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Testes Funcionais

Toda prova é um exame feito para testar e avaliar características ou qualidades de algo ou de
alguém. É todo mecanismo que busca verificar a capacidade funcional. Os testes medem o
grau de preservação da capacidade do indivíduo para realizar atividades de vida diária (AVDs) e
do grau de capacidade para desempenhar as atividades instrumentais de vida diária (AIVDs)
(ex: contar dinheiro, mandar mensagem)

A diminuição da capacidade funcional está ligas a alterações osteomusculares e neurológicas,


mas também a alterações cardiorrespiratórias devida à dispneia.

A dispneia reduz a capacidade funcional por limitação e dificuldade de realizar as atividades,


gerando descondicionamento físico. A redução de contratilidade muscular, diminui produção
de ATP, massa muscular e força muscular. Uma redução dos volumes e capacidades
pulmonares produz FR compensatória, e um aumento da FR é sinônimo de dispneia. Também
pelo predomínio de vias anaeróbias e não aeróbias, tendo assim déficit de O2. O uso das vias
anaeróbias aumenta a produção de H e de lactato gerando dores.

Os testes funcionais avaliam o VO2 através de testes máximos (cadenciados) e submáximos


(autocadenciados). Testes cadenciados dependem do ritmo do avaliador, testes
autocadenciados são testes que seguem o ritmo dos pacientes.

VO2

VO2= DC x Dif a-vO2. Quanto maior a VO2 menor a diferença arteiro venosa

É a capacidade de captar, transportar e metabolizar o O2. É o consumo de O2 em ml dado pelo


peso corporal por minuto tempo. O teste avalia esse consumo máximo durante o exercício

Testes máximos

Feito para o indivíduo atingir um nível e esforço pré-estabelecido, impondo um stress orgânico
intenso durante a realização deste. O objetivo é avaliar a aptidão cardiorrespiratória e o limiar
anaeróbico e do VO2 máx. O teste só é interrompido após chegar a fcmáx estimada, ou se o
paciente não aguentar mais

O fisioterapeuta até acompanha teste máximo, mas sempre é necessário a presença de um


médico devido o risco de eventos agudos como arritmia, PCR ou edema agudo pulmonar. Os
dois testes avaliam a demanda metabólica (duplo produto).

Em rampa- Pode ser feito em forma de rampa aumentando de forma gradual a velocidade e a
inclinação a cada 1 min.(bruce). Utilizado em pacientes fisicamente ativos
Escalonado- Há um aumento do estímulo com tempo de adequação do esforço até que
aumente novamente, ou seja, com descanso de 2 min, porém sem diminuir a velocidade e
inclinação.

Duplo produto: (PAS x FC)

-Determina o quanto o miocárdio está trabalhando


- Importante na doença

Indicações
• Detectar isquemia miocárdica que é • Diagnosticar e estabelecer o prognóstico
proporcional ao VO2 de determinadas doenças cardiovasculares
• Reconhecer arritmias cardíacas e • Prescrever exercícios a partir da
distúrbios hemodinâmicos induzidos pelo porcentagem de FCmáx.
esforço • Avaliar objetivamente os resultados de
• Avaliar a capacidade funcional e a intervenções terapêuticas
condição aeróbica

Fundamentação fisiológica

• Determinação do LA e do VO2 máx.


• A avaliação da reserva funcional: quanto do sistema pode atingir além do nível de repouso
em função do tipo de atividade realizada.
• Consegue diagnosticar qual o máximo fornecido por via metabólica a partir de determinado
esforço exposto.

Contraindicações gerais

• Embolia pulmonar
• Enfermidades agudas, febril ou grave
• Limitação física ou psicológica
• Intoxicação medicamentosa
• Distúrbios hidroeletrolíticos e metabólicos não corrigidos

Prescrição de exercício

Utiliza a FC máxima alcançada no teste ergométrico e o VO2 máx do teste de função


cardiopulmonar. Através da segunda fórmula de Karvonen:

FCT = (FCmax– FC de repouso) X percentual de treinamento (intensidade) + FC de repouso.

Teste ergométrico

Diagnostica doenças cardiovasculares, determina prognóstico e avaliação de resposta


terapêutica, tolerância ao esforço e sintomas compatíveis com arritmias ao exercício. Tipos de
ergômetro: bicicleta, esteira, escada, exerc. p/ MMSS, caiaque, etc. É quantificado pelo VO2
máximo estimado, podendo ser feito com fórmula de Karvonen 220-idade, há também a de
Tanaka sendo: 208(0,7-idade)

Teste cardiopulmonar de exercício- Ergoespirométrico

Além de avaliar o que é avaliado no teste ergométrico também se avalia diretamente o


consumo de VO2 máximo estimado, o consumo real de O2 (Vo2), produção de CO2 e
ventilação por minuto.

Testes clínicos de campo- Submáximos

São métodos de avaliação simples que produzem situações ou atividades comuns a rotina do
paciente tendo como objetivo avaliar a capacidade funcional.

O indivíduo é levado a atingir um nível e esforço pré-estabelecido sem impor um stress


orgânico intenso durante a realização do teste. Seu objetivo é determinar a aptidão
Cardiorrespiratória, com menor risco ao avaliador. Nestes testes a estimativa feita é a de FC
submáxima para não acarretar problemas. A conta é feita com a fórmula de Kelley 195-idade
ou Astrand 220-idade x 0,85

• TC6
• Teste do degrau
• Time Up and Go

Indicações

• Informações para diagnóstico clínico- diagnóstico fisioterapêutico. Analisa déficit de


equilíbrio, redução de capacidade funcional ou dispneia.
• Monitora intervenção farmacológica ou reabilitação- Avalia se o medicamento apresentou
uma resposta vasoconstritora ao exercício ou não.
• Avalia prognóstico terapêutico- mensurando status funcional e respostas cardiopulmonares
no esforço.
• Mensura status funcional e melhora a respostas cardiopulmonares ao esforço
• Indica estresse sensorial (BORG)
• É um indicativo preditor de mortalidade

Contraindicações

Absolutas
•Angina instável- é a dor no peito durante •ICC descompensado 10:30
o repouso e angina estável é a dor durante •Trombose de MMII
o exercício •IRpA
•IAM agudo (3-5 DIAS) •Anticoagulação abaixo de 24h
•Arritmias descontroladas

Relativas

FC em repouso > 120bpm


PA sistólica > 200mmHg e diastólica >120 120mmHg
Sat< 85% em repouso

Segurança

•Ser um lugar de fácil acesso- caso necessite de uma retirada médica


•Lugar grande (de preferência uma quadra), ter um cilindro de oxigênio
•Aspirina para anginas durante o teste
•Albuterol- Para pacientes que tem broncoespasmo devido exercício, o exercício aumenta a
temperatura liberando histamina.
•Ter treinamento de suporte básico de vida
•Ter contato fácil com um médico

Critérios imediatos para interrupção

• Cãibras nas pernas- é sinal de limitação de fluxo em MMII


• Aparência pálida ou acinzentada- Sinal de hipóxia
• Cansaço acima de 8 na escala de borg adaptada (0-10)
• Angina estável
• Dispneia intolerável
• Diaforese- transpiração intensa
• Sat> 80%
• Tontura
• Alcance da FC submáxima

Equipamentos

• Cardiofrequencímetro • Cilindro de O2 • Cones


• Escala de Borg • Esfigmo e esteto • Cadeira
adaptada (0-10) • Oxímetro
Preparação do paciente

Utilizar sapatos e roupas confortáveis e adequados. O paciente deve utilizar seus auxiliares de
marcha usuais durante o teste já que o teste quer mensurar AVD’s.

• Fazer uma refeição leve e os pacientes não devem ter exercitado vigorosamente dentro de 2
horas de começar o teste

Parâmetros

Avaliações de forma indireta: avaliação do duplo produto pela FC e PAS e VO2 pela FCmáx

Repouso: PA, FC, Sat e escala de borg

Teste de caminhada de 6 minutos- TC6

O TC6 é um teste funcional de esforço autocadenciado, onde os pacientes são solicitados a


caminhar o mais rápido possível, em uma pista plana de 30 metros com duração de seis
minutos. Objetivo: avalia a capacidade funcional de exercício de indivíduos doentes ou
saudáveis.

Métodos

• Feito com um corredor plano, de forma autocadênciada, dando Instruções e frases de


Incentivo recomendado pela ATS. É registrado o número de voltas, borg, FC, Sat e PA antes e
depois do teste. Durante são avaliados Sat e FC a cada 1 min.

Instruções

• O objetivo do teste é caminhar o mais longe possível por 6 min (sem correr), caminhando por
esse corredor entre os marcadores, quantas vezes puder durante 6 minutos.”

• “Eu vou te a informar cada minuto que passa, e aos 6 minutos, pedirei que pare onde está. 6
minutos é muito tempo para caminhar, então caso sinta a necessidade pode diminuir a
velocidade ou parar para descansar, mas por favor, retome assim que puder.”

“lembre-se de caminhar o mais rápido possível por 6 minutos, mas não corra ou trote, tem
alguma pergunta”

Super-estimular o paciente pode alterar seu ritmo não dando um teste fidedigno tornando o
teste cadenciado. Se o cansaço chega acima de 8 parar um pouco e descansar antes de voltar a
caminhar. Caso a Sat caia é preciso também interromper até que ela retorne.

Observações
Não andar ao lado do paciente, se necessário, fique sempre atrás.
Se o paciente faz uso de O2 suplementar, ele que deve carregar o cilindro
Pedir para que ele descanse caso atinja a FC submáxima voltando após ela abaixar
Realizar dois testes com intervalo de 30minutos para descartar efeito aprendizado. Há
diferenças de distâncias percorridas entre a primeira e segunda prova de 0 a 17%.

O retorno a esse teste após a reabilitação é classificado como clinicamente significativo


quando há entre os testes uma diferença de > 54 metros.

O que dá o diagnóstico clínico são os sinais vitais coletados, já o diagnóstico funcional é dado
pela distância percorrido. A fórmula mais utilizada é a fórmula de Iwama

Oxigênio suplementar

Se a suplementação de oxigênio for necessária durante o teste, o oxigênio deve ser


entregue da mesma forma com o mesmo fluxo utilizado normalmente. Se o fluxo precisar ser
aumentado durante as visitas subsequentes devido ao agravamento troca gasosa, isso deve ser
anotado na planilha. O tipo de dispositivo de fornecimento de oxigênio também deve ser
anotado em relatório - por exemplo:

''O paciente carregava oxigênio líquido ou empurrou ou puxou um tanque de oxigênio, o


fornecimento foi pulsado ou contínuo, ou um técnico caminhou atrás do paciente com a fonte
de oxigênio (não recomendado)''

Interpretação das variações pós intervenção

• Saturação- Fornece informações sobre a dessaturação induzida por exercício, gravidade e


progresso da doença. Identifica a necessidade de O2 durante esforço, quanto maior a queda
de Sat, maior a gravidade respiratória.
• FC- Taquicardia em repouso, durante o primeiro minuto e após o TC6 o aumento da FC foi
associado a resultados ruins, incluindo aumento da mortalidade. Significa uma demanda
metabólica reduzida aumentando a FC numa tentativa de suprir as demandas
FC e PA (duplo produto): Gravidade, limitação e Prescrição de treinamento. Quanto maior o
duplo produto maior o consumo de O2 , e demanda metabólica

•Dispneia- Borg: impacto da limitação do exercício sobre a vida diária. Dispneia á mínimos,
médios e moderados esforços.
•Fadiga-Borg: associada com menor DTP6', velocidade de marcha mais lenta, obstrução ao
fluxo aéreo mais grave e dispneia aos esforços
•Distância Total Percorrida DTP- (DMCI) após intervenções para o TC6 estimada entre 54 e 80
metros para um indivíduo ser considerado como realmente respondedor à uma determinada
intervenção

Teste do degrau

O teste mensura a capacidade funcional, através de esforço máximo ou submáximo,


dependendo do protocolo de aplicação escolhido. Ele tem baixo custo, simples e necessidade
de um pequeno espaço físico para sua realização; e de apenas um degrau utilizado como
ergômetro. Alguns são cadenciados e outros são autocadenciados.

O ato de subir degraus envolve um trabalho contra a gravidade e o uso de grupamentos


musculares não utilizados com frequência nas atividades cotidianas, o que acarreta respostas
fisiológicas distintas do teste de caminhada, tornando as demandas metabólicas e ventilatórias
mais intensas.

Testes máximos – cadenciados (paced)


Testes submáximos- autocadenciados (self-paced)
Altura do degrau: pode ser de 20cm ou 40cm
Tempo: 4 a 6 min.

Teste submáximo

Utiliza o step de 20cm, é autocadenciado. São dadas instruções de subir e descer os degraus o
mais rápido possíveis em 6 minutos. Segue o mesmo protocolo de dar frases específicas de
incentivo, reduzir com cansaço e queda de Sat.

Caso ele se sinta cansado ou com falta de ar, poderá diminuir o ritmo ou parar e descansar (na
cadeira oferecida) reassumindo o teste assim que possível.

• É registrado o número de subidas no degrau apenas quando os dois pés estiverem apoiados.
além de medir FC e sat durante

Teste máximo

No teste cadenciado o paciente deverá subir no degrau a cada toque sonoro aumentando a
quantidade de toques a cada minuto. No teste autocadenciado não há testes sonoros e a
subida é de acordo com o paciente.

Protocolo

Este teste não precisa ser repetido igual o TC6. A subida precisa ter alternância de quadríceps

• Dê estímulos padronizados a cada minuto, informando o tempo ainda restante: utilize frases
simples e diretas com tom de voz constante (por exemplo: “ o sr. Está indo muito bem, faltam
x minutos”)

• Não super-estimular o paciente estimulando outros comandos, sentenças longas e


linguagem corporal;
• Manter-se atento ao paciente e ao cronômetro, evitando conversas paralelas
• Quando estiver faltando 15 segundos avisar o paciente.
• Caso o paciente interrompa o teste, anote o tempo mas não pare o cronómetro: relembre
que ele pode descansar apoiado no suporte lateral ou, caso queira, na cadeira Ihe será
oferecida, lembrando-lhe, ainda, que ele poderá recomeçar o teste assim que se sentir melhor;
• Se o paciente não conseguir reassumir o teste, considere o tempo e o número de degraus
subidos, além das razões que o fizeram interromper o teste.

Fase pós-teste: Assim que o paciente interromper o teste, obtenha os mesmos sinais vitais e a
SpO2 registrados na fase pré-teste, além dos escores de sintomas. Inquira especificamente
acerca de qualquer outro sintoma concomitante, que tenha ou não contribuído para uma
eventual interrupção precoce do teste. Registre o número de degraus subidos com as duas
pernas: caso apenas uma das pernas tenha subido no momento da interrupção, conte como
1/2 degrau subido.
Aspectos controversos e interpretativos do TD6

O uso de degraus de diferentes alturas pode ser necessário em indivíduos nos extremos de
altura e com limitações Ortopédicas, por exemplo, pacientes com limitações ortopédicas
utilizam o degrau de 20cm.

O TD pode não fornecer uma estimativa confiável da capacidade funcional em alguns


indivíduos, já que subir tantas escadas assim não é algo comum do dia-a-dia. mas pode se
correlacionar com a tolerância máxima ao exercício, como por exemplo no caso de DPOC que
estará em sua atividade máxima

Não está claro se o maior grau de dessaturação no TD correlaciona-se com o observado na vida
diária

A limitação ao exercício pode ocorrer precocemente por fatores musculares periféricos e o


estresse cardiopulmonar pode não ser máximo em pacientes com acentuada perda da massa
Muscular, por exemplo, pacientes com sarcopenia serão limitados pela fraqueza e não pela
limitação ventilatória.

Para pacientes mediamente ativos com uma significativa melhora é interessante utilizar o teste
do degrau, por exigir mais

TUG

Avalia a mobilidade funcional, cujo desempenho está relacionado com o equilíbrio, marcha e
capacidade funcional do idoso, podendo indicar seu grau de fragilidade. Avalia risco de quedas
e a capacidade funcional do idoso fragilizado

• É utilizado pacientes muito fragilizados onde as vezes esse pequeno teste já o leva ao esforço
submaximo
• Tempo que um indivíduo leva para se levantar de uma poltrona padrão (altura aproximada
do assento de 46 cm),
• Caminhar uma distância de 3 metros, virar, caminhar de volta para a cadeira, e sente-se
novamente.
Como é realizado

Ele começa com as costas contra a cadeira, os braços apoiados nos braços da cadeira e seu
auxiliar de caminhada disponível

❏ Ele é instruído que, com a palavra. Vai, "ele deve se levantar e caminhar em um ritmo
confortável e seguro para uma linha no chão a 3 metros de distância, virar, voltar para a
cadeira e sentar-se novamente

❏ O sujeito caminha através do teste uma vez antes de ser cronometrado para se familiarizar
com o teste

❏ Um relógio de pulso com ponteiro de segundos ou um cronômetro pode ser usado para
cronometrar a execução.

Resultados

Normal: <10seg
Moderado: 10-19seg
Grave: > 20seg
Se a pessoa idosa usar algum tipo de acessório de marcha (bengala, andador), tolera-se o
tempo entre 10 a 19 segundos.

Critérios de interrupção

Só copiar slides

• FC submáxima alcançada
• Sapo2 <80% (Se a Sapo2 recuperar para ≥ 85% durante o TC6, o paciente pode ser solicitado
a retornar ao teste)
• Dor no peito
• Dispneia intolerável
• Cãibras nas pernas
• Síncope
• Sudorese
• Palidez

Teste de força muscular

O 1RM é feito apenas em ambulatório devido precisar de muitos pesinhos. O manômetro

O teste pode ser feito de forma incremental ou decrementa sendo mais indicada a incremental
com aumento gradual de resistência em KG. Avaliar à capacidade em realizar o movimento
sem compensação postural

Hand-grip

É um indicador e avaliador clínico, sendo um indicador geral de força e potência muscular


podendo estar relacionada com as taxas de mortalidade.

O paciente deve ficar sentado em com cadeira com apoio e e o braço apoiado em um apoio de
braço. O ombro aduzido, o cotovelo fletido a 90 graus e o antebraço e o punho neutro.
Solicitar que aperte o dinamômetro tanto quanto puder repetindo 3 vezes com um 30
segundos de descanso o valor considerado é o melhor dos 3. O teste é realizado
bilateralmente

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