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ESTUDO DE CASO: CONDIÇÕES AMBIENTAIS EM INSTITUIÇÃO

HOSPITALAR

Este trabalho analisou a relação entre o conforto ambiental e produtividade em


instituição hospitalar localizada no Colar Metropolitano do Vale do Aço, Minas
Gerais. Os locais selecionados para o estudo foram à enfermaria feminina (P1)
e área de preparação de medicamentos (P2). A sobrecarga térmica foi
mensurada em consonância com os procedimentos técnicos estabelecidos na
Norma de Higiene Ocupacional (NHO) 06. Os níveis de pressão sonora e
iluminamento foram quantificados aplicando-se a NBR 10.152/00 e NBR
5.413/92 respectivamente. Além disso, foram realizadas entrevistas com
trabalhadores e determinados o Índice de Frequência de Absenteísmo (IFA) e o
Percentual de Tempo Perdido (PTP). Segundo a NBR 5.13/92 o Valor Mínimo
de Iluminamento (VMI) em P1 e P2 deveria situar-se em 200 e 500lux
respectivamente. Constatou-se violação do VMI em todas as medições
realizadas, atingindo -68,5% (δ=4,58%) em P1 e -74,2% (δ=5,14%) em P2. O
IBUTG não foi extrapolado em observância aos valores estabelecidos na NR
15, Anexo nº. 1. No entanto, os colaboradores apresentavam diversas queixas
quanto às condições de conforto termo-ambientais. Vale destacar, que as
áreas não eram aclimatadas e o baixo nível de conservação das persianas
implicava em alta incidência solar. O Nível de Pressão Sonora Ponderado (LPA)
atingiu 65dB(A) e 62dB(A) respectivamente em P1 e P2 extrapolando o nível de
conforto de 40dB(A) indicado para hospitais. O IFA e PTP foram
respectivamente iguais a 1,33 e 7,81% denotando exacerbação dos riscos
ambientais, em decorrência do iluminamento insuficiente, o desconforto
térmico, a poluição sonora, convívio com a dor e a angústia dos usuários. Este
conjunto de fatores implicava na prevalência de queixas relativas às condições
gerais de saúde entre os colaboradores. Destacavam-se as cefaléias (66,7%),
o cansaço físico (88,9%) e visual (66,7%), irritabilidade (33,3%), stress (77,8%)
e as dores no pescoço e nos ombros (55,5%). O conjunto de dados apontou a
necessidade de aperfeiçoamento nas políticas públicas direcionadas às
instituições hospitalares. Vale destacar que a poluição sonora é também
apontada como um fator que contribui negativamente para a recuperação dos
pacientes implicando em maior consumo de medicamentos, aumentando a
geração de resíduos potencialmente contaminados e onerando o Sistema
Único de Saúde. Entende-se que deve ser implantado um sistema gestão
integrado com ações em segurança, saúde, meio ambiente e responsabilidade
social. Certamente envolvendo o provimento em recursos financeiros pelo
poder público. No entanto, o custo do investimento é provavelmente bem
menor em comparação ao bem estar social.

PALAVRAS-CHAVE: Conforto Ambiental, Segurança, Produtividade, Serviços


de Saúde.

Autores:
Marluce Teixeira Andrade Queiroz*
Rodrigo Gorza Pagiola
Welington Luiz Ferreira
Paula Cristina Alvarenga Pereira
Graciela Santos Joana Ferreira de Oliveira
Carolina Andrade Queiroz

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