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Provas de esforço e testes de

campo
MTF VI – PL3
Escola Superior de Saúde Fernando Pessoa
2024
Composição corporal:

• Massa corporal total


• Estatura
• Índice de massa corporal
• Envergadura
• Perímetros
• Dobras cutâneas

Avaliação Capacidade aeróbia

Condição • Consumo máximo de oxigénio (VO2 max)- medição


direta e indireta

física Capacidade anaeróbia (teste de 40


segundos)

Potência anaeróbia (saltos ou arremesso de


bola medicinal)

Força

Flexibilidade

Desempenho Neuromotor
Peso
Altura
Antropometria % Gordura Corporal
& Composição Perímetro de cintura
Corporal
IMC = peso/(altura)2
Índice de massa corporal

IMC em IMC em
Condição
Mulheres Homens

abaixo do peso < 19,1 < 20,7

no peso normal 19,1 - 25,8 20,7 - 26,4

marginalmente acima do peso 25,8 - 27,3 26,4 - 27,8

acima do peso ideal 27,3 - 32,3 27,8 - 31,1

obeso > 32,3 > 31,1

in NHANES II
Colesterol

Desejável Limite normal Aumentado


Colesterol total < 200 200 - 240 >240
LDL colesterol <130 130 - 160 >160
<40 ♂
HDL colesterol >60 40-60
<50 ♀
Triglicerídeos <150 150 - 200 >200
Perímetro abdominal
Síndrome metabólico
PROVAS DE ESFORÇO
Provas de esforço
Fundamentais na avaliação clínica dos pacientes

São realizadas no inicio e no fim de casa fase de RC

Fornecem dados importantes sobre capacidade


funcional

Avaliam as adaptações hemodinâmicas ao exercício


submáximo e máximo

Avaliam a presença de isquemia miocárdio, arritmias


induzidas ou que pioram com o exercício.
A prova de esforço ideal para usar com
todos os pacientes é a prova de esforça
com avaliação cardiopulmonar (CPET)

Que tipo de
prova de
esforço?
PROVA DE ESFORÇO STANDARD:
▪ Maximal Power Output
▪ FC e PA
▪ Sintomas anginais
▪ Anormalidades ECG

CPET:
Parâmetros
▪ VO2 pico
avaliados ▪ Limiares ventilatórios
▪ Cinética de O2
▪ Curva VE/VCO2

a análise de gases permite medir diretamente


o consumo de oxigénio, a eliminação de
dióxido de carbono e a ventilação,
Sendo eliminada a necessidade de realizar
estimativas de VO2max.
EQUIPAMENTO/STAFF:

▪ Laboratório
▪ Ergómetros
▪ Sistema ECG para exercício
▪ Carro para emergências
▪ Cardiologista e técnico treinados
Procedimentos
para teste PROCEDIMENTOS INICIAIS:
máximo em
contexto de RC ▪ Saber tolerância ao exercício do paciente
▪ Estimar a capacidade funcional e escolher o protocolo
▪ A exaustão do paciente deve ocorrer 10±2 min
▪ O paciente deve fazer a sua medicação habitual
▪ Teste deve ocorrer à mesma hora das sessões de RC
▪ Alterações relevantes no
segmento ST
Critérios para
parar terminar ▪ Arritmias graves
o teste ▪ Queda da pressão arterial
▪ Resposta hipertensiva
ERGOMETRO:
▪ Mais usado na reabilitação
▪ Preferência do paciente
▪ Familiarização do staff
Escolha do
ergómetro e PROTOCOLO:
protocolo ▪ Tolerância do paciente estimada
▪ Tipo de protocolo (Rampa vs. step by
step)
Ergómetros
Tipos de
protocolo
Intensidade
Protocolo
de Rampa
in Heyward, 2002
Protocolos mais usados em
ciclo-ergómetro

1 MET = 3.5 ml/kg/min)


Protocolo de Balke
Protocolo Astrand (Cicloergometro)

- Período aquecimento de 2 a 5 Warming up 2 to 5 minutes in


min em carga baixa low load
- Carga inicial: Initial load:
- mulheres - 50 watts ◦ Women 50w
- homens – 100 watts ◦ Men 100 w
- Aumento intensidade (2-2 min): Increasing intensity (2-2 min)
25 watts (M) ; 50 watts (H) ◦ Women 25w
◦ Men 50w
- “end-point”: Exaustão muscular
ou incapacidade para manter End-point
frequência de pedalar de 50 a 60 ◦ Muscular exhaustion or inability to
rpm. maintain pedaling frequency
from50 to 60 rpm
Protocolos mais usados em passadeira
É o teste mais utilizado para diagnosticar
doenças coronárias.

É possível predizer o VO2 max a partir do tempo


de performance, do estado de saúde
(saudável=1, doente coronário=0), da idade e
dos hábitos desportivos (ativo=1, sedentário=0).

Protocolo de
Bruce É relativamente rápido e fidedigno,
apresentando com os métodos de determinação
direta uma correlação elevada (R=0,98)

A maior desvantagem são as largas e abruptas


alterações de carga (grande incremento de
inclinação e da velocidade simultaneamente em
cada patamar).
in Heyward, 2002
Homens activos e Active and sedentary men - (Foster et al. 1984)[2]
sedentários
From the total walk/run time an estimate of the
VO2 máx (ml/kg/min) = 14,76 – athlete's VO2 max can be calculated as follows:
(1,379 x tempo (min) ) +
(0,451 x tempo2) – VO2 max = 14.8 - (1.379 × T) + (0.451 × T²) - (0.012 ×
(0,012x tempo3 ); (SE = T³)
3,35 ml/kg/min)
"T" is the total time of the test expressed in minutes
Mulheres activas e and fractions of a minute e.g. 13 minutes 15
sedentárias seconds=13.25 minutes
VO2 máx (ml/kg/min) = 4,38 x Active and sedentary women - (Pollock et al. 1982)[3]
tempo (min) - 3,90 ; (SE
= 2,7 ml/kg/min) From the total walk/run time an estimate of the
athlete's VO2 max can be calculated as follows:
Idosos e cardíacos
VO2 max = 4.38 × T - 3.9
VO2 máx (ml/kg/min) = 2,282 x
tempo (min) + 8,545 ; "T" is the total time of the test expressed in minutes
(SE = 4,9 ml/kg/min) and fractions of a minute.

Bruce protocol
Protocolo Bruce – desvantagens
Bruce Protocol- disadvantages
Grande aumento de carga de Big increase in cardiac work
trabalho entre os estadios,
diminui sensibilidade para 4th stage subject could walk or
detetar DC e pode levar à run with different VO2
interrupção prematura da prova
por claudicação ou fadiga e
estimativa de VO2 menos exata
no 4º estadio o utente pode
andar ou correr, com VO2
diferentes
Protocolo de Bruce Modificado
Modified Bruce Protocol
Estad. 1 - 2.7 km/h, 0 % Stage 1: 2,7km/h, 0% tilt, 2 MET
inclinação, 2 MET
Stage 2: 2,7 Km/h, 5% tilt, 3 MET
Estad. 2 - 2.7 km/h, 5 %
inclinação, 3 MET Follows standard Bruce Protocol

Segue com protocolo Bruce Used in cardiac patients and


standard elderly people

Usado em cardíacos
(estratificação risco pós SCA) e
idosos
Protocolo de Naughton

2.4 km/h
4.0 km/h
5.4 km/h
6.7 km/h
8.0 km/h

Velocidade: 3.2 Km/h


Protocolo de Balke-Ware
Protocolo Balke/Ware
Balke/Ware Protocol
Velocidade constante: 5,3 km/h Constant velocity: 5,3km/h
Inclinação: começa a 0%, Tilt: starts at 0%, increases 1%
aumenta 1% por minuto, após o per minute, after first minute
primeiro minuto.
Advantages: allows gradual
Vantagens: permite um gradual
“warm-up”, teste tipo “uphill warm-up, safer and easier to
walking”, seguro e mais fácil para non-trained and elderly
os não treinados e idosos.
Disadvantages. Lasts almost the
Desvantagens: demora quase o double tha Bruce protocol, to
dobro do tempo do protocolo de easy to trained individuals
Bruce, demasiado fácil para
indivíduos treinados.
Existência de um plateau no consumo de
O2

Critérios Concentrações de lactato sanguíneo


durante os primeiros 5 minutos de
para definir recuperação serem superiores a 8mmol/L
o alcançar O quociente respiratório no final do
de VO2 max: exercício ser superior a 1,00/1,10
FC no final do teste ser superior a 86% da
FC max
• Medir a FC e PA de repouso na postura de
exercício
• Comece o GXT com um aquecimento de 2-3 min
• Durante o teste, meça FC, PA e RPE em intervalos
regulares
Procedimentos • Meça a FC duas vezes em cada estágio (minuto
final)
gerais para • Avalie o exercício PA e RPE perto do final de cada
prova de fase
esforço • Descontinue o teste quando os critérios de
término forem alcançados. GXTs submáximos:
70% FC Reserva, 85% FC máxima)
• Realize o arrefecimento (≥ 5 min) exercitando-se
numa baixa taxa de trabalho, que não exceda a
intensidade do 1º estágio
• Monitorize a FC, PA, e RPE durante a recuperação
(6min)
Prova de esforço
No final do teste deve proceder-se a um período de recuperação que deve consistir
em:
• continuar a pedalar num ritmo equivalente ao 1º estágio do protocolo do
teste ou inferior
• movimentos passivos se o indivíduo experienciou sinais de desconforto ou
ocorreu uma situação de emergência
A FC e PA e eventuais sinais e sintomas do utente devem continuar a ser
monitorizados ≥ 5 min do período de recuperação
(estas avaliações devem prolongar-se por + tempo se ocorreram respostas anormais)

Evitar / monitorizar fenómenos de hipotensão pós exercício

Susana Lopes | EAIII | 2023-24


Prova Esforço Normal
• Sem isquémia: angina e/ou alterações no segmento ST (ECG)
• Tolerância ao esforço: > 80% dos METs previstos:
Homem = 14,7 – (0,11*idade)
Mulher = 14,7 – (0,13*idade)
• Arritmias: até 7 eventos
(sem pares, bi ou trigeminismo, taquicardia ventricular )
• Recuperação da FC (FCmax – FC no min 1):
- Em ortostatismo: ≥ 12 bpm
- Em decúbito: ≥ 18 bpm
• Evolução tensional:
- PAS no pico de esforço < 220 mmHg
- Variação da PAS (pico-repouso): > 30 mmHg PAS
- PAD mantem-se estável ou decresce ligeiramente
• Incompetência cronotrópica se:
- FCpico < 85% da FCmax teórica (= 220 – idade) ou
- FCpico < 62% da FCmax teórica sob betabloqueador
Susana Lopes | EAIII | 2023-24
Caso clínico
• Paciente com 41 anos, IMC
30.6, fumador.
• Intervenção coronária
percutânea.
• Alta hospitalar 5 dias após a
cirurgia.
• Medicação: clopidogrel,
ramipril, bisoprolol, and
pravastatin.
Caso Clinico
• Realizou Prova de Esforço
passado 3 semanas da
cirurgia.

Caso Clinico

▪ Interprete a prova de esforço.


Six Minute walk
Test
• A ansiedade, hostilidade, depressão, atitudes
e crenças relacionados com a doença e
exercício podem influenciar os resultados da
prova.
• Consiste em medir a distância máxima que
um paciente pode percorrer em linha reta
numa superfície plana e dura (normalmente
30m) durante um período de 6 minutos.
• Os incentivos dados ao testado não devem
ser diferentes dos recomendados e a altura do
dia em que é efetuado ao mesmo individuo
deve ser sempre a mesma.
Six Minute walk
Test
• Avalia a resposta integrada do sistemas envolvidos
no decorrer do exercício.
• Avalia o nível submáximo de capacidade funcional.
• É monitorizada a FC e, se disponível, a StO2. A
medição da pressão arterial e a Escala de Borg
também devem ser aplicadas antes e após o teste.
• Paciente deverá usar roupa confortável
• Deve permanecer cerca de 10 min sentado numa
cadeira e monitorizado.
in Weisman
IM e Zeballos
RJ. Cilinical
Exercise
Testing(2002)
Shuttle Walk Test
modificado
Modified Shuttle
Walk Test in
Morales et al. Am
Heart J(1999)
Testes de terreno

Resistência muscular Flexibilidade


Extensões de braços Senta e alcança alternado
Abdominais Flexibilidade de ombros
Bateria de testes
da aptidão física
funcional
Levantar e sentar na cadeira
Objetivo: Avaliar a força e
resistência dos membros
inferiores. Numero de
execuções corretas em 30
segundos.
Bateria de testes
da aptidão física
funcional
Flexão do antebraço/ arm
flexion
◦ Objetivo: avaliar a força e
resistência do membro superior.
Numero de execuções corretas em
30 segundo. (Mulher: 2,77kg;
Homem:3,63 kg)

◦ Goal: evaluate strength and


resistance of the arm. Number of
correct executions in 30 seconds.
Bateria de testes da
aptidão física funcional
Sentado e alcançar
◦ Objetivo: avaliar a flexibilidade dos membros
inferiores. Distância atingida na direção dos
dedos dos pés (-/+).

Sit and reach


◦ Goal: evaluate flexibility of the leg. Distance
reached towards the feet.
Bateria de testes da
aptidão física funcional
Alcançar atrás das costas
◦ Objetivo: avaliar a flexibilidade dos membros
superiores. Distância que as mãos podem atingir
atrás das costas (-/+).

Reach behind the back


◦ Goal: evaluate flexibility of the arm. Distance that
hands can reach behind the back.
Bateria de testes
da aptidão física
funcional
Sentado, caminhar 2,44m e
voltar
◦ Objetivo: Avaliar a velocidade, a
agilidade e o equilíbrio. Tempo
necessário para realizar a tarefa.

Sit, walk 2,44m and back


◦ Goal: evaluate velocity, agility and
balance. Time needed to
accomplish task
Bateria de testes da
aptidão física funcional
Andar seis minutos
◦ Objetivo: avaliar a resistência aeróbia. Distância
percorrida durante 6 minutos.

Six minute walk


◦ Goal: evaluate aerobic resistance. Distance
walked for 6 minutes
Bateria de testes da
aptidão física funcional
Dois minutos “Step” no próprio lugar
◦ Objetivo: avaliar a resistência aeróbia (teste
alternativo ao de 6 minutos). Total de “steps”
realizados em 2 minutos.

Two minutes “step” same place


◦ Goal: evaluate aerobic resistance (alternative test
to 6-minute walk). Total of steps performed in 2
minutes.
Bateria de testes
da aptidão física
funcional

Estatura e peso
◦ Objetivo: Determinar o índice de
massa corporal.

Height and weight


◦ Goal: determine BMI
1
2 Escala de Borg original- avaliar a dispneia durante o esforço
3 sistémico, repouso e exercício
4
5
6
7
6: Repouso
8
7-9: Muito Fácil
9
9 –11: Relativamente fácil
10
11-13: Ligeiramente cansativo
11
13-15: Cansativo
12
15-18: Muito cansativo
13
18-20: Exaustivo
14
15
16
17
18
19
20
0
0.5 Escala de Borg modificada
1
0: Nenhuma
2 0.5 : Extremamente leve (apenas perceptível)
3 1: Muito leve
2: Leve
4 3: Moderada
5 4: Algo forte
5-6: Forte
6 7-8: Muito forte
7 9: Extremamente forte (quase máximo)
10: Máxima
8
9
3-4: 60-70% FCmáx ou 45-60% VO2máx
10 4-6: 70-85% FCmáx ou 60-80% VO2máx
Escalas
Medida de Independência Funcional (MIF)
Indice de Barthel
Escalas de Qualidade de Vida (SF-36, SF-18,
EuroQoL)
Avaliação
de Risco
Enfarte do agudo do miocárdio (EAM):
pode ocorrer 7 vezes mais do que a morte
súbita durante a prática de exercício.
Riscos
associados à ◦ 4% a 20% dos EAM ocorrem após esforço
exaustivo.
prática do ◦ 4% a 7% dos EAM ocorrem dentro de um
exercício período de uma hora em que foi realizado
esforço ≥6 MET’s
◦ Porém, a incidência é maior em sujeitos que
não praticam exercício
A doença das árteria coronárias (DAC) está
Riscos associada a um maior risco de complicações
associados à cardiovasculares.
Reabilitação ◦ Complicações não fatais: 1 em 34,674h
Cardíaca ◦ Complicações fatais: 1 em 116,402h
◦ A taxa de mortalidade é 6x superior quando
não há equipamento/formação para intervir
caso de paragens cardíaca
• Não se deve subestimar o risco associado ao
exercício, mesmo considerando os seus
benefícios
• Estratificação do risco CV

Como • Profissionais de saúde devem saber as


condições patológicas associadas ao eventos
prevenir CV
complicações • Indivíduos devem ter saber quais os
sintomas/sinais relevantes
CV durante o
o exercício? • Staff treinado em emergências cardíacas e com
equipamento de ressuscitação
• Adequação da intensidade do exercício
Alterações significativas no
eletrocardiograma em repouso
Angina instável ou enfarte do miocárdio
recente
Embolia pulmonar aguda
Identificar
Hipertensão arterial não controlada
possíveis
contra- Diabetes não controlado
indicações Estenose aórtica severa
ao exercício Infeção sistémica
físico Distúrbios da visão e/ou vestibulares não
controlados
Estratificação do Risco Cardiovascular
de acordo com as Guidelines ACSM

1. Verificar se existe diagnóstico de doença cardíaca,


respiratória ou metabólica

2. Identificar Sinais e Sintomas relevantes


3. Identificar e Quantificar Fatores de Risco CV

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