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Sistema digestório

Tem função de prover os submucoso aumentando as vilosidades


nutrientes e água necessários ao e permitindo maior absorção.
organismo, suprindo, assim, suas
necessidades energéticas. Nos Inervação parassimpática:
carnívoros as refeições são ocasionais e
Estimulante. É feita, quase
possuem alto valor energético - ricas
completamente, pelo nervo vago =
em proteínas e gordura, sua digestão é
inervação vagal mediada por
principalmente enzimática enquanto
acetilcolina.
que em herbívoros que consomem
grande quantidade de alimento pouco
energético que não é totalmente Inervação simpática:
digestível por enzimas animais por isso Deprimente, diminui os
deve haver uma fase de fermentação movimentos do trato gastrointestinal. É
que pode ser pré-gástrica ou feita por gânglios partidos da região
pós-gástrica. cervical e toracolombar da medula
mediada por noraepinefrina.

Coordenação nervosa: Fibras nervosas sensoriais:


O trato digestório possui
SENSORIAIS = levam informação
inervação simpática e parassimpática e,
do TGI para o cérebro. São 80%
ao contrário da maioria dos outros
provenientes do nervo vago, podendo
órgãos, o sistema parassimpático
ser estimuladas por irritação da
estimula enquanto que o sistema
mucosa, distensão excessiva ou por
simpático deprime.
resposta à substâncias químicas o que
Os neurônios e gânglios que
pode levar a respostas de inibir ou
inervam o trato gastrointestinal
excitar os movimentos do TGI.
constituem um “sistema nervoso
próprio”, o SISTEMA NERVOSO
ENTÉRICO, composto pelo PLEXO Fome:
MIOENTÉRICO OU MIOMÉTRICO que É controlada pelo HIPOTÁLAMO,
coordenam as contrações do que possui os centros de controle da
peristaltismo aumentando a contração fome, sede, temperatura,
tônica da parede muscular, aumento comportamentos sexuais e sono. A
da frequência e intensidade de fome pode ser estimulada por
contrações e aumento da velocidade de hormônios como a leptina, por
transmissão de ondas excitatórias; e estímulo visual, olfativo ou mesmo por
pelo PLEXO SUBMUCOSO que controla alguma necessidade do organismo o
a parede interna, coordena a secreção que gera o apetite por certo tipo de
gastrointestinal e o fluxo sanguíneo no alimento.
local, contração local do músculo
movimentos verticais enquanto que os
Preensão: herbívoros possuem o vertical e o
A preensão do alimento é como horizontal para destruição das células e
o animal faz a coleta do seu alimento, fibras vegetais.
podendo ser pelos dentes, lábios, A DEGLUTIÇÃO do alimento é
língua e pelo bico nas aves. coordenada por um centro de
deglutição localizado no quarto
Dentes: ventrículo do cérebro. Esse centro é
estimulado por impulsos aferentes
Divididos em incisivos, caninos,
originados na porção posterior da
pré-molares e molares, variam em
boca, faringe e epiglote. O início da
número de espécie para espécie e têm
deglutição é voluntário, mediado por
função de preensão dos alimentos,
língua e bochechas, o segundo estágio
rasgá-los e fazer sua trituração ou
é involuntário e chamado de faríngeo, é
digestão mecânica convertendo o
nele que ocorre o fechamento da
alimento em partículas menores com
epiglote, o terceiro estágio é também
maior superfície de contato o que
involuntário e é o esofágico, é o que
facilita sua digestão química e/ou
permite a descida do alimento pelo
fermentação além de prevenir lesões
esôfago até o estômago.
no TGI.
A mastigação também tem
função de misturar os alimentos à Glândulas salivares:
saliva, lubrificando-os facilitando sua
Produzem muco que lubrifica o
descida pelo esôfago e, em algumas
bolo alimentar e enzimas que iniciam a
espécies que possuem ptialina, a
digestão química na boca, a ação
amilase salivar, pode até mesmo
dessas enzimas é reduzida devido ao
começar a digestão química além da
curto tempo em que o alimento
física, porém é pouco efetiva pelo
permanece na boca o que torna essa
pouco tempo em que o alimento
digestão pouco efetiva porém ajuda
permanece na cavidade oral.
nos processos digestivos seguintes. As
O REFLEXO DA MASTIGAÇÃO
glândulas são estimuladas pela
ocorre de forma que não é necessário
presença do alimento na boca que
executar todos os movimentos de
causa pressão, pela visão do alimento,
descida e subida da mandíbula
cheiros e sons ligados à alimentação.
voluntariamente: a primeira descida da
Carnívoros não possuem ptialina na
mandíbula é voluntária; A mandíbula
saliva.
sobe involuntariamente para manter a
boca fechada; Quando fecha a
presença do alimento na boca faz com Esôfago:
que ela volte a descer de forma
É um tubo muscular formado
involuntária e assim sucessivamente.
por músculos estriados esqueléticos
A mastigação possui movimentos
com controle autônomo. Forma um
diferenciados dependendo da forma de
anel de constrição antes e depois do
alimentação, os carnívoros possuem
bolo alimentar que começa no esfíncter
esofágico superior e vai se movendo estômago esvazia essas contrações
caudalmente em direção ao esfíncter passam a se restringir apenas ao corpo
gastroesofágico ou cárdia = espreme o e se aproximam do antro. A velocidade
alimento até o estômago. do esvaziamento depende do volume
dentro do estômago = quando mais
distendido, maior a motilidade gástrica,
Estômago: e depende de receptores no duodeno
É um saco de fundo cego que respondem a composição química
formado por um fundo, corpo e antro do quimo (como é chamado o alimento
pilórico. Seu fundo é a parte mais pós digestão gástrica), no caso de
cranial, é a porção que recebe e muita proteína o estímulo é para
armazena inicialmente o alimento. O diminuição da velocidade de
corpo armazena e mistura o bolo esvaziamento para que possa ocorrer
alimentar junto do suco gástrico, faz os melhor digestão gástrica.
movimentos de mistura para permitir Na mucosa de quase todo o
que todo o alimento entre em contato corpo gástrico existem glândulas
com as enzimas secretadas na parede gástricas responsáveis pela produção
gástrica. O antro pilórico é a porção de ácido clorídrico(HCl), enzimas e
final antes de passar para o duodeno, muco, que se misturam formando o
nele há a regulação da propulsão e suco gástrico.
passagem do alimento através dos
piloro para o intestino delgado,
partículas maiores que necessitem de Duodeno:
mais digestão gástrica são impedidas Porção seguinte ao estômago,
de passar e permanecem no estômago, monitora a passagem do alimento do
durante essa propulsão o alimento é estômago para o duodeno, além da
jogado contra o piloro o que diminui bomba pilórica feita pelo estômago,
ainda mais o tamanho das partículas. através do grau de distensão causado
Na medida em que o estômago no duodeno (quanto mais distendido,
enche ele distende mediado por maior a velocidade de passagem), da
reflexos vagais que reduzem o tônus irritação da mucosa causada por
muscular. substâncias químicas presentes no
Seus movimentos podem ser alimento, pela acidez do quimo (quanto
PROPULSIVOS, com velocidade mais ácido, mais lenta a passagem para
apropriada para digerir e absorver, e o duodeno para que este possa
podem ser de MISTURA, para garantir neutralizar adequadamente o pH),
o contato de todo bolo alimentar com o osmolaridade do quimo, presença de
suco gástrico. As ondas de mistura proteínas, carboidratos e gorduras no
seguem do corpo para o antro na quimo.
forma de aneis consecutivos que
empurram o alimento contra o piloro o
que promove o esvaziamento do
estômago por meio da BOMBA
PILÓRICA, na medida em que o
intestino para que todo o quimo tenha
Controle hormonal da contato com as enzimas e substâncias
provenientes do próprio intestino,
motilidade: fígado e pâncreas, ocorrem em toda
- Secretina: produzida pelo sua extensão ao contrário do estômago
duodeno em resposta ao quimo no qual só ocorrem no corpo e antro. A
muito ácido, estimula a secreção peristalse (movimentos de propulsão)
pancreática de HCO3 para se dá na forma de um anel contrátil
neutralizá-lo. Inibe a secreção de que se forma atrás do quimo e,
gastrina pelo estômago. relaxando à sua frente, segue
- Peptídeo inibidor gástrico: empurrando o alimento em direção ao
produzido no intestino delgado fim do tubo. Assim como na bomba
superior (duodeno e jejuno) em pilórica, a peristalse é regulada pela
resposta a ácidos graxos e, em composição química e/ou física do
pequena extensão, aos quimo, além de por sinais
carboidratos, causa a diminuição parassimpáticos.
da motilidade gástrica e estimula A mucosa intestinal possui
a secreção de insulina. pregas, vilosidades, que com a
contração ou relaxamento dos
- Gastrina: produzida no antro em
músculos longitudinais no intestino
resposta à distensão gástrica e
aumentam ou diminuem sua superfície
proteínas, estimula a secreção
de contato. A movimentos desses
de suco gástrico e tem efeitos
músculos pode ser estimulada por
brandos na intensificação da
reflexos nervosos e pela resposta à
bomba pilórica.
presença do quimo.
- Colecistocinina: é antagônico à Após chegar na válvula ileocecal
gastrina na motilidade. o quilo (como o quimo é chamado após
Produzida no jejuno em resposta ter recebido a bile e suco pancreático)
a substâncias gordurosas no para, devido à diminuição da peristalse
quimo, inibe o aumento da até que se faça uma nova refeição que
motilidade pela gastrina e aumente novamente a peristalse e
contrai a vesícula biliar. empurre o quilo do íleo para o ceco.
- Motilina: produzida no duodeno
superior durante o jejum
aumentando a motilidade Cólon:
gastrointestinal = roncar. Faz a reabsorção de água e
eletrólitos. Não há digestão química.

Motilidade do intestino Possui movimentos de propulsão que


são mais lentos e não possui

delgado: movimentos de mistura. Seus reflexos


são ativados por movimentos do trato
Possui movimentos de mistura e gastrointestinal e também por agentes
propulsão, os e mistura são mais irritantes = diarreia, aumento dos
intensos principalmente no início do movimentos.
enzimas ou muco, dependendo da
Defecação: glândula.

Os movimentos de propulsão
forçam as fezes (como o quilo é Muco:
chamado após passar pelo cólon e ter a Composto por água e
maior parte de sua água absorvida) glicoproteínas lubrifica e protege o TGI
para o reto, parte do intestino grosso ao permitir o deslizamento do bolo
com grande capacidade armazenadora, alimentar evitando danos mecânicos
porém a saída das fezes é controlada ou químicos à mucosa.
pelo esfíncteres anais interno -
controlado pelo sistema nervoso Saliva:
autônomo, e pelo externo que é
Pode ser serosa ou mucosa, A
voluntário.
serosa contém ptialina e a mucosa
contém mucina. É produzida pelas
Fluxo sanguíneo: glândulas salivares PARÓTIDAS,
SUBMANDIBULARES E SUBLINGUAIS,
Os vasos que irrigam o trato
nas quais as parótidas são quase que
gastrointestinal são da circulação
completamente mucosas enquanto
esplâncnica e irrigam também o baço,
que as submandibulares e sublinguais
pâncreas e fígado, além do estômago e
são mucosas e serosas. Sua produção é
intestino. O sangue que passa pelo
feita nos ácinos das glândulas e é
baço, intestino e pâncreas vai para o
semelhante ao líquido extracelular =
fígado através da veia porta e depois de
uma solução iônica contendo ptialina
sair do fígado vão para a circulação
e/ou mucina (secreção primária). Na
geral levando os nutrientes.
medida em que a secreção primária
O fluxo é diretamente
passa pelos ductos a maioria dos íons
relacionado ao nível de atividade no
são reabsorvidos ativamente enquanto
TGI = durante a digestão e absorção o
que os íons K+ e HCO3- são secretados
fluxo aumenta cerca de 8 vezes. Além
para compor a solução final com a
disso, a correta irrigação é necessária
ptialina e mucina.
para que se tenha uma correta
Sem a presença do alimento a
oxigenação dos enterócitos, uma vez
saliva é quase completamente mucosa
que a mucosa intestinal é sensível a
e é produzida para higienizar a boca,
hipóxia bem facilmente.
uma vez que possui íons tiocianato e
enzimas proteolíticas que combatem
Funções secretoras: bactérias, além de conterem
imunoglobulinas de mucosa, IgA, e
A estimulação das glândulas é
outros anticorpos.
feita por estimulação tátil, irritação
química, e distensão da parede
(presença do alimento), pela Secreções esofágicas:
estimulação parassimpática e
Exclusivamente mucosas = sem
hormônios. São estimuladas a secretar
enzimas, apenas para lubrificação do
tubo. Em aves, o papo, dilatação mucosas e poucas as zimogênicas =
esofágica possui o “leite do papo” que pouco pepsinogênio e muito muco.
também não possui enzimas, apenas A secreção gástrica possui fases:
papel de lubrificar. a secreção cefálica, que ocorre antes
mesmo de comer, ocorre devido ao
cheiro, visão ou até lembrança do
Secreções gástricas: alimento; Fase gástrica, na qual há a
O estômago possui 3 tipos presença do alimento, compõe 70% da
celulares que compõem as glândulas secreção gástrica, é estimulada,
gástricas: também, pela gastrina; E fase intestinal,
- Células oxínticas ou parietais: na qual parte do alimento já está no
produção de ácido clorídrico duodeno.
(HCl) que é controlada por sinais Essas secreções são inibidas
nervosos e endócrinos - quando há completa passagem do
aumento do cortisol estimula a quimo para o duodeno através do
produção de ácido clorídrico; REFLEXO ENTEROGÁSTRICO (inibe as
células enterocromafins contrações gástricas e fecha o esfíncter
secretam histamina que estimula pilórico) por presença de ácido no
as células oxínticas a produzir duodeno, gordura, produtos da
HCl; gastrina estimula a digestão de proteínas ocorrida no
produção de HCl. estômago, ou por presença de líquidos
- Células zimogênicas ou principais: hiper ou hiposmóticos. São inibidas,
produção de pepsinogênio, também pela secretina, que inibe a
forma inativa da enzima gastrina e sua ação de estimular a
proteolítica pepsina, que é produção de suco gástrico.
secretada na forma inativa para
que não ocorram lesões na
mucosa gástrica. Ao ser
Secreções pancreáticas:
secretado entra em contato, no Compostas de enzimas
lúmen, com o HCl e se torna pancreáticas e bicarbonato (HCO3-) que
ativo, pepsina, ou seja ativa passa por ductos pancreáticos que se
apenas em pH ácido, pH acima encontram com o ducto hepático antes
de 5 é inativo. de saírem no intestino delgado. O pH
do intestino é alcalino (entre 7 e 8)
- Células mucosas: produzem muco
devido ao bicarbonato produzido e
levemente alcalino que forma
secretado pelo pâncreas, ele neutraliza
uma camada espessa que
o HCl vindo do estômago.
protege as células contra o ácido
As enzimas produzidas pelo
clorídrico e enzimas
pâncreas são proteases - tripsina,
proteolíticas.
quimotripsina e carboxipeptidase,
As células oxínticas e zimogênicas estão
lipases - colesterol esterase e
presentes principalmente no corpo e
fosfolipase, e amilases - amilase
fundo do estômago, no piloro são mais
pancreática.
A secreção pancreática é pancreáticos é secretado inibidor de
estimulada pela acetilcolina, tripsina, para que não haja ativação no
colecistocinina e secretina. pâncreas.
O último estágio da digestão
proteica é feito pelos enterócitos no
Secreções do intestino duodeno e jejuno, e, caso haja
absorção de tripeptídeos ou
delgado: dipeptídeos, os próprios enterócitos
A mucosa do intestino delgado, fazem a degradação em aminoácidos
por meio das criptas de Lieberkuhn, ou utilizando peptidases que possuem em
criptas intestinais, também produz seu citoplasma.
enzimas, peptidases, sucrase, maltase,
isomaltase, lactase e lipase intestinal Carboidratos:
que finalizam a digestão iniciada na
Amilase salivar, que pode ser
boca/estômago, além de muco pelas
chamada de alfa-amilase ou ptialina,
células caliceformes.
possui menor ação devido ao menor
No duodeno também há
tempo de contato com o alimento
produção de muco alcalino pelas
antes de ser deglutido e a menor
glândulas de Brunner, que produzem o
quantidade secretada. Amilase
muco em resposta a estímulos táteis,
pancreática leva de 15 a 30 minutos
vagais ou irritantes devido a chegada
para digerir completamente os
do quimo ácido.
carboidratos. Lactase, sacarase,
maltase e 𝛼-dextrinase, são produzidas
Enzimas: pelos enterócitos e digerem
dissacarídeos em monossacarídeos. Os
Proteases: monossacarídeos são hidrossolúveis o
Tripsina, quimiotripsina e que proporciona sua absorção pelo
carboxipolipeptidases são enzimas sangue portal ou utilizando
pancreáticas, produzidas e secretadas cotransporte com moléculas de Na+.
na forma inativa para que não haja
lesões aos órgão, tripsinogênio, Lipídeos:
quimiotripsinogênio e
Lipases pancreáticas que
procarboxipolipeptidase são ativadas
converte triglicerídeos em ácidos
nos ductos ou ao chegarem no
graxos livres e monoglicerídeos,
duodeno, completando a digestão das
colesterol esterase e fosfolipase são
proteínas iniciada no estômago. O
pancreáticas. Sua digestão inicia e
tripsinogênio é clivado pela enzima
termina no intestino delgado, no
enteroquinase que o ativa tornando-o
estômago pode haver quebra física das
tripsina que pode fazer feedback
moléculas pela ação do ácido clorídrico,
positivo, ativando outros tripsinogênios
porém a digestão química ocorre
e, também, o quimiotripsinogênio e a
apenas no ID. A bile possui grande
procarboxipolipeptidase no final do
importância na digestão e absorção de
tubo pancreático. Nos ácinos
lipídeos, não possui nenhuma enzima,
mas faz o processo de pode suportar. Quando se produz mais
EMULSIFICAÇÃO dos lipídeos = as colesterol do que a bile pode dissolver
moléculas lipídicas são hidrofóbicas e esse excesso pode precipitar na forma
se aglomeram em gotas de emulsão de cristais que formam as pedras.
grandes na luz intestinal, a bile age Quando a produção de bile é maior
como um detergente e fragmenta essas que o suportado pela vesícula, devido a
micelas em micelas menores, o que constante absorção de água, essa bile
aumenta sua superfície de contato para pode se tornar concentrada e
ação das lipases em sua superfície precipitar os sais biliares e colesterol
externa. O colesterol é precursor da formando os cristais e, depois pedras.
bile, sua produção se dá no fígado que
produz uma solução primária contendo
grande concentração de sais/ácidos Secreções do intestino
biliares (mesma coisa), na medida em
que passa pelos ductos hepáticos é grosso:
acrescida de colesterol e outros Também possuem criptas de
constituintes orgânicos, além de Na+ e Lieberkuhn, porém não produzem
HCO3- durante o percurso até a vesícula enzimas digestivas e possuem maior
biliar = ducto hepático → ducto biliar → concentração de células caliciformes =
vesícula biliar. menos enzimas e mais muco.
A bile é produzida A diarreia é o aumento do
continuamente e armazenada na trânsito das fezes no IG por conta de
vesícula biliar, nela, água, sódio, cloro e uma irritação severa o que leva a uma
outros eletrólitos são reabsorvidos por perda de eletrólitos e água.
transporte ativo. A presença de
alimento gorduroso no ID estimula a
vesícula a contrair assim como a Absorção:
colecistocinina. As micelas são É baixa no estômago, que
pequenas e ajudam no carregamento absorve água, vitaminas, álcool e
de moléculas lipídicas do lúmen para a alguns medicamentos em pequenas
superfície celular, monoglicerídeos e quantidades.
ácidos graxos livres são endocitados No intestino é onde ocorre a
pelas superfície apical das células e maior parte da absorção, porém
são reconvertidos em triglicerídeos e depende da isosmoticidade para que
saem para a linfa na forma de ocorra efetivamente. Monossacarídeos
quilomícrons = triglicerídeos + e aminoácidos é feita por cotransporte
colesterol + proteínas, da linfa são de íons. A frutose é convertida em
levados para a circulação sanguínea e glicose no enterócito e absorvida. De
tecidos. O colesterol pode ser tri, dipeptídeos e aminoácidos é feita
absorvido sem micelas. por cotransporte e absorvida
Cálculos biliares são formados diretamente pelos enterócitos. Os
ou por grande concentração de ácidos graxos e monoglicerídeos são
colesterol na bile ou por maior absorvidos e convertidos em
produção de bile do que a vesícula triglicerídeos nos enterócitos e depois
vão para a linfa na forma de
quilomícrons. Ácidos graxos pequenos
podem ir diretamente pelo sangue
portal. O intestino grosso reabsorve
principalmente água e eletrólitos.

Digestório de ruminantes:
A RUMINAÇÃO é a volta do
Rúmen: alimento para a boca para ser
É uma dilatação do esôfago, sem remastigado, ou seja, o alimento é
capacidade de produzir enzimas regurgitado e remastigado o que
digestivas. É a câmara onde ocorre a promove maior ingestão de saliva com
maior parte da fermentação e onde os bicarbonato que regula o pH ruminal.
ácidos graxos voláteis provenientes A fermentação, além de produzir
dessa fermentação são absorvidos. os ácidos graxos voláteis, produz
O alimento chega pelo cárdia e metano (CH4) e CO2 no volume de 0,5 a
vai para a região cranial do rúmen, 1L por minuto, na qual uma pequena
contrações caudo-craniais transferem o parte é absorvida porém o resto é
conteúdo para o retículo para que siga eructado (igual a arrotar). A dilatação
para o omaso ou seja ruminado, ou do rúmen proporcionada pelos gases
então volte para o rúmen. Na superfície estimula o nervo vago a contrair a
boiando ficam as partículas mais parede do rúmen e empurrar os gases
grosseiras que são ruminadas; no meio da direção do esôfago. Quando há
é o local de maior atividade da algum impedimento da saída desses
microbiota que agem nas partículas gases, ou falha no mecanismo de
médias; no fundo ficam partículas mais eructação ocorre o TIMPANISMO que
pesadas e pequenas além dos pode ser mecânico quando há algo
microrganismos já mortos. obstruindo a saída para o esôfago, ou
Os movimentos são feitos em espumoso quando se alimentam de
ciclos de um ou mais movimentos por algo que produz uma substância que
minuto. Esses movimentos são aumenta a tensão superficial da água
auxiliados pelos pilares ruminais. presente no rúmen e forma bolhas que
O desenvolvimento do rúmen tampam a cárdia impedindo a saída
está diretamente ligado a alimentação dos gases.
do animal, alimentação com A fermentação que ocorre no
concentrados estimula o crescimento rúmen é anaeróbica, feita por bactérias
das papilas ruminais; alimentação com (1011/mL = 80%) e por protozoários
volumoso desenvolve o tamanho do (106/mL = 20%) que produzem ácidos
rúmen. graxos voláteis a partir dos nutrientes.
- Ácido acético: produzido pela enquanto que os acético e butírico
fermentação de volumosos, de necessitam de metabólitos do ciclo de
60 a 70% do total de gases krebs para gerarem energia, o que
produzidos. pode leva a um desequilíbrio
- Ácido propiônico: produzido a ácido-base, ou uma acidose ruminal.
partir de concentrados, de 15 a O rúmen pode absorver glicose e
10%. ácidos graxos voláteis. Após absorvidos
os AGV sofrem gliconeogênese. Essa
- Ácido butírico: 10 a 15%.
glicose é usada para produção de
O líquido ruminal é verde com cheiro
energia além da conversão de
levemente avinagrado, devido ao ácido
proteínas e gorduras da dieta para
acético, e adocicado. Para testar a
acetil CoA ou outros metabólitos do
qualidade da microbiota ruminal é
ciclo de krebs. Porém a elevada
pega uma pequena quantidade do
produção de acetil CoA pode levar a
líquido e coloca-se azul de metileno o
uma cetose, quando o animal está com
que faz o líquido ficar azul; As bactérias
escore um pouco elevado e ocorre um
e protozoários possuem a capacidade
balanço energético negativo o
de degradar o azul de metileno o que
organismo metaboliza gordura e gera
faz a solução voltar a sua cor original;
mais acetil CoA do que o necessário
quanto mais rápido volta a sua cor
para o ciclo de krebs, assim são
original melhor a saúde do rúmen =
transformados em corpos cetônicos
boa microbiota. Além disso pode-se
levando a uma cetogênese, uma cetose
olhar a viabilidade dos protozoários ao
pode levar a uma acidose e até morte
microscópio.
do animal.
As bactérias do rúmen podem
Durante a fermentação ruminal
ser CELULOLÍTICAS = degradam
as bactérias usam os nitrogênios para
celulose, AMILOLÍTICAS = degradam
produção de proteínas próprias que
amido, PROTEOLÍTICAS E LÁTICAS, e
quando a bactéria morre são levados
suas populações variam de acordo com
ao abomaso para serem digeridos =
a alimentação do animal, por exemplo,
aminoácidos disponibilizados para o
um animal que vive a pasto possui mais
animal. Fazer a suplementação com
bactérias celulolíticas enquanto que um
amônia é possível em ruminantes
animal no confinamento à concentrado
devido a sua utilização pelas bactérias,
tem mais amilolíticas. Por isso a
mesmo se essa suplementação for feita
alimentação de um ruminante não
com ureia é possível se obter amônia
pode ser mudada drasticamente, deve
devido a enzima urease ativa que existe
ser mudada de maneira gradativa para
no líquido ruminal.
que as populações possam variar
Os triglicerídeos são absorvidos
apropriadamente.
na forma de glicerol e ácidos graxos. O
A alimentação com concentrado
glicerol é convertido em ácido
ou volumoso altera os balanços
propiônico, principalmente. Os lipídeos
energéticos do animal uma vez que o
insaturados são convertidos em
ácido propiônico é transformado em
saturados no rúmen.
glicose no fígado diretamente
As bactérias do rúmen
produzem, além das proteínas,
vitaminas do complexo B, porém a
vitamina B12 depende da
suplementação de cobalto que é
necessário para a síntese da
cobalamina ou cianocobalamina (B12).

Retículo:
Faz a seleção do que passa para
o omaso ou o que volta para o rúmen.

Omaso:
Reabsorção de água.

Abomaso:
É o estômago químico dos
ruminantes, da mesma forma possui os
movimentos de mistura e propulsão.

Intestino grosso:
Assim como no rúmen, possui
uma microbiota e não realiza digestão
química, porém realiza fermentação.
Coelhos produzem dois tipos
diferentes de fezes, duras durante o
dia, e moles durante a noite que
contém nutrientes essenciais que o
animal deve comer = CECOTROFAGIA.

Aves:
O papo armazena e umedece. O
proventrículo digestão química e a
moela a quebra mecânica.

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