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Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício


ISSN 1981-9900 versão eletrônica
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TREINAMENTO DE FORÇA COM BAIXAS CARGAS E ALTO VOLUME PARA HIPERTROFIA:


ANÁLISE DE PARÂMETROS MOLECULARES

Igor Nasser1
Victor Gonçalves Corrêa Neto1

RESUMO ABSTRACT

A manipulação das variáveis do treinamento de Low load and high-volume training for
força é um ponto crucial para otimização de hypertrophy: molecular parameters analysis
resultados. Uma adaptação do treinamento é a
hipertrofia do músculo esquelético, que The manipulation of resistance training
consiste no aumento da área de secção variables is a crucial point for optimize results.
transversa. Uma forma de manipulação das One adaptation of the strength training is the
variáveis que parece promissor no que tange a hypertrophy of the skeletal muscle, that consist
hipertrofia consiste em baixas cargas e alto in an increase of the cross sectional area. One
volume de treinamento. Esse delineamento method that can contribute to this adaptation is
vem ganhando notoriedade to use low load and high volume that showed
contemporaneamente, porém a literatura não great results. This design is gaining notoriety,
parece consensual sobre seus benefícios. but the literature seems not consensual about
Sendo assim, o objetivo do presente estudo foi its benefits. Based on it the purpose of this
revisar a influência de baixas cargas e alto review is to analyze some research that used
volume de trabalho no treinamento de força. As this method to assess skeletal muscle
bases de dados Pubmed, Scielo e Google hypertrophy. Using Pubmed, Scielo and Google
Scholar foram consultadas sem limite de dados Scholar databases and respecting the inclusion
e após devidos critérios de filtragem 5 estudos and exclusion criteria 5 studies were selected.
compuseram o corpo o de evidências da To assess the methodological quality of the
presente revisão. Foi utilizada a escala PEDro studies, the PEDro scale was applied. All
para analise metodológica dos estudos studies showed great methodological quality
selecionados. Todos os estudos apresentaram with grades above 5. Training with low loads
boa qualidade metodológica, com notas acima and high volume was able to promote
de 5. O treinamento com baixas cargas e maior hypertrophy in upper limbs and lower limbs
volume foi capaz de promover hipertrofia de similar to a training wih high loads and low
maneira similar ao treinamento com menor volume in all studies analyzed. Different muscle
volume e maior sobrecarga tanto para fibers recruitment involved in the exercise,
membros superiores quanto inferiores, como protein synthesis, satellite cells signaling and
visto nos trabalhos analisados. Fatores como other factors associated to metabolic stress are
recrutamento de diferentes fibras musculares some of the reasons that justify the finds. This
no exercício, síntese proteica, estimulação de review can conclude that resistance training
células satélites e outros fatores associado ao using low loads and large volume were as
estresse metabólico estariam envolvidos nessa effective to hypertrophy and a good option to
metodologia de treinamento. Conclui-se que tal use among a periodization. The responses for
modelo de treinamento é eficiente para this phenomenon is complex by multifactorial
hipertrofia muscular podendo ser uma boa premises.
opção dentro de uma periodização de
treinamento e que a justificativa para esse tal Key words: Training. Exercise. Hypertophy.
fenômeno é complexa por premissas
multifatoriais.

Palavras-chave: Treinamento. Exercício.


Hipertrofia.

E-mails dos autores:


1-Universidade Federal do Rio de Janeiro- igor_nasser@hotmail.com
UFRJ, Rio de Janeiro, Brasil. victorgcn@hotmail.com

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INTRODUÇÃO colaboradores, 2013; Carregaro e


colaboradores, 2011; Paz e colaboradores,
O treinamento de força (TF) é uma 2014).
importante modalidade de atividade física para Sessões de treinamento que visam
obter relevantes adaptações musculares maiores volumes podem ser benéficos para
(Schoenfeld e colaboradores, 2015) tanto para ganhos de força e resistência muscular
atletas que desejam obter aumento no (Schoenfeld e colaboradores, 2015), bem como
desempenho de força, potência e hipertrofia para hipertrofia (Schoenfeld e colaboradores,
(American College of Sports Medicine, 2011), 2015; Buresh e colaboradores, 2009).
quanto para indivíduos normais que visam o Estudos que analisaram a influência
fortalecimento do corpo e a prevenção de dessa variável no TF mostraram que um maior
doenças (Warburton e colaboradores, 2006). volume do treinamento parece estimular as vias
Com o impacto do TF sob variáveis de sinalização de células satélites e a síntese
tanto de rendimento quanto de saúde, é proteica pela fosforilação da via Akt-mTOR e
relevante que se conheça as características consequentemente um aumento na sinalização
manipuláveis desse tipo de treino de forma a da P70S6K (Burd e colaboradores, 2010),
alcançar os objetivos planejados. promove dano muscular com o aumento
São inúmeras as variáveis a serem significativo de algumas enzimas como creatina
manipuladas com o objetivo de otimizar os quinase (CK) e lactato desidrogenase
resultados, como: volume, intensidade, (Rodrigues e colaboradores, 2010) e aumento
intervalos de recuperação, tipo de ação, na concentração de alguns hormônios
velocidade de execução e ordem dos anabólicos como hormônio do crescimento
exercícios (Fleck e Kraemer, 2014; Kraemer e (GH) e testosterona sérica (TS) (Buresh e
Ratamess, 2004). colaboradores, 2009).
Dentre as variáveis do TF, o estudo do Treinamentos intensos com períodos
volume tem sido descrito de diversas formas, curtos de duração das atividades musculares,
como volume total de treinamento (VTT), que que podem ser compreendidos pelo tempo de
consiste no número de repetições realizadas ação ou repetições, tem mostrado bons
multiplicado pela carga em uma sessão de resultados para ganhos de força (Schoenfeld e
treinamento (Robbins e colaboradores, 2010), colaboradores, 2015; Ogaswara e
trabalho total que é o número máximo colaboradores, 2013; Schoenfeld e
desempenhado com determinada carga colaboradores, 2014) e recentemente o uso de
(Peterson e colaboradores, 2011), tempo total maiores intensidades têm apresentados bons
sob tensão que consiste no tempo em que o resultados na modulação autonômica do
determinado músculo se encontra contraído coração (Brito e colaboradores, 2015), na
(Tran e colaboradores, 2006) e número de redução de gordura corporal (Paoli e
séries realizadas em um programa de colaboradores, 2013; Irving e colaboradores,
treinamento (Radaeli e colaboradores, 2015). 2008) e até mesmo para melhora da
Ainda, o volume de treinamento pode capacidade oxidativa, com aumento da
sofrer influência de uma série de outras atividade de enzimas AMPK e P38 MAPK,
variáveis como o intervalo realizado entre as responsáveis pelo aumento da sinalização da
séries e exercícios (Filho e colaboradores, PGC1-alfa que está ligada a biogênese
2013; Miranda e colaboradores, 2009), a ordem mitocondrial (Gibala e colaboradores, 2009).
em que são realizados os exercícios (Balsamo Apesar disso, para hipertrofia do
e colaboradores, 2012; Miranda e músculo esquelético, alguns estudos que
colaboradores, 2010) e a sobrecarga, analisaram baixas cargas e maiores volumes
normalmente calculada em percentuais de uma mostraram bons resultados (Schoenfeld e
repetição máxima (1RM) que será utilizada na colaboradores, 2015; Ogaswara e
sessão (Burd e colaboradores, 2010). Alguns colaboradores, 2013; Schoenfeld e
métodos se destacam por obter melhores colaboradores, 2014; Alegre e colaboradores,
VTTs, como: compound training, super set, 2015; Mitchell e colaboradores, 2012; Tanimoto
complex training, pareados agonista- e colaboradores, 2006; Van Roie e
antagonista, ações recíprocas, entre outros colaboradores, 2013), e quando comparados a
(Robbins e colaboradores, 2010; Balsamo e altas intensidades e menores volumes foram
colaboradores, 2012; Carregaro e

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tão eficazes quanto no aumento da área de faixas de repetições acima de 15-RM,


secção transversa. caracterizando uma zona de resistência
Burd e colaboradores (2010) muscular (American College of Sports
mostraram que treinos com 30% de uma Medicine, 2011).
repetição máxima (1RM) levados até a falha Foram excluídos estudos de caráter
concêntrica foram capazes de promover um observacional, revisões e investigações que
aumento na atividade da via Akt/mTOR e na observaram os efeitos dessas variáveis em
sinalização de proteínas como P70S6K e Erk indivíduos com alguma patologia específica,
½. Maiores expressões dessas proteínas estão aqueles que analisavam o efeito de alguma
associadas a hipertrofia muscular (Terzis e substância ergogênica ou anabólica em tal
colaboradores, 2008). relação, que tratavam de alguma intervenção
Treinamentos com menores com treinamento de restrição do fluxo
intensidades e que mostrem bons resultados sanguíneo, estudos realizados com animais e
nas adaptações musculares podem contribuir aqueles que equalizavam o volume sem levar o
para uma melhor adesão dos praticantes em TF indivíduo até a falha concêntrica do movimento.
uma vez que aparentemente são menos Para análise da qualidade
exaustivos (Alegre e colaboradores, 2015). metodológica dos estudos alocados foi utilizado
Podem ser uma boa estratégia para a escala PEDro (Maher e colaboradores, 2003)
que se evite lesões, já que em intensidades desenvolvida por Verghan e colaboradores
mais altas as sobrecargas nas articulações são (2001) baseado na lista de Delphi e traduzida
maiores quando comparados com os treinos de para a língua portuguesa
menores cargas (Schoenfeld e colaboradores, (http://www.pedro.org.au/portuguese).
2014).
Variações constantes no volume e na RESULTADOS
intensidade podem contribuir para que os
praticantes obtenham melhores desempenhos Após a filtragem por um período
(Schoenfeld e colaboradores, 2014; Tanimoto e temporal e palavras chaves foram encontrados
colaboradores, 2006; Rhea e colaboradores, ao todo 51 estudos nos 3 bancos de dados
2003). No entanto, parece ainda não utilizados. Com a leitura dos títulos e resumos
consensual o discurso a respeito do volume e e a aplicação dos devidos critérios de inclusão
carga de treinamento e sua influência sobre e exclusão, 5 estudos foram selecionados para
hipertrofia muscular. compor a presente revisão. E como próximo
Sendo assim, o objetivo do presente passo tiveram sua qualidade avaliada pela
estudo é revisar a influência de baixas cargas e escala PEDro.
alto volume de trabalho no TF e seu impacto na Os estudos de Schoenfeld e
hipertrofia muscular. colaboradores (2015) e Van Roie e
colaboradores (2013) foram os que
MATERIAS E MÉTODOS apresentaram maior nota de avaliação,
somando um total de 7 respostas positivas.
Para seleção dos artigos foram Tanimoto e colaboradores (2006) e Alegre e
consultados os bancos de dados “pubmed”, colaboradores (2015) receberam 6 pontuações
“scielo” e “google scholar” estudos realizados afirmativas e somente Mitchell e colaboradores
de 2005 outubro de 2015. As seguintes (2012) tiveram uma pontuação igual a 5,
palavras chaves foram aplicadas em diferentes considerado um número mínimo para o estudo
combinações: “low-load resistance training”, ser considerado de alta qualidade (Moseley e
“low-load strength training”, “high volume colaboradores, 2002).
resistance training” e “hypertrophy”. Sendo assim, todos foram
Foram considerados como critérios de considerados de boa qualidade metodológica.
inclusão: a) estudos randomizados controlados; A análise mais parcimoniosa dos
b) estudos realizados com humanos; c) estudos artigos que compuseram a presente revisão
com tempo de intervenção mínima de 8 indica que o TF com maiores repetições, acima
semanas; d) publicados em língua inglesa; e) de 15, e menores intensidade, abaixo de 50%
investigações em que os métodos aplicados de 1 RM, quando executados até a fadiga
tivessem empregados em seu grupo amostral concêntrica do movimento, podem apresentar
intensidades abaixo ou igual a 50% de 1-RM e um aumento da área de secção transversa dos

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músculos similares aos treinos com maiores sobrecarga se coloca menos eficaz que as
intensidades. desempenhadas com maiores cargas
Os estudos que fizeram essa (Schoenfeld e colaboradores, 2015; Alegre e
comparação utilizaram nos treinos de maiores colaboradores, 2015; Mitchell e colaboradores,
intensidades percentuais de sobrecarga acima 2012; Van Roie e colaboradores, 2013).
de 70% e repetições abaixo de 15 (Schoenfeld Enquanto que para desempenho da
e colaboradores, 2015; Alegre e colaboradores, resistência muscular, os treinos com menores
2015; Mitchell e colaboradores, 2012; Tanimoto cargas e maiores volumes foram mais eficazes
e colaboradores, 2006; Van Roie e (Schoenfeld e colaboradores, 2015; Alegre e
colaboradores, 2013). colaboradores, 2015).
Os ganhos de força também foram
percebidos, porém metodologia de menor

Quadro 1 - Análise metodológica dos artigos e pontuação da escala PEDro.


Tempo de Pontuação
Referência Amostra Metodologia Resultado
intervenção PEDro
2 grupos
- Ganhos de hipertrofia
LL – baixa carga, 30 a 50% de 1 RM e 25 a 35
similares para ambos
24 homens repetições
Schoenfeld e os grupos.
saudáveis com HL- alta carga, 70 a 80% de 1 RM, 8 a 12
colaboradores 8 semanas - Maiores ganhos de 7
experiência repetições
(2015) força para o grupo HL
prévia em TF 3 séries e 1 minuto e 30 segundos de intervalo.
e de resistência para o
Avaliou com ultrassom espessura dos flexores e
LL
extensores do cotovelo e quadríceps.
Grupo experimental (n=15): uma perna realizou
- Não houve diferença
Alegre e um treino com ênfase em intensidade,
23 mulheres sem significativa de
colaboradores 10 semanas aumentando de 50% a 80% de 1 RM. Outra 6
histórico em TF hipertrofia em ambas
(2015) perna treinou com ênfase em volume, 50% de 1
as pernas.
RM até a fadiga.
3 grupos
56 idosos dos HIGH: 2 séries 80% de 1RM entre 10 e 15
- Não houve diferença
sexos repetições
entre os grupos para
Van Roie e masculinos e LOW: 1 série 20% de 1RM entre 80 e 100
hipertrofia
colaboradores 12 semanas feminino sem repetições 7
- Grupo HIGH maior
(2013) histórico de LOW+:1 série 20% de 1RM até 60 repetições e
força e LOW maior
atividade há 6 imediatamente 10 a 20 repetições com 40% de 1
resistência
meses RM
Tomografia de quadríceps
- Protocolos que
3 grupos
fizeram 3 séries a 30%
80%-1: 80% de 1 RM até a falha em 1 série
Mitchell e 18 homens e 80% apresentaram
80%-3:80% de 1 RM até a falha em 3 séries
colaboradores 10 semanas saudáveis resultados similares. 5
30%-3: 30% de 1 RM até a falha em 3 séries
(2012) inativos em TF - Após 1 hora aumento
Avaliou área de secção transversa do
da sinalização mTOR
quadríceps e sinalização proteica
em ambas condições
24 homens 3 grupos - Aumento de massa
Tanimoto e saudáveis que LST: 50% de 1 RM com 3 segundos em cada muscular nos grupos
colaboradores 12 semanas nunca foram fase, excêntrica e concêntrica LST e HN sem 6
(2006) submetidos ao HN: 80% de 1 RM com 1 segundo em cada fase diferença significativa
TF regularmente LN: 50% de 1 RM e 1 segundo em cada fase entre ambos.

DISCUSSÃO submáximas inicialmente são recrutadas as


fibras musculares com menor sensibilidade a
Um mecanismo fisiológico capaz de carga e a partir do momento que estas entram
elucidar e alicerçar os resultados encontrados em fadiga, outras fibras são estimuladas com o
diz respeito ao princípio do tamanho de objetivo de manter o trabalho mecânico
Henneman, que fala que em contrações (Henneman, 1957).

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Schoenfeld e colaboradores (2015) série com 20% de 1 RM com 80 a 100


avaliaram o efeito de 8 semanas de repetições.
treinamento em 24 homens com experiência Outro grupo, “high”, realizou duas
em TF divididos em dois grupos onde um, “low séries com maior intensidade, 80% de 1 RM,
load”, realizava um trabalho de 30 a 50% de 1 entre 10 e 15 repetições, com 1 minuto de
RM e uma zona de repetições em que os intervalo. Um terceiro grupo, “low+”, realizou
participantes deveriam entrar em fadiga, que um protocolo em que realizava uma série de 60
consistia de 25 a 35 repetições, e o outro grupo, repetições a 20% de 1 RM e imediatamente
“high-load”, de 70 a 80% de 1 RM e entre 8 a aumentava-se a carga para 40% de 1 RM e o
12 repetições. indivíduo deveria realizar até a fadiga,
Com o uso de um ultrassom em três compreendida pelo autor entre 10 e 20
diferentes regiões (bíceps braquial e braquial, repetições. O tempo total da intervenção foram
tríceps braquial e reto femural e vasto lateral) de 12 semanas.
verificou-se que ambos os protocolos O volume muscular do período pré e
apresentaram resultados similares sobre a área pós foi avaliado com o uso de tomografia
de secção transversa dos indivíduos quando computadorizada e mostrou que os três grupos
comparados o período pré e pós intervenção, tiveram aumento do volume muscular do
sem diferença significativa entre ambos os quadríceps sem diferença significativa entre
grupos. eles. Nenhum dos dois trabalhos anteriores
Os autores atribuíram tais achados ao avaliaram o estímulo da síntese proteica e a
princípio do tamanho de Henneman, que sinalização de marcadores de síntese proteica,
discursa que fibras de contração do tipo I o que dificulta a compreensão dos resultados.
necessitam de estímulos mais prolongados Mitchell e colaboradores (2012)
para que possivelmente ocorra uma fadiga e realizaram um estudo com 18 indivíduos do
um aumento do seu tamanho. sexo masculino destreinados em força. Os
Essa relação do recrutamento motor participantes foram submetidos a três
estaria associada ao tipo de motoneurônio, protocolos distintos: “80%-1” realizava somente
especialmente o motoneurônio-alfa que uma série a 80% de 1 RM; “80%-3” realizava
inervam os músculos esqueléticos e podem três séries a 80% de 1 RM; e “30%-3”
variar de tamanho, velocidade de condução realizavam três séries a 30% de 1 RM, e todos
nervosa, tamanho dos axônios e ramificação executavam as repetições até atingir a falha
dos dendritos (Kanning e colaboradores, 2010). voluntária.
Menores motoneurônios-alfa possuem O treinamento era realizado de forma
seu limiar de excitabilidade menor e são unilateral, sendo cada indivíduo executando
estimulados facilmente, sendo estes treinos diferentes em cada uma das pernas,
responsáveis por inervar as fibras do tipo I, com alocados de maneira aleatória. O tempo total da
características oxidativas, enquanto que intervenção foi de 10 semanas e para avaliar o
maiores motoneurônios-alfa inervam as fibras volume do quadríceps utilizou-se um aparelho
do tipo IIa e IIx (Mendell, 2005). de ressonância magnética.
Nesse caso os maiores motoneurônios- Foram feitas coletas por biópsias
alfa são menos resistentes a fadiga (Mendell, musculares no período pré intervenção, 1 hora
2005; Kanning e colaboradores, 2010) e as após a primeira sessão no primeiro dia e uma
fibras por eles inervadas como melhores última coleta no fim do período de treinamento.
quanto a resposta hipertrófica, porém em um O treinamento composto de três séries
treino com maior número de repetições, as apresentou hipertrofia do músculo do
fibras do tipo I podem apresentar um bom quadríceps e apesar de o protocolo a 80% de 1
resultado quanto ao aumento do seu volume RM ter mostrado melhores resultados, eles não
(Schoenfeld e colaboradores, 2015). foram significativos quando comparado ao
Outro estudo que justificou baseado protocolo a 30% de 1 RM.
nesse princípio em seus achados foi Van Roie A fosforilação da mTOR foi elevada no
e colaboradores (2013) Participaram de seu período de 1 hora em todos os protocolos,
estudo 56 idosos, entre 50 e 70, de ambos os porém a proteína p70S6K só se mostrou
sexos, que foram divididos em 3 grupos, onde elevada nos protocolos com maior volume,
um deles, “low”, realizava um protocolo de uma realizando três séries.

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Apesar disso, não foi possível atribuir influenciar na sinalização dessa via (Rahimi e
no fim da intervenção uma relação entre colaboradores, 2010).
p70S6K com o aumento do volume do Outro importante fator é a sinalização
quadríceps. de células satélites que contribuem através de
Esse achado é um tanto quanto seu processo de proliferação e diferenciação
intrigante, tendo em vista que a p70S6K é um para o processo de miogênese. Umas das
alvo downstream de mTOR e, portanto, se adaptações musculares do TF que leva a
mostra um importante agente sinalizador na hipertrofia é o aumento de mionúcleos que
cascata de fosforilação que culminam em pode estar associado a uma maior ativação das
síntese de proteína. células satélites (Bellamy e colaboradores,
A informação de uma ausência de 2014)
correlação de ganhos no volume muscular com Alegre e colaboradores (2015) embora
significativa a fosforilação de p70S6K nos não tenham mensurado diretamente a atividade
protocolos, só pontua o quanto é complexo, de sinalizadores celulares também atribuíram
multifatorial e ainda embrionário o os seus achados com base em uma possível
conhecimento que ainda se tem sobre essas otimizada da estimulação da síntese proteica e
vias de sinalização. Outras investigações de marcadores anabólicos. Os autores
realizadas de forma aguda já hipotetizaram estudaram um grupo de 23 mulheres que não
efeitos frenatórios diretos em p70S6K praticavam TF pelo menos a 10 semanas.
causados por outros agentes. O grupo experimental realizou de
O cortisol, por exemplo, já foi ilustrado maneira unilateral exercícios de extensão de
com efeito inibidor direto sobre essa proteína, joelho, em que um lado realizava um protocolo
independente da ativação de AMPK que com incremento de intensidade, inicialmente a
poderia através da fosforilação de TSC2 inibir a 50% de 1 RM e aumentando até atingir 80%. Já
cascata de sinalizadores de mTOR (Spiering e o outro lado manteve a intensidade de 50%
colaboradores, 2008). durante todo o período e aumentou somente o
Esses achados confirmam em parte o volume.
estudo de Burd e colaboradores (2010) que A área de secção transversa dos
investigaram os efeitos agudos de um músculos do reto femural e vasto lateral foram
treinamento realizado em diferentes avaliados através de ressonância magnética
intensidades sobre a sinalização anabólica, na antes e depois da intervenção. Ambas as
expressão de genes de células satélites e na pernas mostraram aumento na área de secção
síntese proteica. transversa sem diferença significativa.
Tanto o protocolo realizado a 90% Com o uso de uma escala subjetiva de
quanto o realizado a 30% de 1 RM até a falha esforço (OMNI) o estudo verificou que o treino
concêntrica mostraram aumentos na expressão realizado com maiores intensidades eram mais
de genes de células satélites como na exaustivos significativamente que os realizados
sinalização da via mTOR e consequentemente com menores intensidades. O autor concluiu
as proteínas p70S6K e 4E-BP1 que promovem que para membros inferiores o treinamento
através do processo de tradução de mRNAs, a com baixas cargas e maiores repetições pode
biogênese ribossomal. ser benéfico.
O TF é um importante regulador de Cabe destacar que os mesmos
marcadores anabólicos e catabólicos e a indivíduos treinaram ambas as pernas apenas
prática regular dessa atividade pode contribuir sob protocolos diferentes. O achado sem
para a fosforilação de alguns marcadores diferença significativa entre os protocolos
anabólicos como a via Akt/mTOR e na cascata merece uma interessante pontuação em
de sinalizadores que culminam na síntese relação aos postulados efeitos locais da
proteica como a GSK-3beta, p70S6K e 4E-BP1, mecanotransdução, desprezando qualquer
além da inibição de marcadores catabólicos indício de efeito sistêmico que tal fenômeno
como Foxo1, Foxo3, atrogin-1 e MuRF-1 (Léger possa hipoteticamente provocar.
e colaboradores, 2006; Terzis e colaboradores, Ogasawara e colaboradores (2013)
2008). avaliaram as respostas de dois treinamentos
A estimulação de hormônios como o com diferentes intensidades para músculos de
GH que aumentam consequentemente a membros superiores. Em seu estudo, 9
síntese de outro hormônio, o IGF-1, pode indivíduos realizaram dois protocolos de 6

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semanas de duração com 12 meses de O resultado achado e sua discussão se


intervalo entre eles. O primeiro protocolo assemelham com os vistos no treinamento
consistia de menor volume e maior intensidade, realizado com oclusão vascular que consiste na
até 12 repetições a 75% de 1 RM. oclusão sanguínea da extremidade superior ou
No segundo período os participantes inferior do corpo e o indivíduo realiza um
fariam até a fadiga concêntrica do movimento protocolo de TF com baixas intensidades, 20 a
com 30% de 1 RM. Ambos os períodos tiveram 30% de 1 RM, altas repetições, acima de 15 e
avaliações e reavaliações de força através dos curtos tempos de intervalos, em torno de 30
testes de 1 RM e contração voluntária máxima segundos (Pope e colaboradores, 2013).
isométrica e a área de secção transversa com Diversos estudos têm mostrado bons
o uso de ressonância magnética. resultados dessa metodologia de treinamento
Nas análises de desempenho o com aumento da área de secção transversa
treinamento realizado com maior sobrecarga que podem ser justificadas pelo aumento na
apresentou melhores resultados, enquanto que expressão de hormônios anabólicos como GH
para hipertrofia, mensurada no tríceps e no e nas vias de síntese proteica mTOR e p70S6K
peitoral maior, os resultados foram sem (Fry e colaboradores, 2008; Fujita e
diferença significativa. colaboradores, 2007; Goto e colaboradores,
Esse achado permite perceber que o 2005; Yasuda e colaboradores, 2011; Wilson e
resultado independe do segmento trabalhado e colaboradores, 2013).
corrobora com o estudo de Schoenfeld e Outras respostas para o treinamento
colaboradores (2015) que também apresentou com oclusão vascular estariam relacionadas ao
hipertrofia de dois pontos de músculos de estresse metabólico, com o aumento do PH
membros superiores. intramuscular em decorrência da hidrólise de
Tanimoto e colaboradores (2006) ATP, aumento da hiperemia muscular e
realizaram um estudo com 24 indivíduos do consequente ruptura sarcolemal e a produção
sexo masculino que nunca haviam realizados excessiva de ROS e baixa capacidade
TF de maneira regular. Foram divididos em três antioxidante (Pope e colaboradores, 2013).
grupos onde o grupo A realizou os movimentos
de maneira lenta com as ações musculares CONCLUSÃO
concêntricas e excêntricas com duração de 3
segundos cada e 50% de 1 RM. O treinamento realizado com baixas
O grupo B não teve ações lentas, com cargas e maiores repetições se mostram
1 segundo cada ação, e intensidade de 50% de eficientes para a hipertrofia muscular tanto de
1 RM, e o grupo C teve o mesmo tempo de ação membros superiores quanto inferiores.
do grupo B e a intensidade a 80% de 1 RM. Foi Diversos estudos que compararam os
avaliado através de ressonância magnética a resultados dessa metodologia com outros
área de secção transversa da coxa, além da realizados com cargas elevadas e menores
oxigenação periférica do músculo vasto lateral repetições acharam resultados similares.
e a concentração de lactato. Diferentes são as hipóteses levantadas
O resultado mostrou aumento para justificar os resultados positivos, e parece
significativo do volume muscular nos protocolos que a razão é multifatorial com diversas
de baixa intensidade e velocidade lenta e alta respostas induzidas por esse método que
intensidade sem controle lento da velocidade podem explicar tais achados. Investigar outras
de ação, bem como aumento da concentração variáveis como intervalo, tipo de ação, número
de lactato e redução da oxigenação. de séries, entre outros podem contribuir para
A isquemia induzida do treinamento delimitar o assunto.
devido ao longo período de ação justificou a De fato, o que se pode concluir é que o
hipertrofia muscular no grupo que teve menor TF com cargas elevadas não é a única
carga e controle do tempo nas ações, segundo estratégia para quem deseja obter bons
os autores. Outra atribuição para os achados foi resultado e que a manipulação da intensidade
uma possível concentração de espécies sobre o volume em uma periodização é
reativas de oxigênio (ROS) devido a hipóxia extremamente importante.
muscular e subsequente reperfusão, que Mudanças no programa de TF podem
podem contribuir para aumento do volume contribuir para que indivíduos continuem
muscular. obtendo bons resultados e quebrem a

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