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Higiene Ocupacional

Introdução à Higiene Ocupacional – Agentes Físicos


Calor e Pressões Anormais

Responsável pelo Conteúdo:


Profa. Esp. Erika Gambeti Viana de Santana

Revisão Textual:
Profa. Esp. Kelciane da Rocha Campos
Introdução à Higiene Ocupacional
Agentes Físicos – Calor e Pressões Anormais.

Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos:


• Introdução ao tema
• Leitura Obrigatória
• Material Complementar

Fonte: iStock/Getty Images


Objetivos
• Definir higiene ocupacional, limite de tolerância e requisitos. Apresentar os agentes
físicos: interações térmicas – calor e pressões anormais, saber como funcionam e os
efeitos à saúde do trabalhador.

Caro Aluno(a)!

Normalmente com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o
último momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.

Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.

No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como sugestões


de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpretação e
auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados.

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de
troca de ideias e aprendizagem.

Bons Estudos!
UNIDADE
Introdução à Higiene Ocupacional – Agentes Físicos Calor e Pressões Anormais

Introdução ao tema
A International Occupational Hygiene Association (IOHA) define Higiene Ocupacional
como: “A disciplina de antecipar, reconhecer, avaliar e controlar riscos para a saúde no
ambiente de trabalho com o objetivo de proteger a saúde e bem estar do trabalhador e
proteger a comunidade como um todo.”

A antecipação visa identificar potenciais riscos no local de trabalho, antes que ocorra.

O reconhecimento visa identificar o potencial risco de um agente químico, físico ou


biológico, ou uma situação adversa para saúde.

A avaliação visa a medição da exposição pessoal do colaborador no seu local de


trabalho, relacionando o ambiente e o corpo - por exemplo, zona de audição e respiração
realizada por meio de avaliação dos dados da exposição ocupacional recomendada
(OELs), seguida por seus limites e critérios.

Da mesma forma, o controle do agente químico, físico ou biológico é obtido por


avaliações, que seguem procedimentos e/ou engenharia, fornecendo-nos o necessário.

A higiene ocupacional busca, portanto, a prevenção por meio da redução de exposição


aos agentes químicos, físicos e biológicos no ambiente de trabalho, adicionando, assim,
práticas eficientes.

Na área da saúde ocupacional, temos diversas disciplinas especializadas na proteção


da saúde, as quais exercem uma importante função para proteção da saúde dos
funcionários e público em geral (clientes), que são afetados. Diferentemente da Medicina
ocupacional, que visa a prática clínica (médicos), sofre o efeito do trabalho sobre a saúde
e da saúde sobre o trabalho, envolvendo, assim, a prevenção de problemas de saúde,
aprimorando as condições de vida e trabalho.

O estudo estatístico dos padrões de doenças em grupos de indivíduos está relacionado


à Epidemologia, diferente da Toxicologia, que relaciona e analisa prevendo os efeitos
das substâncias químicas sobre os organismos, sobretudo do homem.

A seguir, podemos ver as áreas de maior atuação de um higienista ocupacional:


• antecipação dos riscos à saúde em diversas situações de trabalho;
• reconhecimento dos riscos à saúde em locais de trabalho futuros e existentes;
• avaliação dos riscos à saúde no local de trabalho, obtida por análises qualitativas e
pesquisas de medidas quantitativas de exposição;
• diminuição dos riscos contra a saúde, para a qual ocorre uma seleção apropriada
de medidas, sendo necessário certo conhecimento em substituição, eliminação e
ventilação por exaustão local;
• desenvolvimento de controle sob medida para locais maiores e que sofreram
mudanças, pois medidas prontas não irão se adequar a essas atividades exclusivas;

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• investigação para que sejam averiguadas as causas da doença relacionada, o que
também é necessário.
• dentre as atividades ligadas à saúde ocupacional, salientamos que a assistência deve
ser realizada por meio de inspeção de saúde e monitoramento biológico;
• treinamento e educação - todas as informações devem ser passadas aos colabo-
radores junto ao treinamento das medidas corretas de controle, para que posam
evitar os riscos;
• os métodos aperfeiçoados de reconhecimento são obtidos por meio de atividades
de pesquisa, com isso desenvolvemos a avaliação e o controle de exposição.

O higienista ocupacional pode trabalhar constantemente próximo a diversos setores;


por exemplo, gerente de projeto, engenheiro, ambientalista, segurança, médico, etc.,
em propósito da diminuição dos riscos à saúde no local de trabalho.

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Leitura Obrigatória
A higiene ocupacional
Analisando a história e suas tendências, podemos notar um avanço geral no
entendimento e controle dos riscos à saúde, mesmo sabendo que ainda precisamos de
muitas respostas. Contudo, as atividades industriais no mundo vêm crescendo, junto aos
avanços tecnológicos, significando, assim, que o número de pessoas expostas aos novos
riscos aumenta, devido ao crescimento tecnológico introduzido no local de trabalho. A
Organização Mundial de Saúde estima no mundo que:
• são 2.000.00 de mortes relacionadas ao trabalho por ano, sendo por doenças a
causa maior; esse número é considerado uma estimativa inferior do número real,
devido à falta de dados disponíveis;
• são 386.000 mortes a cada ano pela exposição a partículas transportadas pelo ar:
(asma: 38.000; COPD: 318.000; pneumoconioses: 30,000). Isso totaliza quase
6,6 milhões de DALYs (ano de vida ajustado pela incapacidade) (asma: 1.621.000;
COPD (doença pulmonar obstrutiva crônica): 3 733.000, pneumoconioses:
1.288.000) em decorrência de exposição a partículas transportadas pelo ar;
• são 152.000 mortes por ano por carcinógenos no local de trabalho: (câncer pulmo-
nar: 102.000; leucemia: 7.000; mesotelioma maligno: 43.000) e aproximadamen-
te 1,6 milhão DALYs (câncer pulmonar: 969.000; leucemia: 101.000; mesotelio-
ma maligno: 564.000) em decorrência de exposição a carcinógenos ocupacionais;
• 37% da dor lombar são atribuídos à ocupação, com variação em dobro entre
regiões. Estima-se que a dor lombar relacionada ao trabalho cause 818.000 DALYs
perdidos anualmente.

COPD: Doença pulmonar obstrutiva crônica, que é a bronquite crônica e enfisema, duas
doenças geralmente coexistentes dos pulmões nas quais as vias aéreas se tornam estreitas.
DALYs: São os anos de vida ajustados pela incapacidade – a soma de anos de vida potencial
perdidos em decorrência de mortalidade prematura e anos de vida produtiva perdidos em
decorrência de incapacidade.

A higiene ocupacional pode ser observada através da comparação de estatísticas de


incidências com a má saúde. Na Grã-Bretanha, o número de mortes em decorrência
de atividades relacionadas ao trabalho é de aproximadamente 250. Isso pode ser
comparado ao número de mortes em decorrência de acidentes de trânsito, que é de
aproximadamente 2500. No entanto, o número de mortes a cada ano em decorrência
de câncer e doença respiratória relacionada ao trabalho é estimado em 12.000.

Definindo HO – Higiene Ocupacional:


• Propõe-se a prevenção da doença ocupacional, por meio da antecipação,
reconhecimento, avaliação e controle dos agentes ambientais, sendo esta sua
definição básica.

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• “Prevenção da doença” - recomenda-se ser entendida por um sentido amplo,
conduzida à prevenção e ao controle das exposições inadequadas a agentes
ambientais, tornando-se um passo anterior à variação da saúde.
• A atuação da higiene ocupacional de maneira conclusiva deve-se à maneira de
evitar que os colaboradores contraiam doenças no local de trabalho, por meio de
intervenções, atuando predominantemente por meio da medicina ocupacional.
• Os agentes ambientais considerados na higiene ocupacional são chamados de físicos,
químicos e biológicos, tendo em vista que dentre eles existem fatores considerados
que também causam doenças e desconfortos, como, por exemplo, o stress.
• Os agentes físicos são, de maneira ampla, uma forma de energia que explora o
colaborador na utilização dos processos e equipamentos por meio dos ruídos,
vibrações, calor/ frio (interações térmicas), radiações ionizantes e não ionizantes,
pressões anormais.
• Os agentes químicos, de dimensão físico-química, são classificados em: gases,
vapores, aerodispersóides (poeiras, fumos, névoas, neblinas, fibras). Entendemos
os agentes químicos como substâncias puras, compostos ou produtos (misturas) que
entram no organismo por diferentes vias, expondo o colaborador. Cada caso tem
sua toxicologia específica, sendo também possível agrupá-los em famílias químicas,
quando de importância toxicológica (hidrocarbonetos aromáticos, por exemplo).
• As “vias de acesso” ou de contato com o organismo, consideradas tradicionalmente,
são a via respiratória (inalação), de maior importância, seguida da via dérmica,
denominada cutânea (através da pele intacta) e digestiva (ingestão).
• Os agentes biológicos são representados por todas as classes de microrganismos
patogênicos (algumas vezes adicionados de organismos mais complexos, como
insetos e animais peçonhentos): vírus, bactérias, fungos. Vale lembrar que merecem
uma ação mais específica em relação a outros agentes.
• Para realização dos processos de antecipação, o reconhecimento, a avaliação e
o controle dos agentes ambientais, são necessárias múltiplas ciências, tecnologias
e especialidades. Para a avaliação e o controle, é importante a engenharia; na
avaliação, também se exige o domínio dos recursos instrumentais de laboratório
(química analítica); no entendimento da interação dos agentes com o organismo, a
bioquímica, toxicologia e a medicina. A compreensão da exposição do trabalhador
a certo agente passa pelas características físicas e/ou químicas, necessitando, assim,
do uso dessas ciências básicas.
• O reconhecimento é um alerta; a adequada avaliação levando-se a uma decisão de
tolerabilidade; os riscos intoleráveis sofrem uma ação de controle.
• É necessário conhecer a intolerabilidade dos valores de referência existentes, e com
isso os limites de exposição.
• O objetivo final da atuação em higiene ocupacional é a maximização da eliminação
dos riscos nos ambientes de trabalho; sendo eles de exposição a médio ou longo
prazo, basicamente o objetivo é manter as taxas de exposição mais baixas possíveis.

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• No caso dos agentes que não são medidos a longo ou médio prazo, chamados de
exposições agudas (curto prazo), obtemos variações e formas de exposição diferenciadas.

Os conceitos dos limites de tolerância (limites de exposição)


Vamos por aproximações sucessivas, e ao mesmo tempo discutindo e construindo o
conceito, com aspectos associados:
• Em um valor abaixo do qual não haverá doenças? (seria muito grosseiro e pretensioso).
• Em um valor abaixo do qual há razoável segurança contra o desencadeamento das
doenças causadas por um agente ambiental? (melhorou, mas ainda falta muito).
• Em um valor abaixo do qual há razoável segurança para a maioria dos expostos
contra o avanço de doenças causadas por um agente ambiental? (essa adição é
fundamental).
• A definição da ACGIH (American Conference of Governmental Industrial Hygienists
– e em conjunto o item sobre Associações e entidades em Higiene ocupacional):
“A quantidade de substâncias químicas no ar é o fator decisivo para aferição dos
limites de exposição e intensidade aos colaboradores, representando os níveis de
condições aceitáveis adversos à saúde, devido à exposição repetitiva”.
• A definição acima é completa, mas não diz tudo (porque há muitas considerações
associadas, que não cabem numa definição). Dessa forma, é preciso alertar para:
• a “maioria” implica uma “minoria”, ou seja, pessoas que não estarão necessariamente
protegidas ao nível do LE ou até abaixo do mesmo podem ser pessoas hipersuscetíveis
pela própria natureza da variabilidade individual (todo critério tem um ponto de
corte; até recentemente, o LE para ruído da ACGIH pretendia a proteção de 90%
dos expostos) ou por fatores de hipersusceptibilidade específica, como é o caso dos
albinos em relação à radiação ultravioleta.
• É preciso conhecer quais os efeitos que o LE pretende evitar. Muitas vezes, não se
evitarão todos os efeitos. No caso do ruído, trata-se apenas da perda auditiva induzida,
embora se saiba que há outros efeitos à saúde. Muitas vezes, é difícil modelizar tais
efeitos para fins de um limite, pois há grande variabilidade individual; outras vezes,
simplesmente não há relação dose - resposta, como no caso de carcinogênicos (o
LE para asbestos pode protegê-lo da fibrose pulmonar, mas não dos cânceres, cuja
relação é aleatória, uma chance dependente do nível de exposição - já fica aqui a
mensagem para evitar toda exposição ao dito cujo).
• É preciso conhecer qual a base de tempo do LE, sobre o qual se estabelece a
média ponderada de exposição (esta já é uma questão de avaliação); pode ser de 6
minutos, como ocorre com radiofrequência, uma hora para exposição ao calor, e
mais frequentemente 8 horas, ou a jornada, para a maioria dos casos.
• É preciso lembrar que o limite de exposição representa a melhor abordagem disponível,
dentro de certos critérios, a respeito do conhecimento acerca do agente ambiental
em termos correntes, ou seja, é um conceito sujeito a contínua evolução, apenas o

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que se conhece na atualidade de sua emissão. Frequentemente, os LE são rebaixados
e raramente aumentados (ou seja, houve alguma superestimação do risco).
• Os LE no contexto técnico-legal são chamados de Limites de Tolerância e são
abordados na LEI 6514/77 e nas Normas Regulamentadoras (NR’s). É claro
que, nesse caso, muitas considerações técnicas complementares não podem ser
enunciadas. O uso do LT está associado à caracterização ou não da insalubridade
associada a um agente ambiental e ao pagamento do respectivo adicional.

O método tem comprovado a efetividade de uma série de medidas que, em conjunto


ou individualmente, podem ser de serventia na redução dos riscos ao que estão expostos
os colaboradores. Separados em duas classes distintas: medidas relativas ao ambiente
(processos, máquinas, produtos e operações), e medidas relativas ao colaborador que
recebe involuntariamente os agentes.

As medidas relativas ao ambiente são:


a) Substituição do produto tóxico ou nocivo - a substituição de um material
tóxico não é sucessivamente plausível; entretanto, quando o é, representa a
maneira mais segura de eliminar ou reduzir um risco. Entre os inúmeros exemplos
que podem ser citados no emprego desse método, está a troca do chumbo
por óxido de titânio e zircônio, e por sais de zinco, em esmaltes vitrificados e
pinturas. Como é sabido, o chumbo era usado como constituinte em esmaltes
vitrificados, e tendo a propriedade de solubilizar-se em soluções cítricas (limonada)
ou acéticas (vinagre), teve de ser substituído na fabricação de artigos de louça
para uso doméstico. Nas pinturas, a substituição teve de dar-se notadamente na
fabricação de brinquedos e tintas domiciliares. Também é um bom exemplo a
substituição do quartzo granulado, que é usado na limpeza de peças metálicas
em jato sob pressão, por granalha de aço, o que reduz de forma considerável
o risco de silicoses (quando não se tratam de peças fundidas em areia, é bom
frisar). De maneira equivalente, foram substituídos os sais de mercúrio, usados
no tratamento dos pelos de animais e na fabricação de chapéus de feltro, por
uma mistura de água oxigenada e sulfato de sódio.
b) Mudança ou alteração do processo ou operação - a mudança de processos
visa proporcionar oportunidades para melhoria das condições de trabalho.
Normalmente, a maioria das mudanças ou alterações é realizada para redução
de custos. Porém, cabe ao colaborador e profissional em segurança conseguir
adequar seus objetivos, lutando por alterações voltadas ao ambiente de trabalho.
Dentre elas, as operações cujos riscos essas medidas eliminam ou reduzem
significativamente, podemos citar as seguintes:
·· utilização de pintura por imersão ao invés de pintura a pistola;
·· processosúmidos no lugar de operações “a seco”, para o controle de
suspensões de partículas;
·· mecanizaçãoe automatização de processos, como o ensacamento de pós e
a mecanização do empastamento de placas de baterias.
c) Encerramento ou enclausuramento da operação - essa ação, como se
autointitula, consiste no confinamento da operação, objetivando-se, assim, impedir

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a dispersão do contaminante por todo o ambiente de trabalho. Como exemplo,


pode-se citar: as câmaras de jateamento abrasivo e o manuseio de solventes
altamente tóxicos. Quando o operador não está incluído no enclausuramento,
e só tem acesso à operação através de aberturas especiais, temos as chamadas
“Glove Boxes” (caixas com luvas). As caixas, que envolvem a operação, são
de materiais transparentes ou dotados de visores, e as aberturas de manuseio
“vestem” luvas impermeáveis no operador, isolando totalmente o processo. São
exemplos: o esmerilhado e gravação de cristais, caixas de jateamento abrasivo,
alguns dos processos da indústria química.
d) Segregação da operação ou processo - a segregação ou isolamento é
particularmente útil para operações limitadas que requerem um número
reduzido de trabalhadores, ou onde o controle por qualquer outro método é
muito dificultoso. A tarefa é isolada do restante das operações e, portanto,
a maioria dos trabalhadores não é exposta ao risco específico; aqueles que
realmente estão envolvidos na operação receberão proteção individual
especial e/ou coletiva, tornada economicamente viável pela própria ação de
segregação. A segregação pode ser feita no espaço ou no tempo. Segregação
no espaço significa isolar o processo a distância; segregação no tempo significa
executar uma tarefa fora do horário normal, reduzindo igualmente o número
de expostos. Exemplos: setores de jateamento de areia na indústria em geral
e na construção naval (segregação no espaço); manutenção e reparos que
envolvem altos riscos (segregação no tempo).
e) Ventilação geral diluidora - o propósito que se tem em vista, ao instalar-se
um sistema de ventilação geral em um ambiente de trabalho, é o de rebaixar
a concentração de contaminantes ambientais a níveis aceitáveis mediante a
introdução de grandes volumes de ar, efetuando-se a diluição dos mesmos. Deve-
se lembrar de que não se recomenda o seu uso nos casos em que o contaminante
é disperso próximo à zona respiratória do trabalhador, pois seu efeito é nulo do
ponto de vista da Higiene industrial. A renovação do ar pode-se dar positivamente
(insuflamento) ou negativamente (exaustão), e a decisão deve basear-se na
possibilidade de que haja escape de ar contaminado a outros recintos adjacentes.
O volume de ar envolvido deve relacionar-se com o volume de contaminante
gerado na unidade de tempo, e não como se costuma fazer na ventilação de
conforto, no volume do recinto (trocas de ar por hora). Em geral, aqueles
volumes são bastante superiores, podendo causar estranheza a profissionais
das áreas de ventilação e ar condicionado, normalmente não envolvidos em
higiene industrial. Do ponto de vista econômico, a ventilação geral apresenta o
inconveniente de requerer volumes de ar muito altos, quando se trata de diluir
contaminantes de alta toxicidade; assim, para diluirmos os vapores produzidos
por um kg de benzeno a valores aceitáveis, são necessários milhares de m3 de
ar; se o mesmo tivesse que ser feito para a nafta solvente, seriam necessárias
apenas poucas centenas de m3 de ar. Outras aplicações da ventilação geral
diluidora, em Higiene industrial, estão relacionadas principalmente com calor.
f) Ventilação local exaustora - a ventilação local exaustora é dos sistemas mais
eficazes para se prevenir a contaminação do ar na indústria. O princípio em que

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se baseia é o de capturar o contaminante no seu ponto de origem (ato contínuo à
sua geração), antes que o mesmo atinja a zona respiratória do trabalhador, usando
para isso a menor quantidade de ar possível. O contaminante assim capturado
é levado por tubulações ao exterior, ou ao sistema de coleta do contaminante.
Um sistema de ventilação local exaustora compreende várias partes básicas. A
primeira delas é a tomada de ar ou captor, que deve ter a forma mais adequada
de adaptação à máquina ou processo que gera o contaminante. Em geral se
desconhecem características intrínsecas de sistemas de sucção, tais como a de
que as superfícies isométricas de captura têm seu poder drasticamente reduzido
ao afastar-nos da boca da tubulação. Assim, para uma boca cilíndrica, a uma
distância da mesma igual ao seu diâmetro, a velocidade do ar ingressante é de
apenas 7% da velocidade na boca. Do exposto, deduz-se que a tomada de ar
deve estar tão acercada quanto possível da fonte de produção de contaminante.
A parte seguinte do sistema compõe-se das tubulações ou condutos, através dos
quais circula o ar aspirado. A velocidade do ar nos mesmos deve ser calculada
de modo que o contaminante não se deposite no seu interior por sedimentação.
Quando o contaminante é tóxico e a sua dispersão na atmosfera pode contaminar
outras áreas de trabalho ou a vizinhança, ou, ainda, quando o mesmo possuir
alto valor intrínseco, o sistema deve incluir um dispositivo de coleta, localizado
num ponto do sistema antes que o ar evacuado seja lançado na atmosfera.
Os sistemas existentes de uso mais generalizado são os ciclones, câmaras de
sedimentação, filtro de mangas, precipitadores eletrostáticos, processos úmidos,
lavadores, entre outros, e seu uso e escolha dependem de parâmetros como:
granulometria do material, vazão a manipular, molhabilidade, toxicidade,
explosividade, ação corrosiva do contaminante, etc. Outro elemento constituinte
dos sistemas de ventilação é, obviamente, o ventilador, o qual é colocado em
geral, mas não necessariamente, após o sistema coletor. A razão dessa forma
de instalação é que desse modo todo o sistema se encontrará em pressão
negativa, evitando a fuga de ar contaminado ou semicontaminado à atmosfera.
Esse arranjo também é favorável, quando o contaminante tem ação erosiva ou
corrosiva, o que poderia diminuir sensivelmente a vida útil do ventilador. Logo
depois de instalados, os sistemas de ventilação devem ser verificados quanto à
operação, observando-se as especificações de projeto, como vazões, velocidades
nos dutos, pressões negativas, entre outras. Os parâmetros de operação devem
ser verificados periodicamente como medida usual de manutenção.
g) Manutenção - rigorosamente, não se pode considerar este como um método
de prevenção no sentido estrito da palavra, mas constitui parte e complemento
especialmente importante de qualquer dos anteriores, não só quando se trata dos
equipamentos de controle de riscos ambientais, mas também de equipamentos
e instalações em geral na empresa. É frequente, devido ao pouco conhecimento
do industrial de seus problemas ambientais, que a ação das medidas adotadas
se esterilize com o tempo, por falta de uma manutenção adequada. Programas
e cronogramas de manutenção devem ser seguidos à risca, respeitando-se os
prazos propostos pelos fabricantes e projetistas de equipamentos.
h) Ordem e limpeza - boas condições de ordem e limpeza e asseio geral ocupam
uma posição chave num sistema de proteção ocupacional. Basicamente, é mais

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uma ferramenta a ser adicionada àquelas já listadas na prevenção de dispersão


de contaminantes perigosos. O pó em bancadas, parapeitos, rodapés e chão,
sedimentado nas horas calmas e ao longo do tempo, pode prontamente ser
redispersado na atmosfera do recinto pelo trânsito de pessoas e equipamentos,
vibrações e correntes aleatórias. O asseio é sempre importante; onde há
materiais tóxicos, é primordial. A limpeza imediata de quaisquer derramamentos
de produtos tóxicos é importante medida de controle. Um programa de limpeza
periódica, usando-se aspiração a vácuo, seja por aspiradores industriais, seja
por linhas de vácuo, é o único meio realmente efetivo para se remover pó e
partículas da área de trabalho. Nunca o pó deve ser soprado com bicos de
ar comprimido, para “efeito” de limpeza. Nos casos de pós de sílica, chumbo
e compostos de mercúrio, estas são medidas essenciais. Igualmente, no uso,
manuseio e estocagem de solventes, o asseio deve incluir limpeza imediata
de respingos ou vazamentos, por pessoal que use equipamentos de proteção
pessoal, e o material empregado, como panos, trapos, papel absorvente, devem
ser dispostos em recipientes herméticos e removidos diariamente da planta. É
impossível manter-se um programa efetivo de saúde ocupacional sem que se
assuma a constante preocupação com os aspectos totais de ordem e limpeza.

As medidas relativas ao pessoal são:


a) Equipamento de proteção individual - os equipamentos de proteção individual
devem ser sempre considerados como uma segunda linha de defesa, após
criteriosas considerações sobre todas as possíveis medidas de controle relativas ao
ambiente, que possam eventualmente ser tomadas e aplicadas prioritariamente.
Entretanto, há situações especiais, como já foi notado, nas quais as medidas de
controles ambientais são inaplicáveis total ou parcialmente; nesses casos, a única
forma de proteger o pessoal será dotá-lo de equipamentos de proteção individual.
O uso correto dos EPIs, por parte dos trabalhadores, assim como as limitações de
proteção que eles oferecem, são aspectos que o pessoal deve conhecer através de
treinamento específico, coordenado pelo Engenheiro de Segurança.
b) Educação e treinamento - as ações de educação e treinamento, principalmente
aquelas dirigidas à Segurança e Higiene do Trabalho, devem ter lugar sempre
independentemente da utilização de outras medidas de controle, sendo na
realidade importante complementação a qualquer uma. Tais ações, que devem
ser conduzidas e coordenadas pelo Engenheiro de Segurança da empresa,
devem incluir, entre outros itens, a conscientização do trabalhador quanto aos
riscos inerentes às operações, aos riscos ambientais, e às formas operacionais
adequadas que garantam a efetividade das medidas de controle adotadas, além
do treinamento em procedimentos de emergência, noções de primeiros socorros
e medidas de urgência adequadas a cada ambiente de trabalho específico, que
serão desenvolvidas com a participação do médico do trabalho.
c) Controle médico - exames médicos pré-admissionais e periódicos constituem
medidas fundamentais, de caráter permanente, e se situam entre as principais
atividades dos serviços médicos de empresa. Os exames pré-admissionais
apresentam características importantíssimas de seleção ocupacional, podendo
se comparar aspectos desejados e não desejados. De acordo com a função ou

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atividade específica do trabalhador na empresa, cotejam-se aspectos operacionais,
de compleição, de habilidade e de destreza, de atenção e percepção, de
susceptibilidade individual, alergênicos, etc., com os requerimentos e os fatores
de risco de tais funções ou atividades. As características devem ser ditadas pelo
médico, assessorado de dados técnicos específicos. Os exames médicos periódicos
dos trabalhadores possibilitam, além de um controle de saúde geral do pessoal, a
detecção de fatores que podem levar a uma doença profissional, assim como serão
uma forma de avaliar a efetividade dos métodos de controle empregados. Outros
exames importantes são aqueles necessários à mudança de função; ao retorno ao
trabalho após tempo dilatado de afastamento e o exame demissional.
d) Limitação de exposição - a redução dos períodos de trabalho torna-se
importante medida de controle onde todas as outras medidas possíveis forem
inefetivas, impraticáveis (técnica, física ou economicamente) ou insuficientes
no controle de um agente, por não se lograr, desse modo, a eliminação ou
redução do risco a níveis seguros. Assim, a limitação de exposição ao risco,
dentro de critérios técnicos bem definidos, pode tornar-se uma solução efetiva e
econômica em muitos casos críticos. São exemplos típicos desse procedimento
os controles de exposições ao calor intenso, a pressões anormais, ao ruído e às
radiações ionizantes.

Destacam-se as associações higienistas estrangeiras, como a ACGIH (American


Conference of Governmental Industrial Hygienists) e a AIHA (American Industrial
Hygiene Association), uma internacional, a IOHA (International Occupational Hygiene
Association), que é uma associação de associações, e nacionalmente, a ABHO
(Associação Brasileira de Higienistas Ocupacionais).

As entidades a se destacar são o NIOSH (National Institute of Occupational Safety and


Health) norte-americano, governamental, e seu homólogo nacional (conceitualmente
falando), que é a Fundacentro (Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e
Medicina do Trabalho). Também são especialmente importantes as entidades do Canadá,
França e Espanha (neste último caso, pela maior facilidade quanto ao idioma).

O profissional ocupacional estará, mais que muitos outros técnicos, sempre atuando
num contexto técnico-legal. Os dois grandes ambientes, inter- relacionados, mas não
necessariamente coerentes do ponto de vista das determinações e critérios, são o
trabalhista e o previdenciário. As ações adequadas do ponto de vista técnico sempre
serão subsídios ao atendimento legal, mas, ao contrário, o simples atendimento legal não
implica necessariamente uma adequação total da ação técnica de prevenção e controle
das exposições ocupacionais. A lei, é claro, pede o mínimo, nem sempre o suficiente, e
muitas vezes não foca as causas ou privilegia a prevenção. É bom lembrar.

Definindo: Higiene Ocupacional, Industrial ou do Trabalho


Higiene Industrial pode ser definida como a que “visa antecipar e reconhecer
situações potencialmente perigosas e aplicar medidas de controle de engenharia, antes
que agressões sérias à saúde do trabalhador sejam observadas” (Frank Patty, 1948).

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Introdução à Higiene Ocupacional – Agentes Físicos Calor e Pressões Anormais

Também pode ser definida segundo critérios da ACGIH, como “a ciência e a arte
devotada ao reconhecimento, avaliação e controle dos fatores ambientais e estresse
originados do ou no local de trabalho, que podem causar doença, comprometimento à
saúde e bem-estar, ou significante desconforto e ineficiência entre os trabalhadores, ou
membros de uma comunidade”.

A denominação Higiene Industrial recebe influência de autores americanos, enquanto


que Higiene do Trabalho tem sido menos habitual. Para a Língua Portuguesa, Higiene
Ocupacional tem sido a denominação mais adequada, e também aceita pela OMS -
Organização Mundial de Saúde.

A análise estatística de dados pode ser efetuada observando-se duas características:


• onde se concentra a maioria dos valores (tendência central);
• como os valores se espalham e se distribuem (dispersão).

Na prática da Higiene Ocupacional, sempre são comparados os resultados de


análises da exposição com os limites, obtendo-se assim o limite de tolerância. Em
caso de exposição acima do aceitável, exige-se correção imediata. Para especialistas, a
intervenção acontece no “nível de ação”, que normalmente é a metade do limite tolerado.
Isso ocorre devido à dificuldade de uma análise completa da exposição, apresentando
assim diversas variações.

O conhecimento específico das características de cada agente químico é essencial


na definição da potência de sua agressividade, assim como na incumbência de sua
neutralização. Assim, afirmamos que o agente possui suas características de acordo
com sua origem. O primeiro passo na avaliação de uma exposição é a identificação
do(s) agente(s) presente(s) e as possíveis consequências dessa exposição. Exemplo disso
é a densidade de gases; a sua distribuição e concentração no ambiente tendem a ser
diferentes com a variação de densidade se comparada à densidade do ar, ou seja, sua
dispersão sofre considerável mudança.

Tempo de exposição
É correto afirma que quanto maior o tempo de exposição, maiores são as possibilidades
de se contrair uma doença ocupacional. O tempo de uma exposição é determinado por
meio de análise, contendo a tarefa exercida pelo colaborador e suas particularidades,
jornada de trabalho, descanso e a movimentação, lembrando que devem ser consideradas
diversas variações durante sua jornada.

Sabemos que quanto maior a concentração ou intensidade dos agentes presentes no


ambiente de trabalho, maior é a probabilidade de efeitos nocivos à saúde. A concentração
dos agentes químicos ou a intensidade dos agentes físicos devem ser bem analisadas,
necessitando conhecimento total do local de trabalho, para que seja específico o
levantamento da exposição do colaborador a esses agentes. Esse cuidado na análise
deve ser pertinente, devido às muitas variáveis envolvidas.

O corpo humano reage de diferentes maneiras, assim não podemos considerar que
tal fator é eficiente para todos, por isso a medida de tolerância é sempre de 50%, devido
à variação de resposta por organismo.

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Fato interessante é que na maioria dos locais de trabalho, a exposição simultânea de
dois agentes ou mais é normal, formando o que chamamos de exposições combinatórias,
ocorrendo, assim, a interação entre eles, ocasionando a modificação dos agentes. Com
esses agentes combinados, pode ocorrer a potenciação dos efeitos; nesse caso, a análise
tem que ser bastante criteriosa e realizada com seus efeitos combinados, e não em ações
separadas, fornecendo, assim, uma visão melhor das necessidades e especificidades dos
possíveis danos à saúde dos colaboradores no local de trabalho, por isso é considerada
uma etapa crucial para elaboração dos procedimentos.

Avaliando qualitativamente
A avaliação qualitativa é o estudo das condições de trabalho que visa coletar o
máximo de informações necessárias para que sejam feitos os procedimentos do
levantamento quantitativo. Para obter o reconhecimento qualitativo, é necessária a
análise de dados criteriosos, como: planta do local, fluxograma dos processos, dos
agentes, dos trabalhadores, dos horários de trabalho, das atividades realizadas, das
movimentações de trabalhadores e materiais, das matérias-primas, dos equipamentos
e processos, dos ritmos de produção, das condições ambientais, do tipo de iluminação
e estado das luminárias, da identificação dos riscos e ponto de origem da dispersão,
do uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) por parte dos trabalhadores, da
existência ou não de Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC), do estado em que se
encontram os equipamentos, dentre outros. Todas essas informações são necessárias
para estabelecer o procedimento correto ao levantamento quantitativo; é importante,
caso já esteja em funcionamento a empresa, que um profissional familiarizado com
os processos e métodos utilizados preste uma assessoria, assim a coleta de dados e as
dúvidas que surgirem durante o levantamento são esclarecidas rapidamente. Todas essas
informações são contidas em um documento técnico, porém existem exceções, em caso
de riscos imediatos à saúde; com ações preventivas e óbvias não se faz necessário o
levantamento quantitativo, e sim a devida prevenção imediata.

Avaliando quantitativamente
Com base na avaliação qualitativa, que representa as condições reais nas quais se encontra
o ambiente de trabalho, inicia-se a formulação das estratégias de amostragem necessárias
para fornecerem as informações sobre os diferentes agentes agressivos presentes nos
locais, ou seja, a intensidade dos agentes físicos ou a concentração dos agentes químicos
existentes no local analisado. Após realização do levantamento quantitativo, obtemos
os dados necessários para montagem dos procedimentos de controle das exposições.
Depois de implantados os procedimentos de controle, o correto é a realização de um novo
levantamento para verificação da eficácia dos procedimentos adotados.

Avaliação é o conjunto de ações necessárias para realização de uma caracterização


mais completa e representativa possível de um determinado ambiente ou exposição
ocupacional, compreendendo as seguintes definições de estratégia de avaliação:
a) do objetivo da avaliação – o primeiro passo é a definição do que será avaliado,
se a exposição de um colaborador, a operação, uma função específica ou a

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Introdução à Higiene Ocupacional – Agentes Físicos Calor e Pressões Anormais

eficiência de algum sistema de proteção. Sendo individual ou coletiva (exaustão,


ventilação, por exemplo);
b) dos métodos de amostragem (medição ou coleta) – baseados em normas
nacionais (NBR, NR, NHO) e internacionais (OSHA, NIOSH, ACGIH),
comparados a resultados obtidos com resultados de estudos científicos, que
auxiliem em determinada exposição ocupacional;
c) do tempo de amostragem – um ciclo completo contendo as características e
variações sobre duração e condições de exposição, tarefas desempenhadas,
tempo de permanência no local contaminado, pausas e movimentos efetuados
é necessário para que a amostragem seja representativa da exposição (com base
em normas ou estudos qualitativos da exposição), podendo englobar amostragens
instantâneas, de minutos, de horas, de turnos e, até mesmo, de vários turnos em
dias alternados;
d) dos períodos para realização das coletas/ medições – para que seja validada
a amostragem referente a tal condição, elas devem ser realizadas nos períodos
normais de trabalho, seguindo seus turnos e considerando suas especificidades;
e) do número mínimo de amostragens – a quantidade de amostragens tem que
possibilitar uma representatividade da exposição, pois podem ter variações na
concentração ou intensidade dos agentes, devido a modificações ambientais e
durante o processo industrial;
f) dos grupos homogêneos de exposição – nesse caso, é feita a avaliação para um
grupo de colaboradores que exerçam atividades em condições semelhantes de
exposição, quando possível.

Avaliando a exposição dos trabalhadores aos agentes presentes no ambiente de


trabalho, cientes das normas amparadas por estudos científicos, realiza-se uma exposição
estimada, sendo uma aproximação da exposição real.

Nesse caso, vale ressaltar que somente poderia ser conhecida a exposição real
através da medição, de forma instantânea e contínua, durante toda sua vida, tornando-se
inviável. Portanto, o profissional responsável pela execução da avaliação precisa formar
uma estratégia para coleta de amostras com certa duração e frequência, conseguindo,
assim, criar uma representatividade lógica da exposição ao colaborador. Nesse ponto,
há necessidade de um bom conhecimento técnico em higiene ocupacional e, sobretudo,
bom senso para ponderar e utilizar uma estratégia adequada, compatível com o que é
tecnicamente necessário e o praticamente realizável.

Nível de Ação (NA)


Definido pela NR 9 (1978b) como “o valor acima do qual devem ser iniciadas as
ações preventivas, de forma a minimizar a probabilidade de que as exposições a agentes
ambientais ultrapassem os limites de exposição”. Normalmente, o nível de ação é
estabelecido como metade do LT. O nível de ação é o referencial para a tomada de decisões
dos profissionais prevencionistas, sempre buscando a prevenção, com uma margem
segura, à exposição dos colaboradores aos agentes ambientais, ou seja, as medidas de

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segurança devem manter as concentrações e intensidades em níveis inferiores ao nível
de ação. Em uma exposição, é possível apresentar uma dose/ resposta; através da curva
gaussiana, observamos o efeito de uma exposição para uma determinada população,
porém é correto afirmar que nem todos os expostos responderão de maneira uniforme
a uma dose X. Essa não uniformidade é dada às diferenças na susceptibilidade individual,
ou seja, à variação biológica dentro da mesma espécie.

Esses extremos são os indivíduos hipersensíveis (ou hipersucetíveis) e os resistentes


(ou hiposucetíveis).

A adoção do limite de tolerância propicia que a grande maioria dos colaboradores


expostos não tenha efeitos nocivos em valores abaixo dos limites. A adoção do nível de
ação garante uma proteção mais ampla.

Agente físico – pressões anormais


O desenvolvimento das atividades é influenciado pela pressão atmosférica em seu
ambiente de trabalho. No caso do Brasil, que não temos muitos locais de altitudes elevadas, a
maior influência é somente atmosférica, porém algumas atividades expõem os trabalhadores
a pressões acima da normal, mergulho e em tubulões pressurizados, por exemplo.

Sabemos que o corpo é constituído de muitas cavidades pneumáticas e o sangue


consegue efetuar o transporte de gases, com isso a variação de pressão é exercida,
regida pelas leis dos gases.
• Lei de BOYLE - a uma temperatura constante, o volume de um gás é inversamente
proporcional à sua pressão.
• Lei de DALTON - a pressão total de uma mistura gasosa é igual à soma das
pressões parciais dos componentes.
• Lei de HENRY - a quantidade de um gás que se dissolve em um líquido, a uma
determinada temperatura, é proporcional à pressão parcial do gás.

Com o aumento da pressão do ar, a solubilidade dos gases no sangue aumenta;


consequentemente, isso acaba ocasionando com que mais nitrogênio e oxigênio se
dissolvam no sangue, gerando assim um desequilíbrio. Caso ocorra a diminuição da
pressão, a solubilidade dos gases no sangue diminui. Sofrendo essas variações, o sangue
atinge o seu equilíbrio em minutos, no entanto o nitrogênio preso ao tecido adiposo
leva horas para ser dissolvido. Devido a essa retenção do nitrogênio, a necessidade do
controle da pressão precisa ser maior, e efetuada lentamente, de acordo com o tempo
de exposição.

Nesse caso, as variações de pressão resultam em alguns tipos de doenças.

Barotrauma
É um acidente derivado da incapacidade de se equilibrar a pressão no interior das
cavidades pneumáticas do organismo com a pressão ambiente em variação.

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Profundidade (metros) 0 10 30 >30

Volume Pulmonar (litros) 6 3 1,5 Barotrauma

Embolia traumática pelo ar


Ocorre quando um mergulhador tem que voltar rapidamente à superfície em uma
situação de emergência, caso tenha respirado ar comprimido a uma certa profundidade,
gerando um aumento do volume de ar armazenado nos pulmões, podendo romper os
alvéolos, provocando a infiltração do ar na corrente sanguínea, diferentemente de um
mergulho livre.

Embriaguez das profundidades


Basicamente, é provocada por uma resposta sensitiva e motora do organismo, fazendo
com que uma mescla gasosa ingerida (respirada), a certa profundidade, cause um mal
estar. Exemplo disso é que a 30 metros de profundidade começam a aparecer os sinais
de embriaguez; a 60 metros, com ar comprimido, as tarefas são prejudicadas por esse
problema. A 90 metros, poucas pessoas conseguem executar as tarefas programadas.

Vemos que há proporcionalidade entre a profundidade e a intensidade dos sinais.


Em casos de extrema compressão, são muitos os fatores de riscos. Usamos a atmosfera
como unidade de medida, então, quando a pressão atinge o nível 5, ocorre a irritação dos
pulmões, e conforme elevação, chega-se à perda da consciência. Já na descompressão,
vejamos os diversos problemas que podem ocorrer:
• ruptura dos alvéolos pela expansão brusca do ar nos pulmões;
• com a descompressão muito acelerada, a quantidade de nitrogênio liberada do
sangue chega a uma velocidade maior que a capacidade do sangue de transportá-la
para os pulmões, ocasionando fortes dores no corpo;
• dores abdominais devido à expansão dos gases nos intestinos;
• dor de dente causada pela expansão dos gases presos entre o dente e uma obturação;
• inconsciência, tonturas e paralisia no caso de atingir o sistema nervoso central.

Medidas de controle
O anexo 6 da NR-15 da portaria 3214 do Ministério do Trabalho estabelece critérios
para o planejamento das compressões e descompressões, o limite superior de pressão,
que é de 3,4 kgf/cm2, e o período máximo de trabalho para cada faixa de pressão.

Relação da pressão e o Período máximo de trabalho


Pressão de Trabalho (kgf/cm2) Período Máximo (horas)
0 a 1,0 8
1,1 a 2,5 6
2,6 a 3,4 4
Fonte: NR 15 (Anexos)

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Compressão
A compressão deve ser elevada à pressão de 0,3 kgf/cm2 no primeiro minuto,
fazendo-se a seguir a observação dos sintomas e efeitos nos colaboradores. A partir daí,
com uma taxa de no máximo 0,7 kgf/cm2 por minuto, aumenta-se a pressão até o valor
de trabalho. Em caso de qualquer problema notado durante a etapa da compressão, a
mesma tem que ser interrompida de imediato.

Descompressão
Para a descompressão, além da pressão de trabalho, é necessário ter um período
de permanência nessa pressão. Na descompressão a pressão será reduzida a uma taxa
inferior a 0,4 kgf/cm2 por minuto até o primeiro estágio, dado na tabela a ser utilizada.
Conforme indicação da tabela, mantém-se a pressão por um período de intervalo.

Câmara de Compressão: é essencial o controle da temperatura e o nível dos


contaminantes, que submetidos a pressões maiores são facilmente absorvidos pelo
organismo. O anexo 6 da NR 15 estabelece alguns limites de concentração.

O controle da temperatura deve ser feito por um sistema de refrigeração do ar e


durante a permanência dos colaboradores no interior do tubulão, e o limite de tolerância
é dado pela TGU (Temperatura de Globo Úmido) de 27 graus centígrados, medidos
através do termômetro de Globo Úmido (Botsball). A taxa de ventilação deve ser de pelo
menos 30 pés cúbicos/ minuto/ homem.

Sob pressões elevadas, recomenda-se substituir a mistura Oxigênio/ Nitrogênio por


mistura Oxigênio/ Hélio, pois o Hélio não apresenta os inconvenientes dos efeitos
anestésicos do Nitrogênio.

O anexo 6 exige a sinalização dos locais de trabalho sob pressão através de uma placa
de identificação, com 4 cm de altura e 6 cm de largura, em alumínio de 2 mm, com os
dizeres pré-determinados.

Quanto às medidas de controle relativas ao ambiente para trabalho sob ar comprimido


em tubulões pneumáticos e túneis pressurizados:
1. Ventilação contínua de, no mínimo, 30 pés3/ min/ homem.
2. TGU 27ºC. £
3. Sistema de telefonia ou similar para comunicação com o exterior.
4. A qualidade do ar deverá ser mantida dentro dos padrões de pureza.
5. Pressão máxima = 3,4 kgf/cm².

Exceto emergência e tratamento médico.

Quanto às medidas de controle relativas ao pessoal para trabalho sob ar comprimido


em tubulões pneumáticos e túneis pressurizados:

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1. Uma compressão a cada 24 horas.


2. Exame médico obrigatório, pré-admissional e periódico.
3. Uso obrigatório de plaqueta de identificação.
4. Inspeção médica antes da jornada de trabalho.
5. Proibido o trabalho para alcoolizados, ingestão de bebidas alcoólicas e fumo nos
ambientes de trabalho.
6. Deve haver instalações para assistência médica, recuperação, alimentação
e higiene.
7. Cada trabalhador deve possuir atestado de aptidão ao trabalho, válido por 6 meses.
8. Após descompressão, o trabalhador deve permanecer, no mínimo, 2 horas no
canteiro de obras sob observação médica.
9. Folha de registro de compressão e descompressão.

A altitude causa alguns efeitos no organismo, uma vez que dependendo da altitude
temos uma pressão atmosférica e uma pressão parcial do oxigênio. Seguem os efeitos
para conhecimento:
1. A curto prazo:
a) hiperventilação (taquipnéia) estimulada pela baixa PO2, que diminui o % de
saturação da hemoglobina;
b) maior eliminação de CO2, que baixa a PCO2 e aumenta o pH, provocando
a alcalose respiratória;
c) tonturas, vertigens e enjoo.
2. A médio prazo:
a) excreção de HCO3- pela urina para baixar o pH até o normal;
b) perda de H2O, que provoca desidratação e diminui o volume plasmático;
c) hemoconcentração - aproximação das hemácias para facilitar o transporte
de O2 por um processo difusional.
3. A longo prazo:
a) secreção de eritropoietina pelo rim, estimulando a medula óssea a fazer
eritropoiese (reposição dos eritrócitos);
b) aumento de volume sanguíneo - recuperação da capacidade de transporte de
O2 com o sangue com mais hemácias que o normal à nível do mar.

A aclimatização é obtida em duas semanas para uma altitude de até 2.100metros e a


cada 600 metros acrescenta-se mais uma semana.

Após a aclimatização, há um aumento do volume sanguíneo e do número de


hemácias, aumentando a capacidade de transporte de O2. Entretanto, a massa
muscular e o peso corporal diminuem devido à desidratação e supressão do apetite,
que provocam o catabolismo proteico pela menor oferta de oxigênio, diminuindo
também a capacidade oxidativa.

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Trabalhos submersos
Para os trabalhos submersos, como a atividade de soldagem em plataformas marítimas,
que expõem os trabalhadores a pressões específicas de acordo com a profundidade, após
um certo período de trabalho pressurizado, caso seja necessária a descompressão, esta
se dará conforme as tabelas do anexo 6 da NR-15, que propõe que após a realização
das tarefas, o mergulhador deverá subir a uma velocidade não maior que 0,33m/s, isto
é, 3 segundos para cada metro de subida. As tabelas de descompressão para atividades
submersas têm 6 colunas com as seguintes características:
• 1ª Coluna - profundidade máxima atingida durante o mergulho em metros. Quando
a profundidade é um valor intermediário na tabela, devemos adotar imediatamente
o superior.
• 2ª Coluna - indica o tempo de permanência no fundo contado em minutos. O
tempo de fundo é contado no instante em que se deixa a superfície para descida,
até o momento em que se deixa o fundo para retornar à superfície.
• 3ª Coluna - tempo de subida até a primeira etapa da descompressão, em minutos
e segundos.
• 4ª Coluna - indica os tempos em minutos de permanência em cada etapa da
descompressão. A falta de indicação significa que não precisa de parada àquela
profundidade.
• 5ª Coluna - indica o tempo em minutos e segundos, para chegar à superfície após
deixar o fundo. Esse tempo é a soma dos tempos das etapas de descompressão, do
deslocamento entre o fundo e a primeira etapa, dos deslocamentos entre etapas e
entre a última etapa e a superfície.
• 6ª Coluna - indica os grupos de repetição que deverão ser utilizados nos cálculos da
descompressão de um eventual mergulho repetitivo. Está relacionada à quantidade
de tecido hipersaturados de N2 após cada mergulho.

A Medicina Hiperbárica é uma especialidade médica dedicada à prevenção e ao


tratamento das doenças e lesões decorrentes do mergulho e do trabalho em ambientes
pressurizados (como na construção de túneis e pontes em áreas alagadas). Sua origem
remonta a 1841 na França, quando Triger, um engenheiro de mineração francês, fez a
primeira descrição dos sintomas de doença descompressiva em operários de uma mina
de carvão. Em 1854, os médicos franceses Pol e Watelle observaram que a recompressão
aliviava os sintomas da doença descompressiva.

A Oxigenioterapia Hiperbárica (O2HB) é uma modalidade de tratamento médico,


do âmbito da Medicina Hiperbárica, na qual o paciente ventila (“respira”) oxigênio puro
(a 100%) a uma pressão ambiente maior que a pressão atmosférica normal, para a
supressão ou controle de condições patológicas específicas.

Esse procedimento é realizado em um equipamento especial chamado câma-


ra hiperbárica.

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Introdução à Higiene Ocupacional – Agentes Físicos Calor e Pressões Anormais

Agentes físicos – exposição ao calor


Em sua enorme maioria, os ambientes de trabalho oferecem condições propícias para
a sobrecarga térmica, causando, assim, reações fisiológicas como: sudorese intensa,
aumento da frequência das pulsações e o aumento da temperatura interna do corpo,
que, por sua vez, acabam gerando ao colaborador fadiga, diminuindo a sua percepção
e raciocínio lógico, provocando o esgotamento. Sabemos que a saúde do colaborador
pode sofrer reflexos devido ao período exposto a essa sobrecarga, em grande parte no
sistema circulatório e endócrino.

Existem processos de trabalho como siderurgia, metalurgia, fundições, vidraria


e outros aliados à disposição física imprópria, como pé direito baixo e ausência de
elementos para a ventilação natural ou artificial, tornando-se ambientes inadequados
sob o ponto de vista de calor, fazendo-se necessária a adoção de medidas de controle.

O IBUTG é um índice que determina os limites aceitáveis às exposições à sobrecarga


térmica; não é o único, mas sua simplicidade fez com que a legislação o adotasse.

O organismo humano tem sobrecarga térmica resultante de dois tipos, sendo: uma
carga externa (ambiental) e outra interna (metabólica). A carga externa é resultante
de trocas por condução/ convecção e radiação e a carga metabólica é resultante do
metabolismo basal e da atividade física.
• Condução: troca térmica entre dois corpos em contato, geralmente sólidos. No
organismo, essas trocas são muito pequenas, geralmente por contato com o corpo
com ferramentas e superfícies.
• Convecção: troca térmica realizada geralmente entre dois fluidos por diferença
de densidade provocada pelo aumento da temperatura. Geralmente, utilizamos a
expressão condução/ convecção para esse tipo de troca.
• Radiação: concebida através da emissão de radiação infravermelha, os corpos de
maior temperatura tendem a perder calor para corpos de menor temperatura numa
tentativa de equilíbrio. As trocas por radiação correspondem a 60% das trocas totais.
• Evaporação: consiste na troca de calor produzida pela evaporação do suor, através
da pele. Quando um líquido passa para o estado gasoso, ganha energia interna (a
entalpia de vaporização da água é de 590 Cal/grama), assim, absorve o calor da
pele, resfriando-a. Essa troca térmica é ainda facilitada, pois nesse momento, está
acontecendo a vasodilatação periférica.

A evaporação como um mecanismo é o único meio de perda de calor para o ambiente,


quando a temperatura está mais alta que a do corpo, pois nesse caso, o corpo ganharia
calor por condução/ convecção e por radiação.

Pelo mecanismo de trocas térmicas, o organismo ganha ou perde calor para o meio
ambiente, conforme a equação do equilíbrio térmico: M +/- C +/- R – E = S

Onde:
• M - Calor produzido pelo metabolismo, sendo um calor sempre ganho (+).
• C - Calor ganho ou perdido por condução/ convecção.

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• R - Calor ganho ou perdido por radiação (+/-).
• E - Calor sempre perdido por evaporação (-).
• S - Calor acumulado no organismo (sobrecarga).
• S > 0 hipertermia.
• S < 0 hipotermia.

Quando o calor ambiente aumenta, o organismo dispara mecanismos de troca térmica


para manter a temperatura interna constante, sendo os principais mecanismos de defesa
contra a sobrecarga térmica a Vasodilatação Periférica e a Sudorese.
• Vasodilatação Periférica: a vasodilatação periférica permite o aumento de
circulação de sangue na superfície do corpo, aumentando a quantidade de calor,
permitindo uma troca mais rápida para o meio ambiente. O fluxo sanguíneo
transporta calor do núcleo do corpo para a periferia. Como o fluxo sanguíneo fica
maior na periferia, em certas circunstâncias pode haver dano em alguns órgãos
internos por deficiência de irrigação sanguínea.
• Sudorese: a sudorese permite a perda de calor através da evaporação do suor. O
número de glândulas ativadas pelo mecanismo termorregulador é proporcional ao
desequilíbrio térmico existente. A quantidade de suor produzido pode em alguns
instantes atingir o valor de dois litros por hora. A evaporação de um litro por hora
permite uma perda de 590 kcal para o meio ambiente.

Exaustão pelo calor


A inconsciência pelo calor deve-se à tensão excessiva do sistema circulatório,
sinalizada com sintomas como: enjoo, palidez, pele coberta pelo suor e dores de cabeça.

Quando a temperatura corpórea sobe, o organismo sofre na área periférica a


vasodilatação, na tentativa de aumentar a quantidade de sangue nos locais; ocorrendo
isso, há uma perda do fluxo sanguíneo nos órgãos, possibilitando desse modo uma
deficiência de oxigênio nessas áreas.

Quando essa situação acontece, devido ao esforço físico extremo, a recuperação é


rápida; basta um repouso imediato e se possível em um ambiente frio.

Hipertemia ou choque térmico


Acontece quando o sistema termorregulador é afetado pela sobrecarga térmica. A
temperatura interna aumenta continuamente, o que produz alteração da função cerebral,
atrapalhando o mecanismo de dissipação do calor, cessando a sudorese. É importante
que as pessoas em volta reconheçam os sintomas. Caso haja danos às células nervosas,
possivelmente há obtenção de sequelas; nesse caso, é necessário que seja feito um
tratamento imediato.

A elevação de calor produz sintomas como: colapsos, convulsões, delírios, alucinações


e coma, sem aviso prévio, sendo parecidos com convulsões epilépticas.

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Introdução à Higiene Ocupacional – Agentes Físicos Calor e Pressões Anormais

Os alertas externos da elevação de calor são: pele quente, seca e arroxeada. A


temperatura interna sobe a 40,5°C ou mais, podendo atingir 42 a 45°C no caso de
convulsões ou coma. Casos de convulsões e coma, nos quais a elevação é altíssima,
costumam deixar sequelas, acarretadas pelas lesões aos órgãos.

A insolação, obtida da exposição ao sol com muita intensidade por certo período,
ocasiona a elevação de calor. Claro que existem diversos fatores que contribuem; entre
eles, doenças crônicas, como diabetes, problemas cardiovasculares, obesidade e outros.
Existem alguns macetes caso não haja um médico ou profissional da saúde na local;
por exemplo, imersão à água com gelo, seguida de massagem da pele resfriada para
estimulação sanguínea.

Prostração térmica pelo decréscimo do teor salino


Caso a quantidade de sal ingerido for insuficiente para compensar as perdas por
sudorese, podemos sofrer uma prostração térmica. As pessoas mais susceptíveis são as
não aclimatizadas.

Os sintomas da prostração térmica são: fadiga, tonturas, falta de apetite, náuseas,


vômitos e cãibras musculares. As dores de cabeça, a constipação e a diarreia são bastante
comuns, podendo ocorrer até a síncope pelo calor.

Prostração térmica por desidratação


Nesse caso, a desidratação ocorre quando a quantidade de água ingerida é insuficiente
para compensar a perda pela urina, sudação ou pelo ar exalado.

Com a perda de 5 a 8% do peso corpóreo, ocorre a diminuição da atividade, sinais de


desconforto, sede, irritabilidade e sonolência, além de pulso acelerado e temperatura elevada.

Já com a perda de 10% do peso corpóreo, torna-se incompatível com a atividade, e


com 15% o risco de choque térmico ou golpe pelo calor é aumentado.

Para o tratamento, faz-se necessário um ambiente com temperatura baixa e reposição


hídrica e salina. Quando estamos em um local de clima seco e com alta velocidade do
ar, a desidratação se torna difícil de ser percebida, devido à evaporação rápida do suor.
Nessa situação, os níveis de desidratação podem comprometer o estado físico e mental,
podendo faltar reação corporal.

Enfermidades das glândulas sudoríparas


Em caso de exposição ao calor por um período prolongado e particularmente em
clima muito úmido, ocorrem alterações das glândulas sudoríparas, deixando de produzir
o suor, agravando o sistema de trocas térmicas, podendo levar os colaboradores à
intolerância ao calor. Esses colaboradores deverão receber tratamento dermatológico e
em alguns casos devem ser transferidos para tarefas em que não haja a necessidade de
sudorese para a manutenção do equilíbrio térmico.

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Cãibras de calor
São dores agudas nos músculos, em particular os abdominais, coxas e principalmente
nos músculos que sofreram atividade física intensa, ocasionadas por falta de cloreto de
sódio perdido pela sudorese intensa, sem a devida reposição e/ ou aclimatização.

O tratamento consiste no descanso em local fresco, com a reposição salina através


de soro fisiológico (solução a 1%).

A reposição hídrica e salina deve ser feita, mas com orientação e acompanhamento
médico, evitando uma possível hipertensão por falta de controle adequado.

Edema pelo calor


Consiste no inchaço das extremidades, em particular os pés e tornozelos. Ocorre
normalmente em pessoas não aclimatizadas, fazendo-se necessária a manutenção do
equilíbrio hídrico-salino.

Demais efeitos que podem ocorrer


• Aumento da susceptibilidade a outras doenças (maior susceptibilidade às dermatoses
e potencialização dos efeitos pela presença de outros agentes);
• Diminuição do rendimento (pela sobrecarga do sistema cardiovascular, redução na
atividade cerebral e do tempo de reação);
• Catarata (exposição à radiação infravermelha provoca a degeneração do cristalino
do olho, muito comum em pessoas idosas);
• Efeitos nos órgãos solicitados pela sobrecarga térmica (cardiovascular, respiratório
e glândulas internas).

Aclimatização
A aclimatização é a adequação do organismo a um ambiente quente. Quando um
colaborador se expõe ao calor intenso pela primeira vez, tem sua temperatura interna
elevada expressivamente, ocasionando um aumento do ritmo cardíaco e baixa sudorese,
gerando um desconforto, com tonturas, náuseas, desmaios etc.

A aclimatização ocorre através de três fenômenos:


• aumento da sudorese;
• diminuição da concentração de sódio no suor (4 g/l para 1,0 g/l), e a quantidade de
sódio perdido por dia passa de 15 a 25 gramas para 3 a 5 gramas.
• diminuição da frequência cardíaca, através do aumento do volume cistólito devido
ao aumento da eficiência do coração no bombeamento.

A aclimatização é realizada através de diversas etapas:


a) O tempo de exposição a altas temperaturas deve ser limitado nas primeiras
semanas, ficando, no entanto, exposto no mínimo duas horas por dia.

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Introdução à Higiene Ocupacional – Agentes Físicos Calor e Pressões Anormais

b) A climatização é iniciada após 4 a 6 dias e satisfatória após 2 a 3 semanas.


c) Os fenômenos circulatórios associados à aclimatização são mais lentos que o
aumento da sudorese e a diminuição do sódio no suor.
d) O diagnóstico da aclimatização é feito com base na temperatura retal, no grau
de sudorese e na frequência cardíaca.
e) À medida que a frequência cardíaca vai baixando próximo aos níveis que seriam
obtidos se o esforço fosse feito em um ambiente neutro, conclui-se que o processo
de aclimatização está sendo realizado.

Conforto térmico
Consideram-se, para que haja conforto térmico nos ambientes de trabalho, a
temperatura, velocidade e umidade relativa do ar, além do metabolismo gasto nas tarefas
executadas.

Velocidade do ar
A movimentação do ar é de suma importância para o conforto térmico, pois aumenta
as trocas de calor, bem como possibilita a retirada de ar quente e umidade e a insuflação
de ar frio nos ambientes.

Medida através dos anemômetros, que podem ser de dois tipos:


a) mecânicos: formados por palhetas rotatórias e devido à sua baixa sensibilidade
são utilizados somente para velocidades mais que 0,75 m/s.
b) termoanemômetros: são bem mais sensíveis e se prestam para medir
velocidades muito baixas ou altas. São constituídos por duas espirais de níquel,
que formam os ramos de uma ponte de Wheatstone, sendo uma delas aquecida.
A velocidade do ar tem um efeito refrigerante sobre o fio aquecido, o que faz
variar sua resistência, que é medida em uma escala proporcional à velocidade do ar.

Pode ser realizada com outro equipamento que serve para medir a velocidade do ar,
que é o catatermômetro, que é usado em sistemas de refrigeração. É um termômetro de
álcool com um bulbo maior que o normal e possui um depósito na parte superior e duas
marcas de referência em sua haste. Devido à sua alta sensibilidade, presta-se para medir
velocidades de 0,25 m/s ou menores.

Umidade relativa do ar
A umidade relativa do ar é a relação em porcentagem da quantidade real de vapor
de água que o ar contém e a quantidade que o ar poderia conter se estivesse saturado à
mesma temperatura. A umidade relativa do ar é medida através de um psicrômetro, que
é constituído por dois termômetros, um de bulbo seco e outro de bulbo úmido.

São dois tipos de psicrômetro:


a) giratório: através de movimentos giratórios, o ar entra em contato com os
termômetros e evapora a água do bulbo úmido, numa relação inversamente

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proporcional à sua umidade relativa, resfriando o bulbo úmido. Com as duas
temperaturas, entramos na carta psicrométrica e obtemos a umidade relativa.
Quanto menor for a diferença entre as duas temperaturas, maior será a umidade
relativa do ar.

O psicrômetro é girado manualmente, numa velocidade constante de uma rotação


por segundo, durante aproximadamente 1 minuto para atingir o ponto de equilíbrio.

Existem tabelas nas quais entramos com a temperatura de bulbo seco e a de bulbo
úmido; com a diferença entre ambos, obtemos a umidade relativa do ar.
b) de aspiração: o ar é forçado a passar pelos dois bulbos, através de uma ventoinha
mecânica ou elétrica.

Índices de avaliação térmica


Existem diversos índices para avaliação das situações térmicas, no entanto os mais
utilizados são:
• TE - TEMPERATURA EFETIVA.
• TEC - TEMPERATURA EFETIVA CORRIGIDA.
• IST - ÍNDICE DE SOBRECARGA TÉRMICA.
• TGU - TEMPERATURA DE GLOBO ÚMIDO.
• IBUTG - ÍNDICE DE BULBO ÚMIDO - TERMÔMETRO DE GLOBO.

Os dois primeiros (TE e TEC) são chamados de Índice de Conforto Térmico, pois
levam em consideração apenas as variáveis ambientais.

Os outros índices: IST, TGU e IBUTG são chamados de Índices de Sobrecarga


Térmica, pois levam em consideração todos os fatores que interferem na situação de
exposição ao calor (variáveis ambientais e características da atividade).

Temperatura Efetiva (TE)


A Temperatura Efetiva leva em consideração apenas as condições climáticas do
ambiente, como: temperatura, umidade e velocidade do ar, tornando-se inadequada
para avaliações térmicas em ambientes de trabalho, pois não considera o metabolismo
e o calor radiante do colaborador.

Para o conhecimento da temperatura efetiva, necessitamos dos valores da temperatura


do bulbo seco, do bulbo úmido e a velocidade do ar, inseridos em um nomograma.
Esse nomograma é constituído de uma escala vertical à esquerda, onde encontramos a
temperatura de bulbo seco; à direita do nomograma, temos uma escala vertical com as
temperaturas de bulbo úmido. Com a união desses dois valores, obtemos uma reta, e na
interseção dessa reta, com a curva de velocidade do ar, obtemos a Temperatura Efetiva.

Exemplo: Em um ambiente de trabalho, obtivemos os seguintes valores:


• Temp. de bulbo seco = 30ºC.

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• Temp. de bulbo úmido = 22ºC.


• Velocidade do ar = 1,5 m/s.

Unindo o valor 30 da escala da esquerda (tbs) com o 22 da escala vertical da esquerda


(tbu), obtemos uma reta que passa sobre uma figura central, que fornece a temperatura
efetiva em função da velocidade do ar; portanto, onde a reta encontrar a curva de
velocidade 1,5 m/s, obtemos a TE = 22ºC.

Figura 1
Fonte: ELEFANT. Ábaco de temperatura efetiva (sensação térmica).

Índice de Sobrecarga Térmica (IST) de Belding e Hatch


O Índice de Sobrecarga Térmica indica a porcentagem da evaporação necessária em
relação à máxima evaporação possível.

EVAPORAÇÃO REQUERIDA

I S T = --------------------------------------------------------- x 100

Se o IST for maior que 100%, o ambiente é insalubre, sofrendo o colaborador uma
sobrecarga térmica, pois o calor trocado por evaporação será maior que a máxima
evaporação possível.

No entanto, se o IST é menor que 100% não significa que tudo esteja bem, para cada
porcentagem da evaporação necessária sobre a máxima evaporação possível, indica
uma situação de perda no rendimento.

A Evaporação Requerida é a quantidade de calor que o corpo deve dissipar através


da evaporação do suor, mantendo o equilíbrio térmico, isto é, a ausência de aumento
significativo da temperatura corporal.

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Quando Ereq = Emax, significa que o IST = 100%, isto é, a quantidade de calor
que o corpo pode perder é igual à quantidade de calor que deve perder, para manter o
equilíbrio térmico, tornando-se uma situação crítica, tolerada por até 8 horas de trabalho
por colaboradores jovens, aclimatados e em excelente estado de saúde.

O IST é difícil de ser calculado, no entanto é muito útil para estudos sobre a
exposição ao calor, em particular quando se projeta e avalia a eficiência das medidas
de controle ambiental.

Índice de Bulbo Úmido – Termômetro de Globo (IBUTG)


O conforto térmico é avaliado também através de um índice chamado IBUTG (Índice
de Bulbo Úmido - Termômetro de Globo).

Esse índice deve ser medido através do conjunto chamado árvore dos termômetros,
que é composto de três termômetros:
• Tbs - Termômetro de bulbo seco.
• Tbn - Termômetro de bulbo úmido natural.
• Tg - Termômetro de Globo.

O IBUTG para ambientes internos sem carga solar é calculado a partir da medição
de duas temperaturas: Tbn e Tg.

IBUTG = 0,7 Tbn + 0,3 Tg

Para ambientes externos com carga solar, o IBUTG é calculado a partir de três
medições: Tbs, Tbn e Tg.

IBUTG = 0,7 Tbn + 0,2 Tg + 0,1 Tbs

O Termômetro de Bulbo Úmido Natural possui uma manga de algodão imersa em


água destilada, envolvendo o seu bulbo, tornando-o constantemente úmido, e serve para
avaliar a umidade relativa do ar, em conjunto com o termômetro de bulbo seco.

O Termômetro de Globo é formado por uma esfera de cobre de 6”, pintada de preto
fosco, ficando o bulbo do termômetro no centro dessa esfera, e serve para avaliar o calor
radiante. O IBUTG leva ainda em consideração o tipo de atividade desenvolvida (LEVE,
MODERADA e PESADA).

A legislação prevê um regime de trabalho (trabalho/ descanso) em função do valor do


IBUTG e do tipo de atividade para duas situações: regime de trabalho com pausas para
descanso no próprio local de realização do serviço e o regime com pausas de descanso
em local diferente.

Regime de trabalho com pausas em diferentes locais


Nesse caso, calculamos o IBUTG do ambiente de trabalho e o IBUTG do ambiente
de descanso, e com esses valores, calculamos o IBUTG médio da atividade analisada,

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Introdução à Higiene Ocupacional – Agentes Físicos Calor e Pressões Anormais

bem como o metabolismo médio e entramos no anexo nº 3, quadro nº 3, da NR-15,


que fornece as Taxas de Metabolismo por Tipo de Atividade, fornecendo-nos o máximo
valor do IBUTG médio para cada grau do metabolismo.

Temperatura de Globo Úmido (TGU)


A temperatura de globo úmido é obtida através do termômetro de globo úmido ou de
Botsball, que é um termômetro de globo revestido com um tecido preto, constantemente
umedecido, levando em consideração a velocidade do ar, sua umidade relativa e o calor
radiante ambiente.

Possui uma haste formada por dois tubos concêntricos de alumínio, passando pelo
tubo central, o termômetro; e o externo serve de reservatório de alimentação de água
para embeber o tecido do globo.

Na extremidade superior da haste, está colocado o mostrador do termômetro.

Recomenda-se para avaliação de calor em câmaras hiperbáricas e em tubulðes, onde


a temperatura de globo úmido não deve ser superior a 27ºC.

Os fabricantes fornecem tabelas de limites de tolerância para a temperatura de globo


úmido, bem como correlações entre o IBUTG e o TGU.

Uma das correlações sugeridas é a seguinte: IBUTG = 0,0212 B² + 0,192 B + 9,5


onde B é a temperatura do Botsball.

Medidas de controle relativas ao meio ambiente


• Ventilação: pode-se usar a introdução de ar fresco e eliminação do ar quente e
umidade, o aumento da velocidade de troca de calor pela evaporação e o aumento
da perda de calor por condução/ convecção (Tar<35º).
• Mecanização dos processos: a mecanização dos processos, além de permitir que
o trabalhador fique longe das fontes, diminui o ganho de calor metabólico.
• Áreas de descanso: os locais de descanso devem ser adequados para a recuperação
térmica, conforme o IBUTG e o Grau de Atividade.
• Barreiras refletoras: quando o calor radiante for significativo.

Medidas de controle relativas ao trabalhador


• Exames médicos: Admissionais, com atenção aos sistemas cardiovascular,
endócrino, renal e respiratório e Periódico, para avaliação da resposta do
colaborador aos ambientes quentes.
• Aclimatização: o tempo depende do tipo de atividade.
• Equipamento de proteção individual: quando o tempo de exposição for curto, ou
quando a Medida de Proteção Coletiva estiver sendo implantada ou for insuficiente.
• Reposição hídrica e salina: sob orientação médica.

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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Livros
ACGIH (American Conference of Governmental Industrial Hygienists)
ACGIH (American Conference of Governmental Industrial Hygienists). Traduzido por
ABHO – Associação Brasileira de Higiene Ocupacional- 2007

Higiene ocupacional: agentes biológicos, físicos e químicos


SPINELLI, Robson. Higiene ocupacional: agentes biológicos, físicos e químicos 5. ed.,
p. 95. São Paulo: Editora SENAC São Paulo, 2006.

Vídeos
Videoaula – 10 riscos físicos. Condições hiperbáricas
Mauro Paulo Perito. Videoaula – 10 riscos físicos. Condições hiperbáricas
https://goo.gl/wCdHtD Acesso em: 23 abr. 2016.

Leitura
Avaliação do conhecimento das normas de segurança no trabalho por trabalhadores em
tubulões pressurizados
ALVES, Manuel Messias Pereira; FORNARI, João Victor; BARNABÉ, Anderson Sena;
FERRAZ, Renato Ribeiro Nogueira. Avaliação do conhecimento das normas de
segurança no trabalho por trabalhadores em tubulões pressurizados
http://goo.gl/lVTsUl Acesso em: 23 abr. 2016.
NR 15 – Atividades e operações insalubres
NR 15 – Atividades e operações insalubres. Anexo nº 6 – Trabalhos sob condições hiperbáricas.
http://goo.gl/xq4EOI Acesso em: 23 abr. 2016.
Congresso SST Sintra 2011
Promoção da segurança e saúde do trabalho na manutenção e reparação seguras em
trabalho hiperbárico. Congresso SST Sintra 2011. Manutenção e reparação seguras.
25 e 26 de outubro de 2011. Curso 2.
http://goo.gl/5hoo3c Acesso em: 23 abr. 2016.
IV Simpósio Maringaense de Engenharia de Produção
SILVA, Taís Larissa da; ALMEIDA, Vitor de Cinque. Influência do calor sobre a saúde
e desempenho dos trabalhadores. IV Simpósio Maringaense de Engenharia de
Produção. 2010.
http://goo.gl/gq0lhW Acesso em: 23 abr. 2016.
Estresse ocupacional causado pelo calor
SPILLERE, Julie Ingrid; FURTADO, Taise Spadari. Estresse ocupacional causado pelo
calor. Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC, Criciúma, abr. 2007.
http://goo.gl/wbXCwH Acesso em: 23 abr. 2016.

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Introdução à Higiene Ocupacional – Agentes Físicos Calor e Pressões Anormais

Referências
Apostila PECE – Lacasemim – 2014 Equipe Usp <http://pt.slideshare.
net/IZAIASDESOUZAAGUIAR1/apostila-engenharia-de-segurana-do-
trabalho?qid=662a72c0-3c53-4e29-bd38-783154d229a8&v=&b=&from_search=2>
acesso: 23/04/2016

ACGIH (American Conference of Governmental Industrial Hygienists). Não há


texto eletrônico.

Norma Regulamentadora NR 15 e seus anexos (Ministério do Trabalho). Não há


texto eletrônico.

SPINELLI, Robson. Higiene ocupacional: agentes biológicos, físicos e químicos. 5. ed.,


p. 95. São Paulo: Editora SENAC São Paulo, 2006.

Avaliação de agentes ambientais químicos e físicos. Disponível em: <http://www.


isegnet.com.br/siteedit/site/site_antigo/arquivosartigos/AGENTES_AMBIENTAIS.
pdf>. Acesso em: 23 abr. 2016. Nome do autor não divulgado no link.

Patty, F. A. : Industrial Hygiene and Toxicology 1948. Dos volumenes. Intensiense


Publishers, Nueva York El vol. 1 531 pags.

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