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Matilde Monteiro
Índice
Nota Introdutória.....................................................................................................................................................................................3
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Nota Introdutória
De forma a realizar um estudo mais completo, esta pode ser complementada com a consulta da
bibliografia recomendada, da sebenta das desgravadas de Genética Molecular e dos powerpoints
disponíveis no moodle.
Esta sebenta foi revista pela Comissão de Curso 2017/2023, no ano de 2018.
NOTA ADICIONAL:
No âmbito da renovação da unidade curricular Genética Molecular, do primeiro ano curricular, o
Departamento de Estudos da Comissão de Curso de 21/27 reformulou a sebenta com novas aulas teóricas e
foi adicionada informação às já existentes, com base nos ppts fornecidos pelos docentes. Qualquer erro ou
dúvida que surja podem enviar email para ccfmup2127@gmail.com.
Votos de sucesso,
CC 21/27
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T1 – Evolução histórica e introdução à Genética
Patologias genéticas
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3) Multifactorial - resulta da interacção de um ou mais genes com um ou mais factores
ambienciais. As causas multifactoriais estarão na base de cerca de metade de todas as
malformações congénitas e serão relevantes em muitas doenças crónicas da idade adulta
(ex: doenças cardiovasculares, como a hipertensão arterial e a oclusão das coronárias,
diabetes, artrite reumatóide, psicoses e demências senis). Esta etiologia multifactorial
contribuirá também para diversas alterações psicológicas da infância, incluindo dislexia
(5 a 10% da população), anomalias específicas da linguagem (5% das crianças) e
alterações da atenção, por falta ou hiperactividade (4 a 10% das crianças).
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T2 – Estrutura DNA
Nucleotídeos (desoxirribonucleotídeos):
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Cadeia dupla de DNA – duas cadeias simples de DNA
ligam-se entre si, orientadas de uma forma antiparalela
(uma em 5’-3’ e outra em 3’-5’), através de pontes de
hidrogénio (interações mais fracas, não necessitam de
intervenção enzimática para serem quebradas) entre as
bases azotadas:
Sulcos – regiões em que os pares de bases ficam expostos à superfície da molécula; permite o
reconhecimento por proteínas da sequência de nucleotídeos dessa região de DNA, sem
necessidade de abrir a dupla cadeia.
Estruturas do DNA
Efeito velcro – conjunto de interações fracas (pontes de hidrogénios) resultam numa ligação forte,
permitindo que o DNA seja uma molécula bastante estável
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Desnaturação do DNA
Renaturação do DNA
Tudo aquilo que altere as cargas externas ou que interaja com os resíduos de ácido fosfórico
vai alterar as características da desnaturação da molécula de DNA.
Nota: A partir de uma temperatura de meltiSCDIng de uma molécula de DNA com tamanho
conhecido, podemos estimar a percentagem de pares A-T e C-G, no entanto não nos dá qualquer
informação acerca da sequência de nucleotídeos.
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Localização do DNA na célula
Nota: Nas células eucarióticas, as mitocôndrias contêm uma pequena percentagem de DNA, sob
a forma de uma molécula circular (prova da possível origem bacteriana deste organelo)
Territórios cromossómicos – cada cromossoma ocupa uma região restrita no núcleo celular
• Heterocromatina – DNA mais condensado; mais eletronodenso (em TEM) e mais corado
(em ML)
• Eucromatina – DNA menos condensado; menos eletronodenso (em TEM) e menos corado
(em ML)
Região transcricionalmente ativa (acessível a enzimas)
• Fibra de 10 nm – DNA enrolado nas histonas, visível numa solução hipotónica, com 147
nucleotídeos o Esta começa a fazer um ziguezague e os octâmeros de histonas começam
a empilhar entre si, formando duas pilhas mais ou menos paralelas que espiralam um
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pouco, rodando para o lado esquerdo, formando NUCLEOSSOMAS, que distam entre si
cerca de 200 pares de bases:
o Ubiquitinação
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Curiosidade: A Sirtuina 1 é ativada por um composto que existe na uva e no vinho que é o
resveratrol. Este origina uma reprogramação da expressão genética, passando as células a
apresentar um perfil genético correspondente a um animal muito mais jovem.
Estes são mecanismos epigenéticos de regulação da expressão genética, porque apenas alteram
o grau de modificação das histonas, sem haver alterações da sequência de nucleotídeos.
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Centrómero – Constrição primária (ao nível da qual os dois
cromatídeos se mantêm unidos
O número de cromossomas não está relacionado com o nível de complexidade do ser vivo.
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T3 - Análise e Localização de Ácidos Nucleicos e Proteínas
Moléculas de DNA - carregadas negativamente devido à presença dos ácidos fosfóricos, tendo
todas uma densidade de carga idêntica
Eletroforese – técnica que consiste em aplicar corrente elétrica de forma a separar as moléculas
de DNA em função do seu tamanho (massa molecular); o campo elétrico criado vai ser constante
já que a forma, a carga e a densidade de carga das moléculas de DNA são idênticas para todas
elas
Gel de agarose – devido ao tamanho dos seus poros, permite a separação das moléculas de
DNA no interior da sua matriz; é relativamente espesso (8mm) e tem um aspeto translúcido
Poços – espaços no gel de agarose formados com a ajuda de um molde numa das extremidades
do gel, sendo o local onde se colocam as amostras
Padrão de massas moleculares – permite saber o tamanho aproximado das moléculas de DNA da
amostra, já que é uma mistura de vários fragmentos de DNA de massa molecular conhecida
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Medição rigorosa da massa molecular das bandas
• Construção um gráfico
• Eixo das abcissas - distância migrada pelas diversas bandas do padrão
de massa molecular
• Eixo das ordenadas - o logaritmo da massa molecular
• Criação da curva da distância migrada em função do log da massa
molecular
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Desnaturação do DNA - quebra das pontes de H que mantêm as
duas cadeias simples ligadas
• Elevação da temperatura
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• Obtêm-se moléculas de DNA na superfície da membrana, estando acessíveis à ligação
pela sonda
Anemia falciforme - doença grave em que os eritrócitos ganham precocemente uma forma não
funcional (forma de foice)
• Deve-se à mutação dum único nucleotídeo no gene que codifica a cadeia beta da
hemoglobina
• Há uma adenina que surge mutada e é substituída por uma timina
• Perda da sequência de restrição identificada pela enzima de restrição MST2
1. Isolamento do DNA
2. Digestão com a enzima MST2
3. Eletroforese
4. Southern-blotting
5. Identificar com sonda complementar à sequência normal
o Indivíduo normal - hibridização com uma banda de 1,1 kbase
o Indivíduo mutante – hibridação com uma banda de 1,3 kbase (faltou o local de corte
da enzima)
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Hibridação in situ - técnica que permite localizar uma determinada sequência de ácidos nucleicos
diretamente no tecido, através de sondas marcadas que hibridam com o DNA/RNA de interesse:
o São necessárias condições muito favoráveis visto que o RNA é uma molécula muito frágil,
que se degrada muito facilmente
É necessário fazer uma desnaturação prévia do DNA e depois colocar a sonda em contacto com
este.
Cromossome painting – técnica em que se usam sondas fluorescentes com cores diferentes para
identificar várias regiões cromossómicas em metáfase
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Proteínas – classe quimicamente mais heterogénea de polímeros de 20 aminoácidos diferentes
• Diferentes conformações;
• Cargas distintas (dependendo da carga do ser terminal amino, do terminal carboxílico e
de outros grupos dos aminoácidos)
Molécula redutora - agentes redutores quebram as ligações dissulfureto (entre dois grupos –
SH) promovendo a sua linearização
• Ditiotreitol (DTT)
• β-mercaptoetanol
Após o tratamento com SDS e ditioteitrol, as proteínas ficam linearizadas e com uma densidade
de carga negativa igual para todas elas, podendo assim ser separadas somente em função do seu
tamanho (massa molecular)
Glicerol - torna a amostra mais densa para ser mais fácil colocá-la no fundo do poço
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Azul de bromofenol – migra à frente das proteínas, permitindo observar a evolução da
eletroforese
Corantes
Cada uma das bandas azuis corresponde a uma banda de proteínas com massa molecular
diferente.
Ponto isoelétrico – valor de Ph para o qual a proteína está globalmente neutra, sendo específico
para cada proteína
Focagem isoelétrica – técnica que permite a separação de proteínas em função das suas
características de ionização, ou seja, dos seus pontos isoelétricos
Western-Blotting – transferência de proteínas, que sob ação de corrente elétrica vão sempre
migar do cátodo para o ânodo, pelo que devemos orientar a membrana para o ânodo, e após
separação por SDS-PAGE, para uma membrana de alta afinidade (nitrocelulose) de modo a
determinar a existência/ausência de determinada proteína numa amostra. As proteínas na
membrana podem ser posteriormente coradas com, por exemplo, o corante Ponceau S ou podem
ser detetadas com anticorpos específicos.
Montagem do sistema - Numa cassete de plástico, colocar umas esponjas, colocar papel de filtro,
o gel, uma membrana (nitrocelulose ou nylon) em contacto com o gel, mais papel de filtro, mais
esponja, fechar a cassete e aplicar corrente elétrica
Nota: A transferência das proteínas não pode ser passiva, terá de ser sempre por aplicação de
corrente elétrica
Corante Ponceau S – corante cor-de-rosa que se liga a todas as proteínas, obtendo-se a sua
distribuição no gel na membrana de nitrocelulose
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Imunocitoquímica/Immunoblotting –permite a deteção imunológica duma proteína diretamente
no seu local de expressão na célula (no tecido chama-se imunohistoquímica) - técnicas de
reconhecimento de proteínas que utilizam anticorpos após Western-blotting.
Anticorpos – têm grande especificidade para proteínas, mas, tal como as sondas, não conseguem
identifica-las dentro de um gel de poliacrilamida (necessário WB)
Tipos de imunocitoquímica
1) Direta – utilização do anticorpo primário isoladamente, que para ser visível terá de ter
algum marcador como um fluorocromo ou alguma enzima que se faça reagir
2) Indireta – utilização de um anticorpo primário que reconhece a molécula de interesse e
um anticorpo secundário que se liga ao primário
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Ø Muito mais sensível - a razão de ligação de anticorpo secundário ao primário é
normalmente superior a 1 (a um só anticorpo primário vamos ter vários
anticorpos secundários ligados, cada um marcado com seu fluorocromo/enzima)
Enzimas – conjugadas a anticorpos, fazendo-se reagir para dar um produto de reação visível que
nos permita identificar as bandas correspondentes às proteínas de interesse
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T4 – Genoma Humano
• Genoma mitocondrial – consiste numa molécula circular de DNA de cadeia dupla sem
intrões com 16 mil desoxirribonucleotídeos, presente na mitocôndria o De “herança”
materna o Código genético específico, incompatível com o código genético nuclear o
Replicação e transcrição semiautónoma o Elevada taxa de mutação (sistema de reparação
incompleto) o Não tem histonas o Todos os genes do mtDNA produzem proteínas
envolvidas na cadeia respiratória
1990 Início do PGH - National Institutes of Health (NIH) e Departamento de Energia dos
Estados Unidos (USDE) juntaram-se a grupos internacionais para sequenciar os 3
biliões de bases
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Sequenciação Manual (lento...)
• Géis de Poliacrilamida
• Radioisótopos
Sequenciação Automática
Conclusões do PGH
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Sequências repetitivas existentes no genoma
-Funcionais
-Não-funcionais
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Dogma central da biologia molecular: a síntese proteica:
4) Epigenética
• Empacotamento da cromatina
• Modificação das histonas
• Metilação do DNA
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T5 - Substrato da Informação Genética: Aplicações Tecnológicas
Ser humano - cerca de 19000 genes (número muito inferior ao que era expectável)
Complexidade de uma espécie - determinada não pelo número de genes que interessa, mas sim
pela forma como esses são processamos
A mutação (na sua variação patogénica) é uma alteração com uma frequência de 1% ou menos.
A maior parte dos indivíduos partilham entre si cerca de 99,9% da sua sequência de DNA, sendo
apenas 0,1% responsável por:
• Variação fenotípica
• Suscetibilidade às infeções
• Predisposição para determinadas doenças genéticas
Nota: isto significa que o conceito de raça é um conceito totalmente despropositado num
contexto genético, já que complementaridade da informação genética entre todas é enorme.
Polimorfismo (benigno) - variação natural de bases para a mesma posição no DNA, sem efeitos
adversos e com uma frequência superior a 1%
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2) Minissatélites / VNTR’s (Variable Number of Tandem Repeats)
• Sequências repetitivas em tandem com mais de 5 nucleótidos na unidade de
repetição (até 100 pb)
DNA fingerprinting - técnica que permite estabelecer um padrão de DNA específico de cada
indivíduo.
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4) Copy number variations (CNVs)
Espontâneas
Surgem naturalmente por falha na replicação/reparação do DNA
Causa Induzidas
Exposição a agentes mutagénicos (radiação ionizante, formaldeído,
benzeno
de Herdadas
Células da linha germinativa do progenitor (afetam todas as células)
Modo
Somáticas
aquisição
Células dos tecidos diferenciados, adquiridas ao longo da vida do
indivíduo
Em sequências codificantes
Local
Em sequências não codificantes
Wild type - Variante mais frequente
Alelos
Mutant type - Variante rara
Patologias várias
Consequências
Motor de evolução (seleção de indivíduos)
• Para um determinado gene, temos dois alelos (o herdado materno e o paterno), num
determinado locus
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Mutações sinónimas – Mutações no limite entre polimorfismo e alteração, mas apenas se trata de
polimorfismo se prevalecer tanto em indivíduos saudáveis como em indivíduos com a doença.
Silenciosas
Mutações Troca de base, não trocando o aa e o polipeptídeo final
sinónimas
(redundância do código genético)
Mutações Nonsense
Ø Transição não Substituição do codão mRNA resultante instável -
Pirimidina → Pirimidina sinónimas normal por um codão STOP não há tradução
Purina → Purina (3) (troca de 1
base)
Ex: Síndrome de mRNA suficientemente
Papillon-Lefevre estável - proteína truncada
(deficiência de catepsina c) não funcional
Splice site
Promotor
In-frame
Inserção/deleção de 3 ou múltiplos de 3 nucleótidos, não alterando a
reading frame. Há inserção ou deleção dos aa correspondentes, com
perda parcial de funcionalidade. Ex.: Distrofia Muscular de Becker
Frameshift
Inserção/deleção de nucleótidos (número não múltiplo de 3),
alterando a reading frame. Surge com grande frequência um codão
stop prematuro (a downstream da mutação) e, consequentemente,
uma proteína truncada (com perda da sua função biológica)
Ex.: Inserção de 4 bases – Doença de Tay-Sachs
Deleção / inserção Deleção – Distrofia Muscular de Duchenne
Grande deleção/inserção
Deleção/duplicação parcial do gene
Deleção/duplicação integral do gene
Ex.: Deleção integral – Neuropatia Hereditária co disposição para
paralisia por pressão
Duplicação integral – Doença de Charcot-Marie-Tooth do tipo 1A
Dinâmicas (inserção)
Expansão de sequências repetidas de tri-nucleotídeos (em regiões
codificantes e não codificantes) que se vão tornando mais instáveis
Ex: Doença de Huntington
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Mutação splicing (splice-site)
Mutação intrónica
• Uma mutação (normalmente substituição de uma base) num intrão cria locais de splicing
alternativos que competem com os locais normais durante processamento
• Perda funcional
• Exemplo: Síndrome de X Frágil
ESQUEMATIZANDO…
MUTAÇÕES:
Inserção
Deleção
Ganho de função
Dominantes negativas
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Efeitos Funcionais das Mutações
Dominante-negativa ou
Perda de função Ganho de função
antimórfica
Hipomórficas- proteína resultante Resultam em níveis Em indivíduos heterozigóticos a
com atividade reduzida aumentados da expressão genética ou proteína com alteração interfere
Amórficas-proteína resultante com desenvolvimento de uma nova função com a proteína normal
atividade nula
(alelo nulo ou amorfo) Não têm de conferir vantagem seletiva O gene mutado, no estado
ao heterozigótico, atua
Haploinsuficiência: em indivíduos indivíduo antagonisticamente com o alelo
heterozigóticos, metade da correspondente (sem mutação)
proteína produzida é normal e Podem estar na origem de várias
outra metade apresenta alteração; doenças (doença de Atividade proteica alterada ou
Recetores (ou outros limitantes) Huntington) inativada
afetados – poderão não ser
suficientes para colmatar a Predominantemente herdadas É comum genes que codificam
atividade da célula proteínas estruturais, como o
No caso de indivíduos homozigóticos, colagénio
Enzimas afetadas- atividade os efeitos no seu fenótipo são mais (Ex: Osteogenesis imperfecta)
catalítica do produto do gene severos (síndrome de
normal é suficiente para levar a Waardenburg tipo I)
cabo as reações da maioria das
vias metabólicas
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T6 – Replicação do DNA
DNA polimerases – enzimas que catalisam a replicação do DNA (síntese de novas moléculas de
DNA dentro das células); têm como funções:
• Cada molécula de DNA sintetizada conserva uma cadeia simples da cadeia-mãe; a outra
é sintetizada de novo.
• Demonstrada em 1958 por Meselsen e Stahl
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Forquilha de replicação - região onde a cadeia de DNA se abre para expor as bases nucleotídicas
e modo a adicionar novos nucleotídeos, formando duas cadeias novas no sentido 5’ – 3’ e de
modo assimétrico
Fragmentos de Okazaki – ligam os primers na cadeia lenta (100 a 200 nucleotídeos nas células
eucarióticas; 1000 a 2000 nas procarióticas)
O nome não coincide
DNA primase / DNA pol α – enzima que sintetiza os primers; é uma RNA
com a função
polimerase, uma vez que o que vai adicionar são ribonucleotídeos Deal with it
RNase H – enzima que remove e degrada os primers de RNA, já que estes não podem persistir
nas moléculas finais de DNA
Nick - interrupção na cadeia DNA por falta de uma ligação fosfodiéster entre nucleotídeos
DNA ligase – enzima que, encontrando o nick, o vai fechar ao estabelecer uma ligação
fosfodiéster, fundindo 2 ligamentos de okasaki entre si.
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Células procarióticas Células eucarióticas Função
Primase Primase / DNA polimerase α Adição primers
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Na cadeia lagging, este complexo vai permitir a
síntese da molécula de DNA até encontrar a
extremidade de outro primer, desagregando-
se, para se voltar a formar num local mais à
frente
Topoisomerase – enzima que forma nicks (corta ligações fosfodiéster) para aliviar o
sobreenrolamento (provocado pela abertura por ação da Helicase).
Topoisomerase I Topoisomerase II
Quebra uma ligação fosfodiéster na cadeia Catalisa a quebra da dupla cadeia de DNA É
simples, havendo rotação da molécula de mais importante na separação das cadeias
DNA para aliviar o sobre enrolamento duplas durante a divisão celular (na fase de
É também ela que, sem gasto de energia, vai condensação dos cromossomas) do que na
voltar a fechar/restabelecer aquela ligação replicação, permitindo a segregação para as
fosfodiéster (Entre nucleotídeos) células filhas (evita que fiquem enroladas
entre si); também é capaz de fechar/
restabelecer as cadeias de DNA sem gasto de
energia adicional.
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Modelo da forquilha de replicação com as proteínas
acessórias (observável em TEM) na E. Coli
• DNA primases;
• RNA polimerases, associadas ao PCNA e RFC
nas células eucariotas;
• DNA Helicase no local de início de abertura da
dupla hélice;
• Single-stranded binding proteins; mantem a
abaertura da cadeira dupla de DNA
• Topoisomerases; Evita o sobreenrolamento do
DNA
• RNAse H, que vai digerindo os primers de RNA.
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• Mecanismo transversal a quase todas as DNA polimerases;
• Permite impedir a maioria das incorporações erradas de nucleotídeos, sendo um processo
muito eficaz.
O mecanismo de proofreading justifica porque é que todas as DNA polimerases evoluíram no sentido de
adicionar nucleotídeos sempre no sentido 5’-3’
• Os nucleotídeos têm 3 grupos fosfato que fornecem a energia para a sua incorporação
na cadeia crescente, através da sua hidrólise.
• Não estando correto, é removido por ação de proofreading da DNA polimerase e a cadeia
continua em condições de continuar a crescer, com uma extremidade 3’ livre.
• Se fosse ao contrário, no sentido 3’-5’, já iam existir grupos fosfato com ligações muito
energéticas na extremidade da cadeia crescente de DNA. Um nucleotídeo mal
incorporado seria removido, mas a cadeia ficava incapaz de polimerizar mais, dado que,
por já lá conter um grupo fosfato, não poderia ocorrer qualquer hidrólise.
Ø Vírus
Ø Bactérias
Ø Eucariontes
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BACTÉRIAS
Origem de replicação – sequência particularmente rica em pares Adenina/Timina (unidos por duas
pontes de hidrogénio, zona mais fácil de abrir a dupla hélice) por onde se
inicia a replicação de um cromossoma. Após a abertura, a molécula é toda
replicada até que se encontrem as DNA polimerases do lado oposto ao
da origem de replicação.
Cascatas de sinalização – permitem a regulação das várias origens de replicação nos eucariotas,
mais ou menos em simultâneo (dentro do período S do ciclo celular)
ORC (Origin Recognition Complex) - Complexo proteico ligado às origens de replicação das
células eucarióticas, durante a maior parte do ciclo celular, juntamente com as proteínas CDC6 e
CDT1.
Cinase CDK – é ativada perto da fase S do ciclo celular, e vai fosforilar algumas das proteínas deste
complexo, levando à sua desagregação e permitindo a atividade da helicase, iniciando assim a
atividade da replicação por ação da DNA polimerase.
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Fábricas de replicação (Replication Factories) – focos de origens de replicação, distando entre si
cerca de 30 mil a 250 mil pares de nucleotídeos.
O DNA não replica todo em simultâneo (não começa numa extremidade e progride linearmente até
à outra):
3) São sintetizadas novas histonas (das poucas proteínas cuja transcrição e síntese ocorre
durante a fase S)
Chaperonas de histonas – enzimas que intervêm na formação dos nucleossomas logo após a
replicação, ao trazerem as novas histonas
Reader-writer complex – têm a capacidade de ler as modificações nas histonas H3/H4, que são
herdadas da célula-mãe e de imediato vão transferir grupos metilo ou acetilo para que aquela
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região do genoma mantenha as características de modificações de histonas idênticas à da
molécula de DNA que está a ser replicada
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Há telomerase
Células embrionárias /
São capazes de se replicar indefinidamente
células estaminais
Com a diferenciação celular essa capacidade reduz-se.
Há telomerase em quantidade muito reduzida
Células somáticas
Número de replicações limitado
Quase que não têm telomerase
Células senescentes Telómeros tendem a desaparecer
(em envelhecimento) Pode haver fusão de cromossomas entre si, o que leva à morte celular
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T7 - Técnicas de Diagnóstico em Genética Molecular I - Clonagem e PCR
• Clonagem de DNA
• Métodos de análise de DNA
Yeast artificial
1Mb
chromosomes (YACs)
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Locais de reconhecimento – têm cerca de 4 a 6 nucleótidos
Transformação bacteriana
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Cell-free DNA cloning (PCR)
Material
DNA molde
DNA polimerase (Taq DNA polimerase)
Primers (iniciadores)
Desoxirribonucleotídeos trifosfato (dNTPs)
Solução tampão (com MgCl2)
3 etapas
Termociclador
1) Desnaturação
• Quebra das pontes de hidrogénio da cadeia dupla de DNA,
gerando cadeias simples de DNA
• Entre os 94ºC e os 96ºC
2) Annealing
• Ligação dos primers às regiões complementares do DNA
molde;
• Entre 50ºC e 65ºC
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• Melting/annealing temperature (Tm) – temperatura à qual os primers se ligam ao DNA
(entre 55ºC e 60ºC) o Conteúdo em C+G – sendo as pontes de hidrogénio 3, a Tm será
maior (7580ºC)
• Evitar a formação de dímeros de primers - é mais fácil a ligação entre eles do que com o
DNA molde
Nota: A TaqPolimerase não tem atividade de exonuclease 3´→5’ (proofreading) para correção de
erros durante a síntese de DNA, o que pode alterar a amostra, com risco de haver uma leitura
diferente do que seria correto
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Repetição do processo por ciclos
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Fases do PCR
Eletroforese – serve para verificar se se conseguiu um PCR eficiente após o término da reação
Variantes do PCR
PCR Multiplex
PCR Fluorescente
PCR Multiplex Fluorescente
Real-Time PCR
PCR Multiplex Real-Time
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PCR Multiplex
PCR Fluorescente
o Amostras migram dentro do gel (tanto mais rápido quanto mais pequeno for)
Nota: A diferença entre o PCR fluorescente e a sequenciação é que no primeiro são marcados os
primers enquanto que no último são marcadas as bases (os dideoxinucleotídeos)
• PCR múltiplo dentro do mesmo tubo e ao mesmo tempo, onde os vários primers são
marcados com diferentes cores
• Permite separar os fragmentos por tamanho e por cores
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Um único molde de DNA,
Single Template PCR de modo a amplificar várias
Reaction sequências deste (vários
primers)
PCR Multiplex
Importância do PCR
Vantagens Desvantagens
Muito rápida e fácil de executar Risco de contaminação
Amostra pode ser de tamanho variável Desenho dos primers tem de ser correto
Nota: existência, nos laboratórios, de sala pré-PCR (onde são preparadas as reações) e sala pósPCR
(onde são manipulados os produtos amplificados), de modo a evitar a abertura dos tubos no
mesmo espaço físico, o que levaria a contaminação com aerossóis
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Metodologia do SYBR
SYBR green - marcador fluorescente que se vai intercalar na cadeia dupla de DNA (absorve luz
azul e emite luz verde)
• A quantidade de luz verde (produzida em cada ciclo pelo número de moléculas de cadeia
dupla sintetizadas) é registada desde o início
• Como o SYBR Green é um corante não específico, vai-se ligar todas as cadeias duplas,
inclusivamente dímeros de primers, podendo gerar falsos positivos
Sonda Taq - sonda oligonucleotídica específica que se liga à cadeia de DNA complementar entre
os primers forward e reverse
1) Sonda intacta - a fluorescência que é emitida pelo reporter é absorvida pelo Quencher -
não está a libertar fluorescência nenhuma
2) Extensão - atividade exonuclease da Taq polimerase 5’ -> 3’ parte a sonda, separando o
reporter e o Quencher
3) Deixa de haver transferência de energia
4) Libertação de fluorescência pelo reporter
5) Deteção pelo aparelho
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Real-time PCR multiplex
Vantagens
Mais económico Maior especificidade
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Deteção da quantidade de produto na fase exponencial (e não na final)
A quantidade de fluorescência é
proporcional à quantidade de produto de
PCR desde que:
- A quantificação seja feita na fase
exponencial da reação
- A amplificação prossiga com uma
eficiência comparável pra todas as
amostras.
Based Line/linha basal - fluorescência basal não específica que o aparelho regista sempre
(“ruído”)
Ciclo de Threshold – ciclo a partir do qual, para a amostra em questão, houve registo de
fluorescência válido (interseção do gráfico com a linha de Threshold)
Matilde Monteiro 53
T8 - Técnicas de DNA Recombinante
DNA recombinante - tecnologia que permite a manipulação de DNA por meios artificiais,
baseando-se na clonagem molecular (formação de clones, que são coleções de moléculas ou
células idênticas à original)
Vetor
Promotor
Clonagem
Corte de um fragmento de DNA de um organismo e inserção num vetor que permite a sua replicação num
organismo hospedeiro. Usa-se DNA nuclear de um organismo para criar um segundo com o mesmo
material genético. EX: ovelha Dolly
1) Síntese do cDNA – a partir do mRNA do gene de interesse, com recurso a primers e à enzima
transcriptase reversa
• Não se pode colocar o DNA com gene de interesse (com exões e intrões) numa bactéria,
já que esta é incapaz de realizar splicing (remover intrões de mRNA)
• Também não se pode colocar o mRNA visto que este seria logo degradado (radioativo)
• Cadeia sense - de 5’ para 3’ o Sequência “igual” à do mRNA que vai dar origem à proteína
desejada (tirando uracilos)
• Cadeia anti-sense – de 3’ para 5’
o Usada no processo de transcrição
o Contribui para a síntese da proteína recombinante
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Enzimas de restrição - endonucleases específicas que reconhece sequências de 4-8
nucleótidos; Sequências
simetria)
São utilizadas enzimas de restrição de extremidades coesivas, de modo a clivar o vetor e o cDNA
de interesse
• Todas as extremidades formadas vão ser complementares, sendo possível a junção das
duas porções de DNA
• Com enzimas que dão origem a extremidades blunt, esta técnica não seria possível
3) Ligação do cDNA ao vetor (transporta o gene de interesse, na forma de cDNA, para a bactéria),
com recurso a:
• T4 DNA ligase
• Gasto de energia
Matilde Monteiro 55
EcoRI: (na E.coli) Dá-se, assim, o nome às enzimas de restrição onde foram descobertas
• Os vetores de expressão para sistemas eucarióticos devem ter mais informação, como a
região promotora ou o local de ligação ao ribossoma…
Matilde Monteiro 56
Proteína recombinante - produto resultante da
expressão do plasmídeo recombinante
Ampicilina- gene que confere resistência ao antibiótico
ampicilina
5) Transformação bacteriana
Inserção do plasmídeo recombinante, com cDNA, na bactéria
Gram negativa - tem uma parede externa e uma interna, não possuindo “peptidoglicano”
Não se podem utilizar bactérias de coloração gram positiva para se inserir um plasmídeo pois
estas possuem uma parede/armadura extra de peptidoglicano, impedindo a sua entrada
Matilde Monteiro 57
Colónia – conjunto de milhões de bactérias geneticamente todas iguais (clones), já que contém
todas o mesmo plasmídeo
Nota: nem todas as proteínas humanas podem ser produzidas em bactérias - estas não têm
organelos (retículos endoplasmáticos) que permitem as alterações pós-
traducionais/amadurecimento que tornam essas proteínas funcionais (fosforilações, acetilações)
Matilde Monteiro 58
Necessidade de utilizar métodos muito mais eficientes pois a população inicial é muito
reduzida
1) Métodos físicos
a. Microinjeção com uma micropipeta –
injeção do DNA no embrião dos seres
Matilde Monteiro 59
T9 – Técnicas de Diagnóstico em Genética Molecular II - Sequenciação
Mutação já
RFLP
identificada
SSCP
Métodos Métodos físicos
laboratoriais Deteção de alterações físicas no HA
para DNA geradas pela mutação, em
identificação de comparação com o DNA normal
mutações DGGE
Mutação não
identificada Mismatch Cleavage Methods
Deteção e corte em erros de
Deteção e corte em erros de
complementaridade entre o ADN PTT
mutado e normal
DNA
microarrays
Outros métodos
dHPLC
Sequenciação
Matilde Monteiro 60
Fibrose cística - patologia recessiva, os dois alelos têm de estar mutados
Diferenças de sequência de um único nucleótido são suficientes para que cadeias simples
de DNA adquiram uma conformação tridimensional diferente
Matilde Monteiro 61
SSCP permite discriminar estas alterações conformacionais por eletroforese de DNA
desnaturado (cadeias simples) em géis não desnaturantes
• Indivíduo normal - uma banda com as duas cadeias sense e outra com as duas antisense.
As cadeias sense têm uma estrutura tridimensional em cadeia simples que é igual em
ambas, assim como nas anti-sense
• Indivíduo mutante - duas bandas do alelo normal e duas bandas do alelo mutado,
diferentes das do indivíduo normal. A estrutura das cadeias é diferente
Nota: é possível ver a diferença num gel de SSCP porque estão a romper as cadeias duplas em
cadeias simples (desnaturação), tirando partido da sua estrutura tridimensional em cadeia simples
Matilde Monteiro 62
Ø Indivíduo normal - CCTTAG
Ø Indivíduo mutado – CCTCAG e CCTTAG (um alelo vai ter um C e outro alelo vai ter um T
- mutação pontual)
Nota: Não se sequencia diretamente por esse ser um método relativamente dispendioso e, em
genes que são muito grandes (onde não se sabe onde está a alteração) é mais fácil fazer rastreio
para os exões e só depois de encontrar a alteração do padrão de mobilidade, sequenciar.
Vantagens Desvantagens
A sensibilidade decresce com o aumento do
Simples e rápido
tamanho do fragmento
Matilde Monteiro 63
Zona de Mismatch – região onde se encontra a mutação, não havendo emparelhamento
Vantagens Desvantagens
Pouco sensível para deteção de mutações
Sensível para deteção de inserções/deleções
pontuais (só numa base)
Matilde Monteiro 64
Melting-point - ponto em que o DNA atinge a concentração de reagentes desnaturantes que o
fazem desnaturar, ficando constituído por duas cadeias simples (pára a migração)
Vantagens Desvantagens
Muito sensível Difícil de estabelecer a técnica
Ótimo para PCR multiplex (usa gel de Pouco eficiente para analisar fragmentos grandes
gradiente) de DNA
Matilde Monteiro 65
Comparação das três técnicas
Semelhança
Sequenciação do DNA
Matilde Monteiro 66
Dideoxinucleotídeos (ddNTPs)
Matilde Monteiro 67
Sequenciação automática
1) PCR prévio
2) Desenho do primer
3) Preparação de reação PCR
o Cadeia molde (que é o produto de PCR purificado)
o Nucleotídeos normais (dNTPs) o Dideoxinucleotídeos (ddNTPs) – cada um identificado com
um fluorocromo diferente
o Um primer
4) Ciclos (desnaturação, annealing e extensão)
5) Incorporação aleatória de nucleotídeos normais ou dideoxinucleotídeos pela polimerase
(quando é incorporado o segundo, a síntese para)
6) Em cada posição vai ser incorporado um dideoxinucleotídeo, que tem uma cor específica
(consoante base azotada)
Eletroforese capilar
Matilde Monteiro 68
Eletrofluorograma
Mutação caracterizada com precisão Pouco eficiente para analisar fragmentos grandes
(complemento a outros métodos) de DNA
Matilde Monteiro 69
Sequenciação de Nova Geração
Sequenciação em paralelo
A - Amostra de DNA
B - Fragmentação do DNA em vários segmentos que vão ser sequenciados em paralelo (Há várias
leituras de cada segmento – READS)
Multiplexing
Plataforma da Illumina
Matilde Monteiro 70
3) Software deteta a cor
4) Lavagem
5) Adição de novo nucleotídeo
6) Leitura e lavagem sucessivas
7) A plataforma consegue fazer a deteção dos nucleotídeos que vão sendo incorporados
• Dificuldade que existe em ler com precisão homopolímeros (sequências com um grande
número de nucleotídeos iguais seguidos)
• Dificuldades de armazenamento da informação
• Possibilidade de erros de leituras na sequenciação de regiões de homopolímeros
Matilde Monteiro 71
T10 – Introdução à Bioinformática
Bioinformática:
Objetivos da bioinformática
5) Informações sobre genes (função conhecida, evolução, estrutura, relação com via
metabólica, redes de interação genética, perfis de expressão)
Matilde Monteiro 72
Bases de dados
GenBank
EMBL
DDBJ
Contêm sequências anotadas de ácidos
Genómicas Ensembl genome browser
nucleicos e proteínas
UCSC Genome
Bioinformatics
Todas as bases de dados se integram, ou seja, em cada base de dados existem hiperligações que
permitem reunir informações distribuídas por diferentes bases de dados de forma mais rápida e
eficiente
Servidores de acesso (Todas as 3 db contêm os mesmos dados. Elas diferem na organização dos
dados, ferramentas e hiperligações para outras bases de dados)
Ø NCBI
Ø EBI
Ø NIG
Notas:
- As bases de dados em sequências de RNA escrevem “T” em vez de “U” (base azotada exclusiva
de RNA) só por convenção, apesar de não existir Timina numa molécula de RNA.
-Uma sequência de aminoácidos escreve-se por uma sucessão de letras, por convenção da
extremidade amina para o terminal carboxílico.
ORF- Open Reading Frame: encontra determinada parte do DNA para sintetizar uma proteína.
sequência de DNA que começa no codão de iniciação “ATG” (não é necessariamente o primeiro
da sequência) e acaba com um codão de terminação (TAA, TAG ou TGA);
Matilde Monteiro 73
- Qualquer uma das três grelhas de leitura diferentes pode ser usada para interpretar cada uma
das duas cadeias de DNA.
Fazendo buscas usando texto podemos obter sequências das bases de dados
Fazendo buscas usando sequências podemos obter sequências similares das bases de dados
Anotação Funcional; Estruturas 3D; Dados de Interação; Dados de Expressão; Vias de sinalização
(Pathways), etc
_______________
O que é que um registo de sequência contém? Registo de sequência está anotado com informação
biológica
Anotações da sequência (ou propriedades), feita de acordo com o tipo de sequência, definem
componentes da sequência como o CDS, intrões, exões, etc, e estão ligados à posição na sequência
Ferramentas bioinformáticas
Matilde Monteiro 74
MultAlin
• Alinhamento de sequências
• O alinhamento das sequências irá então aparecer estando a cores os nucleotídeos/
aminoácidos idênticos
UniProt
Base de dados especializada em proteínas. Foca-se na função biológica de proteínas, informação recolhida
da literatura
- Swiss-Prot – registros manualmente anotados e curados com mais informação (ex. Locais de ligação para
drogas, etc)
- TrEMBL – registro derivados de simulações computacionais sem anotação ou verificação por curadores
Expasy
SMART
Caracterização das proteínas. Para avaliar o impacto de uma mutação é importante determinar se
a mutação ocorre num domínio funcional da proteína
É possível alinhar uma dada sequência com bases de dados de diferentes organismos do
programa BLAST.
Representa a probabilidade de duas sequências serem homólogas apenas por acaso, ou seja,
valores muito baixos significam grandes probabilidades de homologia real.
Dados relativos a estrutura, função, organização genómica das proteínas e suas implicações em
situações patológicas.
Matilde Monteiro 75
O que é um genoma de referência?
- Genoma oficial divulgado
- Fornece as coordenadas genómicas para as anotações
- As anotações são colocadas no genoma nos locais corretos
- Não é necessariamente o genoma que todos têm
- Ainda contém alguns erros
Identifica uma só sequência; Não altera, mesmo no caso em que a informação no registo seja alterada;
- Diferentes versões duma sequência tem o mesmo número de acesso (ou identificador), mas com a versão
refletida no número de acesso.
Formato: accession#.version
Normalmente os números de acesso são consistentes entre as bases de dados do NCBI, ENA e DDBJ
Domínio
- Parte da estrutura terciária que pode existir, fold, funcionar e evoluir independentemente
- Tem função biológica
- Comprimento: 20-100 aminoácidos (longo)
Motivo
- Parte da estrutura primária que se repete em todas as sequências de um alinhamento
- Pode estar associado a um domínio, sendo estes os aminoácidos mais conservados do domínio
- Parte crítica de um domínio essencial para a função biológica (ex. local ativo de uma enzima)
- Comprimento curto
Matilde Monteiro 76
Como são inferidas a maioria das propriedades biológicas ?
Baseiam-se em dados provenientes de: Milhares de sequências verificadas experimentalmente com uma
certa propriedade; Machine learning.
Ferramentas que fazem estas predições são treinadas: O que é que todas as sequências conhecidas com
uma determinada propriedade têm em comum?; Reconhecem esses padrões em sequências sob consulta
(dão um score e um p-value); Esta abordagem é denominada Classificação
Ontologia genética (GO): GO está organizada numa hierarquia de termos biológicos, estrutura
em árvore, a partir do geral para o específico. Fornece termos que descrevem como o gene se
comporta numa célula. Os produtos do gene são associados com termos de GO com base em
evidências (experimentais ou computacionais).
GO consiste em 3 categorias:
Matilde Monteiro 77
T11 – Reparação de DNA
Nota: estima-se que em cada célula, por dia, há 104 a 106 eventos conducentes a dano do DNA
2. Reações oxidativas
Causadas por radicais livres (resultantes da atividade da mitocôndria) migram para o
núcleo, causando danos nas moléculas de DNA
3. Reações de metilação - raras nos eucariotas em geral, mas muito comuns nas bactérias
Fatores externos
Matilde Monteiro 78
2. Ligação de grupos químicos volumosos prejudiciais às bases de DNA
o Benzopirenos - formam-se com o aquecimento de carros, na carbonização e ligam-
se às bases do DNA, causando mutações
Reparação direta de mutações por intervenção de radiações luminosas ou por recurso a enzimas
Matilde Monteiro 79
Mecanismos de Reparação de DNA
Matilde Monteiro 80
Dímeros de timina, por exemplo, não podem ser removidos por BER, é necessário remover todo
o nucleotídeo:
Xeroderma pigmentosum
• Doença causada por mutações nas proteínas XP
• Indivíduos não possuem as proteínas que assistem nos
mecanismos de reparação dos dímeros de timina
causados pela radiação luminosa
• Maior risco de cancros de pele e do globo ocular, uma vez
que são regiões com maior exposição a radiações
luminosas
Matilde Monteiro 81
Síndrome de Cockayne
• Doença causada por mutações nas proteínas CSA e CSB
• Não vai existir reconhecimento de mutações na cadeia nucleotídica aquando da
transcrição, acumulando-se regiões de DNA em processo de transcrição (RNA
polimerases paradas)
• Atrasos no crescimento e deficiências neurológicas,
aparecendo na infância (não a cancro)
Mismatch Repair
Mau emparelhamento de duas bases que escapa ao
proofreading da DNA polimerase após replicação
Matilde Monteiro 82
Cancro colo-retal não poliposo hereditário (HNPCC)
Doença causada por mutações nas proteínas MSH2 e MSH6
• As moléculas de DNA são as mais adequadas para guardar a informação genética pois
cada cadeia possui uma cópia – um “backup” (aquando de uma mutação, a cadeia
complementar serve de molde para fazer a reparação)
• Nos genomas diploides, existem ainda pares de cromossomas homólogos
Matilde Monteiro 83
• Sendo constituídas só por combinações de 4 nucleotídeos qualquer alteração na cadeia
de DNA é mais eficientemente identificável
• Foi por estes motivos que todas as células se desenvolveram de modo a guardar a sua
informação genética em moléculas de DNA
Nota: se fosse o RNA a conservar a informação genética, nunca se saberia se o uracilo (resultante
da desaminação da citosina) seria ou não um infiltrado
• Ocorre quando há perda de nucleotídeos na dupla cadeia, levando à junção das duas
extremidades da cadeia de forma a manter a integridade da molécula de DNA, caso
contrário uma destas regiões do cromossoma perder-se-ia e seria pior para a célula.
Matilde Monteiro 84
Recombinação homóloga
Matilde Monteiro 85
RecA (bactérias) / Rad51 (eucariontes) – liga-se ao longo da
cadeia simples de DNA em mais de um local e permite:
• Catalisa a formação da ligação entre a cadeia simples e
a dupla de DNA
• Permite a invasão da cadeia dupla (vermelha) pela
simples (amarela) quando esta encontra homologia
entre sequências de bases nucleotídicas
• Entre dois cromatídeos irmãos de modo a reparar a rotura de um deles na sua dupla
cadeia, evitando a perda de nucleotídeos
Matilde Monteiro 86
1) Exonuclease - criação de
duas regiões de cadeia
simples
2) Rad51/Rad52 - invasão e
scanning
3) Refaz-se a região de perda,
servindo de molde a
informação que consta da
região homóloga
Experiência
• Célula submetida a radiações que levaram à perda de sequências de DNA
• Azul - DNA
• Verde - Bromodesoxiuridina (marcador de síntese de
DNA, a última fase na reparação)
• Vermelho - Mre11 (proteína que intervém no
mecanismo de reparação por recombinação homóloga)
Matilde Monteiro 87
T12 – DNA: Recombinação e transposição
Reparação de DNA
Matilde Monteiro 88
Zona de homologia – regiões com sequências de nucleotídeos semelhantes, para que possa haver
ligação por complementaridade de bases.
Proteínas RAD51 e RAD52 - ajudam a estabelecer esta interação entre cromossomas homólogos
• Recombinação sem crossing-over - só uma região restrita das cadeias de DNA sofre
recombinação, não havendo uma troca metade a metade das moléculas de DNA
Matilde Monteiro 89
Diversidade genética
Conversão genética
Matilde Monteiro 90
Recombinação não-homóloga conservativa (conservative site-specific recombination)
Ø Há muita mais variedade de anticorpos produzidos do que nos genes os codificam nos
linfócitos B, e isto deve-se à recombinação genética (não homóloga) site specific que
ocorre antes da produção do respetivo mRNA.
• Sequências no genoma dos linfócitos que codificam para as cadeias leves dos anticorpos
• Rearranjo de DNA – uma região V (de 250) liga-se a uma das 4 regiões J
• Produção do transcrito primário (o pré-mRNA) que depois sofre splicing, dando origem
a um mRNA (com região V, J e C) que codifica a cadeia leve da imunoglobulina É
produzido um mRNA único de entre outras 1000 combinações possíveis
Matilde Monteiro 91
Cadeias pesadas – recombinação VDJ (variability, diversity and joining)
• Sequências no genoma dos linfócitos que codificam para as cadeias pesadas dos
anticorpos
• Rearranjo de DNA – uma região V (de 500) liga-se a uma das 12 regiões D, que por sua
vez se vai combinar com uma das 4 regiões J
• Produção do transcrito primário (o pré-mRNA) que depois sofre splicing, dando origem
a um mRNA (com região V, D, J e C) que codifica a cadeia pesada da imunoglobulina É
produzido um mRNA único de entre outras 24000 combinações possíveis
• No final, uma sequência codificante da cadeia leve junta-se a uma sequência da cadeia
codificante da cadeia pesada
• O conjunto destas diversas combinações vai permitir criar uma grande variabilidade de
anticorpos diferentes
Matilde Monteiro 92
Recombinases Rag1 e Rag2 – enzimas que catalisam a
recombinação VDJ; são expressas especificamente nos
linfócitos; mutações nos genes que as codificam, dão origem
a imunodeficiências severas.
Nota: as duas possibilidades de corte criam uma variabilidade adicional na formação dos
anticorpos
Matilde Monteiro 93
Transposição de DNA
Transposões de DNA-only (3% do DNA) – elementos móveis de DNA com regiões codificantes
(ex: o próprio gene da transposase); podem ser reconhecidos nos cromossomas pelas sequências
de repetição invertidas nas extremidades (20 pb). Nas extremidades, têm target site direct repeat,
que são sequências que depois vão ser transferidas para o local onde se vão
inserir (5 a 11 pb)
Matilde Monteiro 94
1) Clivagem do transposão pelas suas extremidades invertidas pela transposase
2) Cortes alternados (de modo assimétrico) no DNA recetor pela transposase, formando
regiões de cadeia simples
3) Inserção (catalisada pela transposase)
4) Correção das regiões de cadeia simples pela DNA-polimerase e ligase
5) Target-site direct repeat no local de inserção
6) Junção da quebra no cromossoma dador
Se este processo acontecer durante a replicação e se uma sequência, um transposão, for inserido
numa região que ainda não foi replicada, pode acontecer a formação de um novo transposão
naquele genoma. Estes dificilmente são excluídos.
Matilde Monteiro 95
Retrotransposões do tipo retroviral / retrovirus-like / endogenous retroviruses (8% do DNA)
• Partilham com os retrovírus (vírus de RNA) os mecanismos de infeção assim como quase
toda a informação genética, à exceção das proteínas do invólucro:
o Região codificante das enzimas transcriptase reversa e integrase
o Long terminal repeats (LTR)
o Target-site direct repeat
• Inserem-se em diferentes locais do genoma na célula onde existem
Matilde Monteiro 96
3) Integração do DNA do retrotransposão -
molécula de DNA linear é integrada no local
recetor pela ação da enzima integrase,
também codificada pelo retrotransposão
1. Migração do cDNA para o núcleo em
conjunto com a integrase
2. Inserção no DNA nuclear
Matilde Monteiro 97
• ORF1 (Open Reading Frame 1) - codifica uma RNA
binding protein (proteína que se liga ao RNA)
• ORF2 (Open Reading Frame 2) - codifica uma enzima
que tanto é transcriptase reversa como endonuclease
(corta a molécula de DNA)
• Regiões ricas em adenina-timina
• Target site direct repeat
1. Síntese de mRNA
2. Formação, a partir desse mRNA, das proteínas
que codificam nomeadamente a transcriptase
reversa/endonuclease
3. Golpe na molécula de DNA-alvo pela
endonuclease
4. Produção da sequência de cDNA por ação da
transcriptase reversa
5. Afastamento das extremidades do DNA-alvo
6. Integração do cDNA
No genoma humano
• Cerca de 3% do DNA constitui transposões, não se sabendo muito bem qual a sua
vantagem. Uma vez inseridos, dificilmente são removidos do genoma, mesmo em termos
evolutivos, tendem a acumular-se.
• Os retrotransposões do tipo não vírico constituem no seu conjunto 34% do genoma e do
tipo retrovírico constituem 8%
• Felizmente, no humano eles movem-se pouco porque podem mover-se de modo a
inativar um gene e podem levar a uma transformação tumoral ou à morte da célula.
Matilde Monteiro 98
Pseudogenes processados - Regiões de DNA
complementares a mRNA já processados
aparecem integrados no genoma já sem
intrões e com cadeias poli A integradas e
flanqueadas pelo Short Direct Repeats
Consequências da transposição
1) Morte celular - se houver uma transposição de uma região de DNA para o meio de um
gene que comprometa a viabilidade daquela célula
3) Duplicação de exões
4) Duplicação de genes
Matilde Monteiro 99
6) Inserção de dois transposões com uma região codificante no meio
Amplificação genética
Dano no DNA – alteração na estrutura física ou química da molécula de DNA. Ex.: perda ou
alteração química de uma base, quebra da dupla cadeia.
Instabilidade genómica – tendência acrescida para adquirir mutações no genoma das células ao
longo da vida.
- Deleções ou alterações num único nucleotídeo (modificação genética menor que pode inativar ou
sobreativar um gene)
- Falência da reparação de danos no DNA (quando o dano é muito extenso), em especial das quebras da
dupla cadeia do DNA (impede a progressão da replicação)
As deleções genómicas extensas podem existir em mosaico (quando apenas algumas células do
tecido sofrem alterações), contribuindo para o fenótipo do envelhecimento com acumulação de
células disfuncionais nos tecidos.
Intervenções preventivas:
- Evicção de todas as fontes de radiação UV
- Correção de défice de vitamina D
- Tratamento com retinoides orais, 5-fluouracilo ou enzimas de reparação de DNA – endonuclease T4 de
bacteriófago ou fotoliase
(intervém nos dímeros de pirimidina)
- Vigilância por dermatologia, oftalmologia e neurologia
• XP-CS
Mutações nos genes XPB, XPD e XPG. Conduz a sintomas típicos da Síndrome de Cockayne
com queimaduras solares severas e pigmentação.
• Síndrome cérebro-óculo-fácio-esquelética
Para além de mutações no gene que codifica a proteína ERCC6/CSB, pode haver também
mutações no gene ERCC5.
O fenótipo dos pacientes é caracterizado por microcefalia, microftalmia (olhos encovados), nariz
proeminente e pavilhão auricular grande.
• Tricotiodistrofia
Associada a mutações nas proteínas da família XP.
Verifica-se cabelo frágil, síntese anómala das queratinas que contêm enxofre e cisteína, défice
intelectual e fotossensibilidade.
A falência do mecanismo de reparação de crosslink entre cadeias de DNA (ICL) também origina
doenças.
Em células quiescentes, a remoção das ICL é efetuada por NER. Em células em proliferação, as
ICL são reparadas de modo diverso.
è Anemia de Fanconi
Trata-se de uma anemia perniciosa que se deve à perda da proliferação das células
hematopoiéticas na medula óssea.
O fenótipo é variável (tanto pode estar quase ausente, como pode ser bastante presente
e implicar o transplante de medula óssea).
Estes doentes apresentam um risco aumentado de cancros, nomeadamente cancros de
sangue.
è Ataxia telangiectasia
Mutação na proteína ATM ataxia telangiectasia mutated (proteína que reconhece a quebra
na dupla cadeia).
Principais características: degeneração cerebelar, telangiectasias oculocutâneas (vasos
sanguíneos subcutâneos visíveis na pele), alterações oculomotoras, hipersensibilidade a
radiações ionizantes, imunodeficiência, instabilidade genómica e predisposição para
cancro.
ATM – Enzima responsável pelo reconhecimento dos danos no DNA e pela ativação dos
mecanismos de resposta ao dano na dupla cadeia de DNA. É ativada pela dissociação das 2
subunidades que a constituem.
Mutações na proteína NBS1 dão origem à Síndrome de Nijmegen breakage. É uma doença
rara que se caracteriza por microcefalia, atraso de crescimento, imunodeficiência e
predisposição para cancro.
O cancro da mama hereditário pode resultar de mutações em proteínas que intervêm na reparação
do dano na dupla cadeia de DNA: BRCA1 / BRCA2.
A falência do mecanismo de mismatch repair deve-se a mutações nas proteínas MLH1, MSH2,
MSH6 e PMS2.
è Síndrome de Lynch
Caracterizada por lesões no intestino. Estas aumentam o risco de cancro, como o cancro
colorretal não poliposo hereditário.
Os doentes apresentam instabilidade dos microssatélites (regiões não codificantes nos
cromossomas), sendo que esta pode ser analisada por PCR.
Alterações nas proteínas que constituem o invólucro nuclear vão estar na origem de síndromes
associadas a instabilidade genómica.
Laminopatias – alterações nas proteínas que constituem a lâmina nuclear. Manifestam-se como
doenças do envelhecimento acelerado (progeria) ou distrofia muscular
Há perda da heterocromatina.
Este define-se como o declínio funcional, dependente do tempo que conduz no limite à morte do
organismo.
Além disso, os mecanismos de reparação do DNA tornam-se menos eficientes com o passar do
tempo.
Deficiências nos mecanismos de reparação do DNA estão na origem de diversas síndromes
progeróides. A falência ou lentidão (slowrepairing) da reparação das DNA double-strands conduz
à senescência replicativa de um modo independente do encurtamento dos telómeros.
Metilação do DNA
As próprias modificações epigenéticas associam-se ao envelhecimento, pois à medida que
envelhecemos verifica-se uma perda gradual da metilação do DNA. Consequentemente, o DNA
passa a estar menos compactado e a expressão genética menos reprimida.
Os telómeros são assumidos na célula como DNA breaks que não são reconhecidos pela
maquinaria de reparação de DNA.
Para além do encurtamento a que estão sujeitos, as mutações geradas nos telómeros são
inacessíveis às moléculas de reconhecimento de danos, devido à ligação das shelterins aos
telómeros. As mutações nos telómeros são, assim, das mais persistentes que ocorrem no núcleo
celular.
1) Desnaturação e hibridação
Sondas (fragmentos de DNA que são complementares a uma determinada região do genoma) -
constituídas por duas hemi-sondas
2) Ligação
• As hemi-sondas hibridizam com as sequências-alvo adjacentes
• Ligase termoestável - une as duas hemi-sondas que hibridaram com o DNA-alvo o Esta
união só ocorre se o processo de hibridação não contiver nenhuma falha de
emparelhamento
Quanto mais sinal (quantidade amplificada), mais sondas se ligaram, logo maior é a quantidade
do segmento no genoma a estudar
Vantagens Desvantagens
Deteção do número de cópias de 40 a 50
A técnica não consegue determinar a
sequências de DNA genómico numa única
localização exata da alteração
reação
Rapidez na obtenção de resultados (24h) São necessárias, pelo menos, 3000 células
Apenas um par de primers é necessário para É mais sensível a contaminantes do que as
amplificar todos os segmentos reações de PCR normais
Sensível a sequências que diferem em apenas um Não permite detetar situações de triploidia
nucleótido (rácios mantinham-se)
Exige poucos equipamentos e o preço dos Não deteta anomalias cromossómicas
reagentes 12€/ reação estruturais equilibradas (translocações)
Variantes da MLPA
• Extração do mRNA
• Conversão em cDNA pela transcriptase
reversa
• De resto é em tudo semelhante MLPA
• As sondas são desenhadas para hibridar em
2 exões consecutivos na sequência alvo,
evitando a hibridação em intrões
• Permite detetar os genes “on” e “off”
Microarrays
Análise simultânea de várias amostras (com diferentes origens) dispostas ordenadamente, num
microchip; Permite analisar ácidos nucleicos (mais comuns), tecidos, proteínas ou células
o Expressão genética
Processo:
Spot => várias cópias da mesma sequência => a intensidade relativa da fluorescência observada
corresponde ao nível de expressão de cada gene
Aplicações
Microarray de Proteínas
o Proteína-molécula(s) a testar
o Proteína-ácido nucleico
Microarray de Tecidos
DNA
• Molécula que existe no núcleo das células, nas mitocôndrias e nos plasmas das células
vegetais
• Codifica a formação de RNA (ácido ribonucleico) e este, por sua vez, vai servir para formar
proteínas (que vão constituir o fenótipo da célula)
Transcrição Tradução
Gene - sequência de DNA que contém a informação necessária para a síntese de uma cadeia
polipeptídica ou um RNA funcional
• Polímero de nucleótidos
• Molécula com características ácidas marcadas
• Existe no núcleo, no citoplasma e na mitocôndria
• Açúcar – ribose (pentose)
• Tem mais um grupo hidroxilo do que o DNA no carbono 2 (mais
reativa e mais instável)
RNP= RIBONUCLEOPROTEÍNAS
• Uma vez que a cadeia simples de RNA tem mais um grupo hidroxilo
na ribose, o que o torna uma molécula extremamente instável, o RNA,
nas células, está sempre associado a proteínas
Transcrição do DNA
A passagem de informação molecular do DNA para o RNA, catalisada por RNA polimerases
II
RNA polimerases
Nota: O proofreading da RNA polimerase não é tão acentuado como o da DNA polimerase, dado
a menor gravidade dos possíveis danos - um DNA mal replicado pode ser transmitido à
descendência, enquanto que uma proteína mal sintetizada pode ser substituída por outra
Transcriptase bubble – abertura da dupla cadeia de DNA pela RNA polimerase, com ajuda de
fatores de transcrição, permitindo a leitura da cadeia simples de DNA e a incorporação de
ribonucleotídeos
Considera-se por convenção que o primeiro nucleotídeo a ser transcrito é o +1 e faz-se contagem
crescente a partir dele no sentido 5'-> 3'
Upstream/a montante
Downstream/a jusante
Nota: nos procariotas, há uma única RNA polimerase responsável pela síntese das moléculas todas
• Cadeia carboxílica terminal, numa das suas subunidades beta da RNA polimerase II, que
se estende para além da região glomerular da enzima
• Importante para o amadurecimento dos RNA mensageiros
• Sequência de Tyr-Ser-Pro-Thr-Ser-Pro-Ser repetida, fosforilada durante a transcrição
• Quando a enzima está em grande atividade, a cadeia apresenta-se hiperfosforilada
Fatores de transcrição - moléculas que reconhecem e se ligam à RNA polimerase II para que se
inicie a transcrição
• TFII (Transcription factor II) - fatores de transcrição geral para que a RNA polimerase II se
consiga ligar ao DNA
• Fatores de transcrição específicos
TATA box - região que se localiza a montante (upstream) 25 a 35 nucleotídeos do local de inicio
da transcrição
Promoters proximal elements – regiões reguladoras a 100 a 200 pares de bases do início de
transcrição
Mediador – proteína que liga os enhancers, através de uma ponte molecular, ao complexo de
iniciação de transcrição
Topoisomerases
Capping
Reconhecimento do mRNA
Clivagem e poliadenilação
• Sequência AAUAAA
• Aparece seguido de uma região rica em guanina e
uracilo
Nota: os mRNAs das histonas são dos poucos que não têm cadeia poli A na extremidade 3´
Splicing
• Remoção dos intrões e ligação dos exões entre si, na molécula de mRNA
o Intrões - regiões não codificantes intercaladas entre os exões
o Exões - regiões conservadas nos mRNA maduros; incluem sequências codificantes
8) Segunda transesterificação
• Gasto de energia
• Substituição da ligação do U1 pelo U6
• Substituição da ligação da Branch point binding protein (BBP) pelo U2, durante a 2ª reação
Mutações nestas sequências do Exonic Splicing Enhancer podem levar à perda de exões
Exemplo: Ratinho com atrofia muscular espinhal em que o gene da proteína SMN apresenta uma
mutação que impede a ligação das proteínas SR levando a perda de um exão aquando do splicing
• Duas moléculas distintas de mRNA ligam-se entre si, formando uma molécula madura
• SL snRNP transporta um exão que depois passa a ser incluído no mRNA final
Self-splicing
• RNA é capaz de sofrer splicing através da sua própria capacidade catalítica (ribozima) do
próprio RNA (sem enzimas)
• Quebrar e formação de ligações covalentes, sem intervenção de um centro ativo de uma
enzima
• Há uma analogia funcional entre o Grupo II do self-splicing e o splicing do RNA que
acontece nas células dos mamíferos
Splicing alternativo
Transporte do mRNA
Cleevage Alternativo – RNA mensageiros podem ser clivados mais cedo ou mais tarde e ter, assim,
diferentes sequências de nucleotídeos e codificar diferentes proteínas
Proteínas reguladoras
DNA binding proteins - proteínas que contém domínios de ligação ao DNA (ex: fatores de
transcrição, ativadores ou repressores)
Helix-turn-helix/Hélix-ansa-hélix (bactérias)
Zinc-finger
Proteínas bHLH
Heterodímeros de homeodomains
• NFAT e AP1 regulam a transcrição do gene que codifica a interleucina-2 após ligação
cooperativa (a capacidade de ligação individual é baixa, mas juntos é alta)
• SAP-1 e SRF regulam a transcrição do gene EGR1 (early growth response protein 1), mesmo
estando separados 30 pares de bases
•
A ligação a diferentes sequências de DNA
também aumenta a regulação combinatória da
transcrição, já que fatores ligados a promotores
diferentes desencadeiam respostas diferentes
Nota: a iniciação da transcrição pelas RNA polimerases I e III depende do ritmo de crescimento e
proliferação celular
RNA uracilo - único nucleotídeo que existe apenas no RNA (não integra as moléculas de DNA)
o No nucleoplasma (mRNA)
Nucléolo
• Microscopia de luz - com coloração com sais de prata (afinidade grande para as
proteínas existentes no nucléolo)
• Presentes em apenas alguns cromossomas – na metáfase apresentam uma
constrição primária a nível do centrómero diferente dos restantes (13,14,15, 21 e
22) (explicação: cada cromossoma metafásico tem uma constrição primária ao
o Células de sangue
Ribossomas (eucariotas)
Na unidade transcritiva (de todos os seres) estas moléculas aparecem sempre na mesma
sequência:
• Não é comum que estas unidades transcritivas estejam todas ativas em simultâneo o
Componente fibrilar denso - unidades transcritivas em transcrição ativa – região mais escura
do nucléolo
o Centro fibrilar – unidades transcritivas não transcritas ativamente (podem rapidamente
ser ativadas se necessário) - região mais clara do nucléolo
NORC
Actina e Miosina
nuclear
• Modificação
o Metilação de bases e de riboses
o Pseudouridinação - Rotação no anel da
uridina, sendo transformada em
pseudouridina
• Metilação – boxes C e D
o Emparelhamento por complementaridade de bases o Expõem os nucleotídeos à
enzima (metiltransferase) o Ligação do grupo metilo àqueles nucleotídeos e aos
pequenos RNA que integram a box A e
ACA
o Não há emparelhamento completo
o Deixam um uracilo exposto às
enzimas que vão transformar o
uracilo, a uridina, em pseudouridina
o Dá-se a rotação do anel
Fatores de exportação
Nmd3
A deleção das sequências de DNA que estão a montante (upstream) do local de início da transcrição pela
RNA polimerase III não afetam a sua atividade
Promotores da RNA pol III - sequências necessárias ao início da atividade da RNA pol III que se
encontram a downstream do local de início da transcrição por esta enzima
• Ansa do anticodão
Compartimentação no núcleo
Compartimentos - associação molecular que permite que, num determinado local do núcleo,
possam acontecer determinados processos
Compartimento do núcleo onde ocorre todo o processamento das moléculas do
RNA ribossomal, desde a sua síntese até à sua integração nas subunidades dos
Nucléolo
ribossomas (excetuando pequenas modificações que têm lugar no citosol)
Focos de
replicação
Focos de
transcrição
Corpos de Cajal / estes são libertos mas sofrem modificações que os tornam não funcionais
Constituídos por:
Corpos
espiralados / • Pequenos RNA’s em amadurecimento
Coiled bodies • Coilina – proteína característica
• Fibrilharina – também existe no nucléolo Identificáveis em microscopia:
• Coráveis pelo Método de Cajal
• Estruturas espiraladas em TEM
Método de Feulgen – método de citoquímica seletivo para corar as moléculas de DNA no núcleo
1. Hidrólise ácida dos cortes histológicos, com ácido clorídrico aquecido a 57ºC
2. Remoção do RNA (não é corado, portanto) e provocar a queda da ligação entre a
desoxirribose e as bases púricas.
3. Grupos aldeído livres (nos resíduos de desoxirribose) bastantes reativos
4. Reação com o reagente de Feulgen.
5. Moléculas de DNA coradas a vermelho, evidenciando:
o Heterocromatina perinuclear - contorno dos núcleos
o Heterocromatina perinucleolar – contorno dos nucléolos (o interior deste é
fundamentalmente constituído por RNA e proteínas – subunidades dos ribossomas)
Ø Invólucro nuclear
Ø Heterocromatina perinuclear
Ø Heterocromatina perinucleolar
Cromatina constitutiva – região do DNA que está sempre condensada (heterocromatina) em todas
as células
Estudos concluíram que regiões da heterocromatina que numa célula estão associadas a lâmina
nuclear, após a divisão celular, passam a estar associados ao nucléolo Isto demonstra que:
o Estes mecanismos de ancoragem são sobreponíveis;
o Regiões de heterocromatina tendem sempre a estar associada ou à lâmina nuclear ou
ao nucléolo, pela forma como se associam também às enzimas que vão metilar as
histonas e desacetilá-las
Permite ver nos núcleos ribonucleoproteínas, que em microscopia normal aparecem ofuscadas
pela cromatina.
EDTA – ácido etilenodiamino tetra-acético; tem capacidade de se ligar e retirar catiões bivalentes
1) Contrastação com citrato de chumbo – como não existe uranilo no DNA, o chumbo não
se associa a este;
2) EDTA – sequestra primeiro o uranilo do DNA (sequestra alguns catiões bivalentes ligados
ao uranilo, que está ligado às regiões ricas em DNA);
3) Acetato de uranilo – uranilo (catião bivalente) liga-se às regiões ricas em DNA na célula.
Resultado:
• Regiões claras - Regiões ricas em DNA, não tendo uranilo nem chumbo; Junto do nucléolo
e a periferia do núcleo
• Regiões escuras – Regiões ricas em RNA
Cromatina
Focos de replicação - locais restritos do núcleo onde tem lugar a replicação do DNA; podem ser
localizados através de:
1) Centros fibrilares
2) Componente fibrilar denso
3) Componente granular
1) Síntese do rRNA;
2) Montagem das subunidades do ribossomas;
3) Formação e amadurecimento de ribonucleoproteínas, por exemplo:
Telomerase – enzima responsável pela replicação das extremidades dos
telómeros; formada por:
o Molécula de RNA (sequência complementar à sequência repetitiva
dos telómeros)
o Componente proteica.
A ligação entre a molécula de RNA e a componente proteica da Telomerase
é feita no nucléolo.
Microscopia de fluorescência
• RNA polimerase II – Enzima responsável pela transcrição, cuja cadeia fosforilada terminal
(C-terminal domain) associa-se às moléculas que intervêm no splicing do m RNA,
podendo estas intervir de imediato.
Corpo espiralado ou de Cajal – constituído por coilina (exclusiva deste corpo) e fibrilhina; contêm
scaRNA’s (Small Cajal body - specific RNA) que intervêm no:
• Amadurecimento dos pequenos RNA’s envolvidos no splicing - modificação das bases de
modo a torná-los funcionais;
• Reciclagem dos pequenos RNA’s – reestabelecimento da estrutura tridimensional e
características moleculares iniciais, dadas as alterações conformacionais que sofrem
durante a sua intervenção no splicing.
• Possuem pequenos RNA’s próprios – small cajal ribonucleoproteins
Os anticorpos produzidos por doentes com leucemia promielocítica (causada por mutações na
proteína PML) têm afinidade para estes corpos.
Corpos nucleares - Não se sabe para que servem; aparecem em algumas células quando
estimuladas; não contêm DNA.
• Resíduo do nucléolo;
• Lâmina nuclear;
• Estruturas fibrilo-granulares (como os grânulos intercromatínicos/speckles)
• Duas membranas de bicamada bifosfolipídica (uma voltada para o citosol e outra voltada para
o nucleoplasma)
• Lâmina nuclear fibrosa - constituída por proteínas da família dos filamentos intermediários;
• Complexos poro nuclear (CPN) - locais que permitem a passagem de moléculas entre o
citoplasma e o interior do núcleo; junção dos 3 componentes.
Laminopatias
• Patologias muito raras e graves que se devem a mutações esporádicas nas laminas
• Atingem todas as células, uma vez que as laminas integram o invólucro nuclear de todas
as células
• São na sua maioria progerias (doenças do envelhecimento acelerado) ou distrofias
musculares (falta de resistência das células na interligação do núcleo ao citoplasma, já
que está comprometida a ligação da lâmina nuclear aos filamentos do citoesqueleto),
ambas com esperança de vida muito curta:
o Progeria de Hutchinson-Gilford
• Nuclear basket – cesto que os filamentos constituintes das nucleoporinas formam face
nuclear do CPN, ao unirem-se, diferindo assim esta face da face citosólica (onde não se
unem)
• Canal aquoso – no interior do CPN, que permite a passagem moléculas carregadas, com
dimensões menores que 40 kDa (kilodaltons)
• Interações com as nucleoporinas – permitem a
passagem de moléculas de maiores dimensões
(ex: subunidade grande do ribossoma)
Estruturais Membranares FG
Formam o Ligam-se às Apresentam prolongamentos constituídos por
complexo Y membranas do resíduos de fenilalanina e glicina. Estes interagem
invólucro nuclear, entre si no lúmen do complexo de poro nuclear
(Structural levando à sua formando uma rede
Nucleoproteins – curvatura • Moléculas de menores dimensões - passam
scNUP) através dos espaços na rede
• Moléculas de maiores dimensões - têm de
cisterna perinuclear
afastar os prolongamentos ricos em fenilalanina
Voltadas para o e glicina para aumentar o diâmetro do poro, de
lúmen do poro modo a poderem passar
Carioferinas – proteínas que interagem com os resíduos FG (fenilalanina, glicina) para permitir a
passagem de moléculas maiores através do complexo de poro nuclear. Ligam-se a sequências de
reconhecimento nas moléculas que a transportar.
Exportinas - reconhecem o sinal NES (Nuclear Export Signal) nas moléculas a transportar para o
citoplasma.
Proteínas que fazem shuttle – Estão permanentemente a ser transportadas do núcleo para o
citoplasma e vice-versa
Transporte das subunidades dos ribossomas e tRNA - Transporte mediado por exportinas, já que
estão sempre em complexos ribonucleoproteicos (contém proteínas associadas, a ser
reconhecidas pela exportina) (se o RNA não estivesse associado, a exportina não reconheceria)
Transporte do mRNA
A exportação de RNA’s funciona como um sistema de controlo de qualidade dos RNA’s transcritos, pois há
reconhecimento da maturidade da molécula prévio ao transporte.
Os tRNA’s só são exportados após modificações das bases nucleotídicas, clivagem e splicing (quando tem
lugar).
Tradução – é a passagem da linguagem molecular existente numa molécula de mRNA para uma
sequência de aminoácidos, uma vez que quimicamente estas moléculas são bastante distintas e
tem lugar ou no citosol, ou em ribossomas, ou no RER.
• RNA ribossomal - integra as subunidades dos ribossomas que vão catalisar a ligação dos
aminoácidos das proteínas entre si, através da formação de ligações peptídicas
Local da tradução
• Ribossomas livres/polirribossomas
• Retículo endoplasmático rugoso (ribossomas associados às membranas)
• Cada aminoácido pode ser codificado por mais do que um codão (código genético
degenerado, redundante)
• Existem 64 codões, dos quais 61 codificam aminoácidos e 3 deles são codões STOP –
UAA, UAG, UGA
o Metionionina – AUG o
Triptofano – UGG
• Sugere uma evolução simultânea de todas as formas de vida (com posterior divergência)
• Exceção: em algumas mitocôndrias/organismos, existem codões que não codificam o
mesmo aminoácido/codão STOP
No entanto, cada mRNA tem uma única frame de leitura - em todas as outras, aparecem
precocemente codões de terminação, o que leva à formação de proteínas truncadas anómalas e sua
posterior destruição
Nota: Alguns mRNAs (virais) permitem mais do que uma leitura da mesma sequência de
nucleotídeos, inclusivamente a síntese de proteínas diferentes a partir do mesmo mRNA
O número de regiões de anticodão dos vários tRNAs (entre 50 a 100) é diferente do número
de codões (61) e do número de aminoácidos (20) o Cada aminoácido liga-se a mais do
que um tRNA (anticodão) o Alguns tRNAs (anticodões) emparelham com mais do que
um codão
Estrutura do tRNA
• Estrutura em L
• Região CCA – liga-se ao aminoácido
• Ansa do anticodão
AminoaciltRNA sintetase – enzima capaz de ligar os aminoácidos aos tRNAs (cujo anticodões vão
emparelhar com os codões respetivos) – tem de reconhecer o conjunto de tRNA’s que pode
associar ao aminoácido que entra no seu centro ativo, sendo que algumas aminoaciltRNA
sintetases reconhecem o anticodão, mas a maioria reconhece toda a estrutura tri-dimensional,
estabelecendo interações com várias regiões do aminoácido. São 20, sendo uma para cada
aminoácido:
Emparelhamentos não-standard
• Local onde ocorre a tradução, a ligação dos aminoácidos entre si e a formação das ligações
peptídicas o Associam-se às membranas, formando o retículo endoplasmático rugoso o
Aparecem livres no citosol
• Têm duas subunidades: a subunidade grande e a subunidade pequena, que quando estão
associadas, formam três compartimentos dentro do ribossoma:
• No seu interior existem três locais de ligação aos tRNAs:
o Local A (de aminoacil)
o Local P (de peptidil)
o Local E (de exit)
• Qualquer um deles pode acolher tRNAs
1. Iniciação
2. Elongação
3. Terminação
8- Scanning pelo eIF-4A (helicase) – elimina duplas ligações e desaloja proteínas ligadas ao
mRNA
Subunidade 4E – liga-se à
11- Hidrólise da molécula de GTP ligada ao eIF-2 extremidade Cap
Subunidade 4G - interage
12- A metionina, ligada ao seu tRNA, vai ficar localizada no com a cadeia poliadenilada
local P da subunidade pequena da molécula do ribossoma (mais precisamente, com a
PAB protein, que se liga à
13- Formação do complexo de iniciação cadeia polidadenilada)
Subunidades 4A (e 4B) -
14- Ligação da subunidade grande do ribossoma atividade de RNA helicase,
formando um círculo
15- Desalojar de todos os fatores de iniciação (exceto o IF-1A,
que fica ligado ao IF-5B ligado a GTP)
Sequência um pouco mais longa que normalmente integra o primeiro AUG (ACCAUGG),
ajudando ao reconhecimento do codão de iniciação
• Independente do Cap
5) Aproximação do grupo amina do novo aminoácido à ligação éster entre o grupo carboxilo
do aminoácido que foi anteriormente inserido e o tRNA
10) Local A fica livre para entrar o novo tRNA ligado ao aminoácido respetivo
11) O primeiro tRNA que fica livre passa para o local E (Exit)
12) Mudança de conformação cada vez que entra um novo tRNA e emparelha perfeitamente,
saindo definitivamente o tRNA do local E
• Reação peptidiltransferase
Como não há tRNAs com sequência de anticodão complementar aos codões STOP, a síntese
proteica termina quando um aparece
Proofreading na tradução
Energia Na iniciação
Terminação
• Quando aparece o codão de STOP UGA, o tRNA ligado à selenocisteína pode associarse,
desde que haja o sinal down-stream no mRNA que permita a sua ligação.
• No vírus da SIDA, um único mRNA, na maior parte das vezes, é lido e é traduzido de
modo a produzir as proteínas da cápside proteica
• No entanto, o mesmo mRNA, em cerca de 10% dos casos, pode sofrer um frameshifting,
começando a ser lido um nucleotídeo atrás
• Formação da proteína de fusão - na primeira parte tem a proteína cápside na parte
Cterminal, a transcriptase reversa (e a integrase) Clivagem posterior desta proteína de
fusão
• Ocorre se o ribossoma, ao traduzir o mRNA, sentir que depois do primeiro codão STOP,
existem ainda complexos de junção exónica
• É detetado que o mRNA não sofreu o splicing correto
• Proteínas Upf – ligam-se ao m RNA mal transcrito e encaminham-no para os P-bodies
• Este mecanismo faz um proofreading da qualidade do mRNA na primeira vez que este é
traduzido. Evita a acumulação de mRNA não funcionais e de proteínas truncadas na
célula.
P-Bodies (Processing Bodies) – corpos dinâmicos, que se podem mover no citosol, onde tem lugar
a degradação dos mRNAs não funcionais, impedindo a acumulação molecular desses mRNAs e
de proteínas truncadas (toxicidade no citosol) – ocorre um deccaping pela enzima Dcp1 e de
seguida a degradação dos mRNA por ação de exonucleases.
Folding de proteínas
Os nucleossomas limitam o acesso à cromatina – são as marcas epigenéticas que vão controlar o
enrolamento da cromatina, sendo que existem várias marcas epigenéticas quer no DNA quer nas
histonas, que podem ser silenciadoras ou ativadoras
1- Metilação de DNA
2- Modificação de histonas
• Tempo, drogas, status económico, exercício físico, microbioma, interação social, estado
psicológico, alimentação
Muitas doenças têm uma componente genética e/ou epigenética que leva frequentemente a alterações da
expressão génica
As doenças genéticas podem ser monogénicas, ou seja resultam de mutações num único gene (transmissão
mendeliana), ou poligénicas (mais complexas) que resultam da ação combinatória de vários genes
polimórficos (p.e. diabetes tipo II).
As doenças poligénicas ocorram com maior frequência e apresentam um impacto social e económico elevado.
• Diabetes tipo II
• Esquizofrenia
• Síndrome do QT Longo
• Autismo
• Doenças autoimunes como o lúpus
à Regulação genética
à Estrutura da cromatina
à Diferenciação
à Inativação do cromossoma X*
Metilação do DNA
à Cancro**
* Inativação do cromossoma X
** Células cancerígenas
• Crescimento descontrolado
• Genes não metilados - promotores de crescimento
• Genes metilados - supressores tumorais; genes que vigiam o crescimento celular;
reparadores do DNA;
DNMT3A e leucemias
Mutações na DNMT3A são das mutações somáticas mais frequentes e ocorrem em 25% das leucemias
mieloides agudas (AML).
Genética e epigenética: dois lados da mesma moeda : Os genes podem podem ser inactivados quer por
mutações como por metilação de DNA/histonas
Ao conjunto de enhancers reconhecido por fatores de transcrição numa dada região reguladora
de DNA dá-se o nome de “enhanceossoma”.
No geral...
Quando se quer estudar a ação de uma região reguladora do DNA ou de um fator de transcrição
procede-se à truncação ou deleção de nucleótidos ou aminoácidos.
Para se testar os resultados obtidos pode-se utilizar uma sonda mutada ou um competidor.
Atuação em:
Eletroporação
Nota: utilizam-se ovelhas para a produção do ativador do plasminogénio (TPA), no seu leite, devido
às modificações pós-traducionais que o animal mamífero permite (N-glicosilação), ao contrário das
bactérias
O transgene é
injetado em um
Os ovos injetados são 10 a 30% da
pronúcleo de um ovo
transferidos para uma descendência contém
fertilizado antes da
mãe adotiva o DNA recombinante
fusão dos pronúcleos
masculino e feminino
Cruzamento dos
ratinhos transgénicos
Os ratinhos são
até produzir
testados por Southern
linhagens puras de
blots e/ou PCR de
transgénicos
DNA isolado de cauda
homozigóticas para o
transgene
Plasmídeo
+ LacZ/GFP
6) Os ratinhos resultantes são quimeras, contendo tecidos que derivam de ES cells préexistentes
e transplantadas
8) Os ratinhos heterozigóticos para a mutação KO são acasalados entre si para produzir ratinhos
homozigóticos knockout
As diferenças na cor do pêlo dos ratinhos dadores de ES cells (Agouti/castanho) em relação aos
ratinhos recipientes de blastocistos (Albino/branco) são usadas para identificar os ratinhos
knockout “founders”, os quais têm uma mistura das 2 cores de pêlo, mostrando o seu genótipo
quimérico
Os fundadores (founders) são identificados pela capacidade destes gerarem ratinhos com a cor
de pêlo correspondente à fonte de ES cells, quando cruzados com ratinhos com outra cor de pelo
Sistema Cre-Lox
Desenvolvido para permitir a interrupção da expressão de um dado gene somente num tipo
particular de tecido
1) Linha Floxed – linha de ratinhos em que são inseridos os locais loxP de modo a flanquear o
gene de interesse
2) Linha Cre - linha de ratinhos transgénicos contendo o gene Cre sob o controlo de um
promotor específico de um tipo celular
3) Cruzamento das duas linhas de ratinhos transgénicos produz uma descendência contento: o
Locais loxP a flanquear o gene de interesse o Gene da Cre recombinase sob o controlo de um
promotor “cell-type specific”
o A recombinação só ocorre nas células onde o promotor está ativo, assim o gene só é
eliminado em certos tecidos
4) Ratinhos contendo o alelo mutante loxP podem ser cruzados com diferentes linhas de
ratinhos transgénicos com a Cre recombinase sob o controlo de diferentes promotores
(específicos de um determinado tecido), com o objetivo de investigar os efeitos fenotípicos
nos diversos tecidos onde a expressão do gene é interrompida/eliminada
Podemos colocar os siRNA em partículas víricas que depois têm moléculas que permitem
reconhecer as células alvo, complexar com moléculas sintéticas, anti-corpos, lisossomas,
nanopartículas, ect.
Os ratinhos mutantes podem ser produzidos com CRISPR/COS9 injetando o mRNA de COS9 e
um ou vários RNAs guia (sgRNA) diretamente nos embriões de ratinho para editar o genoma em
locais específicos.
Os ratinhos que se desenvolvem a partir destes embriões são genotipadas ou sequenciadas para
determinar se a mutação desejada está presente. Estes são depois cruzados para confirmar a
transmissão da mutação para a linha germinativa.
Se a interação entre a extremidade cap 5’ e a cauda poly-A 3’ não ocorrer, o RNA é degradado.
o São degradados por proteínas específicas com atividade de RNAse, sendo estas proteínas
diferentes quando se trata de uma deleção na extremidade 5’ ou 3’
o É introduzido nas células um DNA de cadeia dupla, seja pequeno – siRNA (small
interference RNA) - ou maior – dsRNA (double stranded RNA), que são
reconhecidos pela proteína DICER (sendo que neste caso, se for dsRNA dá origem
a mais pequenos)
o Os siRNA’s, que são artificiais exógenos, pretendem mimetizar os microRNA’s
endógenos, reportando o mesmo mecanismo que leva à deleção do mRNA
microRNA – moléculas endógenas, produzidas nas nossas células, que levam à indução do
mecanismo de RNA interferência e são específicas de determinados alvos de RNA mensageiro.
Ciclo de vida de um vírus normal | Ciclo de vida de um vetor vírico não replicativo
Partículas víricas de retrovírus não replicativas que transportam o material genético “cassete de
expressão” de interesse
• Uso de células do paciente, tratamento das células com um vetor (vírico), e re-infusão das
células tratadas no paciente
• Podem ser usadas células germinativas e células somáticas, mas a legislação atual só
autoriza terapia génica ex-vivo com células somáticas.
1) Injeção localizada (cérebro) do vetor adenovírico que expressa a timidina cinase (TK) do
vírus HSV-1
2) Injeção intravenosa da droga ganciclovir
3) 2- A TK converte a droga ganciclovir (GCV) em GCVmonofosfato que é depois convertido
por cinases intracelulares num produto tóxico para a célula que inibe a DNA polimerase
4) Apoptose
• Vírus replicativos com deleção de genes responsáveis pela replicação em células normais
• Os vírus replicam-se seletivamente nas células tumorais induzindo a sua lise
Vírus expressam citocinas que recrutam uma resposta imunitária anti tumoral
ADA-SCID X-linked-SCIDs
Mutação na enzima adenosina desaminase o SCID-X1 (mutação numa s.u. (γc) de recetor de
Enzima envolvida no metabolismo de ATP IL) –afeta desenvolvimento e função dos
presente em grandes quantidades nos linfócitos
linfócitos Granulomatosa crónica (mutações na NADPH
o Ausência da enzima induz acumulação de oxidase) - afeta função dos neutrófilos
dATP que é tóxico para os linfócitos Sindrome Wiskott-Aldrich - mutações que
afetam a proteína do citoesqueleto actina
expressa nas células hematopoiéticas
Tratamento - administração da enzima
(caro e pouco eficaz)
1) Hiperestimulação hormonal controlada da mulher para obter múltiplos ovócitos maduros sincronizados
c) Biopsia do blastocisto
- trofectoderme (células que originam a placenta) pode não ser representativa da massa
celular interna
d) Blastocentese
• PGT-A: para casais inférteis, com o objetivo de aumentar as taxas de gravidez após procriação
medicamente assistida.
Trata-se de uma área da Medicina que inclui o uso da informação genética de um indivíduo como parte
integrante da sua abordagem terapêutica.
É relevante avaliar variantes em genes envolvidos na resposta a fármacos e risco de aquisição de doenças.
• Variações estruturais
É importante salientar que os SNPs têm alguns pontos fracos que limitam a sua aplicabilidade num doente
específico, particularmente se a variação genómica subjacente à patologia for rara.
Genoma vs exoma:
A escolha do método de sequenciação é influenciada por fatores como: custos, recursos de informática do
laboratório e recursos para interpretação dos resultados.
Milhares de variantes terão pouca ou nenhuma informação disponível nos bancos de dados atuais.
Determinar qual dessas variantes pode causar um fenótipo específico, ou pode colocar um indivíduo em
risco de doença ou resposta adversa ao medicamento, é um processo complexo.
A genética do cancro
O cancro é uma doença genética.
As alterações genéticas promotoras do cancro podem ser:
O cancro de um doente apresenta uma combinação única de alterações genéticas. Estas podem resultar do
cancro em vez de serem a sua causa – à medida que o cancro prolifera vai acumulando alterações adicionais.
Testes genéticos
è 2 indivíduos com o mesmo tipo de cancro podem não apresentar as mesmas alterações!
Tipos de biomarcadores
Para realizar a avaliação de um biomarcador realizam-se colheitas de amostras por biópsia ou durante a
cirurgia.
É possível realizar uma biópsia líquida nos tumores que libertam células e material genético para sangue.
Embora o cancro apresente um biomarcador com tratamento disponível, a terapêutica pode não funcionar!
Características do doente podem afetar eficácia (ex.: farmacocinética - absorção, distribuição, metabolismo
e eliminação)
Nem todas as células cancerígenas têm os mesmos biomarcadores, logo o tratamento irá eliminar algumas
mas não todas
Biomarcadores num tumor podem ser dinâmicos (mudar com o tempo) à resultados de um teste feito no
passado podem não refletir os biomarcadores atuais
• Pequenas moléculas – proteínas que conseguem entrar nas células, sendo usadas para alvos
celulares;
• Anticorpos monoclonais - proteínas relativamente grandes e geralmente não conseguem entrar
nas células, sendo usadas para alvos fora ou na superfície celular.