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Anatomorfofisiologia do Sistema

digestório, endócrino, urinário e


reprodutor masculino e feminino

Tutor Me. Andiara Artmann


Prática de Histologia do Sistema digestório
Planos - Cortes imaginários que atravessam o corpo.

Eixos - Linhas imaginárias ao redor das quais acontecem os movimentos do corpo.

Mediano ou sagital: o Frontal ou Coronal: o Transversal (Axial) - o


indivíduo é dividido em indivíduo é dividido indivíduo é dividido em
lado Direito e Esquerdo. Anterior e Posterior. parte Superior e Inferior.

Látero-Lateral - Ântero-Posterior - Longitudinal -


Flexão e Extensão. Abdução e Adução. Rotação
Anjo na neve.
Mediano ou sagital: o indivíduo é
dividido em lado Direito e
Esquerdo.
Frontal ou Coronal: o indivíduo é
dividido Anterior e Posterior.

Transversal (Axial) - o indivíduo é


dividido em parte Superior e
Inferior.
• Proximal - Toda estrutura que está próxima à raiz do membro (onde ele está
implantado ao resto do corpo).

• Distal - Toda estrutura que está afastada da raiz do membro.

Ex.: "...estendendo-se desde a extremidade distal do canal pilórico..."


"o Duodeno corresponde à parte proximal do intestino delgado."
• Compreender a anatomia do sistema digestório;

• Compreender a fisiologia do sistema digestório;

• Elucidar os processos bioquímicos envolvidos na digestão dos macronutrientes;

• Elucidar os processos bioquímicos envolvidos na absorção dos macronutrientes.


• Como os alimentos são absorvidos e sublingual
submandibular
transformados em energia, até a eliminação dos
restos não aproveitados após a digestão.

• O Sist. Digestório também é responsável por


nos suprir de água, vitaminas e eletrólitos.

• A extração de energia e nutrientes é um
processo complexo e regulado por
neurotransmissores, enzimas, hormônios e
movimentos peristálticos, além da
participação da circulação sanguínea.
Formada por:
• Bochechas (constituídas externamente por pele e internamente por mucosa)
• Palato duro (parede superior)
• Palato mole (parede posterior)
• Língua (transporte de alimentos, sentido do gosto e fala).

Descrita como a cavidade oval que liga o tubo digestório e o meio externo (TORTORA;
DERRICKSON, 2016).

Língua - Possui diversas funções - Auxiliar na mastigação, deglutição, fonação e


processamento dos sinais gustatórios.
Composto de:
• Músculos intrínsecos que se localizam completamente dentro da língua responsáveis por
promover as alterações no formato desse órgão.
• Músculos extrínsecos, são aqueles que possuem uma inserção na língua e outra fora dela,
de modo que conseguem fazer o deslocamento desse órgão dentro da cavidade oral.
(Palatoglosso; Condroglosso; Hioglosso; Genioglosso; Estiloglosso).
As glândulas salivares podem ser divididas entre menores e maiores.
Glândulas menores: “acessórias”, são as labiais, as da bocheca, as palatinas e as linguais.

Glândulas maiores (principais), por sua vez, são 3 em especial:


• Sublinguais;
• Submandibulares;
• Parótidas.
Dentes - Envolvidos no processo de mastigação e trituração do alimento.
Divididos de acordo com suas funções:
• Incisivos: Situados na parte anterior da boca e servem para cortar os alimentos.
• Caninos: Formato pontiagudo e servem para rasgar os alimentos.
• Pré-molares e molares: Trituram os alimentos e localizam-se na porção posterior da
boca.

Dentição permanente: Formada por 32 dentes


(16 superiores e 16 inferiores). Possuindo:
• Quatro incisivos;
• Dois caninos;
• Quatro pré-molares e
• Seis molares
na parte superior e a mesma quantidade na
cavidade inferior .
Quando o alimento chega à boca, é triturado pelos dentes e misturado à saliva, o
mesmo passa a ser chamado bolo alimentar.
O processo de deglutição se inicia por uma série de eventos voluntários e
involuntários que visam fazer com que você não se engasgue com o alimento. Pois
compartilha uma estrutura com o processo de respiração (a faringe).

• Fase oral (voluntária): Tem como principal estrutura a língua que é capaz de empurrar o
alimento do seu ápice para trás, levando o bolo alimentar a ser pressionado contra o
palato mole; forçando-do em direção a faringe, onde ocorre a estimulação de receptores
táteis que começarão o processo de deglutição.

• Fase faríngea (involuntária): Ao estimular os receptores faríngeos, ocorre uma sequência


de eventos muito rapidamente, e que culminam com a inibição, de maneira reflexa, da
respiração.
• Fase esofagiana (involuntária): Leva o bolo alimentar do esôfago ao
estômago através de movimentos peristálticos, fazendo com que o bolo
alimentar percorra todo o esôfago em menos de dez segundos.
Tubo que se estende do nariz até o esôfago.
Possibilita a passagem do ar e dos alimentos (pertence ao sistema respiratório e digestório).
• Paredes muito espessas (grande volume de músculos que a revestem externamente)
• Mucosa faríngea (epitélio liso - facilita a rápida passagem do alimento)
Dividida em três partes:
Parte Nasal - Nasofaringe
Parte Oral - Orofaringe
Parte Laríngea - Laringofaringe
Um órgão tubular fibro-muscular-mucoso oco, com
aproximadamente 25cm de comprimento, que se
estende desde a vértebra C-6 até a junção
gastroesfofágica localizada ao nível da vértebra (T-
11).
Função é levar o alimento da faringe ao estômago.
Subdividido em esôfago cervical, torácico e
abdominal.

Neste se distribuem 3 constrições e 2


esfíncteres. Que realizam a redução do
lúmen de uma estrutura.

Constrição - Devido à uma compressão


extrínseca.

Esfíncter - Devido a hipertrofia na


musculatura interna do próprio órgão
• Da faringoesofágica (C6) até a abertura superior do tórax, apresentando um trajeto
encurvado para a esquerda e que é marcado pela presença da 1ª constrição, a
qual é realizada pela porção cricofaríngea do M. Constritor Inferior da Faringe
(Cricofaríngeo)
• A compressão gerada pelo músculo, acaba
desencadeando uma resposta por parte da parede
esofágica, a qual sofre uma hipertrofia de sua
musculatura, de modo a formar o 1º esfíncter, que
é o esofagiano superior (EES).

• A a 1ª constrição coincide com o 1º esfíncter.

• Composto por músculo estriado esquelético -


Atividade Voluntária.
É a segunda e maior porção desse órgão, uma vez que se estende desde a abertura
superior do tórax até o hiato esofágico (T10). Localizado nos mediastinos superior e
inferior.

• Difere-se do esôfago cervical por apresentar um trajeto curvado agora para a


direita (D) e por ter sua camada muscular externa composta tanto por músculo
estriado esquelético, quanto por músculo liso.

• Nessa porção é onde encontra-se a 2ª constrição, a qual é formada pelo Arco


Aórtico e pelo brônquio principal esquerdo (E).
A 3ª e menor porção desse órgão, uma vez que se estende desde o hiato esofágico até
o óstio cárdico do estômago. Apresenta um trajeto encurvado para a esquerda e uma
camada muscular externa formada por músculo liso (possui atividade involuntária).
Essa porção é a única que se encontra revestida pelo peritônio.
Aqui encontram-se a 3ª constrição e o esfíncter
esofágico inferior (EEI). A constrição é produzida
pelo pinçamento diafragmático.
O esfíncter coincide com a linha z, a qual marca
uma transição abrupta da mucosa esofágica para a
gástrica.

Peritônio - membrana serosa que recobre as paredes do abdome e a superfície


dos órgãos digestivos
Extensa membrana serosa que envolve os órgãos abdominais. Dividido em:
• Peritônio parietal - Ligado a parede abdominal, revestindo-a anterior e posteriormente.
• Peritônio visceral - Envolve completa ou parcialmente grande parte das vísceras do
abdome.
Formações Peritoniais:
Mesentério - Duas camadas de peritônio que fixam os
órgãos intraperitoneais à parede abdominal posterior.
Representa um meio de comunicação neurovascular entre
as vísceras e a parede do corpo.
A nomenclatura varia de acordo com a parte do sistema
digestório em que se relaciona(mesoesôfago, mesocolo
transverso...). Exceção ao intestino delgado onde denomina-
se apenas “mesentério”.
Omentos - Pregas em duas camadas de peritônios com tecido conjuntivo interposto.
Partem do estômago e da parte proximal do duodeno até os órgãos adjacentes.
Omento Menor - Da curvatura menor do estômago e da parte proximal do duodeno, dirigindo-
se até o fígado. Suas camadas se dividem e envolvem o estômago, cobrindo as superfícies
anterior e posterior do órgão. (Destacado em verde)

Omento Maior - Uma membrana dupla, onde cada


membrana é formada por duas camadas de peritônio
(totalizando quatro camadas de peritônio) firmemente
aderidas uma a outra. Fixa-se a curvatura maior do
estômago, segue trajeto descendente pela
cavidade abdominal, dobra-se e ascende
superiormente até o colo transverso e seu
mesentério, ganhando a forma de um avental.
• Situado no abdome, logo abaixo do diafragma, anteriormente ao pâncreas,
superiormente ao duodeno e a esquerda do fígado. Parcialmente coberto pelas
costelas.
• Reservatório entre o esôfago e o intestino delgado;

• Sua forma e posição são muito


variadas de pessoa para pessoa
e por isso não pode ser descrita
como típica.
Caracterizado por apresentar 2 curvaturas são elas: a maior e a menor. J
E 2 incisuras, a cárdica e a angular, sendo que a incisura cárdica delimita o chamado “ângulo
de His”, formado entre o esôfago e o estômago.
Quanto mais afastado esses órgãos estiverem, mais arredondado esse ângulo será e, com isso,
acaba por favorecer o refluxo gastroesofágico.
Quanto mais próximos estiverem, mais agudo o ângulo será e isso o torna o primeiro dos
mecanismos antirrefluxo que se encontra no estômago.
- 4 regiões principais:
• Cárdia (impede o refluxo do
alimento para o esôfago)

• Fundo (situa-se no alto)

• Corpo (cerca de 2/3 do volume total)

• Piloro (impede que o bolo


alimentar passe ao intestino
delgado prematuramente)
• A superfície mucosa - Composta por células
mucosas superficiais.
• A mucosa deste órgão é formada por lâmina
própria, constituída de tecido conjuntivo
frouxo.
• Coluna de células secretoras que são as
glândulas gástricas. Estas divididas em:
⚬ Células mucosas do colo, Células
parietais e Células principais.

• Célula G ou pilóricas - enteroendócrina -


que secreta o hormônio gastrina.

• Também é constituído por uma camada


submucosa, formada por tecido conjuntivo Quando várias glândulas gástricas se abrem em
frouxo e uma camada muscular que possui canais estreitos, temos o que chamamos de
três camadas de músculo liso. fovéolas gástricas (criptas).
As glândulas Parietais produzem clorídrico (HCl). A acidez estomacal faz com que o pH
do estômago fique bastante ácido, entre 1,5 a 2,5.
O quimo, agora, chega à porção inicial do intestino delgado, o duodeno onde continuará o
seu processo de digestão.
Encarrega-se por finalizar o processo de digestão e por realizar a absorção da maior parte
dos nutrientes adquiridos com a alimentação. Estende-se desde o piloro até a junção
ileocecal (a partir de onde une-se ao ceco), apresenta cerca de 7m de comprimento, os
quais se dividem em 3 partes: duodeno, jejuno e íleo.
Sistema de irrigação intestinal

Posterior ao duodeno encontra-


se a veia porta, principal
componente do sistema porta
hepático.

É através da veia porta que os


nutrientes, provenientes da
alimentação, chegarão até o
sangue, após o processo de
digestão.

Ducto Colédoco ou Biliar -


Transporte da bile para o
duodeno
Assim como a maior parte do trato gastrointestinal é formado pelas seguintes camadas:
mucosa, submucosa, muscular e serosa.

A camada epitelial da mucosa do intestino delgado possui diversos tipos celulares:


absortivas, caliciformes, enteroendócrinas e de Paneth.

A camada submucosa do duodeno, possui glândulas duodenais ou de Brunner


(secretoras de um muco alcalino que protege a mucosa duodenal contra os efeitos da
acidez do suco gástrico e neutraliza o pH do quimo, aproximando-o do pH ótimo para a
ação das enzimas pancreáticas.)

A camada muscular do intestino delgado é formada por músculo liso e a camada serosa
envolve quase totalmente o intestino delgado, com exceção do duodeno.
São a porção distal do intestino delgado, de modo a representar o sítio terminal de
digestão de alimento, absorção de nutrientes e secreção endócrina.

Compreende-se que o jejuno se inicia na flexura duodenojejunal e ao longo do seu


trajeto ocupa predominantemente o quadrante superior esquerdo do compartimento
infracólico.

O íleo não possui um início bem definido, contudo, encontra-se principalmente no


quadrante inferior direito do compartimento infracólico e estende-se até unir-se ao
ceco através da junção ileocecal.

O íleo terminal (cerca de 30cm) - O estômago sereta o


“fator intrínseco”, o qual se prende à B12 que só
consegue ser absorvida no íleo terminal.
Vilosidades com forma de folha. Vilosidades menores que às do
Vilosidades com digitiformes jejuno.
Glândulas de Brunner - atravessam a Células M - Transportadoras de
Ausência de glândulas na antígenos.
muscular da mucosa e penetram na
submucosa. Agregados linfóides formam
submucosa.
Pregas circulares bem nódulos - Placa de Peyer - que se
Dutos excretores liberam a secreção
desenvolvidas. estendem por toda a lâmina
nas criptas de Lieberkühn
própria e pela submucosa
A digestão de macronutrientes (carboidratos, lipídios e proteínas), bem como a emulsificação de
gordura, envolvem a participação de enzimas e bile produzidas, respectivamente, por
glândulas como pâncreas e fígado. Essas enzimas e a bile são liberadas na porção inicial do
intestino delgado.

Lobo esquerdo - Menor


Lobo Direito - Maior
Face Visceral - Lobo Caudado - prox. Veia Hepática
Lobo Quadrado - ao lado da vesícula biliar
É formado por quatro estruturas: ceco, cólon, reto e ânus.
Sua principal função é a absorção de água e formação da massa fecal.
O Ceco corresponde a primeira e mais dilatada das porções do intestino grosso e se
comunica com o intestino delgado (íleo) pela válvula ileocecal.

O cólon se ramifica em porção ascendente, transverso, descendente e sigmoide. As


duas últimas estruturas que compõem o intestino grosso são o reto e o ânus.
A maior parte da absorção de íons
e água, que percorrem o nosso
tubo digestório, ocorre em nosso
intestino grosso. Grande parte
desta absorção dá-se no cólon.

Por fim, as fezes serão expulsas


pelo ânus, através de estímulos de
esfíncteres interno e externo.
Os mecanismos (fome e apetite) são sistemas de regulação automática os
quais se referem ao contexto de manter o suprimento nutricional necessário ao
organismo.

Processo de deglutição –
Voluntário - fase oral; estágio faríngeo - involuntária - à passagem do
alimento da faringe ao esôfago e outro
Estágio involuntário que leva o alimento do esôfago ao estômago,
denominado fase esofagiana.

O peristaltismo ocorre em todo o sistema digestório e é responsável pela


passagem do bolo alimentar ou do quimo pelo tubo digestório.
Ocorrem através da movimentação de músculos lisos encontrados ao longo
do sistema digestório.
• Contração ou Movimento Peristáltico - Move para
frente.

• Contração Segmentar - Segmentos curtos (1-5 cm) de


intestino contraem e relaxam alternadamente
Realizam a mistura.
O peristaltismo no esôfago está diretamente relacionado
ao processo de deglutição e, normalmente, uma única onda
peristáltica é capaz de conduzir o alimento desde a faringe
até o estômago (onda primária). Caso algum resto
alimentar permaneça no esôfago, será desencadeada uma
onda peristáltica secundária.

O alimento é impedido de voltar do estômago ao esôfago -


Devido à presença de estruturas musculares em forma de
anéis, chamadas de esfíncteres, que se fecham rapidamente
após a passagem do bolo alimentar por estas estruturas.
Através do peristaltismo o alimento chegou no estômago que tem as seguintes funções

• Armazenamento – Atua como reservatório temporário para o alimento que chega a ele.
• Secreção de H+ – Objetiva destruir micro-organismos patogênicos e converter o
pepsinogênio em sua forma ativa.
• Secreção de fator intrínseco – Visa permitir a absorção de vitamina B12.
• Secreção de muco e bicarbonato (HCO3-) – Visa a proteção da mucosa gástrica.
• Secreção de água – Para a lubrificação e promover a suspensão aquosa dos nutrientes.
• Atividade motora – Para misturar as secreções produzidas pelo órgão com o alimento
ingerido.
• Atividade motora coordenada – Com o objetivo de regular o esvaziamento do conteúdo
para o duodeno (primeira porção do intestino delgado).

Ocorrerá um processo de contrações peristálticas neste órgão também, facilitando a mistura do


alimento com as secreções estomacais e auxiliar no esvaziamento do estômago.
A velocidade e a intensidade com que ocorre o esvaziamento do conteúdo estomacal é regulada
por sinais provenientes tanto do duodeno quanto do estômago.

Sendo os sinais do duodeno mais fortes e capazes de controlar de forma mais efetiva
velocidade com que o quimo pode ser absorvido e digerido no intestino delgado (duodeno).

Fatores Gástricos - o efeito do volume alimentar gástrico e o efeito do hormônio gastrina


(secretado pelo estômago) neste processo.

Fatores Duodenais - Efeitos inibitórios dos reflexos enterogástricos que possuem origem
duodenal e o feedback hormonal do duodeno, associado às gorduras (lipídios) e ao hormônio
colecistocinina (CCK).
Onde ocorre a maior parte da digestão e absorção dos nutrientes. Duodeno, Jejuno e Íleo.

Os movimentos peristálticos seguem impulsionando o quimo. Movimentos que são aumentados


após as refeições devido:
• A entrada do quimo no duodeno, o que leva a distensão da parede do duodeno,
• Ao reflexo gastroentérico ocasionado pela distensão estomacal,
• Uma série de hormônios - como a gastrina (Estimula a prod. de ácido estomacal), a
colecistocinina (CCK estimula a produção do suco pancreático e estimula a vesícula biliar),
a insulina e o neurotransmissor serotonina.

Estes são capazes de intensificar a motilidade gastrointestinal e são secretados durante o


processo de passagem do alimento pelo tubo digestório.

Os hormônios secretina e glucagon são capazes de inibir a motilidade do intestino delgado.


Suas funções consistem na absorção de água e de eletrólitos do quimo, visando a formação de
fezes sólidas, além do armazenamento deste material fecal até que ele possa ser expelido.

Também ocorre à secreção de muco e bicarbonato. O objetivo desta secreção é, através de


movimentos de mistura chamados de haustrações e movimentos peristálticos, misturar o muco e
o bicarbonato aos restos de alimentos não absorvidos, tornando uma massa pastosa para,
assim, facilitar a eliminação desta pelas das fezes.

Reflexos denominados gastrocólicos e duodenocólicos, decorrentes da passagem do


alimento, estão envolvidos no surgimento dos movimentos peristálticos do intestino grosso,
também denominados movimentos de massa.
Defecação - As fezes são constituídas por estes restos alimentares, mas também por bactérias,
sais inorgânicos, células do epitélio intestinal descamadas (mortas), além de celulose, lipídios e
proteínas.

A chegada de um determinado volume de fezes ao reto produz a sua distensão, o que


provoca a necessidade de defecar.

A presença dos esfíncteres anais, interno e externo, é capaz de promover o mecanismo de


controle da defecação. O esfíncter interno é involuntário, enquanto o esfíncter externo é voluntário.
Glândulas secretoras - No trato digestório, servem basicamente, a duas funções: secretar
enzimas digestivas e secretar muco, com o objetivo de lubrificar e proteger as diferentes
porções do trato digestório.
Glândulas exócrinas - correspondem a uma célula ou grupo de células capazes de secretar
seus produtos em um ducto ou lúmen de um órgão oco.
Fase Cefálica - Pode se dar por diversos estímulos: olfatório,
cognitivos (antecipação e pensamento sobre o consumo da
comida), visuais e, até mesmo, estímulos auditivos (sons de
preparo de comida ou aviso sobre comida pronta).
Enzima salivar - denominada alfa-amilase salivar ou
ptialina (quebra amido).

Fase oral - Que possui muitas características indistinguíveis


da fase cefálica, sendo a única diferença que a comida está
em contato com o trato gastrointestinal, ou seja, se
encontra na boca, promovendo a expressão de estímulos
mecânicos e químicos (mastigação e sabor)
A secreção destas glândulas ocorre por meio do sistema nervoso autônomo (SNA), que se
encontra interligado ao nosso sistema nervoso central (SNC).
O SNA - É formado pelo sistema nervoso autônomo simpático (SNAS) e parassimpático (SNAP),
como também do SNC. Vale ressaltar que o neurotransmissor associado ao Simpático é a
noradrenalina (NA) e ao Parassimpático é a acetilcolina (Ach). Mecanismos de regulação:

Regulação Neurócrina - Essa comunicação ocorre entre células próximas. Somente liga uma célula
nervosa a outra, ou a uma célula muscular. O mecanismo básico é a sinapse (neuro-neuronal ou
neuro-muscular). (Ex.: Acetilcolina)

Regulação Parácrina - uma molécula ou hormônio produzido por um tecido para regular a
atividade nesse mesmo tecido. Ex.: Histamina

Regulação Endócrina - Realizada por meio de retroalimentação ou feedback, pelo qual o nível
de um hormônio no sangue determina a estimulação ou a inibição da atividade de
determinada glândula. Ex.: CCK, insulina, glucagon...
Nervo vago - Faz parte do SNA - que controla funções corporais involuntárias - e é um dos
muitos nervos que transmitem mensagens entre o cérebro e outras partes do corpo, como
o coração e o sistema digestório.

O soluço é um reflexo sobreposto a uma respiração normal que desencadeia um arco


reflexo que é transmitido pelo nervo vago e por fibras sensitivas do nervo frênico (fornecer
inervação motora ao diafragma). Sendo produzido pela contração involuntária do diafragma
(músculo que separa o peito do abdome).
No esôfago temos apenas a secreção de substâncias mucosas que são capazes de lubrificá-lo.
No estômago além de células secretoras de muco que revestem a superfície inteira do estômago,
possuímos mais dois tipos de glândulas: as glândulas oxínticas (gástricas ou parietais) e as
glândulas pilóricas.
Glândulas gástricas - Secretam ácido clorídrico,
pepsinogênio, fator intrínseco e muco.

Glândulas pilóricas - Secretam principalmente


muco, visando proteger a mucosa do piloro do
ácido gástrico produzido pelas células gástricas e
secretam o hormônio denominado gastrina (faz
com que o estômago produza ácido).
Para que não haja lesão da mucosa gástrica
células mucosas superficiais, secretam grandes
quantidades de muco, o que permite revestir com
esta substância, chamado de barreira gástrica.
É estimulada pela presença de diferentes fatores que se encontram demonstrados na figura:
acetilcolina (Ach), Gastrina e Histamina.
O mecanismo envolvido envolve elevado gasto energético, pois, para a concentração de H+
se elevar cerca de 3 milhões de vezes acima da concentração de H+ encontrada no sangue
arterial, faz-se necessário dispender uma grande quantidade de energia.

A principal força capaz de manter a secreção de HCl


para a luz estomacal é a bomba de hidrogênio-
potássio ATPase.

Bomba que com consumo de ATP (energia) é capaz


de promover a liberação de HCl para a luz do órgão.
Este mecanismo de produção de ácido deixa o pH
estomacal próximo de 3.
O objetivo de reduzir o pH é:
• Possibilitar a ocorrência de uma barreira química contra patógenos que podem ter sido
ingeridos com o alimento;
• Iniciar o processo de digestão de proteínas provenientes da dieta, sofrendo um processo de
desnaturação para, posteriormente, serem degradadas por enzimas (proteases).
O pepsinogênio (precursor inativo), secretado pelas glândulas parietais é convertido na
pepsina ativa por meio de uma clivagem autocatalisada pelo pH ácido e sendo sua atividade
ótima neste (1,8 – 3,5) a pepsina hidrolisa as proteínas ingeridas. Sendo pepsina e o HCl
fundamentais para a digestão de proteínas.

Em situações em que ocorre a destruição das C. Parietais, que secretam o Fator intrínseco,
ocasionadas por exemplo pelo alcoolismo, doenças autoimunes ou gastrite crônica, o indivíduo não
é capaz de produzir o FI e, consequentemente, isso faz com que a absorção de vitamina B12 seja
prejudicada, podendo levar o indivíduo a um tipo de anemia, denominada anemia perniciosa
(anemia megaloblástica) glóbulos vermelhos que se tornam grandes, imaturos e disfuncionais na
medula óssea.
Na região antro-pilórica deste órgão, estão as glândulas
pilóricas, são capazes de secretar grande quantidade de
muco e uma pequena quantidade de pepsinogênio, também
são responsáveis pela secreção do hormônio Gastrina.

Células mucosas superficiais - Lubrificam e auxiliar no


transporte do alimento através da secretação de muco, que
também impede a lesão da mucosa gástrica.
Muco é de característica alcalina.
Regula a ação das células Parietais protegendo a mucosa. -
também regulados por células enterocromafins (ECL) e
alguns hormônios neurotransmissores e mediadores
químicos, como a gastrina, acetilcolina e a histamina.
O pâncreas é uma glândula de tamanho grande, capaz de secretar enzimas pancreáticas
pelos chamados ácinos pancreáticos (células especializadas que compõem o epitélio glandular),
além de grandes quantidades de bicarbonato de sódio (HCO3-).
Este secreta a Insulina(C. Beta) e Glucagon (C. Alfa) que participam na regulação da glicemia

A associação destes produtos: bicarbonato (neutralizador de pH) e enzimas pancreáticas,


denominado suco pancreático, rico em enzimas digestivas, flui ao longo do ducto
pancreático e hepático e chega ao duodeno.
As mesmas células que secretam as
enzimas, também secretam uma
substância denominada inibidor de
tripsina, esta substância é capaz de
manter estas enzimas inativas até que
cheguem ao duodeno
É um Órgão Glândula capaz de secretar a bile que é responsável pela:
• Emulsificação de gordura: os sais biliares presentes na bile ajudam a emulsificar as
partículas de gordura (transformar as partículas de gorduras em porções menores) presentes
na alimentação.
• Excreção de produtos provenientes do sangue: tais como a bilirrubina, proveniente da
destruição de hemácias, além de eliminar o excesso de colesterol circulante.

A produção de bile é realizada pelos hepatócitos,


depois percorre os ductos hepáticos direito e
esquerdo, o ducto hepático comum e o ducto
cístico e é armazenada na vesícula biliar.
O volume máximo que a vesícula biliar pode armazenar de bile é cerca de 30 a 60ml, e o
esvaziamento da vesícula biliar ocorre, principalmente, com a chegada de alimentos gordurosos
ao duodeno, o que acontece, mais ou menos, cerca de 30 minutos após a ingestão da refeição.
Esse esvaziamento da vesícula é coordenado, principalmente, por ação hormonal.
A presença de microvilosidades é capaz de aumentar a capacidade absortiva do intestino
delgado e, é justamente, por meio desta imensa “teia” absortiva, que serão absorvidos não
somente os macronutrientes citados, como também água e íons.
• Absorção diária de cerca de 200 – 300g de carboidratos, 100g de gordura, entre 50 – 100g
de aminoácidos;
• Com relação à água, a mesma é absorvida pelo intestino delgado por osmose;
• Já os íons podem ser transportados de diferentes maneiras, tanto de forma ativa (com
gasto de energia – ATP), quanto de maneira passiva (sem gasto energético).
• Os principais íons absorvidos no intestino e suas formas de absorção estão
exemplificados no quadro a seguir:
O monossacarídeos formam ligações glicosídicas, gerando moléculas maiores e mais
complexas (dissacarídeos e polissacarídeos) que necessitam ser “quebradas” para serem
absorvidas.
Algumas enzimas que promovem esta quebra, Ex.: a alfa-amilase salivar (ptialina) e amilase
pancreática; estas enzimas são capazes de degradar o amido presente em nossa dieta em
porções menores (dissacarídeos) que sofrerão nova ação enzimática no intestino delgado a
fim de serem absorvidos em suas porções menores (monossacarídeos).
• O processo digestivo de carboidratos (polissacarídeos) inicia-se na boca pela ação da alfa-
amilase salivar (ptialina);
• Este processo continua no duodeno, por ação da amilase pancreática.
• Estas formam de dissacarídeos que sofrerão nova quebra enzimática a fim de serem
absorvidas como monossacarídeos.
• A presença das enzimas lactase, maltase e sacarase, é capaz de degradar a lactose,
maltose e sacarose (dissacarídeos) em unidades menores, como a glicose, frutose e
galactose (monossacarídeos) e permite a absorção final destes carboidratos,
principalmente na forma de glicose.
• Através da ação da pepsina no estômago, iniciando o processo de digestão, entretanto, ali
ocorrerá somente de 10 a 20% da digestão total de proteínas;

• O restante sofrerá ação de outras enzimas proteolíticas (enzimas que degradam proteínas)
liberados pelo pâncreas em nível de intestino delgado superior (duodeno e jejuno)

• Sendo então absorvidas, principalmente na forma de aminoácidos (componentes das


proteínas) pelas microvilosidades intestinais, presentes nos enterócitos (células com
borda em escova).
• Em função do processo de emulsificação, são quebradas em pequenas micelas de gordura e
podem sofrer ação da lipase pancreática secretada pelo pâncreas.

• Estas gorduras são degradas em ácidos graxos livres e podem ser absorvidas pelo
intestino delgado. Por último, os restos não absorvíveis deste grande processo de
digestão e absorção de macronutrientes, formarão as fezes.

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