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Revisão Textual:
Profa. Esp. Kelciane da Rocha Campos
Agentes Físicos – Ruído e Vibração
Caro Aluno(a)!
Normalmente com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o
último momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de
troca de ideias e aprendizagem.
Bons Estudos!
UNIDADE
Agentes Físicos – Ruído e Vibração
Introdução ao tema
Quando falamos de higiene ocupacional, estamos falando em trabalhar na prevenção
para que possamos evitar o problema antecipadamente, através de estudos, avaliações
e formas de controle dos agentes causadores de doenças. Prevenção de doença não é
apenas evitar que algum problema ocorra, devemos entendê-la como algo mais amplo
- trabalhar em cima de prevenção, controle, avaliação de riscos e também exposição
errada aos agentes ambientais.
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É importante que sejam medidos os agentes de exposição agudas, os de curto
prazo, bem como os de longo prazo. Cada um deles possui um tipo de avaliação para
essa exposição.
Devemos trabalhar com a antecipação, criando equipes para lidar com o projeto,
modificar e ampliar os locais quando necessários e analisar o que está sendo feito e
seus resultados, isso tudo para que se possa detectar desde o início os riscos que os
trabalhadores sofrem ligados aos agentes ambientais. O ideal é criar projetos e políticas
que favoreçam a eliminação desses agentes e os controlem para que não emitam
tantos problemas, e também políticas que rastreiam e analisam os produtos químicos
que serão utilizados, criar normas de prevenção para os projetistas, contratantes e
compradores de serviços, isso tudo visando evitar exposições que tragam danos à
saúde dos trabalhadores. Um exemplo do que estamos falando é a compra de um
dispositivo para espantar ratos de galerias de cabos, só que não se pode esquecer que
esses dispositivos são emissores de ultrassom.
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Agentes Físicos – Ruído e Vibração
Leitura Obrigatória
Agentes físicos
Os agentes físicos são formas de energias que estão soltas no ambiente e estão
associados aos sistemas e equipamentos, ou até mesmo a vazamentos, que estejam em
contato com o trabalhador, durante a realização de seus serviços.
Estes não fazem parte da Higiene, pois não temos o processo de prevenção,
reconhecimento e controle dos agentes ambientais, como nos outros casos. Podemos
impor as variações de pressão, através do controle, supervisão médica e também por
todo o processo que mostra os tempos e gradientes de pressão. Portanto, essas são
medidas de controle médicos, administrativos ou operacionais, são casos à parte dos
agentes físicos. Devemos ainda comentar que alguns agentes dessa família de radiações
estão presentes em áreas polêmicas, como linhas de transmissão, telefones celulares e
até mesmo linhas de rádio.
Enfim, é difícil muitas vezes identificar esses membros, pois os mesmos não
apresentam estímulos sensoriais e em suas especificações não estão informações que
indiquem essa emissão.
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Entre todos os agentes físicos, o mais comum de ser encontrado e o que está presente
em quase todas as instalações e atividades são os ruídos. O ruído é o agente de maior
preocupação da higiene, por conta de seus efeitos à saúde serem bem visíveis, com isso é
o maior foco dos estudos dos higienistas e profissionais de segurança e saúde do trabalho.
Podemos definir o som como a pressão atmosférica que varia e sensibiliza os ouvidos
das pessoas. Podemos representar com ondas senoidais essa variação de pressão.
Quando falamos de sons, podemos entender que eles podem ter uma grande variação
de pressão sonora, possuindo assim uma faixa dinâmica que pode variar entre 20 a 200
Pa, por isso não se torna prático construir equipamentos para indicação direta dessa
pressão. Por isso, usamos um artifício para poder mensurar essa grandeza. Utilizamos
o decibel (dB), que é uma escala logarítmica. Esse decibel é uma relação adimensional e
não uma unidade, que pode ser representado pela fórmula abaixo.
P
L = 20.log
P0
Sendo:
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Agentes Físicos – Ruído e Vibração
em pascal (Pa), através da fórmula que já vimos acima; com o valor em Pascal, pode-
se transformar novamente em dB. Esse método descrito não é utilizado normalmente,
utilizamos a fórmula abaixo para obter o mesmo resultado:
n Li
Ln = 10 log ∑ i =1 10
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Utilizamos a tabela abaixo para obter mais agilidade na combinação dos níveis de dB:
Quantidade a ser adicionada
Diferença entre níveis (dB)
ao maior nível (dB)
0,0 3,0
0,2 2,9
0,4 2,8
0,6 2,7
0,8 2,6
1,0 2,5
1,5 2,3
2,0 2,1
2,5 2,0
3,0 1,8
3,5 1,6
4,0 1,5
4,5 1,3
5,0 1,2
5,5 1,1
6,0 1,0
6,5 0,9
7,0 0,8
7,5 0,7
8,0 0,6
9,0 0,5
10,0 0,4
11,0 0,3
13,0 0,2
15,0 0,1
FONTE: Portaria 3214/78 NR 15.
Quando temos diferenças maiores que 15, devemos acrescentar zero, prevalecendo,
assim, o nível maior.
- Se tivermos um nível maior ou menor a 3 dB, podemos dizer que temos metade ou
o dobro de potência sonora.
- Podemos considerar como uma fonte desprezível as que medirem abaixo de 10 dB.
- Consideramos como uma fonte extremamente intensa a que emite um ruído total.
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Variação sonora é a variação de pressão na propagação de som; devemos levar em
consideração que algumas pressões sonoras, como a atmosférica, são devagar e nem
sempre podem ser percebidas pelos ouvidos humanos. Agora caso elas ocorram mais
rápidas (20Hz/s), então teremos como ouvi-las.
O ouvido humano possui uma faixa de medida de frequência onde ele responde ao
som e aos ruídos; essa faixa está entre 16-20 HZ e 16-20 kHZ. Fora disso, o ouvido
humano não responde. A partir de estudos, pudemos comprovar que em algumas faixas
de frequência o ouvido não escuta, não pode responder.
Nos medidores, as velocidades de respostas que obtemos estão ligadas aos tipos de
ruídos e também ao tipo de avaliação que precisamos ter. O que vai diferenciar são as
respostas de acordo com o tempo de integração ou constantes desse tempo.
• Slow – define-se por uma resposta lenta, onde a avaliação dos ruídos é contínua e
intermitente, em fontes não estáveis.
• Fast – define-se por uma resposta rápida, onde os ruídos avaliados são de grande
impacto, calibração.
• Impulse – define-se por uma resposta de impulso, onde é realizada uma avaliação
ocupacional para os ruídos de grande impacto.
Ls = Ls+n – ΔL
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Agentes Físicos – Ruído e Vibração
Dose de ruído
Os limites de tolerância variam de acordo com os níveis de ruídos e também com o
tempo de exposição, apesar de ser correto afirmar que durante a execução de tarefas
o indivíduo está exposto a mais de um tipo de ruído e nível dos mesmos. Portanto, o
normal é uma exposição com tempos e ruídos variados.
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Pode-se calcular assim a dose de ruído:
Assim:
D = dose de ruído.
- A medição admite que o limite de tolerância deve ser igual à dose diária que se
recebe de ruído;
- Não se pode ultrapassar 100%, seja qual for o trabalho realizado, durante o
período de trabalho;
- Deve-se atentar ao tempo medido pela dose de ruído, pois caso ele dobre essa
medida também irá dobrar;
- Terá maior importância para dose de ruído se o nível for muito intenso e também
seu tempo de exposição for maior;
- Quando o nível for mais elevado, o tempo de exposição deve ser reduzido, para
que se tenham boas reduções das doses;
- Sempre que se puder, o ideal é evitar a exposição aos ruídos.
Devemos lembrar que se a avaliação de doses for realizada em um tempo menor que
o da jornada de trabalho, não teremos um valor real obtido, portanto será necessário
usar uma regra de três simples para estimar o valor correto da dose, como: tempo de
avaliação = 7h 30 min; dose obtida = 87 % para jornada de 9 horas:
6,5 87
8,0 DJ
87 x 8
=
DJ = 107%
6, 5
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Agentes Físicos – Ruído e Vibração
Resposta:
Resposta:
Obs.: Nesse cálculo só serão considerados os valores obtidos que forem 80 dBA ou
acima disso.
Onde:
Dosimetria
Na prática, normalmente não são observadas as exposições em níveis discretos,
assim facilita-se o cálculo manual. Agora se observam bastante os níveis de ruídos que
oscilam bastante e rápido, sendo assim difícil a obtenção dos dados de acordo com o
tempo de exposição. Podemos utilizar um instrumento chamado dosímetro para medir
essa dose representativa.
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No display do dosímetro, é mostrado o valor acumulado da dose no fim da jornada de
trabalho, e até mesmo os níveis altos e médios.
NBR 10151
Atualmente, a poluição sonora é uma das principais causas do estresse. De acordo
com a OMS, é a 3° maior poluição ambiental.
Observa-se que o estresse auditivo tem início a partir do momento em que o ouvido
é exposto a níveis de pressão iguais ou superior ao de 55dB.
É correto afirmar que o incômodo é causado por um ruído de nível de até 50 dB(A),
mas é suportável se estiver em modo vigília, agora níveis a partir de 55 dB(A) podem
ser estressantes e causar desconforto. Com o desequilíbrio bioquímico que se inicia por
volta de 65 dB(A), dá-se início ao estresse degradativo do organismo, assim aumentando
alguns riscos graves (enfartes, derrames e infecções).
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Agentes Físicos – Ruído e Vibração
Outro ponto que merece destaque é a criação do selo ruído, cuja função é informar
o consumidor sobre o ruído emitido pelos brinquedos, motores, eletrodomésticos,
máquinas e assim permitir que o consumidor saiba a diferença na hora da escolha dos
produtos com menos ruídos, e com isso incentivar as fabricantes a produzirem produtos
mais silenciosos.
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II - São prejudiciais à saúde e ao sossego público, para os fins do item anterior, os ruídos
com níveis superiores aos considerados aceitáveis pela norma NBR 10151 – Acústica
- Avaliação do Ruído em Áreas Habitadas, visando o conforto da comunidade.
A norma que trabalha com o assunto de Ergonomia é a NR-17 do TEM e ela também
trata sobre o conforto acústico. Nela há algumas normas sobre conforto acústico como
a NBR 10152.
Define-se o nível de ruído ambiental (Lra), ruído com componentes tonais, nível de
pressão sonora equivalente (LAeq), ruído com componentes tonais.
As avaliações devem ser feitas em dB(A) quando referentes a níveis de pressão sonora.
Serão realizadas medidas complementares com análises de frequências, caso haja
necessidade de uma redução de nível ou medidas para correção sonora, isso segundo a
NBR 10152/1987.
Medição - procedimentos
1. Medições nas áreas exteriores das edificações, contendo a fonte:
·· precauções técnicas devem ser tomadas para evitar a influência do vento
e outras condições climáticas, quando relevantes;
·· deve-se respeitar uma distância de 1,2m entre os pontos das medições e
uma distância de 2 metros entre a superfície refletora (muros, paredes e
outros) e a propriedade;
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Agentes Físicos – Ruído e Vibração
Um ruído sem componente e sem caráter impulsivo deve ter seu nível LC corrigido,
assim passará a ter um nível de pressão equivalente, ou seja, um LAeq. Caso ocorra de
o equipamento não executar a medida automaticamente do LAeq, deve ser considerado
o cálculo seguinte:
Li
1
∑
n
LA eq = 10 log i =1
10 10
n
Onde:
Avaliação do ruído
Na tabela abaixo, teremos o limite máximo de conforto, que chamamos de Nível
Critério de Avaliação – NCA:
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Tipos de Áreas Diurno Noturno
Área mista, com vocação comercial e administrativa 60 55
Área mista, com vocação recreacional 65 55
Área mista, predominantemente industrial 70 60
Fonte: Tabela 1 da ABNT NBR 10151:2000 Versão Corrigida: 2003
Esses horários diurnos ou noturnos da tabela podem ser definidos pelas autoridades,
mas sem sair daquilo a que as pessoas estão habituadas. O período noturno não deve
ter início depois das 22h e não deve acabar antes das 7h, mas já nos feriados e
domingos até 9h.
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Agentes Físicos – Ruído e Vibração
dos dados do protetor, 98% em dificuldade de atenuação. Fazendo isso se torna a conta
simples, com elegância e prestigiada: para obter o nível que o ouvido atinge em dBA é
importante que se subtraia o NRR do ruído que foi avaliado.
No laboratório trabalhamos com materiais novos, e são testados nas pessoas com
o ajuste perfeito, são bem colocados, e pessoas orientadas e experts fazem esse teste;
portanto, minimiza-se muito o risco de erros, fora isso não há interferência nenhuma
dos protetores EPIs com outros objetos. Trazendo para situação real, não temos
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protetores novos, existem diversas interferências, os EPIs são colocados de forma
deficiente, portanto não podemos considerar que seja 100% a proteção, e nem sempre
os profissionais permanecem o tempo todos com eles. Existem maneiras para contar o
tempo em que não são usados os protetores. Já para alguns desvios que podem ocorrer,
pode-se utilizar os fatores de correção que encontramos no NIOSH, que se tornam
diferentes de acordo com cada protetor. Nos casos de circum-auriculares, existe um
desconto de 25%; já nos protetores de espuma que são de inserção, existe um desconto
de 50%; enfim, damos um desconto de 70% para os pré-moldados. Utilizamos esses
descontos no cálculo de NRR nominal, antes que sejam utilizados no método n.2.
NRRa = NRR – 7
Enfim, após feitos os descontos, as fórmulas que vimos passam a ser válidas,
considerando o conceito de correção, onde aplicaremos o dBA e para os piores casos o
dBC, corrigindo o NRR e após aplicando menos 7.
1. NRRSF
Tudo o que falamos até o momento é referente ao NRR denominado tradicional,
entrando em conflito com o NRRsf, que é uma nova proposta que já está sendo praticada
no país. Os próprios fabricantes já ensaiam e conseguem distinguir os protetores NRRsf.
Como já vimos, é necessário que sejam feitos descontos no NRR tradicional, por conta
da diferença entre o campo e o laboratório. Podemos entender também que se os ensaios
que são realizados nos laboratórios fossem feitos por pessoas sem conhecimento, que
apenas iriam ler os manuais e utilizar o protetor para fazer o teste, teríamos dados mais
próximos dos reais. Isso mostra bem a Norma ANSI S 12. 6/ 97 B. No caso do NRRsf, ele
é calculado também a partir dos dados de atenuação, mas com algumas particularidades,
como 84% de nível de proteção estatístico subtraindo do dBA, considerando uma correção
de 5 e não de 7, esse já embutido no número, ficando assim:
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Agentes Físicos – Ruído e Vibração
É necessário nos dois primeiros que sejam feitas correções, para que se possa chegar
mais próximo do real.
Caso o protetor não seja utilizado 100%, é necessário que seja considerada a
correção. Não falamos aqui neste material sobre o método NIOSH n. 1 ou método
espectral longo. Como está escrito na IN 78 do INSS, os quatro métodos NRRa, NRR,
longo e NRRsf, são utilizados na previdência social.
Essa correção deve ser aplicada após as correções do NIOSH segundo cada tipo de
protetor, em função das condições de uso real. No caso do NRRsf, não há tais correções,
mas apenas do tempo de uso (esta correção), se for o caso (PECE-USP).
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Exemplo: cálculo de NRR para protetores auriculares
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Agentes Físicos – Ruído e Vibração
Resposta:
8 horas por dia = 85 dBA: a combinação deverá ser de dois níveis atingindo o 85.
82! 82 “+” 82” = 85.
Qual será o valor NRR corrigido, no caso de um protetor de espuma com uma
expansão de NRR=29, sendo utilizado por um tempo de 30 minutos?
Resposta: 12,5.
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• quais as condições de trabalho e quanto tempo o trabalhador fica exposto à vibração;
• avaliação quantitativa e seus resultados;
• medidas para eliminar a insalubridade quando ela existir.
1 T 2
a ( t ) dt
T ∫O
Valor r.m.s. = a eq =
Valor de pico
Fator de Crista =
Valor r.m.s
Fonte: Bruel & Kjaer, 1988.
Efeitos da exposição
Quando ocorrem problemas no sistema das mãos e braços, por conta da exposição
a vibrações, podemos falar que seja de ordem neurológica, vascular, muscular ou até
mesmo ósteoarticular. Taylor e Pelmear descreveram sobre a evolução da doença dividida
em estágios, por conta da exposição diária, mas em longo prazo de meses, conforme
informações abaixo:
• Normalmente nem sempre os funcionários entendem os riscos e gravidades por
conta de um formigamento ou adormecimento que mesmo leves podem ser o
início, primeiros sintomas da síndrome;
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Agentes Físicos – Ruído e Vibração
• Pode ocorrer branqueamento nas pontas dos dedos e depois pode até mesmo se
estender à mão toda caso tenha uma continuidade da exposição;
• Quando a temperatura frequente do ambiente é fria, pode provocar alguns ataques
e também alguns outros disparos, como a temperatura central do corpo, o tônus
vascular, estado emocional e também a taxa metabólica;
• Normalmente, os branqueamentos costumam durar até 60 minutos. Em casos
onde duram mais, podem ir até duas horas. A recuperação pode ser feita através
de uma hiperemia reativa; começa pelas palmas, vai para os pulsos e dedos e
também com rubor;
• Pode ocorrer perda de destreza e incapacidade para certos trabalhos nos casos mais
avançados; devido a ataques isquêmicos repetidos, a sensibilidade também pode
ficar comprometida;
• Conforme for continuando a exposição, os ataques de branqueamento vão
reduzindo, e é substituído por aparências cianóticas nos dedos;
• Enfim, podem aparecer necroses (acrocianose) nas pontas dos dedos.
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Quanto à exposição:
No caso de o período do dia que o trabalhador ficar exposto à vibração não for igual
a 4h, deverá ser colocada uma aceleração equivalente em energia, portanto seria um
período de 4h, segundo a equação 3.1 da norma.
Nas equações 3.3 e 3.4 dos anexos da norma, podemos encontrar as expressões que
servem para calcular a exposição quando ela é parcial, uma exposição diária que tem
diversas exposições durante a atividade realizada.
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Agentes Físicos – Ruído e Vibração
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Podemos chamar a preservação da eficiência “Proficiência reduzida por fadiga”;
“Limite de exposição” é o limite que controla até onde se pode ficar exposto,
preservando assim a segurança e saúde do indivíduo.
• Sistema tri-ortogonal estando no centro no coração;
• Eixos Z e X, Y com limites distintos;
• Z – 4 a 8 Hz, região com a maior sensibilidade para com esse eixo;
• X, Y – 1a 2 Hz, região com a maior sensibilidade para com esses eixos;
• Temos a vibração aleatória e também a avaliação de frequências discretas
singulares ou podemos até chamar de discretas múltiplas;
• FC (Fator de Crista) > 6 =>Durante a execução desse método, podemos subestimar
o movimento. O período mínimo é de um minuto durante essa avaliação do FC. (FC
= Vp/Vrms), onde Vp é o valor de pico e Vrms é o valor eficaz;
• Nas pesquisas que foram realizadas em laboratórios, pode-se constatar que nos
homens o limite de exposição é a metade do limiar de dor ou dos pacientes saudáveis;
• Não se recomenda que sejam excedidos os limites de exposição sem que sejam
impostas precauções ou justificativas;
• Em um único eixo, ao se desejar um número único para a quantificação da vibração,
pode-se utilizar o método ponderado, pois ele simplifica as medições nas situações
em que a análise espectral é inconveniente ou difícil, no entanto é recomendado
registrar-se a composição em frequência dos movimentos avaliados;
• Caso venha a ocorrer vibrações em mais de uma direção simultaneamente, nos três
eixos os correspondentes limites aplicam-se separadamente a cada componente vetorial;
• Se 3 ou 2 componentes vetoriais demonstrarem magnitudes similares quando se
multiplicar 1.4 pelos componentes ax e ay, o efeito no desempenho e conforto,
ocasionado pelo movimento combinado, pode ser maior do que qualquer
componente singular. Para obter o cálculo do efeito desse movimento, é necessário
utilizar a fórmula abaixo:
a = [(1,4 axw)2 + (1,4 ayw)2 + A2zw]1/2
• Pode-se utilizar esse vetor resultante para comparar com o vetor resultante de
outros movimentos;
• As avaliações quanto à performance e ao conforto pode-se fazer através de
comparações de “a” com a vibração obtida no z (azw);
• Conseguimos usar o vetor resultante para comparar com o vetor resultante de
outros movimentos;
• Com a comparação de “a” conseguida com a vibração do eixo z (azw), podemos
obter avaliações sobre o conforto e a performance;
• As medições devem ser realizadas próximas ao ponto onde existe a exposição; esses
limites são relacionados ao ponto de entrada de energia no indivíduo. O assento
onde o funcionário está normalmente contém um transdutor, que está em um
suporte rígido e que possui folhas metálicas que estão adequadamente colocadas;
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UNIDADE
Agentes Físicos – Ruído e Vibração
∑ (W )
2
Aw,eixo = f eixo A f eixo
(1, 4 A ) + (1, 4 A ) + ( A )
2 2 2
Aw,t = wx wy wz
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Observação: Ver tabela ACGIH 2002 – para as curvas de resposta 1 e 2, os fatores
relativos de ponderação da faixa de frequência de máxima sensibilidade de aceleração.
No item 3.3. da tabela ISO 2631/85; ACGIH; ISO 2631/97; Diretivas CE, você poderá
encontrar aplicações dos limites, discussões e exemplos.
Podemos encontrar um Guia de Efeitos que a vibração pode causar à saúde, como
método de informação, na Norma ISO 2631-1:1997.
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UNIDADE
Agentes Físicos – Ruído e Vibração
PCRV e o PPRA
1. O PCRV deverá ter um planejamento onde serão estabelecidas as prioridades,
metas e criado um cronograma anual. Para se definir quais os componentes de
maior prioridade, deverá ser feita uma análise considerando os seguintes itens:
· quantidades de trabalhadores a serem atingidos;
· dentro dos riscos existentes no PPRA, priorizar o agente de vibrações;
· informações técnicas e recursos disponíveis;
· PCMSO x danos.
2. Deverá ser adotada para a elaboração do PCRV uma metodologia e também
uma estratégia, sempre observando estes pontos:
· consultoria especializada e serviços;
· delegação de responsabilidade de cada pessoa.
Quanto ao reconhecimento:
• determinar as pausas existentes, o tempo em que se fica exposto diariamente e as
características de cada tipo de exposição;
• determinar a quantidade de trabalhadores que ficam expostos;
• descrever as atividades que são executadas;
• determinar quais os equipamentos serão utilizados pelos operadores, quais suas
classificações e características.
Quanto à avaliação:
• importante qualificar o tipo de equipamentos, utilizando procedimentos, níveis,
informações anteriores e medições como base;
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• determinar o nível de vibração, entre aeq8/aeq4, para caracterizar essa exposição,
adotando medidas de prevenção e controle;
• na NR-9, no item 3.7, podemos encontrar como é feita a monitoração e também
a avaliação repetitiva e sistemática;
• através dos parâmetros obtidos, pode-se avaliar a gravidade e extensão do problema;
• verificar se as medidas adotadas são eficientes e também priorizar essas ações.
Exemplo de cálculo:
Verificou-se que temos uma vibração bastante significativa ao avaliar a exposição sofrida
por um marteleiro, pois acontece uma aceleração ponderada, mas que chega a 12,9 m/
s². Considere a exposição lembrando que ele executa 4,5 horas diárias desse serviço. Usar
como base as normas: NR9, NR15, ISOS 5349:1986 e 5349:2001 e o ACGIH.
Resposta:
( 4)
1 1
1/2
9, 5 ⋅ C 2 9, 5 ⋅ 10 2
(a )
h,w eq ( 4 ) = 4, 5 2
⋅ 12, 9 ≅ 13, 7m / s ⇒ TE =
ah,w ( eq,4h )
=
13, 7
≈ 2, 2 anos
Conforme proposto pela ACGIH, a aceleração dominante não pode ter um valor
maior do que 4m/s². No caso acima, tivemos uma aceleração de 12,9m/s², passando
o número limite. De acordo com a NR-9, para esses casos, deverão ser criadas medidas
para que se possa eliminar ou minimizar os riscos.
No caso mencionado acima, teremos um tempo para esse branqueamento de 2,6 anos.
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Agentes Físicos – Ruído e Vibração
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Higiene Ocupacional
BREVIGLIERO, Ezio; POSSEBON, José; SPINELLE, Robson.
Leitura
Programa de prevenção de vibrações no trabalho. NR 15 – anexo 8.
Técnico responsável: Thomas Eduard Stockmeier.
http://goo.gl/h2Lacs Acesso em: 26 abr. 2016.
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Referências
Apostila PECE – Lacasemim – 2014 Equipe Usp http://pt.slideshare.
net/IZAIASDESOUZAAGUIAR1/apostila-engenharia-de-segurana-do-
trabalho?qid=662a72c0-3c53-4e29-bd38-783154d229a8&v=&b=&from_search=2
Acesso: 23/04/2016
Módulos didáticos do curso higiene ocupacional 1992 – 2003. Anais. [S.l]: Itsemap
do Brasil, 2003.
ABNT – Associação Brasileira de Normas técnicas. NBR 10152 – Níveis de ruído para
conforto acústico. De 1987 revisada em 2014
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