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NUTRICIONAL
DO PREMATURO
GUIA PRÁTICO
Material técnico-científico destinado exclusivamente a profissionais da saúde. Proibida a distribuição/reprodução total e/ou parcial.
01 Manejo Nutricional do Prematuro - Guia Prático
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 03
5. ANEXOS 28
Tabela I. Valor estimado de circunferência abdominal (crianças de origem americana-europeia) 28
Tabela II. Valor estimado de circunferência abdominal (crianças de origem afro-americana) 29
Tabela III. Valor estimado de circunferência abdominal (crianças de origem mexicano-americana) 30
Tabela IV. Valor estimado de circunferência abdominal (crianças de etnias combinadas) 31
Curvas de Fenton 32
Curvas Intergrowth 34
6. REFERÊNCIAS 38
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INTRODUÇÃO
O nascimento prematuro representa um momento delicado na vida de milhares de famílias e, a cada ano, cerca
de 15 milhões de bebês nascem prematuramente no mundo. No Brasil, de acordo com os dados do Ministério
da Saúde, 11,5% dos bebês nascem prematuros (cerca de 300 mil por ano), percentual que coloca o Brasil entre
os 10 países com maior número de nascimentos prematuros no mundo.
Nos últimos anos, as melhorias nos cuidados perinatais e neonatais aumentaram a sobrevivência dos prema-
turos, e tem se discutido cada vez mais sobre como garantir uma boa qualidade de vida para esses lactentes.
Nesse contexto, a nutrição adequada é um dos pilares fundamentais nessa etapa tão complexa, já que lactentes
com um bom estado nutricional apresentam melhor sobrevida e melhores desfechos no futuro.
A terapia nutricional visa recuperar e atingir todo o potencial de crescimento e desenvolvimento desse lactente,
com satisfatório desenvolvimento cognitivo e motor e, em longo prazo, prevenir doenças crônicas não transmis-
síveis. No entanto, a nutrição adequada na prematuridade ainda é um tema de alta complexidade e um grande
desafio da neonatologia, por se tratar de um grupo muito vulnerável e sem homogeneidade clínica devido às
diferentes idades gestacionais e doenças associadas, as quais precisam de avaliação e recomendações nutri-
cionais diferenciadas.
É importante ressaltar que a nutrição adequada é mais do que a simples entrega de nutrientes, é uma interven-
ção complexa que envolve não apenas os componentes funcionais da dieta, mas também aspectos sensoriais e
sociocomportamentais, que devem ser abordados de maneira holística e com uma equipe multidisciplinar, para
que seja possível obter melhores resultados.
Esse guia traz, de forma prática, as mais recentes recomendações nutricionais, com o objetivo de
contribuir com o dia a dia do pediatra no manejo nutricional do prematuro e garantir que este sempre
receba o melhor aporte nutricional por ml em todas as fases da jornada da prematuridade.
Avaliar o ambiente físico domiciliar e psicossocial é uma parte importante do processo de alta. A equipe clínica
é responsável por garantir que as investigações e os testes de triagem apropriados tenham sido concluídos,
que os problemas médicos tenham sido resolvidos e que um plano de acompanhamento esteja em vigor no
momento da alta para casa.
As crianças são consideradas aptas para a alta quando estiverem clinicamente estáveis e
maduras sob o ponto de vista fisiológico, que inclui: capacidade de manter a temperatura
corporal, estabilidade respiratória e curva de peso ascendente. A família é fundamental
para o processo de planejamento da alta e vital para seu sucesso. O envolvimento da família
com os cuidados do recém-nascido desde o momento da internação melhora a confiança
dos pais e diminui a ansiedade.
A transição da internação neonatal em cuidados mínimos para a casa pode ser estressante para a criança e
para a família. Assim, é importante preparar a família para a alta do RNPT, os pais precisam assimilar os cui-
dados garantindo a disponibilidade dos recursos necessários. Isso pode ajudar a aliviar muitos dos temores
que os pais têm de levar para casa seu filho prematuro. O convívio mais intenso dos pais dentro da unidade
de internação neonatal (se possível, permanecendo também no período noturno) tende a reduzir o número de
reinternações pós-alta.
Os critérios de alta do prematuro internado em uma unidade neonatal devem ser individualizados, mas os cri-
térios mínimos exigidos estão vinculados ao seu peso, usualmente ao redor de 1800 a 2200 g, e às condições
clínicas estáveis. Esta variação de peso está associada às comorbidades encontradas em cada paciente. Irá
variar conforme a idade gestacional e peso de nascimento, assim como pela presença de outras patologias
associadas (displasia broncopulmonar, paralisia cerebral, entre outras).
Os cuidados com a nutrição devem ser garantidos, tais como: amamentação ao seio como primeira opção de
escolha e/ou uso de fórmulas infantis, quando indicado. Para alta hospitalar, a via de administração da dieta
deve ser preferencialmente a via oral e, para isso, deve ser assegurado que o prematuro possua uma boa suc-
ção. Em situações especiais, alguns prematuros necessitam de uso de sonda nasogástrica ou gastrostomia.
Nestes casos deverá haver um treinamento dos pais e cuidadores para o manejo da sonda e sobre como ter
acesso em situações de urgência, nos casos de deslocamento da mesma.
Toda criança que apresentar dificuldades alimentares deve ser avaliada pelas equipes de fonoaudiologia e nu-
trição antes da alta hospitalar. Os pais devem estar treinados e devem ter compreendido o plano alimentar que
está sendo trabalhado. Este planejamento deverá ser comunicado ao pediatra ou médico que irá acompanhar
o bebê após a alta.
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No plano alimentar de alta devem estar descritos:
A meta do ganho de peso neste período e imediatamente após a alta deve ser ao redor de 20 a 30 g/dia com
uma ingestão calórica ao redor de 100 a 120 kcal/kg/dia. O volume deverá ser de pelo menos 180 ml/kg/dia.
Em situações especiais em que a restrição hídrica é necessária, o plano alimentar deve ser revisto. Se não houver
necessidade de restrição hídrica, em crianças com livre demanda, a ingesta pode variar em até 220 ml/kg/dia.
Ingesta menor que 160 ml/kg/dia de leite é considerada insuficiente.
Tipo de alimentação
• No caso de amamentação exclusiva ao seio materno, será de livre demanda, tendo a garantia de
ganho ponderal adequado antes da alta hospitalar.
• No uso de leite humano ou leite materno ordenhado, não devem ser usados aditivos a partir de 1800 g
(alta sem nenhum aditivo).
Na impossibilidade do aleitamento materno:
• O uso de fórmula infantil para prematuros (~80 kcal/100 ml) em geral deve ser feito até o prematuro
atingir aproximadamente 1800 g.
• A fórmula infantil de transição pode ser usada a partir de 1800 g e mantida até a idade gestacional
corrigida de 52 semanas. Prematuros que fizeram o uso de nutrição parenteral prolongada e/ou fa-
zem uso de diuréticos e apresentam crescimento limitado podem se beneficiar com a fórmula de
transição se não estiverem sendo amamentados. O uso de fórmula de transição assegura melhor
mineralização óssea e ganho ponderal mais estável.
Nos prematuros, para um sucesso maior na amamentação e redução das internações hospitalares após a
alta, é recomendada a permanência da mãe junto de seu filho pelo maior tempo possível durante a internação
(método Canguru).
Volume da alimentação
• Meta de ingesta média 160-180 ml/kg/dia.
• Ingesta menor que 160 ml/kg/dia é considerada abaixo da ideal.
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1.2 Critérios para alta do recém-nascido prematuro
A tabela abaixo mostra os principais pontos que devem ser considerados na alta hospitalar.
Correção de hérnia inguinal, Família orientada dos sinais de Esclarecer a família quanto aos
quando for o caso aparecimento de hérnia inguinal sinais de aparecimento de hérnia
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1.4 Pontos-chave para garantir a alta segura
40 semanas
(idade gestacional em semanas) – A noidadenascimento
gestacional do prematuro
(em semanas) = Idade
corrigida
Portanto, neste exemplo, após 3 meses o prematuro terá 40 semanas. Quando este prematuro estiver com 6
meses de idade cronológica, serão descontados 3 meses; ele terá, então, 3 meses de idade corrigida.
A avaliação do crescimento dos prematuros durante a internação hospitalar e após a alta hospitalar é um
procedimento rotineiro e que envolve a obtenção de medidas antropométricas. Devem ser comparadas com
os dados fornecidos por gráficos ou tabelas padronizadas, de acordo com a idade gestacional e o sexo, sendo
apresentados em curvas de crescimento, na forma de percentil ou escore Z.
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As medidas mais frequentes utilizadas na avaliação de crescimento são:
crescimento
e perímetro craniano e suas relações), do cres-
canal de
97%
90%
30
É preciso considerar a história clínica perinatal,
a evolução na internação, a presença das com- 25
22 24 26 28 30 32 34 36 38 40
plicações da prematuridade para interpretação Idade gestacional (semanas)
Atingir o canal de crescimento é individualizado e multifatorial, além dos aspectos genéticos e alimentares, as
comorbidades associadas também podem influenciar. Por isso, é importante que o pediatra que faz o acom-
panhamento no ambulatório receba a nota de alta bem completa, para identificar possíveis dificuldades no
crescimento.
A avaliação do crescimento deve ser feita por meio de medidas periódicas nas consultas:
Devem ser registrados peso, estatura e perímetro cefálico a cada retorno, plotados na curva de crescimento de
referência adequada, assim como registrar na curva de escore Z.
A definição de qual curva utilizar pode ser um desafio. A metodologia utilizada na construção das curvas difere
em aspectos fundamentais relacionados ao desenho do estudo, à seleção da amostra, ao tratamento estatístico
realizado e à validação, ou seja, o quanto a curva representa o crescimento ideal dos recém-nascidos prema-
turos.
Dois tipos de curvas de crescimento para prematuros devem ser consideradas, as chamadas curvas de referên-
cia e as curvas padrão. Ambas podem ser construídas a partir do crescimento intrauterino e/ou pós-natal. As
curvas de referência descrevem o crescimento de uma amostra de crianças, sem caracterizá-las como sendo
um padrão de normalidade a ser seguido, estando entre elas as que descrevem o crescimento pós-natal dos
prematuros.
As curvas padrão indicam o padrão de crescimento “normal” de uma população, portanto, um modelo a ser se-
guido. São exemplos de curvas padrão as curvas de crescimento intrauterino baseadas no peso de nascimento
em diferentes IG e as construídas a partir de medidas fetais realizadas pelo ultrassom ao longo da gestação.
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A seguir, características de algumas das curvas:
• Curvas de Fenton: As curvas de Fenton 2013, construídas a partir de uma revisão sistemática e metanálise,
incluem valores de peso, perímetro cefálico e comprimento de recém-nascidos de países desenvolvidos e
proporcionam valores próximos ao padrão que se iniciam nas 24 semanas de idade gestacional e terminam
nas 50 semanas de idade corrigida, seguindo com a curva da OMS de 2006. São específicas para gênero
e estratificadas em percentis. Fornecem dados sobre medianas e desvio padrão permitindo o cálculo do
escore Z. Além das curvas, em percentis, os autores disponibilizam um programa para cálculo dos escores
Z e dos percentis, de acordo com a IGc, no endereço http:/ucalgary.ca/fenton.
Devem ser utilizadas até 64 semanas pós-concepcionais, quando o acompanhamento das crianças deve ser
transferido para as curvas da OMS/Ministério da Saúde. Para prematuros com menos de 32 semanas de ida-
de gestacional, a recomendação atual é considerar, no monitoramento do crescimento, o canal atingido com a
estabilização do peso após a perda inicial, desde que dentro dos limites fisiológicos de no máximo 15% do peso
ao nascer nos prematuros extremos.
Portanto, a definição do canal de crescimento a ser seguido é dada pelo peso atingido quando recomeça o ga-
nho de peso, e não pelo peso ao nascer.
Em contraste, os prematuros que apresentam maior catch-up nos primeiros anos, especialmente em relação ao
seu peso, poderão ter maior risco de desenvolver hipertensão arterial, diabetes tipo II e doença cardiovascular
no futuro. Essas crianças diagnosticadas no ambulatório devem ser monitoradas com a medida da pressão
arterial e controle de glicemia, colesterol e triglicérides. Nestes casos, deve ser iniciada precocemente a inter-
venção dietética, permitindo prevenir ou minimizar esses riscos.
Os prematuros cuja curva de crescimento não atinge os escores mínimos da normalidade, apresentan-
do achatamento ou padrão descendente, requerem investigação. Os grupos de maior risco são: peso
de nascimento < 850 gramas, idade gestacional < 28 semanas, portadores de displasia broncopulmo-
nar e os PIG. Nesses casos pode ocorrer um pior prognóstico neurológico nos prematuros com cresci-
mento insuficiente ou aumento exagerado do perímetro cefálico nos primeiros meses de vida.
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2.6 Classificação dos prematuros:
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a classificação de prematuridade é definida como lactentes
nascidos com idade gestacional inferior a 37 semanas. Mas vale destacar que mesmo os prematuros tardios
possuem características bem diferentes de prematuros de muito baixo preso. Com o avanço da tecnologia
na neonatologia, o limite de viabilidade aumentou nas faixas de idade gestacional inferior a 28 semanas. Esta
população (prematuros extremos) possui a maior morbidade e mortalidade neonatal. A maior parte, hoje, dos
problemas de desenvolvimento, nutricionais, entre outros, situa-se nesta faixa de peso inferior a 1000 g e com
idade gestacional inferior a 28 semanas. Este conhecimento sobre a classificação da prematuridade é funda-
mental para o manejo e acompanhamento das crianças prematuras.
• Prematuros extremos: São os bebês que nascem com 28 semanas e peso inferior
a 1000 g e que apresentam uma grande mortalidade e morbilidade. As dificuldades
nutricionais se apresentam pela necessidade de crescimento e desenvolvimento ex-
trauterino. Devem ser tratados como uma urgência nutricional, com nutrição paren-
teral e nutrição enteral precoce. Situação em que o leite materno é fundamental e, na
sua ausência, as fórmulas infantis especiais para prematuro. Trata-se da população
de maior risco para sequelas pulmonares, neurológicas (paralisia cerebral, surdez) e
visual. Este grupo populacional no seguimento ambulatorial poderá necessitar de in-
tervenção antecipada em relação a estimulação precoce. Cuidados em relação ao es-
tado nutricional devem ser tomados. O excesso de ganho ponderal pode levar a sín-
drome metabólica e ganho ponderal insuficiente pode levar a problemas cognitivos.
• Prematuros de Muito Baixo Peso (PMBP): São bebês que nascem com peso inferior a
1500 g e idade gestacional inferior a 32 semanas. Trata-se da população de risco para
mortalidade neonatal, complicações respiratórias, metabólicas e nutricionais. Necessi-
tam maior controle a nível ambulatorial, com atendimento de equipe multidisciplinar.
• Prematuros tardios: Correspondem aos bebês nascidos com idade gestacional entre
34 e 36 semanas e 6 dias. Usualmente possuem mais de 2000 g e frequentemente
são manejados erroneamente como recém-nascidos a termo. Possuem maior difi-
culdade para amamentação, têm maior risco para icterícia neonatal, distúrbios me-
tabólicos e reinternação hospitalar. Necessitam de um cuidado maior nos primeiros
meses de vida em relação ao seu ganho ponderal. Não devem ser considerados como
recém-nascidos a termo sob o ponto de vista de manejo na alta e nos primeiros me-
ses de vida.
Para avaliar mais adequadamente o crescimento dos RNMBP é importante diferenciar os RN adequados para
a idade gestacional (AIG) e saudáveis, nos quais estes fenômenos ocorrem dentro dos dois primeiros anos de
vida. Entretanto, aproximadamente 15% ainda estão, aos três anos de idade, com o peso abaixo da média. Para
os RN pequenos para a idade gestacional (PIG), a ordem de recuperação dos dados antropométricos é igual à
dos AIG. Entretanto, aos 3 anos de idade, 50% deles apresentam peso menor que a média para a idade.
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3. MANEJO NUTRICIONAL DO PREMATURO PÓS-ALTA
O leite materno é o padrão ouro nutricional. Na impossiblidade deste, a fórmula infantil de transição após a alta
é a recomendação mais atual. Deve ser utilizada até alcançar o percentil (canal de crescimento) de nascimento,
ou seja, conclusão da recuperação.
A alimentação complementar deve ser iniciada de acordo com a idade corrigida , respeitando-se a maturidade
neurológica da criança. A idade corrigida média de início é aos 6 meses; somente em casos excepcionais ini-
cia-se antes desse período.
Esse requerimento é variável de acordo com a idade gestacional, peso de nascimento e o momento da vida da
criança, ou seja, a sua idade pós-natal cronológica e corrigida.
Na tabela abaixo são apresentadas de forma resumida as recomendações de energia, proteína, cálcio e fósfo-
ro, de acordo com o grau da prematuridade.
PREMATUROS PREMATUROS
PREMATUROS
EXTREMOS TARDIOS
REQUERIMENTOS DE 29 A 34 A TERMO PÓS-ALTA
(abaixo de IG=29 34,6 A 38
SEMANAS
semanas) SEMANAS
As variações das recomendações nutricionais são amplas porque há um requerimento nutricional que é depen-
dente da necessidade de crescimento compensatório.
Considerar o ganho de peso como parâmetro de crescimento não repercurte exatamente a qualidade nutri-
cional. Com base na oferta adequada de macro e micronutrientes podemos monitorar o delicado balanço da
composição nutricional do paciente. Entretanto, para a oferta adequada de macro e micronutrientes para cres-
cimento normal, precisamos ter a monitorização do crescimento de forma longitudinal.
As curvas de crescimento disponíveis (Fenton e Intergrowth 21st) podem ser usadas para avaliar bebês pre-
maturos até 64 semanas de idade pós-menstrual (idade corrigida de 6 meses), momento em que eles se
sobrepõem, sem necessidade de qualquer ajuste, com as curvas da OMS. Há lacunas nutricionais remanes-
centes para prematuros abaixo de 32 semanas com o uso da Intergrowth, ficando a mesma reservada para
avaliar os prematuros moderados e tardios, acima de 33 semanas de idade gestacional. A curva de Fenton
(meninas e meninos) tem sido recomendada até 64 semanas de idade pós-menstrual para prematuros com
menos de 32 semanas de idade gestacional. A Academia Americana de Pediatria não recomenda o uso da
Intergrowth abaixo de 36 semanas de idade gestacional.
• Usar curvas antropométricas complementares: Perímetro Braquial (PB); Peso/Estatura (P/E), Circunferên-
cia Abdominal (CA) e pregas cutâneas.
• Encaminhar para realização da avaliação da composição corporal apenas em situações especiais. A com-
posição corporal poderá ser estimada por pletismografia pelo equipamento PED POD ou por densitometria
de composição corporal, que é realizada em um equipamento chamado densitômetro, através da absorção
de raios-X de dupla energia (DEXA ou DXA), medindo a densidade de massas magra (músculos), gordurosa
e óssea do corpo inteiro e em distribuições específicas. Na prática médica diária, a avaliação da composição
corporal não tem sido utilizada na rotina. A despeito disso, é sabido que prematuros têm menos massa
magra e mais massa gorda que seus pares nascidos a termo.
Mais importante do que definir a melhor curva a ser usada no monitoramento do crescimento do
prematuro, é determinar a velocidade de crescimento da criança, e para tal é necessária a realização
de medidas longitudinais periódicas.
Um melhor entendimento sobre o crescimento pós-natal dos RNPT após a alta hospitalar torna-se necessário,
devido às implicações na saúde futura desses recém-nascidos.
A presença de crescimento acelerado após um período de restrição, fenômeno intitulado como catch-up, au-
menta a preocupação com a síndrome metabólica no futuro. O monitoramento deve ser individualizado, mas
de forma geral há parâmetros que servem de orientação para a avaliação nas consultas.
A fase de crescimento rápido é no primeiro semestre de idade corrigida, quando o requerimento de energia do
prematuro é 20% maior que o de seus pares nascidos a termo, em função do maior metabolismo basal e mais
baixo coeficiente de absorção de gorduras e carboidratos. A meta é 100-120 kcal/kg/dia e, quando o cresci-
mento é acima dessa meta, se associa com síndrome metabólica mais tarde na vida. Já no segundo semestre
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de idade corrigida, esse requerimento energético reduz significativamente, sendo em média de 75 kcal/kg/dia
no prematuro que não tem nenhuma morbidade maior ou necessidade de retorno ao hospital. A busca por um
crescimento mais harmônico e linear se torna a meta ao final do primeiro ano de vida.
Os exames laboratoriais devem ser coletados em jejum aos dois anos de idade corrigida. A circunferência ab-
dominal (CA) deve ser aferida usando uma fita métrica (em cm) colocada ao nível da cicatriz umbilical, no final
da expiração da criança e na posição de ortostatismo. O valor de ponto de corte maior ou igual ao percentil 90
para o gênero e a idade foi considerado alterado, de acordo com percentis (ANEXOS) obtidos dos dados do
estudo de Fernández JR et al. publicado em 2004.
A pressão arterial deve ser aferida no membro superior direito, com manguito de tamanho adequado e com a
criança na posição sentada e o mais tranquila possível, o que aos dois anos de idade pode ser desafiador para o
pediatra. Na avaliação da pressão arterial utiliza-se os valores de tabela conforme percentil de estatura, a idade
e o gênero conforme diretrizes do grupo de Trabalho de Hipertensão em Crianças e Adolescentes NHBPEP
(National High Blood Pressure Education Program).
A prevenção da falha de crescimento é o ideal. Entretanto, quando ocorre a falha de crescimento, reconheci-
mento, identificação de fatores contribuintes e intervenção apropriada são necessários. A identificação da causa
de um crescimento vacilante ou da falha de crescimento e deficiência de nutrientes determinará a intervenção
mais eficaz. Pode haver necessidade de volumes enterais maiores em algumas situações e a oferta de volumes
de 190-200 ml/kg/dia é segura e pode melhorar o estado nutricional geral e também o crescimento do perí-
metro cefálico, desde que não tenha a necessidade de restrição hídrica, como no caso de um prematuro com
displasia broncopulomar.
3.3 Macronutrientes
Exigências nutricionais, com base na necessidade média estimada desse grupo popu-
lacional específico, são definidas como o tipo e a quantidade de nutrientes necessários
para manter a saúde, o crescimento e o desenvolvimento normais. No entanto, como
os prematuros não constituem uma população homogênea, seus requisitos devem ser
individualizados com base em sua condição clínica e estágio de desenvolvimento.
As proteínas têm importante papel na estrutura celular e como componentes de enzimas e neurotransmisso-
res. Durante os primeiros 6 meses de idade, as recomendações mínimas de proteínas são 0,58 g/kg/dia e de
6 a 36 meses 0,66 g/kg/dia.
O leite humano tem mais de 400 proteínas com uma variedade de funções, como antimicrobiana, atividades
imunomoduladoras ou estimulação de absorção de nutrientes. A deficiência de proteínas pode levar a déficit
no crescimento e atraso no desenvolvimento, já a ingestão exagerada de proteínas induz a ganho de peso mais
rápido durante a infância e obesidade no futuro.
3.4 Micronutrientes
Os requerimentos de suplementação de micronutrientes são variáveis com a taxa de aleitamento materno, se
exclusivo e mais ou menos predominante. Em seguida temos uma lista dos principais micronutrientes:
• Ferro
Todo recém-nascido prematuro cujo peso de nascimento é de 1000 a 1500 gramas deverá receber 3 mg de
ferro elementar/kg/dia, iniciando com 30 dias de vida, durante todo o primeiro ano de vida, de forma profi-
lática. Após este período, no mínimo 1 mg/kg/dia de ferro mais um ano, na ausência de anemia. No caso de
prematuros com peso inferior a 1000 gramas, a dose preventiva de anemia é 4 mg de ferro elementar/kg/dia,
iniciando com 30 dias de vida, durante todo o primeiro ano de vida e, após, mais um ano com prevenção de
ferro 1 mg/kg/dia. Importante lembrar que na presença de anemia ferropriva o tratamento é 5 mg/kg/dia de
ferro elementar.
• Vitamina A
Tem papel imunológico, melhora da função visual e auxilia no crescimento e diferenciação do epitélio pulmonar.
A dose preconizada pelo ESPGHAN é de 400-1000 mcg/kg/dia (1 mcg = 3,3 UI, ou seja, de 1330-3330 UI/
kg/dia). Caso a dieta não contenha as doses diárias recomendadas, pode ser necessária a suplementação de
vitamina A.
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• Vitamina C
Atua como antioxidante e na síntese de colágeno, além de modular a absorção e estoque de ferro. Em prematu-
ros a absorção oral de vitamina C é pobre, devido à baixa concentração de sais biliares e de enzimas pancreá-
ticas. De acordo com o ESPGHAN, a recomendação varia de 11-46 mg/kg/dia.
• Ácido fólico
A dose necessária é de 22-100 mcg/kg/dia. A quantidade de ácido fólico aumenta cerca de 10 vezes com a
duração da amamentação, atingindo os valores recomendados quando em aleitamento materno. As fórmulas
infantis para pré-termo têm uma quantidade superior de folato. A suplementação do prematuro com ácido
fólico, além do ofertado pelo leite, ainda é controversa. Entretanto, as necessidades nutricionais mínimas nos
primeiros 6 meses são 65 mg/dia e aumentam progressivamente com a idade; tanto que de 12 a 36 meses as
necessidades são de 100 mg/dia.
• Vitamina D
Atua no metabolismo do cálcio e do fósforo, contribuindo para o crescimento e a mineralização óssea. Prematuros
constituem um dos grupos de risco para hipovitaminose D, por isso a importância da suplementação. A dose pode
variar de 400 a 800 - 1000 UI, mas a recomendação mais aceita tem sido de 800 UI/dia.
• Vitamina B12
Nos primeiros 6 meses de vida a necessidade é 0,4 mg/dia; de 6 a 12 meses, varia de 0,5 a 0,8 mg/dia e, após,
até 1 mg/dia.
• Vitamina E
É essencial para a manutenção da estrutura e função do sistema nervoso da retina e do músculo esquelético. A
deficiência geralmente é observada precocemente, com cerca de 6 a 8 semanas de vida. Recomenda-se 2,2 a
11 mg/kg/dia. Há necessidade de suplementação em muitos casos, mas não rotineiramente. Foi recomendada
a sua administração nos prematuros como prevenção dos efeitos tóxicos do oxigênio, na etiologia da Displasia
Broncopulmonar, retinopatia da prematuridade e hemorragia intraventricular.
• Zinco
A necessidade estimada é de aproximadamente 400 µg/kg para aqueles bebês que nascem com peso entre
1500 g a 2500 g. Necessidades de zinco são maiores quando o peso de nascimento é inferior 1500 g, devido a
taxas de crescimento mais rápidas. A recomendação é iniciar com zinco enteral para todo prematuro em alei-
tamento materno com 36 semanas de idade corrigida e manter até os 6 meses de idade corrigida.
• Cálcio e fósforo
A suplementação de cálcio e fósforo é reservada aos prematuros com Doença Metabólica Óssea, não sendo
recomendada de rotina.
As fórmulas de transição pós-alta podem ser introduzidas desde a maternidade, quando o prematuro atingir
1800 g, para preparo e adaptação para a alta hospitalar. Essa fórmula fornece uma densidade de nutrientes
com valores intermediários entre as fórmulas infantis para prematuros internados e fórmulas para lactentes
saudáveis, com cerca de 74 kcal/100 ml, 1,8 g de proteína/100 ml e conteúdo variável de minerais, vitaminas e
oligoelementos. O tempo de uso ainda carece de futuros estudos para determinar exatamente, mas é possível
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que nas situações de maior gravidade nutricional, como na displasia broncopulmonar, possa ser mais longo, até
9 meses de vida. Uma das grandes vantagens das fórmulas de transição pós-alta é o crescimento linear, ganho
adequado de peso e de mineralização óssea.
A recomendação é optar por fórmulas infantis desenvolvidas com o objetivo de se assemelhar à composição e
funcionalidade do leite humano. Vale lembrar que a fórmula infantil é vista como uma alternativa para os bebês
que não podem ser (totalmente) amamentados, uma vez que a alimentação com leite humano sempre será a
meta inigualável para a nutrição e o desenvolvimento infantil.
A nutrição está positivamente associada ao ganho de peso adequado (nem muito, nem pouco), com aumento
dos volumes cerebrais e maturação da substância branca na ressonância magnética em idade equivalente ao
termo, refletindo no melhor desempenho do neurodesenvolvimento na infância. Portanto, a nutrição ideal como
uma ferramenta importante para melhorar resultados do neurodesenvolvimento é um desafio permanente nas
consultas de seguimento após a alta dos prematuros.
No recém-nascido prematuro, o cérebro é o órgão metabolicamente mais demandante, consumindo uma enor-
me quantidade de energia e nutrientes para sua função, programação de crescimento e amadurecimento. Um
conceito muito atual é o de neuronutrição, em que cada nutriente tem uma ação especifica no cérebro em
desenvolvimento do prematuro.
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No quadro abaixo podemos ver os mecanismos
da neuronutrição e o seu impacto no cérebro.
NEURONUTRIÇÃO
Multiplicação e diferenciação
Energia e proteína celular, sinaptogênese, fatores de Córtex, hipocampo, global cerebral
crescimento
Neurotransmissores, metabolismo
Cobre glial, antioxidação
Cerebelo
Adaptado de Cooke R.W.I. Arch Dis Child Fetal Neonatal Ed 2006; Am J Clin Nutr. 2008 Apr;87(4):921-8
Maior ingestão calórica e proteica em prematuros está associada a uma maior massa livre de gordura (um
marcador-chave para o crescimento de órgãos) e melhor resultado de neurodesenvolvimento. Déficits de pro-
teína e energia na nutrição de prematuros se associam a outras deficiências nutricionais e também à privação
psicossocial. Tais interações impactam no desenvolvimento estrutural do cérebro, interrompendo o neurode-
senvolvimento e afetando negativamente o desempenho cognitivo.
A vitamina D induz o fator de crescimento nervoso, promove crescimento de neuritos e inibe a apoptose neuro-
nal no hipocampo. Assim, uma deficiência durante a fase crítica do neurodesenvolvimento pode causar distúr-
bios comportamentais de memória e de aprendizagem mais tarde na vida.
Importante reforçar que a qualidade nutricional é o marcador, e não o ganho ponderal satisfatório. Nesse sen-
tido, é crescente o consenso pautado em evidências científicas sobre a importância em adotar estratégias
para minimizar o risco da disbiose e estimular adequada colonização intestinal por bifidobactérias, de forma a
O pediatra deve reforçar para a família que o leite materno é sempre a primeira escolha na alimentação do
prematuro, proporcionando melhor desempenho no neurodesenvolvimento. É importante estimular, se possível,
que a mãe procure oferecer o leite materno, e o suporte para que possa amamentar o bebê prematuro o maior
tempo possível.
Como crescimento e desenvolvimento são processos integrados e contínuos, é fundamental monitorar os parâ-
metros de crescimento em todas as consultas pediátricas. Durante o primeiro ano de idade corrigida é esperada
aceleração da velocidade de crescimento de todos os parâmetros (peso, comprimento e perímetro cefálico), ca-
racterizada pela mudança do escore Z nas curvas de referência. O perímetro cefálico (PC) é o primeiro parâme-
tro a apresentar recuperação. Se a curva de crescimento não se aproxima dos escores mínimos da normalidade,
apresentando achatamento ou padrão descendente, requer investigação. Os casos de crescimento insuficiente
ou exagerado do PC nos primeiros meses de vida é um sinal de alerta para atraso do desenvolvimento, mere-
cendo atenção redobrada e intervenção.
As dificuldades alimentares são cerca de 40% mais prevalentes entre os prematuros, quando comparados
aos seus pares nascidos a termo. O conhecimento dos marcos do desenvolvimento críticos para aquisição das
habilidades motoras orais auxilia no diagnóstico das dificuldades alimentares ao longo do primeiro ano de vida,
à medida que a criança passa de uma dieta à base de líquidos (ou seja, leite humano ou fórmula infantil) para
os primeiros alimentos complementares, e depois para alimentos mais complexos. Como as habilidades ne-
cessárias para comer com sucesso mudam, os sintomas dos problemas também mudam ao longo do tempo.
26
4.2 Orientações para prevenção de dificuldades alimentares na introdução alimentar
• Neuronutrição é um conceito que engloba a qualidade ótima nutricional para adequado neuro-
desenvolvimento do prematuro, em que cada nutriente tem sua função específica no cérebro
em desenvolvimento.
Tabela I.
Valor estimado da circunferência abdominal para crianças e adolescentes de origem americana-europeia,
conforme sexo.
p10 p25 p50 p75 p90 p10 p25 p50 p75 p90
Idade
(anos)
2 42.9 46.9 47.1 48.6 50.6 43.1 45.1 47.4 49.6 52.5
3 44.7 48.8 49.2 51.2 54.0 44.7 46.8 49.3 51.9 55.4
4 46.5 50.6 51.3 53.8 57.4 46.3 48.5 51.2 54.2 58.2
5 48.3 52.5 53.3 56.5 60.8 47.9 50.2 53.1 56.5 61.1
6 50.1 54.3 55.4 59.1 64.2 49.5 51.8 55.0 58.8 64.0
7 51.9 56.2 57.5 61.7 67.6 51.1 53.5 56.9 61.1 66.8
8 53.7 58.1 59.6 64.3 71.0 52.7 55.2 58.8 63.4 69.7
9 55.5 59.9 61.7 67.0 74.3 54.3 56.9 60.7 65.7 72.6
10 57.3 61.8 63.7 69.6 77.7 55.9 58.6 62.5 68.0 75.5
11 59.1 63.6 65.8 72.2 81.1 57.5 60.2 64.4 70.3 78.3
12 60.9 65.5 67.9 74.9 84.5 59.1 61.9 66.3 72.6 81.2
13 62.7 67.4 70.0 77.5 87.9 60.7 63.6 68.2 74.9 84.1
14 64.5 69.2 72.1 80.1 91.3 62.3 65.3 70.1 77.2 86.9
15 66.3 71.1 74.1 82.8 94.7 63.9 67.0 72.0 79.5 89.8
16 68.1 72.9 76.2 85.4 98.1 65.5 68.6 73.9 81.8 92.7
17 69.9 74.8 78.3 88.0 101.5 67.1 70.3 75.8 84.1 95.5
18 71.7 76.7 80.4 90.6 104.9 68.7 72.0 77.7 86.4 98.4
28
Tabela II.
Valor estimado da circunferência abdominal para crianças e adolescentes de origem afro-americana,
conforme sexo.
p10 p25 p50 p75 p90 p10 p25 p50 p75 p90
Idade
(anos)
2 43.2 44.6 46.4 48.5 50.0 43.0 44.6 46.0 47.7 50.1
3 44.8 46.3 48.3 50.7 53.2 44.6 46.3 48.1 50.6 53.8
4 46.3 48.0 50.1 52.9 56.4 46.1 48.0 50.2 53.4 57.5
5 47.9 49.7 52.0 55.1 59.6 47.7 49.7 52.3 56.2 61.1
6 49.4 51.4 53.9 57.3 62.8 49.2 51.4 54.5 59.0 64.8
7 51.0 53.1 55.7 59.5 66.1 50.8 53.2 56.6 61.8 68.5
8 52.5 54.8 57.6 61.7 69.3 52.4 54.9 58.7 64.7 72.2
9 54.1 56.4 59.4 63.9 72.5 53.9 56.6 60.9 67.5 75.8
10 55.6 58.1 61.3 66.1 75.7 55.5 58.3 63.0 70.3 79.5
11 57.2 59.8 63.2 68.3 78.9 57.0 60.0 65.1 73.1 83.2
12 58.7 61.5 65.0 70.5 82.1 58.6 61.7 67.3 75.9 86.9
13 60.3 63.2 66.9 72.7 85.3 60.2 63.4 69.4 78.8 90.5
14 61.8 64.9 68.7 74.9 88.5 61.7 65.1 71.5 81.6 94.2
15 63.4 66.6 70.6 77.1 91.7 63.3 66.8 73.6 84.4 97.9
16 64.9 68.3 72.5 79.3 94.9 64.8 68.5 75.8 87.2 101.6
17 66.5 70.0 74.3 81.5 98.2 66.4 70.3 77.9 90.0 105.2
18 68.0 71.7 76.2 83.7 101.4 68.0 72.0 80.0 92.9 108.9
p10 p25 p50 p75 p90 p10 p25 p50 p75 p90
Idade
(anos)
2 44.4 45.6 47.6 49.8 53.2 44.5 45.7 48.0 50.0 53.5
3 46.1 47.5 49.8 52.5 56.7 46.0 47.4 50.1 52.6 56.7
4 47.8 49.4 52.0 55.3 60.2 47.5 49.2 52.2 55.2 59.9
5 49.5 51.3 54.2 58.0 63.6 49.0 51.0 54.2 57.8 63.0
6 51.2 53.2 56.3 60.7 67.1 50.5 52.7 56.3 60.4 66.2
7 52.9 55.1 58.5 63.4 70.6 52.0 54.5 58.4 63.0 69.4
8 54.6 57.0 60.7 66.2 74.1 53.5 56.3 60.4 65.6 72.6
9 56.3 58.9 62.9 68.9 77.6 55.0 58.0 62.5 68.2 75.8
10 58.0 60.8 65.1 71.6 81.0 56.5 59.8 64.6 70.8 78.9
11 59.7 62.7 67.2 74.4 84.5 58.1 61.6 66.6 73.4 82.1
12 61.4 64.6 69.4 77.1 88.0 59.6 63.4 68.7 76.0 85.3
13 63.1 66.5 71.6 79.8 91.5 61.1 65.1 70.8 78.6 88.5
14 64.8 68.4 73.8 82.6 95.0 62.6 66.9 72.9 81.2 91.7
15 66.5 70.3 76.0 85.3 98.4 64.1 68.7 74.9 83.8 94.8
16 68.2 72.2 78.1 88.0 101.9 65.6 70.4 77.0 86.4 98.0
17 69.9 74.1 80.3 90.7 105.4 67.1 72.2 79.1 89.0 101.2
18 71.6 76.0 82.5 93.5 108.9 68.6 74.0 81.1 91.6 104.4
30
Tabela IV.
Valor estimado para todas as crianças e adolescentes de etnias combinadas, conforme sexo.
p10 p25 p50 p75 p90 p10 p25 p50 p75 p90
Idade
(anos)
2 43.2 45.0 47.1 48.8 50.8 43.8 45.0 47.1 49.5 52.2
3 44.9 46.9 49.1 51.3 54.2 45.4 46.7 49.1 51.9 55.3
4 46.6 48.7 51.1 53.9 57.6 46.9 48.4 51.1 54.3 58.3
5 48.4 50.6 53.2 56.4 61.0 48.5 50.1 53.0 56.7 61.4
6 50.1 52.4 55.2 59.0 64.4 50.1 51.8 55.0 59.1 64.4
7 51.8 54.3 57.2 61.5 67.8 51.6 53.5 56.9 61.5 67.5
8 53.5 56.1 59.3 64.1 71.2 53.2 55.2 58.9 63.9 70.5
9 55.3 58.0 61.3 66.6 74.6 54.8 56.9 60.8 66.3 73.6
10 57.0 59.8 63.3 69.2 78.0 56.3 58.6 62.8 68.7 76.6
11 58.7 61.7 65.4 71.7 81.4 57.9 60.3 64.8 71.1 79.7
12 60.5 63.5 67.4 74.3 84.8 59.5 62.0 66.7 73.5 82.7
13 62.2 65.4 69.5 76.8 88.2 61.0 63.7 68.7 75.9 85.8
14 63.9 67.2 71.5 79.4 91.6 62.6 65.4 70.6 78.3 88.8
15 65.6 69.1 73.5 81.9 95.0 64.2 67.1 72.6 80.7 91.9
16 67.4 70.9 75.6 84.5 98.4 65.7 68.8 74.6 83.1 94.9
17 69.1 72.8 77.6 87.0 101.8 67.3 70.5 76.5 85.5 98.0
18 70.8 74.6 79.6 89.6 105.2 68.9 72.2 78.5 87.9 101.0
60 60
97%
55
90%
55
nto 50%
rime
50 mp 10%
50
Co 3%
Centímetros
45 45
40 97%
40
álico
90%
ef
ro c
50%
35 et 6.5
erím
10%
P 3%
30 6
Centímetros
25 5.5
97%
20 90%
5
15 4.5
50%
4 4
3.5 3.5
Peso (kg)
10%
so
Pe
3%
3 3
2.5 2.5
2 2
Peso (kg)
1.5 1.5
As curvas se igualam à curva de
crescimento padrão da OMS com
1 50 semanas.
1
Fontes: Porção intrauterina - Alemanha
(Voight 2010), Estados unidos (Olsen
2010), Austrália (Roberts 1999), Canadá
0 0
22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50
Data:
32
Curva de crescimento para prematuros – Fenton
MENINOS
60 60
97%
90%
55 55
nto
50%
ri me
mp
10%
50 Co
3%
50
Centímetros
45 45
40 40
co
97%
fáli
ro ce
90%
m et 50%
35 Perí 10%
3%
6.5
30 6
Centímetros
25 97%
5.5
90%
20 5
15 50%
4.5
4 4
10 %
3.5 3.5
Peso (kg)
3%
so
3 3
Pe
2.5 2.5
2 2
Peso (kg)
1.5 1.5
As curvas se igualam à curva de
crescimento padrão da OMS com
1 50 semanas.
1
Fontes: Porção intrauterina - Alemanha
(Voight 2010), Estados unidos (Olsen
2010), Austrália (Roberts 1999), Canadá
0 0
22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50
Data:
27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64
11.0 11.0
10.8 10.8
10.6 10.6
10.4 3 10.4
10.2 10.2
10.0 10.0
9.8 9.8
9.6 9.6
9.4 9.4
9.2 2 9.2
9.0 9.0
8.8 8.8
8.6 8.6
8.4 8.4
8.2 8.2
8.0
1 8.0
7.8 7.8
7.6 7.6
7.4 7.4
7.2 7.2
0
7.0 7.0
6.8 6.8
6.6 6.6
6.4 6.4
6.2 -1 6.2
6.0 6.0
Peso (kg)
Peso (kg)
5.8 5.8
5.6 5.6
-2
5.4 5.4
5.2 5.2
5.0 5.0
4.8 -3 4.8
4.6 4.6
4.4 4.4
4.2 4.2
4.0 4.0
3.8 3.8
3.6 3.6
3.4 3.4
3.2 3.2
3.0 3.0
2.8 2.8
2.6 2.6
2.4 2.4
2.2 2.2
2.0 2.0
1.8 1.8
1.6 1.6
1.4 1.4
1.2 1.2
1.0 1.0
0.8 0.8
0.6 0.6
0.4 0.4
0.2 0.2
0.0 0.0
27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 Semanas
34
Curva de crescimento para prematuros – Intergrowth
MENINAS
27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64
75 75
74 74
73 73
72 3 72
71 71
70 70
69
2 69
68 68
67 1 67
66 66
65 0 65
64 64
63 63
Comprimento (cm)
62
-1 62
61 61
60 -2 60
59 59
58 -3 58
57 57
56 56
55 55
54 54
Comprimento (cm)
53 53
52 52
51 51
50 50
49 49
48 48
47 47
46 46
45 45
44 44
43 43
42 42
41
40
39 48
38 47
37 3 46
36 2 45
35
1 44
34 43
33 0 42
32 -1 41
31 -2 40
30 -3 39 Perímetro cefálico (cm)
29 38
28 37
27 36
26 35
25 34
24 33
32
31
30 30
Perímetro cefálico (cm)
29 29
28 28
27 27
26 26
25 25
24 24
23 23
22 22
21 21
20 20
19 19
18 18
27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 Semanas
27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64
11.8 11.8
11.6 11.6
11.4 3 11.4
11.2 11.2
11.0 11.0
10.8 10.8
10.6 10.6
10.4 10.4
10.2 10.2
10.0 2 10.0
9.8 9.8
9.6 9.6
9.4 9.4
9.2 9.2
9.0 9.0
8.8 1 8.8
8.6 8.6
8.4 8.4
8.2 8.2
8.0 8.0
7.8 0 7.8
7.6 7.6
7.4 7.4
7.2 7.2
7.0 7.0
6.8 -1 6.8
6.6 6.6
6.4 6.4
Peso (kg)
Peso (kg)
6.2 6.2
6.0 -2 6.0
5.8 5.8
5.6 5.6
5.4 5.4
5.2 -3 5.2
5.0 5.0
4.8 4.8
4.6 4.6
4.4 4.4
4.2 4.2
4.0 4.0
3.8 3.8
3.6 3.6
3.4 3.4
3.2 3.2
3.0 3.0
2.8 2.8
2.6 2.6
2.4 2.4
2.2 2.2
2.0 2.0
1.8 1.8
1.6 1.6
1.4 1.4
1.2 1.2
1.0 1.0
0.8 0.8
0.6 0.6
0.4 0.4
0.2 0.2
0.0 0.0
27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 Semanas
36
Curva de crescimento para prematuros – Intergrowth
MENINOS
27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64
75 75
74 3 74
73 73
72 2 72
71 71
70 70
69 1 69
68 68
67 0 67
66 66
65 65
64
-1 64
63 63
Comprimento (cm)
62 -2 62
61 61
60 -3 60
59 59
58 58
57 57
56 56
55 55
54 54
Comprimento (cm)
53 53
52 52
51 51
50 50
49 49
48 48
47 47
46 46
45 45
44 44
43 43
42 42
41
40
39 48
38 47
3
37 46
36
2
45
35 1
44
34 0
43
33 -1
42
32 41
-2
31 40
30 -3
39 Perímetro cefálico (cm)
29 38
28 37
27 36
26 35
25 34
24 33
32
31
30 30
29 29
Perímetro cefálico (cm)
28 28
27 27
26 26
25 25
24 24
23 23
22 22
21 21
20 20
19 19
18 18
27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 Semanas
Introdução
1. Koletzko B, Cheah F-C, Domellöf M, Poindexter BB, Vain N, van Goudoever JB (eds): Nutritional Care of Preterm Infants. Scientific Basis and Practical Guidelines.
World Rev Nutr Diet. Basel, Karger, 2021.
2. Embleton, N D. “Fifteen-minute consultation: ABCDE approach to nutritional assessment in preterm infants” 2021 Embleton ND. Arch Dis Child Educ Pract Ed
2021;0:1–6.
3. McCormick MC, Litt JS, Smith VC, Zupancic JA. Prematurity: an overview and public health implications. Annu Rev Public Health. 2011;32:367–79.
4. Chawanpaiboon, Saifon, et al. “Global, regional, and national estimates of levels of preterm birth in 2014: a systematic review and modelling analysis.” The Lancet
Global Health 7.1 (2019): e37-e46.
5. March of DIMES, PMNCH, Save the Children, WHO. 2012. Born too soon: the global action report on preterm birth. In: HOWSON, C., KINNEY, M. & LAWN, J. (eds.).
Geneva: World Health Organization.
6. Leal, Maria do Carmo, et al. “Prevalence and risk factors related to preterm birth in Brazil.” Reproductive health 13.3 (2016): 163-174.
38
Referências:
1. Koletzko B, Cheah F-C, Domellöf M, Poindexter BB, Vain N, van Goudoever JB (eds): Nutritional Care
of Preterm Infants. Scientific Basis and Practical Guidelines. World Rev Nutr Diet. Basel, Karger, 2021. 2.
Agostoni C et al. Enteral Nutrient Supply for Preterm Infants: Commentary from the European Society for
Paediatric Gastroenterology, Hepatology, and Nutrition Committee on Nutrition. Journal of Pediatric Gas-
troenterology and Nutrition. 2010; 50 (1): 85-91. 3. Lapillonne A, Bronsky J, Campoy C, et al. Feeding the
Late and Moderately Preterm Infant: A Position Paper of the European Society for Paediatric Gastroentero-
logy, Hepatology and Nutrition Committee on Nutrition. J Pediatr Gastroenterol Nutr. 2019;69(2):259-270.
A indicação dos produtos deve ser feita pelo profissional de saúde, conforme o estado clínico e nutricional
do paciente.
OS PRODUTOS MENCIONADOS NÃO CONTÊM GLÚTEN.
O leite materno é o melhor alimento para os lactentes e até o 6° mês deve ser oferecido como fonte ex-
clusiva de alimentação, podendo ser mantido até os dois anos de idade ou mais.As gestantes e nutrizes
também precisam ser orientadas sobre a importância de ingerirem uma dieta equilibrada com todos os
IMAGENS ILUSTRATIVAS. JUNHO/2022.
nutrientes e da importância do aleitamento materno até os dois anos de idade ou mais.As mães devem
ser alertadas que o uso de mamadeiras, de bicos e de chupetas pode dificultar o aleitamento materno,
particularmente quando se deseja manter ou retornar à amamentação; seu uso inadequado pode trazer
prejuízos à saúde do lactente, além de custos desnecessários.As mães devem estar cientes da impor-
tância dos cuidados de higiene e do modo correto do preparo dos substitutos do leite materno na saúde
do bebê. Cabe ao especialista esclarecer previamente as mães quanto aos custos, riscos e impactos
sociais desta substituição para o bebê.É importante que a família tenha uma alimentação equilibrada
e que sejam respeitados os hábitos culturais na introdução de alimentos complementares na dieta do
lactente, bem como sejam sempre incentivadas as escolhas alimentares saudáveis.