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SP 1.2 – o Voltando das Férias...

Dora é aluna do 2º ano de medicina. Está voltando das férias com sua família e está muito
ansiosa para retomar suas atividades e rever, Regina, a ACS com que trabalhava. Preocupada,
pergunta para a recepcionista, que informa que Irene não vem trabalhar faz 3 dias, pois está
doente.

Após consultar sua preceptora, resolve ir visitá-la. Dora se solidariza com a situação atual de
irene. Irene sustenta dois filhos, nora e neto agora sozinha, pois, o filho, que tinha o maior
salário da família, perdeu o emprego há duas semanas.

Regina contou que se sente deprimida e há uma semana começou a apresentar episódios de
diarreia progressivamente mais frequentes, primeiro pensou que tivesse comido algo que lhe
fez mal, seguiu o conselho de uma vizinha e começou a comer mais fibras, o que piorou um
pouco a situação, agora tem diarreias com períodos de obstipação intestinal.

Sente que sua digestão varia entre fases de lentidão, quando tem náuseas e vômitos, para
aumento dos ruídos intestinais, associados com flatulência e fezes líquido-pastosas. Contou
que perdeu aproximadamente quatro quilos, que ficou com vergonha de passar em consulta
na UBS, porque havia faltado vários dias no trabalho e que ao passar na UPA pegou uma
receita de omeprazol.

No caminho de volta, Dora pensa como poderia ajudar sua amiga e lembrou de uma tia que
sempre está muito estressada e que tem os mesmos sintomas.

Coordenadora: Vanessa Carvalho

Relatora: Karla Karine Lima

Palavras desconhecidas:

 Obstipação intestinal; termo médico usado quando o paciente não consegue eliminar
fezes por mais de 4 dias.
 Omeprazol; medicamento protótipo da classe dos inibidores da bomba de protões,
que diminuem a secreção gástrica alterando a atividade da H⁺/K⁺-ATPase.
É usado para tratar úlceras gástricas (estômago) e duodenais (intestino) e
refluxo gastresofágico (quando o suco gástrico do estômago volta para o
esôfago). Muitas vezes o omeprazol é usado também na combinação com
antibióticos para tratar as úlceras associadas às infecções causadas pela bactéria
Helycobacter pylori.

 Ruídos intestinais;
 Flatulência.
Problemas:

 Faltas constantes ao trabalho;


 Excesso de responsabilidade familiar;
 Humor deprimido;
 Alto nível de estresse;
 Episódios contínuos de diarreia;
 Negligência do autocuidado;
 Ingestão excessiva de fibras;
 Alterações fisiológicas secundárias à sua negligência;
 Acesso facilitado a medicações.

Objetivos de aprendizagem:

 Descrever as etapas fisiológicas, anatômicas e histológicas do sistema digestório;

ANATOMIA;

O sistema digestório inicia com a cavidade oral (boca e faringe), que servem de
receptáculo para a comida (FIG. 21.1a). O alimento ingerido entra no trato
gastrintestinal (trato GI), que consiste em esôfago, estômago, intestino delgado
e intestino grosso.
O trato GI é um longo tubo com paredes musculares alinhadas por um epitélio
secretor e transportador (p. 150).

INTESTINO HISTOLOGIA:

A submucosa é a camada média da parede do intestino. Ela é composta de


tecido conectivo com grandes vasos sanguíneos e linfáticos passando por ela
(Fig. 21.1e, f ). A submucosa também contém o plexo submucoso, uma das
duas principais redes nervosas do sistema nervoso entérico (p. 229). O plexo
submucoso (também chamado de plexo de Meissner) inerva as células na
camada epitelial, bem como o músculo liso da muscular da mucosa.

Muscular externa : A parede externa do trato gastrintestinal, a muscular


externa, consiste primariamente de duas camadas de músculo liso: uma
camada interna circular e uma camada externa longitudinal (Fig. 21.1d, f ). A
contração da camada circular diminui o diâmetro do lúmen. A contração da
camada longitudinal encurta o tubo. O estômago possui uma terceira camada
incompleta de músculo oblíquo entre a camada muscular circular e a
submucosa (Fig. 21.1e).

A segunda rede nervosa do sistema nervoso entérico, o plexo miontérico, situa-


se entre as camadas musculares longitudinal e circular. O plexo miontérico
(também chamado de plexo de Auerbach) controla e coordena a atividade
motora da camada muscular externa.

Serosa: O revestimento exterior de todo o trato digestório, a serosa, é uma


membrana de tecido conectivo que é uma continuação da membrana
peritoneal (peritônio) que reveste a cavidade abdominal (p. 59). O peritônio
também forma o mesentério, que mantém o intestino no lugar para que ele não
fique enroscado quando se move.

No intestino, coleções de tecido linfoide adjacente ao epitélio formam pequenos


nódulos e grandes placas de Peyer, que criam inchaços visíveis na mucosa
(Fig. 21.1f ). Estes agregados linfáticos constituem a maior parte do tecido
linfático associado ao intestino (GALT). – CELULAS DENDRICANAS

 As glândulas salivares, o estômago, o pâncreas e o fígado adicionam


secreções exócrinas contendo enzimas e muco ao lúmen.
 O quimo é uma solução cremosa que se forma quando o alimento é degradado
por digestão mecânica ou química. (p. 655)
 A mucosa está junto ao lúmen e consiste em epítélio, lâmina própria e
muscular da mucosa. A lâmina própria contém células imunes. Pequenas
vilosidades e invaginações aumentam a área de superfície

TRATADO DE FISIOLOGIA DE GUYTON

 Caracterizar a relação do sistema nervoso com o sistema digestório;

O trato gastrointestinal tem um sistema nervoso próprio, chamado de sistema nervoso


entérico, que fica localizado inteiramente na parede intestinal, começando no esôfago
até os anus. É um sistema nervoso bem desenvolvido que é importante para o
controle dos movimentos e da secreção gastrointestinal.

Esse sistema nervoso é composto por dois plexos:


(1) o plexo externo, disposto entre as camadas musculares longitudinal e circular,
denominado plexo miontérico ou plexo de Furbach
(2) plexo interno, denominado plexo suhmu- coso ou plexo de Meissner, localizado na
submucosa. ( não tem ave com motilidade)
O plexo miontérico controla quase todos os movimentos gastrointestinais como:

 aumento da contração tônica, ou “tônus”, da parede intestinal;


 aumento da intensidade das contrações rítmicas;
 ligeiro aumento no ritmo da contração; e
 aumento na velocidade de condução das ondas excitatórias, ao longo da
parede do intestino, causando o movimento mais rápido das ondas
peristálticas intestinais.

O plexo submucoso a secreção gastrointestinal e fluxo sanguíneo local.


Neurotransmissores:

A acetilcolina na maioria das vezes excita a atividade gastrointestinal. A


norepinefrina, quase sempre, inibe a atividade gastrointestinal, o que também é
verdadeiro para a epinefrina, que chega ao trato gastrointestinal,
principalmente, pelo sangue, depois de ser secretada na circulação pela
medula adrenal.

Seretonina é produzida no intest

Fonte:

Os reflexos curtos originam-se e são integrados no SNE.

Os reflexos longos podem se originar no SNE ou fora dele, mas são integrados no
SNC. (p. 664; Fig. 21.5)

Em geral, a inervação parassimpática é excitatória, e a inervação simpática é inibidora


para a função GI. (p. 665)

 Entender os mecanismos da diarreia e do vômito;

A diarreia é um estado patológico no qual a secreção intestinal de liquido não é


equilibrada pela absorção, resultando em fezes aquosas. Ela ocorre se os
mecanismos intestinais normais de absorção de água forem alterados ou se houver
solutos osmoticamente ativos não absorvidos que “seguram” a agua no lúmen.
Os distúrbios hidroeletrolíticos ocorrem quando o paciente perde quantidade
significativa de líquidos corporais e, consequentemente, de eletrólitos.

Crianças: intestino mais curto, superfície corpórea menor

FONTE: Fisiologia humana de Sylverton

Causas infecciosas: A) Bacterianas: Salmonella, Shigella, Campylobacter, Yersinia,


Escherichia coli. B) Virais: Rotavírus, Norovírus, Adenovírus. C) Protozoários: ameba,
Giárdia lamblia, Cryptosporidium. 

Causas dietéticas: sorbitol, glutamato monossódico, frutose, intolerâncias alimentares


(à lactose, sacarose, feijão, frutas, pimenta etc.). Causadas por medicações: antibióticos,
laxativos. 

Causas alérgicas: alergia à proteína do leite de vaca, da soja ou de outros alimentos. 

Causas funcionais: diarreia funcional do lactente e pré-escolar, síndrome do intestino


irritável. 

Causas inflamatórias autoimunes: doença de Crohn, colite ulcerativa. 

Outras causas: doença celíaca, fibrose cística (mucoviscidose), enteropatia ambiental,


intoxicação por metais pesados, doenças genéticas raras.   

Criança 80% e em adultos 50 – 60%

Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria

Vomito:

Os sinais sensoriais que iniciam vomito se originam, principalmente, da faringe, do


esôfago, do estomago e das partes superiores do intestino delgado. Os impulsos
nervosos são transmitidos, como se vê̂ na Figura 66-2, por fibras nervosas aferentes
vagais e simpáticas para múltiplos núcleos distribuídos no tronco cerebral, na área
chamada de “centro do vomito”. Desse centro, os impulsos motores que causam
vômitos são transmitidos pelos quintos, sétimo, nono, décimo e decimo segundo
nervos cranianos, para o trato gastrointestinal superior, pelos nervos vagais e
simpáticos para regiões mais distais do trato, e pelos nervos espinhais para o
diafragma e músculos abdominais.

Ato do Vômito. Uma vez que o centro do vômito tenha sido suficientemente estimulado
e instituído o ato do vômito, os primeiros efeitos são:
(1) respiração profunda,
(2) elevação do osso hioide e da laringe para a abertura do esfíncter esofágico
superior,
(3) fechamento da glote para impedir o fluxo de vômito para os pulmões
(4) elevação do palato mole para fechar as narinas posteriores. Em seguida, ocorrem
forte contração do diafragma e contração simultânea dos músculos da parede
abdominal. Isso comprime o estomago entre o diafragma e os músculos abdominais,
elevando a pressão intragástrica a alto nível.

Fonte: TRATADO DE FISIOLOGIA MEDICA GUYTON E HALL 12 EDIÇÃO

 Correlacionar a homeostase com o balanço hidroeletrolítico no sistema digestório;

Os distúrbios hidroeletrolíticos são uma deficiência na quantidade de eletrólitos no


corpo humano. Essa condição é responsável por diversos problemas.
Isso porque o equilíbrio dos eletrólitos é essencial para que o corpo funcione
normalmente. Trata-se de um assunto de extrema importância, uma vez que estes
distúrbios podem levar a morte.

Os distúrbios hidroeletrolíticos ocorrem quando o paciente perde quantidade


significativa de líquidos corporais e, consequentemente, de eletrólitos.

Fonte: Sociedade mineira de terapia intensiva

A mucosa do intestino grosso, como a do intestino delgado, tem alta capacidade de absorver,
ativamente, sódio, e a diferença de pote ncial elétrico gerada, pela absorção do sódio,
promove absorção de cloreto. Os complexos funcionais, entre as células epiteliais do epitélio
do intestino grosso, são muito menos permeáveis que os do intestino delgado. Isto evita a
retrodifusão significativa de íons, através dessas junções, permitindo, assim, que a mucosa do
intestino grosso absorva íons sódio — isto é, contra gradiente de concentração bem maior —
diferentemente do que ocorre no intestino delgado. Isto é especialmente verdadeiro na
presença da aldosterona porque o hormônio intensifica, bastante, a capacidade de transporte
de sódio.

Além disso, como ocorre na porção distai do intestino delgado, a mucosa do intestino grosso
secreta íons bicar bonato enquanto absorve, simultaneamente, número igual de íons cloreto,
em processo de transporte por troca já descrito antes. O bicarbonato ajuda a neutralizar os
produtos ácidos da ação bacteriana no intestino grosso. A absorção de íons sódio e cloreto cria
um gradiente osmótico, através da mucosa do intestino grosso, o que, por sua vez, leva à
absorção de água.
Fonte: TRATADO DE FISIOLOGIA MÉDICA GUYTON E HALL 12 EDIÇÃO

 Discutir os mecanismos da retroalimentação positiva e negativa na digestão;

 Estudar o funcionamento da musculatura lisa nos movimentos peristálticos


(hormonais, neurológicos e fisiológicos);

O estímulo usual do peristaltismo intestinal é a distensão o do trato gastrointestinal.


Isto é, se grande quantidade de alimento se acumula em qualquer ponto do intestino,
a distensão da parede estimula o sistema nervoso entérico a provocar a contração da
parede 2 a 3 centímetros atrás desse ponto, o que faz surgir um anel contrátil que
inicia o movimento peristáltico. Outros estímulos que podem deflagrar o peristaltismo
incluem a irritação química ou física do revestimento epitelial do intestino. Além disso,
intensos sinais nervosos parassimpáticos para o intestino provocarão forte
peristaltismo.

Função do Plexo Miontérico no Peristaltismo. O peristaltismo é apenas fraco ou não


ocorre nas regiões do trato gastrointestinal em que exista ausência congênita do plexo
miontérico.

Hormonal:

A colecistocinina (CCK) é secretada pelas células “I” da mucosa do duodeno e do


jejuno, em especial em resposta aos produtos da digestão de gordura, ácidos graxos e
monoglicerídeos nos conteúdos intestinais. Esse hormônio contrai, fortemente, a
vesícula biliar, expelindo bile para o intestino delgado, onde a bile tem funções
importantes, na emulsificação de substâncias lipídicas, permitindo sua digestão e
absorção. A CCK também inibe, ainda que moderadamente, a contração do estômago.
Assim, ao mesmo tempo em que esse hormônio causa o esvaziamento da vesícula
biliar, retarda a saída do alimento no estômago, assegurando tempo adequado para a
digestão de gorduras no trato intestinal superior. A CCK também inibe o apetite, para
evitar excessos durante as refeições, estimulando as fibras nervosas sensoriais
aferentes no duodeno; essas fibras, por sua vez, mandam sinais, por meio do nervo
vago para inibir os centros de alimentação no cérebro, como discutido no Capítulo
O glp 1 inibe o apetite, estimula

Fonte: TRATADO DE FISIOLOGIA MÉDICA GUYTON E HALL 12 EDIÇÃO

o peristaltismo, os músculos circulares contraem o segmento apical a uma massa, ou bolo, de


alimento (Fig. 21.4c). Essa contração empurra o bolo para a frente até um segmento receptor,
onde os músculos circulares estão relaxados. O segmento receptor, então, contrai,
continuando o movimento para a frente.

As contrações peristálticas empurram um bolo para a frente a uma velocidade entre 2 e 25


cm/s. O peristaltismo no esôfago propele o material da faringe para o estômago. A peristalse
contribui para a mistura do bolo no estômago, porém, na digestão normal, as ondas
peristálticas intestinais são limitadas a curtas distâncias.

FONTE; FISIOLOGIA HUMANA DE SYLVERTON

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