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Nº 08, 23 Brasileira

Departamento Científico de Pneumologia (2019-2021) • Sociedade de Fevereiro de 2022


de Pediatria
(atualização Julho 2022)

Documento Científico
Departamento Científico de
Pneumologia (2019-2021)

Abordagem Diagnóstica e Terapêutica


das Pneumonias Adquiridas
na Comunidade Não Complicadas

Departamento Científico de Pneumologia


Presidente: Maria de Fatima Bazhuni Pombo Sant’Anna
Secretária: Regina Terse Trindade Ramos
Conselho Científico: Carlos Antonio Riedi, Cássio da Cunha Ibiapina,
Débora Carla Chong e Silva, Gilvan da Cruz Barbosa Araujo,
José Dirceu Ribeiro, Patricia Gomes de Matos Bezerrara

em crianças não hospitalizadas no último mês,


Introdução
portanto não colonizadas por germes hospitala-
res e, sim, por aqueles provenientes do meio do-
Pneumonia é uma palavra grega que signifi- miciliar, escolar e comunitário.1-3 É a causa mais
ca “inflamação dos pulmões”.1 Trata-se de uma comum de morbidade e mortalidade em bebês e
doença do trato respiratório inferior geralmen- crianças menores de cinco anos em todo o mun-
te causada por um agente infeccioso (raramente do.3 Entretanto, intervenções que incluíram me-
por agentes não infecciosos), resultando em in- didas preventivas, como as vacinas conjugadas
flamação dos tecidos de um ou de ambos os pul- contra Haemophilus influenza tipo b e pneumo-
mões, e que traduz uma resposta do hospedeiro coco, e estratégias de manejo, como as diretrizes
ao agente agressor. da Organização Mundial da Saúde (OMS) para
o Manejo Integrado de Doenças Prevalentes na
O termo “Pneumonia adquirida na comuni-
Infância (AIDPI), causaram um declínio constan-
dade (PAC)” refere-se à pneumonia que ocorre
te na incidência e mortalidade por pneumonia.4

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Abordagem Diagnóstica e Terapêutica das Pneumonias Adquiridas na Comunidade Não Complicadas

Apesar desses esforços, em 2015, houve a esti- dade e rapidez vírus já conhecidos e novos vírus
mativa de 921 mil mortes por PAC na infância e, ou vírus emergentes (como é o caso do Metap-
em 2017, 800.000 crianças com menos de cinco neumovírus e Bocavírus). O VSR é o agente mais
anos de idade, a maioria delas em países de bai- encontrado em menores de cinco anos. Dentre
xa e média renda, morreram secundariamente a as bactérias, podemos citar Streptococcus pneu-
uma infecção respiratória baixa.4,5 moniae (pneumococo), Haemophilus influenzae e
Staphylococcus aureus (S. aureus).2
A PAC impõe carga substancial aos serviços
de saúde e é uma das principais causas de enca-
minhamento e internação hospitalar. No Brasil,
em 2017, 1.117.779 internações hospitalares
ocorreram em crianças menores de cinco anos, e Diagnóstico
foi a causa mais frequente de doença respirató-
ria na hospitalização (351.763; 31,5%), compli-
O quadro clínico da pneumonia é variado e
cações perinatais (277.212; 23,5%) e doenças
inespecífico; poderá ser sutil dependendo de
infecciosas/parasitarias (163.958;14,7%).5
vários fatores, incluindo os agentes etiológicos,
Vários agentes etiológicos, principalmente idade da criança, tamanho do inóculo e resposta
vírus e bactérias, causam infecção de via aérea imunológica do indivíduo; febre de início agudo,
inferior (IVAI) em bebês e crianças. A verdadei- taquipneia e tosse caracterizam o quadro clínico
ra prevalência dos patógenos que causam IVAI é clássico. A febre pode estar ausente em bebês
incerta porque a etiologia microbiana é determi- muito pequenos com infecção por C. trachoma-
nada com pouca frequência, devido à dificulda- tis, B. pertussis ou Ureaplasma. As crianças po-
de em diferenciar a infecção da colonização e, à dem manifestar apenas diminuição do apetite
falta de testes laboratoriais diagnósticos confiá- e agitação e os menores de cinco anos de ida-
veis. Os agentes etiológicos que causam pneu- de costumam ter um pródromo de febre baixa e
monia variam com a idade, doenças subjacentes, rinorreia, devido a uma infeção viral prévia das
maturidade, condição do sistema imunológico, vias aéreas superiores, antes de apresentar sin-
além das estações do ano (sazonalidade).2,3 Tra- tomas do trato respiratório inferior.
balhos realizados com a população pediátrica
As crianças mais velhas podem referir dor torá-
objetivando identificar microrganismos associa-
cica tipo pleural ou rigidez da nuca (cada uma de-
dos à PAC, descreveram o predomínio da etiolo-
las relacionada ao envolvimento do lobo).3 Outros
gia viral além de uma forte associação à PAC.
sinais de PAC que indicam gravidade e necessida-
No Brasil, dois estudos investigaram exausti- de de internação: saturação de oxigênio menor
vamente a etiologia da PAC, quando os vírus fo- que 92%; abolição do murmúrio vesicular, com
ram os agentes etiológicos mais frequentemen- possibilidade ou confirmação radiológica de com-
te encontrados. Os vírus respiratórios têm sido plicações, como derrame pleural (DP) e empiema;
cada vez mais implicados na etiologia da PAC desnutrição grave; sonolência; rebaixamento do
na infância, juntamente com o reconhecimento nível de consciência e recusa alimentar2,6.
de que as infecções virais foram mais frequen-
A OMS desenvolveu estratégias de manejo
tes do que as bacterianas, mesmo em países em
que permitem identificar crianças com pneumo-
desenvolvimento.5 Em todas as idades os vírus
nia baseadas somente em sinais clínicos, alta-
têm papel importante, sendo o vírus sincicial
mente sensíveis, mas menos específicos.4
respiratório (VSR) o mais frequente. A institui-
ção do teste diagnóstico da reação em cadeia da As PAC também podem ser classificadas de
polimerase (RCP) possibilitou esclarecer o papel acordo com a idade. Crianças com menos de
dos vírus nas infecções respiratórias agudas da dois meses que, além de tosse e da dificuldade
infância, permitindo identificar com mais facili- respiratória, apresentem frequência respiratória

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(FR) elevada (≥ 60 mov/min), com ou sem tiragem nhidos, abertura das narinas e retrações) foram
subcostal, devem ser consideradas como pacien- os sinais mais associados à PAC, enquanto que a
tes com pneumonia grave e internadas para trata- saturação de oxigênio > 96% diminuiu a proba-
mento hospitalar. Os pacientes com mais de dois bilidade de PAC e a presença de taquipneia (fre-
meses são separados em dois grupos: a) pneu- quência respiratória > 40 respirações/min) não
monia (apenas FR aumentada para a idade) e foi fortemente associada ao diagnóstico de PAC.5
requerem tratamento ambulatorial com antibio-
ticoterapia; b) pneumonia grave (FR aumentada Doenças como asma, bronquiolite, sibilância
com presença de tiragem subcostal) – devem ser induzida por vírus podem causar taquipneia e
encaminhados para internação hospitalar.2,7,8 devem ser tratadas com broncodilatador antes
da classificação do paciente em relação à PAC.
O diagnóstico da PAC é eminentemente Assim evita-se superprescrição de antibióticos e
clínico. Nascimento-Carvalho reporta revisão subdiagnóstico da doença obstrutiva da via aé-
sistemática que envolveu crianças menores de rea inferior.4
5 anos de idade com objetivo de avaliar a acurá-
cia dos sintomas e achados do exame físico para Ardura-Garcia & Kuehni propõem, um algorit-
identificar casos com pneumonia radiográfica mo para avaliar a criança com tosse e / ou difi-
em crianças e esta identificou que a presença culdade para respirar, que reforça o manejo da
de hipoxemia moderada (saturação de oxigênio sibilância com a avaliação da resposta a bronco-
≤ 96%) e o aumento do esforço respiratório (gru- dilatadores (Figura 1).4

Figura 1. Conduta em crianças de dois meses a cinco anos com tosse e dificuldade para respirar

Fonte: Modificado de4,9

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Abordagem Diagnóstica e Terapêutica das Pneumonias Adquiridas na Comunidade Não Complicadas

boratoriais para o diagnóstico de PAC em crian-


Exames complementares
ças utilizaram diferentes formas ou padrões de
avaliação e em função disso, esses testes apre-
A avaliação laboratorial de crianças com PAC sentaram resultados divergentes. Esses achados
não deve, preferencialmente, ser invasiva. Os realçam a importância de identificar padrões
exames laboratoriais se aplicam, basicamente, a para o diagnóstico de PAC bacteriana em crian-
pacientes internados, isto é, com PAC grave, não ças.15
necessariamente complicada.

Testes rápidos, à beira do leito, como swab de


nasofaringe para vírus respiratórios, devem ser o
procedimento inicial quando disponíveis e indi- Testes diagnósticos
cados. Isso pode reduzir o uso desnecessário de
métodos de imagem e de antimicrobianos. Crian-
• Hemograma: pode ser útil na avaliação de pa-
ças com doença grave e aspecto tóxico, devem
cientes internados. É pouco especifico para o
realizar hemograma, eletrólitos, testes de função
diagnóstico de PAC, mas seu resultado pode
hepática, renal e hemocultura e exames de acor-
influenciar a decisão do uso de antimicrobia-
do com critérios clínicos.10 Esses testes geralmen-
no em crianças doentes. Embora geralmente
te não são necessários para crianças com formas
ocorra leucocitose nos casos de pneumonia
leves. Marcadores inflamatórios não são capazes
bacteriana, sua intensidade não diferencia PAC
de diferençar entre pneumonia viral e bacteriana
bacteriana e viral.16 A presença de anemia ou
em crianças.11 Entretanto, podem ser utilizados
plaquetopenia pode orientar outras interven-
durante a evolução da doença e servem como
ções ou sugerir a hipótese de síndrome hemo-
marcadores prognósticos. Crianças que moram
lítico-urêmica como complicação de PAC por
em áreas endêmicas de tuberculose ou que têm
pneumococo.
história de exposição a adulto com tuberculose
devem ser avaliadas para essa possibilidade. • Provas de atividade inflamatória. Hemogra-
ma com contagem diferencial, velocidade de
Não há orientações claras sobre o uso de ra-
hemossedimentação (VHS), proteína C reativa
diografia de tórax em crianças. Embora esse tipo
(PCR) e procalcitonina (PCT), esta considerada
de procedimento seja útil para a confirmação
marcador sensível para infecção bacteriana,
diagnóstica de PAC, expõe a criança à radiação,
não diferenciam PAC viral de bacteriana de for-
tem custo para o sistema de saúde, pode levar a
ma segura. Valores elevados de PCT onde há
resultados falso-negativos e, consequentemen-
identificação viral podem sugerir coinfecção
te, ao uso desnecessário de antimicrobianos.12
bacteriana.
O uso de imagem deveria ser restrito aos casos
mais graves, doença de evolução prolongada ou Durante o tratamento da PAC, a melhora dos
recorrente apesar do tratamento, suspeita de valores de PCT pode ser marcador objetivo de
aspiração de corpo estranho ou malformações melhora, especialmente nos casos complica-
congênitas. O uso de imagem também pode ser dos.15
considerado em crianças abaixo de cinco anos,
A PCT e a PCR têm demonstrado algum valor na
que apresentam febre, leucocitose sem causa
identificação de infecções bacterianas,17 mas
aparente. Para os casos que não apresentam boa
ainda não foi estabelecido um ponto de corte
evolução em doenças de vias aéreas superiores
clínico relevante para seu uso.18 A PCT sérica
ou nos casos de pneumonia redonda, o uso de
não deve ser feita de rotina. Entretanto, pode
métodos de imagem é recomendado.13,14
ser útil para diferenciar a etiologia e a gravi-
Estudos que avaliaram o rigor, a exatidão dade da PAC quando utilizada junto com dados
do diagnóstico clínico, radiológico e testes la- epidemiológicos e outros testes diagnósticos.

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Níveis de PCT < 0,25 ng/mL estão associa- resposta ao tratamento para avaliar complica-
dos à baixa probabilidade de PAC bacteriana ções22.
ou PAC de menor gravidade. PCT < 0,1 ng/mL
A radiografia de tórax não tem precisão para
tem alto valor preditivo negativo e exclui PAC
definir a etiologia das PAC e não separa bac-
bacteriana.19 Estudo brasileiro descreveu que
terianas de não bacterianas. Em geral, utiliza-
a PCT sérica abaixo de 0,25 ng/dL em pacien-
-se uma combinação de achados como padrão
tes hospitalizados apresentou alto valor pre-
ouro para definir a etiologia ainda que essa for-
ditivo negativo (93%; IC95%: 90-99%) para
ma não tenha precisão diagnóstica para definir
infecção pneumocócica (mesmo para crianças
o tratamento. Lynch et al. avaliaram em revisão
com alteração radiológica) o que pode ser útil
sistemática estudos com o objetivo de defi-
para evitar o uso indevido de antimicrobia-
nir critérios, testes para o diagnóstico de PAC
nos.20 Até o momento, há escassez dessas in-
bacteriana na infância. Seu artigo intitulado
formações em crianças não hospitalizadas.
“quando o ouro é bronze”, discute que traba-
Sem dúvida, a identificação e validação de
lhos que avaliaram aspectos clínicos, radioló-
ferramentas para distinguir com segurança em
gicos e laboratoriais para a avaliação de PAC
crianças com PAC aquelas com infecção viral
bacteriana, apresentam diferentes critérios e
daquelas com infecção bacteriana é uma prio-
que os testes não têm precisão. Estes achados
ridade no campo de pesquisa da PAC na infân-
ressaltam a necessidade de se identificar um
cia.6
padrão ouro aceitável para o diagnóstico de
• Hemocultura: não deve ser realizada de ro- PAC bacteriana em crianças.15
tina a menos que o paciente não apresente O uso de imagem radiológica no atendimento
boa evolução com o tratamento antimicrobia- de crianças com IRA do trato respiratório infe-
no; em pacientes que vão internar deve ser rior em unidade de emergência levou a mudan-
realizada e deve ser colhida de forma ade- ças no diagnóstico, no uso de antimicrobianos,
quada.21 mas não na taxa de admissão hospitalar. Essas
• Pesquisa viral: testes para Influenza e outros informações foram menos úteis quando na his-
vírus respiratórios devem fazer parte da avalia- tória e no exame físico havia achados consis-
ção de crianças com PAC se disponíveis, assim tentes com PAC. A radiografia de tórax não é
como RCP multiplex em aspirado de nasofarin- útil em pacientes com PAC no nível ambulato-
ge; esses exames ajudam identificar as PAC de rial.16 Infiltrados radiológicos são relatados em
etiologia viral e reduzem o uso de antimicro- 5-19% de crianças com febre sem taquipneia
bianos. e hipoxemia, angústia respiratória ou sinais de
infecções de vias aéreas inferiores; esse acha-
• Sorologia: pode ser útil para agentes com do tem sido denominado de pneumonia oculta.
M. pneumoniae e C. pneumoniae e pneumoco- Por outro lado, a radiografia de tórax deve ser
co, mas títulos pareados (fase aguda e conva- solicitada em crianças com febre prolongada e
lescença) são necessários e têm pouca utili- tosse, mesmo na ausência de taquipneia e an-
dade, pois o diagnóstico é realizado de forma gústia respiratória.16
retrospectiva. RCP é útil em pesquisas, entre-
Crianças com sinais e sintomas sugestivos de
tanto não diferencia a condição de portador e
PAC sem indicação de internamento, não neces-
de doença.
sitam realizar radiografia de tórax de rotina devi-
• Radiografia de tórax: não está indicado para a do à baixa concordância entre os sinais clínicos
avaliação de pacientes em tratamento ambu- e as alterações radiográficas.23-25 A radiografia
latorial; deve ser realizado em pacientes com obtida em incidência lateral geralmente não é
hipoxemia/hipóxia, com esforço respiratório, necessária na PAC e a imagem radiológica não é
assim como para os que não apresentam boa suficiente para definir o agente etiológico.23

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Recomendações matizada da conduta é importante e organiza o


atendimento do pediatra.
• Radiografia de tórax não deve ser considerada
de rotina na investigação de PAC, sem necessi- • Primeiro: lembrar da alta prevalência da PAC
dade de internação. em crianças menores de cinco anos de idade,
valorizar os critérios diagnósticos discutidos e
• Radiografia de tórax de incidência lateral não
excluir os diagnósticos diferenciais. Na presen-
deve ser realizada de rotina.
ça de sibilância associada à taquipneia quadros
• Radiografias para avaliar a evolução não de- como pneumonia viral, bronquiolite e crise de
vem ser realizadas naqueles pacientes com asma devem ser lembrados.26,27
melhora clínica e podem ser consideradas nos
• Segundo: pensar nos fatores de risco para qua-
casos de pneumonia redonda, colapso, pneu-
dros de evolução desfavorável: desnutrição, co-
monia recorrente localizada ou sintomas per-
morbidades, baixa idade no momento da doen-
sistentes.
ça, baixas condições socioeconômicas – baixo
• Reagentes da fase aguda não apresentam utili- nível de escolaridade dos pais, renda familiar
dade clínica para distinguir PAC viral de bacte- na linha da pobreza, condições sanitárias e de
riana e não deveriam ser realizados de rotina. higiene precárias – baixa cobertura vacinal, des-
mame precoce e poluentes intradomiciliares,
• Investigação microbiológica não deve ser ro-
são fatores de risco relacionados a quadros de
tina na PAC de tratamento ambulatorial. Mé-
pneumonia graves e potencialmente fatais.28,29
todos de microbiologia incluem: hemocultura
e imunofluorescência em secreções de naso- • Terceiro: iniciar imediatamente o tratamento
faringe e ou swab oral. Sorologia, sorologia com antibiótico ao nível domiciliar ou hospita-
pareada (fixação complemento) para vírus e lar.28-30
Mycoplasma e Chlamydia tem pouca utilidade, • Quarto: garantir consulta de reavaliação após
pois o diagnóstico é retrospectivo. 48 a 72h do início do tratamento ou a qualquer
• Antígenos urinários para detecção de pneu- momento se houver piora clínica para toda
mococos não devem ser realizados. criança em tratamento domiciliar.26

Por causa da grande carga da pneumonia na • Quinto: incentivar a prevenção: aleitamen-


saúde e mortalidade infantis a abordagem ideal to materno exclusivo nos primeiros meses de
da pneumonia é um “tema provocador”. Com- vida, eliminação do tabagismo passivo, orien-
preende desde o acesso facilitado aos serviços tação quanto a noções de higiene (ex: lava-
de saúde, o diagnóstico adequado e a instituição gem das mãos) e à vacinação contra agentes
de terapia antimicrobiana barata e facilmente importantes, como o pneumococo e o vírus da
disponível. Isso leva à rápida resolução dos sin- influenza.26-30
tomas na maioria das crianças com pneumonia,
mas, a resistência a antimicrobianos deverá ser 1. Tratamento farmacológico
evitada. A seguir, serão descritas as evidências
disponíveis para o terapêutico da PAC em crian- a) Ambulatorial
ças saudáveis além do período neonatal. A criança sem sinais de gravidade e com boas
condições clínicas deve ser tratada em seu do-
micílio. A antibioticoterapia baseia-se no conhe-
cimento dos principais agentes infecciosos em
Tratamento cada faixa etária, situação clínica e região. Esta
escolha é empírica inicialmente, pois o isola-
Quanto à abordagem das pneumonias co- mento do agente infeccioso nem sempre é rea-
munitárias não complicadas, uma reflexão siste- lizado e pode demorar.5,26

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A amoxicilina administrada por via oral é a (15 mg/kg/dia de 12 em 12 horas, máximo


primeira opção terapêutica no tratamento am- 1 g/dia, durante sete a 10 dias; ou azitromi-
bulatorial das PAC, sendo recomendada para cina (10mg/kg/dia dose única ao dia, durante
crianças de dois meses a cinco anos. Esta esco- 5 dias).5,26,34
lha apresenta-se como consenso na maior parte
Quando a criança não mostra sinais de me-
dos estudos, uma vez que o pneumococo é apon-
lhora após 48-72 horas de tratamento da PAC
tado com o agente principal das PAC nesta faixa
não complicada com amoxicilina, caracteriza-se
etária.5,26
a falha terapêutica aos antibióticos convencio-
A dose recomendada, tendo-se por base es- nais.32 Neste caso, o clínico precisa estar atento,
tudos clínicos com metodologia adequada re- rever sistematicamente condições associadas e
alizados no Brasil, é de 50 mg/kg/dia, podendo tomar a decisão sobre aprofundar a investigação
considerar intervalos de 8 em 8 horas ou 12 em e substituir o tratamento. Ver quadro 1.34
12 horas, máximo de 4g/dia, mostrando haver
equivalência na resposta clínica entre os esque-
Quadro 1. Causas frequentes de falha terapêutica no
mas terapêuticos.5,31 tratamento das PAC

Outra questão importante é o tempo de uso Presença de derrame / empiema pleural,


da amoxicilina. Estudos realizados no mundo 1
pneumonia necrosante e abcesso pulmonar
têm demonstrado que esquemas com menor du-
ração podem ser eficazes.5,32 Ensaio clínico com Outros agentes que não os esperados:
vírus, bactérias atípicas, considerar
crianças menores de cinco anos, com diagnósti- 2
possibilidade de primeira manifestação da
co clínico de PAC não complicada, descartando tuberculose.
diagnósticos de confusão como quadros virais,
mostraram igual eficiência no tratamento de Não cumprimento do tratamento
3 antibiótico proposto (doses, intervalos e
cinco e de 10 dias com amoxicilina oral.5,32 Até tempo de uso).
o momento as diretrizes nacionais sugerem o
tratamento de sete dias.1 Vale ressaltar que es- Doença de base do paciente:
4 imunossupressão, fibrose cística (FC), asma,
quemas mais curtos de tratamento podem ser
desnutrição, bronquiectasias não FC.
considerados em crianças sem gravidade, uma
vez que se mostraram eficazes e, em teoria, têm Ocorrência de quadros diferenciais:
melhor adesão e menos efeitos adversos.5,32 aspiração de corpo estranho, malformações
5
pulmonares (ex.: sequestro pulmonar),
Para crianças com reações de hipersensibi- hérnia diafragmática.
lidade não mediadas por IgE à penicilina, cefa-
losporinas de segunda ou terceiras gerações (ce-
furoxima ou ceftriaxona) podem ser utilizadas. Na suspeita de infecção pelo M. pneumoniae
Para crianças com reações de hipersensibilidade ou C. pneumonia é recomendado acrescentar o
tipo 1 (mediada por IgE) recomenda-se, clinda- macrolídeo à amoxicilina ou substituí-la pela
micina ou um macrolídeo.33 droga citada.5,34

Por outro lado, nas situações de falha tera-


O tratamento com macrolídeos em crian-
pêutica em que haja possibilidade de infecção
ças maiores de cinco anos não tem se mostra-
ser causada pelo pneumococo ou S. aureus resis-
do mais eficaz que o tratamento convencional
tente à penicilina (meticilino sensível ou resis-
com amoxicilina, sendo indicado apenas quan-
tente) a orientação é substituir o antibiótico por
do há suspeita clínica de pneumonia atípica.1,6,11
clindamicina ou linezolida.33
As opções medicamentosas são: eritromici-
na (40 mg/kg/dia de 6 em 6 horas, máximo Caso a criança apresente melhora clínica com
2 g/dia, durante sete a 10 dias; claritromicina as substituições dos antibióticos, o novo trata-

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mento deve ser mantido até completar sete dias. Crianças de áreas com resistência mínima
Porém, se a criança estiver pior ou com quadro à penicilina, como no nosso meio, devem ser
clínico inalterado, avaliar indicação de interna- tratadas com ampicilina intravenosa na dose
ção hospitalar.26,33 de 50mg/kg/dose de 6 em 6 horas, ou com pe-
nicilina cristalina 150.000 UI/Kg/dia de 6 em
b) Suporte ambulatorial 6 horas.5,26

Cuidadores e familiares devem ser orienta- A associação de amoxicilina com inibidores


dos quanto à abordagem da febre e da dor, manu- de beta-lactamase, como o clavulanato ou o sul-
tenção de hidratação e alimentação adequadas, bactam, ou a cefuroxima podem ser utilizadas
identificação de sinais de piora clínica, e quanto como segunda opção por via oral ou intravenosa,
ao retorno para reavaliação em 48-72 horas.26 em doses habituais. Outras opções são ceftria-
xona ou a cefotaxima para crianças gravemen-
c) Hospitalar te doentes, não totalmente imunizadas contra
o pneumococo ou infectadas pelo HIV.32 Para os
A decisão de hospitalizar uma criança com
lactentes menores de dois meses, a gentamicina
PAC deve ser individualizada com base na idade,
na dose 7,5 mg/kg/dia de 12 em 12 horas deve
condições clínicas subjacentes e fatores clínicos
ser associada à penicilina cristalina ou ampicili-
que conferem gravidade à doença.26
na. Nesta faixa etária as cefalosporinas podem
A internação hospitalar é recomendada quan- ser consideradas em substituição à gentamicina,
do houver:5,26,33 lembrando que a escolha é pela cefotaxima, uma
vez que a ceftriaxona, por ligar-se à albumina sé-
• hipoxemia (saturação de oxigênio <92% em ar
rica, disponibiliza a bilirrubina e aumenta a chan-
ambiente);
ce de kernicterus nos lactentes desta idade.5,33
• desidratação ou incapacidade de manter a hi-
dratação ou alimentação por via oral; Na suspeita de pneumonia atípica recomen-
da-se a azitromicina 10mg/kg/dia dose única
• desconforto respiratório moderado a grave:
durante 5 dias, ou claritromicina 7,5 mg/kg/dose
frequência respiratória >70 rpm para pacien-
12 em 12 horas, durante 10 dias. Nos menores
tes <12 meses de idade e >50 rpm para crian-
de 2 meses a presença de conjuntivite pode su-
ças maiores;
gerir a etiologia de C. trachomatis e a eritromici-
• dificuldade em respirar (gemência, batimento na é o antibiótico de escolha.5,34
de asas nasais, retrações ou apneia);
Para as crianças com saturação de oxigênio
• aparência tóxica; < 92% em ar ambiente se recomenda oxigenote-
• doenças subjacentes (doença cardiopulmonar, rapia sob cânulas nasais, dispositivo de entrega
síndromes genéticas, distúrbios neurológicos); de alto fluxo, ou máscara facial.26

• complicações (derrame / empiema, pneumonia As PAC que evoluem com complicações serão
necrotizante, abscesso). abordadas em outro documento disponível em:

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Abordagem Diagnóstica e Terapêutica das Pneumonias Adquiridas na Comunidade Não Complicadas

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10
Departamento Científico de Pneumologia (2019-2021) • Sociedade Brasileira de Pediatria

Diretoria Plena (em processo de formação)


Triênio 2022/2024

PRESIDENTE: MEMBROS: DIRETORIA DE PATRIMÔNIO RJ - SOCIEDADE DE PEDIATRIA DO


Clóvis Francisco Constantino (SP) Ricardo Queiroz Gurgel (SE) COORDENAÇÃO: ESTADO DO RIO DE JANEIRO
1º VICE-PRESIDENTE: Paulo César Guimarães (RJ) Claudio Barsanti (SP) Cláudio Hoineff
Edson Ferreira Liberal (RJ) Cléa Rodrigues Leone (SP) Edson Ferreira Liberal (RJ) RN - SOCIEDADE DE PEDIATRIA
Paulo Tadeu de Mattos Prereira Poggiali (MG) Maria Tereza Fonseca da Costa (RJ) DO RIO GRANDE DO NORTE
2º VICE-PRESIDENTE:
Anamaria Cavalcante e Silva (CE) COORDENAÇÃO DO PROGRAMA Paulo Tadeu Falanghe (SP) Manoel Reginaldo Rocha de Holanda
DE REANIMAÇÃO NEONATAL RO - SOCIEDADE DE PEDIATRIA DE
SECRETÁRIO GERAL: MUSEU DA PEDIATRIA
Maria Fernanda Branco de Almeida (SP) RONDÔNIA
Maria Tereza Fonseca da Costa (RJ) (MEMORIAL DA PEDIATRIA BRASILEIRA)
Ruth Guinsburg (SP) Wilmerson Vieira da Silva
1º SECRETÁRIO: COORDENAÇÃO:
COORDENAÇÃO DO CURSO DE RR - SOCIEDADE RORAIMENSE DE PEDIATRIA
Ana Cristina Ribeiro Zöllner (SP) Edson Ferreira Liberal (RJ)
APRIMORAMENTO EM NUTROLOGIA Mareny Damasceno Pereira
2º SECRETÁRIO: MEMBROS:
PEDIÁTRICA (CANP) RS - SOCIEDADE DE PEDIATRIA DO
Rodrigo Aboudib Ferreira (ES) Mario Santoro Junior (SP)
Virgínia Resende Silva Weffort (MG) RIO GRANDE DO SUL
José Hugo de Lins Pessoa (SP)
3º SECRETÁRIO: Sérgio Luis Amantéa
PEDIATRIA PARA FAMÍLIAS Jeferson Pedro Piva (RS)
Claudio Hoineff (RJ) SC - SOCIEDADE CATARINENSE DE PEDIATRIA
Renata Dejtiar Waksman (SP) Nilza Maria Medeiros Perin
DIRETORIA FINANCEIRA: Edson Ferreira Liberal (RJ) REDE DA PEDIATRIA
Sidnei Ferreira (RJ) Nilza Maria Medeiros Perin (SC) COORDENADOR GERAL: SE - SOCIEDADE SERGIPANA DE PEDIATRIA
2ª DIRETORIA FINANCEIRA: Normeide Pedreira dos Santos Franca (BA) Rubem Couto (MT) Ana Jovina Barreto Bispo
Maria Angelica Barcellos Svaiter (RJ) Marcia de Freitas (SP) COORDENADORES: SP - SOCIEDADE DE PEDIATRIA DE
3ª DIRETORIA FINANCEIRA: Nelson Grisard (SC) Anamaria Cavalcante e Silva (CE) SÃO PAULO
Donizetti Dimer Giambernardino (PR) Adelma Alves de Figueiredo (RR) Maria Tereza Fonseca da Costa (RJ) Renata Dejtiar Waksman
PORTAL SBP Luciana Rodrigues Silva (BA) TO - SOCIEDADE TOCANTINENSE
DIRETORIA DE INTEGRAÇÃO REGIONAL Clovis Francisco Constantino (SP) DE PEDIATRIA
Eduardo Jorge da Fonseca Lima (PE) Edson Ferreira Liberal (RJ) AC - SOCIEDADE ACREANA DE PEDIATRA Ana Mackartney de Souza Marinho
Anamaria Cavalcante e Silva (CE) Ana Isabel Coelho Montero
COORDENADORES REGIONAIS Maria Tereza Fonseca da Costa (RJ) AL - SOCIEDADE ALAGOANA DE DEPARTAMENTOS CIENTÍFICOS
NORTE: Ana Cristina Ribeiro Zöllner (SP) PEDIATRIA • Adolescência
Adelma Alves de Figueiredo (RR) Sidnei Ferreira (RJ) Marcos Reis Gonçalves • Aleitamento Materno
NORDESTE: • Alergia
EDITORES DO JORNAL DE PEDIATRIA (JPED) AM - SOCIEDADE AMAZONENSE DE • Bioética
Marynea Silva do Vale (MA) PEDIATRIA
SUDESTE: COORDENAÇÃO: • Cardiologia
Renato Soibelmann Procianoy (RS) Adriana Távora de Albuquerque Taveira • Dermatologia
Marisa Lages Ribeiro (MG) AP - SOCIEDADE AMAPAENSE DE
SUL: MEMBROS: • Emergência
Crésio de Aragão Dantas Alves (BA) PEDIATRIA • Endocrinologia
Cristina Targa Ferreira (RS) Camila dos Santos Salomão
Paulo Augusto Moreira Camargos (MG) • Gastroenterologia
CENTRO-OESTE: João Guilherme Bezerra Alves (PE) BA - SOCIEDADE BAIANA DE PEDIATRIA
Renata Belem Pessoa de Melo Seixas (DF) • Genética
Marco Aurelio Palazzi Safadi (SP) Ana Luiza Velloso da Paz Matos • Hematologia
Magda Lahorgue Nunes (RS) CE - SOCIEDADE CEARENSE DE • Hepatologia
COMISSÃO DE SINDICÂNCIA Giselia Alves Pontes da Silva (PE)
TITULARES: PEDIATRIA • Imunizações
Dirceu Solé (SP) Anamaria Cavalcante e Silva • Imunologia Clínica
Jose Hugo Lins Pessoa (SP) Antonio Jose Ledo Alves da Cunha (RJ)
Marisa Lages Ribeiro (MG) DF - SOCIEDADE DE PEDIATRIA • Infectologia
Marynea Silva do Vale (MA) EDITORES REVISTA RESIDÊNCIA PEDIÁTRICA DO DISTRITO FEDERAL • Medicina da Dor e Cuidados Paliativos
Paulo de Jesus Hartmann Nader (RS) Renata Belém Pessoa de Melo Seixas • Nefrologia
EDITORES CIENTÍFICOS:
Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza (PA) Clémax Couto Sant’Anna (RJ) ES - SOCIEDADE ESPIRITOSSANTENSE • Neonatologia
SUPLENTES: Marilene Augusta Rocha Crispino Santos (RJ) DE PEDIATRIA • Neurologia
Analiria Moraes Pimentel (PE) Roberta Paranhos Fragoso • Nutrologia
EDITORA ADJUNTA: • Oncologia
Dolores Fernanadez Fernandez (BA) Márcia Garcia Alves Galvão (RJ) GO - SOCIEDADE GOIANA DE PEDIATRIA
Rosana Alves (ES) • Otorrinolaringologia
Marise Helena Cardoso Tófoli • Pediatria Ambulatorial
Silvio da Rocha Carvalho (RJ) COORDENAÇÃO DO PRONAP
Fernanda Luísa Ceragioli Oliveira (SP) MA - SOCIEDADE DE PUERICULTURA • Ped. Desenvolvimento e Comportamento
Sulim Abramovici (SP)
Tulio Konstantyner (SP) E PEDIATRIA DO MARANHÃO • Pneumologia
CONSELHO FISCAL Cláudia Bezerra de Almeida (SP) Marynea Silva do Vale • Reumatologia
TITULARES: MG - SOCIEDADE MINEIRA DE PEDIATRIA • Saúde Escolar
COORDENAÇÃO DO TRATADO Cássio da Cunha Ibiapina • Segurança
Clea Rodrigues Leone (SP) DE PEDIATRIA
Licia Maria Oliveira Moreira (BA) MS - SOCIEDADE DE PED. DO MATO • Sono
Clóvis Francisco Constantino (SP) • Suporte Nutricional
Carlindo de Souza Machado e Silva Filho (RJ) Dirceu Sole (SP) GROSSO DO SUL
SUPLENTES: Edson Ferreira Liberal (RJ) Carmen Lúcia de Almeida Santos • Terapia Intensiva
Jocileide Sales Campos (CE) Anamaria Cavalcante e Silva (CE) MT - SOCIEDADE MATOGROSSENSE • Toxicologia e Saúde Ambiental
Ana Marcia Guimaraes Alves (GO) Luciana Rodrigues Silva (BA) DE PEDIATRIA
Gilberto Pascolat (PR) Fábio Ancona Lopez (SP) Paula Helena de Almeida Gattass Bumlai GRUPOS DE TRABALHO
PA - SOCIEDADE PARAENSE DE • Atividade física
DIRETORIA DE DEFESA PROFISSIONAL DIRETORIA DE ENSINO E PESQUISA PEDIATRIA • Cirurgia pediátrica
DIRETOR: Angelica Maria Bicudo (SP) Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza • Criança, adolescente e natureza
Fabio Augusto de Castro Guerra (MG) • Doença inflamatória intestinal
COORDENAÇÃO DE PESQUISA PB - SOCIEDADE PARAIBANA DE • Doenças raras
Cláudio Leone (SP) PEDIATRIA • Drogas e violência na adolescência
DIRETORIA CIENTÍFICA
Maria do Socorro Ferreira Martins • Educação é Saúde
DIRETOR: COORDENAÇÃO DE GRADUAÇÃO
Dirceu Solé (SP) PE - SOCIEDADE DE PEDIATRIA DE • Imunobiológicos em pediatria
COORDENAÇÃO: PERNAMBUCO
DIRETORA ADJUNTA: Rosana Fiorini Puccini (SP) • Metodologia científica
Alexsandra Ferreira da Costa Coelho • Oftalmologia pediátrica
Luciana Rodrigues Silva (BA) MEMBROS:
Rosana Alves (ES) PI - SOCIEDADE DE PEDIATRIA DO PIAUÍ • Ortopedia para o pediatra
DIRETORIA DE CURSOS, EVENTOS Suzy Santana Cavalcante (BA) Anenísia Coelho de Andrade • Pediatria e humanidades
E PROMOÇÕES Ana Lucia Ferreira (RJ) PR - SOCIEDADE PARANAENSE • Políticas públicas para neonatologia
DIRETORA: Silvia Wanick Sarinho (PE) DE PEDIATRIA • Saúde mental
Lilian dos Santos Rodrigues Sadeck (SP) Ana Cristina Ribeiro Zöllner (SP) Victor Horácio de Souza Costa Junior • Saúde digital

www.sbp.com.br

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