANDES VEIAS (quando muito dilatadas
produz as hemorroidas);
- Quanto mais próximo à pele, o epitélio vai se tornando queratinizado;

- Esfíncter interno = músculo liso;


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- Esfíncter externo = músculo esquelético;

- PÂNCREAS:
- Posicionado atrás do estômago;
- Apresenta funções endócrinas e exócrinas;
- Porção Endócrina é cordonal;
- Porção Exócrina é formada por ácinos serosos;
- Apresenta uma cápsula, que segmenta o órgão
em lobos;
- Porção Exócrina é caracterizada pela presença
de ácinos serosos (estruturas arredondadas,
constituídas por células piramidais, cuja porção basal é basofílicas e a porção apical
mais Eosinofílica = rosa). No centro dos ácinos, há as CÉLULAS CENTROACINOSAS,
características do pâncreas. Outros fatores diferenciais são a presença de ilhotas de
Langherans e ausência de células mioepiteliais;
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- As células centroacinosas correspondem a projeções internas dos ductos intercalares,


que penetram nos lúmens dos ácinos. Sua presença ocorre devido à ausência de células
mioepiteliais, sendo sua função auxiliar na excreção de secreções dos ácinos. Além disso,
secretam bicarbonato, água e sais, auxiliando na produção do suco pancreático;

A maioria dessas enzimas são armazenadas na


forma de pré-enzimas nos grânulos de secreção
(zimogênio) das células acinosas;
- Além das enzimas, o suco pancreático é
formado por água, íons e bicarbonato;
- A porção exócrina é secretada por hormônios
secretados pelas células enteroendócrinas do
intestino:
- SECRETINA: induz o pâncreas a secretar
uma secreção fluida e pouco enzimática, rica em
bicarbonato que neutraliza a acidez do quimo, tornando-o neutro para a ação de enzimas
(ativa células centroacinares);
- COLECISTOQUININA: promove a formação de secreção escassa com muitas
enzimas. Atua na extrusão dos GRÂNULOS DE ZIMOGÊNIO (ativa células acinares);
- PORÇÃO ENDÓCRINA: representada pelas ilhotas de Langherans;
- As células secretoras estão arranjadas em forma de cordões anastomosados e
entre eles há capilares fenestrados (apresentam poros para favorecer a dispersão dos
hormônios na corrente);
- Há 4 padrões celulares:
- Células Alfa Pancreáticas: secretam GLUCAGON;
- Células Beta Pancreáticas: secretam INSULINA – mais abundantes;
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- Células Delta: secretam SOMATOSTATINA (modula a secreção de insulina e


glucagon);
- Célula F: secreta polipeptídio pancreático (antagonista da COLECISTOQUININA –
suprime a secreção pancreática e induz a secreção gástrica);

- Ao redor das ilhotas há uma pequena quantidade de tecido conjuntivo, formando uma
espécie de cápsula;
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Beta = Basofílica (ROXA);


Alfa = Acidófila/Eosinofílica (ROSA);

Aplicação Médica

- Adenocarcinoma Ductal Pancreático: 90% de todos os casos de câncer de pâncreas,


com taxa de mortalidade de 100%. Tabagismo aumenta o risco, além de fatores dietéticos
como alta ingestão de carne e gordura. Maior frequência na cabeça do pâncreas,
tendendo para invasão de todo órgão posteriormente;

- FÍGADO:
- É o órgão no qual os nutrientes absorvidos no trato são processados e armazenados
para usado por outros órgãos;
- Sintetiza a BILE (digestão de lipídeos = emulsificador);
- Atua no metabolismo de lipídeos, carboidratos, proteínas e ferro;
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- Neutraliza e elimina substâncias tóxicas;


- Síntese de proteínas plasmáticas (Ex: albumina);
- Síntese de fatores de coagulação do sangue;
- O ligamento falciforme permite que o fígado se ligue a parede abdominal anterior;
- LÓBULO HEPÁTICO = unidades estruturais, onde as células hepáticas (hepatócitos)
são agrupadas em placas interconectadas;
- Nos humanos, é difícil observar os lóbulos;
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Quanto mais para periferia, mais oxigenadas são as células, sendo capazes de suportar
maiores agressões e resistência à necrose;

- Espaço Porta ou Tríade Portal:


- Contém um ramo da artéria hepática (traz sangue arterial) – estrutura mais espessa;
- Grande parte do sangue que chega no fígado é venoso, chegando pela veia porta
– parede mais fina de epitélio;
- Ducto Biliar: permite a saída de Bile produzida pelos hepatócitos – epitélio simples
cúbico;
Bruno Donini Cezar – ATM 26 32

- Vasos Linfáticos: responsáveis por transportar linfa (w) – parede muito delicada;

- Veia Centro Lobular:


- Local de ‘despejo’ do sangue no lóbulo hepático;
- Há mistura de sangue nos capilares sinusoides;

- Hepatócitos:
- Podem apresentar 1 ou 2 núcleos;
- Alta capacidade regenerativa;
- Formam placas interconectadas, que se dispõem radialmente no lóbulo hepático;
- Célula poliédrica, que apresenta microvilosidades;
Bruno Donini Cezar – ATM 26 33

ESPAÇO DE DISSE: localizado entre os hepatócitos e as células endoteliais, contendo fluido


do sangue que faz trocas com hepatócitos – ALOJA MICROVILOSIDADES DOS
HEPATÓCITOS.
Bruno Donini Cezar – ATM 26 34

CÉLULAS DE ITO: localizadas no ESPAÇO DE DISSE, armazenadoras de lipídeos e vitamina


A. Além disso, participam da síntese de várias proteínas da matriz extracelular e
proteoglicanos, secretam fatores de crescimento e citocinas e regulam o diâmetro do
capilar sinusoidal;
CÉLULA DE KUPFFER: são macrófagos posicionados internamente ao capilar sinusoides.
Metabolizam eritrócitos velhos, digerem hemoglobina, secretam proteínas e participam do
sistema imunológico (destroem bactérias);
Bruno Donini Cezar – ATM 26 35
Bruno Donini Cezar – ATM 26 36

Aplicação Médica

- Cirrose Hepática: lesão irreversível, geralmente formada por hepatite viral crônica ou
alcoolismo. Há uma perda da arquitetura de líbulos, com a formação de pseudocistos,
circundados por muitas fibras e infiltrado de linfócitos. Há uma grande quantidade de
tecido necrosado. A pele ou esclera do olho adquirem aspecto amarelado, denominada
icterícia. Isso ocorre por que quando a hemácia é degradada, é liberada BILIRRUBINA, que
se conjuga com proteínas plasmáticas, indo até o fígado para ser degradada. O fígado,
por não funcionar corretamente, não degrada e a bilirrubina se conjuga a proteínas
teciduais, fazendo com que o paciente fique amarelado;
Bruno Donini Cezar – ATM 26 37

- VESÍCULA BILIAR:
- Armazena BILE e a libera quando
necessário;
- A contração do músculo liso é induzida
pela COLECISTOQUININA do intestino delgado,
cuja secreção é estimulada pela presença de
nutrientes no intestino;
- Não apresenta submucosa;
- Pregas na mucosa auxiliam na absorção
de eletrólitos (concentra a bile) – desaparecem com o acúmulo de bile;
- Na mucosa, há epitélio simples cilíndrico com microvilosidades (células produzem
muco);
- A maior parte da produção de muco se dá pelas GLÂNDULAS
TUBULOALVEOLARES que estão próximas ao ducto cístico;
- Alguns livros tratam que entre as células epiteliais há secretoras de muco (pouco
provável);
- A camada muscular é constituída por feixes musculares oblíquos (principalmente) e
feixes longitudinais (mais externa);
- Tecido Conjuntivo Perimuscular;
- Serosa em quase todo órgão;
- Adventícia só em locais onde há contato com a cápsula do fígado;
Bruno Donini Cezar – ATM 26 38

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