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Prova I – Turma 54 Maria Fernanda Ramos – 4° Fase 1

Geralmente associada a disfagia.


Introdução a Semiologia II
Principais causas de Odinofagia:
1. Esofagites – péptica, monilíase, herpética.
Sinais e sintomas do Aparelho Digestivo Pacientes imunocomprometidos apresentam
monilíase, sendo a mesma coisa que candidíase.
Esôfago 2. Distúrbios motores-espasmódicos.
3. Úlcera esofágica

 Disfagia – dificuldade para engolir.  Pseudodisfagia – Percepção do trânsito do bolo


Ocorre de 5 a 8% na população com mais de 50 anos. alimentar no esôfago.
ATENÇÃO: pólipo esofágico não gera disfagia pois não Causa puramente emocional, pois são pessoas muito
compromete a luz. São benignos não sendo um tipo de preocupadas com doenças e atentas a si mesmas.
câncer. Não é disfagia.
Há 2 tipos de disfagia:
1. Disfagia Orofaríngea  Globus Hystericus – Sensação constante de corpo
Também conhecida como disfagia alta, é caracterizada estranho na garganta.
pela dificuldade para iniciar a deglutição. Paciente relata apresentar bola na garganta.
Pode ser causada por: Precisa ser de ordem emocional, caso encontre uma
- Incoordenação neuromuscular da boca, faringe e causa orgânica não é Globus Hystericus. Comum em casos
hipofaringe. de ansiedade.
- Miopatias: miastenias, esclerodermia, distrofia muscular
e polimiosite.
 Pirose – Queimação retroesternal.
- Infecções: faringite, amigdalite, câncer.
DRGE = Doença do refluxo gastroesofágico.
- Doença do SNC: poliomielite, AVC, esclerose múltipla,
Alguns autores consideram a azia sinônimo de pirose mas
Parkinson.
não são.
Azia é a queimação no epigástrio, portanto fica apenas no
2. Disfagia Esofagiana estômago. Porém, quando a queimação sobe para o
> Disfagia Obstrutiva: causada por lesões estruturais, esôfago, é pirose.
benignas ou malignas que reduzem o calibre do esôfago. É importante diferencia-las pois a pirose sempre é
Devido à dificuldade a alimentação começa a ser mais refluxo, mas não quer dizer que é DRGE.
fluida, ocorrendo o emagrecimento. Causas:
Pode ocorrer em casos de estenose péptica, Zenker, 1. Hérnia Hiatal por deslizamento – quando o estômago
compressão extrínseca. está acima do diafragma, deslizando para o tórax.
Comum em casos de câncer – idosos com início em Hérnia Para Hiatal – Transição esofagogástrica está
menos de 3 meses, apresentando rápida progressão. na altura, mas uma parte do estômago passa pelo
Ocorre em 4 a 15% dos casos de disfagia. Presente orifício.
também em tabagistas e alcoolistas. 2. Hipotonia do esfíncter esofágico inferior (EEI)
Divertículo de Zenker – Ocorre mais acima dos 50 anos. 3. Hipersecreção e estase gástrica (atraso do
Entre o músculo tireofaríngeo e o cricofaríngeo, forma-se esvaziamentos gástrico devido a um tumor por
um saco. Sendo assim, parte do alimento cai no saco e exemplo).
acaba apodrecendo nessa região, causando um 4. Aumento da pressão intra-abdominal (obesidade,
estreitamento do esôfago com sensação de pressão na gravidez, ascite, tumores).
garganta, halitose e salivação. 5. Bebidas e alimentos (cafeína, chocolate, gorduras,
álcool).
6. Tabagismo.
> Disfagia Motora: problema no peristaltismo. 7. Esofagite por cândida.
Acalasia – É uma doença por um problema de inervação 8. Esofagite química causando também estenose
do esôfago, na qual o esôfago perde a capacidade de (aperto).
realizar o peristaltismo. Logo, ele acaba se dilatando e Esôfago de Barret: Mucosa gástrica invade o esôfago de
transformando-se em um megaesôfago. maneira irregular. Esse caso tem risco de se tornar um
Existe também o espasmo esofágico, hipertrofia do tumor maligno.
esfíncter esofágico (crianças podem nascer com essa má
formação).  Regurgitação – Retorno de alimento ou secreção à
boca.
 Odinofagia – dor para engolir.
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Quando é frequente pergunta-se para o paciente qual o


gosto.
- Gosto putrefeito: Esôfago (divertículo de Zenker)
- Gosto ácido: Estômago
- Gosto amargo: Duodeno, pois a bile é amarga.
- Pituíta: pequena regurgitação pela manhã

 Eructação – Devolução ruidosa do conteúdo gasoso


do estômago.
Ingestão de maior quantidade de ar nas refeições.
Causas:
1. Ansiedade – suspira enquanto come.
2. Aerofagia – comer ar.
3. Megaesôfago
 Náuseas e Vômitos – Atividade motora desordenada
do trato digestivo superior e antiperistalse duodenal
 Soluço – São contrações espasmódicas do diafragma.
(duodeno faz o movimento para cima).
Não é sintoma próprio do Trato Gastrointestinal.
Diferenciar de regurgitação (apenas o líquido em
É utilizado o antipsicótico que age no SNC para parar os pequena quantidade) e eructação (gases).
soluços, pois o diafragma é inervado pelo frênico.
Associa-se salivação, palidez, sudorese, hipotensão,
Tumores de mediastino que entrem em contato com o N. taquicardia.
frênico podem provocar soluço.
Tipos:
Contrações crônicas do diafragma gerando inspiração
1. Em jato sem náuseas: Quando o paciente não sente
que é interrompida pelo fechamento da glote
que vai vomitar e repentinamente vem em jato, pode
Causas: ser hipertensão intracraniana devido a meningite,
1. Estimulação reflexa – risadas, fumo, álcool, tumor.
aerofagia. 2. Matinal: gestação, álcool, uremia (acúmulo de ureia,
2. SNC – meningite, encefalite, insuficiência renal,
creatinina – insuficiência renal).
uremia, AVC.
3. Irritação do frênico/diafragma 3. Alimentos antigos e pouco digeridos: Obstrução
4. Doenças mediastinais e pleurais pilórica pois não chegou até o duodeno para realizar
5. Doenças abdominais altas – Hérnia hiatal, o processo digestivo. Portanto, não recebe suco
doenças hepáticas, pancreatite. pancreático e a bile para ajudar na digestão.
4. Alimento não digerido, ruídos esofágicos e halitose:
 Sialorréia – Salivação excessiva Divertículo de Zenker.
5. Fecalóide: Obstrução ou fístula gastro-cólica. Comum
Ocorre devido à alta produção ou por não estar
engolindo muito. em paciente crônico abdominal, câncer de colo.
Nesse caso, volta conteúdo do intestino grosso até o
Causa:
estômago e o indivíduo vomita.
1. Esofagopatias obstrutivas – não está engolindo
6. Com vertigem: Labirintopatias.
2. Megaesôfago chagásico
7. Com febre: Abdome agudo (apendicite), hepatite,
3. Hipersecretores – pode ser causado por corpo
estranho no esôfago. sepse.
8. Com dor: Nefrolitíase, enxaqueca.
Estômago 9. Pós – Medicação: Efeito Colateral.
10. Hematêmese: Sangramento digestivo alto por conta
 Epigastralgia – dor no epigástrio, e não dor no de varizes digestiva, úlcera (hemorragia digestiva).
estômago.
Causas não gástricas: vesícula e via biliar, pâncreas e
Complicações:
duodeno.
1. Desidratação e alcalose metabólica e hipopotassemia
Causas gástricas: gastrite, úlcera, neoplasias e dispepsia.
(líquido gástrico é rico em potássio).
Ulcera gástrica é bem regular diferente do câncer.
2. Síndrome de Boerhaave: Ruptura, rompe a transição
esôfago – gástrico por vomitar muitas vezes.
3. Síndrome de Mallory–Weiss: Não há ruptura mas com
a força realizada pelo diafragma irrita a transição
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esôfago – gástrica gerando erosões nessa região  Dispepsia – Síndrome que apresenta os seguintes
devido à alta frequência de vômitos, sendo assim há sintomas do aparelho digestivo alto:
o vômito alimentar e em seguida com sangue. 1. Desconforto epigástrico
Comum em gestantes que vomitam demais. 2. Distensão abdominal.
3. Empachamento
4. Saciedade precoce
 Peso pós-prandial – Empachamento ou plenitude 5. Náuseas
gástrica. 6. Intolerância alimentar
7. Eructação
Considerado peso pós-prandial após toda a refeição
sentir peso no estomago. As causas podem ser diabético que perdeu a ação
adequada do sistema imune, dismotilidade gástrica,
Dispepsia (sensação de desconforto abdominal) por
insuficiência cardíaca, incompetência da árvore biliar,
dismotilidade.
gastrite, intolerância alimentar.
Causas:
ATENÇÃO: Não é nome de sintoma e sim de síndrome e
1. Insuficiência cardíaca pois o organismo fica inchado não precisa ter todos os sintomas.
resultando em estomago inchado (parede do
estômago apresenta retenção de líquido).
2. Diabetes mau compensada resulta em neuropatia do  Gastrite – Inflamação da mucosa gástrica (gastrite
sistema nervoso autônomo responsável pelo enantematosa – vermelhidão).
esvaziamento do estomago. ATENÇÃO: Gastrite é nome de doença e não de sintoma.
3. Gestante devido ao aumento de pressão abdominal.
Em alguns casos ela pode ser assintomática percebendo
4. Câncer gástrico, ascite, hipotireoidismos,
apenas por endoscopia.
visceromegalias, sub-oclusão (úlcera péptica
cicatrizada). Principais sintomas da gastrite:
1. Anorexia (Ausência de fome)
2. Epigastralgia (dor)
 Saciedade precoce – Paciente que come pouco e se 3. Saciedade precoce
sente saciado. 4. Eructação
Comum ter empachamento junto à saciedade precoce. 5. Náuseas e vômitos
É diferente de anorexia. Quando torna-se erosiva apresenta hematêmese ou
Resultado da dismotilidade gástrica igual a causa de melena discreta.
empachamento. Aguda> até 6 meses de sintomas - Crônica> mais de 6
ATENÇÃO: Pólipo gástrico não pode ser culpado por não meses de sintomas.
conseguir esvaziar o estômago.
 Úlcera – É mais profunda que a gastrite.
 Hemorragia Digestiva Alta – Ocorre sangramento Há 2 tipos de úlcera:
acima do ângulo de Treitz. 1. Gástrica: epigastralgia agravada logo após alimentar-
se (minutos).
Ângulo de Treitz (Duodenojejunal) – formado pela união 2. Duodenal: epigastralgia atenuada ao alimentar-se (2
do duodeno ao jejuno. É o que divide de aparelho horas depois de ter se alimentado). Acorda na
digestivo alto e baixo. Sendo assim, qualquer órgão que madrugada com dor.
sangue dele para cima é hemorragia digestiva alta. Mesmo assim é necessário fazer endoscopia.
Portanto, o que caracteriza se a hemorragia é alta ou
baixa é o local onde foi originado.
 Varizes esofágicas – As veias esofágicas descem para
HDA costuma se manifestar com melena (fezes escuras),
passar pelo sistema porta e assim chegar na v. cava.
hematêmese (borra de café), sangue oculto nas fezes.
Portanto, quando há um obstrução no fígado o
HDA é mais comum que a baixa sendo o local mais retorno venoso fica prejudicado. Ex: cirrose com
comum, o duodeno. Porém, quando a hemorragia é no náusea pela manhã (alta mortalidade), hepatite C.
estômago o sangramento é maior pois os vasos do dele
são mais calibrosos.
Investigação do caso começa por cima por ser mais Intestino Delgado
comum.
 Diarreia – Aumento do ritmo das evacuações com
Causa:
fezes mais líquidas.
1. Varizes esofagianas.
Distúrbio do mecanismo regulador da secreção e
2. Câncer
absorção de líquidos.
3. Úlceras esôfago/gástricas
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Tipos: Tipos de dor:


1. Disenteria não é sinônimo de diarreia É quando 1. Cólica: distensão ou contratura da parede. Chega em
apresenta muco, pus e/ou sangue relacionado a seu pico de dor rapidamente e demora para passar.
processo inflamatório. 2. Queimação – pontada: processo inflamatório como
2. Esteatorréia quando apresenta alto teor de gordura, peritonite visceral.
sendo amareladas, espumosas, flutuantes e fétidas. 3. Peso: isquemia, congestão. Dor visceral é mal
Essa está relacionada a problemas na vesícula biliar definida.
ou no pâncreas.

Local da dor:
Quanto a duração pode ser: 1. Jejuno – íleo: imprecisa e central (periumbilical)
- Aguda: até 14 dias, sendo causada por vírus, bactéria ou 2. Íleo distal: transição hipogástrio e mesogástrio.
parasitas. Tratamento de virose. 3. Íleo terminal: Fossa ilíaca direita.
- Prolongada: 14 a 30 dias
- Crônica: mais de 30 dias. Paciente com intolerância a Postura:
lactose. 1. Intestinal: inquietude (cólica renal).
2. Peritônio: quietude (casos de apendicite).
Fisiopatologia pode ser:
- Osmótica: Há algo na luz intestinal que atrai água. Pode  Distensão Abdominal (flatulência) – Aumento do
ser causada por alimentos, intoxicação alimentar. volume abdominal.
- Secretora: Geralmente por cólera (despolarização da Geralmente relacionados a má absorção com acúmulo de
parede intestinal), intoxicação alimentar. Caracterizada gases com borborigmos.
por diarreia intensa, aguda e muitas vezes fatal. Apresenta dor abdominal discreta e contínua com cólicas
- Exsudativa: Disenteria. Exemplo em pacientes com intermitentes.
doença de chron, retrocolite e contaminação Entamoeba Está associado a sintomas dispépticos
histolytica (lise no tecido com processo inflamatório).
Comum em intolerância a lactose, intolerância a glúten.
- Motora: Aumento do peristaltismo, sendo assim passa
rapidamente pelo colo ascendente (local de maior
absorção de água). Exemplos de paciente com  Sangramento – Quando é de origem do intestino
hipertireoidismo. Além disso, redução de peristaltismo delgado causa melena (fezes escuras).
pois evacua na base de laxantes alterando a flora. É fétido, semelhante a putrefação. Porém, quando é
- Lientéricas (com resto de alimento), volumosas e escuro e sem cheiro está relacionado a reposição de
fétidas: Problema no intestino delgado, sendo assim o ferro.
paciente fica desnutrido pois ele é quem mais absorve Ocorre enterorragia (sangue vivo s/ estancar) nos
nutrientes. Evacua bastante, mas não apresenta urgência seguintes casos:
evacuatória.
1. Origem próxima a válvula íleo – cecal
2. Sangramento volumoso
 Esteatorréia – aumento de gordura nas fezes. 3. Peristaltismo aumentado
Ocorre devido à má absorção de gorduras.
 Enterorragia e Hematoquizia – Não são sinônimos.
Características das Fezes: volumosas, brilhantes, claras,
flutuantes, espumosas, pútridas. Hematoquizia: Menor quantidade de sangue que
enterorragia. Ex: O paciente defecou e quando limpou-se
Causas: Insuficiência Pancreática, problema na produção
apresentou sangue vivo no papel. Parou de sangrar
de bile, cirrose, doença celíaca, linfangiectasia, drogas,
parasitoses, diabetes. Enterorragia: Grande quantidade de sangue. Ex: O
paciente defecou e havia sangue na privada, limpou-se
mas o sangue vivo não estancou. Não para de sangrar.
 Dor – Dor intestinal varia muito. ATENÇÃO: Nos dois casos é no aparelho intestinal baixo
Indolor: queimadura, esmagamento e a corte. pois o sangue ainda está vivo e não coagulado. Quando é
Dói nos seguintes casos: do aparelho intestinal alto, o sangue é mais escuro
(coagulado), porém, se apresentar alguma úlcera
1. Distensão das paredes: secreção, má-absorção, eliminando muito sangue a presentar rápido peristaltismo
obstrução, esvaziamento gástrico rápido. o sangue pode chegar vivo no ânus.
2. Tensão das paredes: contrações e espasmos.
3. Inflamações: mediadores químicos
4. Isquemia; arritmia cardíaca, distúrbio de coagulação, Intestino Grosso
diabetes, mediadores químicos e anaerobiose.
 Enterorragia – sangue vivo pelo ânus.
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Principais causas: Hemorróidas, pólipos, doença  Reto: Evacuações incompletas. Principais causas são
diverticular (desenvolvem pequenos sacos na parede do câncer, estenose actínica ou inflamatória,
cólon – alguns contêm pus), angiodisplasia (mal formação compressões extrínsecas.
dos vasos sanguíneos do tubo digest. – causa de anemia  Ânus: Dificuldade a evacuação com dor anal. Há
crônica), tumores, processos inflamatórios. fissuras e estenose inflamatória.
 Diarreia do intestino grosso – Líquidas, pouco
volumosas, com urgência de evacuação.  Obstipação – Constipação ocasional alternando com
hábito normal ou diarreia.
 Disquezia – Dificuldade de evacuar, acompanhada de
aumento de esforço. Ânus

Sintomas Locais
Alteração do Hábito Intestinal
 Puxo – Contração da musculatura estriada anal
 Constipação – Oposto da diarreia. durante evacuação difícil e dolorosa, de natureza
É mais comum em idosos, mulheres, condição social cerebroespinhal reflexa. Ex: a evacuação dói e o ânus
desfavorável. Ocorre em 2 a 27% da população norte- não abri para a passagem das fezes. Durante
americana. É mais comum que hipertensão, diabetes, evacuação.
obesidade e cefaleia.
Definem constipação conforme os critérios de Roma:  Tenesmo – Contração autônoma (vago) da
Presença dos sintomas por pelo menos 3 meses nos 6 musculatura lisa anal dolorosa com contração do
meses prévios em no mínimo 25% das evacuações, sendo sigmoide e dilatação anal causada por disenterias. Ex:
eles: esforço, fezes endurecidas (escala de Bristol 1-2), após evacuar sente como se tivesse câimbra no reto.
sensação de eliminação incompleta, sensação de
obstrução anorretal, manobras digitais para facilitar a  Sensação de evacuação incompleta – massas
saída do conteúdo fecal, menos que 3 evacuações intraretais (pólipos, tu), fecaloma, tumores pélvicos e
espontâneas por semana e necessidade de laxativo. útero retroverso.
Caso a criança tenha fezes de adulto (ressecadas e
 Sensação de direcionamento errado das fezes –
calibrosas), não tem problema se não houver
descenso perineal (idosas), retocele (multíparas),
complicações (constipação, dores).
constipados, útero retoverso, tumores pélvicos.
Causas: Retocele: devido ao reto frouxo as fezes acumulam e
1. Dieta pobre em resíduos acabam indo em direção ao canal vaginal (virtual) que
2. Auto-inibição do reflexo evacuatório: indivíduos que se dilata e empurra a vagina.
devido a rotina não podem ir ao banheiro quando o
organismo pode, se acostumando a prender as fezes. Doenças ano-retais: Fissura, plicoma anal, fístula anal,
3. Psiconeurogênica hemorróidas internas, pólipo de sigmoide, hemorróidas
4. Sedentarismo externas, prolapso retal.
5. Senilidade
6. Constituição: quando toda a família apresenta o
mesmo problema. Exame Físico do Abdome
7. Neuropatias
8. Patologias colônicas, retais e anais
9. Doenças Metabólicas
Bases Anatômicas
10. Doenças Endócrinas
11. Medicamentos: antipertensivos, antidepressivos.
Tipos de Fezes: Limites do Abdome
C
1. Fezes ressecadas em Cíbalos – fezes em bolinhas. Superior: Diafragma
2. Fezes ressecadas em Fecalítos – Parece que as fezes Inferior: Assoalho pélvico
já vieram cortadas e não foi você quem cortou. Não Anterior: Retos abdominais
são bolinhas.
3. Fezes em fita – característico de espasmo muscular Posterior: Psoas e quadrado lombar
anal ou estreitamento. Lateral: Oblíquo e transverso.
Tem no origem no:
 Sigmoide: apresentando cólicas em hemi-abdome
esquerdo melhorando após a evacuação. Pode estar Divisão em Áreas
C
relacionado a câncer, retrocolite grave, diverticulite, Para dividir as áreas é traçado uma linha vertical na região
compressões extrínsecas, espasmo muscular por hemiclavicular, uma horizontal abaixo de rebordo costal e
doença diverticular. outra um pouco abaixo da crista ilíaca formando as 9
áreas.
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Há também a divisão em quadrantes, tendo como


referência o umbigo. Dessa forma, é dividido em 4
quadrantes.
Dor abdominal difusa – quando dói todo o abdome.
Inervação

 Parede anterior e Peritônio parietal – Inervado pelos


intercostais T6 a T12. Sendo assim, quando há um
problema afetando o peritônio parietal, a dor é
A colecistite aguda pode doer no ombro pois a inervação
localizada e a musculatura contrai podendo gerar
da árvore biliar vem do nervo frênico que sai de C3, C4 e
uma contratura. A dor do peritônio visceral é mal
C5. Além do ombro também pode doer na região
definida pois seus nervos não são mielinizados, dessa
escapular.
forma o paciente não localiza com precisão.
Contratura difusa gera abdome em tábua (na Apendicite inicialmente dói na região periumbilical.
palpação a mão não desce), presente em casos
evoluídos em que o peritônio parietal está afetado.
Princípios do Exame
 Parede Lateral – Inervado pelos intercostais T5 a L1.
Nesses casos, o problema pode ser em na posterior 1. Quanto mais distante dos orifício externos, menor a
de T5 e a dor ser abdominal pois a inervação corre da dor.
posterior de T5 até a parede lateral. Sendo assim, o 2. Vísceras são insensíveis ao corte, esmagamento e
problema pode ser torácico mas o sinal estar no queimadura.
abdome. 3. Vísceras são sensíveis a estiramentos, contrações,
inflamações e isquemias.
 Períneo – Inervado pelo S3 e S4. 4. Expor o abdome desde o apêndice xifoide até o
púbis.
5. Colocar-se a direita do paciente
Alteração do Hábito Intestinal 6. Observar a posição e atitude do paciente.
 Somática: Músculos da parede e peritônio parietal. É 7. Em casos de irritação peritoneal, imobilizar o
uma dor bem definida por apresentar fibras paciente.
mielinizadas.

 Visceral: Visceral. É uma dor mal definida pois a fibras Inspeção


não são mielinizadas.
Posicionar-se a direita do paciente e junto aos seus pés
Tipos de dor visceral
para analisar a simetria e o tipo de abdome do paciente.
1. Epigástrica ou no quadrante superior: Vesícula biliar
e do fígado.  Plano: Superfície alinhada com o tórax e a pelve.
2. Epigástrica: Estômago, duodeno ou pâncreas.  Globoso: Aumento do diâmetro anteroposterior,
3. Periumbilical: intestino delgado, apêndice ou colo convexidade simétrica verticalmente e
proximal. horizontalmente. Ex: casos de obesidade, mas nem
4. Suprapúbica ou sacral: Reto. todos são globosos.
5. Hipogástrica: colo, bexiga ou útero.  Batráquio: Aumento do diâmetro lateral maior que o
anteroposterior, com abaulamento dos flancos e
 Referida: Áreas distantes porém com inervação por superfície quase alinhada com o tórax.
um mesmo segmento neural.  Escavado: Superfície abaixo do nível do tórax. Ex:
Pontos dolorosos: casos de Caquexia.
 Avental: com panículo adiposo projeta sobre as
regiões inguinais.
Além disso, podem ser notadas outras características
como:
 Abaulamento
 Cicatriz e retrações
 Centralidade do umbigo – alguns tumores podem
Dor referida: puxar o umbigo para a lateral. Quando o umbigo não
está afundado pode haver um aumento de pressão
intra-abdominal.
 Circulação Colateral – varizes visíveis no abdome
devido a hipertensão no sistema porta.
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 Movimentos Respiratórios – infecção no peritônio o interior da luz intestinal aumenta o peristaltismo


indivíduo não quer mexer a barriga, mexendo apenas enquanto sangue fora da luz (peritônio) reduz o
o tórax. (Pista) peristaltismo.
 Movimentos Peristálticos – não é para ser visível. Tipos de ruídos hidroaéreos:
Peristaltismo de luta contra um ponto obstruído.
Obstrução gera movimentos peristálticos, mas se há  Patinhação – acúmulo de água dentro de uma bolsa,
piora os movimentos param. sendo essas bolsas o estômago e o ceco.
São semelhantes a palmadas sobre uma superfície
 Hérnias – Abaulamento do abdome.
líquida.
 Equimose periumbilical: Sinal de Cullen.
Comprimir rápida e suavemente a topografia do
 Equimose em Flanco Esquerdo: Sinal de Grey-Turner.
órgão com o 2°, 3° e 4° quirodáctilos sem descolar da
 Equimose em região inguinal e base do pênis: Sinal parede.
de Fox Demostra estase (estagnação) e acúmulo de líquidos.
 Nódulo Irmã Maria José – linfonodo saliente no Ex: paciente com tumor de estomago na qual tudo o
umbigo devido ao câncer de estômago ou outra que come vomita. Sendo assim, esse tumor pode
neoplasia intra-abdominal. estar impedindo que o estomago esvazie.
Essas equimoses foram descritas em casos de pancreatite
hemorrágica.
 Gargarejo – Som de bolhas grossas durante a
palpação deslizante.
Cicatrizes  Borborigmo – Som audível a distância, quando há
Nome das cirurgias: muitos gases.
 Vascolejo – Som produzido por movimentar
1. Colecistectomia: retirada da vesícula biliar.
bruscamente o abdome a partir dos flancos. Quando
2. Laparotomia/Xifopubiana/Xifoumbilical:
a água livre ou devido a diarreia
Sangramento interno, perfuração do intestino,
câncer difuso do abdome. Apresenta maior nível Técnica do vascolejo e da patinhação é apenas quando há
de gravidade. suspeita, não sendo realizado em todo o paciente.
3. Herniorrafia Pacientes com diarreia, sonda nasogástrica, vômitos
4. Apendicectomia frequentes.
5. Ressecção do Colo Ausculta de abdome é muito pobre em comparação a
6. Válvula mitral torácica. Ela serve para ouvir os RHA e os vasos
7. Adrenalectomia abdominais.
8. Nefrectomia
Não tem problema se não for audível nenhum vãos, o que
9. Laminectomia: cirurgia de hérnia de disco
preocupa é a presença de sopros.
10. Histerectomia: remoção de útero.
Sopros
Nome das Cicatrizes: C
Ocorrem em 20% das pessoas saudáveis.
1. Cicatriz de Kocher: Geralmente de
Colecistectomia. Quando presente pode ser devido a uma lesão vascular
2. Cicatriz de McBurney: Apendicectomia. ou oclusão de algum vaso. Ex: Hipertensão pode ser
3. Cicatriz de Pfannenstiel: Cesariana devido a oclusão de artéria renal.
4. Cicatriz epigástrica mediana: Laparotomia. Locais e causas:
5. Cicatriz de flanco esquerdo: Nefrectomia
 Epigástrio: Isquemia mesentérica.
6. Cicatriz Paramediana esquerda
 Lateralmente a linha mediana: Artéria Renal.
7. Cicatriz hipogástrica mediana: Histerectomia
8. Cicatriz Inguinal esquerda: Hérnia.  A esquerda da linha mediana: Aneurisma de aorta
abdominal.
 Umbilical: recanalização da veia umbilical na
Ausculta hipertensão porta – Sinal de Cruveillier-Baumgarten.
Ruídos Hidro-Aéreos (RHA) são resultantes da interação  Espaço de Traube: malária, leucemia, tumor
entre líquidos e gases, em que ocorrem a cada 5 a 10 Esplênico.
segundos.  Área Hepática: Aneurisma de Artéria hepática,
cirrose, carcinoma hepatocelular e metástases.
A ausculta deve demorar no mínimo 2 minutos, caso não
houver ruídos é um sinal de gravidade. Em casos de
evolução de um quadro obstrutivo, há ausência de ruídos
pois a atividade intestinal para completamente. Porém,
em casos de obstrução inicial há o peristaltismo de luta,
aumentando o ruído pois aumenta o peristaltismo.
As reduções são mais importantes que as exacerbações.
Há aumento dos ruídos em casos de diarreias e
hemorragias intraluminais. Sendo assim, sangue no
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Em caso de sopro, obrigatória ausculta de ilíacas e Nessa palpação utiliza-se a Técnica deslizante de
femorais. Hausmann – fazer um 8.
O peritonismo é quando há a contratura da perde +
Percussão
Blumberg (afunda e tira rapidamente a mão para analisar
se há dor).
Diferencia a consistência do conteúdo palpável (ar,
líquido, sólido).
Inicia-se longe do sítio doloroso para ver até onde está se Órgãos palpáveis somente em condições patológicas
alastrando. Bexiga vazia (tumor), Apêndice Cecal, Vesícula Biliar,
Som é predominantemente timpânico, mas variável ao Flexuras do cólon, Delgado e Baço (aumentado).
longo de todo abdome. Quando há um padrão, é
preocupante.
Macicez na área hepática e sobre massas - Hepatimetria. Órgãos normalmente palpáveis
Timpanismo aumentado se distendido por gases ou Grande curvatura gástrica, Ceco, Sigmóide, Cólons
obstrução intestinal. (especialmente o transverso).
Quando o indivíduo apresenta ascite, no centro há
Timpanismo e nas laterais macicez.
Órgãos naturalmente hipersensíveis
Aorta, Ceco e Sigmóide.
Palpação
Exame Físico de alguns tipos de Abdome
Também inicia-se pela região mais distante da dor.

Palpação Superficial Abdome Protuberante


Realizada apenas com 1 mão e acessa aproximadamente 2
cm de profundidade. Obesidade C
Nessa palpação analisa apenas a parede, não analisa É a principal causa de abdome protuberante.
víscera.
Apresenta parede espessa e pesada com umbigo normal
Avalia a parede quanto a: (central e sem abaulamento).
 Integralidade: Presença de hérnias ou lipomas. Ocorre distribuição normal de Timpanismo.
Para realizar a palpação é necessário levantar a dobra
 Tensão: Analisar se é interna (intra-abdominal)
parietal nas regiões inguinais.
devido a distensão, ascite, gestação ou externa
(parietal) devido a contração voluntária ou Gás
C
involuntária da parede. Nesses casos a distensão pode ser localizada ou
Abdome em tábua: Contração parietal involuntária generalizada.
pode ser por peritonite.
Ocorre Timpanismo a percussão.
 Sensibilidade: Analisar pelas manobras se a dor é Sua causa pode ser devido a obstruções e íleos
interna ou apenas da parede. adinâmicos.
Manobra de Carnett – Colocar a mão na testa do Ascite
paciente e pedir para ele empurrar com a cabeça C
Deposição de líquido nas bordas e porções mais
enquanto a outra mão faz força contra a parede. Se a
profundas do abdome gerando macicez.
dor parar, é uma dor visceral pois enrijeceu a parede.
Manobra de Smith – Bates – É com o mesmo intuito, Com isso, gera acúmulo de ar na parte mais central e
mas pede para levantar as pernas. superficial do abdome gerando Timpanismo.
Ocorre abaulamento do umbigo.
Palpação Profunda Tumor
C
Realizada com as 2 mão, uma em cima da outra, Gera macicez localizada deslocando as alças e seus
acessando aproximadamente 10cm de profundidade. timpanismos.
É limitada diante de contratura, dor, ascite e obesidade. Pode ser tumor intestinal, uterino e ovariano
Avalia massas intra-abdominais quanto ao local, volume, Diferenciar de bexigoma (retenção urinária –
formato, consistência, mobilidade, superfície, limites, incapacidade de urinar) e gestação.
sensibilidade e pulsatilidade.
Avalia as vísceras.
Prova I – Turma 54 Maria Fernanda Ramos – 4° Fase 9

Técnica de Arranhadura: Técnica para delimitar os limites


Exame Físico das Vísceras
do fígado. Coloca-se o esteto sobre o fígado e arranha a
parede do abdome até o esteto, quando esse chegar no
limite muda o som.
Fígado

Ausculta
Palpação
Apresentará atrito na superfície quando o paciente C
Avaliar:
respira, se houver Tumoração.
 Consistência: elástica (normal), amolecida (processo
inflamatório – hepatite), pétrea (neoplasia, Em caso de hepatite agudo alcoólica, carcinoma
metástase ou cirrose). hepatocelular pode haver sopro.
 Sensibilidade: Indolor, quando o fígado cresce a
cápsula de Glisson dói por ser inervada e estar Fígado e suas doenças
distendia. C
 Distância em relação ao rebordo costal: papável 3cm  Hepatite Aguda: Aumentado, superfície lisa, borda
abaixo do RCD (exemplo). fina, consistência normal a macio e doloroso.
 Tamanho: 6 a 12cm na linha hemiclavicular.  Hepatite Crônica: Aumentado, consistência firme e
 Superfície: lisa ou nodular. indolor.
 Borda: fina, romba, nodular.  Cirrose: Aumentado no início e reduzido em estágio
terminal, superfície nodular, borda romba,
- A palpação deve ser feita durante a inspiração. consistência rígida e indolor.
- Caso o fígado esteja rebaixado pode ser caso de DPOC.  Câncer: Aumentado, superfície nodular, borda
- Ser palpável não significa estar doente. romba, consistência pétrea e indolor.
- Cirrose em estágio avançado o fígado fica pequeno.  DPOC: Rebaixado, superfície lisa, borda lisa,
consistência normal e indolor.
Técnicas  ICC: Aumentado, superfície lisa, borda romba e
 Polegar de Glenard: 4 dedos da mão esquerda na doloroso.
lateral do abdome e o polegar sentindo o fígado no Vesícula Biliar
rebordo costal.
 Lemos Torres: posicionar a mão esquerda debaixo da Normalmente é impalpável.
11 e 12 costela. A mão direita com as pontas dos
dedos bem abaixo da borda inferior hepática. Para a palpação realizam as seguintes técnicas
 Mathieu: Mão em garra. O médico fica junto a cabeça  Mathieu
do paciente e coloca as duas mãos em garra no  Processo de Chiray e Pavel: Como Mathieu com o
rebordo costal. paciente em decúbito lateral esquerdo com as coxas
 Jobert: Timpanismo na área hepática fletidas.
 Manobra de Pron: Com os dois polegares estando a
Percussão esquerda do paciente.
 Sinal de Murphy – não é específico de colecistite.
A partir do 4° espaço intercostal na linha hemiclavicular.
A vesícula é sentida como uma saliência na borda
Há submacicez nas bordas e macicez central.
hepática, piriforme, móvel com a inspiração, macio e
A hepatimetria é indicada pela associação da palpação e indolor.
percussão (limite de cima nunca é encontrado pela
Cuidar pois é confundível com nódulo hepático.
palpação, apenas pela percussão). Geralmente o tamanho
do exame físico é menor que o tamanho real, Caso a vesícula doa é necessário pensar em inflamação ou
encontrando o limite superior de 2-5cm abaixo e a inferior colecistite.
é mais de 2cm acima.
Baço

Possui 13cm mas localiza-se 5cm acima do rebordo costal,


por isso, normalmente é impalpável.
Caso o baço seja palpável, ele já está aumentado.
Palpável quando 1,5x a 2x maior.
Naturalmente indolor.
Sinal de Torres-Homem: Percussão dígito-digital Palpação
intensamente dolorosa, localizada e circunscrita, C
Avaliar:
característica de abcesso hepático. Geralmente
apendicite, colecistite com pus perto do fígado.  Tamanho: Distância em relação ao rebordo costal
esquerdo.
Prova I – Turma 54 Maria Fernanda Ramos – 4° Fase 10

 Consistência: firme e amolecida  Infecções agudas: endocardite, malária,


 Superfície: lisa e irregular. mononucleose. Com isso o baço pode estar
aumentado, amolecido, doloroso e liso.
Técnicas:  Hipertensão portal: Aumentado, rígido, pouco
doloroso e liso.
 Lemos Torres: em decúbito dorsal.
 Mathieu: em posição de Schuster (paciente em
 Leucemias, linfomas e leishmaniose: muito
decúbito lateral direito não total, coxa esquerda aumentado, rígido, indolor e irregular.
fletida e mão esquerda na nuca)  Destruição de eritrócitos: esferocitose,
talassemia. O baço está aumentado e
Percussão
discretamente rígido C
Limites do Espaço de Traube:
 Infarto esplênico: Dor a palpação.
 Superior: 6 espaço intercostal esquerdo.  Esplenomegalia e hiperesplenismo:
 Inferior: Rebordo costal esquerdo Esplenomegalia associada a anemia, leucopenia,
 Medial: borda esternal esquerda trombocitopenia e hiperplasia de medula óssea.
 Lateral: Linha axilar anterior.

Esplenomegalia ou Tumor Renal?


Técnica de Castell: Percussão ao longo da linha axilar Na esplenomegalia há presença de chanfraduras,
durante a inspiração com o paciente em decúbito dorsal. aumento em aspecto de vírgula e o cólon permanece
mais profundo que o baço.
O tamanho é indicado pela associação da palpação e Sequência: Baço, cólon e rim.
percussão.
Rins
Em casos de macicez no espaço de Traube e
A palpação é Bimanual (Lemos Torres), porém para saber
esplenomegalia
se o paciente está com dor nos rins é feita a manobra de
- Sensibilidade: 62% Giordano.
-Especificidade: 72% Palpação Bimanual é parecida com Lemos Torres mas não
- Magros a sensibilidade é 78% e a especificidade é 82%. é igual pois, nesse é realizada uma força para baixo
enquanto no Lemos ele para a mão sem fazer força.

Em casos de esplenomegalia Manobra de Giordano ou PPL - pega a última costela e


G I: aparece no rebordo costal esquerdo com o dobro do
segue até a sua inserção na coluna, dá um soquinho
tamanho normal. com a lateral da mão. Sugere pielonefrite ou
inflamação renal. Realizada ao lado do músculo eretor
G II: entre o rebordo e o umbigo
da coluna e abaixo da 12 costela.
G III: abaixo do umbigo Comum fazer o exame em pacientes com pielonefrite,
abcesso subfrênico, hepático (direita).
Sinais de hepatopatia crônica associadas a
esplenomegalia ao exame físico tem sensibilidade de 34% Quando o aumento é unilateral pode ser um tumor renal,
e especificidade de 90% para detecção de cirrose mas se for bilateral pode ser por rins policísticos.
hepática. Na palpação o polo inferior é sentido mas geralmente o
rim não é palpável.

Ausculta Pâncreas
Há atrito em casos de periesplenite, porém a ausculta só
é realizada nessa região quando o paciente relatar dor. Normalmente impalpável.
Apresenta dor irradiada da linha mediana para a esquerda
até o dorso como uma faixa, isso ocorre pois é
Diagnóstico Diferencial retroperitonial.
1. Tumor Renal É uma massa fixa no epigástrio, chegando no hipocôndrio
2. Rins policísticos esquerdo.
3. Câncer de ângulo esplênico do cólon.
4. Dilatação colônica por fezes Por ser fixo, não se movimenta com a respiração.
5. Tumores gástricos
6. Massas retroperitoneais
7. Última costela flutuante Ceco

Baço e suas doenças


Prova I – Turma 54 Maria Fernanda Ramos – 4° Fase 11

Vísceras ocas faz-se a palpação deslizante como no ceco, Anamnese


curvatura gástrica, cólons e o sigmóide. O caso inicia com flatulência, constipação ou diarreia. Em
As fezes provocam macicez. sequência, há dor leve no abdome central geralmente na
Manobras: região mesogástrio ou epigástrio e anorexia. Desenvolve
irradiação para fossa ilíaca direita e febre. E por fim, dor
 Obrastzow: Mão direita estendida na fossa ilíaca contínua e mais intensa na fossa ilíaca direita quando
esquerda com movimentos de compressão ocorre íleo adinâmico, náuseas e/ou vômitos.
intermitentes, enquanto a mão esquerda palpa o
ceco.
 Sigaut: Polegar esquerdo comprimindo o cólon
ascendente, enquanto a mão direita está em garra no
ceco. Exame Físico
 Martelo: 4 últimos dedos da mão esquerda
comprimem o cólon ascendente enquanto a mão  Inspeção: Abdome normal no início ou com
direita está em garra no ceco. abaulamento quando há plastrão (Massa resistente
palpável na fossa ilíaca direita e que é resultante
Dores em ceco podem ser resultante de válvula ileocecal
incompetente chegando muito conteúdo rapidamente no de uma reação peritoneal à volta do apêndice).
ceco e assim ele distende.  Ausculta: Normal no início ou com ruídos ausentes se
perfuração ou peritonite.
Normalmente palpável e doloroso.
 Percussão: Dor no ponto de McBurney.

Massas e Abaulamentos Ponto de McBurney –

Avaliar o local, tamanho, forma, bordas, superfície,


consistência, mobilidade, motilidade espontânea,
sensibilidade, pulsátil, redutibilidade.

Aorta Abdominal

Está localizada entre o hiato diafragmático (T12) e sua Sinal de Lenander - é realizado a mensuração da
bifurcação (L4) tem 13cm, a esquerda da linha mediana. temperatura retal. Essa deve estar 1 grau abaixo da axilar
em caso de apendicite.
 Inspeção: durante apneia respiratória (após retirar
todo o ar do pulmão).
 Palpação: discretamente dolorosa, a esquerda do Palpação
umbigo sente-se a pulsatilidade. Há uma defesa voluntária do corpo que evolui para
 Ausculta: pesquisa de sopro. contratura, sendo possível a palpação.
Sinal de Blumberg: + em 75%dos casos.
Síndromes Abdominais Agudas Sinal de Rovsing
Sinal do Psoas
É considerada toda condição dolorosa no abdome, em
gera de início súbito, que requeira uma decisão rápida Sinal do Obturador
seja ela clínica ou cirúrgica. Toque retal ou vaginal
Em casos de perfuração, quanto mais ácido o líquido
extravasado, maior a irritação peritoneal. Além disso, há Febre: É moderada ou alta se ocorrer perfuração.
como consequência contratura muscular e dor.
Complicação: O caso pode desenvolver e levar a
As síndromes são classificadas em inflamatória, perfuração e peritonite generalizada. Além de casos de
perfurativa, oclusiva, hemorrágica e vascular. obstrução e formação do plastrão.
Variantes na dor: É conforme a localização do apêndice
Síndrome Inflamatória cecal pois pode estar mais a posterior ou na anterior.
Diagnóstico Diferencial: Seus sintomas são semelhantes
A febre é comum em casos de apendicite aguda, as seguintes enfermidades.
colecistite aguda, pancreatite aguda, abcesso subfrênico, 1. Gastroenterite
abcesso pélvico e diverticulite cólica. 2. Salpingite Aguda
3. Torção do cisto ovariano
4. Ovulação
Apendicite Aguda 5. Gravidez ectópica Rota
Prova I – Turma 54 Maria Fernanda Ramos – 4° Fase 12

6. Ileíte de Chron
7. Adenite Mesentérica Exame Físico
8. Diverticulite de Meckel
9. Psoíte O paciente encontrasse ictérico e febril.
Colecistite Aguda É necessário realizar o Sinal de Murphy.
C
Ocorre geralmente em mulheres obesas acima de 40
anos, sendo que em 93% dos casos é litiásica.

Anamnese Pancreatite Aguda


Inicia com dor visceral em cólica localizada no Anamnese
hipocôndrio direito ou epigástrio irradiando para região
subescapular direita. Evolui com dor parietal fixa no Paciente apresenta dor intensa e localizada em epigástrio
hipocôndrio direito por mais e 6 horas. Em seguida, há e hipocôndrio esquerdo evoluindo para faixa no abdome
exacerbação da dor acompanhada de vômitos podendo superior com irradiação para dorso. Há alívio com flexão
ter febre de 38°C a 39°C. do tronco.

Há icterícia apenas se o edema acometer o colédoco. Além disso, há náuseas e vômitos em 70% dos casos, no
início pela dor e depois pela compressão duodenal e íleo.
Necessário perguntar ao paciente se tem diagnóstico de
litíase biliar (75% dos casos tem). Possíveis casos de esteatorréia.

Exame Físico Exame Físico

 Inspeção: Nota-se respiração superficial e posição - Sinais de hipovolemia devido à perda de líquido para o
antálgica. terceiro espaço.
 Ausculta: Normal. - Taquipneia e ventilação superficial.
 Percussão: Há dor em hipocôndrio direito. - Icterícia em 50% dos casos devido a compressão e
 Palpação: Há defesa voluntária do corpo, realizar hemólise.
sinal de Murphy (65% presente).

 Inspeção
Complicação: Sua evolução pode levar a supuração, íleo
Percebe-se distensão abdominal, ascite. Porém em casos
biliar ou perfuração.
necrohemorrágicos apresentam:
Caso houver perfuração, há peritonite ou abcesso sub-
- Equimose periumbilical: Sinal de Cullen.
hepático.
- Equimose em flanco esquerdo: Sinal de Grey-Turner.
Diagnóstico Diferencial: Seus sintomas são semelhantes
as seguintes enfermidades. - Equimose em base do pênis ou abaixo do ligamento
inguinal: Sinal de Fox.
1. Colangite
2. Úlcera péptica perfurativa Em casos de necrohemorrágia, há mortalidade de 15-20%.
3. Pancreatite aguda
4. IAM
 Palpação: Nota-se contratura da parede inicialmente
5. Pneumonia
no epigástrio ou até difusa se houver peritonite
6. Apendicite
generalizada. O tumor é palpável em epigástrio em
20% dos casos.
Colangite  Percussão: Normal ou timpânico quando há íleo
É uma obstrução do colédoco + infecção por bactéria de adinâmico.
origem intestinal.  Ausculta: Diminuída ou ausente quando há íleo
Após a Colangite pode ocorrer casos de abcesso adinâmico.
hepático. Atenção: 1/3 dos pacientes apresentam derrame pleural
esquerdo.

Anamnese O exame realizado é a Colangiopancreatografia


retrógrada endoscópica.
É observado:
 Tríade de Charcot: caracterizada por cólica, febre
com calafrios e icterícia. Desencadeantes
 Pêntade de Reynold: caracterizada por hipotensão e 1. Coledocolitíase
confusão mental. 2. Alcoolismo
Prova I – Turma 54 Maria Fernanda Ramos – 4° Fase 13

3. Traumatismos
4. Caxumba
5. Úlcera duodenal perfurante

Complicação: Sintomas de diabetes e de hipoglicemia.

Abcesso Subfrênico
É o acúmulo de pús ou líquido infectado no espaço entre
o diafragma, baço e o fígado.
Se desenvolvem após operações cirúrgicas no abdome
Acima da região subfrênica está o diafragma e abaixo
está o colo transverso e o mesocólon.

Anamnese
Paciente relata febre, anorexia, perda de peso, sudorese
e dor unilateral.

Exame Físico
Apresenta dor a palpação do hipocôndrio direito e a
manobra de Giordano quando há abcesso posterior.
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