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2022
BOAS VINDAS :)
Com carinho,
MÉDICOS CONTRATADOS
● Coleta de exames: Para a rotina, é possível programar a coleta de exames pela equipe de
enfermagem, que ocorre somente pela manhã. Demais exames (não agendados, urgência
ou admissão dos pacientes) devem ser coletados pela equipe médica. É possível negociar a
coleta de exames pelas enfermeiras fora da rotina caso haja necessidade.
● Rotina de exames de imagem / Avaliação Oftalmológica: É de responsabilidade do
residente a solicitação de exames de rotina para os pacientes, como o pedido de Ultrassom
Transfontanelar, Ecocardiografia e avaliação da retinopatia da prematuridade, todos
conforme protocolocos específicos do serviço.
● Suporte Ventilatório: Atualmente, a montagem de todo o equipamento para suporte
ventilatório invasivo ou não invasivo é realizada pelos residentes ou pela equipe de
Fisioterapia (quando estiverem disponíveis).
● Intubação Orotraqueal e demais procedimentos na UTI: Todo procedimento a ser realizado
na unidade é de preferência do R1 da Neonatologia. Recomenda-se que somente os
residentes da Neonatologia realizem os procedimentos específicos: administração de
surfactante de maneira não invasiva (MIST), intubação orotraqueal de prematuros com peso
inferior a 1500g, punção torácica de alívio, cardioversão, entre outros. Caso haja algum
procedimento que os R2 da neonatologia que estiverem presentes na UTI ainda não tenham
realizado, o procedimento é preferencialmente deles.
UNIDADE DE CUIDADOS INTERMEDIÁRIOS (UCIN)
Nesta unidade, ficam os recém-nascidos estáveis, com necessidade de oxigenoterapia ou
observação do padrão respiratório, alimentação por sonda, soroterapia endovenosa, nutrição
parenteral e nos casos em que a mãe não tenha condições de realizar os cuidados com o recém-
nascido ou queira entregá-lo para adoção.
Na UCIN, vemos os prematuros extremos que conhecemos na UTI ganharem peso e suas
mamães aprenderem os cuidados com eles até que tenham condições de alta hospitalar.
As atividades se iniciam entre 07-07:30h e terminam 17h, com a passagem de plantão para
o médico assistente. Pela manhã, dividiremos os pacientes entre R2 da Pediatria e R1 da
Neonatologia. Deveremos revisar os casos dos pacientes, checar a monitorização para sinais vitais
do dia anterior e balanço hídrico. Após, examinamos os pacientes (cada qual tem seu
estetoscópio e fita métrica próximo ao berço ou incubadora) e os casos são discutidos com o
médico assistente responsável. Os pacientes são evoluídos no sistema e prescritos e, caso fiquem
pendências, anotar no caderno para resolver pela tarde. Pela tarde, resolvemos as pendências,
realizamos as admissões (fazer uma anotação geral no prontuário eletrônico com “Adendo de
Admissão na UCI neonatal”, com o resumo do caso até o momento, exame físico da entrada na
unidade e a conduta), além de resolver as intercorrências que surgirem.
6. Ambiente termoneutro
AMOSTRA CRÍTICA
BRONCODISPLASIA PULMONAR
Calculadora de
risco:
www.neonatal.rti
.org
Midazolam
Sedação procedimento: 0,05-0,15mg/kg, lento
Diluir 1ml para 10ml SF e fazer 0,2ml/kg+ 3ml de SF, em 20-30minutos OU
Diluir 1ml para 5ml SF e fazer 0,1ml/kg + 3ml de SF, em 20-30min
Nasal: 0,2-0,3mg/kg
,
Phototherapy for Neonatal Jaundice | NEJM
ARPO
- Indicação: (IG ≤ 32sem) ou (PN ≤ 1500g) ou (32 a 36sem com VM ou O2 por >28 dias), 1ª av. com 28dv
- COLÍRIOS: Tropicamida e Fenilefrina, pingar 1 gota em cada olho, 3x, de 10/10 min, 30min antes.
ECOCARDIOGRAMA
- Indicação: IG ≤ 30 SEMANAS, solicitar no 7º dv.
FLUCONAZOL PROFILÁTICO
- Indicação: IG ≤ 27 sem OU PN < 1000 g COM ACESSO VENOSO (PERIFÉRICO OU CENTRAL)
- Dose: 3mg/kg/dose, EV, em 30min1x/dia, às terças e sextas
PALIVIZUMABE
- PT menores de 1 ano de idade nascidos com IG menor ou igual a 28 semanas e 6 dias;
- Menores de 2 anos de idade com diagnóstico de doença pulmonar crônica da prematuridade
(DCP)/displasia broncopulmonar da prematuridade (DBP);
- Menores de 2 anos de idade com cardiopatia congênita com repercussão hemodinâmica.
Lembrar que é possível aplicar nos nossos pacientes internados com indicação e condições clínicas.
- Período de aplicação: Fevereiro a Julho
- Dose: 15mg/kg, IM
- Esquema: 5 doses, 1x por mês (5 meses)
- Documentos a serem preenchidos:
• Formulário interno (caso paciente internado) ou formulário externo (caso vá fazer primeira dose
já de alta)
• Prescrição médica
• Relatório explicando o MOTIVO da solicitação
PROCESSO DO LEITE:
Anexar: relatório médico onde deve constar o MOTIVO do paciente ter que usar essa fórmula,
oCID (K52.2) e a quantidade de latas por mês
Numero de latas: cada lata tem 400g:
5g x n° de medidas de pá x 8 x 31 / 400"
Ou simplificando: n°pas x 3
SEM FATOR DE RISCO
RN AT, peso adequado para a idade gestacional, 1 mg de ferro elementar/kg/dia, iniciando aos 180 dias de vida
em aleitamento materno exclusivo até o 6º mês até o 24º mês de vida
COM FATOR DE RISCO
RN AT, peso adequado para a idade gestacional, 1 mg de ferro elementar/kg/dia, iniciando aos 90 dias de vida até
em aleitamento materno exclusivo até o 6º mês o 24º mês de vida
RN AT, peso adequado para a idade gestacional, 1 mg de ferro elementar/kg/dia, iniciando aos 90 dias de vida até
independentemente do tipo de alimentação o 24º mês de vida
RN AT com peso inferior a 2.500 g. 2 mg de ferro elementar/kg/dia, iniciando com 30 dias de vida,
durante um ano. Após este prazo, 1 mg/kg/dia mais um ano
RN PT com peso superior a 1.500 g 2 mg de ferro elementar/kg/dia, iniciando com 30 dias de vida,
durante um ano. Após este prazo, 1 mg/kg/dia mais um ano
RN PT com peso entre 1.500 e 1.000 g 3 mg de ferro elementar/kg/dia, iniciando com 30 dias de vida,
durante um ano. Após este prazo, 1 mg/kg/dia mais um ano
RN PT com peso inferior a 1.000 g 4 mg de ferro elementar/kg/dia, iniciando com 30 dias de vida,
durante um ano. Após este prazo, 1 mg/kg/dia mais um ano
RN PT que receberam mais de 100 mL de Devem ser avaliados individualmente pois podem não
concentrado de hemácias durante a internação necessitar de suplementação de ferro com 30 dias de vida, mas
sim posteriormente
MEDICAÇÕES USADAS NA REANIMAÇÃO NEONATAL
Adrenalina EV Adrenalina Endotraqueal Expansores de Volume
1:10.000 1:10.000 SF 0,9%
1 ml de adrenalina + 9 ml de SF 1 ml de adrenalina + 9 ml de SF Ringer lactatoSangue Total
0,1 – 0,3 ml/kg 0,5 – 0,1 ml/kg 10 ml/kg EV
Infundir rápido na veia umbilical Infundir diretamente na cânula Infundir na veia umbilical
e, a seguir, 0,5- 1,0 ml SF 0,9% traqueal e ventilar. Uso único. lentamente em 5 a 10 minutos.
AMINAS VASOATIVAS
Receptor alfa1 beta1 beta2 D
Dose alta Dose intermed Dose intermed Dose baixa
Dopamina Vasocontrição Inotrópico e Discreta vasodilatação Vasodilatação
Aumenta RVS e RVP cronotrópico periférica renal
Dobutamina ---- Inotrópico ---- ----
Vasocontrição Inotrópico e Vasodilata-
Epinefrina ----
aumenta RVS e RVP cronotrópico ção
Vasocontrição Inotrópico
Norepinefrina ---- ----
aumenta RVS e RVP (pouco)
DOSE DOSE
DROGA COMENTÁRIOS
INOTRÓPICA VASOPRESSORA
Primeira linha no choque séptico, crianças
2-15 pequenas podem ser insensíveis devido a
Dopamina >12 g/kg/min
g/kg/min depleção nos estoques miocárdicos de
noradrenalina
2,5-20 Problema: a FC e a RVS causando
Dobutamina ---
g/kg/min hipotensão
0,05-0,5 0,1-1,0 Problema: a FC e o consumo de O2 no
Epinefrina
g/kg/min g/kg/min miocárdio
0,05-1,0
Norepinefrina ---- Vantagem: a RVS sem efeito na PA
g/kg/min
0,3-2,0
Vasopressina ----
mlU/kg/min
0,25-0,75 Ação não mediadapor receptores:
Milrinone ----
g/kg/min inotrópica e vasodilatadora
REPOSIÇÃO DE ELETRÓLITOS
Na K Cl HCO3 PO4
Intracelular (mEq/L) 20 150 - 10 110-115
Extracelular (mEq/L) 135 – 145 3–5 98-110 Venoso: 25 – 29 // Arterial: 21 – 28 5
DISTÚRBIOS DO SÓDIO
Preparação do NaCl3%: dividir o volume por 6,7-7 = volume de NaCl 20% e completar com AD → 89 ml de
SF 0,9% + 11 ml de NaCl 20% = 100 ml de NaCl3%.
Não aumentar o sódio mais do que 8-10 mEqL nas primeiras 24h.
DISTÚRBIOS DO POTÁSSIO
Lembrando que:
KH2PO4 13,6% 1ml = 1mEq de K
Hipocalcemia: estridor laríngeo, hipertonia muscular, tremores, clônus, irritabilidade, crise convulsiva,
hipotensão, bradicardia,bloqueios e arritmias. Tetania, Sinais de Trousseau (espasmo do carpo induzido
por compressão da artéria braquial com manguito de PA) e Chevostek (contrações dos músculos faciais á
percussão da região pré auricular).
Na desnutrição cada redução de 1g na albumina leva a queda de 0,8mg/dl noCa total.
► Reposição EV: 1- 2ml/kg de GluCa 10% (ou 0,25-0,5 ml/kg de CaCl 10%),diluído em igual
volume de SG 5% sob ausculta cardíaca
Infundir lento, não ultrapassar 50mg/kg/min.
Suspender de FC cair abaixo de 80 bpm. Monitorar Mg e fósforo.
DISTÚRBIOS DO MAGNÉSIO
Magnésio sérico = 1,4-2,3 mEq/L.
Usar em: crianças abaixo dos 2 meses (promove maior retenção de Na e K), crianças desnutridas e
manutenção EV prolongada (> 3 dias).
0,3 x Peso x BE
DISTÚRBIOS DO FÓSFORO
30 - 100MG/ML
SF 0,9% OU SG 5%
EM 30 MIN
100 MG/KG/DOSE
AMICACINA 50mg/mL
2mL
SG 5% EXCLUSIVO.
50mg
0,1MG/ML EM 2
1 MG/KG/DOSE EV A CADA 24HS INFECÇÃO FUNGICA, INCLUINDO SNC NÃO FAZEREV
A 6HS
DIRETO
IV BOLUS -
FAZERLENTO
CEFAZOLINA 1g
EM 3- 5MIN
CONCENTRAÇÃ
O100MG/ML SF 0,9% ou SG 5%
IV INTERM. -
CONCENTRAÇÃO
5-20MG/ML EM
60MIN
CEFEPIME 1g
CONCENTRAÇÃ
SF0,9%, SG 5%, SG
O 100MG/ML
10% , Ringer
EM 30MIN
IM OU IV
IV BOLUS: CONC.
50-100MG/ML - SF0,9% ,
EM 3-5 MINIV RingerLactato
INTER.: CONC.
10-40MG/ML -
10-30 MIN
PODE SER FEITO
IM OU IV
CEFTAZIDIMA 1g
IV BOLUS:
CONC.
SF0,9%, SG5%,
100MG/ML - EM
SG 10%
3-5 MINIV
INTER.: CONC. 1-
40MG/ML - EM
30 MIN
CEFTRIAXON
CONC. 10-
A 1g
40MG/ML EM SF 0,9%
60 MIN
É contraindicado a recém-nascidos < 28 dias
CONC.
18MG/ML EM
CLINDAMICINA
60 MIN
150mg/mL
Não administrar
IV direto; pode SF 0,9% , SG5%
ocorre
hipotensão e
PCR com
infusãorápida
2mg/ml 100ml
FLUCONAZOL
IV INTER.: CONC.
1mg/ml -
CONC. 2MG/ML
2ml
SF0,9%, SG5%,
OU 10MG/ML
SG 10%
EM 30-120 MIN
SF 0,9%, SG
≤2 kg: 29 a 60 dias: 30 mg/kg/dose a cada 8h 20MG/ML EM
5% (100ml)
>2 kg: ≤14 dias: 20 mg/kg/dose a cada 8h 30-120MI
>2 kg: 15 a 60 dias: 30 mg/kg/dose a cada 8h
METRONIDAZOL
500mg/100mL
SF 0,9%, SG
30-60min
5%
OXACILINA 500mg
IV BOLUS: CONC.
100MG/ML
- EM 10 MIN SF 0,9%, SG
IV INTER.: 5%, Ringer
CONC. 10- lactato
40MG/ML - EM
15-60 MIN
PENICILINA 250MG / 500MG
CONC. 100-
/ 1G
SF 0,9%, SG
500MG/ML EM
5%
15-60 MIN
1.200.000UI
BENZATINA
PENI. G
Sífilis congênita: 50.000UI por Kg de peso para crianças menores de 2 anos de idade. − −
VANCOMICINA 500mg
0,10MG - 2ML
X ------ W ML
W ML DE FENTANIL + Y ML DE SF = CORRER
EV Z ML/H
EX: PESO: 680G | DOSE: 1
>> 0,680 X 1 X 24 = 16,3 / 1000 = 0,016
0,10MG -2 ML
0,016 ------- X X = 0,32 ML APROX = 0,3
PEGAR 0,3 ML DE FENTA + 4,5ML DE SF,
CORRER A 0,2 ML/H
Dose: 1mg/kg EV, IM ou VO 2 - 10 mg/mL – em 15-30 min
FUROSEMIDA Prematuros: a cada 24hs Termos: a Peso: 2kg Dose: 1mg/kg
SF, SG E AD
10mg/ml cada 12hs Diluir 1amp p/ 10ml de SF, fazer 2 ml EV em
Termos > 1 mês: a cada 6 – 8hs 15min
DILUIR EM SORO
GRANULOKINE DOSE: 10MCG/KG/DOSE – 1X AO DIA
GLICOSADO a 15
30mcg/0,5ml EV EM 30 MIN
MCG/ ML
1 mg/mL
Peso: 2kg Dose: 0,2mg/kg/doseAmpola:
Hipoglicemia refrataria:
1mg – 1 ui
200mcg/kg/dose (0,2mg/kg/dose) – Na infusao
GLUCAGON 1mg Fazer 0,5 ui SC
max 1mg IV, IM ou SC contínua,diluir em
(1UI)
Continuous infusion: Begin with 10 SG 10%
Se infusão continua:
to 20mcg/kg/hour
Pegar 0,5 ui da seringa de insulina + 4,8 ml
de SG 10% –correr a 0,2ml/h
EV: 4 mg/mL em 15min VO: misturar com
IV infusion at a 0,5 ml
10mg/kg VO ou EV, seguido de
IBUPROFENO finalconcentration de leite
5mg/kg/dose 24-48hs
of 4 mg/mL IV infusion at a final concentration of 4
mg/mL
Hiperglicemia: Infusão EV: 0,01 –
INSULINA SF OU AD
0,1UI/KG/HIntermitente: 0,1 – Diluir na concentração 0,5 - 1,0UI/ml
100UI/ml
0,2UI/kg subcutâneo a cada 6-12hs
MAXITROL colirio 1 GOTA EM CADA NARINA DE 8/8HS ─ ─
METADONA
SF ─
10mg/ml
Diluir 1ml para 10ml SF e fazer 0,2ml/kg+
Sedação procedimento: 0,05-
3ml deSF, em 20-
MIDAZOLAM 0,15mg/kg, lentoNasal: 0,2-
30minutosOU
1MG/ML e 0,3mg/kg SF OU AD
Diluir 1ml para 5mlSF e fazer 0,1ml/kg
5MG/ML Contínuo: 0,01-0,06mg/kg/h (10-
+ 3ml de SF, em
60mcg/kg/h)
20-30min
MORFINA Infusão contínua:0,1mg/ml
0,05-0,2mg/kg/dose IV, IM ou SC.
1 MG/ML e SG5%, SG10% E SF Doses intermitentes:
Pode ser repetido a cada4hs
10MG/ML 0,1 – 0,5mg/ml ─
1 ml naloxone + 3 Diluir na concentração0,1mg/ml
NALOXONE
DOSE: 0,1MG/KG ml de SF - fazer 1 Pegar 1 ml de naloxone + 3 mlde SF, fazer 2
0,4MG/ML
ml/kg EV em bolus ml ev em bolus
PRECEDEX
2ml precedex +
(DEXMEDETOMID
0,2 a 2 mcg/kg/h 48ml SF, conc final
INA)
de 4mcg/ml
200MCG/2ML
SILDENAFIL PESO: 2KG DOSE: 1 MG/KG/DIA
DOSE: 1 A 2 MG/KG/ DIA 6/6HS ─
2MG/ML FAZER 0,3ML VO DE 6/6HS
CUROSURF – 100 a 200
mcg/kg/doseSURVANTA –
100mg/kg/dose
Ex: Peso: 1kg
SURFACTANTE Dose: 200mg/kg Curaserf 80mg/ml
Dose inicial: 200mg/kg Dose
CUROSURF – ─
subsequente: 100mg/kg
80MG/ML Pegar 2,5 ml de curaserf e fazer via
endotraqueal
Indicação: FI > 30%
Retratamento: FI > 30% após 6h da
1ºdose
PROTOCOLOS DO HC
ANTIBIOTICOPROFILAXIA CIRÚRGICA EM
NEONATOLOGIA
Setor de Neonatologia
Departamento de Puericultura e Pediatria
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão
Preto - Universidade de São Paulo-USP
Antibioticoprofilaxia Cirúrgica em Cirurgia Pediátrica
C. CIRURGIA ORTOPÉDICA
Referências
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surgery. AJHSP. 2013; 70:195-283
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Operation Are More Important than administration after Operation. Clin Infect
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4. The Medical Letter on Drugs and Therapeutics. Antimicrobial Prophylaxis for
Surgery. Volume 58 (Issue 1495) May 23, 2016
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2007
Elaborado em Setembro de 2017
Elaboração: Dra Seila Israel Prado (Médica Assistente do Departamento de Puericultura e Pediatria
da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo FMRP- USP e da CCIH
do HCFMRP-USP) em conjunto com a equipe da CUCA – Comissão de Uso e Controle de
Antimicrobianos do HCFMRP-USP
MANEJO DO RECÉM-NASCIDO COM
MIELOMENINGOCELE
ASPECTOS URONEFROLÓGICOS
ASPECTOS URONEFROLÓGICOS
BIBLIOGRAFIA
1) Indicações:
2) Apresentação:
a. Ataque:
b. Manutenção:
i. Iniciar com dose de 5 mg/kg de citrato de cafeína (2,5 mg/kg de
cafeína base), a cada 24 horas.
4) Monitorização da toxicidade:
o Tremores
o Hiperreflexia
o Convulsões
- Sistema digestivo:
o Náuseas
o Vômitos
o Hematêmese
- Sistema Cardiovascular:
- Sistema endócrino-metabólico:
o Hiperglicemia
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
1) Kua KP, Lee SW. Systematic review and meta-analysis of clinical outcomes of early
caffeine therapy in preterm neonates. Br J Clin Pharmacol. 2017 Jan; 83(1):180-
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Caffeine for Apnea of Prematurity trial: benefits may vary in subgroups. J Pediatr.
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10)Schmidt B, Roberts RS, Davis P, Doyle LW, Barrington KJ, Ohlsson A, Solimano
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11)Schmidt B, Roberts RS, Davis P, Doyle LW, Barrington KJ, Ohlsson A, Solimano
A, Tin W. Caffeine therapy for apnea of prematurity. N Engl J Med. 2006 May 18;
354(20): 2112-21.
Redação e revisão em março de 2014, com atualizações: Dra. Eliana Motta Fernandes
Sacramento (médica assistente do HCFMRP junto ao Departamento de Puericultura e
Pediatria da Faculdade de Medicina de Ribeirã o Preto da Universidade de Sã o Paulo -
FMRP-USP) e Prof. Dr. Francisco Eulógio Martinez (Professor Titular do Departamento
de Puericultura e Pediatria da Faculdade de Medicina de Ribeirã o Preto da
Universidade de Sã o Paulo -FMRP-USP) .
Conceito fundamental
Fórmula básica: DC =VS X FC
Conceitos básicos:
Pré-carga: É a força ou carga exercida no miocárdio no final da diástole
(estiramento das fibras). Pode dizer que se refere à quantidade de volume
sanguíneo no ventrículo no final da diástole.
Pós-carga: se refere à resistência, impedância ou pressão que os ventrículos
têm que exercer para ejetar seu volume sanguíneo na sístole.
Contratibilidade: Refere-se ao inotropismo inerente ao encurtamento das
fibras musculares cardíacas alternando com o alargamento destas.
O coração neonatal
Mecanismo de Frank-Starling:
O mecanismo de Frank-Starling é um conceito da cardiologia, descrito em 1918
por Otto Frank e Ernest Starling, sobre a capacidade do coração de se adaptar a
variações do volume sanguíneo modificando sua contratilidade.
*Pressão Arterial
• Pressão arterial sistólica: é a força exercida sobre a parede do vaso
durante a contração do miocárdio, reflete a força contrátil e o débito
cardíaco do ventrículo esquerdo.
• Pressão arterial diastólica: é a pressão que permanece nos vasos
sanguíneos quando o miocárdio relaxa, reflete a resistência vascular e
as condições de volume do paciente.
Como medir PA não invasiva
O manguito deve cobrir dois terços da extremidade que é usado para a
mensuração. Quando o manguito de pressão é muito grande, a pressão arterial
será falsamente baixa. Inversamente, quando o manguito de pressão arterial é
muito pequeno, a medição será falsamente alta.
Como pedir PA invasiva
Se a pressão arterial está sendo obtida a partir de um cateter arterial, é
importante certificar de que a forma de onda é adequada. Se a onda não
estiver com amplitute adequada pode sugerir ar no transdutor ou um coágulo
próximo à ponta do cateter. O transdutor deve estar calibrado e mantido ao
nível do coração do neonato.
Considerações sobre PA:
É importante ressaltar que mesmo quando medidas com precisão e por
técnicas invasivas, a pressão sanguínea se correlaciona mal com o fluxo
sanguíneo sistêmico, ou seja, um paciente hipotenso não apresenta
necessariamente baixa perfusão tecidual.
Os estudiosos concordam com o conceito que a hipotensão não é a doença,
mas sim um estado fisiológico de baixo fluxo sanguíneo, representando um
desafio para o organismo, que poderá compensar este estado ou não. O
cuidado neonatal não deve estar preocupado em evitar a hipotensão, mas sim
em identificar e prevenir o choque.
*Pulso e perfusão
Utilidade baixa.
Quando pulso e perfusão foram associados com outros parâmetros como
pressão arterial média <30 mm Hg e / ou tempo de enchimento capilar ≥3 s,
também não foi encontrado uma precisão adequada, com sensibilidade de
78%, especificidade de 63%, valor preditivo positivo de 31% e valor preditivo
negativo de 88%.
*Frequência cardíaca
A frequência cardíaca (FC) é um instrumento muito inespecífico podendo ser
alterado por vários fatores, também é necessário avaliar a FC
comparativamente, ou seja, o paciente é controle dele mesmo, um aumento de
10-15% da FC indica necessidade de atenção.
*Débito urinário
Um estudo que avaliou a diurese em pacientes menores que 1500 gramas
verificou que a sensibilidade do débito urinário nas primeiras 24 horas para o
desfecho morte nos primeiros 10 dias foi de 93% para valores abaixo de 1ml /
kg / min, entretanto com uma especificidade de apenas 19%.
Portanto, o paciente neonatal que não urina adequadamente nas primeiras 24
horas não está necessariamente com baixa perfusão tecidual, possuindo
muitos falsos positivos quando avaliamos o débito urinário como parâmetro
isolado.
*Lactato
Os valores absolutos de lactato não têm um adequado poder diagnóstico para
morte ou má perfusão tecidual, entretanto um fato interessante relatado em
um estudo com prematuros brasileiros é que a evolução do lactato pode ser
um critério para mal prognóstico.
Em todos os prematuros estudados o lactato estava elevado ao nascimento
(próximo a 4mmol/l), entretanto no grupo que sobreviveu, o lactato ao
nascimento diminui, atingindo níveis de normalidade com 72 horas, já os
pacientes que morreram apresentaram um nível de lactato elevado ou em
ascensão nas primeiras 72 horas de vida.
*Distúrbio ácido-base
Dados demonstram que pH <7 e BE <-12 mEq / L são significativamente
associados com morte. Acidose e o excesso de base negativo elevados estão
relacionados com mal prognóstico, entretanto os valores indicados acima
geralmente ocorrem em estágios avançados de choque não sendo um bom
instrumento para diagnóstico inicial de má perfusão tecidual, mas podendo ser
utilizados conjuntamente com as outras variáveis para manejar o choque
tardio.
*Ecocardiograma
Considerações gerais:
A literatura tem indicado o doppler na ecografia como os parâmetros mais
fidedignos para avaliar débito cardíaco, entretanto essas medidas são
examinadores dependentes e de difícil execução.
As medidas são débito do ventrículo esquerdo ( LVO- Left Ventricular Output),
débito do ventrículo direito (RVO-Right Ventricula Output), SVC ( Superior Vena
Cava Flow). O débito cardiaco esquerdo (LVO-left ventricular output) reflete o
fluxo sanguíneo sistêmico se não houver presença de PCA.
O RVO (right ventricular output) reflete o retorno venoso sistêmico (Pré-carga)
na ausência de shunt de qualquer espécie, e pode sofrer influência de
comunicações inter-septais.
Em comparação com o débito ventricular esquerdo e o débito cardíaco direito,
o fluxo na veia cava superior (SVC flow- superior vena cava flow) não é
influenciada pelos canais fetais abertos. Representa a porção de fluxo
sanguíneo sistêmico da parte superior do corpo, incluindo o cérebro, que se
acredita ser 70% -80% em recém-nascidos. O fluxo de SVC pode não ser
afetado por shunts fetais, mas o SVC apresenta resultados conflitantes sobre
associação com desfechos relacionados ao neurodesenvolvimento prejudicado.
Os valores referência para neonatos prematuros já foram documentados em
diversos estudos e devem ser utilizados na avaliação.
*NRIS
Near Infrared Reflectance Spectroscopy ( NRIS)
A espectroscopia no infravermelho (NRIS) é uma ferramenta não invasiva para
avaliar a hemodinâmica em neonatologia e os índices de perfusão pré e pós-
ductal dos órgão ( cerebral, renal e esplânico) e essas medidas correlacionam-
se fortemente com o débito cardíaco em neonatos a termo e dados
demonstraram que sua utilização como auxiliar no manejo clínico diminuiu a
mortalidade (25% para 14%), sugerindo que essa tecnologia pode ser
promissora.
Preditores de choque:
• Asfixia neonatal
• Apgar de 1 ou 5 minuto menor que 5
• Sofrimento fetal agudo,
• Intercorrências no parto ( descolamento prematuro de placenta)
• Corioamnionite
• Peso abaixo de 1000 gramas, principalmente menor que 750 g
• Não usar corticoide antenatal
• Hipotermia moderada-grave na admissão na UTIN
• Sepse precoce ou tardia
• Ventilações agressivas ( MAP >10)
• Presença de pneumotórax
• Hemorragia pulmonar
• Desidratação
• Hipertensão pulmonar
• Enterocolite
• Hemorragia intraventricular grau 3 e 4
• Crises convulsivas
• Necessidade de ressuscitação na sala de parto
• Idade gestacional abaixo de 28 semanas
• SNAPPEII maior que 20
1) Choque adaptativo
O choque adaptativo ocorre nas primeiras 72 horas.
Pressão diminuída com débito cardíaco diminuído.
São necessários cuidados para não confundir choque séptico com choque adaptativo
associado a sepses precoce, essas duas situações possuem mecanismos
fisiopatológicos distintos .
Falência do miocárdio.
2) Choque hipovolêmico:
A hipovolemia não costuma ser a principal causa de choque em neonatos.
Há pouca correlação entre a pressão arterial e volume sanguíneo em prematuros
extremos.
Hemorragia feto-materna, placenta prévia e acidentes hemorrágicos durante o parto.
Poliúria ou aumento de perda de água
Caracterizado por pressão diastólica mais baixa e pré-carga diminuída.
3) Choque cardiogênico
A falência miocárdica em neonatos a termo é comum na cardiopatia congênita e na
asfixia neonatal.
Taquicardia supraventricular e outras arritmias, cardiomiopatias, miocardite, e o
tamponamento pericárdico também resultam em choque cardiogênico.
O choque cardiogênico é caracterizado geralmente por contratilidade diminuída.
4) Choque séptico
Vasodilatação e disfunção miocárdica sejam as mais comuns.
Duas fases:
• Fase “fria”: caracterizada por pressão sistólica diminuída, mas aumento da pós-
carga, devido a uma vasoconstrição periférica.
• Fase “quente”: caracterizado pela pré-carga diminuída, vasodilatação e a
pressão diastólica comprometida.
As fases do choque séptico mais avançado serão caracterizadas por pressão diastólica
e sistólica comprometida e comprometimento da pré e pós-carga.
5) Choques mistos:
Combinações de fatores etiológicos também podem complicar o quadro, como em um
neonato a termo que é asfixiado após ruptura do cordão umbilical ou um recém-
nascido séptico com asfixia.
É importante lembrar que pode haver também outros componentes comprometendo o
retorno venoso, como pneumotórax e tamponamento cardíaco.
Orientações para o diagnóstico do tipo de choque segundo variabilidade de pressão
e medidas ecocardiográficas e as prováveis causas relacionadas:
Estágios do choque:
Expansores de volume:
Expansão
Em pacientes prematuros aumenta a probabilidade de desenvolvimento de persistência
do canal arterial (PCA), enterocolite necrosante (NEC), resultados anormais do neuro-
desenvolvimento e morte.
Demora em instalar as aminas vasoativas, a literatura demonstra que frequentemente
ocorre um atraso médio de 27 minutos entre solicitar a instalação de uma droga e
administração real. Durante esse tempo, sintomas de comprometimento
cardiovascular podem tornar-se exagerados e a reposição de volume deve ser realizada
antes que drogas vasoativas estejam disponíveis.
Atenção:
Pacientes SRIS
Edema não é sinal de normovolemia!!!!!
Dobutamina
Não é catecolamina endógena.
É predominantemente inotrópica ( receptores beta) com alguns efeitos
vasodilatadores.
Pode apresentar efeitos colaterais potentes como arritmias, hipertensão e
vasodilatação capilar cutânea.
Pode comprometer o lusotropismo em situações de pré-carga diminuída.
É o agente de escolha quando o choque é devido a disfunção miocárdica.
Dopamina
A dopamina é um hormônio endógeno, é o precursor direto da adrenalina e
noradrenalina. Estimula positivamente os adrenoceptores α e β, induzindo a contração
do músculo liso vascular e do músculo cardíaco.
Até o momento neonatologistas acreditam que doses baixas de dopamina (0,5-5 mcg /
kg / min) estimulem os receptores dopaminérgicos, as dosagens médias (5-10mcg / kg
/ min) estimulam os receptores beta e altas dosagens (> 10 mcg / kg / min) estimulam
os receptores alfa, no entanto, deve ser mencionado que estes dados são derivados de
estudos realizados com adultos saudáveis, cães e não são necessariamente
apropriados ou confiáveis no recém-nascido prematuro criticamente doente.
Toxicidades associadas a uma superestimulação dos receptores. Se a dopamina é
administrada continuamente, o equilíbrio natural do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal
desaparece em alguns pacientes. Isso resulta em uma redução hormônios da tireóide e
a supressão destes provoca uma dessensibilização dos próprios receptores que a
dopamina afeta, ocasionando o choque dopamina resistente.
Uma vez desenvolvido resistência, o recém-nascido não irá mais responder à
dopamina e se isto ocorrer, agentes farmacológicos adicionais para manter a perfusão
de órgãos deve ser considerado.
Como usar a dopamina?
Para todos os benefícios terapêuticos que a dopamina oferece, existem efeitos
colaterais muito Portanto, a dopamina deve ser iniciada em doses de 5 mcg/kg/min e a
progressão deve ser realizada de 2,5 mcg/kg/min a cada 30 min, até a dose máxima de
15 mcg/kg/min.
Devido aos malefícios do uso continuo da dopamina, alguns autores sugerem que a
dopamina seja suspensa em casos de não resposta e/ou que estejam em uso de
adrenalina, entretanto não há dados na literatura que relatem os benefícios ou
malefícios dessa conduta.
Noradrenalina
A noradrenalina (NA) é um simpatomimético de ocorrência natural, exerce efeitos
hemodinâmicos através da ativação de adrenoceptores α e principalmente β.
NA estimula a vascularização cardíaca através dos β-adrenoceptores e possue um
efeito maior sobre a resistência vascular periférica, tornando a droga útil em
hipotensão profunda e choque séptico, entretanto em neonatologia tem sido
desestimulado o seu uso, uma vez que se acredita que devido aos seus potentes
efeitos vasoconstritores pode levar a perfusão comprometida dos órgãos e aumento
do trabalho miocárdico.
Um estudo sobre noradrenalina em prematuros encontrou menor incidência de
leucomalácia naqueles tratados com NA, sugerindo que, apesar de suas propriedades
vasoconstritoras, o NA consegue manter um fluxo sanguíneo cerebral e miocárdico
estável, produzindo função pulmonar e cardíaca melhoradas, também favorece o
tratamento na hipertensão pulmonar, entretanto a NA foi associada com mais danos
nos enterócitos, que pode ser um fator importante a ser considerado em pacientes
prematuros.
Vasopressina
A arginina-vasopressina (AVP) é um neuropeptídeo natural secretado pela glândula
pituitária posterior, seus efeitos envolvem regulação da osmolaridade plasmática, do
volume plasmático circulante e do tônus vascular. A ação nos receptores V2 ocorre nos
tubos coletores do rim que aumentam a reabsorção de água, portanto seu uso pode
estar associado a hiponatremia.
A ação de vasocontrição está relacionada com os receptores V2 localizados na camada
muscular das artérias e também há relatos que produz um aumento no cortisol
estimulando a sensibilidade dos receptores.
Em pacientes com componente cardiogênico é necessário precaução porque a AVP
está associada com efeito inotrópico negativo e aumento dos índices de diástole,
também estímulos nos receptores V3 localizados no cérebro ocasionam diminuição da
frequência cardíaca, efeito desejável apenas em pacientes com disfunção diastólica.
Dados comparativos entre vasopressina e dopamina para tratamento da hipotensão
em recém-nascidos de extremo baixo peso mostraram eficácia de ambas em relação
ao aumento da PA sistêmica, entretanto a vasopressina foi associada à redução da
PaCO2, menor uso de surfactante e menor taxa de taquicardia.
Um potencial efeito colateral é a suposta má perfusão de órgãos terminais, no
entanto, a maioria dos estudos envolvendo o uso da vasopressina em hipotensão
refratária, não demonstrou diminuição na perfusão dos órgãos. Também não há dados
sobre o seu efeito no fluxo sanguíneo cerebral e no débito cardíaco em prematuros.
Portanto, o papel da vasopressina no manejo da instabilidade circulatória em
prematuros parece promissor, mas ainda necessita ser mais bem estudado.
Milrinone:
A milrinona é um inibidor seletivo da fosfodiesterase III nos miócitos cardíacos e no
músculo liso vascular. O milrinone aumenta o AMPc ( monofosfato cíclico de
adenosina), mas os níveis de AMPc são diminuidos no miocárdio do recém-nascido,
assim os neonatos podem ser menos sensíveis ao efeito da milrinona.
Os efeitos da milrinona são principalmente vasodilatação e inotropismo, também
apresenta efeito lusotropico (melhora do relaxamento diastólico), favorecendo
pacientes com dificuldade diastólica e com hipertrofia cardíaca, pressão pulmonar
elevada e redução da pré-carga. A milrinona é excretada pelos rins com pouco ou
nenhum metabolismo, portanto, a concentração plasmática depende em grande parte
da função renal.
Alguns estudos que utilizaram milrinona em prematuros com comprometimento
cardiogênico demonstraram que aqueles que receberam milrinona tiveram taxas de
falha de ventilação significativamente mais baixas, menor necessidade de outros
suportes inotrópicos ou esteróides, sugerindo melhor estabilidade cardiovascular.
Devidos aos efeitos de vasodilatação, extremo cuidado deve ter com pacientes
hipotensos, principalmente em prematuros, porque a meia vida do milrinone é de
aproximadamente 4 horas e pode ser ainda mais prolongada na asfixia neonatal.
Suas principais indicações são após cirurgia cardíaca, hipertensão pulmonar, hérnia
diafragmática congênita (HDC) e após cirurgia de PCA e todas outras doenças que
apresentem com disfunção miocárdica. (34)
A dose recomendada de milrinona em prematuros é 0,2 mcg/kg/min, sem necessidade
de dose de ataque, nos pacientes a termo a dose inicial é 0,375 mcg/kg/min podendo
haver progressão até 0,7 mcg/kg/min.
Em caso de hipotensão, antes da retirada da droga recomenda-se fazer uma expansão
com 10 ml/kg em 30 minutos, para adequar o conteúdo-contigente. A dose de ataque
é controversa e pouco usada em neonatologia.
Hidrocortisona:
A hidrocortisona é mais comumente usada em choque catecolaminas-resistente.
O choque resistente a vasopressores tem 2 etiologias :
-“Downregulation” natural dos receptores androgênicos.
- Insuficiência adrenal.
Após a administração de corticóides podemos observar duas respostas:
A resposta imediata ocorre de 1 a 2 horas após a administração. Esses efeitos auxiliam
a vasculatura de 3 formas:
-Promovem a disponibilidade hormonal, diminuem o metabolismo de catecolaminas e
inibem a recaptação destas pelo sistema nervoso simpático, resultando aumento do
nível circulante.
-Melhora a acessibilidade celular ao cálcio. Após 1 a 2 horas de administração do
corticóide, o neonato experimenta um reabastecimento de cálcio intracelular o que
melhora a integridade capilar e durante o estado hipercatabólico do choque, o cálcio
intracelular está esgotado pelo aumento do metabolismo celular, portanto com o
aumento da incorporação deste promovido pelo corticoide, ocorre um estímulo ao
receptor prolongando o efeito da estimulação das aminas e favorecendo a melhora da
contratilidade miocárdica.
-Após 8 a 12 horas após a administração de corticóide também ocorre diminuição das
respostas inflamatórias e dos efeitos dos vasodilatadores locais, como o óxido nítrico.
A dose geralmente utilizada é hidrocortisona 1 mg/kg de 8x8 horas, entretanto outros
esquemas terapêuticos podem ser recomendados.
Manejo de acordo com pressão e eco:
Choque adaptativo:
Cuidados gerais
Temperatura:
O paciente com instabilidade hemodinâmica deve se manter normotermico, uma vez
que hipotermia moderada e severa pode levar a comprometimento da contratilidade
cardíca e a hipertermia pode levar a um hiperdinamismo e a um gasto energético
desnecessário.
Disturbios hidroeletrolíticios:
É extremamente importante que distúrbios metabólicos, principalmente distúrbios do
potássio, cálcio e glicose sejam controlados com agressividade, uma vez que podem
afetar a estabilidade cardio-vascular do paciente. O paciente chocado está em alta
demanda metabólica e necessita de substrado, portanto é recomendável que a glicose
se mantenha em níveis próximos a 120 mg/dl.
Conclusões:
O uso de aminas vasoativas exige intensa observação, conhecimento e capacidade de
raciocínio clinico. O manejo do choque em neonatologia permanece um desafio uma
vez que os instrumentos disponíveis para avaliação de má perfusão tecidual são falhos.
O conhecimento do mecanismo fisiopatológico e do potencial de ação de cada droga é
necessário para que a assistência neonatal ao paciente com instabilidade
hemodinâmica seja adequada.
pós natal. No entanto, é a infecção congênita, que acomete o feto, aquela que mais se
de vários órgãos e tecidos com períodos de reativação. Após a infecção primária, o vírus
ser secundárias à reativação do vírus ou à reinfecção por cepas virais diferentes. Deste
modo, em contraste com a maioria das infecções virais congênitas, a infecção congênita
em todo o mundo.
entre 0,2 a 2,2% dos nascidos vivos. Altas taxas de infecção congênita por CMV tem
nascer, enquanto a grande maioria (90%) são clinicamente assintomáticas. Ainda, dentre
neuropsicomotor, sendo que cerca de 50 a 60% destas crianças terão perda auditiva
variável. No Brasil, onde a grande maioria (90-95%) das mulheres em idade fértil já
apresentou a infecção primária pelo CMV, e mesmo nos países desenvolvidos em que
uma parcela significativa de mulheres em idade fértil ainda não se infectou com esse
vírus, esta medida não é realizada sistematicamente. No entanto, em outros países, tais
tratamento fetal que influencie o prognóstico, mesmo quando a infecção primária pelo
CMV seja diagnosticada durante a gestação. Também não há, até o momento, nenhuma
modalidade de tratamento aprovado para uso durante a gestação que previna ou reduza a
anticorpos não permite afastar o risco de infecção fetal, pois, apesar de ser menos
(intervalo >4 semanas) confirma a infecção primária materna pelo CMV. Para tanto, é
necessário que a primeira amostra seja negativa e a segunda positiva para a detecção de
identificação de elevação de títulos de IgG e/ou a detecção de IgM também pode ocorrer
que ocorre pela exposição à secreção cervical no canal de parto e como pós-natal
detecção de CMV até 3 semanas de idade e detecção após esse período quando o
momento da infecção foi intraparto ou pós-natal, sendo que nas crianças com infecção
• A presença do DNA CMV (PCR positivo) na urina e/ou saliva ou ambos nas
de CMV congênito (o vírus pode não estar presente no sangue em até 25% dos
RN infectados).
tratamento.
• A detecção do vírus a partir da quarta até 12a semanas de vida indica infecção
sendo que poderá também tornar-se positiva após a infecção perinatal ou pós
natal.
✓ Moderada a grave:
coriorretinite
✓ Leve:
• Alterações cutâneas
• Fundoscopia ocular
Exames Laboratoriais:
moderada a grave)
✓ Monitorização auditiva com 7, 12, 18, 24, 30, 36, 42-48, 60 meses de vida
• Timpanometria
• PEATE se indicado
• “Sepse Viral”
• Neutropenia grave
• Hidropsia
• Pneumonite
o Indicação relativa: (discutir caso a caso/ ponderar riscos e potenciais
• Esplenomegalia isolada
Administração da droga:
• Mudar para valganciclovir via oral quando permitido via oral até completar 6
• Como tratar ?
Valganciclovir 16 mg/kg por dose via oral duas vezes ao dia
risco de reinfecção com novas cepas virais são muito desejáveis e têm eficácia
comprovada. Essas consistem basicamente no reforço das medidas de higiene, tais como
a lavagem das mãos após contato com a urina e saliva de crianças menores de 3 anos,
CMV.
3. Yamamoto AY, Mussi-Pinhata MM, Marin LJ, Brito RM, Oliveira PF, Coelho TB. Is
saliva as reliable as urine for detection of cytomegalovirus DNA for neonatal screening
4. Demmler GJ. Congenital cytomegalovirus infection and disease. Adv Pediatr Infect
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15. Kimberlin DW, Jester PM, Sánchez PJ, Ahmed A, Arav-Boger R, Michaels MG, et
Divisão de Neonatologia
Departamento de Puericultura e Pediatria
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão
Preto Universidade de São Paulo-USP
TPP
Cuidados de Rotina:
IG< 24 ▪ Atendimento Obstétrico
▪ Individualização do caso Não e Neonatal habitual aos
▪ Discussão GO + Neo sem?
nascimentos prematuros
▪ Conversar c/ os pais *(2) > 24 semanas
▪ Registrar no prontuário o Sim
plano de atendimento que
ficar acordado entre
equipe e pais Nascimento
Não
▪ Acompanhamento de Iminente?
Psicologia
Sim
Datação
Não
Neonatologia: confiável? *(1)
▪ No CO p/ avaliar condições
materno-fetais. Sim
▪ Conversar c/ pais *(2).
▪ Avaliar viabilidade *(3).
Idade Gestacional
22 sem a
> 23 semanas
22 sem e 6 dias
< 22 semanas
Neonatologia:
> Conversar com pais *(2), Cuidados de Rotina:
se possível antes do Neonatologia:
nascimento. Cuidados Paliativos: ▪ Reanimação
> Orientar riscos e Neonatologia: Neonatal com
prognóstico. ▪ Se feto vivo, objetivo de
> Verificar condições atendimento no CO
materno-fetais. transferência para
▪ Oferecer Cuidados UTINeo
Paliativos *(4), junto à
mãe, se esta
concordar
Sim
Não
Viável?
*(3)
(1) Datação é considerada confiável se ecografia até 16 semanas de
gestação ou presença de DUM confiável como segunda opção.
(2) A opção de cuidado dos pais é soberana
(3) A avaliação de viabilidade:
a) Ballard: viável se maior ou igual a 23 semanas
b) Exame Físico
c) Peso de Nascimento: somente se ainda permanecer
dúvida, considerar viável maior ou igual 400g
(4) Cuidados Paliativos:
a) Calor e oxigênio inalatório.
b) Não oferecer investimento fútil.
Referências Bibliográficas
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Prevention of Hypothermia after Birth and during NICU in Preterm Infants: A Systematic Review and
Meta-Analysis. PLOS ONE, 11(6), e0156960.doi:10.1371/journal.pone.0156960
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Obstetric Care Consensus – The American College of Obstetricians and Gynecologists / Society for
Maternal-Fetal Medicine, October 2017
Epidemiologia
− A Infecção da Corrente Sanguínea relacionada a Cateter Venoso
Central (ICS-CVC) é a infecção relacionada à assistência mais comum
em neonatologia e a principal causa de sepse neonatal tardia em
recém-nascidos internados em UTI
− A presença de um cateter venoso central (CVC) é o principal
predisponente, mas os acessos venosos periféricos também podem ser
causa de infecções locais e até sistêmicas
− A letalidade é de 12-40%, sendo maior em casos de infecção por S.
aureus, Pseudomonas, Acinetobacter e Candida sp.
− Outros problemas decorrentes desta infecção são: prolongamento da
internação, interrupção da terapêutica pela necessidade de remoção do
cateter e perda das opções de acesso venoso
Fatores de Risco:
− Baixa idade gestacional e peso ao nascer
− Tempo de permanência do cateter
− Gravidade da doença de base
− Frequência com que o cateter é acessado
− Cuidados na manipulação do cateter
− Experiência e treinamento da pessoa que inseriu
− Acesso central em comparação ao periférico
− Instalação de urgência
− Inserção por dissecção ao invés de punção
− Sítio de inserção: cateteres inseridos na veia femoral têm mais risco
que os inseridos nas veias jugular e subclávia
− Perda da integridade da pele ao redor do sítio de inserção
− Infusão de lípides e nutrição parenteral
− Material do Cateter (PVC e polietileno facilitam a adesão microbiana
enquanto teflon, poliuretano e silicone têm maior biocompatibilidade e
portanto menor aderência bacteriana)
Agentes Etiológicos:
− Gram Positivos: Estafilococos Coagulase Negativos (SCoN) - é o
principal agente, S. aureus e Enterococos
− Gram Negativos: Klebsiella sp, E.coli, Enterobacter sp, Pseudomonas
aeruginosa, Serratia sp dentre outros
− Candida sp.
Fisiopatologia
Existem quatro maneiras de colonização e infecção do cateter:
a) Extra luminal: é a via mais comum que ocorre a partir da adesão
dos microrganismos da microbiota da pele na superfície externa do
cateter. A colonização pode ocorrer no momento da inserção do
cateter devido à antissepsia inadequada do sítio de inserção ou
contaminação da superfície externa do cateter por quebra de
técnica asséptica. Também, pode haver migração de
microrganismos da pele ao longo da superfície externa do cateter
nos primeiros dias após a inserção. Nesta forma de infecção os
principais agentes são o S.aureus e Estafilococos Coagulase
Negativos.
b) Intra luminal: é via a mais importante para cateteres inseridos há
mais que 14 dias. Deve-se à introdução de microrganismos no
lúmen do cateter por falha na desinfecção das conexões antes da
infusão de soluções ou medicamentos.
c) Infusão de soluções contaminadas: contaminação de medicamentos
ou soluções durante o preparo. Pode ocorrer em surtos quando
mais de um paciente recebe a mesma solução contaminada e sua
sintomatologia coincide com o momento de infusão.
d) Disseminação hematogênica: na qual há adesão dos
microrganismos provenientes de um foco à distância distante na
superfície do cateter.
Tratamento:
a) Antibioticoterapia Empírica:
Na suspeita de ICS-CVC iniciar antibioticoterapia empírica logo após a
coleta das culturas. O esquema antibiótico deve sempre incluir cobertura
para Estafilococos.
Apesar de os Estafilococos Coagulase Negativos (SCoN) serem os
agentes mais comuns de ICS-CVC em neonatologia e a grande maioria
dos isolados ser resistente a oxacilina, vários serviços recomendam que a
antibioticoterapia empírica inicial das ICS-CVC seja feita com oxacilina,
pois como são germes pouco virulentos há tempo hábil para troca por
vancomicina em caso de isolamento de SCoN resistente a oxacilina sem
prejuízo para o paciente. Esta conduta só pode ser tomada em unidades
onde a incidência de S. aureus resistente à oxacilina seja muito baixa.
Deve ser associada cobertura para germes gram-negativos com
gentamicina em caso de: sepse ou instabilidade hemodinâmica, cateter
inserido em veia femoral ou umbilical.
Em nosso serviço é baixa a resistência à gentamicina, ficando o uso de
amicacina reservado a situações como: pacientes com internação
prolongada que já tenham recebido mais de 2 ciclos completos de
gentamicina ou pacientes sabidamente colonizados por germes
resistentes a gentamicina. A razão desta escolha é que os
aminoglicosídeos são drogas bastante estáveis ao desenvolvimento de
resistência, requerendo um uso muito prolongado para que isto ocorra.
b) Antibioticoterapia guiada:
Após a identificação do agente na hemocultura o esquema
antimicrobiano deve ser ajustado para o menos espectro possível
Agente Isolado Conduta
Estafilococo resistente Suspender a Gentamicina e manter a
a Oxacilina Vancomicina
Estafilococo sensível a Suspender a Vancomicina e a Gentamicina e
Oxacilina iniciar Oxacilina
Bacilos Gram Suspender a Vancomicina ou Oxacilina
negativos
Enterococo Sensível a Suspender a Vancomicina e iniciar Ampicilina.
Ampicilina Associar Gentamicina nos 3 primeiros dias
Observação importante: O uso de agentes com maior espectro,
como cefalosporinas e carbapenêmicos deve ser restrito a situações
específicas, uma vez que são drogas que predispõe a infecções por
bactérias multirresistentes e candida. Estas drogas devem ser utilizadas
apenas nas seguintes situações:
Antimicrobiano Indicação Observação
Cefalosporinas de • Meningite neonatal Apenas a
terceira geração – • Insuficiência renal Ceftazidima tem
Cefotaxima, • Bacteremia refratária aos atividade contra
Ceftazidima aminoglicosídeos Pseudomonas e
Acinetobacter
Cefalosporinas de • Meningite neonatal Também tem ação
quarta geração - • Insuficiência renal contra
Cefepime • Bacteremia refratária aos Pseudomonas e
aminoglicosídeos Acinetobacter
• Causadas por bactérias do
grupo CESP-PM
− Citrobacter sp
− Enterobacter sp
− Serratia sp
− Providencia sp
− Proteus vulgaris
− Morganella sp
Piperacilina Quando usada em Tem eficácia
tazobactam substituição às cefalosporinas reduzida para o
de 3 geração parece reduzir
a tratamento de
a incidência de bacilos gram- infecções por
negativos produtores de ESBL bactérias
(beta lactamase de espectro produtoras de ESBL
ampliado) e deve ser evitada.
Carbapenêmicos- Reservar para infecções por Alteram
Meropenem germes resistentes a profundamente a
Cefalosporinas, como por microbiota e são
exemplo os produtores de fortes indutores de
ESBL resistência.
c) Remoção do cateter:
Idealmente o cateter deveria ser retirado na vigência de ICS-CVC, pois
a presença de biofilme torna os microrganismos resistentes à ação dos
antibióticos. Contudo, estudos mostram que de todas as suspeitas de
ICS-CVC quando o cateter é retirado, ele é realmente a causa da infecção
em apenas 15-39% das vezes. Assim, os benefícios da remoção imediata
do CVC devem ser pesados em relação à dificuldade de obter um novo
acesso.
A remoção de um CVC infectado por Estafilococos Coagulase Negativo
não interfere na resolução de infecção nem na mortalidade, porém a taxa
de recorrência da infecção dentro de um mês é quatro vezes maior. Nas
infecções causadas por S. aureus, bacilos gram-negativos e Candida sp, a
não remoção do cateter está relacionada com aumento da letalidade.
Assim, as indicações para remoção do CVC são:
− Sepse ou instabilidade hemodinâmica secundárias a ICS-CVC
− Sinais flogísticos no sítio de inserção do cateter
− Infecções causadas por: S. aureus, Candida sp e Bacilos Gram
negativos
− Hemocultura positiva após 48-72 horas de antibioticoterapia sem
remoção do cateter
− Quando o dispositivo não for mais necessário a curto prazo
− Infecções complicadas (endocardite, tromboflebite séptica,
osteomielite ou outra forma de infecção metastática)
Caso não haja nenhuma das situações acima, o CVC pode ser
inicialmente mantido, deixando-se a decisão sobre sua remoção para
depois da identificação do agente e avaliação da resposta ao tratamento.
Recém-nascidos tratados sem remoção do CVC devem ser
cuidadosamente monitorados, sendo obrigatória a coleta de hemocultura
controle após 48-72 horas de tratamento e o dispositivo deve ser
removido em caso de deterioração clínica ou persistência da infecção.
A troca através de fio guia está contra indicada em caso de ICS-CVC.
As infecções complicadas (endocardite, tromboflebite séptica ou
osteomielite) devem ser tratadas por 4-6 semanas.
Bibliografia Consultada
1. Mermel,LA. et al Clinical Practice Guidelines for the Diagnosis and
Management of Intravascular Catheter-Related Infection: 2009 Update by
the Infectious Diseases Society of America Clinical Infectious Diseases
2009; 49:1–45
2. Critérios Diagnósticos de Infecção Associada à Assistência à Saúde
Neonatologia. ANVISA 2017
3. APECIH- Infecção da Corrente Sanguínea Associada ao uso de Cateteres
Vasculares,4ª edição 2016
4. APECIH- Diagnóstico e Prevenção de IRAS em Neonatologia, 2 a edição
2011
5. Prevenção de infecções relacionadas à assistência à saúde em
neonatologia, OPAS 2017
6. O’Grady,NP et al Guidelines for the Prevention of Intravascular Catheter-
Related Infections Clinical Infectious Diseases 2011;52(9):e162–e193
7. Tsai M-H et al. Catheter management in neonates with bloodstream
infection and a percutaneously inserted central venous catheter in situ:
Removal or not? American Journal of Infection Control 40 (2012) 59-64
8. Deshpande, P et al. Outcomes associated with early removal versus
retention of peripherally inserted central catheters after diagnosis of
catheter-associated infections in neonates. J Matern Fetal Neonatal Med,
Early Online: 1–6
9. Chiu C-H et al. Effectiveness of a Guideline to Reduce Vancomycin Use in
the Neonatal Intensive Care Unit. Pediatr Infect Dis J 2011;30: 273–278
10. Ericson JE et al. No Survival Benefit With Empirical Vancomycin Therapy
for Coagulase-negative Staphylococcal Bloodstream Infections in Infants.
Pediatr Infect Dis J 2015;34:371–375
11. Karlowicz, MG. Should Central Venous Catheters Be Removed as Soon as
Candidemia Is Detected in Neonates? Pediatrics 2000;106(5): 1-5
Elaborado em Junho de 2018 após reunião clínica da equipe de Neonatologia do HCRP- FMRP/USP
Relatora: Dra Seila Israel Prado (Médica Assistente do Departamento de Puericultura e Pediatria da
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo FMRP- USP e da CCIH do
HCFMRP-USP)
Redação: Dra Seila Israel Prado (Médica Assistente do Departamento de Puericultura e Pediatria da da
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo FMRP- USP e da CCIH do
HCFMRP-USP) e Dra Adriana Carnevale da Silva (Mestra em Pediatria, Médica Assistente do Departamento
de Puericultura e Pediatria da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo -
FMRP-USP)
Docente responsável: Dra Marisa M Mussi (Livre docente em Pediatria, Professora Associada do
Departamento de Puericultura e Pediatria da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de
São Paulo -FMRP-USP)
DIURÉTICOS E DISPLASIA
BRONCOPULMONAR
INTRODUÇÃO
RN dependente de O2
suplementar aos 28 dias de vida < 32 semanas ≥ 32 semanas
DBP grave FiO2 ≥ 0,30 e/ou CPAP ou FiO2 ≥ 0,30 e/ou CPAP ou
VM VM
• Furosemida
• Tiazídicos
6. Slaughter JL, Stenger MR, Reagan PB. Variation in the use of diuretic
therapy for infants with bronchopulmonary dysplasia. Pediatrics. 2013
Apr;131(4):716-23.
7. Iyengar A, Davis JM. Drug therapy for the prevention and treatment of
bronchopulmonary dysplasia. Front Pharmacol. 2015 Feb 16 (6)12: 1-7.
doi: 10.3389/fphar.2015.00012. eCollection 2015.
11. Tin W, Wiswell TE. Adjunctive therapies in chronic lung disease: examining
the evidence. Semin Fetal Neonatal Med. 2008 Feb;13(1):44-52.
12. Monte LFV, Silva Filho LVF, Miyoshi MH, Rozov T. Displasia
broncopulmonar. J Pediatr. 2005; 81:99-110
Protocolo elaborado em maio de 2015 e aprovado em reunião da equipe de
Neonatologia. Médica assistente responsável pela redação, revisão e atualização:
Dra. Eliana Motta Fernandes Sacramento.
• Em caso de uso, deve-se pesar a relação risco versus benefício para avaliar
sobre o início, manutenção da amamentação ou desmame.
• ATENÇÃO:
• DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS
o Sepse
o Hipoglicemia, hipocalcemia
o Hipertireoidismo
o Hemorragia intracraniana
o Encefalopatia hipóxico-isquêmica
EXAMES LABORATORIAIS
Em todo caso de suspeita de SAN, solicitar:
o Gasometria
o Hemograma
o Eletrólitos
o Glicemia
o Exames toxicológicos (dosagem de metabólitos das drogas na urina).
- Colher, de preferência, a primeira urina eliminada pelo RN.
- Podem ser detectados até 2 a 3 dias após o nascimento,
quando a mãe usou a droga nas 72h anteriores ao parto
MEDIDAS DE SUPORTE
Iniciar a avaliação com duas horas de vida. Repetir a cada 4 horas (30-60
minutos após as mamadas).
✓ SAN DE OPIOIDES
APÊNDICE:
DROGAS ILÍCITAS
• Opioides
o Heroína
• Não opioides
o Anfetaminas
o Ecstasy
o Maconha
o Cocaína / crack
o LSD
o Fenciclidina (PCP, Pó de anjo)
DROGAS LÍCITAS
• Álcool
• Nicotina
• Medicamentos opioides
o morfina (ex. Dimorf®)
o codeína (ex. Belacodid®, Tylex®)
o metadona (ex. Metadon®)
o tramadol (ex. Tramal®)
• Medicamentos não opioides
o antidepressivos tricíclicos (amitriptilina, clomipramina,imipramina,
nortriptilina)
o benzodiazepínicos
o inibidores de receptação de serotonina (fluoxetina, paroxetina,
citalopram, venlafaxina)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Kuschel C. Managing drug withdrawal in the newborn infant. Seminars in Fetal &
Neonatal Medicine (2007) 12, 127 - 133.
Os primeiros relatos da doença datam da década de 1950, com o surgimento das unidades de
cuidados especiais para PT. Foi reconhecida como entidade clínica distinta na década de 1960.
Nos últimos 40 anos, com os avanços nos cuidados neonatais e aumento da sobrevida dos RN
PT, houve aumento no número de casos da doença. Pouco progresso houve nesse período, no
entanto, com relação ao tratamento e prevenção da ECN.
Sua incidência, de 0,5 a 5 casos por 1000 nascidos vivos, tem grande variação geográfica.
Estima-se em 7% nos RNPT com peso ao nascer entre 500 e 1500g, nos EUA e Canadá. Dados
brasileiros mostram incidência bastante semelhante, de 6,9%, em RNs nesta mesma faixa de
peso; em 32,4% dos casos houve perfuração intestinal (Rede Brasileira de Pesquisas Neonatais,
2012).
A mortalidade varia de 20 a 30%, sendo maior naqueles pacientes que requerem tratamento
cirúrgico.
A ECN clássica é a forma mais prevalente e mais grave da doença. Atinge especialmente os PT.
Ocorre mais tardiamente quanto mais prematuro o RN (geralmente após 8 a 10 dias de vida nos
PT extremos, e na primeira semana de vida naqueles com maior idade gestacional). Mais de
95% dos casos ocorrem após o início da alimentação enteral.
Algumas doenças podem mimetizar a ECN clássica. Entre elas, destacam-se a perfuração
intestinal espontânea (PIS) e a necrose isquêmica primária intestinal.
A perfuração intestinal espontânea caracteriza-se por perfuração única no íleo, com necrose
mínima ou ausente. Está associada ao uso de corticoide pós-natal e indometacina em RNs de
extremo baixo peso. Os casos ocorrem geralmente na 1ª semana de vida, em RNs
frequentemente ainda não alimentados por via enteral.
A necrose isquêmica primária intestinal tem como evento primário uma redução no fluxo
sanguíneo intestinal. Geralmente ocorre em RN AT com cardiopatia congênita cianosante.
Outros fatores de risco incluem policitemia, evento hipóxico-isquêmico grave precedente e uso
de cocaína pela gestante.
Outras condições que podem simular um quadro de ECN clássica: enterocolite secundária a
doença de Hirchsprung (geralmente em RN AT ou próximo ao termo, na primeira semana de
vida, com acometimento principalmente do cólon), enterocolite pós-transfusão sanguínea e
alergia à proteína do leite de vaca.
ETIOLOGIA
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico precoce é difícil, pois as manifestações clínicas iniciais são inespecíficas. Nos
estágios iniciais da doença pode-se observar distensão abdominal com ou sem dor à palpação,
intolerância alimentar (resíduos gástricos e vômitos), instabilidade térmica e apneias. Com a
progressão da doença podem surgir sangue vivo nas fezes, edema e eritema da parede
abdominal, e sinais de comprometimento sistêmico: insuficiência respiratória, instabilidade
hemodinâmica, IRA e CIVD.
DESCRIÇÃO SUSPEITA DE ECN ECN LEVE ECN MODERADA ECN GRAVE ECN GRAVE
SINAIS EVIDÊNCIAS DE
INTESTINAIS RESÍDUOS GÁSTRICOS, DISTENSÃO EDEMA DA PAREDE EDEMA DA PAREDE PERFURAÇÃO
DISTENSÃO ABDOMINAL ABDOMINAL, DOR À ACENTUADO, COM INTESTINAL.
ABDOMINAL LEVE, ACENTUADA, COM OU PALPAÇÃO, COM OU ERITEMA E
SANGUE OCULTO NAS SEM DOR À PALPAÇÃO SEM MASSA ENDURAMENTO
FEZES ABDOMINAL, RHA PALPÁVEL.
AUSENTES, FEZES
COM SANGUE VIVO
PREVENÇÃO
- Alimentação precoce, com utilização de leite humano, preferencialmente cru, e não fórmula
infantil.
- Otimização do uso de antibióticos. Devem ser adotados protocolos rígidos para indicação de
uso de antimicrobianos, e a suspensão deve ser feita o mais precocemente possível.
As medidas de suporte são a base do manejo da ECN, visto que não há tratamento específico.
Além do mais, uma vez que se faça o diagnóstico já houve lesão tecidual extensa.
- Analgesia: iniciar com fentanil 1 mcg/kg/hora e adequar a dose de acordo com a evolução
clínica.
- Uso de antibioticoterapia empírica de amplo espectro, com posterior adequação de acordo com
resultados de culturas.
Com a resolução do quadro deve-se reiniciar a dieta por via enteral com LNO, de preferência
cru:
• ECN graus 2 ou 3: manter o jejum por no mínimo 7 dias. Reiniciar a alimentação por via
enteral com 20 ml de LNO/kg/dia assim que as condições clínicas o permitirem, e
progredir nesse ritmo, também de acordo com a tolerância do RN.
TRATAMENTO CIRÚRGICO
COMPLICAÇÕES
- Estenose no local da lesão ou da anastomose.
- Síndrome do intestino curto.
- Colestase relacionada ao uso prolongado de NPT.
- RDNPM: ocorre com maior frequência nos PT que tiveram ECN que naqueles sem ECN.
ESTRATÉGIAS PROMISSORAS
- Hipotermia terapêutica moderada: há, em curso, estudo randomizado controlado para avaliar
seus possíveis efeitos (CoolNEC).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1) Gordon PV, Swanson, JR. Necrotizing enterocolitis is one disease with many origins and
potential means of prevention. Pathophysiology, 2013 Dec 23 [Epub ahead of print].
3) Kim, J. H. Necrotizing enterocolitis: The road to zero. Semin Fetal Neonatal Med 2014;19
(1): 39-44.
4) Hall N. J., Eaton S., Pierro A. Necrotizing enterocolitis: Prevention, treatment, and
outcome. J Pediatr Surg 2013; 48 (12): 2359–2367 .
5) Neu J and Walker WA. Necrotizing Enterocolitis. N Engl J Med 2011; 364 (3): 255-64.
Responsável pela elaboração e redação: Dra. Eliana Motta Fernandes Sacramento, médica
assistente.
RECOMENDAÇÕES PARA A ADMINISTRAÇÃO
DE FENTANIL A RECÉM-NASCIDOS
Divisão de Neonatologia – Departamento de Pediatria e Puericultura
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
Universidade de São Paulo - USP
FENTANIL
RECOMENDAÇÕES PARA A ADMINISTRAÇÃO EV
❖ Apresentação:
➢ Velocidade de infusão:
A administração deve ser feita lentamente, em 5 a 10 minutos, em bomba de infusão.
Doses acima de 5mcg/kg devem ser administradas em 10 minutos, no mínimo.
➢ Diluição:
Diluir inicialmente até uma concentração de 5 mcg/ml com soro fisiológico.
❖ Observações:
1) Pediatric & neonatal dosage handbook, Taketomo, CK, 19th edition, 2012-2013
3) Dewhirst E, Naguib A, Tobias JD. Chest Wall Rigidity in Two Infants After Low-Dose
Fentanyl Administration. Pediatr Emerg Care. May 2012; 28 (5): 465–468.
4) Eventov-Friedman S, Rozin I, Shinwell ES. Case of chest-wall rigidity in a preterm infant
caused by prenatal fentanyl administration. J Perinatol. 2010 Feb; 30(2):149-50.
8) van Lemmen RJ, Semmekrot BA. Muscle rigidity causing life-threatening hypercapnia
following fentanyl administration in a premature infant. Eur J Pediatr 1996;155:1067.
Infecção fúngica invasiva é aquela comprovada por cultura de sangue, urina, líquor,
líquido peritoneal ou outro fluido corporal estéril. É uma das principais causas de morte e
morbidade em recém-nascidos (RN) prematuros (PT).
A infecção fúngica no período neonatal tem como agente mais frequente a Candida.
Pode ser transmitida ao RN através da mãe durante o parto vaginal (transmissão vertical), ou
de RN ou profissionais da saúde para RN (transmissão horizontal). O fator de risco mais
importante para o desenvolvimento de candidemia é a colonização do RN por Candida.
Segundo o National Institute of Child Health and Human Development Neonatal
Network, a incidência de infecção fúngica invasiva é de 7% em RN com peso ao nascer (Pn)
abaixo de 1000g, com variação entre 2 e 28%. Existe uma grande diferença na mortalidade
entre pacientes com Pn abaixo de 1000g (26%) e entre 1000 e 1500g (2%), com
morbimortalidade de 73% nos RNs de extremo baixo peso. A prevalência de sequelas
neurológicas é elevada após candidemia neonatal.
O RN prematuro é especialmente suscetível à infecção fúngica devido ao sistema
imunológico deficiente, imaturidade da pele, perda da barreira cutânea (principalmente
através punções para obtenção de acesso venoso) e uso frequente de antibióticos de largo
espectro.
O quadro clínico e laboratorial de infecção fúngica é sutil e inespecífico. O RN pode
apresentar apneias, desconforto respiratório, hipoatividade, distensão abdominal,
intolerância alimentar e plaquetopenia, entre outras manifestações.
O diagnóstico tem como padrão ouro a hemocultura positiva, apesar da baixa
sensibilidade.
Mesmo com tratamento adequado com drogas antifúngicas, a morbidade e
mortalidade são elevadas em RN PT. A taxa de falência do tratamento é inversamente
proporcional à idade gestacional (IG) ao nascimento.
Nos pacientes com candidemia devem ser investigadas as possibilidades de
endoftalmite, meningite, endocardite e lesão renal, através de fundoscopia ocular, punção
liquórica, ecocardiograma, ultrassonografia de abdome e urocultura, .
A profilaxia de infecção fúngica invasiva em RNs de alto risco pode reduzir a incidência
de infecção e complicações a ela associadas. Na ausência de profilaxia antifúngica,
aproximadamente 60% dos RNs de extremo baixo peso serão colonizados por fungos nas
primeiras 2 a 3 semanas de vida.
Ao nascimento os RNs normalmente ainda não estão colonizados por fungos, ou
existem apenas baixas contagens de colônias; sendo assim, é importante o início precoce da
profilaxia, de preferência no primeiro dia de vida.
Mais de 20 estudos que analisaram a profilaxia com fluconazol em mais de 5000
neonatos demonstraram eficácia, com redução global nas taxas de infecção invasiva por
Candida (>80%) e diminuição de 90% da mortalidade a ela relacionada. A eficácia é maior
para as crianças com menores IG e peso ao nascimento.
A droga de escolha para profilaxia utilizada nos estudos, que não induziu resistência
fúngica e não provocou alterações no neurodesenvolvimento dos RNs, foi o fluconazol.
Para limitar o risco de desenvolvimento de resistência, em casos de suspeita de
infecção por Candida nos pacientes em uso de profilaxia com fluconazol, deve-se iniciar
tratamento com antifúngico não azólico (anfotericina B ou micafungina).
PROTOCOLO PARA O USO PROFILÁTICO DE FLUCONAZOL
1- PÚBLICO ALVO:
- Todos os RNs com IG ao nascimento 27 semanas ou Pn < 1000g que possuam fator
de risco adicional:
a) necessidade de acesso venoso (central ou periférico)
e/ou
b) uso de antibiótico
e/ou
c) uso de nutrição parenteral .
3- SUSPENSÃO DA PROFILAXIA:
1. Kaufman DA. “Getting to Zero”: Preventing invasive Candida infections and eliminating
infection-related mortality and morbidity in extremely preterm infants. Early Human
Development 88S2 (2012) S45–S49.
2. Kaufman DA, Cuff AL, Wamstad JB et al. Fluconazole Prophylaxis in Extremely Low Birth
Weight Infants and Neurodevelopmental Outcomes and Quality of Life at 8 to 10 Years of
Age. J Pediatr 2011;158:759-65.
5. Benjamin Jr DK, Stoll BJ, Gantz MG et al. Neonatal Candidiasis: Epidemiology, Risk
Factors, and Clinical Judgment. Pediatrics 126, 2010.
Médicos responsáveis: Dra Eliana Motta Fernandes Sacramento (médica assistente do setor
de Neonatologia) e Dr Gilberto Gambero Gaspar (médico assistente do setor de Moléstias
Infecciosas e do CCIH).
HEMORRAGIA PULMONAR
NO PERÍODO NEONATAL
- Prematuridade
- Restrição do crescimento intrauterino
- Coagulopatia
- Hipotermia
- Sexo masculino
O papel do surfactante, ou de seu déficit, na gênese da hemorragia
pulmonar ainda permanece controverso. Embora vários estudos, incluindo
uma metanálise, tenham demonstrado uma discreta elevação do risco para
hemorragia pulmonar após terapia com surfactante, todos os estudos
concordam que o benefício do uso do surfactante supera o risco eventual
de hemorragia.
Um estudo realizado em nosso serviço mostrou que o uso de
hemoderivados constitui um fator de risco isolado para a ocorrência de
hemorragia pulmonar.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
7. Yen TA, Wang CC, Hsieh WS, Chou HC, Chen CY, Tsao PN. Short-term
outcome of pulmonary hemorrhage in very-low-birth-weight preterm
infants. Pediatr Neonatol. 2013 Oct;54(5):330-4.
8. Bozdağ Ş, Dilli D, Gökmen T, Dilmen U. Comparison of two natural
surfactants for pulmonary hemorrhage in very low-birth-weight
infants: a randomized controlled trial. Am J Perinatol. 2015
Feb;32(3):211-8.
9. Chen YY, Wang HP, Lin SM, Chang JT, Hsieh KS, Huang FK, Chiou YH,
Huang YF; Taiwan Premature Infant Development Collaborative
Study Group. Pulmonary hemorrhage in very low-birthweight infants:
risk factors and management. Pediatr Int. 2012 Dec;54(6):743-7.
Setor de Neonatologia
Departamento de Puericultura e Pediatria
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão
Preto - Universidade de São Paulo-USP
Introdução
A Hepatite viral B é uma infecção que, principalmente quando adquirida
precocemente no período neonatal, pode evoluir silenciosamente para cronicidade,
cursando com importante morbidade e letalidade.
Sua transmissão se dá pelas vias parenteral, sexual e vertical (perinatal ou
intrauterina), sendo a transmissão perinatal, a forma mais frequente de transmissão para
os recém-nascidos (RNs), respondendo por 95% dos casos. A transmissão vertical do
Vírus da Hepatite B (VHB) pode resultar tanto da infecção materna aguda quanto
crônica, independente da presença de sinais e sintomas da infecção na gestante.
No Brasil, apesar da introdução da vacina a partir de 1999 e dos esforços
progressivos em prevenção, a transmissão vertical da Hepatite B ainda é uma realidade.
a) Via de parto
É um assunto que vem sendo bastante discutido um vez que a maior parte dos casos
de transmissão vertical do VHB ocorre no momento do parto, mas até o momento não há
recomendação específica sobre via de parto de escolha.
3- Colher AgHBs de todos os RNs cujas mães são portadoras do AgHBs e/ou
6- Retornos no ICOP
• se AgHBs do RN positivo ou resultado indisponível no momento da alta,
retorno com 1 mês de vida
• se AgHBs do RN negativo: retorno com 3 meses de vida, para checar
vacinação e programar coleta de anti-AgHBs após término do esquema
vacinal.
7- As crianças diagnosticadas como portadoras de hepatite B deverão ser avaliadas
American Academy of Pediatrics: Hepatitis B. In: Kimberlim DW, Brady MT, Jackson
MA, Long SS eds. Red Book: 2015 Report of the Committee on Infectious Diseases, 30th
ed. Elk Grove Village, IL: American Academy of Pediatrics; 2015:400-423.
DEL CANHO, R.; GROSHEIDE, P. M.; MAZEL, J. A. et al. Ten-year neonatal hepatitis
B vaccination program, The Netherlands, 1982-1992: protective efficacy and long-term
im- munogenicity. Vaccine, [S.l.], v. 15, n. 15, p. 1624-30, out. 1997.
Divisão de Neonatologia
Departamento de Puericultura e Pediatria
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
Universidade de São Paulo - USP
Elaborado por:
• Profa. Dra. Marisa Márcia Mussi (docente do Setor de Neonatologia,
Departamento de Puericultura e Pediatria, FMRP-USP)
• Profa. Dra. Cristina Gardonyi Carvalheiro (docente colaboradora do Setor de
Neonatologia, Departamento de Puericultura e Pediatria, FMRP-USP)
• Dra. Fernanda Tomé Sturzbecher (médica assistente do Setor de Infectologia
Pediátrica do HC FMRP-USP)
• CUIDADOS GERAIS
• CUIDADOS AO NASCIMENTO
• CUIDADOS GERAIS
• MANIPULAÇÃO MÍNIMA
• Berço aquecido
• Enfermaria com menores níveis de ruído, luz e circulação das
equipes
• SOG calibrosa em drenagem/ jejum
• Cateterismo umbilical arterial e venoso
• Sonda vesical de demora
• MONITORIZAÇÃO
• EXAMES À ADMISSÃO
• RX de tórax e abdome – AP
• Gasometria pós-ductal
• Lactato
• Eletrólitos/ glicemia (DXT)/ função renal
• Hemograma + PCR + hemocultura
• CKMB
• ECO (nas 1as. 24h de vida)
• NPT
• ATB
• SURFACTANTE
• VENTILAÇÃO GENTIL!
• Hipercapnia + hipoxemia permissivas
• CO2 máx. 65 a 70 e pH ≥ 7,2
• satO2 pré ductal: 80 – 95% (>70% nas 1as. 2h de vida ou em
casos particulares, se RN estiver evoluindo com melhora)
• satO2 pós ductal > 70%
• Estratégia ventilatória inicial: ventilação mecânica convencional
• Parâmetros máximos: PI 25, PEEP 5, FR 60
• Manter volume corrente entre 4 e 6 ml/kg
• Se for necessária PI superior a 28 para obtenção de
adequada troca gasosa, modificar modo ventilatório para
ventilação de alta frequência (HFV)
• HFV
• Parâmetros iniciais:
• MAP = à utilizada na ventilação convencional
• Fr 9 Hz, amplitude 100%
• FiO2 necessária para manter PaO2 pré-ductal entre
50-80 mmHg
• Manter VTHf 2 – 2,5 ml/kg
• Rx de tórax 40-60 minutos após instalação da HFV
• Repetir Rx de tórax ao menos diariamente, enquanto o
paciente permanecer em HFV, ou em caso de instabilidade
clínica
• NOi
• SUPORTE HEMODINÂMICO
• CORREÇÃO CIRÚRGICA
Protocolo de triagem e
manejo da Hipoglicemia em
RN a termo e pré-termo
tardios (>34 <37 sem)
durante as primeiras 24
horas de vida
2013
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
Universidade de São Paulo-USP
1
Versão 1.0 de 27fev2013
Introdução:
De maneira estrita, a hipoglicemia é definida como sendo a diminuição da
concentração de glicose plasmática ou sanguínea em criança sintomática que se
corrige após infusão de glicose.
2
Versão 1.0 de 27fev2013
Especial atenção deve ser dada a crianças com a presença de mais de um fator
de risco ou quando a mãe for diabética e fizer uso de insulina ou
hipoglicemiantes orais e/ou tiver controle glicêmico insatisfatório.
3
Versão 1.0 de 27fev2013
Procedimentos
De maneira geral, essa proposta visa diferenciar RNs que estão tendo
adaptação fisiológica dos níveis glicêmicos daqueles que não conseguirão essa
adaptação. No entanto, cada caso deve ser avaliado individualmente.
• Considerar que os valores da fita são valores de triagem que podem não
representar o valor real. Toda vez que houver níveis<25mg/dl no
método da fita, confirmar com glicemia plasmática. (a dosagem
laboratorial deve ser feita logo após a coleta do sangue, o tubo deve ser
homogeneizado de 8 a 12 vezes, para evitar diminuição da glicemia na
amostra devido ao consumo de glicose pelas hemácias)
4
Versão 1.0 de 27fev2013
RN sintomático e RN de risco e
triagem < 40mg/dl assintomático
5
Versão 1.0 de 27fev2013
> 35 <45mg/dl
< 35mg/dl Amamentação
materna (ou A+D+N)
e repetir em 1 hora
6
Versão 1.0 de 27fev2013
RN sintomático ou
(1g/Kg/dia=0,7mg/kg/min)
Hidrocortisona EV 10mg/Kg/min
5mg/Kg/dose de
12/12h ou Prednisona 12mg/Kg/min
2mg/Kg/dia VO
15mg/Kg/min
Referências bibliográficas:
-Cornblath MD, Hawdon JM, Williams AF, Aynsley-Green A, Ward-Platt
MP, Schwartz R, et al. Controversies regarding definition of neonatal
hypoglycemia:suggested operational thresholds. Pediatrics
2000;105:1141-5.
8
HIPOTERMIA TERAPÊUTICA
PARA RECÉM-NASCIDOS COM
ENCEFALOPATIA HIPÓXICO-ISQUÊMICA
MÉTODO
• Trombocitopenia
• Distúrbios de coagulação (sangramento / trombose)
• Hipertensão pulmonar
• Bradicardia sinusal (FC abaixo de 60 bpm). É normal haver redução
de 14 bpm a cada C de redução na temperatura corporal. Frequência
cardíaca normal no RN hipotérmico pode indicar estresse e sedação
insuficiente
• Arritmia cardíaca
• Hipotensão (pode haver necessidade de uso de drogas inotrópicas)
• Hipoglicemia, hiponatremia, hipocalemia
• Convulsões durante o reaquecimento (risco reduzido com o
reaquecimento lento)
REFLEXOS PRIMITIVOS
SISTEMA AUTONÔMICO
DEFINIÇÃO
A HPPRN é definida como insuficiência respiratória aguda
caracterizada por hipoxemia grave com a presença de shunt venoso da
direita para a esquerda a nível do forame oval e canal arterial, com
evidências de aumento de pressão na artéria pulmonar. A anatomia
cardíaca é normal.
DIAGNÓSTICO
Caracteriza-se por hipoxemia desproporcional ao grau de alteração
parenquimatosa pulmonar ao Rx de tórax em RN ≥ 34 semanas;
O ecocardiograma pode mostrar sinais indiretos de HP: shunt direito-
esquerdo e regurgitação tricúspide (se houver, poder-se-á inferir a pressão
sistólica na artéria pulmonar).
Diferencial de PaO2 ou SatO2 pré e pós-ductal superior a 20 mmHg ou
5% (desde que a SatO2 esteja entre 70 e 95%) confirma o diagnóstico, mas
sua ausência não o descarta.
A prova de hiperóxia pode ser utilizada para diferenciar a HPPRN de
doenças cardíacas estruturais. O paciente é exposto a uma concentração de
100% de O2 por 5 a 10 minutos, e então compara-se a PaO2 com os valores
prévios. Aumentos acima de 150 mm Hg excluem a maior parte das doenças
cardíacas cianosantes, mas resultado inferior não afasta nenhum dos
problemas.
Havendo suspeita clínica de HPP, além do ECO, solicitar Rx tórax,
gasometria arterial pós-ductal, eletrólitos, glicemia. A depender do quadro
clínico, hemograma, hemocultura, PCR, coagulograma
TRATAMENTO
• MEDIDAS GERAIS
• SUPORTE HEMODINÂMICO
• VENTILAÇÃO MECÂNICA
• Reiniciar o NOi com a dose de 5ppm se, após sua suspensão, for
necessário aumentar a FiO2 em pelo menos 20% da anterior para
manter a SatO2 pós-ductal acima de 86% ou PaO2 pós-ductal
superior a 50mmHg.
• SILDENAFIL
Pode ser usado na dose de 1 a 3mg/kg a cada 6 horas, por via enteral,
em situações de difícil desmame do NO. Pode ser opção na falta do
NOi, tomando-se cuidado na doença parênquima pulmonar grave e
em atelectasias, onde há distúrbio na ventilação-perfusão.
Sim Sim
Divisão de Neonatologia
Departamento de Puericultura e Pediatria
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão
Preto Universidade de São Paulo-USP
Introdução
O vírus da hepatite C (VHC) é um vírus RNA da família Flaviridae, caracterizado por
uma grande heterogeneidade genética, incluindo pelo menos seis genótipos e vários
subtipos. Essa característica dificulta o desenvolvimento de uma vacina contra a infecção
pelo VHC.
A infecção pelo VHC ocorre pela via percutânea, por meio da exposição ao sangue, via
sexual e por meio da transmissão da mãe para o filho durante o período perinatal.
A infecção pelo VHC não contraindica a gestação. Não há evidências de piora da doença
hepática no decorrer da gestação. Há relatos de melhora bioquímica.
Os medicamentos utilizados para o tratamento da hepatite C aguda e crônica são
teratogênicos (interferon convencional, interferon peguilado, ribavirina, boceprevir) ou
não possuem dados que comprovem segurança na gestação (telaprevir, sofosbuvir,
simeprevir e daclatasvir).
Se diagnosticada gestação durante o tratamento da hepatite C, este deverá ser suspenso.
Recomenda-se que pacientes em tratamento de hepatite C sejam submetidas a testes de
gravidez com periodicidade e que utilizem contracepção de barreira. Após o tratamento,
deve-se evitar gestação pelos próximos seis meses.
A principal fonte de infecção de VHC em crianças é a transmissão vertical, sendo rara a
via intrauterina. As taxas de transmissão vertical variam entre 1% a 19,4%, a depender de
fatores geográficos, gravidade da doença e altos títulos de VHC-RNA, comorbidades
como a coinfecção com o HIV ou a presença de monócitos infectados pelo VHC em san-
gue periférico.
Não se recomenda a pesquisa de anti-VHC rotineira no pré-natal devido aos baixos
índices de detecção do agravo em gestantes e por ainda não existir imunoprofilaxia ou
intervenção medicamentosa que possam prevenir a transmissão vertical do VHC.
Deve-se realizar a sorologia em gestantes com fator de risco como: infecção pelo HIV,
uso de drogas ilícitas, antecedentes de transfusão ou transplante antes de 1993, mulheres
submetidas à hemodiálise, aquelas com elevação de aminotransferases sem outra causa
clínica evidente e profissionais de saúde com história de acidente com material biológico.
Não há evidências científicas que recomendem via de parto preferencial com o propósito
de prevenir a transmissão vertical. Recomenda-se evitar procedimentos invasivos, parto
laborioso e tempo de ruptura de membranas maior que seis horas para reduzir a
possibilidade de transmissão vertical.
Aleitamento Materno
Com relação ao aleitamento materno, apesar da detecção do RNA do VHC no leite
materno em pequenas concentrações e de descrições isoladas de infecções perinatais
atribuídas ao aleitamento materno em mulheres com elevadas cargas virais , evidências
baseadas em estudos prospectivos incluindo um grande número de mulheres portadoras
do VHC e seus filhos expostos (ao todo 1854 pares mãe-filho) reforçam que o
aleitamento materno é seguro, pois, não demonstram maior risco de transmissão do VHC
em crianças amamentadas quando comparadas àquelas que receberam leite artificial.
A prática do aleitamento materno, na ausência de lesões cutâneas sangrantes na região
dos mamilos, não aumenta o risco de transmissão do VHC, além daquele já presente no
período intrauterino e perinatal.
Criança infectada:
CECI, O.; MARGIOTTA, M.; MARELLO, F. et al. High rate of spontaneous viral
clearance in a cohort of vertically infected hepatitis C virus infants: what lies behind?
Journal of hepa- tology, [S.l.], v. 35, n. 5, p. 687-8, nov. 2001.
1
I. Introdução
A transmissão da infecção pelo CMV pode ocorrer na vida intrauterina por via
hematogênica, com uma prevalência que oscila entre 0,2 e 2,2% 5,6.
Após o nascimento, a criança pode se infectar por meio do contato com as
secreções do colo uterino, do aleitamento materno ou pelo contato com outras crianças
excretoras, sendo possível ainda a transmissão nosocomial ou através de transfusões
sanguíneas 5,7.
2
submetido a pasteurização e nas populações com menor soropositividade para este vírus
16,17,20-28
.
3
descritas por outros autores 33,34. Apesar dos óbitos terem sido mais frequentes entre os
infectados (12,5% vs 1,5%), nenhum foi atribuído primariamente ao CMV.
V. Recomendações com relação à oferta de leite humano cru nos diferentes países
4
➢ No Brasil, as recomendações da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (ANVISA) de 2008 são: a) manter o aleitamento materno
dos recém-nascidos com idade gestacional maior do que 32 semanas
ou a termo; b) recém-nascidos prematuros, com idade gestacional
menor do que 32 semanas ou com imunodeficiências por qualquer
etiologia, filhos de nutrizes CMV-positivas, devem interromper
temporariamente o aleitamento materno, mantendo-se a lactação com
ordenhas regulares das mamas; c) oferecer ao recém-nascido o leite da
própria mãe pasteurizado ou o leite humano ordenhado de Banco de
Leite Humano.
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demographic characteristics associated with infection. Rev Med Virol. Jul
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7
MEDIDA DE PRESSÃO ARTERIAL EM
RECÉM-NASCIDOS PRÉ-TERMO
Divisão de Neonatologia
Departamento de Puericultura e Pediatria
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
Universidade de São Paulo-USP
PROTOCOLO PARA MEDIDA DE PRESSÃO ARTERIAL EM RECÉM-NASCIDOS PRÉ-
TERMO / HC CRIANÇA – HC-FMRP-USP / CHOQUE NO PERÍODO NEONATAL
Introdução
Após o nascimento, aa circulação fetal passa por uma série rápida de mudanças. A
função cardíaca aumenta rapidamente para garantir perfusão tecidual adequada. Dos
recém-nascidos (RNs) com idade gestacional (IG) ≥ 36 semanas, 20% têm o canal
arterial funcionalmente fechado em 24 horas de vida pós-natal, 90% com 48 horas de
vida e praticamente 100% com 96 horas. Os prematuros, principalmente aqueles
abaixo de 30 semanas de gestação, são pouco preparados para adaptação pós-natal
imediata. Esse fato, associado à imaturidade do miocárdio, pode resultar em redução
do fluxo sanguíneo sistêmico, com redução da perfusão de órgãos. Hipotensão ocorre
em aproximadamente 20 – 45% dos RNs de muito baixo peso (≤1500g), geralmente
nas primeiras 48 horas de vida.
Choque é uma síndrome clínica de alteração aguda da função circulatória que leva à
insuficiência na perfusão tecidual, na oferta de oxigênio e na produção de energia
celular que, uma vez mantida, produz dano celular irreversível. A ausência de
hipotensão não exclui o choque, pois a pressão arterial pode ser mantida por
mecanismos compensatórios. Existe relação direta entre a pressão arterial sanguínea e
peso de nascimento, idade gestacional e idade pós-natal.
A medida direta da pressão sanguínea pode ser feita por cateter na artéria umbilical,
sendo considerado o padrão ouro de medida. A extensão e o diâmetro do cateter
podem influenciar na medida. Cateteres de 3,5Fr e 5,0Fr podem fornecer medidas
adequadas.
Tabela 1: Medida de pressão arterial média (PAM) e o percentil 10 para o peso de
nascimento e idade pós-natal, até 96 horas de vida.
Peso de Idade Pós- Em Horas
Nascimento Natal
(gramas)
3h 12h 24h 36h 48h 60h 72h 84h 96h
500 35/23 36/24 37/25 38/26 39/28 41/29 42/30 43/31 44/33
600 35/24 36/25 37/26 39/27 40/28 41/29 42/31 44/32 45/33
700 36/24 37/25 38/26 39/28 42/29 42/30 43/31 44/32 45/34
800 36/25 37/26 39/27 40/28 41/29 42/31 44/32 45/33 46/34
900 37/25 38/26 39/27 40/29 42/30 43/31 44/32 45/34 47/35
1000 38/26 38/27 40/28 41/29 42/31 43/32 45/33 46/34 47/35
1100 38/27 39/27 40/29 42/30 43/31 44/32 45/34 46/35 48/36
1200 39/27 40/28 41/29 42/30 43/32 45/33 46/34 47/35 48/37
1300 39/28 40/29 41/30 43/31 44/32 45/33 46/35 48/36 49/37
1400 40/28 41/29 42/30 43/32 44/33 46/34 47/35 48/36 49/38
1500 40/29 42/30 43/31 44/32 45/33 46/35 48/36 49/37 50/38
Outros critérios devem ser utilizados para o RN de idade cronológica mais avançada e
em condições clínicas diferenciadas, como pacientes em terapia intensiva, por
exemplo (Tabelas 2, 3 e 4).
Referências
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and ischaemia in very low birthweight infants. Early Human Development 1989;
19:103-110.
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nascidos. Scientia Medica 2007; 17(3): 156-167.
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Archives of Disease in Childhood 2017; 102:1176–1179.
Elaborado em 29/01/2019
Docente responsável: Prof Dr José Simon Camelo Jr (Professor Associado do Departamento de
Puericultura e Pediatria da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São
Paulo -FMRP-USP)
DOENÇA METABÓLICA ÓSSEA DA
PREMATURIDADE
FATORES DE RISCO
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
EXAMES LABORATORIAIS
• Hipofosfatemia
• É o marcador mais precoce de DMO (pode surgir entre o 7º e o 14º d
de vida)
• A hipofosfatemia provoca:
• Supressão da produção de PTH, com consequente aumento da
reabsorção tubular renal de P (previne a perda urinária de P) e
redução na reabsorção renal de cálcio (hipercalciúria)
• Ativação da vitamina D , que provoca aumento na absorção
intestinal de Ca e P
• Hiperfosfatasia
PREVENÇÃO
• Otimização da nutrição
• Leite materno + FM 85 5%
• Ca 20mg/20ml e P 12 mg/20 ml
• Fisioterapia motora
• Estudos demonstram que fisioterapia motora em PT estável, de 5 a 15
minutos por dia, por 3 a 8 semanas, promove ganho de peso e
estatura, além de melhora na mineralização óssea a curto prazo
• Outros estudos revelam aumento da circunferência óssea em membro
superior, medida por US, correspondente a aumento da massa óssea
TRATAMENTO
1) Otimização da nutrição
a. Nutrição enteral
b. Nutrição parenteral
TRP = 1 - P u x Cr p x 100
Cr u Pp
2) Rustico SE, Calabria AC, Garber SJ. Metabolic bone disease of prematurity. J
Clin Transl Endocr 1 2014 85e91.
3) Harrison CM, Gibson AT. Osteopenia in preterm infants. Arch Dis Child
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4) Nehra D, Carlson SJ, Fallon EM, Kalish B, Potemkin AK, Gura KM, Simpser
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Nutrition. A.S.P.E.N. clinical guidelines: nutrition support of neonatal
patients at risk for metabolic bone disease. J Parenter Enteral Nutr. 2013
Sep;37(5):570-98.
• RN a termo: em 50% dos casos o CA fecha nas primeiras 24h, em 90% até
48h e em praticamente todos até 72h de vida.
• RNPT com IG > 30 semanas: a maioria fecha até 96h (98%).
• RNPT com IG < 30 semanas: o fechamento espontâneo ocorre mais
tardiamente. Há maior incidência de PCA.
Em aproximadamente 20% dos RNPT entre 27 e 30 semanas e em 70 a
80% dos menores de 27 semanas os mecanismos de fechamento do CA não
funcionam, permanecendo o mesmo pérvio.
O oxigênio apresenta um importante papel na constrição do CA após o
nascimento.
➢ SINAIS CLÍNICOS
Os sinais clínicos de PCA podem incluir sopro cardíaco (nem sempre
presente), atividade precordial hiperdinâmica, pulsos amplos, pressão de pulso
aumentada (> 25-30 mmHg), taquicardia em repouso (FC > 165bpm),
taquipneia, evidência radiográfica de cardiomegalia ou aumento da trama
vascular pulmonar, aumento da necessidade de oxigênio ou de parâmetros
ventilatórios, acidose metabólica persistente.
➢ CLASSIFICAÇÃO
➢ DIAGNÓSTICO
➢ INDICAÇÕES DE TRATAMENTO
Esses sinais clínicos são inespecíficos; podem ocorrer por diversos outros
motivos que não descompensação hemodinâmica pela presença do canal
arterial. Deve-se avaliar com bastante cautela essa relação para se tomar a
decisão de instituir ou não o tratamento.
➢ TRATAMENTO CLÍNICO
o Medidas gerais
▪ restrição hídrica
▪ diuréticos e drogas vasoativas, quando necessários
o Tratamento específico
▪ IBUPROFENO
▪ INDOMETACINA
2) Benitz WE. Patent ductus arteriosus: to treat or not to treat? Arch Dis
Child Fetal Neonatal Ed March 2012 Vol 97 No 2.
5) Malviya MN, Ohisson A, Shah SS. Surgical versus medical treatment with
cyclooxygenase inhibitors for symptomatic patent ductus arteriosus in
preterm infants. Cochrane Database of Systematic Reviews, Issue 05,
2012.
7) Ohlsson A, Walia R, Shah SS. Ibuprofen for the treatment of patent ductus
arteriosus in preterm or low birth weight (or both) infants. Cochrane
Database of Systematic Reviews, Issue 02, 2015.
CONTRA-INDICAÇÕES:
• Atresia de coanas
• Hérnia diafragmática congênita não operada,
• Defeitos de face e palato
• PO imediato de atresia de esôfago
• Pneumotórax não drenado
.
O serviço de neonatologia que utilize CPAP nasal, deve se organizar de modo que possa
cumprir uma série de normas antes, durante e após a aplicação de CPAP nos neonatos.
Deve se atentar basicamente para:
• A equipe: Enfermeiras, Fisioterapeutas e Médicos devem estar bem
treinados e trabalhar em conjunto. O treinamento não é único, mas continuo
e individualizado.
• Os aparelhos: Precisam estar em perfeitas condições de manutenção e uso,
evitar improvisações e acoples. O CPAP DEVE SER UM SISTEMA
SIMPLES, MAS NÃO PRECÁRIO. A inobservância desta recomendação
pode acarretar prejuízos para o paciente.
• O tempo de montagem do sistema: Deve estar tudo preparado com
antecedência, de modo que o recém nascido não demore a ser colocado no
CPAP, o que aumentaria o risco de precisar de ventilação mecânica.
EQUIPAMENTO:
ESCOLHA DA PRONGA:
FIXAÇÃO
Apesar de Desmame Súbito acarretar período de desmame mais curto e menor tempo
em uso do CPAP, diminuição no tempo de internação e menor incidência de DBP,
segue critérios que limitam um consenso em relação ao melhor método a ser seguido.
REFERÊNCIAS:
1- Imbulana DI, Manley BJ, Dawson JA, et al. Arch Dis Child Fetal Neonatal Ed
2018;103:F29–F35.
4- De Paoli AG, Davis PG, Faber B, et al. Devices and pressure sources for
administration of nasal continuous positive airway pressure (NCPAP) in preterm
neonates. Cochrane Database Syst Rev 2008;1:CD002977.
6- Todd DA, Wright A, Broom M, Chauhan M, Meskell S, Cameron C, et al. Arch Dis
Child Fetal Neonatal Ed 2012;97:F236e40.
o medidas antropométricas
o instilação ocular de nitrato de prata a 1% (1 gota em cada olho)
o vacinação contra hepatite B (0,5 ml IM)
o vitamina K (1 mg IM)
o banho (não remover o vérnix) (em casos de mãe HIV + ou com
hepatite B, o banho deve ser imediato)
Protocolo elaborado por Eliana Motta Fernandes Sacramento, médica assistente, em junho de
2014, baseado em apresentação do Prof. Dr. Francisco Eulógio Martinez e reunião da equipe
de Neonatologia.
RETINOPATIA DA PREMATURIDADE
QUEM EXAMINAR?
QUANDO EXAMINAR?
• Quanto à severidade
o Estágio 1: presença de linha de demarcação entre a retina vascularizada e
a não vascularizada
o Estágio 2: linha de demarcação com elevação
o Estágio 3: dobra retiniana com proliferação de neovasos
o Estágio 4: descolamento subtotal da retina. a) extrafoveal ou b) incluindo
a fóvea
o Estágio 5: descolamento total da retina, em funil
• Quanto à localização
o Zona I: retina posterior, dentro de um espaço de 2 vezes a distância do
disco óptico à fóvea
o Zona II: do limite da zona I até a ora serrata nasal e equador anatômico
temporal
o Zona III: remanescente da retina temporal periférica da zona II
INDICAÇÃO DE TRATAMENTO
• IOT
• Analgesia com Fentanil 1 mcg/kg/hora
• Sedação com Midazolam 0,1 mg/kg/hora, se necessário
• Ajustar doses de analgésico e sedativo de acordo com a resposta do paciente
• Suspender as medicações ao término do procedimento
• Colírio de dexametasona + neomicina + polimixina B – 1 gota em cada olho,
de 6/6 horas, por 5 dias
Protocolo elaborado em 04/11/2015 pela Dra. Eliana Motta Fernandes
Sacramento, médica assistente do setor de Neonatologia do Departamento de
Puericultura e Pediatria – HCFMRP – USP, com base em conferência
apresentada pela Dra Maria Letícia Paccola, médica assistente do setor de
Retina do Departamento de Oftalmologia da mesma instituição.
1. EVITAR HIPOTERMIA
3. REANIMAÇÃO
• Deve ser reservada para os pacientes que não respondem à VPP através de
máscara:
o Apneias repetidas/ bradicardia
o VPP prolongada ou ineficaz
1) EVITAR HIPERÓXIA
• Pacientes em CPAP
o iniciar com PEEP entre 6 e 8
• Pacientes intubados
o utilizar volume corrente protetor, entre 4 e 6 ml/kg, e PEEP
adequado (avaliar individualmente)
3. SURFACTANTE
⚫ INDICAÇÕES
o RN < 1000g que necessitou de IOT na sala de parto e chega à UTI intubado
⚫ TIPO E DOSE
⚫ PROFILÁTICO X RESGATE
⚫ MÉTODOS DE ADMINISTRAÇÃO
⚫ MIST/LISA
o Administração de surfactante através de um cateter posicionado na
traqueia, sob laringoscopia direta, sendo o paciente mantido sob
ventilação espontânea e CPAP durante o procedimento. Deve ser feita
lentamente, em 60 a 90 segundos.
o É segura e eficaz mesmo em prematuros extremos.
o Vantagens potenciais: evita procedimento de intubação e ventilação
com pressão positiva. Estudos animais mostram melhor distribuição e
incorporação do surfactante administrado durante ventilação
espontânea. Parece haver uma redução no tempo de ventilação
mecânica, desfecho composto morte ou broncodisplasia pulmonar e
DBP com 36 semanas utilizando-se MIST/LISA.
o TÉCNICA
✓ Paramentação e preparo do surfactante (aquecimento, aspiração
em seringa)
✓ Administração de sacarose a 25% ao RN, 0,5 ml/kg VO, 2
minutos antes do procedimento
✓ Manter o RN em CPAP, respirando espontaneamente, durante
todo o procedimento
✓ SOG nº 4 ou 6: retirar da embalagem com luva estéril. Cortar a
extremidade, deixando apenas o orifício terminal. Medir ao lado
de COT e fazer marcação do local que deverá ficar ao nível do
lábio superior (para adequado posicionamento da extremidade,
acima da carina). Se utilizar a sonda de aspiração, não é
necessário cortar a extremidade (pois há apenas 1 orifício
terminal)
✓ Manter o RN em decúbito dorsal, em posição confortável, com a
cabeça em posição neutra e contenção facilitada feita por outro
profissional
✓ Introduzir a SOG na traqueia através de laringoscopia direta (se
necessário, utilizar pinça ou fórceps de Magill para auxiliar)
✓ Retirar o laringoscópio e manter a SOG posicionada, segurando
com a mão no lábio superior
✓ Instilar lentamente o surfactante através da SOG, em 60 a 90
segundos (cerca de 1/10 do volume a cada 5 a 10 segundos)
✓ Retirar a SOG ao término da administração
3) INSURE
⚫ RETRATAMENTO
⚫ CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
U' ltima revisão realizada por Dra. Eliana Motta Fernandes Sacramento e Profa. Dra
Walusa Assad Gonçalves Ferri em abril de 2017, com atualizações.
SEDAÇÃO E ANALGESIA DE PACIENTES
NEONATAIS EM ASSISTÊNCIA
VENTILATÓRIA
Divisão de Neonatologia
Departamento de Puericultura e Pediatria
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão
Preto Universidade de São Paulo-USP
Analgesia e Sedação em Neonatologia
Os recém nascidos em unidades neonatais são submetidos a inúmeros procedimentos
dolorosos. Por este motivo, devemos conhecer as medidas e os medicamentos indicados
para prevenir e minimizar o desconforto e a dor nestes pacientes, melhorando sua
qualidade de vida e reduzindo o risco de sequelas.
Intubação oro-traqueal
(IOT)
Acesso Venoso?
Não Sim
Fentanil
Intubação de Urgência?
1 mcg/kg em 10 min
Repetir Fentanil
Escala Sim Não
1 mcg/kg em 10 min
Viby- Mongensen
Midazolan
Fentanil EV
intranasal Não
Não (1mcg/kg) Aceitável
Aceitável (0,2-0,3 mg/kg)
aceitável
Aceitável
Escala
Viby- Mongensen
IOT
Não
Aceitável
Aceitável
IOT
Considerar outros medicamentos
Sedação de pacientes neonatais em assistência ventilatória
DOR
Sim Não
N-Pass após 1h
da medicação
Sem Com
dor dor
Reavaliação
Aumentar
contínua
Fentanil
Tentar
0,5 – 1
reduzir a
mcg/kg/h IMPORTANTE:
sedação
Antes de cada aspiração
administrar Sacarose
(0,5- 1 ml/kg - 2 min antes do
procedimento)
Reavaliar
Considerações importantes
Alta frequência
Para iniciar a Ventilação de Alta Frequência (VAF), o paciente deve ser sedado (Vide
Fluxograma C)
Durante a utilização da VAF, a indicação de sedação será baseada nas escalas de dor,
como exposto anteriormente.
Devemos sempre tentar diminuir a analgesia se paciente apresentar pontuação baixa em
escalas de dor.
Se VAF prolongada e paciente sem dor, o analgésico poderá ser retirado.
Desmame da Sedação
VAF
Iniciar Fentanil
1 mcg/Kg/h em todos os
casos
Avaliar N-Pass
a cada 8h
Reavaliar N-Pass
Reavaliar N-Pass
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Setor de Neonatologia
Departamento de Puericultura e Pediatria
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão
Preto Universidade de São Paulo-USP
SÍFILIS CONGÊNITA
Introdução
A sífilis congênita continua sendo um dos grandes desafios para as políticas públicas de
saúde, apesar das estratégias de prevenção bem definidas e a disponibilidade de tratamento.
A sífilis congênita resulta da disseminação hematogênica do Treponema pallidum da
gestante infectada não tratada ou inadequadamente tratada para o feto, via transplacentária.
Fatores epidemiológicos associados com alto risco para exposição da gestante à sífilis são:
pré-natal ausente ou inadequado, gestante adolescente, uso de drogas ilícitas, parceiros
sexuais múltiplos, história de doença transmitida sexualmente na gestante ou parceiro
sexual e baixo nível socioeconômico e cultural. A transmissão pode ocorrer em qualquer
fase da gestação ou estágio clínico da doença materna sendo que, a probabilidade de sua
ocorrência vai variar, principalmente, com o tempo de exposição do feto e do estágio
clínico da doença materna. Assim, quanto mais recente a infecção materna não tratada,
tanto maior o risco, variando as taxas de 60% a 100% na sífilis primária ou secundária,
reduzindo para cerca de 30%, nas fases de latência (precoce ou tardia).
✓ Sífilis secundária: os sintomas surgem em média entre seis semanas e seis meses após
a infecção. Podem ocorrer lesões cutâneo-mucosas e não-ulceradas, febre, mal-estar,
cefaléia, adinamia e linfadenopatia generalizada. A sintomatologia pode desaparecer
espontaneamente em poucas semanas. Mais raramente, observa-se comprometimento
hepático, quadros meníngeos e/ou até ocular, em geral como uveíte. Nesse estágio, há a
presença significativa da resposta imune, com intensa produção de anticorpos contra o
treponema. Os anticorpos circulantes resultam em maiores títulos nos testes não
treponêmicos e permitem a identificação sorológica da infecção. O estágio secundário
dura em média de quatro a 12 semanas e geralmente é caracterizado por lesões
recrudescentes em surtos subentrantes por até dois anos. Estas lesões são ricas em
treponemas, sendo comumente descritas como erupções cutâneas em formas de máculas
(roséola) e/ou pápulas principalmente no tronco, lesões eritemato-escamosas palmo-
plantares, placas eritematosas branco-acinzentadas nas mucosas e lesões pápulo-
hipertróficas nas mucosas ou pregas cutâneas (condiloma plano ou condiloma lata).
Adicionalmente , podem se manifestar como áreas de alopécia em clareira e madarose
(perda da sobrancelha em especial do terço distal).
✓ Sífilis Latente: período em que não se observa nenhum sinal ou sintoma clínico de
sífilis, porém com reatividade nos testes sorológicos de detecção de anticorpos, sendo
o estágio em que ocorre a maioria dos diagnósticos. A sífilis latente é dividida em
latente recente (menos de um ano de infecção) e latente tardia (mais de um ano de
infecção). Quando a ocorre no primeiro ano de infecção e com ausência de
tratamento, aproximadamente 25% dos pacientes intercalam lesões de secundarismo
com os períodos de latência. Diante de um indivíduo com diagnóstico confirmado em
que não é possível inferir a duração da infecção (sífilis de duração ignorada) trata-se
para sífilis latente tardia.
✓ Sífilis Terciária: ocorre aproximadamente em 30% das infecções não tratadas, após
um longo período de latência, podendo surgir de dois a 40 anos depois do início da
infecção. A sífilis terciária é considerada rara devido ao fato de que a maioria da
população recebe indiretamente, ao longo da vida, antibióticos com ação sobre o T.
Pallidum e que levam a cura da infecção. Quando presente, manifesta-se na forma de
inflamação e destruição tecidual. É comum o acometimento do sistema nervoso e do
sistema cardiovascular. Além disso, é caracterizada por formação de gomas sifilíticas
(tumorações com tendência a liquefação) na pele, mucosas, ossos ou qualquer tecido.
As lesões causam desfiguração, incapacidade e podem ser fatais.
O diagnóstico de sífilis na gestante pode ser feito através do Veneral Diseases Research
Laboratory (VRDL) ou do Rapid Plasm Reagin (RPR), que são testes utilizados para
triagem diagnóstica por apresentarem elevada sensibilidade (VDRL: 78 a 100% e RPR: 86
a 100%). Estes testes permitem o monitoramento da infecção através da titulação dos
anticorpos. O teste é positivo a partir de títulos de 1:1. A sensibilidade diminui nos estágios
precoces da doença, quando ainda não há resposta sorológica e nas fases tardias (latente
tardia e terciária), quando os títulos estão caindo, chegando a negativar em 33% dos
indivíduos, mesmo sem tratamento.
Com o tratamento, os títulos apresentam queda exponencial, tendendo a negativação em até
dois anos. Títulos persistentemente positivos, sem queda ou aumento, mesmo após
tratamento adequado, podem significar infecção persistente ou re-exposição. Lembrar que,
o VDRL e o RPR, podem apresentar resultados falso-positivos em doenças como lupus,
artrite reumatóide, hanseníase entre outras ou falso-negativos devido ao excesso de
anticorpos em soro não diluído (efeito prozona).
Os testes para detecção dos anticorpos treponêmicos mais comumente utilizados são:
aglutinação passiva (TPHA), imunofluorescência indireta (FTA-Abs) e ensaio
imunoenzimático (ELISA) e apresentam sensibilidade de: TPHA-79% a 100%; FTA-Abs-
84% a 100%; ELISA 82% a 100%. O ideal é que sejam realizados para confirmação de
infecção treponêmica em toda gestante com teste não-treponêmico positivo, pois são
altamente específicos (TPHA 98% a 100%; FTA-Abs 94% a 100%; ELISA 97% a 100%).
Não são úteis para o controle de tratamento, pois podem se manter reativos por anos ou até
para toda a vida, apesar de ter sido tratado adequadamente.
Atualmente está disponível o Teste rápido para sífilis, que é um exame treponêmico,
prático, de fácil execução, utilizando-se sangue total, colhido de punção digital ou venosa, e
com obtenção de resultado em 10 a 15 minutos.
Abordagem do Recém-Nascido
Realizar VDRL, em amostra de sangue periférico, de todos os RN cujas mães
apresentaram VDRL reagente na gestação, no parto ou na suspeita clínica de sífilis. O
sangue de cordão umbilical não deve ser utilizado pelo risco de falso-positivo e
falso-negativo.
Portanto, o diagnóstico definitivo de sífilis congênita requer a avaliação da história
clínico-epidemiológica da mãe, (incluindo a adequação, ou não, do tratamento
específico) e de exames laboratoriais e de imagem para classificação final do caso e
instituição da antibioticoterapia.
Deve-se solicitar, além do VDRL, hemograma, Líquido Cefalorraquidiano (LCR) e
radiografia de ossos longos. (Vide fluxograma 1).As alterações radiológicas mais
freqüentes são: osteocondrite, periostite (evidentes respectivamente com 5 e 16
semanas após aquisição da infecção fetal) e osteomielite.
As alterações do LCR encontradas em recém-nascidos com neurossífilis estão no
quadro 3:
Quadro 3
Fluxograma 1: Condutas para criança exposta à sífilis
Mãe com Sífilis
Não tratada ou
inadequadamente Adequadamente tratada
tratada
RN Sintomático RN Assintomático
RN Sintomático RN Assintomático
Hemograma, Raio X de
ossos longos e punção VDRL
Hemograma, Raio X de ossos lombar
longos e punção lombar
Exames
normais, LCR Exames LCR
normal alterados Alterado
** A monitorização do VDRL deve ser mensal. Nas situações de risco social ou LCR normal Neurossífilis
outro motivo de não garantia de seguimento discutir caso a caso as crianças com
VDRL negativo ou VDRL menor ou igual da mãe com tratamento adequado
segundo todos os criterios, incluindo parecer da assistente social. (tiraria o
quadrinho do risco social do fluxograma). Tratar Tratar Tratar
A3 A1 A2
Quadro 4- Esquema de tratamento no período neonatal
2. Kolmann TR & Dobson SRM. Syphilis. In: Infectious diseases of the fetus and
newborn infant. Remington and Klein’s infectious diseases of the fetus and newborn
infant. Christopher B. Wilson, Victor Nizet, Yvonne A. Maldonado, Jack S.
Remington, Jerome O. Klein (eds). 8th edition. Philadelphia: Saunders; 2016, pg 512-
543.
5. CAO, Z.; XU, J.; ZHANG, H.; SONG, D.; SHE, M.; WANG, J.; FAN, Y.; SUN,
Y.; ZHANG, C. Risk factors for syphilis among married men who have sex with men
in china. Sex Transm Dis. 2014 Feb;41(2):98-102.
Divisão de Neonatologia
Departamento de Puericultura e Pediatria
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão
Preto Universidade de São Paulo-USP
Introdução
No Brasil 50 a 80% das gestantes e mulheres em idade fértil já foram infectadas
pelo parasita, sendo que, segundo dados do MS, 4 a 5% correm risco de se infectar durante
a gestação. Quando a infecção aguda pelo T. gondii ocorre em gestantes, pode haver
transmissão do parasita ao feto, por via hematogênica transplacentária. Cerca de 40% das
gestantes com toxoplasmose aguda transmitirão o toxoplasma ao feto. No entanto, o risco
de ocorrência de infecção congênita aumenta significativamente conforme a idade
gestacional em que a mulher é infectada, sendo de 17% no primeiro trimestre e de 65%
quando a infecção aguda ocorre no terceiro trimestre. De maneira inversa, a doença é mais
grave quando o feto é infectado no primeiro trimestre de gestação, e geralmente leve ou
assintomática no feto infectado durante o terceiro trimestre.
A prevalência de infecção congênita pelo Toxoplasma em recém-nascidos
brasileiros varia entre três e 20 casos por 10.000 nascidos vivos, com diferenças regionais.
Estes valores são considerados altos quando comparados com aqueles encontrados em
outras regiões do mundo. Apesar de não ser uma condição muito frequente, o alto risco de
sequelas tardias torna a toxoplasmose congênita relevante e indica a necessidade de
identificação e tratamento das crianças acometidas.
Quadro Clínico
Aproximadamente 85% dos recém-nascidos com toxoplasmose congênita não
apresentam sinais clínicos evidentes. No entanto, a avaliação mais detalhada pode mostrar
alterações tais como restrição de crescimento intra-uterino, prematuridade, anormalidades
liquóricas e retinocoroidite ocular. Quando presentes, as manifestações clínicas podem ser
encontradas no período neonatal ou ao longo dos primeiros meses de vida, podendo
também haver surgimento de sequelas da doença na adolescência ou na idade adulta,
previamente não identificadas.
No recém-nascido, as manifestações clínicas são diversas e inespecíficas. A tríade
clínica clássica, na qual há associação de hidrocefalia, calcificações cerebrais e
retinocoroidite, não é comum. Sequelas tardias são frequentes, mesmo entre as crianças
assintomáticas ao nascimento, até 85% apresentarão cicatrizes de retinocoroidite nas
primeiras décadas de vida, e cerca de 50% evoluirão com anormalidades neurológicas.
Diagnóstico na gestante
4- Ultrassonografia obstétrica
Apesar de ser normal na maioria dos casos, pode revelar a presença de anormalidades
fetais inespecíficas que sugiram toxoplasmose congênita, tais como hidrocefalia,
calcificações cerebrais e hepáticas, hepatoesplenomegalia, ascite, cardiomegalia e
anormalidades placentárias.
A Tabela 1 detalha as definições do diagnóstico de toxoplasmose aguda gestacional
adaptadas a partir das definições feitas pela European Research Network on Congenital
Toxoplasmosis (Rede Europeia de Pesquisas sobre Toxoplasmose Congênita).
Tabela 1: Definições de casos de Infecção pelo T.gondii em gestantes
Comprovada:
t Soroconversão gestacional
t Detecção do DNA do Toxoplasma em líquido amniótico pela PCR
Provável:
t IgG+, IgM+, baixo índice de avidez (colhido em qualquer idade gestacional)
t Aumento progressivo nos títulos de IgG, IgM
t IgM+ e história clínica sugestiva de toxoplasmose aguda gestacional
Possível:
t IgG+, IgM+, índice de avidez alto (colhido após 12 semanas de gestação) ou indeterminado
t IgG+, IgM+, em amostra única colhida em qualquer idade gestacional, sem realização de índice de
avidez
Improvável:
t IgG+, IgM+ ou -, índice de avidez alto (colhido antes de 12 semanas de gestação)
Ausente:
t IgG- e IgM- durante toda a gestação
t IgG+ antes da concepção
t IgM+, sem aparecimento de IgG
+: positiva -: negativa
Diagnóstico no Recém-nascido
O diagnóstico sorológico no recém-nascido é complicado pela presença de
anticorpos de classe IgG maternos transferidos por via transplacentária durante a gestação.
Títulos na criança >4 vezes que os títulos maternos (preferencialmente em testes realizados
pelo mesmo ensaio e em paralelo com o da mãe) podem sugerir infecção congênita, mas
esta ocorrência não é comum, sendo que pode acontecer em crianças não infectadas. Os
anticorpos IgG transferidos da mãe durante a gestação são gradativamente degradados
pela criança ao longo do primeiro ano de vida.
Anticorpos de classe IgM não atravessam a barreira placentária e, portanto, são
indicativos de toxoplasmose congênita quando encontrados no recém-nascido. No entanto,
os testes sorológicos para detecção de IgM anti-Toxoplasma, que idealmente devem ser
colhidos em sangue periférico em torno de dois a cinco dias de vida, e mesmo sendo ensaio
de captura de IgM, podem detectar no máximo 75% dos recém-nascidos infectados,
independentemente da presença de sinais ou sintomas. A detecção da IgA anti-Toxoplasma
tem o mesmo significado que a IgM, embora alguns estudos relatem maior sensibilidade da
IgA.
Na ausência de IgM e/ou IgA ao nascimento, o diagnóstico de toxoplasmose
congênita pode ser feito por meio do acompanhamento periódico dos títulos de IgG anti-
Toxoplasma ao longo do primeiro ano de vida, observando-se se ocorre persistência da
positividade da IgG após o clareamento dos anticorpos IgG anti-Toxoplasma de origem
materna. Considera-se que a persistência desses anticorpos além de 12 meses confirme a
infecão da criança. Também, o diagnóstico de toxoplasmose congênita pode ser excluído
definitivamente pela ocorrência de negativação dos títulos de IgG anti-Toxoplasma antes de
12 meses de idade. A soronegativação deve ser confirmada com novo exame, colhido após
dois meses de intervalo. Em crianças que receberam tratamento, a soronegativação só deve
ser considerada definitiva seis meses após a suspensão das drogas antiparasitárias.
Considerando-se as dificuldades existentes na interpretação de resultados de testes
sorológicos realizados no período neonatal, em muitas crianças o diagnóstico de
toxoplasmose congênita só poderá ser confirmado ou descartado por meio deste
acompanhamento da evolução dos títulos de IgG ao longo do primeiro ano de vida. Assim,
podem ser consideradas crianças com toxoplasmose congênita comprovada:
• Crianças com IgM anti-Toxoplasma positiva entre dois dias e seis meses de idade.
• Crianças que, durante o acompanhamento, apresentem persistência de positividade
de IgG após 12 meses de vida, independente da presença de sinais ou sintomas da
doença.
• Crianças que, durante o acompanhamento, apresentem aumento de IgG após a
suspensão do tratamento.
• Crianças com sinais e/ou sintomas sugestivos de toxoplasmose congênita, filhas de
mães com IgG positiva para toxoplasmose, após exclusão de outras possíveis
etiologias ( sífilis, citomegalovirose, rubéola).
• Crianças cujas mães apresentaram PCR ( reação em cadeia da polimerase) positiva
para toxoplasmose no líquido amniótico.
• Avaliação neurológica
• Hemograma completo
• Sorologia para toxoplasmose (IgG e IgM*) da mãe e da criança pelo mesmo método
Medicamento* Posologia
Sulfadiazina§ 100mg/kg/dia divididos em 2 doses diárias, durante 1 ano
(comprimidos de 500mg)
Pirimetamina§ 1mg/kg/dia em 1 dose diária, durante dois a seis meses,
(comprimidos de 25mg) dependendo da intensidade do acometimento
A seguir, 1mg/kg três vezes por semana, até completar 1 ano de
utilização do medicamento
RN assintomático
Toxoplasmose materna
comprovada ou provável Toxoplasmose materna
possível ou improvável
CRIANÇA INFECTADA
Tratamento por 12 meses
Monitorização de IgG: Se
Estabilização ou IgG da criança decair
aumento de IgG próximo ao valor de corte:
suspender o tratamento e
colher novo exame
mensalmente
CRIANÇA INFECTADA
Negativação ( 2 exames)
Tratamento por 12 meses
8. PHAN, L. et al. Longitudinal study of new eye lesions in children with toxoplasmosis
who were not treated during the frst year of life. Am. J. Ophthalmol., [S.l.], v. 146, n. 3, p.
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*** Ganho ponderal < 10g/kg/dia nos últimos 4 dias com aporte calórico
adequado (mínimo de 120 cal/kg/dia).
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Diretrizes
ConsensusdeGuidelines
Consenso
a
Unidade Neonatal Regional, Royal Maternity Hospital, Belfast, Reino Unido; bDepartamento de Neonatologia, Polytechnic
University of Marche e Azienda Ospedaliero-Universitaria Ospedali Riuniti Ancona, Ancona, Itália; cDepartamento de
Neonatologia, Rigshospitalet e University of Copenhagen, Copenhague, Dinamarca; dDepartamento de Pediatria e
Adolescência, Oulu University Hospital e PEDEGO Research Unit, Medical Research Center, University of Oulu, Oulu,
Finlândia; eDepartamento de Pediatria, Marmara University Medical Faculty, Istambul, Turquia; fLeiden University Medical
Centre, Leiden, Holanda; gDivisão de Neonatologia, Departamento de Obstetrícia e Ginecologia, General Faculty Hospital
e 1st Faculty of Medicine, Charles University, Praga, República Checa; hDepartamento de Pediatria, University of Oxford,
Medical Sciences Division, Newborn Services, John Radcliffe Hospitals, Oxford, Reino Unido; iDepartamento de Pesquisa
Pediátrica, Oslo University Hospital Rikshospitalet, University of Oslo, Oslo, Noruega; jDivisão de Pediatria, CHUV &
University of Lausanne, Lausanne, Suíça; kDepartamento de Pediatria, University Children’s Hospital, Würzburg, Alemanha;
l
Departamento de Pediatria e Unidade de Pesquisa Neonatal, Health Research Institute La Fe, University and Polytechnic
Hospital La Fe, Valência, Espanha; mDepartamento de Obstetrícia e Ginecologia, University Medical Centre, Utrecht,
Holanda; nDepartamento de Saúde Infantil, Queen’s University Belfast e Royal Maternity Hospital, Belfast, Reino Unido
Palavras-chave
Esteroides pré-natais · Pressão positiva contínua nas
vias aéreas · Prática baseada em evidências · Doença
da membrana hialina · Ventilação mecânica · Nutrição ·
Suplementação de oxigênio · Persistência do canal arterial
· Recém-nascido prematuro · Síndrome do desconforto Resumo
respiratório · Terapia com surfactante · Termorregulação Ao passo que o tratamento da síndrome do desconforto respi-
Keywords ratório (SDR) avança, os médicos devem revisar continuamente
Antenatal steroids · Continuous positive airway sua prática atual. Relatamos a quarta atualização das “Diretrizes
pressure · Evidence-based practice · Hyaline membrane Europeias para o Tratamento da SDR”, realizada por um painel
europeu de neonatologistas experientes e obstetras perina-
disease · Mechanical ventilation · Nutrition · Oxygen
tais especialistas, com base na literatura disponível até o final
supplementation · Patent ductus arteriosus · Preterm
de 2018. A otimização do resultado nos bebês com SDR inclui
infant · Respiratory distress syndrome · Surfactant therapy · a predição do risco de parto prematuro, a necessidade de trans-
Thermoregulation ferência materna adequada para um centro perinatal e o uso
oportuno de esteroides pré-natais. A gestão da sala de par-
Estas diretrizes atualizadas contêm novas evidências provenientes de
to se tornou mais baseada em evidências, e protocolos para a
revisões Cochrane recentes e da literatura médica desde 2016. A força
da evidência em apoio às recomendações foi avaliada usando o sistema
proteção pulmonar, incluindo a iniciação de pressão positiva
GRADE. A seção de cuidado pré-natal foi atualizada pelo Prof. Gerard contínua nas vias aéreas (CPAP, do inglês Continuous Positive
H. A. Visser. Existem também novas recomendações abrangendo Airway Pressure) e a titulação de oxigênio, deveriam ser im-
a administração menos invasiva de surfactante. Esta diretriz foi plementados imediatamente após o nascimento. A terapia
endossada pela Sociedade Europeia para a Pesquisa Pediátrica (ESPR, de reposição de surfactante é parte crucial do tratamento da
do inglês European Society for Pediatric Research). SDR, e protocolos mais recentes para o seu uso recomendam
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5 Em mulheres com sintomas de trabalho de parto prematuro, aquecedor radiante para manter a temperatura corporal (veja
medições do comprimento cervical e de fibronectina deve- abaixo).
riam ser consideradas para prevenir o uso desnecessário de A estimulação do recém-nascido durante a estabilização
fármacos tocolíticos e/ou esteroides pré-natais (B2). ajuda a estabelecer respirações regulares [44]. Nos recém-nas-
6 Os médicos deveriam considerar o uso em curto prazo de cidos com respiração espontânea, a CPAP deveria ser iniciada,
fármacos tocolíticos em gestações muito prematuras, para
permitir a conclusão de um ciclo de corticosteroides e/ou a em vez de serem intubados na sala de parto para reduzir o risco
transferência no útero para um centro perinatal (B1). de DBP [45]. A sucção de rotina das vias aéreas antes de iniciar
a CPAP não é benéfica [46]. O nível ideal de CPAP é desconhe-
cido, mas a maioria dos estudos usou níveis de pelo menos 6
de inflação pulmonar para restaurar o débito cardíaco [33]. cm H2O com alguns chegando até 9 cm H2O. O uso de pres-
Bebês prematuros com SDR irão geralmente tentar respirar sões mais altas de até 20–25 cm H2O por um período de cerca
durante a transição no nascimento [34], embora possam, pos- de 10–15 segundos no início da respiração (inflação sustentada
teriormente, lutar para manter a aeração alveolar adequada. A ou IS) tem sido estudado como forma de evitar a intubação; no
“transição de apoio” em vez da “reanimação” é, portanto, na entanto, os estudos clínicos têm sido decepcionantes, sem ne-
maioria dos casos, o termo preferido no tratamento da SDR, nhum valor aparente da IS [47]. O estudo Inflação Sustentada
e se deve permitir que os recém-nascidos façam uma transi- do Pulmão de Recém-Nascidos (Sustained Inflation of Infants
ção suave enquanto são expostos a um número mínimo de Lung; SAIL) foi suspenso precocemente por causa de um nú-
intervenções que possam causar danos [35]. O nascimento é mero excessivo de mortes prematuras nos recém-nascidos
definido quando o feto é completamente expulso do útero, e é submetidos à intervenção [48], e, até uma análise adicional dos
aí que toda cronometragem deve começar. dados disponíveis, a IS só deveria ser usada em estudos clíni-
O momento do clampeamento do cordão umbilical é um cos. Para fornecer uma CPAP mensurável desde o nascimento,
primeiro passo importante. Clampear o cordão antes do iní- o dispositivo T-piece é uma escolha melhor do que uma bolsa
cio da respiração resulta em uma redução transitória aguda do anestésica autoinflável [49], e a interface inicial pode ser uma
enchimento do átrio esquerdo, levando a uma queda abrupta máscara facial ou uma pronga nasal curta [50]. O fornecimento
do débito ventricular esquerdo. O retardo do clampeamento de CPAP isoladamente é ideal, e o uso rotineiro de
“fisiológico” após a aeração pulmonar resulta em uma tran- respirações com pressão positiva deveria ser desencorajado
sição muito mais suave e em menos bradicardia em modelos [51], embora aventilação com pressão positiva suave possa ser
animais [36]. O estudo Australiano de Transfusão Placentar necessária em bebês que continuem com apneia ou
(Australian Placental Transfusion Study) randomizou 1.600 bradicardia. O aqueci- mento e a umidificação dos gases
bebês com menos de 30 semanas de gestação para serem sub- usados para a estabilização são ideais em termos de
metidos ao clampeamento imediato (em 10 segundos) ou prevenção da perda de calor [52]. O envolvimento imediato
retardado (após 60 segundos ou mais) [37]. No entanto, mesmo em uma bolsa de polietileno sob um aquecedor radiante
um estudo de porte tão grande teve poder estatístico insufi- também reduz a perda de calor [53], e au- mentar a
ciente para determinar uma diferença no resultado primário temperatura ambiente na sala de parto para cerca de 26°C
de morte ou morbidade importante. Combinar esses dados também é recomendado para bebês com menos de 28 se-
em uma meta-análise com outros estudos mostra uma redu- manas [33]. Oxigênio aquecido e umidificado fornecido através
ção significativa da mortalidade hospitalar nos recém-nascidos de uma cânula nasal de alto fluxo (CNAF) também foi estudado
prematuros nos quais o clampeamento do cordão foi retardado como modo primário de suporte respiratório, mas foi inferior à
[38]. Equipamento especializado de reanimação projetado para CPAP em termos de falha, com os bebês que foram randomi-
manter a temperatura corporal torna viável fornecer reanima- zados para CNAF frequentemente precisando de resgate com
ção avançada com o cordão umbilical intacto [39]. A ordenha CPAP para evitar a intubação [54].
do cordão umbilical pode ser uma alternativa ao retardo do A avaliação da frequência cardíaca é importante para a
clampeamento do cordão em situações de emergência [40]. determinação do bem-estar do recém-nascido durante a tran-
Dois estudos randomizados incluindo 255 bebês com < 33 se- sição. A frequência cardíaca < 100/minutos (min) por > 2 min
manas de gestação ofereceram uma clara reafirmação de que nos primeiros 5 min após o nascimento está associada a um
os resultados de curto prazo são amplamente equivalentes [41], aumento de 4,5 vezes da mortalidade [55]. O monitoramento
e um estudo de acompanhamento sugeriu escores cognitivos e da frequência cardíaca pode ser feito por estetoscópio, eletro-
de linguagem melhores nos randomizados para a ordenha de cardiografia (ECG), oximetria de pulso ou fotopletismografia.
cordão [42]. No entanto, estudos em animais mostram que a or- Os sinais da oximetria de pulso são frequentemente retarda-
denha do cordão causa considerável distúrbio hemodinâmico, dos por até um minuto. A auscultação com estetoscópio pode
e um estudo clínico recente mostrou que a ordenha do cor- não ser tão precisa quanto a ECG na determinação da frequ-
dão quadruplicou a incidência de hemorragia intraventricular ência cardíaca durante a transição; no entanto, na maioria das
grave em comparação com o clampeamento tardio do cordão unidades, no momento a ECG não está universalmente dispo-
em recém-nascidos prematuros, questionando a segurança nível [56]. Desde que a frequência cardíaca seja satisfatória, o
deste procedimento [43]. Após o nascimento, o bebê deve ser objetivo é, sempre que possível, imitar as saturações transicio-
colocado em uma bolsa de polietileno transparente e sob um nais normais medidas no pulso direito por oximetria de pulso
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estudos de qualidade superior, como os da Rede Neonatal tarde, em termos de redução dos vazamentos de ar [71] e pre-
Alemã, mostram todos eles tendências de melhora favore- venção do uso da VM, caso a técnica IN-SUR-E seja usada
cendo a LISA, e é razoável recomendá-la como o método [72]. Isso cria um dilema para os neonatologistas. Atualmente,
ideal de administração de surfactante em bebês com respi- a gravidade da SDR só pode ser determinada clinicamente
ração espontânea que estão estáveis com CPAP. Algumas usando uma combinação de FiO2 para manter as saturações
unidades também empregam estratégias de LISA profilática normais, juntamente com a avaliação do trabalho respiratório
nos menores bebês, embora isso ainda não tenha sido tes- e o grau de aeração dos pulmões na radiografia de tórax, todos
tado em estudos clínicos randomizados e controlados [66]. os quais podem ser influenciados pela CPAP. A ultrassonogra-
Uma das vantagens da LISA é que a tentação de prolongar a fia pulmonar pode ser um complemento útil para a tomada
VM após o surfactante é removida. Isso torna a questão da de decisão clínica em mãos experientes, com pulmões na SDR
sedação para o procedimento mais complexa. É considera- tendo uma aparência específica que pode ser diferenciada de
da uma boa prática evitar desconforto durante a intubação outros transtornos respiratórios neonatais comuns [73], e tem
eletiva usando um sedativo ou analgésico, como fentanila, o potencial de reduzir a exposição aos raios X [74]. Testes rápi-
propofol ou midazolam (veja mais a seguir). Usar sedação dos junto ao leito para determinar com precisão a presença ou
de baixa dose antes da laringoscopia para o procedimento ausência de surfactante no aspirado gástrico estão atualmente
de LISA é tecnicamente viável, deixará o bebê menos des- sendo testados em estudos clínicos [75]. A diretriz de 2013
confortável, mas aumentará o risco de falha da CPAP [67]. sugeriu que o surfactante deveria ser administrado quando a
No momento, não há uma resposta clara sobre a sedação ro- FiO2 fosse > 0,30 em bebês muito imaturos e > 0,40 em re-
tineira para a LISA, e os neonatologistas individuais devem cém-nascidos mais maduros, com base nos limites usados nos
decidir por si mesmos. primeiros estudos clínicos. Estudos observacionais confir-
O surfactante administrado por nebulização seria ver- maram que a FiO2 superior a 0,30 nas primeiras horas após o
dadeiramente não invasivo. Com o desenvolvimento de nascimento de bebês que estejam recebendo CPAP é um teste
nebulizadores com membrana vibratória, é possível atomizar o razoavelmente bom para prever a subsequente falha da CPAP
surfactante, embora apenas um estudo clínico tenha mostrado [76]. Portanto, é recomendado que o limite da FiO2 > 0,30 seja
que o surfactante por nebulização durante a CPAP reduz a ne- usado em todos os bebês com diagnóstico clínico de SDR, es-
cessidade de VM, em comparação com a CPAP isoladamente, pecialmente na fase inicial de agravamento da doença.
e este achado se limitou a um subgrupo de recém-nascidos Pode ser necessária mais de uma dose de surfactante.
mais maduros com 32–33 semanas [68]. Outros estudos so- Estudos clínicos comparando doses múltiplas com uma dose
bre a nebulização estão em andamento. O surfactante também única mostraram menos vazamentos de ar, embora estes te-
tem sido administrado através da máscara laríngea das vias nham sido conduzidos em uma época em que os bebês eram
aéreas, e um estudo clínico mostra que essa reduz a necessida- mantidos em VM. Hoje muitos recém-nascidos são mantidos
de de intubação e VM [69]. Contudo, o tamanho das máscaras em ventilação não invasiva, mesmo quando o surfactante é
laríngeas atualmente disponíveis limita o uso do método a necessário. A necessidade de readministração pode ser mini-
recém-nascidos prematuros relativamente maduros, e o uso mizada usando a dose maior de 200 mg/kg de alfaporactanto
rotineiro em bebês menores com maior risco de DBP não é [77]. A predição de falha do IN-SUR-E usando critérios clí-
recomendado [70]. A deposição do surfactante na faringe por nicos e gases sanguíneos poderia definir uma população que
ocasião do nascimento também está sendo atualmente testada seria razoável manter em VM por um tempo após o surfac-
em estudos clínicos. tante ter sido dado [78, 79].
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uso em cenários de baixa renda [94]. Estudos comparando suporte na sala de parto em recém-nascidos com > 28 sema-
interfaces não mostram diferenças entre as prongas nasais e nas, mas o estudo foi interrompido precocemente, porque mais
os tubos faríngeos curtos para a estabilização inicial na sala recém-nascidos que iniciaram o uso da CNAF precisaram de
de parto [50], mas para o uso prolongado as máscaras nasais resgate com a CPAP [54]. No momento, a CPAP continua sen-
podem ser mais eficazes [95]. Todas as interfaces da CPAP do o método inicial preferido de suporte não invasivo.
trazem consigo o risco de distorção facial e trauma nasal. Ao É provável que haja refinamentos adicionais do suporte
desmamar bebês menores da CPAP, a redução gradual, em não invasivo nos próximos anos. Uma sincronização me-
vez da interrupção repentina da pressão, resulta em maior lhor do suporte ventilatório com os esforços de respiração
probabilidade de desmame na primeira tentativa [96]. do próprio bebê pode ser alcançada usando a assistência
A CPAP com dois níveis ou BIPAP é uma variante da ventilatória com ajuste neural, e estudos clínicos de grande
CPAP que usa pequenas diferenças de pressão entre as fases porte desses modos mais novos de suporte são urgente-
inspiratória e expiratória. Normalmente, elas são forneci- mente necessários [105].
das por meio de dispositivos de controle de fluxo da CPAP
e geram PPI baixo de cerca de 9-11 cm H2O usando comu- Recomendações
mente taxas bastante baixas de cerca de 20 e longos tempos 1 A CPAP deveria ser iniciada desde o nascimento em todos os
inspiratórios de cerca de 0,8 segundos. Embora popular, não bebês com risco de SDR, como os com < 30 semanas de gesta-
há evidência de que a BIPAP confira qualquer vantagem em ção que não precisam de intubação para estabilização (A1).
relação à CPAP, e quaisquer diferenças clínicas podem sim- 2 O sistema de fornecimento da CPAP é de pouca importân-
plesmente refletir uma pressão média geral das vias aéreas cia; contudo, a interface deveria ser prongas binasais curtas
ou máscara com uma pressão inicial de cerca de 6–8 cm H2O
mais elevada [97]. Os ventiladores modernos com sensores (A2). A pressão positiva expiratória final (PEEP, do inglês po-
de fluxo e pressão também fornecem ventilação nasal inter- sitive end-expiratory pressure) pode então ser individualizada,
mitente com pressão positiva, ou ventilação não invasiva com dependendo do quadro clínico, oxigenação e perfusão (D2).
pressão positiva (NIPPV, do inglês noninvasive positive-pres- 3 A CPAP com surfactante inicial de resgate é considerada o
sure ventilation), usando pressões similares às usadas na VM tratamento ideal para bebês com SDR (A1).
invasiva. Estas respirações podem ser sincronizadas com os 4 A NIPPV sincronizada, se administrada através de um ven-
tilador, em vez do dispositivo BIPAP, pode reduzir a falha da
esforços respiratórios usando uma cápsula abdominal ou atra- extubação, mas pode não conferir vantagens no longo prazo,
vés da detecção de pequenas mudanças de pressão no circuito. como redução da DBP (B2).
Meta-análises recentes de estudos nos quais a NIPPV foi usa- 5 Durante o desmame, a CNAF pode ser usada como uma al-
da como uma alternativa à CPAP após a extubação mostram ternativa à CPAP em alguns bebês com a vantagem de menos
que ela reduz a necessidade de reventilação e os vazamentos trauma nasal (B2).
de ar, mas sem qualquer redução da DBP [98]. A sincroniza-
ção da ventilação nasal pode resultar nos melhores resultados.
Não há evidências suficientes para recomendar a NIPPV Estratégias de VM
como modo primário de suporte respiratório na sala de parto.
Interfaces nasais também têm sido usadas com a ventilação Apesar das melhores intenções de maximizar o suporte
de alta frequência oscilatória (VAFO), mas os resultados têm não invasivo, muitos recém-nascidos pequenos precisarão
sido inconclusivos [99, 100]. inicialmente de VM, e cerca de metade dos com menos de 28
Cânulas nasais de alto fluxo (CNAF) aquecido e umidifi- semanas de gestação falhará em sua primeira tentativa de ex-
cado são cada vez mais usadas como uma alternativa à CPAP. tubação, com estes apresentando mortalidade e morbidade
Com a CNAF, gás aquecido/umidificado é administrado nas maiores [106]. O objetivo da VM é fornecer gases sanguí-
narinas com cateteres nasais especificamente projetados para neos “aceitáveis”, ao mesmo tempo em que se evita a lesão
não obstruir as narinas, normalmente em fluxos entre 2 e 8 L/ pulmonar que normalmente é causada pela administração
min, com desmame da taxa de fluxo determinado clinicamente de pressão muito alta ou muito baixa. O princípio da VM é
através da permanência da FiO2 em patamar baixo e da ava- inflar o pulmão atelectásico, otimizando o volume pulmonar
liação do trabalho respiratório [101]. Enquanto uma medida para uma distribuição uniforme dos volumes correntes com
de pressão é invariavelmente gerada dentro da nasofaringe, o pressões definidas para evitar atelectasia e hiperdistensão. A
principal modo de ação provavelmente está relacionado ao con- hiperinflação aumenta o risco de vazamentos de ar, como
dicionamento do gás e à lavagem de CO2 do espaço morto da pneumotórax e enfisema intersticial pulmonar. A ventilação
nasofaringe. Em estudos clínicos, a CNAF é amplamente equi- com uma pressão muito baixa apresenta o risco de áreas do
valente à CPAP em bebês > 28 semanas que estejam saindo da pulmão se tornarem repetidamente atelectásicas durante a
VM, com maior facilidade de uso e menos trauma nasal, em- expiração, o que pode gerar inflamação.
bora haja menos evidências em bebês menores [102]. Centros Os ventiladores modernos com sensores de fluxo podem
familiarizados com o uso da CNAF argumentam que com medir com razoável precisão os volumes de gás que entram
experiência ela pode ser usada no suporte inicial, mesmo em e saem do tubo endotraqueal e usar essas informações para
alguns dos menores bebês [103, 104]. No estudo HIPSTER, aplicar limites à quantidade de suporte fornecido, a fim de
a CNAF foi comparada à CPAP como o principal meio de prevenir a hiperdistensão pulmonar. A ventilação orientada
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SDR
logo após a admissão se tornou o padrão com base em estu- Dor e Sedação
dos de coorte que mostraram que a introdução mais cedo
da cafeína está associada a melhores resultados [129]; no A sedação e a analgesia são questões controversas no trata-
entanto, um estudo clínico da cafeína profilática versus pla- mento da SDR [144]. O número de procedimentos dolorosos
cebo foi abandonado cedo, por causa da percepção de pior aos quais o bebê é submetido no primeiro mês de vida está asso-
resultado no grupo tratado com cafeína [130]. O regime pa- ciado ao menor desenvolvimento cognitivo e perímetro cefálico
drão de administração do citrato de cafeína é uma dose de em um ano, embora seja improvável se tratar de causa e efeito
ataque de 20 mg/kg seguida de uma de manutenção de 5–10 diretos [145]. Ao mesmo tempo em que o conforto do bebê
mg/kg/dia. Doses mais altas de até 20 mg/kg/dia podem ser precisa ser levado em conta, há uma tensão entre a analgesia
ainda mais eficazes [131], mas isso precisa de mais testes em adequada e os efeitos da sedação que causam danos, especial-
estudos randomizados, pois doses mais altas também estão mente quando há ênfase em se minimizar a duração do suporte
associadas ao aumento do risco de hemorragia cerebelar, hi- respiratório invasivo. A laringoscopia é, sem dúvida, desconfor-
pertonicidade e aumento do ônus de convulsões [132]. tável, mas ao tentar a LISA há uma chance maior de se alcançar
o sucesso sem sedação [67]. Nas intubações não urgentes pla-
Esteroides Pós-Natais nejadas, muitos médicos preferem usar uma combinação de
Apesar dos melhores esforços para se otimizar o uso de su- um opiáceo de ação curta, relaxante muscular e atropina para
porte não invasivo, alguns recém-nascidos permanecerão em maximizar o conforto [146] e aumentar as chances de intuba-
VM com risco de inflamação pulmonar e aumento do risco de ção bem-sucedida [147]. Os relaxantes musculares de ação mais
DBP. Quebrar este ciclo por meio do uso de corticosteroides longa, como o vecurônio, podem aumentar a necessidade de
sistêmicos é possível, e há agora mais de 50 estudos clínicos ran- ventilação e não deveriam ser usados [148]. A sedação de roti-
domizados e controlados estudando os riscos e benefícios de na de neonatos em ventilação com opiáceos ou midazolam não
vários regimes de corticosteroides [133, 134]. A dexametasona é apoiada por evidências [149, 150]. A sacarose para analgesia
aumenta a chance de sucesso da extubação e reduz a DBP, mas à e outros métodos não farmacológicos podem ser empregados
custa do aumento do risco de sequelas para o neurodesenvolvi- para reduzir a dor menor durante o procedimento [151].
mento, se usada na primeira semana [133, 135]. Recomendamos
anteriormente que a menor dose eficaz devia ser usada e apenas
Recomendações
em bebês com o maior risco de DBP, como os que permanecem
1 Após a estabilização, a VM deveria ser usada em bebês com
dependentes de ventilação após 1–2 semanas. Há evidências SDR quando outros métodos de suporte respiratório falha-
anedóticas de que doses iniciais de dexametasona tão baixas ram (A1). A duração da VM deveria ser minimizada (B2).
quanto de 0,05 mg/kg/dia podem ser eficazes [136, 137], mas 2 A escolha principal do modo de ventilação fica a critério da equipe
o ECR Minidex não conseguiu incluir participantes suficientes clínica; no entanto, se a VM convencional for usada, a ventilação
para confirmar isso. A hidrocortisona profilática em dose baixa com volume corrente-alvo deveria ser empregada (A1).
3 Ao realizar o desmame da VM, é razoável tolerar um modes-
também reduziu a DBP [138] com melhores resultados neuro- to grau de hipercarbia, desde que o pH permaneça acima de
lógicos em um subgrupo de recém-nascidos com menos de 25 7,22 (B2).
semanas de gestação [139]. 4 A cafeína deveria ser usada para facilitar o desmame da VM
A budesonida inalada parece ser uma alternativa lógica (A1). A cafeína inicial deveria ser considerada nos bebês com
óbvia aos esteroides sistêmicos. Uma revisão Cochrane re- alto risco de precisar de VM, como os em terapia de suporte
cente sobre a budesonida inalada sugere uma redução da respiratório não invasivo (C1).
5 Um curto ciclo de redução gradual de dexametasona em dose
DBP [140]. O estudo NEUROSIS especificamente desenha- baixa ou muito baixa deveria ser considerado para facilitar a
do e com poder estatístico para responder a esta pergunta extubação em bebês que permanecem em VM após 1–2 se-
confirmou que a budesonida inalada profilática reduz tan- manas (A2).
to a persistência do ducto arterioso (PDA) quanto a DBP; 6 A budesonida inalada pode ser considerada em recém-nasci-
no entanto, houve uma tendência preocupante de aumento dos com risco muito alto de DBP (A2).
7 Os opioides deveriam ser usados seletivamente quando indi-
da mortalidade antes da alta hospitalar [141]. O acompa- cados pela avaliação clínica e análise dos indicadores de dor
nhamento da coorte do estudo NEUROSIS não mostrou (D1). O uso rotineiro de infusões de morfina ou midazolam
diferença nos resultados de neurodesenvolvimento, mas em recém-nascidos prematuros em ventilação não é reco-
novamente suscitou preocupações sobre o excesso de mor- mendado (A1).
talidade em recém-nascidos randomizados para receber
budesonida [142]. A meta-análise de 17 estudos de corti-
costeroides inalatórios iniciais ou tardios, incluindo 1.807 Monitoramento e Cuidados de Suporte
bebês, mostrou redução significativa da DBP (RR [IC 95%]
0,79 [0,68-0,92]) sem qualquer aumento da mortalidade (RR Para alcançar os melhores resultados em recém-nasci-
[IC 95%] 1,04 [0,59-1,68]), oferecendo nova garantia de que dos prematuros com SDR, cuidados de suporte ideais com
os corticosteroides inalatórios poderiam ser adicionados ao monitoramento das variáveis fisiológicas são importantes.
tratamento atual para o desenvolvimento de DBP em recém- Misturadores de oxigênio deveriam estar disponíveis na sala
-nascidos prematuros [140, 143]. de parto e na UTIN. A oximetria de pulso desde o nascimento
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Tratamento da Pressão Arterial e Perfusão
[181]. A tolerância permissiva da PDA é uma estratégia que
Os esteroides pré-natais, o retardamento do clampeamento está sendo avaliada em estudos clínicos [182]. A ligadura ci-
do cordão umbilical e a prevenção da VM estão associados à rúrgica da PDA deveria apenas ser considerada se a terapia
pressão arterial média mais elevada após o nascimento. A hi- médica falhasse e a PDA estivesse causando problemas clíni-
potensão e o baixo fluxo sanguíneo sistêmico estão associados cos significativos [183].
a resultados adversos em longo prazo, embora os limites para Manter uma concentração razoável de hemoglobina (Hb)
intervenção e o tratamento ideal não estejam claros [169]. A também é importante. Estudos randomizados comparando o
pressão arterial é mais baixa com a diminuição da gestação e estabelecimento de metas mais restritivas versus mais liberais
aumenta gradualmente ao longo das primeiras 24 horas de vida, das concentrações de Hb (cerca de 1–2 g/dL menores) apre-
sentaram o resultado de redução da necessidade de transfusão
mas varia amplamente em cada idade gestacional [170]. A defi-
de sangue sem afetar os resultados hospitalares, e o recente
nição de hipotensão como uma pressão arterial média inferior
Comitê Britânico para Padrões em Hematologia (British
à idade gestacional em semanas é amplamente aceita; no entan-
Committee for Standards in Haematology) baseou seus limi-
to, muitos bebês com SDR ultrapassarão esse limiar, e não há
tes nestes limiares mais restritivos [184]. No entanto, a análise
evidência de que tratar a hipotensão “numericamente definida”
post hoc dos dados de acompanhamento em longo prazo de
influenciará o resultado [169, 171]. A ecocardiografia funcional
um estudo mostrou alguns resultados cognitivos melhores
realizada por um neonatologista é um complemento útil para a
nos com limites de Hb mais liberais, destacando a necessidade
avaliação da hipotensão que poderia estar relacionada à hipo-
de mais estudos nesta área [185, 186]. Ainda não está claro se
volemia, grande derivação (shunt) da esquerda para a direita do
uma política de transfusão liberal ou restritiva é melhor.
ducto ou disfunção miocárdica, embora uma regulamentação
formal de treinamento para esta habilidade seja necessária na Recomendações
Europa [172]. A hipovolemia é provavelmente superdiagnosti- 1 O tratamento da hipotensão é recomendado quando ela ti-
cada e a administração de solução salina em bolus está associada ver sido confirmada por evidência de má perfusão tecidual,
a piores resultados [173]. A dopamina é mais eficaz do que a como oligúria, acidose e baixo retorno capilar, em vez de pu-
dobutamina para o aumento da pressão arterial em recém-nas- ramente com base em valores numéricos (C2).
cidos hipotensos, embora a dobutamina ou epinefrina possam 2 Se for tomada a decisão de tentar o fechamento terapêutico
da PDA, então a indometacina, o ibuprofeno ou o paraceta-
ser uma escolha mais racional diante do cenário de redução da mol podem ser usados (A2).
função ventricular [174]. Os estudos randomizados explorando 3 A concentração de hemoglobina (Hb) deveria ser mantida den-
os limites para intervenção com agentes inotrópicos não têm tro de limites aceitáveis. Os limites de Hb em recém-nascidos
tido sucesso devido à baixa inclusão; no entanto, um recente com doença cardiopulmonar grave são de 12 g/dL (hematócri-
estudo observacional mostrou que recém-nascidos prematuros to [HCT] 36%), 11 g/dL (HCT 30%) nos com dependência de
oxigênio e de 7 g/dL (HCT 25%) nos recém-nascidos estáveis
tratados para hipotensão isolada, definida como uma pressão com mais de duas semanas de idade (C2).
arterial média menor que a idade gestacional, apresentaram
uma taxa de sobrevida maior, aumentando a necessidade de
cautela quanto à “hipotensão permissiva” [175]. A hidrocor- Diversos
tisona também é uma escolha razoável para recém-nascidos
extremamente prematuros com hipotensão, especialmente nos Desde as diretrizes de 2010, incluímos uma breve se-
com nível documentado de cortisol sérico baixo [176, 177]. ção sobre aspectos do tratamento da SDR que surgem com
A PDA pode causar problemas clínicos nos recém-nasci- pouca frequência. Mutações genéticas que afetam os siste-
dos muito prematuros com SDR. Todos os recém-nascidos mas de surfactante, como deficiência congênita de SP-B e
começam a vida com um ducto arterioso aberto e, na maio- ABCA3, são geralmente fatais e estão além do escopo desta
ria deles, ocorrerá o fechamento espontaneamente. Os diretriz. A terapia com surfactante também pode ser útil
inibidores da ciclo-oxigenase, como a indometacina ou o em situações nas quais ocorra a inativação secundária do
ibuprofeno, promovem o fechamento do ducto, embora o surfactante, como bebês em ventilação com pneumonia
ibuprofeno tenha menos efeitos colaterais [178]. O parace- grave [187], hemorragia pulmonar [188] ou síndrome de
tamol também pode promover o fechamento bem-sucedido aspiração de mecônio [189]. Não há indicações para o uso
do canal, talvez com menos efeitos colaterais renais do que o de rotina ou de resgate de óxido nítrico inalatório (ONi)
ibuprofeno [179]. Meta-análises de todos os estudos dispo- em bebês prematuros [190]. Contudo, o ONi continua
níveis sugerem que o ibuprofeno por via oral em alta dose sendo usado principalmente diante do quadro de RPPM
confere melhores taxas de fechamento da PDA do que o e hipertensão pulmonar documentada, com base na ob-
ibuprofeno por via intravenosa ou a indometacina, embora servação de que a oxigenação pode apresentar uma grande
nenhum regime específico em comparação com o placebo melhora, embora a evidência de resultados melhores em
tenha influenciado qualquer resultado importante em lon- prazo mais longo seja fraca [191], e há novas evidências de
go prazo [180]. O tratamento de rotina com a indometacina uma associação entre a terapia com ONi e o câncer infantil
ou ibuprofeno de todos os recém-nascidos para promover [192]. Até que os estudos clínicos sejam concluídos, as de-
o fechamento da PDA não é considerado uma boa prática cisões sobre o uso desta terapia cara deveriam ser tomadas
Apêndice
Resumo das Recomendações
Cuidado pré-natal • Bebês prematuros com risco de SDR deveriam nascer em centros nos quais os cuidados apropriados, incluindo VM, estejam
disponíveis.
• A avaliação pré-natal criteriosa deveria incluir o risco de parto prematuro e a necessidade materna de corticosteroides se o
risco for moderado ou alto. Os fármacos tocolíticos podem ser usados para dar tempo para que os esteroides façam efeito ou
para uma transferência segura quando apropriado.
• Sulfato de magnésio deveria ser administrado em mães na iminência de parto prematuro.
Estabilização da • Tenha por objetivo retardar o clampeamento do cordão umbilical no momento do nascimento por pelo menos um minuto.
sala de parto • Estabilize os bebês prematuros (< 28 semanas de gestação) em uma bolsa plástica sob um aquecedor radiante para evitar a
perda de calor.
• Ofereça um leve apoio à respiração usando CPAP, se possível, e, se inflações forem necessárias, evite volumes correntes
excessivos. A oximetria de pulso pode ajudar a orientar a resposta da frequência cardíaca à estabilização. Comece com 21% a
30% de oxigênio em bebês com 28-31 semanas de gestação e 30% de oxigênio em bebês com < 28 semanas de gestação e
aumente ou diminua conforme a necessidade de acordo com as metas de SaO2. Tenha por objetivo uma SaO2 de 80% ou
mais em cinco minutos.
• A intubação ao nascimento deveria ser considerada apenas nos que não respondem ao acima, embora a intubação e o
surfactante iniciais possam ser necessários nos bebês que demonstram sinais iniciais de SDR grave, como retrações torácicas
e alta necessidade de oxigênio.
Suporte respiratório • Um surfactante de origem animal deveria ser usado e administrado o mais cedo possível no curso da SDR. Um limiar de
e surfactante tratamento de FiO2 de 0,30 durante a CPAP de 6 cm H2O parece razoável. A repetição de doses do surfactante pode ser
necessária se houver evidência contínua de SDR.
• Se possível, administre o surfactante usando o método LISA, mas apenas se o bebê estiver clinicamente estável durante a
CPAP com sinais de agravamento da SDR e se o médico tiver experiência com a técnica.
• Se intubados, os bebês podem, muitas vezes, ser extubados para receber CPAP, CNAF ou NIPPV imediatamente após o
surfactante, e é preciso fazer uma avaliação quanto a se um bebê individual tolerará isso.
• Nos que precisam de VM, tenha por objetivo oferecê-la pelo menor tempo possível, evitando hiperóxia, hipocarbia e
volutrauma. Isso pode ser melhor alcançado com a ventilação orientada ao volume e o estabelecimento de limites de alerta
de saturação em 89% e 95%.
• A terapia com cafeína deveria ser usada rotineiramente para minimizar a necessidade de ventilação. Os bebês deveriam
ser mantidos em terapia de suporte respiratório não invasivo de preferência à VM, se possível. Após 1–2 semanas, os
esteroides sistêmicos deveriam ser considerados para facilitar a extubação, se o bebê permanecer em ventilação.
• Em bebês prematuros recebendo oxigênio, a meta de saturação deveria ser entre 90% e 94%. Para alcançar isto, os limites de
alerta sugeridos deveriam ser 89% e 95%.
Cuidados • Mantenha a temperatura corporal entre 36,5°C e 37,5°C o tempo todo.
de suporte • Comece a nutrição parenteral imediatamente com aminoácidos e lipídios em volumes iniciais de fluido de cerca de 70-80
mL/kg/dia na maioria dos bebês e restrinja o sódio durante o período inicial de transição.
• A alimentação enteral com leite materno também deveria ser iniciada no primeiro dia se o bebê estiver estável.
• Os antibióticos deveriam ser usados com cautela e descontinuados logo quando a hipótese de sepse tiver sido descartada.
• A pressão arterial deveria ser monitorada regularmente com o objetivo de manter a perfusão tecidual normal, se necessário
usando agentes inotrópicos. A hemoglobina deveria ser mantida em níveis aceitáveis.
• Deveria haver protocolos em vigência para o monitoramento da dor e desconforto e deveria ser dada consideração a
métodos não farmacológicos para minimizar a dor do procedimento e para o uso criterioso de opiáceos durante
procedimentos mais invasivos.
Consensus
Diretrizes deGuidelines on the
Consenso sobre Neonatology 2019;115:432–451 433
444
Management DOI: 10.1159/000499361
o Tratamento daof RDS
SDR
ESQUEMAS, TABELAS E
PROTOCOLOS DE Protocolo de
NEUROSSONOGRAFIA
NEONATAL
Gerson Claudio Crott
Introdução
Primeiro
Até 72 hs Até 72 hs Até 72 hs
exame
Segundo
7 dias 7 dias 7 dias
exame
Dependente do
14 dias 14 dias acometimento ver
Exames anexo I
Momento de
Indicações Patologia a detectar
realização
até o 3º dia HIV, hiperecogenicidades
Tabela 1. Pico de velocidade sistólica, (PSV), velocidade diastólica final (EDV) e velocidade média
(TAV) para as idades gestacionais de 32 e 40 semanas e 6 meses de vida extra útero nas artérias
cerebral anterior, basilar e carótida interna (Couture, 2011).
Tabela 2. Velocidades de Pico de velocidade sistólica, (PSV), velocidade diastólica fical (EDV) e
velocidade média (TAV) de 32 semanas de gestação até 8 meses de vida para na artéria cerebral
anterior (Couture, 2011).
Tabela 3. Índice de resistência nas artérias carótida interna, cerebral anterior, basilar e
lenticuloestriadas de 33 semanas de gestação até 8 meses de vida. Note que durante a gestação o IR
permanece inalterado (Couture, 2011).
Mesmo assim, tal inferência é ainda motivo de discussão na literatura. A grande variabilidade dos
resultados encontrados sugere que a interpretação deste seja feita em conjunto com outros dados
clínicos do recém-nascido.
𝑉𝑠 − 𝑉𝑑
𝐼𝑅 =
𝑉𝑠
Onde;
Vs = velocidade sistólica
Vd = velocidade diastólica
IR = índice de resistência
Valor de referência: IR da ACA abaixo de 0,80 (discutir derivação se estiver acima)
Velocidade diastólica igual a zero ou reversa indicam gravidade, devendo ser abordadas com
urgência.
Ventriculomegalia de progressão lenta
𝐼𝑅𝑐−𝐼𝑅𝑏
𝐼𝑅 =
𝐼𝑅𝑏
Onde:
IRc = índice de resistência com manobra de compressão
IRb = índice de resistência basal (sem manobra de compressão)
IR = variação do índice de resistência com e sem compressão
Valor de referência: abaixo de 0,45 (discutir derivação se estiver acima)
Valor habitual para RNs saudáveis: em torno de 0,07.
O objetivo desta análise é detectar trombose do Seio Sagital Superior em crianças pré-termo.
O protocolo de avaliação inclui:
1. Pré-termos abaixo de 29 semanas de idade gestacional admitidas em Unidade de Cuidados
Intensivos Neonatal e submetidas a exame ultrassonográfico transfontanelar de rotina.
2. Visualização do fluxo sanguíneo do Seio Sagital Superior com Color Doppler através da
fontanela anterior com transdutor de 8 MHz.
3. Documentação do fluxo com imagem coronal e sagital, sendo nesta a avaliação pulsátil.
4. Se detectada a trombose, proceder assim que possível à realização de ressonância.
5. Período de diagnóstico mais frequente é de 5 a 34 dias, sendo que o principal fator de risco é
ventilação com pressão postiva.
6. A incidência nessa faixa etária é aproximadamente 5%. Os pacientes são, na grande maioria
dos casos, assintomáticos
ANEXO 2: Protocolo de Seguimento Pós-natal das Ventriculomegalias diagnosticadas no
período pré-natal
CRITÉRIO DIAGNÓSTICO PRÉ-NATAL: medida do ventrículo lateral (diâmetro transverso do átrio ventricular na
altura do plexo coroide no plano axial)
Seguimento pós-natal:
CRITÉRIO DE DIAGNÓSTICO PÓS-NATAL: Medida dos Ventrículos Laterais (Índice de Levene) por
Ultrassonografia de acordo com a idade gestacional. 20, 21
De 36 a 40 menor que 14 mm
Dilatação ventricular
Padrão de lesão dos núcleos da Hiperecogenicidade dos mesmos inexistente em D1, mas detectável e
base e tálamos progressiva a partir de D3
Infarto venoso hemorrágico Descrever topografia: frontal, frontal posterior, parietal, occipital, temporal
associado (não utilizar o termo “hemorragia grau 4”)
Leucomalácia Periventricular9
• A qualidade da imagem pode ser afetada por uma janela acústica pequena. Embora transdutores
de alta frequência possam ser adaptados em algumas situações, algumas estruturas e anomalias
permanecem difíceis de se visualizar.
• Avaliação de superfície é difícil; aspectos de estruturas superficiais podem não ser
adequadamente obtidos e hemorragias extracerebrais localizadas na convexidade dos
hemisférios cerebrais (subdural, epidural e subaracnóideas) podem permanecer indetectadas
pela neurossonografia transfontanelar
• Hemorragias cerebelares e infartos são complicações bem conhecidas de recém-nascidos pré-
termos extremos e podem ter consequências importantes para o neurodesenvolvimento. Estas
e outras anomalias da fossa posterior são frequentemente detectadas, especialmente se
observações forem realizadas através da fontanela mastoidea, mas nem sempre é possível
defini-las com precisão.
• A mielinização não é observada.
• Lesões nos gânglios da base na encefalopatia hipóxico-isquêmica do termo e áreas de infarto
focal são frequentemente detectadas, mas elas podem não ser suficientemente bem definidas
para que se estabeleça diagnóstico preciso.
• Lesão difusa da substância branca, que ocorre em pré-termos extremos frequentemente não é
bem detectada por ultrassom.
Ministério da Saúde
Secretaria de Vigilância em Saúde
Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis
I – CONTEXTUALIZAÇÃO
Considerando as notas informa vas n° 2/2021- DCCI/SVS/MS e n° 20/2020- DCCI/SVS/MS que dispõem,
respec vamente, sobre a recomendação do medicamento Raltegravir 100mg (RAL) granulado para suspensão oral no tratamento
de crianças expostas ou vivendo com HIV, sobre atualizações nas recomendações de diagnós co abaixo de 18 meses e sobre o
tratamento de crianças vivendo com HIV, esta nota tem como obje vo acrescentar informações sobre as orientações do manejo de
crianças expostas ao HIV pré-termo e ou/ baixo peso.
Para a definição do esquema profilá co, a criança deverá ser classificada em ALTO ou BAIXO risco de exposição,
conforme os critérios presentes no Quadro 1.
Para eficácia da medida, a profilaxia deve ser iniciada o mais precocemente possível após o nascimento,
preferencialmente nas primeiras quatro (4) horas de vida. A indicação da profilaxia após 48 horas do nascimento deve ser avaliada
de forma individualizada.
Considerando aumentar a eficácia dessa medida de prevenção e a alta prevalência de resistência aos Inibidores de
Transcriptase Reversa Não Análogos de Nucleosídeo (ITRNN) em geno pagens de crianças com idade inferior a 18 meses, modifica-
se os esquemas profilá cos do grupo de alto risco de exposição.
O esquema é composto de três an rretrovirais: Zidovudina (AZT), Lamivudina (3TC) e Raltegravir (RAL). Este
esquema de profilaxia deverá ser administrado por 28 dias.
O RAL não pode ser administrado em crianças com idade gestacional abaixo de 37 semanas. Para esta situação, o
esquema será com AZT e 3TC por 28 dias concomitante com nevirapina (NVP) por 14 dias.
Aquelas crianças com idade gestacional abaixo de 34 semanas, deverão realizar a profilaxia apenas com AZT durante
28 dias, independentemente do risco de exposição ao HIV.
Crianças do grupo de baixo risco permanecem com a profilaxia contendo apenas AZT por 28 dias.
Os an rretrovirais para a profilaxia conforme o risco de exposição e idade gestacional são descritos no Quadro 2.
Baixo Uso de TARV desde primeira metade da gestação E com Carga Viral (CV) do HIV indetectável a par r da 28ª semana (3°
Risco trimestre) E sem falha na adesão à TARV
4. Nevirapina (NVP):
a) RN idade gestacional igual ou maior que 34 e menor que 37 semanas:
Quadro 2. U lização de an rretroviral na profilaxia de criança exposta conforme idade gestacional (IG) e risco de exposição
Ao nascimento
14 dias de vida
CV-HIVA,B
2 semanas após término da profilaxia (6 semanas de vida)
A - Toda CV-HIV detectável, independentemente do valor, necessita de nova coleta de CV-HIV imediatamente.
B - Crianças sintomá cas deverão ser inves gadas imediatamente.
C - Caso an – HIV reagente, repe r exame com 18 meses.
Considerar na interpretação dos resultados que o uso de an rretrovirais pode diminuir a sensibilidade e retardar a
detectabilidade dos métodos laboratoriais, principalmente nas crianças em profilaxia com mais de um ARV. Por esse mo vo
recomenda-se coletar o exame de CV-HIV antes de iniciá-la, como também duas e oito semanas após a suspensão da profilaxia.
Resultados inferiores a 5.000 cópias/mL NÃO devem ser usados isoladamente para conclusão do diagnós co de
infecção pelo HIV.
Para esses casos, o DNA pró-viral apresenta alta especificidade desde o nascimento da criança e está indicado nas
seguintes situações:
Crianças expostas ao HIV e com contraindicação de coleta de CV-HIV pelo peso – menores de 2500g (alto volume
rela vo de sangue necessário para a execução do exame), poderão iniciar a inves gação com o exame de DNA pró-viral. Se
nega vo, a criança deverá permanecer em inves gação diagnós ca (fluxo 1). Enquanto, a criança exposta apresentar
contraindicação a coleta de carga viral pelo volume de sangue necessário a execução do exame, a inves gação deve ser feita com
DNA pró-viral.
Nos casos em que o diagnós co for confirmado, deverá ser realizada a geno pagem para o início de tratamento.
A TARV deve ser iniciada imediatamente após confirmação do diagnós co. A espera pelo resultado da geno pagem
não deve atrasar o início da TARV.
A criança será considerada infectada pelo HIV caso haja dois (02) resultados de CV-HIV detectáveis, acima de 5.000 cópias/mL,
ou um exame de DNA pró-viral posi vo.
Crianças com dificuldade de elucidação diagnós ca, como situações com diversos resultados com baixa viremia,
deve-se avaliar o início da terapia an rretroviral enquanto se aguardam novos resultados de CV-HIV ou DNA pró-viral.
A infecção pelo HIV pode ser excluída presumivelmente quando a criança não está sendo amamentada, esteja
assintomá ca e com imunidade normal, e com pelo menos duas CV-HIV nega vas, sendo uma coletada com pelo menos 2
semanas e outra com pelo menos 8 semanas após o término da profilaxia an rretroviral. Assim, neste caso pode ser feita a
suspensão do Sulfametoxazol + trimetropim (SMX+TMP), profilaxia primária para Pneumocys s jiroveci, e man da a inves gação
para exclusão defini va do diagnós co da infecção pelo HIV.
III- TRATAMENTO PARA CRIANÇAS VIVENDO COM HIV ABAIXO DE DOIS ANOS
Diante do exposto com a incorporação da nova apresentação do Raltegravir 100 mg granulado, o DCCI altera o
esquema preferencial de terapia an rretroviral (TARV) para crianças vivendo com HIV com idade inferior a 2 anos de idade.
O RAL 100 mg granulado passar a ser o medicamento preferencial para compor a TARV desta faixa etária, conforme
descrito na tabela 2.
Tabela 2. Terapia An rretroviralA para crianças com idade inferior a 2 anos
1- A geno pagem está recomendada para todas crianças no início do tratamento, no entanto, o resultado deste exame não deve atrasar o início do tratamento
2- O Abacavir (ABC) deve ser iniciado após o resultado de HLA*B5701. A indisponibilidade do exame não deve postergar o início de TARV, devendo ser realizado com
esquemas alterna vos.
A dose do raltegravir granulado usado no tratamento para crianças vivendo com HIV acima de 4 semanas é:
6mg/kg/dose a cada 12horas.
IV- DA TROCA DE ESQUEMA PARA CRIANÇAS VIVENDO COM HIV ABAIXO DE DOIS ANOS JÁ EM USO DE TERAPIA
ANTIRRETROVIRAL
Crianças vivendo com HIV e que já estejam em TARV, contendo nevirapina ou lopinavir/ritonavir, poderão realizar as
subs tuições de ARV por Raltegravir 100 mg granulado, desde que apresentem as seguintes condições:
Importante ressaltar que crianças em uso de Nevirapina façam a subs tuição de terapia conforme os critérios acima.
As crianças em uso de nevirapina e com carga viral detectável, deve-se considerar a solicitação de geno pagem,
avaliação com médico referência em geno pagem (MRG) e a troca para lopinavir/ritonavir.
Para as crianças com boa adesão ao esquema contendo lopinavir/ritonavir não há necessidade de subs tuição.
Para a população pediátrica, as opções de medicamento são restritas, principalmente pela falta de formulações
específicas. Sendo a infecção pelo HIV uma doença crônica, a introdução dos an rretrovirais deve ser feita de forma racional e
ponderada para escolha dos esquemas iniciais e subsequentes. As crianças infectadas pelo HIV, em sua maioria, possuem histórico
de exposição aos ARV desde a vida intrauterina e após o nascimento.
A nevirapina (NVP) é um an rretroviral amplamente u lizado em pediatria devido a sua posologia e melhor
palatabilidade quando comparado com outros an rretrovirais disponíveis para este grupo etário.
No entanto, em contexto mundial, com a apresentação de novos medicamentos e pelas alta taxas de resistência aos
inibidores da transcriptase reversa não análogo de nucleosídeos (ITRNN), este an rretroviral apresenta redução nas prescrições,
sendo subs tuído por aqueles com melhor eficácia e barreira gené ca.
Com base no exposto e priorizando o grupo etário até 2 anos de idade, para o qual a nevirapina compõe única
opção para profilaxia do recém-nascido exposto ao HIV – alto risco - e única alterna va como terceiro an rretroviral ao esquema, o
Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis (DCCI) solicita que a nevirapina seja
subs tuída em todas as pessoas vivendo com HIV com idade superior a 2 anos.
Para aqueles com carga viral indetectável e com boa adesão, o raltegravir é a opção preferencial de terceiro
an rretroviral para crianças entre 2 a 12 anos de idade, em subs tuição à nevirapina. As opções de ARV alterna vo, para terceiro
an rretroviral, deverão ser avaliadas conforme as recomendações para cada faixa etária, conforme presente na Tabela 3.
Em situações de má adesão ao tratamento ou carga viral detectável, a subs tuição deverá ocorrer de forma
criteriosa e com avaliação individual para caso de acordo com a faixa etária e geno pagem.
Diante do exposto, nos próximos meses, a aquisição de nevirapina solução oral pelo Ministério da Saúde passará a
ser dimensionada para atender apenas a população pediátrica até 2 anos de idade.
AZT + 3TC
2 a 6 anos ABCA + 3TC RAL LPV/r
TDF B + 3TC
ABCA + 3TC
Acima de 12 anos TDFB + 3TC DTG ATZ/r
AZT + 3TC
1 - ABC deve ser iniciado após o resultado de HLA*B5701. A indisponibilidade do exame não deve postergar o início de TARV, devendo ser realizado com esquemas
alterna vos.
2- A par r de 35kg.
3- O EFZ deve ser prescrito para aqueles indivíduos com geno pagem prévia sem resistência ao EFZ ou NVP.
Informamos que a par r de janeiro de 2021, o Ministério da Saúde disponibilizará o medicamento Raltegravir (RAL)
100mg granulado para suspensão oral (sachê).
O RAL granulado é acondicionado em envelopes (sachês), em embalagem com 60 envelopes, duas seringas
dosadoras para uso oral de 10 mL, 3 mL e 1 mL e 2 copos de mistura;
Cada sachê contém 100mg de RAL para suspender em 10 ml de água, obtendo a concentração de final de 10mg/ml;
O envelope contendo 100mg deverá ser misturado com água antes de sua u lização e administrado durante os
primeiros 30 minutos após a mistura. O volume residual deverá ser descartado.
A nova apresentação do RAL granulado será inserida no formulário de solicitação de medicamentos;
Reforçamos que são fundamentais as devidas orientações dos responsáveis pela dispensação do RAL granulado quanto
ao seu uso adequado para os cuidadores das crianças em uso do medicamento.
Colocamo-nos à disposição para os esclarecimentos que se fizerem necessários e solicitamos ampla divulgação às
Unidades Dispensadoras de Medicamentos (UDM).
VI- CONCLUSÃO
As alterações con das nesta nota têm como obje vo melhorar a assistência das crianças expostas ao HIV, permi r
que todas as crianças tenham acesso a profilaxia com an rretrovirais e que o diagnós co seja realizados de forma precoce para
que o tratamento seja iniciado de maneira oportuna. Ficam revogadas as notas informa vas n° 2/2021- DCCI/SVS/MS e n°
20/2020- DCCI/SVS/MS a par r desta publicação.
GERSON FERNANDO MENDES PEREIRA
Diretor
Referências Bibliográficas
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children in Brazil." Disponível em: h ps://programme.ias2019.org/PAGMaterial/eposters/3893.pdf.
Diagnóstico e tratamento
Divisão de Neonatologia
Departamento de Puericultura e Pediatria
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão
Preto Universidade de São Paulo-USP
J Perinatol
Em nossa clínica diária, usaremos os critérios de Bell modificados (figura abaixo) para
classificarmos a doença e estabelecermos critérios para tratamento.
B. Diagnóstico enterocolite I:
Avaliar radiografia de abdômen:
A radiografia de abdômen será o principal instrumento da avaliação, devido à maior
facilidade de execução.
Um dos primeiros sinais de ECN é a perda do padrão de mosaico e a dilatação das alças
intestinais (A), associado ou não a edema de alça (B) como os exemplos abaixo:
Para avaliar o edema de alça uma técnica é avaliar o diâmetro longitudinal da vertebra
L5 e as alças que estiverem iguais ou maior que essa medida estão dilatadas (Figura 1).
Sim Não
Piora do quadro
Jejum por 72 horas
Sonda calibrosa em drenagem Jejum por 72 horas
ou manutenção Melhora dos
RX a cada 12 horas. dos sintomas sintomas de
Sonda calibrosa em
Antibioticoterapia e/ou piora intolerância
drenagem
laboratorial e/ou gastrointestinal, RX
RX a cada 24 horas. Se
normal e exames
controle laboratoriais piora radiológica
laboratoriais
normais, sintomas intestinais e/ou normais: suspender
menores ( apenas distensão aparecimento de
Estabilização e ou Piora ou controles, retornar
abdominal) e RX apenas com sinais sistêmicos.
regressão do manutenção gavagem e parar de
distensão de alças, não iniciar
quadro, sem do quadro: antibioticoterapia, manter dos sintomas testar resíduos após
evolução dos Manter 24 horas de ausência
controles laboratorias e
sintomas: jejum e ATB. dos mesmos.
avaliação clinica a cada 24 h,
Completar 72 Rx a cada por 72 h.
horas de jejum 12h.
Retornar dieta Considerar
Avaliar ATB. ECN II
ECN II
Presença de pneumatose
ascite, líquido em alça (Rx Ausência de pneumatose
“branco”), ar em sistema intestinal, com manutenção do
porta ou alça sentinela E/OU quadro radiológico E
piora do quadro clinico E/OU manutenção do quadro clinico
Presença de acidose E ausência de acidose
metabólica leve E/OU
plaquetopenia ou tendência
metabólica E ausência de
a diminuição das plaquetas. plaquetopenia ou ausencia de
tendencia de diminuição das
plaquetas.
Quando suspeitar:
Todos os bebês menores que 7 dias que apresentem pelo menos um dos fatores
preditores acima e que apresentem sinais gastrointestinais como resíduos gástricos e/ou
vômitos, associados a pelo menos um dos sintomas abaixo:
Distensão abdominal, dor ou sensibilidade abdominal.
Alteração da coloração abdominal (sinal clínico mais frequente)
Massa abdominal palpável.
Apresentando características radiológicas como intestino dilatado, alça fixa,
looping intestinal, abdômen sem gás/ esbranquiçado (manifestação mais
comum), muito raramente, pneumatose intestinal, ar no sistema porta, ou ar livre
no abdômen.
Sinais sistêmicos, como variação de temperatura, instabilidade, hipotensão,
apneia, taquicardia, insuficiência respiratória e letargia.
Conduta:
Jejum, sonda calibrosa em drenagem, por 5 a 7 dias, considerar se reversão dos
sintomas. Retorno da dieta como orientado anteriormente.
Colher triagem infecciosa e introduzir antibiótico apenas se alteração dos
exames laboratoriais (atenção à evolução da plaquetopenia) e/ou presença de
pneumatose intestinal. Caso não haja isolamento do agente, utilizar ampicilina e
gentamicina em crianças com menos de 48 h de vida e vancomicina e
gentamicina em crianças com mais de 48 h de vida.
Deve-se atentar que a evolução radiológica desses quadros é pobre, podendo não
estar presente a pneumatose, uma vez que a fisiopatologia desta doença é
diferente, estando relacionada com isquemia intestinal focal e não com a
presença de agressão bacteriana. Deve-se manter o controle radiológico a cada
24 horas se os sintomas persistirem, e interromper o controle radiológico se
houver estabilização do quadro.
Monitorização intensiva, inclusive com medida do perímetro abdominal diária.
Nos casos que a pele do abdome estiver arroxeada ou esbranquiçada, alterações
no RX associadas a sintomas sistêmicos, e/ou tendência a acidose metabólica e
plaquetopenia, considerar hipotermia.
Elaborado em fevereiro de 2021
Médica assistente: Dra Cristina Helena Faleiros Ferreira (Médica do Serviço de Neonatologia do DPP-FMRPUSP
16
Docente Profa Dra Walusa Assad Gonçalves Ferri (Docente do Serviço de Neonatologia do DPP-FMRPUSP)
Considerações importantes durante suspeita de ECN ou ECN estabelecida:
Analgesia: Todos os pacientes com ECN, devem ter reavaliação diária da dor por meio
das escalas NIPS (NIPS > 3 considerar sedação), após a introdução da analgesia usar a
escala CONFORT.
Diagnósticos diferenciais
Importante lembrar que o estágio I é suspeição de ECN, onde deve ser realizada pausa
alimentar e observação, assim como outros diagnósticos diferenciais devem
investigados. Existem algumas características que nos auxiliam no diagnóstico
diferencial das principais doenças ECN-like (quadro abaixo):
A sepse de início precoce (<72h de vida) é uma condição de baixa incidência, mas
potencialmente grave. O manejo de recém-nascidos expostos a condições que predisponham à sua
ocorrência ou que apresentem manifestações clínicas consideradas compatíveis com infecção
bacteriana é um desafio em neonatologia. Com frequência, utilizam-se antimicrobianos
desnecessariamente (a cada RN >34 semanas infectado, 40 a 100 recebem antibióticos).
A evolução do conhecimento a respeito dos efeitos deletérios do uso de antimicrobianos,
que interferem precocemente no estabelecimento do microbioma, podendo levar a disbiose e
prejuízo da saúde da criança em curto e longo prazos (sepse tardia, enterocolite necrosante,
alergias, doenças inflamatórias, etc), além das preocupações com a coleta de exames, a
interferência no estabelecimento do vínculo mãe-filho e a necessidade de hospitalização têm
motivado, mundialmente a tentativa de mudança de paradigma na neonatologia, com os seguintes
objetivos:
Este protocolo propõe critérios de manejo de RN pré-termo tardios (>35 sem) e a termo
(>37 sem). VISA-SE REALIZAR AS INTERVENÇÕES SOMENTE PARA AS CRIANÇAS COM
MAIOR PROBABILIDADE DE INFECÇÃO, SUBSTITUINDO-SE AVALIAÇÕES LABORATORIAIS
REPETIDAS POR OBSERVAÇÃO CLÍNICA SISTEMATIZADA.
Os seguintes fatos, que têm sido evidenciados/ressaltados mais recentemente e embasam
as mudanças de abordagem propostas:
1- A incidência de sepse de início precoce em RNs >35 semanas e assintomáticos é baixa,
independentemente da presença de fatores de risco (0,5-0,8/1000 nascidos vivos nos EUA).
Mesmo naqueles expostos à corioaminionite essa incidência varia de 1-7/1000.
2- No passado, a corioamnionite, cujo diagnóstico é difícil, era considerada o fator de risco mais
frequentemente associado à SIP, desencadeando atitudes intervencionistas. No entanto,
1
atualmente sabe-se que o risco de SIP na presença de corioamnionite é dependente da idade
gestacional, sendo sua incidência de 0,47-1,24%o em RNs ≥35 semanas, o que não justifica o
uso de terapia empírica para todos. Nos RNs abaixo desta idade gestacional a incidência é de
4,8-16,9%o, o que justifica uma abordagem mais intervencionista.
3- 80 a 100% das crianças com SIP confirmada manifestam sinais clínicos até 48 horas de vida.
4- A presença de manifestações clínicas ao nascer pode ser transitória/adaptativa. As crianças
devem ser reavaliadas após 6-12 horas para definir se permanecem sintomáticas, antes da
decisão sobre o uso de antibióticos.
5- Somente 2,7-5,6% dos RN com sinais clínicos inespecíficos de SIP confirmam-se como
portadores de infecção.
6- NÃO HÁ testes laboratoriais rápidos e sensíveis para diagnóstico de infecção em RN.
7- Os testes atualmente disponíveis (leucometria, proteína C reativa, procalcitonina) NÃO são
úteis para decidir sobre tratamento/ terapia empírica da SIP, mesmo se seriados em
crianças sintomáticas (VER ANEXOS AUXILIARES).
8- Resultados normais seriados desses testes são úteis para suspender antibioticoterapia
empírica.
9- O diagnóstico de SIP baseado somente na manifestação clínica não aumenta a letalidade.
2
Quadro 3 – AVALIAÇÃO E CONDUTA EM RNs ≥ 35 SEMANAS SOB RISCO DE INFECÇÃO
BACTERIANA: CLASSIFIQUE O RN CONFORME A TABELA ABAIXO DE ACORDO COM A
APRESENTAÇÃO CLÍNICA E DEFINA COMO PROCEDER
(Veja também fluxograma a seguir)
OBS: HMG E PCR NORMAIS COM 6 H E 24 H DE VIDA TÊM VALOR PREDITIVO NEGATIVO
PRÓXIMO A 100% (“RN NÃO ESTÁ INFECTADO”). LEMBRAR que outras condições clínicas
podem levar a aumento de PCR (injuria tecidual ou traumática, hemólise, aspiração de
mecônio) - ver tabela anexa.
Hemocultura:
Colher DUAS amostras de sangue, em DOIS sítios diferentes de punção, antes do início do
tratamento empírico. O volume de sangue ideal é >1 ml. Registrar em prontuário o volume de
sangue que foi enviado para cultura.
3
QUADRO 4 - ESQUEMA DE EXAME FÍSICO SERIADO
Aspecto/estad
o geral, Cor da pele:
reatividade, Rosada, Desconforto Sat
Freq Freq Temp.
Idade motilidade Pálida, respiratório O2 Observador
Resp Card axilar
espontânea Marmorizada, (Sim/Não)
(Normal/Altera Cianótica
do)
1-2 h
3-4 h
6 h (+/-2)
12 h (+/-2)
18 h (+/-2)
24 h (+/-2)
36 h (+/-2)
48 h (+/-2)
Na prescrição para a enfermagem, deverá constar: RN com risco de sepse precoce, em protocolo de
exame físico seriado.
Sinais de alerta:
• alteração de estado geral, apatia, hipoatividade (observar se há relação com mamadas);
• cianose, palidez;
• retrações torácicas, batimento de aletas nasais, gemência;
• FR ≥60 ipm;
• FC≥160 bpm;
• temperatura ≥38oC ou <36,4oC.
• VALORIZAR A PERSISTÊNCIA DAS MANIFESTAÇÕES (>= 2 ALTERAÇÕES EM >=2
OCASIÕES com intervalo >= 2h, alteração do mesmo parâmetro) NA AUSÊNCIA DE
OUTRAS JUSTIFICATIVAS CLÍNICAS.
A qualquer momento, avaliar diagnósticos alternativos para a manifestação clínica, sendo mais
frequentes os seguintes:
4
FLUXOGRAMA DE AVALIAÇÃO E MANEJO DE RECÉM-NASCIDOS ≥35 SEMANAS SOB
RISCO DE SEPSE DE INÍCIO PRECOCE
REAVALIAR APÓS 24 a 48 h
(hemograma, PCR)
5
ANEXOS AUXILIARES
28-36 semanas:
Reference ranges for blood neutrophil concentrations during the first 72 hours after the birth neonates. A total of
12,149 values were obtained for the analysis (The CBC: Reference Ranges for Neonates Christensen et al, Semin
Perinatol 33:3-11 © 2009)
6
Condições que podem provocar alterações na contagem de leucócitos em
recém nascidos:
7
Referências Bibliográficas:
Berardi A, Buffagni AM, Rossi C, Vaccina E, Cattelani C, Gambini L, Baccilieri F, et al: Serial
physical examinations, a simple and reliable tool for managing neonates at risk for early-onset
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8
MANEJO DE RN SOB RISCO DE INFECÇÃO
BACTERIANA / SEPSE NEONATAL PRECOCE EM
RECÉM-NASCIDOS <35 SEMANAS
• RECONHECER que as seguintes situações clínicas são de BAIXO RISCO (12 vezes menor)
o Parto cesárea por pré-eclâmpsia, insuficiência placentária, crescimento
intrauterino restrito, ou outras situações não infecciosas.
o Ausência de trabalho de parto
o Ausência de tentativas de indução do parto.
o Rotura de membranas na hora do parto.
o Esses RN podem ser manejados sem coleta de exames e sem o uso empírico de
antibióticos, o que reduz significativamente (>2/3) a exposição precoce a essas
drogas, sem consequências em curto prazo
SIM NÃO
• 2 amostras hemocultura ( 1 ml cada)
• (Hemograma + PCR) a • NÃO INICIAR ANTIBIÓTICOS
• Punção LCR em alguns casos b • Monitoramento clínico
• Iniciar Antibióticos Empíricos
a- Priorizar 2 amostras de hemocultura, mesmo se não for colhido hemograma e PCR, pois, esses não são essenciais devido à pouca validade para diagnóstico.
b - Punção lombar e cultura antes do início de antibióticos para RN de maior risco para SIP, ao menos que a punção possa comprometer o RN ou retardar uso antibióticos.
c- O uso adequado de antibióticos maternos para profilaxia da infecção por SGB consiste em administração de Penicilina, Ampicilina ou Cefazolina > 4 horas do nascimento.
d- Administração de inotrópicos para perfusão inadequada/pressão arterial baixa na ausência de outra explicação ( por ex. anemia)
• Apesar de muitas vezes não ser possível discriminar no primeiro dia de vida se a
criança está infectada ou não, posteriormente, diante da evolução clínica e
resultados de hemoculturas, é possível descontinuar os antibióticos com segurança
em 36-48h.
RN usando
antibióticos
36-48hs
suspender
Completar 7-10 dias
antibióticos
Modo (Preset): Cardiac -> Cardio Pediátrico (em crianças maiores / adolescentes podemos
utilizar o modo adulto).
Transdutor (Probe):
- Adolescentes: S3-1.
Principais botões utilizados:
4 9
10
1
8 6
7
Janelas:
- Inclinar levemente o transdutor para a esquerda (para o feixe de ultrassom mostrar a imagem à
direita da coluna vertebral).
- Pressionar o botão “M-mode”. Manter o vídeo por alguns ciclos respiratórios e então apretar o
botão “Freeze”.
- Com o botão “Caliper” calcular a distância entre as paredes da veia cava na inspiração e na
expiração (índice de distensibilidade / colapsibilidade da Cava inferior).
Veia supra-hepática
2- Subcostal:
- Transdutor na região subesternal. Índice voltado para a esquerda. “Afundar” o transdutor sob o
apêndice xifoide.
- Visualizar as 4 câmaras, com ênfase nos átrios. Avaliar neste corte a presença de derrame
pericárdico (observar ao longo da parede dos ventrículos).
Átrios
3- Apical / 4 câmaras:
- Avaliação de pressão sistólica na artéria pulmonar: apertar o botão “Color” para avaliação do
fluxo sanguíneo pela valva tricúspide. Na presença de jato azul (regurgitação valvar), apertar o
botão “Select” para poder mobilizar a linha (selecionar “Line” na parte inferior da tela).
Posicionar a linha no local da regurgitação e apertar o botão “CW” (Continuous wave). Após
algumas imagens da regurgitação apertar “Freeze”. Utilizar a ferramenta “Caliper” para calcular
a Pressão do fluxo (aparece no canto superior esquerdo da tela). Acrescentar 5 mmHg (pressão
estimada do AD) ao valor para obter a pressão sistólica na artéria pulmonar.
Ventrículo
Direito Ventrículo
Esquerdo
Átrio
Átrio
Direito
Esquerdo
Valva Tricúspide
(local de medida
da PSAP)
- Na mesma posição do apical 4 câmaras, inclinar o transdutor com o feixe voltado para a
cabeça do paciente.
- Obtenção da VTI (utilizada no cálculo do débito cardíaco): apertar o botão “Color” para
avaliação do fluxo sanguíneo pela valva aórtica. Apertar o botão “PW” (Pulse wave) e alinhar o
feixe com o jato do fluxo aórtico. Apertar o botão “PW” novamente. Após algumas imagens da
regurgitação apertar „Freeze”. Utilizar a ferramenta “Trace” para contornar a imagem do fluxo
sanguíneo e obter a VTI (em centímetros).
* essa imagem pode ser utilizada para avaliação de responsividade a volume também.
Ventrículo
Direito
Ventrículo
Esquerdo
Valva Aórtica
(local de medida
da VTI)
Átrio
Direito
Átrio
Esquerdo
Fluxo do
sangue pela
valva aórtica
(azul). Local de
medida da VTI
(doppler
Traçado para
pulsátil – PW)
medida da VTI
4- Paraesternal longitudinal (eixo longo):
- Transdutor entre o 2º e o 5º espaço intercostal, junto ao esterno. Índice voltado para o ombro
direito do paciente.
- Obtenção da imagem: átrio esquerdo, valva mitral, ventrículo esquerdo, valva aórtica, raiz da
aorta.
- Cálculo da fração de ejeção (método de Teichholz): posicionar a linha logo após a projeção da
ponta da valva mitral e apertar o botão M-mode. Após alguns ciclos cardíacos apertar Freeze.
Utilizar a ferramenta Calculadora (botão “Calc”) -> EF. Utilizar o botão “Enter” para medir o
diâmetro ventricular diastólico e sistólico. O valor da fração de ejeção aparece no canto superior
esquerdo da tela.
- Medida do diâmetro da aorta: utilizar o botão “Caliper” para medir o diâmetro da aorta, na
base interna da valva aórtica aberta.
Aorta
Ascendente
Ventrículo
Esquerdo
Átrio
Esquerdo
Local de medida
da fração de
ejeção (logo
após a abertura
da valva mitral)
Fração de ejeção
medida pela
calculadora Modo M: medida
das distâncias na
sístole e na
diástole
- Transdutor na mesma posição do eixo longo, com o índice voltado para o ombro esquerdo do
paciente.
- Cálculo da Fração de encurtamento (FS): obter imagem da cavidade ventricular esquerda com
os dois músculos papilares (sem visualizar a valva). Posicionar a linha entre os músculos
papilres e apertar o botão M-mode. Após alguns ciclos cardíacos apertar Freeze. Utilizar a
ferramenta Calculadora (botão “Calc”) -> FS. Utilizar o botão “Enter” para medir o diâmetro
ventricular diastólico e sistólico. O valor da fração de encurtamento aparece no canto superior
esquerdo da tela.
- Essa imagem pode ser utilizada para o cálculo da fração de ejeção (FE) também.
Ventrículo
esquerdo
Ventrículo
direito
6- Canal arterial:
- A partir do plano paraesternal longitudinal, subir um espaço intercostal e apontar o índice para
a cabeça/ombro esquerdo do paciente.
- Visualizar o ventrículo direito, valva pulmonar, tronco da artéria pulmonar, ramos direito e
esquerdo, projeção do canal arterial.
Fluxo do PCA na
artéria pulmonar
Circuito Hytrel F&P –
Neoflow e Babylog VN500 (Drager)
1. Duas traquéias longas,
duas traquéias médias,
uma traquéia curta
2. Ramo insp.: uma
traquéia longa, fio
aquecido (que será
passado dentro dessa
traquéia, com auxílio do
fio guia), peça T com
conector, uma traquéia
curta (checar
necessidade dessa
traquéia)
3. Peça T e conector em
evidência
4. Ramo exp.: uma traquéia
longa, uma traquéia
média, unidas por dois
conectores em cada
extremidade do dreno
5. Dreno exp. e conectores
em evidência
6. Ramo seco: traquéia
média isolada
Circuito Hytrel F&P –
Neoflow e Babylog VN500 (Drager)
7. Peça ISO e sensor de
fluxo neonatal
8. Sensor montado e
conectado ao cabo de
sensor neonatal (fixo na
portinhola lateral do
ventilador)
9. Peça Y com tampa
10. Y, peça ISO e sensor (com
cabo) em evidência
11. Conexões do
umidificador MR850: fio
amarelo (trio) no final do
ramo insp. e um dos
sensores azuis conectado
próximo ao copo (cunha)
12. O outro sensor de
temperatura será
conectado na peça T,
próximo ao Y
13. Pronto: o circuito
respiratório esta
montado
Válvula expiratória –
Neoflow / Babylog VN500
(Drager)
a) Corpo da válvula
b) Dreno coletor
c) Diafragma
d) Silenciador