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Nº 6,

Departamento Científico de Pneumologia (2019-2021) • Sociedade 19 de Maio


Brasileira de 2021
de Pediatria

Documento Científico
Departamento Científico de
Pneumologia (2019-2021)

Abordagem Diagnóstica e Terapêutica


das Pneumonias Adquiridas
na Comunidade Não Complicadas

Departamento Científico de Pneumologia


Presidente: Maria de Fatima Bazhuni Pombo Sant’Anna
Secretária: Regina Terse Trindade Ramos
Conselho Científico: Carlos Antonio Riedi, Cássio da Cunha Ibiapina,
Débora Carla Chong e Silva, Gilvan da Cruz Barbosa Araujo,
José Dirceu Ribeiro, Patricia Gomes de Matos Bezerra

em crianças não hospitalizadas no último mês,


Introdução
portanto não colonizadas por germes hospitala-
res e, sim, por aqueles provenientes do meio do-
miciliar, escolar e comunitário1-3. É a causa mais
Pneumonia é uma palavra grega que significa
comum de morbidade e mortalidade em bebês e
“inflamação dos pulmões”1. Trata-se de doença
crianças menores de cinco anos em todo o mun-
do trato respiratório inferior geralmente cau-
do3. Entretanto, intervenções, incluindo medidas
sada por um agente infeccioso (raramente por
preventivas, como as vacinas conjugadas contra
agentes não infecciosos) e que resulta em infla-
Haemophilus influenza tipo b e pneumococo, e
mação dos tecidos de um ou de ambos os pul-
estratégias de condução terapêutica, como as di-
mões, e que traduz uma resposta do hospedeiro
retrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS)
ao agente agressor.
para o Manejo Integrado de Doenças Prevalentes
O termo “Pneumonia adquirida na comuni- na Infância (AIDPI), causaram declínio constante
dade (PAC)” refere-se à pneumonia que ocorre na incidência e mortalidade por pneumonia4.

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Abordagem Diagnóstica e Terapêutica das Pneumonias Adquiridas na Comunidade Não Complicadas

Apesar desses esforços, em 2015, houve uma pidez vírus já conhecidos e novos vírus ou vírus
estimativa de 921 mil mortes por PAC na infân- emergentes (como é o caso do Metapneumo-
cia e, em 2017, 800.000 crianças com menos de vírus e Bocavírus). O VSR é o agente mais en-
cinco anos de idade, a maioria delas em países contrado em menores de cinco anos. Dentre as
de baixa e média renda, morreram em decorrên- bactérias, podemos citar Streptococcus pneumo-
cia de uma infecção respiratória baixa4,5. A PAC niae (pneumococo), Haemophilus influenzae e
impõe carga substancial aos serviços de saúde e Staphylococcus aureus (S. aureus)2.
é uma das principais causas de encaminhamen-
to e internação hospitalar. No Brasil, em 2017,
1.117.779 internações hospitalares ocorreram
em crianças menores de cinco anos e a doen- Dianóstico
ça respiratória foi a causa mais frequente de
hospitalização (351.763; 31,5%), complicações
O quadro clínico da pneumonia é variado e
perinatais (277.212; 23,5%) e doenças infeccio-
inespecífico; poderá ser sutil dependendo de
sas/parasitárias (163.958;14,7%)5.
vários fatores, incluindo os agentes etiológicos,
Vários agentes etiológicos, principalmente idade da criança, tamanho do inóculo e resposta
vírus e bactérias, causam infecção de via aérea imunológica do indivíduo. Febre de início agudo,
inferior (IVAI) em bebês e crianças. A verdadei- taquipneia e tosse constituem o quadro clínico
ra prevalência dos patógenos que causam IVAI é clássico. A febre pode estar ausente em bebês
incerta porque a etiologia microbiana é determi- muito pequenos com infecção por C. trachoma-
nada com pouca frequência, devido à dificuldade tis, B. pertussis ou Ureaplasma. As crianças po-
em diferenciar a infecção da colonização e, à falta dem manifestar apenas diminuição do apetite
de testes laboratoriais diagnósticos confiáveis. e agitação e os menores de cinco anos de idade
Os agentes etiológicos que causam pneumonia costumam ter pródromos de febre baixa e rinor-
variam com a idade, doenças subjacentes, matu- reia, devido a uma infeção viral prévia das vias
ridade, condição do sistema imunológico, além aéreas superiores, antes de apresentar sintomas
das estações do ano (sazonalidade)2,3. Trabalhos do trato respiratório inferior. As crianças mais
realizados com população pediátrica objetivan- velhas podem referir dor torácica tipo pleural
do identificar microrganismos associados à PAC, ou rigidez da nuca (cada uma delas relaciona-
descreveram predomínio da etiologia viral além da ao envolvimento do lobo)3. Outros sinais de
de forte associação à PAC. No Brasil, dois estudos PAC que indicam gravidade e necessidade de in-
investigaram exaustivamente a etiologia da PAC, ternação são: saturação de oxigênio menor que
quando os vírus foram os agentes etiológicos 92%; abolição do murmúrio vesicular, com pos-
mais frequentemente encontrados. sibilidade ou confirmação radiológica de compli-
cações, como derrame pleural (DP) e empiema;
Os vírus respiratórios têm sido cada vez mais desnutrição grave; sonolência; rebaixamento do
implicados na etiologia da PAC na infância, jun- nível de consciência e recusa alimentar2,6.
tamente com o reconhecimento de que as in-
A OMS desenvolveu orientações de trata-
fecções virais foram mais frequentes do que as
mento que permitem identificar crianças com
bacterianas, mesmo em países em desenvolvi-
pneumonia baseadas somente em sinais clíni-
mento5. Em todas as idades os vírus têm papel
cos. São sinais altamente sensíveis, mas menos
importante, sendo o vírus sincicial respiratório
específicos4.
(VSR) o mais frequente. A instituição do teste
diagnóstico da reação em cadeia da polimerase As PAC também podem ser classificadas de
(PCR) possibilitou esclarecer o papel dos vírus acordo com a idade. Crianças menores de dois
nas infecções respiratórias agudas da infância, meses que, além de tosse e da dificuldade respi-
permitindo identificar com mais facilidade e ra- ratória, apresentem frequência respiratória (FR)

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elevada (≥ 60), com ou sem tiragem subcostal, retrações) foram os sinais mais associados à PAC,
devem ser consideradas como pacientes com enquanto que a saturação de oxigênio > 96%
pneumonia grave e internadas para tratamento diminuiu a probabilidade de PAC e a presença
hospitalar. Os pacientes maiores de dois meses de taquipneia (frequência respiratória > 40 res-
são separados em dois grupos: a) pneumonia pirações/min) não foi fortemente associada ao
(apenas FR aumentada para a idade) que reque- diagnóstico de PAC5.
rem tratamento ambulatorial com antibioticote-
rapia; b) pneumonia grave (FR aumentada com Doenças como asma, bronquiolite, sibilância
presença de tiragem subcostal) – que devem ser induzida por vírus podem causar taquipneia e
encaminhados para internação hospitalar2,7,8. devem ser tratadas com broncodilatador antes
da classificação do paciente em relação à PAC.
O diagnóstico de PAC é eminentemente clíni- Assim evita-se superprescrição de antibióticos
co. Nascimento-Carvalho em revisão sistemática e subdiagnóstico da doença obstrutiva da via
que envolveu crianças menores de cinco anos de aérea inferior4.
idade avaliou a acurácia dos sintomas e achados
do exame físico para identificar crianças com Ardura-Garcia & Kuehni propõem, um algorit-
pneumonia no estudo radiológico e identificou mo para avaliar a criança com tosse e/ou dificul-
que a presença de hipoxemia moderada (satura- dade para respirar, que reforça o tratamento da
ção de oxigênio ≤96%) e o aumento do esforço sibilância com a avaliação da resposta a bronco-
respiratório (grunhidos, abertura das narinas e dilatadores (Figura 1)4.

Figura 1. Conduta em crianças de 2 meses a 5 anos com tosse e dificuldade para respirar.

Crianças de 2 meses a 5 anos com tosse e dificuldade para respirar

Melhora NÃO
BDL de ação rápida - Sinais de
asma viral Alta com BDL
3 vezes (15/15 min) perigo
ou sibilância ação rápida

Sibilos
SIM
INTERNAÇÃO

Sem melhora
Tosse e/ou dificuldade
respiratória

Alta com sintomáticos/


Tosse; resfriado
orientação

Respiração rápida
Sem sibilos Amoxcilina / orientação
ou dificil: PNEUMONIA

Sinais de perigo Primeira dose


Doença GRAVE ou de antibiótico;
MUITO GRAVE terapia de suporte

Avaliar outra
Ardura-Garcia C, Kuehni CE.
doença grave ERJ. 2019;54: 1900987.

BDL - broncodilatador
Fonte: Adaptado de4

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Abordagem Diagnóstica e Terapêutica das Pneumonias Adquiridas na Comunidade Não Complicadas

toriais para o diagnóstico de PAC em crianças


Exames Complementares
utilizaram diferentes formas ou padrões de ava-
liação e em função disso, esses testes apresen-
A avaliação laboratorial de crianças com PAC taram resultados divergentes. Esses achados re-
não deve, preferencialmente, ser invasiva. Os alçam a importância de identificar padrões para
exames laboratoriais se aplicam, basicamente, a o diagnóstico de PAC bacteriana em crianças14.
pacientes internados, isto é, com PAC grave, não
necessariamente complicada.

Testes rápidos, à beira do leito, como swab de


nasofaringe para vírus respiratórios, devem ser o Testes Diagnósticos
procedimento inicial quando disponíveis e indi-
cados. Isso pode reduzir o uso desnecessário de a) Hemograma: pode ser útil na avaliação de pa-
métodos de imagem e de antimicrobianos. Crian- cientes internados. É pouco específico para o
ças com doença grave e aspecto tóxico, devem diagnóstico de PAC, mas seu resultado pode
realizar hemograma, eletrólitos, testes de função influenciar a decisão do uso de antimicrobia-
hepática, renal, hemocultura e exames de acordo no em crianças doentes. Embora geralmente
com critérios clínicos9. Esses testes geralmente ocorra leucocitose nos casos de pneumonia
não são necessários para crianças com formas bacteriana, sua intensidade não diferencia PAC
leves. Marcadores inflamatórios não são capazes bacteriana e viral15. Anemia ou plaquetopenia
de diferençar entre pneumonia viral e bacteriana pode orientar outras intervenções ou sugerir
em crianças10. Entretanto, podem ser utilizados a hipótese de síndrome hemolítico-urêmica
durante a evolução da doença e servem como como complicação de PAC por pneumococo.
marcadores prognósticos. Crianças que moram
b) Provas de atividade inflamatória: Hemogra-
em áreas endêmicas de tuberculose ou que têm
ma com contagem diferencial, VHS, proteína C
história de exposição a adulto com tuberculose
reativa (PCR) e procalcitonina (PCT), esta con-
devem avaliadas para essa possibilidade.
siderada um marcador sensível para infecção
Não há orientações claras sobre o uso de ra- bacteriana, não diferenciam PAC viral de bac-
diografia de tórax em crianças. Embora esse tipo teriana de forma segura. Valores elevados de
de procedimento seja útil para a confirmação PCT onde há identificação viral podem sugerir
diagnóstica de PAC, expõe a criança à radiação, coinfecção bacteriana. Durante o tratamento
tem custo para o sistema de saúde, pode levar a da PAC, a melhora dos valores de PCT pode
resultados falso-negativos e, consequentemen- ser marcador objetivo de melhora, especial-
te, ao uso desnecessário de antimicrobianos11. mente nos casos complicados15.
O uso de imagem deveria ser restrito a casos
A PCT e a PCR têm demonstrado algum valor
mais graves, doença de evolução prolongada ou
na identificação de infecções bacterianas16,
recorrente apesar do tratamento, suspeita de
mas ainda não foi estabelecido um ponto de
aspiração de corpo estranho ou malformações
corte clínico relevante para seu uso17. A PCT
congênitas. O uso de imagem também pode ser
sérica não deve ser realizada de rotina. En-
considerado em crianças abaixo de cinco anos,
tretanto, pode ser útil para diferenciar a etio-
que apresentam febre, leucocitose sem causa
logia e a gravidade da PAC quando utilizada
aparente. Para os casos que não apresentam boa
junto com dados epidemiológicos e outros
evolução em doenças de vias aéreas superiores
testes diagnósticos. Níveis de PCT < 0,25 ng/
ou nos casos de pneumonia redonda, o uso de
mL estão associados à baixa probabilidade
métodos de imagem é recomendado12,13.
de PAC bacteriana ou PAC de menor gravida-
Estudos que avaliaram o rigor, a exatidão do de. PCT < 0,1 ng/mL tem alto valor preditivo
diagnóstico clínico, radiológico e testes labora- negativo e exclui PAC bacteriana18. Estudo

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brasileiro descreveu que a PCT sérica abai- a etiologia ainda que essa forma não tenha
xo de 0,25 ng/dL em pacientes hospitaliza- precisão diagnóstica para definir o trata-
dos apresentou alto valor preditivo negativo mento. Lynch e colaboradores avaliaram em
(93%; IC95%: 90-99%) para infecção pneu- revisão sistemática estudos com o objetivo
mocócica (mesmo para crianças com altera- de definir critérios, testes para o diagnósti-
ção radiológica) o que pode ser útil para evi- co de PAC bacteriana na infância. Seu artigo
tar o uso indevido de antimicrobianos19. Até intitulado “quando o ouro é bronze”, discute
o momento, há escassez dessas informações que trabalhos estudaram aspectos clínicos,
em crianças não hospitalizadas. Sem dúvida, radiológicos e laboratoriais para a avaliação
a identificação e validação de ferramentas de PAC bacteriana, quais apresentam diferen-
para distinguir com segurança em crianças tes critérios e que testes não são precisos.
com PAC aquelas com infecção viral daquelas Estes achados ressaltam a necessidade de se
com infecção bacteriana é uma prioridade no identificar um padrão ouro aceitável para o
campo de pesquisa da PAC na infância5. diagnóstico de PAC bacteriana em crianças14.

c) Hemocultura: não deve ser realizada de roti- O uso de imagem radiológica no atendimento
na a menos que o paciente não apresente boa de crianças com IRA do trato respiratório in-
evolução com o tratamento antimicrobiano; ferior em unidade de emergência determinou
em pacientes que vão internar deve ser reali- mudanças no diagnóstico, no uso de antimi-
zada e colhida de forma adequada20. crobianos, mas não na taxa de admissão hos-
pitalar. Essas informações foram menos úteis
d) Pesquisa viral: testes para Influenza e outros
quando na história e no exame físico havia
vírus respiratórios devem fazer parte da avalia-
achados consistentes com PAC. A radiografia
ção de crianças com PAC se disponíveis, assim
de tórax não é útil em pacientes com PAC em
como reação em cadeia da polimerase (RCP)
nível ambulatorial15. Infiltrados radiológicos
multiplex em aspirado de nasofaringe; esses
são relatados em 5% a 19% de crianças com
exames ajudam identificar as PAC de etiologia
febre sem taquipneia e hipoxemia, angústia
viral e reduzem o uso de antimicrobianos.
respiratória ou sinais de infecções de vias
e) Sorologia: pode ser útil para agentes com aéreas inferiores; esse achado tem sido deno-
M. pneumoniae e C. pneumoniae e pneumoco- minado de pneumonia oculta. Por outro lado,
co, mas títulos pareados (fase aguda e conva- a radiografia de tórax deve ser solicitado em
lescença) são necessários e têm pouca utili- crianças com febre prolongada e tosse, mes-
dade, pois o diagnóstico é realizado de forma mo na ausência de taquipneia e angústia res-
retrospectiva. RCP é útil em pesquisas, entre- piratória.15
tanto não diferencia a condição de portador e Crianças com sinais e sintomas sugestivos de
de doença. PAC sem indicação de internação não neces-
f) Radiografia de tórax: não está indicada para sitam realizar radiografia de tórax de rotina
a avaliação de pacientes em tratamento am- devido a baixa concordância entre os sinais
bulatorial; deve ser realizada em pacientes clínicos e as alterações radiográficas22-24.
com hipoxemia/hipóxia, com esforço respira- A radiografia obtida em incidência lateral ge-
tório, assim como para os que não apresen- ralmente não é necessária na PAC e a imagem
tam boa resposta ao tratamento para avaliar radiológica não é suficiente para definir o
complicações21. agente etiológico22.

A radiografia de tórax não tem precisão para


definir a etiologia das PAC e não separa os Recomendações
quadros bacterianos daqueles não bacte- • Radiografia de tórax não deve ser considerada
rianos. Em geral, utiliza-se uma combinação de rotina na investigação de PAC, sem necessi-
de achados como padrão ouro para definir dade de internação.

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• Radiografia de tórax com incidência lateral não valorizar os critérios diagnósticos discutidos e
deve ser realizada de rotina. excluir os diagnósticos diferenciais. Na presen-
• Radiografias para avaliar a evolução não devem ça de sibilância associada à taquipneia quadros
ser realizadas naqueles pacientes com melho- como pneumonia viral, bronquiolite e crise de
ra clínica; no entanto podem ser consideradas asma devem ser lembrados.25,26
nos casos de pneumonia redonda, colapso, Segundo: pensar nos fatores de risco para
pneumonia recorrente localizada ou sintomas quadros de evolução desfavorável: desnutrição,
persistentes. comorbidades, baixa idade no momento da do-
• Reagentes da fase aguda não apresentam utili- ença, baixas condições socioeconômicas - baixo
dade clínica para distinguir PAC viral de bacte- nível de escolaridade dos pais, renda familiar na
riana e não deveriam ser realizados de rotina. linha da pobreza, condições sanitárias e de higie-
• Investigação microbiológica não deve ser roti- ne precárias - baixa cobertura vacinal, desmame
na para PAC de tratamento ambulatorial. Mé- precoce e poluentes intradomiciliares, são fato-
todos de microbiologia incluem: hemocultura, res de risco relacionados a quadros de pneumo-
e imunofluorescência em secreções de nasofa- nia graves e potencialmente fatais.27,28
ringe e/ou swab oral. Sorologia, sorologia pare- Terceiro: iniciar imediatamente o tratamen-
ada (fixação complemento) para vírus e Myco- to com antibiótico ao nível domiciliar ou hospi-
plasma e Chlamydia tem pouca utilidade, pois talar.27-29
o diagnóstico é retrospectivo.
Quarto: garantir consulta de reavaliação
• Antígenos urinários para detecção de pneumo-
após 48 a 72 horas do início do tratamento ou a
cocos não devem ser realizados.
qualquer momento se houver piora clínica para
Por causa da grande carga da pneumonia na toda criança em tratamento domiciliar25.
saúde e mortalidade infantis o manejo ideal da
Quinto: incentivar a prevenção: aleitamen-
pneumonia é um “tema provocador “. O manejo
to materno exclusivo nos primeiros meses de
ideal compreende desde acesso facilitado aos
vida, eliminação do tabagismo passivo, orien-
serviços de saúde, um diagnóstico adequado e
tação quanto a noções de higiene (ex: lavagem
a instituição de terapia antimicrobiana barata e
das mãos) e à vacinação contra agentes impor-
facilmente disponível. Isso leva à rápida resolu-
tantes, como o pneumococo e o vírus da influen-
ção dos sintomas na maioria das crianças com
za.25,26,27,28,29
pneumonia, mas, a resistência a antimicrobia-
nos deverá ser evitada. A seguir, serão descritas
as evidências disponíveis para o terapêutico Tratamento Farmacológico
da PAC em crianças saudáveis além do período
neonatal. Ambulatorial

A criança sem sinais de gravidade e com boas


condições clínicas deve ser tratada em seu do-
micílio. A antibioticoterapia baseia-se no conhe-
Tratamento cimento dos principais agentes infecciosos em
cada faixa etária, situação clínica e região. Esta
Quanto à abordagem das pneumonias co- escolha é empírica inicialmente, pois o isola-
munitárias não complicadas, uma reflexão siste- mento do agente infeccioso nem sempre é rea-
matizada da conduta é importante e organiza o lizado e pode demorar.5,25
atendimento do pediatra.
A amoxicilina administrada por via oral é a
Primeiro: lembrar da alta prevalência da primeira opção terapêutica no tratamento am-
PAC em crianças abaixo dos cinco anos de idade, bulatorial das PAC, sendo recomendada para

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crianças de dois meses a cinco anos. Esta esco- Quando a criança não mostra sinais de me-
lha apresenta-se como consenso na maior parte lhora após 48 a 72 horas de tratamento da PAC
dos estudos, uma vez que o pneumococo é apon- não complicada com amoxicilina, caracteriza-se
tado com o agente principal das PAC nesta faixa a falha terapêutica aos antibióticos convencio-
etária.5,25 nais32. Neste caso, o clínico precisa estar atento,
rever sistematicamente condições associadas e
A dose recomendada, baseado em estudos
tomar a decisão sobre aprofundar a investigação
clínicos com método adequado realizados no
e substituir o tratamento. Ver quadro 1.33
Brasil, é de 50 mg/kg/dia, podendo considerar
intervalos de 8 em 8 horas ou 12 em 12 horas,
máximo de 4g/dia, mostrando haver equivalên- Quadro 1. Causas frequentes de falha terapêutica no
tratamento das PAC
cia na resposta clínica entre os esquemas tera-
pêuticos.5,30
Presença de derrame / empiema pleural,
1
pneumonia necrosante e abcesso pulmonar
Outra questão importante é o tempo de uso
da amoxicilina. Estudos realizados no mundo Outros agentes que não os esperados:
todo têm demonstrado que esquemas com me- vírus, bactérias atípicas, considerar
2
nor duração podem ser eficazes.5,31 Ensaio clínico possibilidade de primeira manifestação da
tuberculose
com crianças menores de cinco anos, com diag-
nóstico clínico de PAC não complicada, descar- Não cumprimento do tratamento
tando diagnósticos de confusão como quadros 3 antibiótico proposto (doses, intervalos e
virais, mostraram igual eficiência no tratamento tempo de uso)
de cinco e de 10 dias com amoxicilina oral.5,31 Doença de base do paciente:
Até o momento as diretrizes nacionais sugerem 4 imunossupressão, fibrose cística (FC), asma,
o tratamento de sete dias.1 Vale ressaltar que desnutrição, bronquiectasias não FC
esquemas mais curtos de tratamento podem ser
Ocorrência de quadros diferenciais:
considerados em crianças sem gravidade, uma aspiração de corpo estranho, malformações
vez que se mostraram eficazes e, em teoria, tem 5
pulmonares (ex.: sequestro pulmonar),
melhor adesão e menos efeitos adversos.5,31 hérnia diafragmática

Para crianças com reações de hipersensibili-


dade não do tipo 1 (não mediadas por IgE) à pe-
Na suspeita de infecção pelo M. pneumoniae
nicilina, cefalosporinas de segunda ou terceira
ou C. pneumonia é recomendado acrescentar o
geração (cefuroxima ou ceftriaxona) podem ser
macrolídeo à amoxicilina ou substituí-la pelo
utilizadas. Para crianças com reações de hiper-
macrolídeo.5,33
sensibilidade tipo 1 (mediadas por IgE) reco-
menda-se, clindamicina ou um macrolídeo.32 Por outro lado, nas situações em que há falha
terapêutica e haja a possibilidade da infecção
O tratamento com macrolídeos em crian-
ser causada pelo pneumococo ou S. aureus resis-
ças maiores de cinco anos não tem se mostra-
tente à penicilina (meticilino sensível ou resis-
do mais eficaz que o tratamento convencional
tente), a orientação é substituir o antibiótico por
com amoxicilina, sendo indicado apenas quan-
clindamicina ou linezolida.32
do há suspeita clínica de pneumonia atípica.1,6,10
As opções medicamentosas são: eritromicina Caso a criança apresente melhora clínica com
(40 mg/kg/dia de 6 em 6 horas, máximo 2 g/dia, as substituições dos antibióticos, o novo trata-
durante sete a 10 dias; claritromicina (15 mg/kg/ mento deve ser mantido até completar sete dias.
dia de 12 em 12 horas, máximo 1 g/dia, duran- Porém, se a criança estiver pior ou com quadro
te sete a 10 dias; ou azitromicina (10mg/kg/dia clínico inalterado, deve-se avaliar indicação de
dose única ao dia, durante 5 dias).5,25,33 internação hospitalar.25,32

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Tratamento de suporte ambulatorial septicemia ou pneumonia complicada, recomen-


da-se antibióticos intravenosos.5,25
Cuidadores e familiares devem ser orienta-
dos quanto ao controle da febre e da dor, manu- Crianças de áreas com resistência mínima à
tenção de hidratação e alimentação adequadas, penicilina, como no nosso meio, devem ser tra-
identificação de sinais de piora clínica, e quanto tadas com ampicilina intravenosa na dose de 50
ao retorno para reavaliação em 48 a 72 horas.25 mg/kg/dose de 6 em 6 horas, ou com penicilina
cristalina 150.000 UI/Kg/dia de 6 em 6 horas.5,25

Tratamento hospitalar A associação de amoxicilina com inibidores


de beta-lactamase, como o clavulanato ou o sul-
A decisão de hospitalizar uma criança com bactam, ou a cefuroxima podem ser utilizadas
PAC deve ser individualizada com base na idade, como segunda opção por via oral ou intravenosa,
condições clínicas subjacentes e fatores clínicos em doses habituais. Outras opções são ceftria-
que conferem gravidade à doença.25 xona ou a cefotaxima para crianças gravemente
doentes, não totalmente imunizadas contra o
A internação hospitalar é recomendada quan-
pneumococo ou infectadas pelo HIV.32
do houver:5,25,32

• hipoxemia (saturação de oxigênio < 92% em ar Para os lactentes menores de dois meses, a
ambiente), gentamicina na dose 7,5 mg/kg/dia de 12 em
12 horas deve ser associada à penicilina crista-
• desidratação ou incapacidade de manter a hi-
lina ou ampicilina. Nesta faixa etária as cefalos-
dratação ou alimentação por via oral,
porinas podem ser consideradas em substituição
• desconforto respiratório moderado a grave: à gentamicina, lembrando que a escolha é pela
FR >70 rpm para pacientes menores de 12 me- cefotaxima, uma vez que a ceftriaxona, por ligar-
ses de idade e >50 rpm para crianças maiores, -se à albumina sérica, disponibiliza a bilirrubina
• dificuldade em respirar (gemência, batimento e aumenta a chance de kernicterus nos lactentes
de asas nasais, retrações ou apneia), desta idade.5,32

• aparência tóxica, Na suspeita de pneumonia atípica recomen-


da-se a azitromicina 10mg/kg/dia dose única
• doenças subjacentes (doença cardiopulmonar,
durante cinco dias, ou claritromicina 7,5 mg/kg/
síndromes genéticas, distúrbios neurológicos),
dose 12 em 12 horas, durante 10 dias. Nos me-
• complicações (derrame / empiema, pneumonia nores de dois meses a presença de conjuntivite
necrotizante, abscesso). pode sugerir a etiologia de C. trachomatis e a eri-
tromicina é a antibiótico de escolha.5,33
Os antibióticos orais são seguros e eficazes,
mesmo para PAC grave.5 A amoxicilina continua Para as crianças com saturação de oxigênio
sendo a primeira opção terapêutica por via oral < 92% em ar ambiente se recomenda oxigenote-
na dose de 50 mg/kg/dia de 8 em 8 ou de 12 em rapia sob cânulas nasais, dispositivo de entrega
12 horas, durante sete dias.5,25 de alto fluxo, ou máscara facial.25

Caso a criança seja incapaz de aceitar fluidos As PAC que evoluem com complicações serão
ou antibióticos orais e/ou apresentar sinais de abordadas em outro documento.

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Abordagem Diagnóstica e Terapêutica das Pneumonias Adquiridas na Comunidade Não Complicadas

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Departamento Científico de Pneumologia (2019-2021) • Sociedade Brasileira de Pediatria

Diretoria
Triênio 2019/2021

PRESIDENTE: Grant Wall Barbosa de Carvalho Filho (RJ) Magda Lahorgue Nunes (RS) DF - SOCIEDADE DE PEDIATRIA DO DISTRITO FEDERAL:
Luciana Rodrigues Silva (BA) Sidnei Ferreira (RJ) Gisélia Alves Pontes da Silva (PE) Dennis Alexander Rabelo Burns
1º VICE-PRESIDENTE: Silvio Rocha Carvalho (RJ) Dirceu Solé (SP) ES - SOCIEDADE ESPIRITOSSANTENSE DE PEDIATRIA:
Clóvis Francisco Constantino (SP) Antônio Jose Ledo Alves da Cunha (RJ) Roberta Paranhos Fragoso
COMISSÃO EXECUTIVA DO EXAME PARA GO - SOCIEDADE GOIANA DE PEDIATRIA:
2º VICE-PRESIDENTE: OBTENÇÃO DO TÍTULO DE ESPECIALISTA EDITORES REVISTA RESIDÊNCIA PEDIÁTRICA
Edson Ferreira Liberal (RJ) EM PEDIATRIA AVALIAÇÃO SERIADA Clemax Couto Sant’Anna (RJ) Marise Helena Cardoso Tófoli
COORDENAÇÃO: Marilene Augusta Rocha Crispino Santos (RJ) MA - SOCIEDADE DE PUERICULTURA E PEDIATRIA
SECRETÁRIO GERAL: Eduardo Jorge da Fonseca Lima (PE) DO MARANHÃO:
Sidnei Ferreira (RJ) EDITORA ADJUNTA:
Victor Horácio de Souza Costa Junior (PR) Márcia Garcia Alves Galvão (RJ) Marynea Silva do Vale
1º SECRETÁRIO: MEMBROS: MG - SOCIEDADE MINEIRA DE PEDIATRIA:
Ana Cristina Ribeiro Zöllner (SP) Henrique Mochida Takase (SP) CONSELHO EDITORIAL EXECUTIVO: Cássio da Cunha Ibiapina
2º SECRETÁRIO: João Carlos Batista Santana (RS) Sidnei Ferreira (RJ) MS - SOCIEDADE DE PED. DO MATO GROSSO DO SUL:
Paulo de Jesus Hartmann Nader (RS) Luciana Cordeiro Souza (PE) Isabel Rey Madeira (RJ) Carmen Lucia de Almeida Santos
Luciano Amedée Péret Filho (MG) Mariana Tschoepke Aires (RJ) MT - SOCIEDADE MATOGROSSENSE DE PEDIATRIA:
3º SECRETÁRIO: Mara Morelo Rocha Felix (RJ) Maria de Fatima Bazhuni Pombo Sant’Anna (RJ)
Virgínia Resende Silva Weffort (MG) Paula Helena de Almeida Gatass Bumlai
Marilucia Rocha de Almeida Picanço (DF) Silvio da Rocha Carvalho (RJ)
Vera Hermina Kalika Koch (SP) Rafaela Baroni Aurílio (RJ) PA - SOCIEDADE PARAENSE DE PEDIATRIA:
DIRETORIA FINANCEIRA: Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza
Maria Tereza Fonseca da Costa (RJ) Leonardo Rodrigues Campos (RJ)
DIRETORIA DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS Álvaro Jorge Madeiro Leite (CE) PB - SOCIEDADE PARAIBANA DE PEDIATRIA:
2ª DIRETORIA FINANCEIRA: Nelson Augusto Rosário Filho (PR) Eduardo Jorge da Fonseca Lima (PE) Leonardo Cabral Cavalcante
Cláudio Hoineff (RJ) Sergio Augusto Cabral (RJ) Marcia C. Bellotti de Oliveira (RJ) PE - SOCIEDADE DE PEDIATRIA DE PERNAMBUCO:
3ª DIRETORIA FINANCEIRA: Katia Galeão Brandt
Hans Walter Ferreira Greve (BA) REPRESENTANTE NA AMÉRICA LATINA CONSULTORIA EDITORIAL: PI - SOCIEDADE DE PEDIATRIA DO PIAUÍ:
Ricardo do Rego Barros (RJ) Ana Cristina Ribeiro Zöllner (SP) Anenisia Coelho de Andrade
DIRETORIA DE INTEGRAÇÃO REGIONAL Fábio Ancona Lopez (SP)
Fernando Antônio Castro Barreiro (BA) DIRETORIA DE DEFESA DA PEDIATRIA Dirceu Solé (SP) PR - SOCIEDADE PARANAENSE DE PEDIATRIA:
COORDENAÇÃO: Joel Alves Lamounier (MG) Kerstin Taniguchi Abagge
COORDENADORES REGIONAIS Fabio Augusto de Castro Guerra (MG) RJ - SOCIEDADE DE PEDIATRIA DO ESTADO
NORTE: EDITORES ASSOCIADOS: DO RIO DE JANEIRO:
Bruno Acatauassu Paes Barreto (PA) MEMBROS:
Gilberto Pascolat (PR) Danilo Blank (RS) Katia Telles Nogueira
Adelma Alves de Figueiredo (RR) Paulo Roberto Antonacci Carvalho (RJ) RN - SOCIEDADE DE PEDIATRIA RIO GRANDE
Paulo Tadeu Falanghe (SP)
NORDESTE: Cláudio Orestes Britto Filho (PB) Renata Dejtiar Waksman (SP) DO NORTE:
Anamaria Cavalcante e Silva (CE) João Cândido de Souza Borges (CE) Katia Correia Lima
Eduardo Jorge da Fonseca Lima (PE) Anenisia Coelho de Andrade (PI) COORDENAÇÃO DO PRONAP
Fernanda Luísa Ceragioli Oliveira (SP) RO - SOCIEDADE DE PEDIATRIA DE RONDÔNIA:
SUDESTE: Isabel Rey Madeira (RJ) Wilmerson Vieira da Silva
Rodrigo Aboudib Ferreira Pinto (ES) Donizetti Dimer Giamberardino Filho (PR) Tulio Konstantyner (SP)
Cláudia Bezerra de Almeida (SP) RR - SOCIEDADE RORAIMENSE DE PEDIATRIA:
Isabel Rey Madeira (RJ) Jocileide Sales Campos (CE) Mareny Damasceno Pereira
SUL: Maria Nazareth Ramos Silva (RJ) COORDENAÇÃO DO TRATADO DE PEDIATRIA RS - SOCIEDADE DE PEDIATRIA DO RIO GRANDE DO SUL:
Darci Vieira Silva Bonetto (PR) Gloria Tereza Lima Barreto Lopes (SE) Luciana Rodrigues Silva (BA) Sérgio Luis Amantea
Helena Maria Correa de Souza Vieira (SC) Corina Maria Nina Viana Batista (AM) Fábio Ancona Lopez (SP) SC - SOCIEDADE CATARINENSE DE PEDIATRIA:
CENTRO-OESTE: Rosamaria Medeiros e Silva
Regina Maria Santos Marques (GO) DIRETORIA DOS DEPARTAMENTOS CIENTÍFICOS E DIRETORIA DE ENSINO E PESQUISA
Natasha Slhessarenko Fraife Barreto (MT) COORDENAÇÃO DE DOCUMENTOS CIENTÍFICOS Joel Alves Lamounier (MG) SE - SOCIEDADE SERGIPANA DE PEDIATRIA:
Dirceu Solé (SP) Ana Jovina Barreto Bispo
COMISSÃO DE SINDICÂNCIA COORDENAÇÃO DE PESQUISA SP - SOCIEDADE DE PEDIATRIA DE SÃO PAULO:
TITULARES: DIRETORIA-ADJUNTA DOS DEPARTAMENTOS Cláudio Leone (SP) Sulim Abramovici
Gilberto Pascolat (PR) CIENTÍFICOS
Emanuel Savio Cavalcanti Sarinho (PE) TO - SOCIEDADE TOCANTINENSE DE PEDIATRIA:
Aníbal Augusto Gaudêncio de Melo (PE) COORDENAÇÃO DE GRADUAÇÃO Elaine Carneiro Lobo
Maria Sidneuma de Melo Ventura (CE) COORDENAÇÃO:
Isabel Rey Madeira (RJ) DOCUMENTOS CIENTÍFICOS Rosana Fiorini Puccini (SP)
Luciana Rodrigues Silva (BA) DIRETORIA DE PATRIMÔNIO COORDENAÇÃO:
SUPLENTES: Dirceu Solé (SP) MEMBROS: Fernando Antônio Castro Barreiro (BA)
Paulo Tadeu Falanghe (SP) Emanuel Sávio Cavalcanti Sarinho (PE) Rosana Alves (ES) Cláudio Barsanti (SP)
Tânia Denise Resener (RS) Joel Alves Lamounier (MG) Suzy Santana Cavalcante (BA) Edson Ferreira Liberal (RJ)
João Coriolano Rego Barros (SP) Angélica Maria Bicudo-Zeferino (SP) Sergio Antônio Bastos Sarrubo (SP)
Marisa Lopes Miranda (SP) DIRETORIA DE CURSOS, EVENTOS E PROMOÇÕES Silvia Wanick Sarinho (PE) Maria Tereza Fonseca da Costa (RJ)
Joaquim João Caetano Menezes (SP) Lilian dos Santos Rodrigues Sadeck (SP) COORDENAÇÃO DE RESIDÊNCIA E ESTÁGIOS ACADEMIA BRASILEIRA DE PEDIATRIA
CONSELHO FISCAL MEMBROS: EM PEDIATRIA PRESIDENTE:
TITULARES: Ricardo Queiroz Gurgel (SE) COORDENAÇÃO: Mario Santoro Júnior (SP)
Núbia Mendonça (SE) Paulo César Guimarães (RJ) Ana Cristina Ribeiro Zöllner (SP)
Cléa Rodrigues Leone (SP) VICE-PRESIDENTE:
Nelson Grisard (SC) MEMBROS: Luiz Eduardo Vaz Miranda (RJ)
Antônio Márcio Junqueira Lisboa (DF) COORDENAÇÃO DO PROGRAMA DE REANIMAÇÃO Eduardo Jorge da Fonseca Lima (PE) SECRETÁRIO GERAL:
SUPLENTES: NEONATAL Fátima Maria Lindoso da Silva Lima (GO) Jefferson Pedro Piva (RS)
Adelma Alves de Figueiredo (RR) Maria Fernanda Branco de Almeida (SP) Paulo de Jesus Hartmann Nader (RS)
Victor Horácio da Costa Junior (PR) DIRETORA DE COMUNICAÇÃO
João de Melo Régis Filho (PE) Ruth Guinsburg (SP) Conceição Ap. de Mattos Segre (SP)
Darci Vieira da Silva Bonetto (PR) Silvio da Rocha Carvalho (RJ)
COORDENAÇÃO PALS – REANIMAÇÃO PEDIÁTRICA Tânia Denise Resener (RS)
Delia Maria de Moura Lima Herrmann (AL) DEPARTAMENTOS CIENTÍFICOS
ASSESSORES DA PRESIDÊNCIA PARA POLÍTICAS Alexandre Rodrigues Ferreira (MG) • Adolescência
PÚBLICAS: Kátia Laureano dos Santos (PB) Helita Regina F. Cardoso de Azevedo (BA)
Jefferson Pedro Piva (RS) • Aleitamento Materno
COORDENAÇÃO: • Alergia
Maria Tereza Fonseca da Costa (RJ) COORDENAÇÃO BLS – SUPORTE BÁSICO DE VIDA Sérgio Luís Amantéa (RS)
Susana Maciel Wuillaume (RJ) • Bioética
MEMBROS: Valéria Maria Bezerra Silva (PE) • Cardiologia
Clóvis Francisco Constantino (SP) Aurimery Gomes Chermont (PA)
Luciano Amedée Péret Filho (MG) • Emergência
Maria Albertina Santiago Rego (MG) COORDENAÇÃO DO CURSO DE APRIMORAMENTO • Endocrinologia
Donizetti Dimer Giamberardino Filho (PR) EM NUTROLOGIA PEDIÁTRICA (CANP) • Gastroenterologia
Sérgio Tadeu Martins Marba (SP) Virgínia Resende Silva Weffort (MG) COORDENAÇÃO DE DOUTRINA PEDIÁTRICA
Luciana Rodrigues Silva (BA) • Genética
Alda Elizabeth Boehler Iglesias Azevedo (MT) Hélcio Maranhão (RN) • Hematologia
Evelyn Eisenstein (RJ) PEDIATRIA PARA FAMÍLIAS • Hepatologia
Paulo Augusto Moreira Camargos (MG) Nilza Maria Medeiros Perin (SC) • Imunizações
Normeide Pedreira dos Santos (BA) COORDENAÇÃO DAS LIGAS DOS ESTUDANTES
João Coriolano Rego Barros (SP) Adelma Figueiredo (RR) • Imunologia Clínica
Alexandre Lopes Miralha (AM) Marcia de Freitas (SP) • Infectologia
André Luis Santos Carmo (PR)
Virgínia Weffort (MG) Marynea Silva do Vale (MA) • Medicina da Dor e Cuidados Paliativos
Themis Reverbel da Silveira (RS) PORTAL SBP • Nefrologia
Luciana Rodrigues Silva (BA) Fernanda Wagner Fredo dos Santos (PR)
• Neonatologia
DIRETORIA DE QUALIFICAÇÃO E CERTIFICAÇÃO MUSEU DA PEDIATRIA • Neurologia
PROFISSIONAL PROGRAMA DE ATUALIZAÇÃO CONTINUADA • Nutrologia
À DISTÂNCIA COORDENAÇÃO:
Maria Marluce dos Santos Vilela (SP) Edson Ferreira Liberal (RJ) • Oncologia
Edson Ferreira Liberal (RJ) Luciana Rodrigues Silva (BA) • Otorrinolaringologia
Edson Ferreira Liberal (RJ) MEMBROS: • Pediatria Ambulatorial
COORDENAÇÃO DE CERTIFICAÇÃO PROFISSONAL Natasha Slhessarenko Fraife Barreto (MT) Mario Santoro Junior (SP) • Ped. Desenvolvimento e Comportamento
José Hugo de Lins Pessoa (SP) Ana Alice Ibiapina Amaral Parente (RJ) José Hugo de Lins Pessoa (SP) • Pneumologia
• Reumatologia
COORDENAÇÃO DE ÁREA DE ATUAÇÃO DIRETORIA DE PUBLICAÇÕES REDE DA PEDIATRIA • Saúde Escolar
Mauro Batista de Morais (SP) Fábio Ancona Lopez (SP) COORDENAÇÃO: • Segurança
Kerstin Tanigushi Abagge (PR) Luciana Rodrigues Silva (BA) • Sono
Ana Alice Ibiapina Amaral Parente (RJ) EDITORES DA REVISTA SBP CIÊNCIA Rubem Couto (MT) • Suporte Nutricional
Joel Alves Lamounier (MG) AC - SOCIEDADE ACREANA DE PEDIATRA: • Terapia Intensiva
COORDENAÇÃO DO CEXTEP Altacílio Aparecido Nunes (SP) Ana Isabel Coelho Montero • Toxicologia e Saúde Ambiental
(COMISSÃO EXECUTIVA DO TÍTULO Paulo Cesar Pinho Ribeiro (MG) AL - SOCIEDADE ALAGOANA DE PEDIATRIA:
DE ESPECIALISTA EM PEDIATRIA) Flávio Diniz Capanema (MG) Ana Carolina de Carvalho Ruela Pires GRUPOS DE TRABALHO
COORDENAÇÃO: AM - SOCIEDADE AMAZONENSE DE PEDIATRIA: • Atividade física
Hélcio Villaça Simões (RJ) EDITORES DO JORNAL DE PEDIATRIA (JPED) • Cirurgia pediátrica
COORDENAÇÃO: Elena Marta Amaral dos Santos
MEMBROS: • Criança, adolescente e natureza
Ricardo do Rego Barros (RJ) Renato Procianoy (RS) AP - SOCIEDADE AMAPAENSE DE PEDIATRIA: • Doenças raras
Clovis Francisco Constantino (SP) MEMBROS: Rosenilda Rosete de Barros • Drogas e violência na adolescência
Ana Cristina Ribeiro Zöllner (SP) Crésio de Aragão Dantas Alves (BA) BA - SOCIEDADE BAIANA DE PEDIATRIA: • Metodologia científica
Carla Príncipe Pires C. Vianna Braga (RJ) Paulo Augusto Moreira Camargos (MG) Dolores Fernandez Fernandez • Oftalmologia pediátrica
Flavia Nardes dos Santos (RJ) João Guilherme Bezerra Alves (PE) CE - SOCIEDADE CEARENSE DE PEDIATRIA: • Pediatria e humanidade
Cristina Ortiz Sobrinho Valete (RJ) Marco Aurélio Palazzi Sáfadi (SP) Anamaria Cavalcante e Silva • Saúde mental

www.sbp.com.br

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