Você está na página 1de 33

A RELAÇÃO ENTRE EXERCÍCIO FÍSICO SOB

ESTRESSE TÉRMICO AMBIENTAL E A


HIGIENE OCUPACIONAL:

Uma abordagem interdisciplinar

Carlos Akira Tresohlavy


Definições:

• Estresse Térmico Ambiental: Agentes estressores ou riscos


ambientais envolvendo o frio e o calor, que podem degradar à
saúde dos expostos.

• Higiene Ocupacional: Ciência e arte dedicada as estudo dos


estressores ambientais ocupacionais;

• Exercício Físico: É toda atividade envolvendo a geração de


força pelos músculos ativados, podendo ser mensurados em
força, torque, trabalho, potência ou velocidade.
OBJETIVO GERAL:

Analisar e integrar as metodologias de avaliação do estressor


térmico ambiental (calor) e seus envolvimentos fisiológicos, nas
áreas da educação física e higiene ocupacional.
Revisão da Literatura:

Higiene Ocupacional, 3 autores

Principais:

• Astete, Zidan e Giampaoli (1991);

• Ruas (1999); Ruas (2001);

• Fundacentro (2002).
Revisão da Literatura:

Fisiologia do Exercício, 3 autores

Principais:

• Foss e Keteyian (2000);

• McArdle, Katch & Katch (2003);

• Åstrand et al. (2006).


Higiene Ocupacional:

Notório saber na avaliação ambiental x Tabelas Metabólicas (pré-


fixadas)

Fisiologia do Exercício:

Notório saber em mensuração metabólica x Tabelas de avaliação


(pré-fixadas).

Proposta de Integração:

Notório saber na avaliação ambiental x Notório saber em


mensuração metabólica.
Resposta Fisiológica do Sistema Termorregulador:
Fatores que influenciam a troca térmica

Quantidade de gordura corporal :

•Aumento do custo metabólico;


•Dificuldade de evaporação do suor.
Técnicas de avaliação:
Higiene Ocupacional

Procedimento técnico:
Avaliação da Exposição do Calor – NHO 06

Conceitos:

IBUTG – Índice de Bulbo Úmido e Termômetro de Globo

M – Taxa Metabólica
Técnicas de Avaliação:

Critérios para avaliação:

Para ambientes internos e externos com carga solar:

IBUTG = 0,7 tbn + 0,3 tg

Para ambiente externo com carga solar direta:

IBUTG = 0,7 tbn + 0,2 tg + 0,1 tbs

Taxa Metabólica é enquadrada em tabela pré-definida


Técnicas de Avaliação:

IBUTG = IBUTG1 x t1 +IBUTG2 x t2 + ... +IBUTGi x ti + ... +IBUTGn x tn 60

Onde:

IBUTG = IBUTG médio ponderado no tempo (°C);

IBUTGi = IBUTG da situação térmica (i) em °C;

ti = tempo total de exposição na situação térmica (i) em minutos, no


período de 60 minutos corridos mais desfavorável.

i = iésima situação térmica

t1 +t2 +...+ti + ...+tn = 60 minutos.


Técnicas de Avaliação:

M = M1 x t’1 + M2 x t’2 + ... + Mi x t’i...+ Mm x t’m60

Onde:

M = taxa metabólica média ponderada no tempo (Kcal/h)

Mi = taxa metabólica da atividade (i) em Kcal/h;

t’i = tempo total de exercício da atividade (i) em minutos, no


período de 60 minutos ininterruptos mais desfavoráveis.

i = iésima atividade

t’1 + t’2 + ...+ t’i + ... + t’m = 60 minutos


Taxa Metabólica Estabelecida pela NHO – 06
Considera-se:
Homem padrão:
1,70 m e 70 Kg
Mulher padrão:
1,60 m e 60 Kg
Idade padrão:
35 anos
Valores s/ metabolismo basal
Taxa Metabólica Estabelecida pela NHO – 06
Tabela 2

Observação: para transformar w/m² para kcal/h multiplicar por 1,5463


Taxa Metabólica Estabelecida pela NR 15 Anexo 3

Tabela 2
Equipamentos de Medição

Conjunto Convencional

Conjunto Eletrônico

Marca Quest – Modelo QT–10 Marca Quest – Modelo QT–15


Critérios para a área esportiva
com relação a técnica de avaliação
Prática desportiva para locais abertos:
Sistema de Alerta com Bandeiras – Situações Térmicas Críticas:
Mensuração do Dispêndio da Energia Metabólica

Conceitos Importantes:

VO2 máximo – Volume de O2 consumido por uma pessoa em exercício


intenso

VO2 repouso – Volume de O2 consumido por uma pessoa em repouso

Potência anaeróbia ou aptidão – É a atividade de curta duração que


exige potência mecânica da força muscular para sua realização.

Potência aeróbia ou aptidão cardiorrespiratória – É a atividade de longa


duração que exige de 40% a 85% da capacidade máxima do individuo e
requerem capacidade cardiorrespiratória.
Mensuração do Dispêndio da Energia Metabólica:

Primeira Lei da Termodinâmica (Lavoisier)

Partindo do enunciado da Lei de Conservação da energia, é conclusivo


que o dispêndio de energia provoca a produção da mesma quantidade
de calor.

Kcal/min = custo metabólico


Mensuração do Dispêndio da Energia Metabólica:

Primeira Lei da Termodinâmica (Lavoisier)

Calorimetria indireta:

Como o consumo de oxigênio é igual a produção de calor, torna-se


valida a mensuração indireta do calor através do consumo de oxigênio.

Para cada pessoa, pode-se determinar o gasto energético


Individualmente.( Kcal/min)
Mensuração do Dispêndio da Energia Metabólica

Passo a Passo:
Mensuração do Dispêndio da Energia Metabólica

Para determinar o VO2 máximo é necessário determinar a


freqüência cardíaca máxima:

FCmáx = 220 – idade

Freqüência Cardíaca máxima – batimentos cardíacos por minuto.

Idade – anos
Protocolos dos testes de aptidão cardiorrespiratória
Teste de Rockport ou teste de milha

Consiste em caminhar com a máxima velocidade possível uma milha


(1610m), mensurando o VO2 máximo e é representado pela seguinte
fórmula:

VO2 máx (em ml/kg/min) = 132,853 – (0,0769 x peso corporal) –


(0,3877 x idade) + (6,315 x sexo) – (3,2649 x tempo) – (0,1565 x FC)

Peso corporal: em libras (para transformar em kg multiplicar por 2,205)


Sexo: 0 para mulher, 1 para homem
Tempo: em minutos
FC: Freqüência Cardíaca, mensurada no final do exercício, tomando 15
segundo e multiplicando por 4 (minuto)
Protocolos dos testes de aptidão cardiorrespiratória

Teste Cooper
Consiste em correr e ou pular por 12 minutos, o máximo possível
mensurando o VO2 máximo e é representado pela seguinte fórmula:

VO2 máx (em ml/kg/min) = 3,126 x (metros percorridos e/ou


corridos em 12 minutos) – 11,3

Peso corporal: em libras (para transformar em kg multiplicar por 2,205)


Sexo: 0 para mulher, 1 para homem
Tempo: em minutos
FC: Freqüência Cardíaca, mensurada no final do exercício, tomando 15
segundo e multiplicando por 4 (minuto)
Exemplo prático:

Aplicando o teste de milha em uma mulher.

Dados:

Sexo: Feminino 0
Peso corporal: 70,6 kg = 155,5 libras;
Idade: 30 anos;
Tempo: 13,56 minutos;
Freqüência cardíaca no final do percurso: 145 bpm.

VO2 máx (ml/kg/min.) = 132,853 – (0,0769 x 155,5) – (0,3877 x 30) + (6,315 x 0) –


(3,2649 x 13,56) – (0,1565 x 145)

VO2 máx (ml/kg/min) = 132,853 – (11,96) – (11,63) + (0) – (44,27) – (22,69)


VO2 máx (ml/kg/min) = 42,3 ml/kg/min.

Vo2máx = 42,3 ml/kg/min


Então:

42,3 ml/kg/min = 100%


31,72 ml/kg/min = 75% - considerando que a atividade exige 75 % da
capacidade máxima
Consumo energético em repouso = 3,5 ml/kg/min
Consumo total = 31,72 + 3,5 = 35,22 ml/kg/min

Transformando ml/kg/min em Kcal/h


0,035l/kg/min x 70,6 kg (peso da mulher) = 2.486l/min x 60 = 149,21l/h x 5,0
(Relação de Permuta Respiratória R) = 746,0 kcal

FCmax = 220 – 30 = 190 bpm (100%)


Freqüência cardíaca de trabalho = 145 bpm (76%)

Utilizando a escala de Borg, percebe-se que a mulher não é condicionada, pois


enquadrou-se na escala 13 – bastante duro – 76% dos bpm máximo
Escala de Percepção de Esforço (TEP)

Fonte: Borg (1982), citado por McArdle, Katch e Katch (2003, p. 493).
“Seminus até em pleno inverno, ao fabricarem vasos de vidros, os
operários permanecem junto aos fumegantes fornos; forçoso é que se
prejudique a acuidade da visão ao dirigi-la constantemente para as
chamas ou o vidro em fusão. Os olhos suportam o primeiro ímpeto
incandescente, mas logo depois choram seu infortúnio, ficam
lacrimejantes, debilita-se a sua natural constituição que é aquosa,
consumida e esgotada pelo excessivo calor "

Bernardino Ramazzini
“O macro objetivo desta pesquisa indiscutivelmente é tentar preencher
este espaço, levando informações pertinentes para as duas áreas, por
tratarem de assuntos de interesse mútuo, proporcionando aos atletas e
praticantes de atividade física, trabalhadores e estudiosos, mais
qualidade de vida, através da prevenção de doenças e enfermidades,
tendo como resultado pessoas ativas e práticas saudáveis.”

Obrigado pela paciência

Akira

Você também pode gostar