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http://dx.doi.org/10.23925/2176-2724.

2019v31i2p328-338
COM U N ICA ÇÕES

Morfofisiologia dos exercícios


orofaríngeos: revisão integrativa

Oropharyngeal exercises morphophisiology:


an integrative review

Morfofisiología de los ejercicios orofaríngeos:


revisión integrativa

Andresa Santos Silva*


Esther Mandelbaum Gonçalves Bianchini*
Ruth Ramalho Ruivo Palladino*

Resumo

Introdução: Dentre as possíveis abordagens terapêuticas fonoaudiológicas para as regiões orofacial


e orofaríngea, a utilização de exercícios constitui-se em proposta frequente para trazer mudanças na
musculatura envolvida e na funcionalidade dessas regiões. Entretanto, pouco se busca em relação à
compreensão de como os exercícios funcionam para essa musculatura e principalmente quais as possíveis
mudanças que podem ser observadas a partir de um programa de treinamento com exercícios. Objetivo:
Realizar revisão integrativa da literatura científica referente à morfofisiologia dos exercícios orofaríngeos
empregados na terapêutica fonoaudiológica. Método: Realizada busca nas bases de dados eletrônicas:
Pubmed, Medline e Scielo, pela combinação dos seguintes Descritores em Ciências da Saúde (DeCs):
“fisiologia”, “exercício”; “terapia miofuncional”; “disfagia” e “Fonoaudiologia” nas línguas portuguesa
e inglesa, por descritores associados (e/and). A seleção dos estudos foi realizada por meio da leitura do
título, resumo, para aplicação dos critérios de inclusão e exclusão. Resultados: No total, foram encontrados
890 estudos nas bases de dados. A partir dos critérios de inclusão e exclusão foram selecionados 12
artigos, os quais foram analisados criteriosamente. Os artigos selecionados apresentaram quais músculos
são ativados durante a prática dos exercícios, qual efetividade individual do exercício proposto e os
casos em que essas terapêuticas são indicadas. Embora esses estudos tenham contribuído para a base de
conhecimento atual, os mesmos possuem diferentes desenhos metodológicos. Conclusão: Parece existir
reduzido número de estudos que abordem os efeitos promovidos pela terapia miofuncional orofacial nos
músculos e funções orofaríngeas, sendo a maioria deles relacionados aos estudos da disfagia orofaríngea.
Palavras-chave: Fisiologia; Exercício; Orofaringe; Terapia Miofuncional; Fonoaudiologia.

* Pontifícia Universidade Católica de São Paulo- PUC-SP, São Paulo, SP, Brasil.
Contribuição dos autores:
ASS: concepção do estudo, coleta de dados, redação do artigo; EMGB: método, revisão crítica e orientação do desenvolvimento
da pesquisa; RRRP: revisão do manuscrito e orientação do desenvolvimento da pesquisa.

E-mail para correspondência: Andresa Santos Silva andresasantos.g3@gmail.com


Recebido: 19/12/2018
Aceito: 20/05/2019

328 Distúrb Comun, São Paulo, 31(2): 328-338, junho, 2019


Morfofisiologia dos exercícios orofaríngeos: revisão integrativa

COM U N ICA ÇÕES


Abstract

Introduction: Among the possible speech-language therapy approaches for the orofacial and
oropharyngeal regions, the use of exercises constitutes a frequent proposal to bring about changes in the
musculature involved and the functionality of these regions. However, little is sought in relation to the
understanding of how the exercises work for this musculature and especially what the possible changes
that can be observed from the exercise training program. Objective: To carry out an integrative review
of the scientific literature referring to the morphophysiology of the exercises oropharyngeal used speech
therapy. Method: the bibliographic survey was carried out in the electronic databases: Pubmed, MEDLINE
and Scielo, using the Descriptors in Health Sciences (DeCs): “exercise”; “physiology”; “myofunctional
therapy”; “dysphagia” and “Speech, Language and Hearing Sciences” in Portuguese and English. Inclusion
and exclusion criteria were applied based on the title and the abstracts. Results: In total, 890 studies
were found in the databases. Based on the inclusion and exclusion criteria, 12 articles were analyzed
carefully. The selected articles presented which muscles are activated during exercise, which individual
effectiveness of the proposed exercise and the cases in which these therapies are indicated. Although
these studies have contributed to the current knowledge base, they have different methodological designs.
Conclusion: There seems to be a small number of studies addressing the effects promoted by orofacial
myofunctional therapy in muscles and oropharyngeal functions. Most of them are related to the studies
of oropharyngeal dysphagia.
Keywords: Physiology; Exercise; Oropharynx; Myofunctional Therapy; Speech therapy.

Resumen

Introducción: Entre los posibles abordajes terapéuticos fonoaudiológicos para regiones orofacial
y orofaríngea, la utilización de ejercicios se constituye en propuesta frecuente para traer cambios en
la musculatura involucrada y en la funcionalidad de esas regiones. Poco se busca en relación con la
comprensión de cómo los ejercicios funcionan para esa musculatura y principalmente cuáles son los
posibles cambios que pueden ser observados a partir de un programa de entrenamiento con ejercicios.
Objetivo: Realizar revisión integrativa de la literatura científica referente a la morfofisiología de los
ejercicios orofaríngeos empleados en la terapia del habla. Método: el levantamiento bibliográfico fue
realizado en las bases de datos electrónicos: Pubmed, MEDLINE y Scielo, mediante la combinación de los
siguientes Descriptores en Ciencias de la Salud (DeCs): “fisiología”, “ejercicio”; “terapia miofuncional”;
“disfagia” y “fonoaudiología”, en los idiomas portugués y inglés. Resultados: En total, se encontraron
890 estudios en las bases de datos. Criterios de inclusión y exclusión se aplicaron en el título y en los
resúmenes, siendo seleccionados 12 artículos, los cuales fueron analizados. Los artículos seleccionados
presentaron qué músculos se activan durante la práctica de los ejercicios, cuál es la efectividad individual
del ejercicio propuesto y los casos en que esas terapias son indicadas. Aunque estos estudios han
contribuido a la base de conocimiento actual, poseen diferentes diseños metodológicos. Conclusión:
Parece existir un número reducido de estudios que abordan los efectos promovidos por la TMO en los
músculos y funciones orofaríngeas, siendo la mayoría de ellos relacionados con los estudios de la disfagia
orofaríngea.
Palabras claves: Fisiología; Ejercicio; Orofaringe; Terapia Miofuncional; Fonoaudiología

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Introdução Descobertas na literatura sobre a ciência do exer-


cício e reabilitação física sugerem que o método e
Dentre as possíveis abordagens terapêuticas a maneira de treinamento devem diferenciar sig-
fonoaudiológicas para as regiões orofacial e oro- nificativamente se o objetivo é aumentar a força,
faríngea, a utilização de exercícios constitui-se em a velocidade, a resistência ou alguma combinação
proposta frequente para trazer mudanças na muscu- deles. A compreensão de como o treinamento pode
latura envolvida e na funcionalidade dessas regiões. ser estruturado para facilitar e maximizar a plastici-
A organização ou aprimoramento funcional da dade neuromuscular é um componente integral no
respiração, sucção, mastigação, articulação da fala, desenvolvimento de tratamentos bem-sucedidos4.
a partir de exercícios, visa promover resultados na Embora diversos autores apresentem progra-
musculatura orofaríngea que sejam protetores das mas de intervenção terapêutica fonoaudiológica
vias aéreas, especialmente da deglutição. Exercí- de diferentes maneiras, pouco se compreende a
cios que envolvem a musculatura orofaríngea, e respeito da morfofisiologia dos exercícios, isto é,
consequentemente a deglutição, têm sido utiliza- apesar da literatura evidenciar a eficácia da Terapia
dos para buscar a modificação do comportamento Miofuncional Orofacial (TMO), os mecanismos
muscular também durante o sono, a fim de reduzir pelos quais essas melhorias ocorrem são pouco
os riscos de apneia obstrutiva do sono1. elucidadas2,3,8-13.
Entretanto, pouco se procura compreender de Considerando a necessidade de compreender
que forma a realização de exercícios atua na mo- os mecanismos pelos quais a terapia que se em-
dificação da musculatura e, principalmente, quais prega é efetiva, o presente estudo busca analisar
as mudanças que podem ser observadas a partir de a literatura científica quanto à morfofisiologia dos
um programa de treinamento com exercícios. As- exercícios orofaríngeos empregados na terapêutica
sim, como ponto de partida, parece decisivo com- fonoaudiológica.
preender a morfologia e fisiologia do movimento
muscular, assim como de exercícios específicos Métodos
orofaríngeos2,3, como os apresentados na literatura
referente à atuação com disfagia4. Trata-se de uma revisão integrativa seguindo
O músculo estriado esquelético apresenta seis fases de elaboração: identificação do tema e
alta plasticidade, o que habilita este tecido alterar elaboração da hipótese ou pergunta norteadora,
suas características morfológicas, metabólicas e busca na literatura, coleta de dados, análise crítica
funcionais em resposta a estímulos específicos. As dos estudos incluídos, discussão, interpretação dos
características das fibras musculares e sua capaci- resultados e apresentação da revisão integrativa14,15.
dade bioenergética para a produção de adenosina Como critério de busca foi utilizada a com-
trifosfato (ATP), que fornece energia para abastecer binação dos seguintes descritores em Ciências da
a contração, determinam a força e a capacidade Saúde, nos idiomas inglês e português: “fisiolo-
muscular5,6. gia” (physiology), “exercício” (exercise); “terapia
Os princípios do exercício relevantes à miofuncional” (myofunctional therapy); “disfa-
terapêutica fonoaudiológica são: intensidade, gia” (dysphagia) e “Fonoaudiologia” (Speech,
especificidade e transferência. Intensidade abran- Language and Hearing Sciences), por descritores
ge a quantidade de carga, volume e duração de associados (e/and).
estímulo do exercício. Especificidade refere-se a Para o levantamento bibliográfico, foi realizada
quão próxima a tarefa de exercício corresponde busca de artigos científicos nas bases de dados
ao resultado visado. Transferência baseia-se na eletrônicas: ‘‘Medical Literature Analysis and Re-
lógica de usar treino cruzado e treino de força não trieval System Online’’ (MEDLINE), ‘‘US National
específico para melhorar a função. Exercícios que Library of Medicine National Institutes Health’’
não forçam o sistema neuromuscular além do nível (Pubmed), Scientific Electronic Library Online
da atividade habitual não provocarão adaptações, (Scielo), sem restrição quanto à época de publica-
as adaptações só ocorrem ao desafiar o sistema ção. Foram obtidos 890 artigos considerando-se
além do uso típico7. as três bases de dados. A partir desse número, o
Especialistas em reabilitação devem conhecer período de publicação foi restrito aos últimos cinco
os objetivos específicos atingidos com o exercício. anos: período de janeiro de 2013 a novembro de

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2018, sendo também excluídos os títulos repetidos o tema, seguida da MEDLINE e SCIELO. Den-
em mais de uma das bases de dados. tre os descritores as combinações: “fisiologia”,
Os critérios de inclusão para a seleção dos “exercício” e “disfagia”; “fisiologia” “exercício”
artigos foram: artigos na íntegra disponíveis eletro- e “fonoaudiologia”, foram as que possibilitaram
nicamente no momento do levantamento de dados encontrar maior número de estudos. A combinação
publicados nos idiomas português ou inglês, que dos descritores “fisiologia”, “exercício” e “terapia
abordassem a musculatura ativa durante a prática miofuncional” foi a que propiciou menor número
dos exercícios orofaríngeos e a sua respectiva efe- de resultados, conforme consta na Tabela 1. Esses
tividade individual, assim como, os mecanismos dados mostram que o descritor “terapia miofuncio-
pelos quais essa terapêutica é eficaz. Obrigatoria- nal” é ainda pouco utilizado na literatura científica,
mente os estudos selecionados deveriam reportar
uma vez que os estudos levantados com os descri-
dados morfofisiológicos dos exercícios orofarín-
tores “fonoaudiologia” e “disfagia” apresentaram
geos empregados.
dados de terapia miofuncional.
A seleção de estudos iniciou-se a partir da
verificação de títulos e resumos relacionados ao
tema proposto, aplicação dos critérios de inclusão A partir dos 890 estudos encontrados, 393
e de exclusão, leitura completa dos artigos e análise foram excluídos por restrição por período de
do material compondo o levantamento proposto. publicação, 241 foram excluídos por duplicidade.
A apresentação dos dados foi efetuada de modo Partindo-se, portanto, de 256 artigos inicialmente
descritivo. obtidos, apenas 12 contemplaram os critérios de
Para a coleta de dados e análise crítica dos inclusão para o presente estudo conforme diagrama
estudos, foram utilizados dois instrumentos com de informações da seleção dos estudos encontrado
informações sobre identificação, tipo de publi- na Figura 1.
cação, características metodológicas do estudo, Os artigos selecionados foram lidos na íntegra,
resultados, além do exercício/terapia, musculatura avaliados conforme instrumento de coleta de dados
ativa durante a terapêutica e efetividade individual e submetidos à análise crítica. Dentre os artigos,
da terapêutica. dez são artigos originais, um é relato de caso e um
é artigo de revisão.
Resultados Os dados dos estudos encontram-se apresenta-
das no Quadro 1. Os exercícios referenciados nos
A partir do método utilizado, foram encon- artigos analisados estão apresentados no Quadro 2.
trados 890 estudos. A base de dados PUBMED A síntese dos dados extraídos do artigo de revisão
foi a que mais publicou estudos relacionados com da literatura encontra-se no Quadro 3.

Tabela 1. Estudos encontrados nas bases de dados com os descritores elencados.

Descritores PUBMED MEDLINE SCIELO


Fisiologia + exercício (physiology + exercise) + Terapia
33 0 0
Miofuncional (myofunctional therapy)
Fisiologia + exercício (physiology + exercise) + disfagia
339 139 0
(dysphagia)
Fisiologia + exercício (physiology + exercise) +
275 114 1
Fonoaudiologia (Speech, Language and Hearing Sciences).
Total 647 253 1

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Figura 1. Etapas do processo de revisão de literatura

Quadro 1. Características dos estudos analisados.

Autor, Ano, Medidas dos


Estudo Objetivos Amostra Resultados
País resultados
A atividade dos mús-
Investigar os efei- culos laríngeos res-
Watts CR, tos do exercício ponsáveis por elevar
Mulheres jovens
2013 (21) de queixo contra Eletromiografia a laringe e movê-la
Prospectivo saudáveis (média
resistência em de Superfície para a frente durante
Clínico de idade: 22, 5
comparação ao (EMGs) a deglutição é maior
EUA anos)
exercício de ele- quando realizamos o
vação de cabeça. exercício de queixo
contra resistência.
Comparar a ati-
vidade máxima e
Yoon WL et al, média da EMGs O exercício de queixo
40 adultos
2014 (22) dos músculos su- Eletromiografia contra resistência tem
Prospectivo saudáveis (idade
pra-hióideos du- de Superfície impacto equivalente
Clínico entre 21 e 39
rante o exercício (EMGs) ou maior ao exercício
EUA anos)
de queixo contra “Shaker”.
resistência e exer-
cício “Shaker”
A manobra de Masako
Investigar a
serve como exercício
Fujiu-Kurachi pressão intraoral Sensor táctil
de resistência que
M et al, durante mano- 18 jovens Swallow Scan
coloca diferentes
2014 (27) Prospectivo bra de Masako saudáveis (média (Nitta, Osaka,
quantidades de car-
Clínico em relação aos de idade: 26,9 Japão) - cinco
ga nos músculos da
diferentes graus anos) locais no palato
Japão língua, alterando a
de protrusão da duro
extensão da protrusão
língua
da língua.
Repetidas deglutições
Verificar se a contra carga resistiva
aplicação de re- induzida pela restrição
Shaker R et al, sistência contra o da excursão ântero-
30 sujeitos
2016 (25) movimento ân- -superior da laringe
Exploratório saudáveis Videofluoroscopia
tero-superior do induzem segurança na
descritivo (idade entre 42 e da deglutição
complexo hiolarín- fadiga do peristaltismo
EUA 56 anos)
geo irá sobrecar- faríngeo e, portanto,
regar os músculos tem potencial de for-
faríngeos talecer a função con-
trátil da faringe.

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Investigar a efi-
cácia do exercício Exercício de queixo
de queixo contra contra resistência
Sze WP et al, resistência e 39 adultos causa impacto maior
2016 (23) Eletromiografia
Prospectivo “Shaker”, com saudáveis (média nos músculos supra-
de Superfície
Clínico base nos princí- de idade: 29 -hióideos, e menor
(EMGs)
EUA pios de especifi- anos) em músculos não
cidade muscular alvo comparado ao
e intensidade de “Shaker”.
treinamento
Investigar efeitos
O treinamento de
do treinamento
força muscular ex-
muscular expira-
Park JS et al, 33 pacientes Eletromiografia piratória é eficaz em
tório na atividade
2016 (19) Clínico acometidos por de Superfície estimular a atividade
dos músculos
Controlado AVC com disfagia (EMGs) no grupo de múscu-
supra-hióideos,
Randomizado (média de idade: Videofluoroscopia los supra-hióideos de
Coreia aspiração e dieté-
64,3) da deglutição. pacientes com disfagia
tica em pacientes
após um acidente
com AVC e dis-
vascular cerebral.
fagia.
Investigar eficácia Efeitos objetivos e
de um protocolo subjetivos da carga
de treinamento 17 pacientes progressiva na força
Kraaijenga SAC intensivo de for- com câncer de muscular e na função
et al, 2016 (18) Prospectivo ça em pacientes cabeça e pescoço Videofluoroscopia de deglutição foram
Clínico com câncer de e disfagia, (média da deglutição demonstrados, indi-
Amsterdam cabeça e pescoço de idade: 65 cando que os mús-
e disfagia após anos) culos da deglutição a
tratamento com longo prazo ainda são
radioterapia treináveis.
Determinar eficá- Houve clara diferença
cia do treinamen- entre pressões iniciais
Namasivayam- to de pressão de Idosos com e finais da língua. No
MacDonald AM Iowa Oral
língua em idosos comprometimento entanto, apesar de
et al, 2017 (26) Série de Performance
com comprome- cognitivo leve a melhoras em pressões
casos Instrument
timento cognitivo grave (média de de língua, não iden-
(IOPI)
Canadá leve a grave no idade: 91 anos) tificou-se melhoras
cenário de cuida- associadas a função
dos a longo prazo da deglutição.
Os mecanismos pelos
quais o treinamento
Detectar padrões
de força muscular
relacionados à de- Manometria
Hutcheson KA expiratória pode me-
glutição e ativida- da faringe de
et al, 2017 (24) 2 mulheres lhorar a proteção das
Relatório de dos músculos alta resolução
saudáveis (idade vias aéreas relacio-
Técnico palatino, laríngeo Eletromiografia
23 e 24 anos) nadas à deglutição
EUA e faríngeo durante de superfície e
provavelmente envol-
o treinamento intramuscular.
ve músculos além da
expiratório
região supra hioidea e
laríngea.
Investigar o efeito
O treinamento de
do treinamento
Eom MJ et al, força muscular expi-
de força muscular 42 pacientes com
2017 (20) ratória pode melhorar
Clínico expiratória na AVC e disfagia
Videofluoroscopia os efeitos da disfagia
randomizado função da degluti- (média de idade:
da deglutição em pacientes idosos
Coreia ção em pacientes 69,2)
após AVC com base na
com AVC e disfa-
função de deglutição.
gia orofaríngea.
Investigar o efeito
O exercício de ele-
do exercício de
Park JS et al, 27 pacientes vação de cabeça é
elevação de ca-
2017 (17) acometidos por eficaz para melhorar o
Clínico não beça no complexo Videofluoroscopia
AVC disfágicos movimento do hioide e
randomizado laríngeo e aspira- da deglutição
(média de idade: diminuir aspiração em
Coreia tivo em pacientes
59,26) pacientes disfágicos
com AVC e dis-
acometido por AVC.
fagia

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Quadro 2. Dados dos exercícios apresentados nos estudos selecionados

Musculatura ativa Efetividade individual do


Autor, Ano, País Exercício
durante exercício programa
Dispositivo semirrígido
Watts CR, 2013 (21) ajustável.
“Exercício de queixo contra Melhorar excursão hiolaríngea e
Músculos supra-hióideos
resistência” abertura do EES
EUA “Exercício de elevação de
cabeça”
Yoon WL et al, Promover o movimento anterior
2014 (22) “Exercício de queixo contra
e superior da laringe e osso
a resistência” e “Exercício Músculos supra-hióideos
hióide, resultando em abertura
Shaker”
EUA do EES.
Fujiu-Kurachi M et
al, 2014 (27) Facilitar a constrição faríngea
Base da língua e parede
“Manobra de Masako” durante o estágio faríngeo da
faríngea
deglutição.
Japão
A resistência contra o
Shaker R et al, movimento ântero-superior
Dispositivo artesanal que
2016 (25) do complexo laríngeo durante
afeta “excursão laríngea Músculos supra-hióideos e
a deglutição sobrecarrega os
induzida pela deglutição e constritores faríngeos
músculos faríngeos e, pela
EUA abertura EES”
deglutição repetitiva, resultar
em fadiga neuromuscular.
Manter a patência da via aérea
Músculos supra- e a posição do hioide.
Sze WP et al,
2016 (23) “Exercício de queixo contra hióideos, infra-hióideos,
resistência” “Exercício escaleno anterior e Aumentar diâmetro
Shaker” esternocleidomastoideo anteroposterior da abertura
EUA
do EES e a excursão laríngea
anterior máxima pós-exercício.
Park JS et al, Melhorar sistema ventilatório,
2016 (19) Músculos digástricos,
“Treinamento de força via fortalecimento dos músculos
milo-hioídeo e gênio-
muscular expiratória” respiratórios através da ação
hióideo.
Coreia expiratória oral forte.
Dispositivo
Kraaijenga SAC et Melhorar elevação hiolaríngea
“Exercício de queixo contra a
al, 2016 (18) e abertura do EES. Aumentar
resistência” Músculos supra-hióideos e
a retração da base da língua e
“Exercício de abertura faríngeos
diminuir quantidade de resíduo
Amsterdam mandibular contra resistência”
faríngeo
“Esforço de deglutição”
Namasivayam-
MacDonald AM et al,
2017 (26) Região anterior e
Treinamento lingual Melhorar força lingual
posterior de língua
Canada
Estabelecer encurtamento
faríngeo vertical à medida que
Hutcheson KA et al, a estrutura laríngea se eleva
2017 (24) Treinamento de força Músculos supra-hióideos, durante a tarefa expiratória
muscular expiratória velofaríngeos e laríngeos e / ou redução ativa da área
EUA transversal faríngea à medida
que a via aérea se comprime
durante as tarefas expiratórias
Propiciar movimento superior
Eom MJ et al, e anterior do osso hioide e da
2017 (20) laringe estabelecendo efeitos
Treinamento de força
Músculos supra-hióideos diretos na aspiração, abertura
muscular expiratória
do EES e resíduo faríngeo.
Coréia Estimular o centro de deglutição
no tronco encefálico.
Park JS et al, Propiciar abertura do EES,
2017 (17) Músculos digástricos,
Exercício de elevação de auxiliando na prevenção de
gênio-hióideo e milo-
cabeça (EHL) aspiração enquanto o bolo
hioídeo
Coréia passa para a faringe

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Morfofisiologia dos exercícios orofaríngeos: revisão integrativa

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Quadro 3. Síntese da apresentação do artigo de revisão de literatura (Hegland & Murry, 201316)

Autor, Ano, País


Hegland e Murry, 2013 (16)
, EUA
Treinamento
Manobra de
Deglutição Manobra de Fortalecimento de força
Exercícios esforço da ‘Shaker”
supra glótica Mendelson da língua muscular
deglutição
expiratória.
Região Músculos Músculos
Musculatura Base da língua
Laringe anterior e gênio-hioideo, expiratórios,
ativa durante Pregas vocais e músculos da
(elevação) posterior da tireo-hioideo, supra-hióideos
o exercício faringe
língua digástricos e laríngeos
Fortalecer
os músculos Aumentar a
Impulsionar gênio- força muscular
o bolo para Diminuir a hioideos, expiratória
Abrir o EES
Limpar dentro da duração do tireo-hioideos Aumentar
Efetividade prolongando
resíduos do orofaringe trânsito oral e e digástricos. a ativação
individual do a duração
vestíbulo Redução ou aumentar Diminuir supra hioidea
programa da elevação
laríngeo eliminação pressões de a pressão anterior.
laríngea
de resíduo deglutição do bolo Aumentar o
faríngeo. hipofaríngeo movimento da
ao entrar no laringe
EES.

Discussão Dentre os exercícios investigados nos estu-


dos revisados, houve predomínio na descrição e
proposta de intervenção do exercício de queixo
Os estudos verificados no presente estudo ana-
contra resistência, “Shaker” e treinamento de força
lisaram especificamente a aplicabilidade e resulta-
muscular expiratória.
dos da TMO em adultos e em idosos saudáveis; em
acometidos por Acidente Vascular Cerebral (AVC); Vale ressaltar que, Hegland e Murry16 em sua
revisão de literatura apresentam o exercício de ele-
em câncer de cabeça e pescoço e naqueles com
vação de cabeça também descrito como “Shaker”,
comprometimento cognitivo. A revisão de literatura
como o exercício que propicia o recrutamento do
selecionada16 apresenta os tipos de tratamentos não
músculo gênio-hióideo, tireo-hióideo e digástricos.
cirúrgico para reabilitação da deglutição. Parece
O fortalecimento desse grupo muscular, favorece
importante notar que os estudos que apontam dados
a excursão hiolaríngea e abertura do Esfíncter
da morfofisiologia de exercícios orofaríngeos são
Esofágico Superior (EES)16.
aqueles que enfocam os quadros de disfagia 16-24.
Park JS et al17 ao investigar o efeito do exercí-
As terapêuticas elegíveis nos estudos revisados cio de elevação de cabeça (“Shaker) no complexo
foram: “Shaker” ou elevação de cabeça; exercício laríngeo e aspirativo de pacientes acometidos por
de queixo contra resistência; esforço de deglutição; acidente vascular cerebral disfágicos, propõem
exercício de abertura mandibular contra resistên- que este exercício se caracteriza como intervenção
cia, treinamento de força muscular expiratória; indireta, segura e eficaz para melhorar o movimento
fortalecimento de língua; exercício de resistência anterior e superior do osso hióide contribuindo
a deglutição. Além destes exercícios a revisão para a abertura do EES auxiliando na prevenção
de literatura selecionada16 apresentou mais dois de aspiração.
exercícios: deglutição supraglótica e manobra de Em outro estudo18 com uma amostra de pa-
Mendelson, que não foram encontrados nos artigos cientes com câncer de cabeça e pescoço, foram
originais incluídos neste estudo. aplicados os exercícios: queixo contra a resistência,
O ano de publicação da revisão de literatura abertura mandibular contra resistência e esforço
selecionada16 é 2013, logo é possível supor que, de da deglutição. Segundo os autores, o exercício de
acordo com os critérios de inclusão deste estudo, abertura mandibular contra resistência e esforço
nos últimos anos pouco se tem investigado sobre a da deglutição favorecem o aumento da retração
deglutição supraglótica e manobra de Mendelson. da base da língua e diminuição da quantidade de

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resíduo faríngeo, enquanto que o exercício de quei- anterior19 de que a forte contração dos músculos
xo contra a resistência tem a mesma finalidade do supra-hióideos afeta diretamente o movimento
exercício “Shaker”, isto é, a melhora da elevação superior e anterior do osso hióide e da laringe.
hiolaríngea e a abertura do EES, conforme descritos Acrescentam ainda que, durante o treinamento de
anteriormente16,17. força muscular expiratória, os receptores senso-
Três estudos diferentes21-23 utilizaram sujeitos riais da língua e orofaringe aumentam em vários
saudáveis e o mesmo instrumento de avaliação: estímulos aferentes, desencadeando a ativação do
Eletromiografia de Superfície (EMGs), com o centro da deglutição localizado na medula oblonga
objetivo de comparar os efeitos do exercício “Sha- do tronco encefálico.
ker” e exercício de queixo contra resistência como Estudo não randomizado 24 com desenho
proposta de intervenção para disfagia. metodológico diferente dos anteriores19,20 refere,
Os resultados obtidos por Watts21 mostraram que durante as tarefas expiratórias a atividade da
que a atividade dos músculos responsáveis por musculatura faríngea pode refletir encurtamento
elevar a laringe e movê-la para a frente durante a faríngeo vertical à medida que a estrutura laríngea
deglutição é maior quando se realiza o exercício se eleva ou redução da área transversal faríngea,
de queixo contra resistência em comparação ao à medida que a via aérea se comprime durante as
exercício “Shaker”. tarefas expiratórias. Os autores24 também observa-
Da mesma forma, Yoon et al22 propõem que o ram que os músculos supra-hióideos e o músculo
exercício de queixo contra a resistência resultou tireoaritenóideo parecem estar mais ativos antes da
em ativação significativamente maior durante a tarefa expiratória, isto é, no ato de preparação para
tarefa isocinética e isométrica sobre os músculos execução da tarefa expiratória que durante a tarefa
supra-hióideos, concluindo que o exercício de em si. Concluindo, que os mecanismos pelos quais
queixo contra a resistência tem impacto equivalente o treinamento de força muscular expiratória melho-
ou maior ao exercício “Shaker”. ra a proteção das vias aéreas durante à deglutição,
Ao se referir a estas terapêuticas Sze WP et al23 envolve músculos além da região supra-hióidea e
relataram que o exercício de queixo contra resis- laríngea.
tência além de causar impacto significativamente Os achados sobre a deglutição supra glótica e
maior nos músculos supra-hióideos apresenta manobra de Mendelson foram encontrados apenas
maior precisão no direcionamento dos músculos em uma revisão de literatura16. Esta revisão aponta
supra-hióideos, uma vez que a ativação de múscu- que a manobra de Mendelson propicia a elevação
los não-alvo é uma consequência da dinâmica do laríngea ocasionando a abertura do EES e que a
exercício “Shaker”. deglutição supra glótica fecha as pregas vocais
Esses achados sugerem duas possibilidades de durante a deglutição, favorecendo a limpeza de
exercícios para promover a excursão hiolaríngea resíduos no vestíbulo laríngeo. De acordo com os
e abertura do EES, apresentando o exercício de estudos incluídos não encontramos artigos originais
queixo contra resistência como o mais promissor. para confirmar tais descrições.
Os estudos21-23 foram publicados em 2013, 2014 Com a hipótese de promover resistência a de-
e 2016 sugerindo que essa teoria se mantém nos glutição por meio de um dispositivo artesanal que
últimos anos. afeta a excursão laríngea, Shaker et al25 apresentam
Estudos também relataram a eficácia do trei- que a deglutição repetitiva contra aumento de carga
namento de força muscular expiratória. Segundo resulta em fadiga neuromuscular. Este resultado
os autores16 o treinamento de força muscular expi- sugere estudos futuros para avaliar diretamente a
ratória proporciona o recrutamento da musculatura melhoria potencial em força muscular faríngea e
expiratória, supra-hióidea e laríngea. aumento da pressão faríngea.
Os resultados obtidos em um Estudo Clínico Namasivayam-MacDonald et al26, analisando
Randomizado19 (ECR) mostraram que o treinamen- a eficácia do treinamento de pressão de língua em
to de força muscular expiratória propicia atividade idosos com comprometimento cognitivo leve a
no grupo muscular supra-hióideo e contribui para moderadamente grave, mostraram clara diferença
diminuição da aspiração em pacientes com AVC e entre as pressões iniciais e finais da língua com a
disfagia. Outro estudo20 estabeleceu a mesma me- utilização do Iowa Oral Performance Instrument
todologia, e os resultados corroboram com o estudo (IOPI) no entanto, apesar dessas melhorias nas

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Morfofisiologia dos exercícios orofaríngeos: revisão integrativa

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pressões de língua, não foram identificadas melho- A maioria dos autores revisados16-25 apresentou
rias associadas à função da deglutição. como resultados da TMO a adequação da muscu-
Fujiu-Kurachi et al27 ao investigar a pressão in- latura supra-hióidea, porém alguns dos métodos
traoral durante manobra de Masako em relação aos utilizados podem refletir o comportamento de mus-
diferentes graus de protrusão da língua concluem culatura próxima ou associada aos supra-hióideos,
que essa serve como exercício de resistência que, sendo, portanto, de difícil conclusão.
alterando a extensão da protrusão da língua coloca
diferentes quantidades de carga nos músculos da Conclusão
língua. Os autores relataram que a extensão máxima
da protrusão da língua de um indivíduo deve ser Parece existir reduzido número de estudos
levada em consideração, pois essa característica que abordem os efeitos promovidos pela TMO nos
pode restringir o movimento da língua. músculos e funções orofaríngeas, sendo a maioria
Os artigos selecionados apresentaram quais deles relacionados aos estudos da disfagia orofa-
músculos são ativados durante a prática dos exer- ríngea. Aspectos referentes à morfofisiologia são
cícios, qual efetividade individual do exercício abordados especialmente quanto a exercícios espe-
proposto e os casos em que essas terapêuticas são cíficos voltados para a musculatura supra-hióidea
indicadas. Embora esses estudos tenham contribuí- e laríngea. Pouco se discute se os efeitos da TMO
do para a base de conhecimento atual eles possuem estão, de fato, relacionados à melhora das funções
diferentes desenhos metodológicos. Dentre os arti- musculares e orofaciais.
gos selecionados, apenas dois19,20 caracterizam-se
como ECR e apenas sete estudos16,18, 21-23,25,27 discu-
Referências
tiram sobre os princípios do exercício.
As principais limitações desses estudos16-27 1. Kayamori F, Bianchini EMG. Effects of orofacial
são relacionadas ao tamanho de amostra reduzido; myofunctional therapy on the symptoms and physiological
aos efeitos da recuperação natural pela neuro- parameters of sleep breathing disorders in adults: a systematic
plasticidade; a não apresentação de exames de review. Rev. CEFAC. 2017 Dec; 19 (6): 868-78.
imagem cerebral uma vez que a adaptação neural 2. Steele CM. On the plausibility of upper airway remodeling as
an outcome of orofacial exercise. Am J Respir Crit Care Med.
relacionada à deglutição não pôde ser firmemente 2009; 179(10): 858–9.
confirmada; e por fim, não houve acompanhamento
3. Ferreira TS, Mangilli LD, Sassi FC, Tavares TF, Limongi
após o término da intervenção e a durabilidade dos SCO, Andrade CRF. Fisiologia do exercício fonoaudiológico:
efeitos não pôde ser determinada. uma revisão crítica da literatura. J Soc Bras Fonoaudiol. 2011;
Não foram encontrados estudos de pesquisa- 23 (3): 288-96.
dores brasileiros descrevendo a morfofisiologia do 4. Burkhead LM, Sapienza CM, Rosenbek JC. Strength-training
exercise in dysphagia rehabilitation: principles, procedures
exercício orofaríngeo. Grande parte dos estudos
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tem descrito a eficácia de programas terapêuticos, (3): 251-65.
considerando apenas seus efeitos sem especificar se 5. Seene T, Kaasik P. Biological Characteristics of Structural and
os exercícios empregados no programa são eficien- Functional Remodelling in Skeletal Muscle: Effect of Exercise.
tes individualmente e qual a maneira de realização Advanced Studies in Biology:2013; 5(6): 251-78
que garantiria o alcance dos objetivos propostos. 6. Aguiar AF, Aguiar DH. Plasticidade muscular no exercício
Na maioria dos estudos revisados17-23,25, os físico. R. bras. Ci. e Mov. 2009; 17 (3): 104-13.
autores utilizaram como medida dos resultados 7. Crary MA, Carnaby GD. Adoption into clinical practice of
two therapies to manage swallowing disorders: exercise-basede
a Eletromiografia de Superfície (EMGs) e a vi- swallowing rehabilitation and electrical stimulation. Curr Opin
deofluoroscopia da deglutição. Três estudos24,26,27 Otolaryngol Head Neck Surg. 2014 Jun; 22(3): 172-80.
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