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Fabiana Gisele Veiga

Talita de Matos Souza

Helen Valéria Sales Bevilaqu

Em diversas atividades industriais estão presentes inúmeras substâncias químicas, como


matéria prima e insumos ou como produto final. Muitas dessas substâncias são encontradas na
natureza, como o petróleo e seus derivados, outras são produzidas artificialmente por processos
químicos.

Esses agentes químicos podem oferecer risco à saúde dos trabalhadores, porém a exposição aos
agentes agressivos não implica, necessariamente, que os trabalhadores terão uma doença
ocupacional.

Para desencadear danos à saúde, os agentes químicos devem estar acima de uma determinada
concentração ou intensidade, em regra, e que o tempo de exposição a essa concentração ou
intensidade seja suficiente para uma atuação nociva desses agentes sobre o organismo humano.

Para adotar as medidas de controle necessárias, preservando a saúde e a segurança, é


imprescindível reconhecer os agentes químicos e realizar avaliações quantitativas e qualitativas
de exposição dos trabalhadores.

O risco químico é a possibilidade de ocorrer danos à saúde devido a exposição a agentes


químicos, definidos como as substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no
organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou
vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvidos
pelo organismo através da pele ou por ingestão.

1. O que são agentes químicos? Lembre-se que são vários os agentes considerados químicos.

O que são agentes químicos?

Os agentes químicos são substâncias orgânicas ou inorgânicas, naturais ou sintéticas, que


podem dispersar-se no ar em quantidade que pode causar danos à saúde das pessoas expostas,
podendo ser absorvido pelo organismo através da pele ou por ingestão.

Os agentes químicos podem ser classificados pela forma como se apresentam e pelos efeitos no
organismo humano.

Tipos de agentes químicos

Os agentes químicos podem se apresentar nos estados sólido, líquido, ou gasoso, o que define
a maneira de absorção pelo corpo humano (pelas vias respiratórias ou através da pele ou
ingestão).

Podem estar na forma de aerossóis ( atomização de sólidos ou líquidos ou suspensão de poeiras


e polens), gases, vapores (gás de uma substância que é líquida em condições normais de
temperatura e pressão, ou seja, é o gás em temperatura inferior à crítica), e fuligem (partículas
muito finas resultante da queima de combustíveis minerais em caldeiras e fornalhas).

Também são classificados como:


Agentes corrosivos: produzem destruição de tecidos no local de contato. Afeta comumente a
pele, os olhos e o sistema digestivo.

Agentes irritantes: causam inflamação dos tecidos no local de contato, causando reações como
eczema ou dermatite e também as irritações respiratórias.

Agentes alergênicos: causam reações alérgicas respiratórias ou na pele.

Agentes asfixiantes: gases que diluem o oxigênio da atmosfera abaixo da concentração


necessária para a vida existir.

Agentes cancerígenos: substâncias químicas que foram demonstradas como causadoras de


câncer nos seres humanos.

Exemplos de agentes químicos

Poeira mineral: sílica, asbesto, carvão mineral;

Gases: monóxido de carbono (CO), dióxido de carbono (CO2), hidrogênio(H2), nitrogênio (N2);

Ácidos: clorídrico, sulfúrico;

Solventes orgânicos, butano, propano, aldeídos, acetona, benzeno;

Fumos metálicos: provenientes do uso industrial de metais, como chumbo, manganês, ferro,
etc.

O que os agentes químicos podem causar ao trabalhador?

A exposição aos agentes químicos sem as medidas de controle apropriadas pode resultar em
danos à saúde do trabalhador, como irritação da pele e dos olhos, queimaduras leves ou severas,
causadas por incêndio ou explosão, asfixia, alergia, doenças respiratórias crônicas, doenças do
sistema nervoso, doenças nos rins e fígado e alguns tipos de câncer.

A gravidade da contaminação está relacionada ao tempo de exposição, à concentração e ao tipo


de produto. Pode haver uma irritação das vias aéreas quando a contaminação ocorre em um
curto período de tempo com substâncias como ácido sulfúrico, amônia, cloro ou soda cáustica.
Alguns gases, como hidrogênio (H2), nitrogênio (N2), metano (CH4) e dióxido de carbono (CO2)
são extremamente nocivos, podendo causar dores de cabeça, náuseas, sonolência, convulsões
e até mesmo a morte.

https://www.blogsegurancadotrabalho.com.br/agentes-quimicos/

2. A empresa possui o Programa de Prevenção de Riscos Ocupacionais?

Na descrição da mensagem enviada pelo supervisor não constam os documentos necessários


para as atividades preventivas, bem como a citação do PCMSO – para controle da saúde dos
colaboradores, assim não é possível afirmar que a empresa possui o PGRO.

3. Você acredita que estão contidos no PPRA da empresa os riscos químicos?

Na descrição da mensagem não consta a delimitação de que medidas deveriam ser tomadas
para os riscos aos agentes químicos, ações básicas como bacia de contenção, proteção contra
intemperes e medidas de controle administrativas, coletivas e EPIs. O acesso as FISPQs está
restrito a local distante do local da manipulação dos produtos químicos, ainda os grupos
similares de exposição por risco. Na percepção pela mensagem há muitas melhorias a serem
realizadas nos documentos preventivos da empresa

4. Se os riscos estiverem descritos no PPRA, será que estes são apresentados para os
colaboradores que realmente realizam atividades que os exponham aos agentes químicos?

Da forma que foi solicitado o estudo e entregas sobre a demanda de trabalho os riscos não estão
mapeados corretamente nem apresentados aos funcionários.

5. É perceptível a preocupação da EmbaleNovo com a saúde e segurança do trabalho?

De forma parcial em ter empresa contratada para analisar as atividades, porém há melhorias a
serem realizadas nos documentos e principalmente na prevenção aos riscos do processo.

6. Existe outro programa de prevenção de riscos ambientais implantados ou que poderiam ser,
na empresa? Quais?

O Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO) deve ser feito de maneira contínua para
promover a SST. Conforme a NR-01, essa continuidade caracteriza um programa (o PGR),
formado por duas partes fundamentais: inventário de riscos e plano de ação.

Dados referentes aos riscos ocupacionais devem constar no PGR, PCMSO, PPP e outros arquivos
elaborados por especialistas do SESMT. Ainda programas complementares Programa de
Proteção Respiratória (PPR) e Programa de Conservação Auditiva (PCA).

7. Como você realizaria as avaliações ambientais (as quantificações)? Existe um método de


amostragem ambiental? Como você organizaria as medições?

Para fazer um bom controle da exposição ocupacional aos agentes químicos é preciso conhecer
as concentrações desses agentes, então presentes no ambiente de trabalho, e identificar se
essas concentrações estão dentro dos limites permissíveis. Para isso, é preciso fazer uso de
equipamentos de medição.

O processo do conhecimento da exposição de trabalhadores envolve uma série de


considerações, abordagens, planificação e desenvolvimento de um trabalho de obtenção e
análise de dados, que, em seu conjunto, pode ser chamado de estratégia de amostragem.
Estratégia de Amostragem é um processo, no qual adquirimos um conhecimento progressivo da
exposição de trabalhadores, que se inicia com uma adequada abordagem do ambiente
(processo, pessoas, tarefas, agentes) e termina com afirmações estatisticamente
fundamentadas sobre essa exposição, para que o ciclo da higiene ocupacional possa prosseguir,
a caminho do controle do riscos.

Devemos ser capazes de definir nossa unidade de trabalho, que são os grupos homogêneos de
exposição (este é um conceito do NIOSH, a AIHA prefere o termo “grupos de exposição similar”,
que consideraremos equivalentes). Os grupos homogêneos de exposição deverão ser
identificados com relativa facilidade a partir da caracterização básica. Eles são definidos por
agente ambiental, e por local (edificação) de trabalho, ou sítio operacional (em plantas de
processo, por exemplo).
Chamamos ainda a atenção para o fato de a terminologia ocupacional já contemplar “Grupo
Homogêneo de Exposição” como termo a ser usado, pelas suas aparições no Anexo 13-A da NR-
15, na NR-22 e nas Instruções Normativas do INSS.

Amostradores para gases e vapores: para avaliação quantitativa de gases e vapores, existem
diversos amostradores de leitura, sendo ela direta ou não. Primeiramente, é preciso conhecer
muito bem o agente de risco presente no ambiente, escolher o método de amostragem e a
finalidade dos resultados para depois fazer a escolha do equipamento.
Outro método para amostragem de agentes químicos como os vapores orgânicos (benzeno,
tolueno e xileno), consiste na utilização da bomba gravimétrica com amostrador composto de
carvão ativado, o qual deve ser enviado posteriormente para realização, em laboratório, de
análise dos vapores adsorvidos, por meio do método de cromatografia gasosa.
Outra maneira de realizar amostragem de agentes químicos é com o uso de amostradores
passivos, os quais contêm em seu interior uma determinada quantidade de material adsorvente
(geralmente carvão ativo). Eles são fixados na lapela do trabalhador (zona respiratória) e o
processo de adsorção do contaminante se dá por difusão. Após a avaliação ambiental, esses
amostradores devem ser encaminhados para análise em laboratório.

Através da avaliação, é possível verificar informações sobre a efetividade das medidas de


controle existentes e sobre as relações entre a exposição e os possíveis efeitos à saúde.
As questões clássicas no planejamento de uma estratégia de amostragem são: Onde amostrar?
Quando realizar a amostragem? Qual o tempo de amostragem? Quantas amostras são
necessárias?
Pode-se, de uma forma geral, dizer que a amostragem de contaminantes em ambiente de
trabalho é feita com os seguintes objetivos:
Estabelecer controle legal do ambiente de trabalho, com relação ao enquadramento dentro do
que exigem as leis e normas em padrões higiênicos;
Correlacionar causa e efeito (dose/resposta) por estudos e pesquisas toxicológicos e
epidemiológicos (prospectivos e retrospectivos), visando o estabelecimento de padrões e limites
de tolerância;
Gerar estudos da eficiência apresentada por medidas de controle, como a instalação de um
sistema de ventilação local exaustora para controlar uma fonte poluidora;
efetivar estudo e determinação da carga poluidora emitida por processo, operação ou
equipamento.

A seguir, pode-se analisar os tipos de amostragem.


Amostragens instantâneas: são amostras realizadas em um curto espaço de tempo, e os
resultados correspondem à concentração existente nesse intervalo.
Amostragem contínua: é realizada em um período de tempo que varia de trinta minutos até
uma jornada de trabalho completa.
Fazer o registro dos resultados das amostragens, além de ser um requisito legal, no PPRA, no
PPR, no LTCAT e no PCMSO, também é fundamental para estudos e geração de dados
estatísticos sobre os riscos ambientais.

8. Após realizadas as avaliações quantitativas (medições), o que você faria com os resultados?
Sempre que forem identificados riscos potenciais à saúde, deverão ser adotadas as medidas
necessárias e suficientes para a eliminação, a minimização ou o controle dos riscos químicos
existentes nos ambientes de trabalho. Medidas de proteção devem ser adotadas sempre que a
concentração dos agentes químicos no ar atinja a metade do valor recomendado como LT
(Limite de Tolerância), valor esse denominado “nível de ação”, de acordo com a NR-15 da
Portaria 3214/78. As ações devem incluir a adoção de medidas de proteção coletiva e individual,
além da realização periódica de avaliações ambientais (medições) para o monitoramento da
exposição, o controle médico sistemático e a informação aos trabalhadores. Após os resultados
deveria ser estabelecido os grupos de riscos, comparar os resultados com os limites de
tolerância nas normas e referências estabelecidas na NR-15 e seus anexos, a classificação dos
agentes químicos, as medidas de controle, as orientações sobre uso das medidas de proteção
em suas escalas, o planejamento de ações de controle e um PAE – plano de atendimento a
emergência, o treinamento dos funcionários tanto quanto aos riscos, a manipulação de
produtos químicos (NR20 mínimo nível básico) e do PAE.

9. Existem medidas de controle para este risco ambiental

Sim -

Fonte: Greenpeace Brasil


PREVENÇÃO
Medidas de Controle Ambiental
Todas as empresas devem elaborar e implementar um Programa de Prevenção de Riscos
Ambientais – PPRA visando à preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, através
do reconhecimento, avaliação e controle dos riscos ambientais. O reconhecimento dos riscos
deverá incluir a sua identificação, a determinação e localização das possíveis fontes geradoras,
a identificação das funções e determinação do número de trabalhadores expostos e, a
caracterização das atividades e do tipo de exposição. A avaliação quantitativa (medições),
utilizando equipamentos de avaliação ambiental, deverá ser realizada sempre que necessária
para dimensionar a exposição dos trabalhadores ou para comprovar o controle da exposição.

Nível de ação
É o valor acima do qual devem ser iniciadas ações preventivas de forma a minimizar a
probabilidade de que as exposições a agentes ambientais ultrapassem os limites de exposição.
Além das medidas de proteção coletiva e individual, as ações devem incluir também avaliações
ambientais (medições) para o monitoramento periódico da exposição, a informação aos
trabalhadores e o controle médico. Para os agentes químicos, o nível de ação equivale à metade
dos limites previstos na NR-15 da Portaria 3214/78 ou, na ausência destes, os valores de limites
de exposição ocupacional adotados pela ACGIH – American Conference of Governmental
Industrial Hygenists.

Medidas de proteção coletiva: exemplos


A eliminação dos agentes nocivos ou substituição da sua forma de apresentação;

A automatização de operações geradoras de contaminação do homem;

Isolamento das áreas de riscos;


Ventilação localizada ou geral;

Exaustão localizada ou geral;

Medidas de higiene pessoal e coletiva (lava-olhos, lavatórios, chuveiros, vestiários,


sanitários);

Medidas de caráter administrativo ou de organização do trabalho (alterações do processo


produtivo, introdução de pausas ou rodízios, redução da jornada de trabalho, mudanças do
layout, entre outros).

Medidas de proteção individual


Quando comprovado pelo empregador a inviabilidade técnica da adoção de medidas de
proteção coletiva ou quando estas não forem suficientes, deverão ser utilizados os EPIs –
Equipamentos de Proteção Individual, tais como protetores respiratórios, luvas, mangas,
aventais, roupas especiais, botas, pomadas protetoras, entre outros.

Controle médico
Para todos os trabalhadores expostos a agentes químicos, nos exames médicos ocupacionais
(admissional – periódico – demissional) devem ser realizados os exames clínicos e toxicológicos,
nos moldes previstos no Quadro I (Parâmetros para Controle Biológico) da Norma
Regulamentadora nº 7 da Portaria 3214/78. O exame clínico dever ser realizado pelo menos
anualmente enquanto os exames toxicológicos devem ter uma periodicidade no mínimo
semestral.

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