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Documento Científico

Departamentos Científicos de
Gastroenterologia e Oncologia (gestão 2022-2024)

Nº 127, 12 de Janeiro de 2024

Náuseas e vômitos em pediatria:


como abordar – Atualização

Departamento Científico de Gastroenterologia (Gestão 2022-2024)


Presidente: Cristina Helena Targa Ferreira
Secretária: Elisa de Carvalho
Conselho Científico: Amália Maria Porto Lustosa, Caroline Sales de Souza,
Maria do Carmo Barros de Melo, Marise Helena Cardoso Tófoli,
Mauro Batista de Morais (Relator), Roberta Paranhos Fragoso,
Rose Terezinha Marcelino
Colaboradores: Ana Daniela Izotoni de Sadovsky, Katia Galeão Brandt, Marco Antônio Duarte,
Mauro Sérgio Toporovski, Matias Epifânio (Relator), Silvio da Rocha Carvalho

Departamento Científico de Oncologia (Gestão 2022-2024)


Presidente: Denise Bousfield da Silva (Relatora)
Secretário: José Henrique Silva Barreto
Conselho Científico: Ana Paula Kuczynski Pedro Bom, Ethel Fernandes Gorender,
Flávio Augusto Vercilio Luisi, Luciana Nunes Silva,
Mara Albonei Dudeque Pianovski (Relatora)

nal como orgânica. Pode ser de evolução aguda


Introdução
e crônica. O Pediatra tem um papel fundamental
na identificação de uma criança ou adolescente
O vômito é angustiante para a criança e para que precisa de maior investigação e é responsá-
os familiares. É um sintoma comum a múltiplas vel pelas medidas terapêuticas a serem adotadas
afecções pediátricas, tanto de natureza funcio- na avaliação inicial do paciente com vômitos.

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Náuseas e vômitos em pediatria: como abordar - Atualização

Os conhecimentos sobre náuseas e vômitos como sintomas, lesões teciduais e manifestações


são importantes em Pediatria, por que são quei- extra tubo digestório consequentes à ocorrência
xas muito frequentes nas consultas pediátricas. de refluxo gastroesofágico. Pode ser causa de
As náuseas e vômitos podem ser: regurgitações e vômitos. No lactente a principal
• Um sintoma de um processo autolimitado; causa de regurgitações é a imaturidade funcio-
nal gastrintestinal denominada “refluxo gastroe-
• Primeira manifestação de um processo grave; e
sofágico fisiológico transitório” ou “regurgitação
• Causa de desidratação, desequilíbrio eletrolí- do lactente”.2,3
tico, complicações metabólicas e necessidade
de internação. Ruminação: regurgitações repetidas segui-
das de nova mastigação/deglutição ou expulsão
O diagnóstico diferencial inclui grande nú- do alimento que têm início logo após as refei-
mero de doenças que podem acometer não so- ções e não ocorre durante o sono.3 Não é prece-
mente o aparelho digestório como também ou- dida por náuseas. Para preencher o critério de
tros órgãos e sistemas. Roma IV as manifestações clínicas devem se es-
tender por mais de dois meses. Ocorre em qual-
quer idade, no entanto, parece ser mais frequen-
te em adolescentes do sexo feminino. Ocorre
por aumento da pressão intragástrica associada
Definições
ao relaxamento do esfíncter esofágico inferior.
A ruminação pode ser desencadeada por even-
Náusea: é uma sensação desagradável subje- to traumático psicossocial e pode se associar a
tiva, associada ao desejo de vomitar. Fisiologica- manifestações psiquiátricas.3 Deve ser consi-
mente, é o resultado de perda do tônus gástrico, derada no diagnóstico diferencial dos vômitos
contração duodenal e refluxo do conteúdo duo- porque os pais podem acreditar que a rumina-
denal para o estômago. ção represente uma modalidade de náuseas e
vômitos.
Vômito (êmese): é a expulsão do conteúdo
gástrico, acompanhado por contração dos mús-
culos abdominais, rebaixamento do diafragma
e abertura da cárdia. Pode ser precedido e/ou
acompanhado por náuseas, palidez, sudorese e Fisiopatologia dos vômitos
sialorreia.1

Regurgitação: é definida como expulsão in- O controle dos vômitos (êmese) ocorre em
voluntária e sem esforço do conteúdo gástrico uma área denominada centro do vômito locali-
através da boca. Não é acompanhada por náu- zada no tronco cerebral,1 que recebe estímulos
seas, esforço abdominal ou reflexo emético. de diversas partes do organismo. Podem ser des-
tacadas quatro vias principais (Figura 1).
Refluxo gastroesofágico: é caracterizado
pelo retorno de conteúdo gástrico para o esôfa- 1. A zona do gatilho quimiorreceptora localiza-
go, atingindo, algumas vezes, a faringe, a boca e da no bulbo, 4º ventrículo, (zona postrema). A
as vias aéreas superiores. Pode ser ou não eli- zona do gatilho receptora é rica em receptores
minado pela boca. O refluxo gastroesofágico é, dopaminérgicos (D2) e receptores de seroto-
em geral, um processo fisiológico normal que nina (5-hidroxitriptamina, 5-HT3).
ocorre várias vezes por dia em todas as pessoas 2. O sistema vestibular é importante na cineto-
saudáveis, independentemente da idade, princi- se. Comunica-se através do nervo vestíbulo
palmente após as refeições. Por sua vez, a doen- coclear (VIII nervo craniano). É rico em recep-
ça do refluxo gastroesofágico pode ser definida tores muscarínicos (AchM) e histamínicos (H1).

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3. O sistema nervoso central também desempe- As células enterocromafins da mucosa gástri-


nha papel importante na geração de vômitos, ca e de todo tubo digestório produzem prin-
entretanto, os mecanismos são pouco conhe- cipalmente serotonina, em consequência de
cidos. Distúrbios psiquiátricos, estresse, odo- diversos estímulos, que sensibiliza os aferen-
res e fatores psicológicos, entre outros, po- tes vagais. A ativação desses receptores esti-
dem desencadear náuseas e vômitos. mula o centro do vômito e a zona do gatilho
4. Os nervos aferentes vagais e espinhais do trato quimiorreceptora, que são ricos em receptores
gastrointestinal, que em Pediatria é a via mais da serotonina.
frequentemente envolvida com os vômitos.
Os principais receptores envolvidos no me- O conhecimento destas vias e de seus res-
canismo do vômito no trato gastrointestinal pectivos receptores é importante para a compre-
são a neurocinina, a dopamina, a colestistoci- ensão dos mecanismos de ação dos medicamen-
nina e a serotonina (5-hidroxitriptamina), lo- tos que podem ter ação seletiva no bloqueio de
calizados nas terminações vagais aferentes.1,5 receptores específicos.

Figura1. Centro do vômito com suas relações e receptores.4 ,21

Muscarínico Serotonina
Neurocinina-1 Canabinoides
Cortex
Histamina Dopamina
• Estímulos sensoriais
• Ansiedade, memória
• Irritação meníngea
Drogas, alt. metabólicas
• Aumento de pressão • Zona quimiorreceptora
intracraneal
• Complexo vagal dorsal

Vestibular
• Serotonina liberada pelas
Centro do • Movimento
células enterocromafines vômito • lesão SNC
• Obstrução • Opioides
• Estase • + náusea
• Inflamação
• Toxinas bacterianas

desidratação. A anamnese e o exame físico de-


Avaliação clínica
vem ser completos, considerando o grande nú-
mero de doenças que podem causar vômitos.
Na avaliação clínica da criança e do ado- No Quadro 1 são apresentadas algumas causas
lescente é fundamental que sejam obtidas in- de vômitos. Constata-se que podem ser decor-
formações suficientes para que se estabeleça rentes de doenças originadas em vários órgãos
a hipótese diagnóstica e se avalie o risco de e sistemas.

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Náuseas e vômitos em pediatria: como abordar - Atualização

Quadro 1. Principais causas de vômitos segundo a faixa etária.6,7

Recém-nascido
Erro alimentar
Doença do refluxo gastroesofágico com ou sem hérnia de hiato
Anomalias obstrutivas: atresia intestinal, estenose, membrana gástrica, má rotação,
volvo, estenose hipertrófica do piloro, doença de Hirschsprung, íleo meconial,
anomalias anorretais
Neurológicas: hematoma subdural, edema cerebral, kernicterus
Metabólicas e endocrinológicas: erros inatos do metabolismo, hiperplasia congênita
da suprarrenal, insuficiência renal
Infecciosas: infecção urinária, meningite, sepse

Lactente
Alergia alimentar
Regurgitação do lactente e doença do refluxo gastroesofágico
Síndromes obstrutivas: estenose hipertrófica do piloro, invaginação intestinal, hérnia
encarcerada, doença de Hirschsprung
Metabólicas e endocrinológicas: erros inatos do metabolismo, hiperplasia congênita
da suprarrenal, acidose tubular renal
Infecciosas: diarreia aguda, infecção urinária, meningite, sepse, infecções
respiratórias, otite média, hepatite
Neurológicas: tumores e hipertensão intracraniana
Drogas: aspirina, digoxina, teofilina

Pré-escolar e escolar
Síndromes obstrutivas: estenose esofágica adquirida, invaginação intestinal, hérnia
encarcerada, aderências pós-cirurgia
Doenças gastrintestinais: úlcera péptica, síndrome da artéria mesentérica superior,
apendicite, pancreatite, doença de Crohn
Infecciosas: diarreia aguda, meningite, infecções respiratórias, hepatite
Síndrome dos vômitos cíclicos
Oncológicas: tumores abdominais e do sistema nervoso central

Todas as idades
Respiratórias: tosse, infecções respiratórias
Infecciosas: diarreia aguda, hepatite
Neurologia: meningite, encefalite, tumor
Neoplasias malignas
Quimioterapia antineoplásica
Radioterapia: irradiação corporal total e de abdome superior
Pós-operatório

Ao avaliar-se um paciente com vômitos limitada e baixo risco de complicações até


deve ser considerada uma ampla varieda- doenças graves que não podem ser negligen-
de de causas desde uma doença com duração ciadas.

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A seguir, são apresentadas determinadas cefaleia, alterações da marcha, atraso no desen-


características que devem ser consideradas na volvimento psicomotor, aumento do perímetro
anamnese. Estas informações podem contribuir encefálico, irritabilidade, sonolência, perda das
para a determinação da origem e circunstâncias habilidades físicas e intelectuais adquiridas
do quadro. As perguntas aos cuidadores devem e/ou febre persistente.8,9
ser específicas e de fácil entendimento. Os se-
Na criança e no adolescente com câncer, as
guintes aspectos devem ser considerados:
causas de náuseas/vômitos além da quimiotera-
• Idade; pia e radioterapia, incluem doença metastática,
• Fatores de risco; anormalidade da pressão intracraniana, reflexo
• História médica (dados recentes), incluindo vestibular, distensão da cápsula de um órgão,
trauma; inflamação ou obstrução do trato gastrintestinal,
radioterapia, uso de opioides e íleo.10
• Duração (horas ou dias) deste o início da doen-
ça. Evolução aguda ou crônica; A avaliação do estado nutricional e de hidra-
• Número de episódios de diarreia ou vômitos e tação é de vital importância. Em caso de vômitos
o volume aproximado de fluidos perdidos; de evolução crônica, os pacientes devem ser en-
caminhados para avaliação especializada.
• Capacidade para ingestão de líquidos;
• Eliminação de urina e estado de hidratação; Dentre as causas de saciedade precoce, recu-
sa alimentar e vômitos está a gastroparesia que
• Condição neurológica;
é uma condição clínica frequente em pediatria.
• Horário de ocorrência dos vômitos e se há rela- É o esvaziamento gástrico diminuído na ausência
ção com as refeições; de obstrução mecânica.11 O vômito pode ocorrer
• Caracterização dos vômitos quanto ao volu- até muitas horas após a ingestão de alimentos
me e conteúdo (por exemplo, se tem ou não e deve ser diferenciado do refluxo gastroesofá-
alimentos); gico. Várias condições podem determinar gas-
troparesia, entre as quais: cirurgia com lesão do
• Presença de sangue ou bile nos vômitos;
nervo vago (por exemplo, fundoplicatura); dro-
• Sintomas persistentes ou transitórios? Avaliar gas como opiáceos ou anticolinérgicos; distúr-
tempo entre sintomas; bios metabólicos como hipocalemia ou acidose;
• Sinais e sintomas associados (febre, perturba- hipotireoidismo; gastroenteropatia eosinofíli-
ções do trato gastrintestinal, dor abdominal, ca, doenças neuromusculares, como paralisia
cefaleia, alterações neurológicas); cerebral, diabetes mellitus, pseudo-obstrução
intestinal, tumores do sistema nervoso central
• Consumo de alimentos nas últimas 24 ou
e distrofia muscular. Entretanto, as causas mais
48 horas e mudanças no hábito alimentar;
frequentes são as infecções virais, principalmen-
• Uso de medicamentos e alergias conhecidas; e
te em menores de três anos. Estes processos, em
• História de doença ou cirurgia prévia. geral, são autolimitados e podem se estender
por períodos variáveis.11
Embora a gastroenterite viral (diarreia aguda)
seja a causa mais frequente de episódio agudo Sempre deve ser lembrado que os distúrbios
de vômitos, deve-se considerar outros diagnós- gastrintestinais funcionais apresentam elevada
ticos diferenciais, especialmente quando houver prevalência em crianças e adolescentes,1,3 den-
um dos seguintes sinais de alerta: hematêmese, tre estes, os quadros de vômitos cíclicos e enxa-
vômitos biliosos ou hemorrágicos ou em jato, queca abdominal podem ser causas de vômitos
meningismo, letargia, hepatoesplenomegalia, crônicos, evoluindo em crises. Cerca de meta-
fontanela hipertensa, macro ou microcefalia, de dos pacientes atendidos nas consultas de
dor e/ou distensão abdominal, crise convulsiva, Gastroenterologia Pediátrica e aproximadamen-

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Náuseas e vômitos em pediatria: como abordar - Atualização

te 10% das consultas por Pediatras têm como desenvolvimento neuropsicomotor ou perda de
queixa principal os distúrbios gastrintestinais habilidades físicas ou intelectuais, olhar do “sol
funcionais. A interação entre o cérebro e o intes- poente” e opistótono.9
tino ocorre com frequência nos distúrbios gas-
trintestinais funcionais. Os critérios de Roma,3
atualmente na versão IV, apresentam parâme-
tros diagnósticos bem definidos e delimitados.
Tratamento
Estima-se que a prevalência populacional da sín-
drome dos vômitos cíclicos é de 0,2% a 1,0%
da população pediátrica e é mais comum entre Evidentemente que o diagnóstico específico
os 2 e 7 anos de idade. De acordo com o crité- das doenças causadoras das náuseas e vômitos
rio de Roma IV caracteriza-se pela ocorrência de é o princípio fundamental para o controle des-
pelo menos dois episódios de náuseas e vômitos tas manifestações gastrintestinais e recuperação
intensos, que duram horas a dias, no intervalo clínica do paciente.
de seis meses. Os episódios são estereotipados
Genericamente, é possível considerar algu-
para cada paciente e intercalados por períodos
mas medidas para minimizar os desconfortos e
nos quais o paciente se mantém em seu estado
complicações das causas das náuseas e vômitos.
de saúde basal. O tratamento visa a realização de
medidas profiláticas gerais, relacionadas ao esti- Dentro das possíveis medidas não farmaco-
lo de vida, e uso de medicações (anti-histamíni- lógicas para a abordagem dos vômitos podem
cos ou antidepressivos tricíclicos, dependendo ser citados:
da faixa de idade) quando é elevada a frequên-
• Evitar odores;
cia e a gravidade dos episódios de vômitos.12
Nas crises de vômitos cuidados gerais, hidrata- • Transmitir segurança/tranquilidade;
ção e antieméticos (por exemplo, ondansetrona) • Tratamento da desidratação e alterações ele-
são recomendados.12 É aconselhável a avaliação trolíticas;
com o especialista.
• Esvaziamento de fecaloma em pacientes com
Dentre as causas oncológicas de náuseas e constipação intestinal grave;
vômitos é importante lembrar que os tumores do • Higiene oral;
sistema nervoso central (SNC) são considerados
• Reduzir porções nas refeições e utilizar ali-
os tumores sólidos mais comuns na infância e
mentos frios; e
representam um grupo heterogêneo de doenças.
As manifestações clínicas iniciais podem atra- • Reduzir ou eliminar as sondas e tubos quando
sar o diagnóstico, pois confundem com sinais possível.
e sintomas de doenças próprias da faixa etária.
Adicionalmente deve ser considerada a ne-
A atenção deve ser redobrada para observar
cessidade de medidas farmacológicas. Caso
sinais mais específicos, como marcha atáxica,
seja apropriado utilizar um antiemético, é im-
estrabismo, perda de habilidades físicas e in-
portante escolher um medicamento com ação
telectuais, entre outros. Na grande maioria dos
na via ou no mecanismo correspondente à sus-
casos, os sintomas são secundários ao aumento
peita clínica, e se necessário, adicionar agentes
da pressão intracraniana (PIC) provocada pela
de resgate de diferentes categorias para aque-
presença do tumor. Os lactentes, com fontanelas
les pacientes que já estão recebendo a medi-
abertas apresentam a capacidade de expandir
cação.
o conteúdo craniano, demonstrando clínica di-
ferente das crianças mais velhas. As fontanelas Os antieméticos podem ser agrupados
nos lactentes ficam abauladas, podendo ocorrer de acordo com seu local de ação e tipo(s) de
disjunção das suturas, irritabilidade, atraso no receptor(es) conforme ilustrado na Figura 1. No

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Quadro 2 são apresentados os agentes antiemé- aguda, além de ser oferecida com frequência e
ticos segundo o mecanismo de ação. Os princi- paulatinamente os vômitos vão diminuindo.13
pais e mais conhecidos são: os antagonistas da
É frequente o emprego rotineiro de antiemé-
dopamina, os bloqueadores de receptores de se-
ticos em pacientes com gastroenterite aguda.14,15
rotonina 5-HT3 e os anti-histamínicos (Figura 1).
O uso de antiemético anti-histamínico do tipo 1
(D1) (dimenidrinato) e dos antagonistas do recep-
tor de dopamina do tipo 2 (D2) (metoclopramida
Quadro 2. Antieméticos.6,7
e domperidona) é frequente na prática clínica.
Antihistamínicos Dimenidrinato No entanto, não existem evidências para o uso
Meclizina destes medicamentos em crianças com vômitos
secundários à diarreia aguda.15,16 Estes agentes
Fenotiazínicos Clorpromazina
Metopimazina dopaminérgicos (metoclopramida, domperidona,
bromoprida, elevosulpirida, entre outros) agem
Anticolinérgicos Escopolamina bloqueando os receptores D2 do trato gastrin-
testinal e do sistema nervoso central. Os medi-
Antagonistas Metoclopramida
dopaminérgicos Domperidona camentos antidopaminérgicos são os mais fre-
Alizaprida quentemente relacionados ao desenvolvimento
de efeitos adversos graves. Destaca-se a reação
Antagonistas Ondansetrona
extrapiramidal, que é um dos efeitos adversos
serotoninérgicos Granisetrona
Dolasetrona com maior frequência e gravidade.16 Existe muito
Palonosetrona pouca evidência científica que embase o uso da
metoclopramida e dimenidrato na diarreia aguda
Corticosteroide Dexametasona (gastroenterite aguda).17
Ansiolíticos (casos Lorazepam Por outro lado, há evidências da eficácia do
selecionados, como
uso do antagonista serotoninérgico (anti-5-
adjuvante)
-hidroxitriptamina) ondansetrona no tratamen-
to e prevenção de vômitos por quimioterapia e
O vômito é uma manifestação comum na no pós-operatório. O efeito da ondansetrona é
diarreia aguda (gastroenterite aguda) em Pedia- central.
tria. É a principal causa de falha na terapia de
Em relação ao paciente com câncer, náuseas
reidratação oral. A terapia de reidratação oral é
e vômitos estão entre os eventos adversos mais
o tratamento mais indicado para crianças com
frequentes da quimioterapia antineoplásica, es-
desidratação leve a moderada devido à diarreia
tando presentes em cerca de 70% a 80% dos
aguda. Entretanto, se os vômitos persistirem e
pacientes.
não houver tolerância à terapia de reidratação
oral, pode ser necessária a reidratação parenteral A experiência com a ondansetrona nos servi-
para repor as perdas hidroeletrolíticas. Conside- ços de emergências pediátricas vem aumentan-
rar que no tratamento da gastroenterite aguda é do nos últimos anos.18 Neste contexto, as últimas
importante, se possível, utilizar soluções de rei- diretrizes da Sociedade Europeia de Gastroen-
dratação oral com baixa osmolaridade, que têm terologia, Hepatologia e Nutrição em Pediatria
maior eficácia. Este tipo de solução proporciona (ESPGHAN),19 o Guia Íbero-latinoamericano20 e o
redução das perdas fecais, diminuição dos episó- Guia Prático de diagnóstico e tratamento da diar-
dios de vômitos e da necessidade de terapia de reia aguda da Sociedade Brasileira de Pediatria21
reidratação endovenosa. Portanto, a reidratação incluem a ondansetrona como um antiemético
oral deve ser usada como terapia de primeira li- efetivo a ser utilizado, quando necessário, na
nha para o tratamento de crianças com diarreia diarreia aguda (gastroenterite aguda).

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Náuseas e vômitos em pediatria: como abordar - Atualização

Assim, nos serviços de emergência pediátri- domiciliar) e C (terapia parenteral da desidrata-


ca, a ondansetrona vem sendo administrada para ção) da diarreia aguda. É importante mencionar
tratamento de vômitos nos pacientes com diar- que a recomendação do MS não respeita o limi-
reia aguda (gastroenterite aguda) com eficácia e te de idade para administração da ondansetrona
segurança.19,22 Neste contexto, ensaios clínicos estabelecida pela Agência Nacional de Vigilân-
comparativos comprovam a melhor eficácia da cia Sanitária (ANVISA).26
ondansetrona em relação a outros medicamen-
tos antieméticos.18,23 Em 2016, foi publicada re- Deve ser lembrado que todos os antieméti-
visão sistemática com metanálise sobre o uso da cos podem apresentar efeitos adversos e o risco
ondansetrona na gastroenterite aguda. Concluiu- de efeito colateral aumenta quando são adminis-
-se que, em comparação com o placebo, a admi- trados em pacientes com desidratação e distúr-
nistração de ondansetrona para o paciente com bios eletrolíticos.17
vômitos por gastroenterite aguda poderia me-
lhorar a eficácia da terapia de reidratação oral.24
Deve ser destacado, também, que a Sociedade
de Pediatria do Canadá recomenda, desde 2011,
a administração de dose única, via oral, para pa-
Conclusões
cientes com idade entre seis meses e doze anos
com gastroenterite aguda (diarreia aguda) que
É sumamente importante a avaliação cui-
apresentam vômitos associados com desidra-
dadosa do paciente com vômitos. O diagnósti-
tação leve/moderada ou que não apresentaram
co diferencial constitui um grande desafio na
resposta favorável com a terapia de reidratação
pratica diária. Na maioria das vezes, os vômitos
oral.25 Vale lembrar que no Brasil a ondansetro-
são ocasionados por um quadro autolimitado.
na é liberada pela ANVISA (Agência Nacional de
Entretanto, pode ser a manifestação inicial de
Vigilância Sanitária) para uso em crianças após
várias doenças que podem requerer investiga-
os dois anos de idade.
ção e tratamento clínico ou cirúrgico de emer-
gência.
Para finalizar, deve ser destacado que a on-
dansetrona é um potente antagonista, altamente
Sempre é fundamental obter-se anamnese
seletivo dos receptores de serotonina (5-HT3),
cuidadosa e exame físico minucioso para que se
com ampla margem terapêutica. Funciona blo-
estabeleça um diagnóstico etiológico preciso.
queando seletivamente a ação da serotonina,
Lembrar que as etiologias estão diretamente re-
um neurohormônio envolvido na fisiopatologia
lacionadas com a idade e também é importante
das náuseas e vômitos. Desta forma, não apre-
diferenciar situações clínicas agudas das crôni-
senta efeito sedativo e outros efeitos colaterais
cas. Os sinais de alerta indicativos de gravidade
comuns a outros antieméticos como sonolência,
ou complicações devem ser sempre pesquisados
sedação e reação extrapiramidal. A formulação
no momento da anamnese e do exame físico.
oral deste fármaco tem eficácia semelhante à
administração intravenosa.15 Avaliações regulares nas fases iniciais de um
quadro com vômitos irão garantir que doenças
Normativa do Ministério da Saúde (MS) do
graves não sejam negligenciadas e se evite o
Brasil, recentemente publicada inclui uma dose
aparecimento de complicações como a desidra-
de ondansetrona no plano B (destinado ao trata-
tação.
mento da desidratação por via oral no estabele-
cimento de saúde) do tratamento da criança com O tratamento dos vômitos é guiado pela
diarreia aguda (gastroenterite aguda) que apre- doença de base, podendo-se lançar mão de
senta vômitos persistentes. Não se menciona o medidas paliativas para o desconforto ou medi-
uso de antieméticos nos planos A (tratamento camentos para controle sintomático.

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Náuseas e vômitos em pediatria: como abordar - Atualização

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Departamentos Científicos de Gastroenterologia e Oncologia (gestão 2022-2024) • Sociedade Brasileira de Pediatria

Diretoria Plena
Triênio 2022/2024

PRESIDENTE: DIRETORIA DE DEFESA DA PEDIATRIA Natasha Slhessarenko Fraife Barreto (MT) REDE DE PEDIATRIA
Clóvis Francisco Constantino (SP) DIRETOR: Ana Alice Ibiapina Amaral Parente (RJ) AC - SOCIEDADE ACREANA DE PEDIATRA
1º VICE-PRESIDENTE: Fábio Augusto de Castro Guerra (MG) Cassio da Cunha Ibiapina (MG) Ana Isabel Coelho Montero
Edson Ferreira Liberal (RJ) DIRETORIA ADJUNTA: Luiz Anderson Lopes (SP) AL - SOCIEDADE ALAGOANA DE PEDIATRIA
Sidnei Ferreira (RJ) Silvia Regina Marques (SP) Marcos Reis Gonçalves
2º VICE-PRESIDENTE:
Anamaria Cavalcante e Silva (CE) Edson Ferreira Liberal (RJ) DIRETORIA DE PUBLICAÇÕES AM - SOCIEDADE AMAZONENSE DE PEDIATRIA
SECRETÁRIO GERAL: MEMBROS: Fábio Ancona Lopez (SP) Adriana Távora de Albuquerque Taveira
Maria Tereza Fonseca da Costa (RJ) Gilberto Pascolat (PR) EDITORES DA REVISTA SBP CIÊNCIA AP - SOCIEDADE AMAPAENSE DE PEDIATRIA
Paulo Tadeu Falanghe (SP) Joel Alves Lamounier (MG) Camila dos Santos Salomão
1º SECRETÁRIO: Cláudio Orestes Britto Filho (PB)
Ana Cristina Ribeiro Zöllner (SP) Marco Aurelio Palazzi Safadi (SP) BA - SOCIEDADE BAIANA DE PEDIATRIA
Ricardo Maria Nobre Othon Sidou (CE) Mariana Tschoepke Aires (RJ) Ana Luiza Velloso da Paz Matos
2º SECRETÁRIO: Anenisia Coelho de Andrade (PI) CE - SOCIEDADE CEARENSE DE PEDIATRIA
Rodrigo Aboudib Ferreira Pinto (ES) Isabel Rey Madeira (RJ) EDITORES DO JORNAL DE PEDIATRIA (JPED) Anamaria Cavalcante e Silva
3º SECRETÁRIO: Donizetti Dimer Giamberardino Filho (PR) COORDENAÇÃO: DF - SOCIEDADE DE PEDIATRIA DO DISTRITO FEDERAL
Claudio Hoineff (RJ) Carlindo de Souza Machado e Silva Filho (RJ) Renato Soibelmann Procianoy (RS) Luciana de Freitas Velloso Monte
DIRETOR FINANCEIRO: Corina Maria Nina Viana Batista (AM) MEMBROS: ES - SOCIEDADE ESPIRITOSSANTENSE DE PEDIATRIA
Sidnei Ferreira (RJ) Maria Nazareth Ramos Silva (RJ) Crésio de Aragão Dantas Alves (BA) Carolina Strauss Estevez Gadelha
1º DIRETOR FINANCEIRO: DIRETORIA CIENTÍFICA Paulo Augusto Moreira Camargos (MG) GO - SOCIEDADE GOIANA DE PEDIATRIA
Maria Angelica Barcellos Svaiter (RJ) João Guilherme Bezerra Alves (PE) Valéria Granieri de Oliveira Araújo
DIRETOR: Marco Aurelio Palazzi Safadi (SP)
2º DIRETOR FINANCEIRO: Dirceu Solé (SP) Magda Lahorgue Nunes (RS) MA - SOCIEDADE DE PUERICULTURA E PEDIATRIA
Donizetti Dimer Giambernardino Filho (PR) DIRETORIA CIENTÍFICA - ADJUNTA Giselia Alves Pontes da Silva (PE) DO MARANHÃO
Luciana Rodrigues Silva (BA) Dirceu Solé (SP) Silvia Helena Cavalcante de S. Godoy
DIRETORIA DE INTEGRAÇÃO REGIONAL DEPARTAMENTOS CIENTÍFICOS E GRUPOS DE TRABALHO: MG - SOCIEDADE MINEIRA DE PEDIATRIA
Eduardo Jorge da Fonseca Lima (PE) Antonio Jose Ledo Alves da Cunha (RJ)
Dirceu Solé (SP) Márcia Gomes Penido Machado
Luciana Rodrigues Silva (BA) EDITORES REVISTA RESIDÊNCIA PEDIÁTRICA MS - SOCIEDADE DE PEDIATRIA DO MATO GROSSO DO SUL
COORDENADORES REGIONAIS
MÍDIAS EDUCACIONAIS EDITORES CIENTÍFICOS: Carmen Lúcia de Almeida Santos
NORTE: Adelma Alves de Figueiredo (RR) Clémax Couto Sant’Anna (RJ) MT - SOCIEDADE MATOGROSSENSE DE PEDIATRIA
Luciana Rodrigues Silva (BA)
NORDESTE: Marynea Silva do Vale (MA) Edson Ferreira Liberal (RJ) Marilene Augusta Rocha Crispino Santos (RJ) Paula Helena de Almeida Gattass Bumlai
SUDESTE: Marisa Lages Ribeiro (MG) Rosana Alves (ES) EDITORA ADJUNTA: PA - SOCIEDADE PARAENSE DE PEDIATRIA
Ana Alice Ibiapina Amaral Parente (ES) Márcia Garcia Alves Galvão (RJ) Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza
SUL: Cristina Targa Ferreira (RS) CONSELHO EDITORIAL EXECUTIVO:
PROGRAMAS NACIONAIS DE ATUALIZAÇÃO PB - SOCIEDADE PARAIBANA DE PEDIATRIA
CENTRO-OESTE: Renata Belem Pessoa de Melo Seixas (DF) Sidnei Ferreira (RJ) Maria do Socorro Ferreira Martins
PEDIATRIA - PRONAP Isabel Rey Madeira (RJ)
COMISSÃO DE SINDICÂNCIA Fernanda Luisa Ceragioli Oliveira (SP) PE - SOCIEDADE DE PEDIATRIA DE PERNAMBUCO
Mariana Tschoepke Aires (RJ) Alexsandra Ferreira da Costa Coelho
TITULARES: Tulio Konstantyner (SP) Maria De Fatima Bazhuni Pombo Sant’Anna (RJ)
Jose Hugo Lins Pessoa (SP) Claudia Bezerra Almeida (SP) Silvio da Rocha Carvalho (RJ) PI - SOCIEDADE DE PEDIATRIA DO PIAUÍ
Marisa Lages Ribeiro (MG) NEONATOLOGIA - PRORN Rafaela Baroni Aurílio (RJ) Ramon Nunes Santos
Marynea Silva do Vale (MA) Renato Soibelmann Procianoy (RS) Leonardo Rodrigues Campos (RJ) PR - SOCIEDADE PARANAENSE DE PEDIATRIA
Paulo de Jesus Hartmann Nader (RS) Clea Rodrigues Leone (SP) Álvaro Jorge Madeiro Leite (CE) Victor Horácio de Souza Costa Junior
Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza (PA) TERAPIA INTENSIVA PEDIÁTRICA - PROTIPED Eduardo Jorge da Fonseca Lima (PE) RJ - SOCIEDADE DE PEDIATRIA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
SUPLENTES: Werther Bronow de Carvalho (SP) Marcia C. Bellotti de Oliveira (RJ) Cláudio Hoineff
Analiria Moraes Pimentel (PE) TERAPÊUTICA PEDIÁTRICA - PROPED CONSULTORIA EDITORIAL RN - SOCIEDADE DE PEDIATRIA DO RIO GRANDE DO NORTE
Dolores Fernanadez Fernandez (BA) Claudio Leone (SP) Ana Cristina Ribeiro Zöllner (SP) Manoel Reginaldo Rocha de Holanda
Rosana Alves (ES) Sérgio Augusto Cabral (RJ) Fábio Ancona Lopez (SP) RO - SOCIEDADE DE PEDIATRIA DE RONDÔNIA
Silvio da Rocha Carvalho (RJ) EMERGÊNCIA PEDIÁTRICA - PROEMPED Dirceu Solé (SP) Wilmerson Vieira da Silva
Sulim Abramovici (SP) Hany Simon Júnior (SP) Angélica Maria Bicudo (SP) RR - SOCIEDADE RORAIMENSE DE PEDIATRIA
CONSELHO FISCAL Gilberto Pascolat (PR) EDITORES ASSOCIADOS: Erica Patricia Cavalcante Barbalho
TITULARES: DOCUMENTOS CIENTÍFICOS Danilo Blank (RS) RS - SOCIEDADE DE PEDIATRIA DO RIO GRANDE DO SUL
Cléa Rodrigues Leone (SP) Emanuel Savio Cavalcanti Sarinho (PE) Paulo Roberto Antonacci Carvalho (RJ) Jose Paulo Vasconcellos Ferreira
Licia Maria Moreira (BA) Dirceu Solé (SP) Renata Dejtiar Waksman (SP) SC - SOCIEDADE CATARINENSE DE PEDIATRIA
Carlindo de Souza Machado e Silva Filho (RJ) Luciana Rodrigues Silva (BA) DIRETORIA DE ENSINO E PESQUISA Nilza Maria Medeiros Perin
SUPLENTES: PUBLICAÇÕES Angelica Maria Bicudo (SP) SE - SOCIEDADE SERGIPANA DE PEDIATRIA
Jocileide Sales Campos (CE) TRATADO DE PEDIATRIA COORDENAÇÃO DE PESQUISA Ana Jovina Barreto Bispo
Ana Márcia Guimarães Alves (GO) Fábio Ancona Lopes (SP) Cláudio Leone (SP) SP - SOCIEDADE DE PEDIATRIA DE SÃO PAULO
Gilberto Pascolat (PR) Luciana Rodrigues Silva (BA) COORDENAÇÃO DE GRADUAÇÃO Renata Dejtiar Waksman
ASSESSORES DA PRESIDÊNCIA PARA POLÍTICAS PÚBLICAS: Dirceu Solé (SP) COORDENAÇÃO: TO - SOCIEDADE TOCANTINENSE DE PEDIATRIA
Clovis Artur Almeida da Silva (SP) Rosana Fiorini Puccini (SP) Ana Mackartney de Souza Marinho
COORDENAÇÃO:
Maria Tereza Fonseca da Costa (RJ) Clóvis Francisco Constantino (SP) MEMBROS: DEPARTAMENTOS CIENTÍFICOS
Edson Ferreira Liberal (RJ) Rosana Alves (ES) • Aleitamento Materno
MEMBROS: Anamaria Cavalcante e Silva (CE)
Donizetti Dimer Giamberardino Filho (PR) Alessandra Carla de Almeida Ribeiro (MG) • Alergia
Alda Elizabeth Boehler Iglesias Azevedo (MT) OUTROS LIVROS Angélica Maria Bicudo (SP) • Bioética
Evelyn Eisenstein (RJ) Fábio Ancona Lopes (SP) Suzy Santana Cavalcante (BA) • Cardiologia
Rossiclei de Souza Pinheiro (AM) Dirceu Solé (SP) Ana Lucia Ferreira (RJ) • Dermatologia
Helenilce de Paula Fiod Costa (SP) Clóvis Francisco Constantino (SP) Silvia Wanick Sarinho (PE) • Emergência
DIRETORIA DE CURSOS, EVENTOS E PROMOÇÕES Ana Cristina Ribeiro Zöllner (SP) • Endocrinologia
DIRETORIA E COORDENAÇÕES • Gastroenterologia
DIRETORIA DE QUALIFICAÇÃO E CERTIFICAÇÃO PROFISSIONAL DIRETORA: COORDENAÇÃO DE RESIDÊNCIA E ESTÁGIOS EM PEDIATRIA
Lilian dos Santos Rodrigues Sadeck (SP) COORDENAÇÃO: • Genética Clínica
Edson Ferreira Liberal (RJ) • Hematologia
José Hugo de Lins Pessoa (SP) MEMBROS: Ana Cristina Ribeiro Zöllner (SP)
• Hepatologia
Maria Angelica Barcellos Svaiter (RJ) Ricardo Queiroz Gurgel (SE) MEMBROS: • Imunizações
Maria Marluce dos Santos Vilela (SP) Paulo César Guimarães (RJ) Eduardo Jorge da Fonseca Lima (PE) • Imunologia Clínica
Cléa Rodrigues Leone (SP) Paulo de Jesus Hartmann Nader (RS) • Infectologia
COORDENAÇÃO DE ÁREA DE ATUAÇÃO Paulo Tadeu de Mattos Prereira Poggiali (MG) Victor Horácio da Costa Junior (PR)
Sidnei Ferreira (RJ) • Medicina da Dor e Cuidados Paliativos
COORDENAÇÃO DO PROGRAMA DE REANIMAÇÃO NEONATAL Silvio da Rocha Carvalho (RJ) • Medicina do Adolescente
Ana Cristina Ribeiro Zöllner (SP) Tânia Denise Resener (RS)
Mauro Batista de Morais (SP) Maria Fernanda Branco de Almeida (SP) • Medicina Intensiva Pediátrica
Ruth Guinsburg (SP) Delia Maria de Moura Lima Herrmann (AL) • Nefrologia
Kerstin Tanigushi Abagge (PR) Helita Regina F. Cardoso de Azevedo (BA)
COORDENAÇÃO PALS – REANIMAÇÃO PEDIÁTRICA • Neonatologia
COORDENAÇÃO DO CEXTEP (COMISSÃO EXECUTIVA DO Jefferson Pedro Piva (RS) • Neurologia
Alexandre Rodrigues Ferreira (MG) Sérgio Luís Amantéa (RS)
TÍTULO DE ESPECIALISTA EM PEDIATRIA) Kátia Laureano dos Santos (PB) • Nutrologia
Susana Maciel Wuillaume (RJ) • Oncologia
COORDENAÇÃO: COORDENAÇÃO BLS – SUPORTE BÁSICO DE VIDA Aurimery Gomes Chermont (PA)
Hélcio Villaça Simões (RJ) Valéria Maria Bezerra Silva (PE) • Otorrinolaringologia
Silvia Regina Marques (SP) • Pediatria Ambulatorial
COORDENAÇÃO ADJUNTA: COORDENAÇÃO DO CURSO DE APRIMORAMENTO Claudio Barssanti (SP)
Ricardo do Rego Barros (RJ) Marynea Silva do Vale (MA) • Ped. Desenvolvimento e Comportamento
EM NUTROLOGIA PEDIÁTRICA (CANP) • Pneumologia
MEMBROS: Virgínia Resende Silva Weffort (MG) Liana de Paula Medeiros de A. Cavalcante (PE)
Clovis Francisco Constantino (SP) - Licenciado • Prevenção e Enfrentamento das Causas Externas
Ana Cristina Ribeiro Zöllner (SP) PEDIATRIA PARA FAMÍLIAS COORDENAÇÃO DAS LIGAS DOS ESTUDANTES na Infância e Adolescência
Carla Príncipe Pires C. Vianna Braga (RJ) COORDENAÇÃO GERAL: COORDENADOR: • Reumatologia
Cristina Ortiz Sobrinho Valete (RJ) Edson Ferreira Liberal (RJ) Lelia Cardamone Gouveia (SP) • Saúde Escolar
Grant Wall Barbosa de Carvalho Filho (RJ) COORDENAÇÃO OPERACIONAL: MEMBROS: • Sono
Sidnei Ferreira (RJ) Nilza Maria Medeiros Perin (SC) Cassio da Cunha Ibiapina (MG) • Suporte Nutricional
Silvio Rocha Carvalho (RJ) Renata Dejtiar Waksman (SP) Luiz Anderson Lopes (SP) • Toxicologia e Saúde Ambiental
MEMBROS: Anna Tereza Miranda Soares de Moura (RJ) GRUPOS DE TRABALHO
COMISSÃO EXECUTIVA DO EXAME PARA OBTENÇÃO DO Adelma Alves de Figueiredo (RR)
TÍTULO DE ESPECIALISTA EM PEDIATRIA AVALIAÇÃO SERIADA Adelma Alves de Figueiredo (RR) • Atividade física
Marcia de Freitas (SP) André Luis Santos Carmo (PR) • Cirurgia pediátrica
COORDENAÇÃO: Marynea Silva do Vale (MA)
Eduardo Jorge da Fonseca Lima (PE) Nelson Grisard (SC) • Criança, adolescente e natureza
Normeide Pedreira dos Santos Franca (BA) Fernanda Wagner Fredo dos Santos (PR) • Doença inflamatória intestinal
Luciana Cordeiro Souza (PE)
MUSEU DA PEDIATRIA (MEMORIAL DA PEDIATRIA BRASILEIRA) • Doenças raras
MEMBROS: PORTAL SBP • Drogas e violência na adolescência
João Carlos Batista Santana (RS) Clovis Francisco Constantino (SP) COORDENAÇÃO:
Edson Ferreira Liberal (RJ) • Educação é Saúde
Victor Horácio de Souza Costa Junior (PR) Edson Ferreira Liberal (RJ) • Imunobiológicos em pediatria
Ricardo Mendes Pereira (SP) Anamaria Cavalcante e Silva (CE) MEMBROS:
Mario Santoro Junior (SP) • Metodologia científica
Mara Morelo Rocha Felix (RJ) Maria Tereza Fonseca da Costa (RJ) • Oftalmologia pediátrica
Vera Hermina Kalika Koch (SP) Ana Cristina Ribeiro Zöllner (SP) José Hugo de Lins Pessoa (SP)
Sidnei Ferreira (RJ) • Ortopedia pediátrica
Rodrigo Aboudib Ferreira Pinto (ES) • Pediatria e humanidades
DIRETORIA DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS Claudio Hoineff (RJ) Jeferson Pedro Piva (RS)
Nelson Augusto Rosário Filho (PR) • Pediatria Internacional dos Países de Língua Portuguesa/
Sidnei Ferreira (RJ) DIRETORIA DE PATRIMÔNIO Povos Originários do Brasil
Sergio Augusto Cabral (RJ) Maria Angelica Barcellos Svaiter (RJ)
COORDENAÇÃO: • Políticas públicas para neonatologia
REPRESENTANTE NA AMÉRICA LATINA Donizetti Dimer Giambernardino (PR) • Radiologia e Diagnóstico por Imagem
Ricardo do Rego Barros (RJ) Claudio Barsanti (SP)
PROGRAMA DE ATUALIZAÇÃO CONTINUADA À DISTÂNCIA Edson Ferreira Liberal (RJ) • Saúde mental
INTERCÂMBIO COM OS PAÍSES DA LÍNGUA PORTUGUESA Luciana Rodrigues Silva (BA) Maria Tereza Fonseca da Costa (RJ) • Saúde digital
Marcela Damasio Ribeiro de Castro (MG) Edson Ferreira Liberal (RJ) Paulo Tadeu Falanghe (SP) • Saúde Oral

www.sbp.com.br 11

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