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Material Teórico
Indicadores, bioindicadores e, ou, padrões de qualidade da água
para consumo humano
Revisão Textual:
Prof. Ms. Claudio Brites
Indicadores, bioindicadores e, ou, padrões de
qualidade da água para consumo humano
·· Introdução
·· Histórico das iniciativas de proteção da qualidade das águas
·· Cenário internacional da proteção da qualidade das águas
·· Proteção da qualidade das águas no Brasil
·· Parâmetros de qualidade das águas
·· Índice Geral da Qualidade das Águas – IGQA
Para um bom aproveitamento do curso, leia o material teórico atentamente antes de realizar
as atividades. É importante também respeitar os prazos estabelecidos no cronograma.
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Unidade: Indicadores, bioindicadores e, ou, padrões de qualidade da água para consumo humano
Contextualização
Sobre a crise hídrica que atinge a Região Sudeste do Brasil, leia o artigo do El País publicado
na página do Trata Brasil.
Mesmos erros de São Paulo empurram Rio e Minas Gerais para a crise
El País11/02/2015
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primordial para a sustentabilidade do sistema carioca de
abastecimento, ainda está no papel, apesar do governador do
Rio, Luiz Fernando Pezão, (PMDB), ter afirmado em janeiro que
a situação do Estado é “um pouco melhor” do que os demais da
Região Sudeste por ter investido em obras de infraestrutura hídrica
nos últimos anos. O peemedebista descartou a adoção de um
rodízio ou de racionamento “no primeiro semestre do ano”.
Dois dos quatro reservatórios que abastecem o Rio de Janeiro
já atingiram o volume morto. O volume de água dos reservatórios
do rio Paraíba do Sul - que abastece o Guandu - caiu para 3% no
final de 2014. De acordo com uma estimativa do Coppe, caso não
chova mais até o final do período chuvoso, em abril, o Rio terá água
por mais 250 dias.
O nível das perdas de água no sistema – que em MG está na
casa de 40%, e em São Paulo e Rio de Janeiro na casa dos 30% -
também contribuem para a exaustão dos recursos hídricos. “Existe
uma falta de interesse em realizar obras nas tubulações subterrâneas,
onde estão vazamentos, porque são obras que não dão retorno
político para os governos. E dá mais lucro para a empresa entregar
água na casa das pessoas do que resolver as perdas. E, por sua
vez, as agências reguladoras não têm autonomia suficiente para
enfrentar os Estados nestas questões”, diz Freitas. De acordo com
ele, as perdas poderiam ser reduzidas em 10% se houvesse interesse
político.
“Susto” de SP
A gravidade da crise hídrica paulista “assustou” outros
governadores, que tomaram medidas para evitar o pior. É o caso
de Minas Gerais. “O risco (de MG adotar racionamento e rodízio)
é menor, em grande parte devido às lições tiradas do caso paulista.
Algumas atitudes que deveriam ter sido tomadas em SP foram
tomadas antecipadamente no Estado desde o início deste ano,
como uma campanha forte pela redução do consumo e a realização
de obras que devem amortecer um pouco o problema. Mas de
qualquer forma, eu acredito que a nossa crise dura mais uns 3 ou
4 anos”, diz Carlos Barreira Martines, coordenador do Centro de
Pesquisas Hidráulicas e Recursos Hídricos da Universidade Federal
de Minas Gerais.
O governador do Estado, Fernando Pimentel (PT), anunciou
uma série de obras, a principal delas a criação de um novo sistema
para abastecer a Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH),
alimentado pela bacia da região de Taquaraçu e Jaboticatubas,
onde estão os rios da Serra do Cipó. A iniciativa ainda depende de
financiamento federal.
O nível dos reservatórios que abastecem a RMBH despencou
desde janeiro de 2014. Em fevereiro o Serra Azul, o segundo maior
deles, tinha apenas 6,4% de sua capacidade. A vazão do rio das
Velhas – responsável por abastecer 45% da região -, em janeiro,
estava em 8,85 m³/s, sendo que a média histórica no mês é dez
vezes maior: 80 m³/s.
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Unidade: Indicadores, bioindicadores e, ou, padrões de qualidade da água para consumo humano
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Introdução
É inegável que a humanidade de forma geral, e guardadas as devidas diferenças de ordem
cultural e socioeconômica, encontra-se em um estágio evolutivo muito significativo e cercado de
grande diversidade e complexidade de artefatos construídos a fim de manter e/ou aperfeiçoar
as suas próprias conquistas.
A cidade moderna marcada pelas grandes concentrações de pessoas e mercadorias e o campo
altamente especializado e tecnificado são as marcas mais evidentes da evolução já admitida,
mas que por outro lado demandam ambos custos ambientais severos para tudo aquilo que
condiciona o desenvolvimento humano. Um dos elementos que mais tem sido afetado pelas
atividades humanas é a água e, mais especificamente, a sua qualidade no que diz respeito ao
seu objetivo enquanto alimento para o homem e para outros seres vivos.
Nesta unidade, trataremos sobre as ferramentas de caráter ambiental político-jurídicas e
científicas surgidas das preocupações humanas em torno da preservação, do monitoramento e
da recuperação da qualidade das águas para o consumo humano.
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Unidade: Indicadores, bioindicadores e, ou, padrões de qualidade da água para consumo humano
O documento em questão trazia uma classificação das águas por tipo de inserção na
sociedade, quanto ao uso que se fazia dela. Nesse sentido, apontava que as águas públicas
de uso comum seriam: o mar territorial – incluindo golfos, baías, enseadas; as águas interiores
correntes ou dormentes, navegáveis ou flutuáveis; as águas correntes ou braços de quaisquer
correntes públicas que, desembocando em outra, tornam-na navegável ou flutuável; e as fontes
e os reservatórios públicos.
Ainda assim, o Código Penal de 1940 ratificou a preocupação com a proteção dos recursos
hídricos já presente no Artigo 162 do Código Penal de 1890, onde se lê: “Corromper ou
conspurcar1 a água potável de uso comum ou particular, tornando-a impossível de
beber ou nociva à saúde. Pena: prisão celular de 1 (um) a 3 (três) anos”.
Atribuir pena a um ato contra a natureza das águas foi visto como um recurso para coibir
alterações significativas nas características dos recursos hídricos vitais à saúde.
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Cenário internacional da proteção da qualidade das águas
A partir da fundação da Organização das Nações Unidas – ONU, anualmente, durante as
assembleias eram debatidos temas ligados à temática ambiental. Da década de 1950 em diante,
as Conferências da ONU passaram propor uma série de medidas de proteção às águas, mais
especificamente dos oceanos. Foi o caso da Conferência Internacional para a Prevenção da
Poluição do Mar por Óleo, em 1954, nos EUA. Essa recomendação da ONU foi posteriormente
complementada pela Convenção Internacional para a Prevenção da Poluição por Navios de
1973, em Londres.
Após um incremento nos questionamentos sobre a poluição em geral e especificamente das
águas, a Conferência de Estocolmo, de 1972, tratou de propor mecanismos no sentido de coibir
o uso dos Poluentes Orgânicos Persistentes – POPs, como os pesticidas do tipo DDT.
Em princípio, percebe-se um grande movimento internacional de ação limitada à proteção
das águas oceânicas, pois, em princípio, a ONU não pode exercer ingerência sobre as águas
situadas dentro das fronteiras nacionais.
Entre uma ação e a outra, a Conferência da ONU, na Jamaica, em 1982, ficou conhecida
como Conferência das Nações Unidas sobre o Direito do Mar2. Nesse documento, são definidas
as responsabilidades nacionais e internacionais a respeito das ações que se desenvolvem no
mar, estabelecendo os seguintes limites:
» 12 milhas marítimas (cerca de 22 km) destinadas ao Mar Territorial de soberania nacional;
» 24 milhas marítimas (cerca de 44,5 km) de Zona Contígua ao longo da qual o país pode
criar uma faixa de segurança fiscal e sanitária para o seu próprio território; e
» Zona Econômica Exclusiva, estabelecida ao longo de uma faixa de 200 milhas marítimas
(cerca de 370 km), nas quais ficam valendo os princípios do direito internacional.
2 Disponível em http://www.direitoshumanos.usp.br/index.php/Table/Conven%C3%A7%C3%A3o-das-Na%C3%A7%C3%B5es-Unidas-
sobre-o-Direito-do-Mar-1982/. Acessado em 12/02/2015
3 http://www.mma.gov.br/biodiversidade/biodiversidade-aquatica/zonas-umidas-convencao-de-ramsar. Acessado em 01/02/2015.
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Unidade: Indicadores, bioindicadores e, ou, padrões de qualidade da água para consumo humano
Como a ONU não é uma instituição nacional e, por esse motivo, não pode impor leis e normas
dentro dos países, ela geralmente divulga em suas resoluções uma série de recomendações
a serem adotadas pelos países membros. No caso da “Declaração Universal dos Direitos da
Água”, as recomendações foram as seguintes:
» Artigo 1º - A água faz parte do patrimônio do planeta. Cada continente, cada povo,
cada nação, cada região, cada cidade, cada cidadão é plenamente responsável aos
olhos de todos;
» Artigo 2º - A água é a seiva do nosso planeta. Ela é a condição essencial de vida de
todo ser vegetal, animal ou humano. Sem ela, não poderíamos conceber como são a
atmosfera, o clima, a vegetação, a cultura ou a agricultura. O direito à água é um dos
direitos fundamentais do ser humano: o direito à vida, tal qual é estipulado no Artigo 3
º da Declaração dos Direitos do Homem;
» Artigo 3º - Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos,
frágeis e muito limitados. Assim sendo, a água deve ser manipulada com racionalidade,
precaução e parcimônia;
» Artigo 4º - O equilíbrio e o futuro do nosso planeta dependem da preservação da água
e de seus ciclos. Esses devem permanecer intactos e funcionando normalmente para
garantir a continuidade da vida sobre a Terra. Esse equilíbrio depende, em particular,
da preservação dos mares e oceanos, por onde os ciclos começam;
» Artigo 5º - A água não é somente uma herança dos nossos predecessores; ela é,
sobretudo, um empréstimo aos nossos sucessores. Sua proteção constitui uma
necessidade vital, assim como uma obrigação moral do homem para com as gerações
presentes e futuras;
» Artigo 6º - A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico:
precisa-se saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem
escassear em qualquer região do mundo;
» Artigo 7º - A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. De
maneira geral, sua utilização deve ser feita com consciência e discernimento para que
não se chegue a uma situação de esgotamento ou de deterioração da qualidade das
reservas atualmente disponíveis;
» Artigo 8º - A utilização da água implica no respeito à lei. Sua proteção constitui uma
obrigação jurídica para todo homem ou grupo social que a utiliza. Essa questão não
deve ser ignorada nem pelo homem nem pelo Estado;
» Artigo 9º - A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua proteção
e as necessidades de ordem econômica, sanitária e social;
» Artigo 10º - O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade
e o consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra.
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Como é possível notar, o século XX foi marcado por diversas iniciativas internacionais no
sentido de buscar meios de proteger a qualidade das águas. Como era de se esperar, este mesmo
movimento também teve grande repercussão no Brasil. Durante as últimas três décadas, as
preocupações internacionais ressoaram internamente e diversas iniciativas foram estruturadas
desde o início dos anos 1980.
Como de praxe por parte dos órgãos públicos, a Resolução 357 do CONAMA fez uso das
seguintes premissas que embasam a proposição das classificações e enquadramentos dos
corpos d’água:
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Unidade: Indicadores, bioindicadores e, ou, padrões de qualidade da água para consumo humano
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» Classificação: qualificação das águas doces, salobras e salinas em função dos usos
preponderantes (sistema de classes de qualidade) atuais e futuros;
» Coliformes termotolerantes: bactérias gram-negativas, em forma de bacilos, oxidase-
negativa, caracterizadas pela atividade da enzima β-galactosidase. Podem crescer em
meios contendo agentes tenso-ativos e fermentar a lactose nas temperaturas de 44º
- 45ºC, com produção de ácido, gás e aldeído. Além de estarem presentes em fezes
humanas e de animais homeotérmicos, ocorrem em solos, plantas ou outras matrizes
ambientais que não tenham sido contaminados por material fecal;
» Condição de qualidade: qualidade apresentada por um segmento de corpo d’água,
num determinado momento, em termos dos usos possíveis com segurança adequada,
frente às Classes de Qualidade;
» Condições de lançamento: condições e padrões de emissão adotados para o
controle de lançamentos de efluentes no corpo receptor;
» Controle de qualidade da água: conjunto de medidas operacionais que objetiva avaliar a
melhoria e a conservação da qualidade da água estabelecida para o corpo de água;
» Corpo receptor: corpo hídrico superficial que recebe o lançamento de um efluente;
» Desinfecção: remoção ou inativação de organismos potencialmente patogênicos;
» Efeito tóxico agudo: efeito deletério aos organismos vivos, causado por agentes físicos
ou químicos, usualmente letalidade ou alguma outra manifestação que a antecede, em
um curto período de exposição;
» Efeito tóxico crônico: efeito deletério aos organismos vivos, causado por agentes
físicos ou químicos que afetam uma ou várias funções biológicas dos organismos – tais
como a reprodução, o crescimento e o comportamento – em um período de exposição
que pode abranger a totalidade de seu ciclo de vida ou parte dele;
» Efetivação do enquadramento: alcance da meta final do enquadramento;
» Enquadramento: estabelecimento da meta ou do objetivo de qualidade da água
(classe) a ser, obrigatoriamente, alcançado ou mantido em um segmento de corpo de
água, de acordo com os usos preponderantes pretendidos ao longo do tempo;
» Ensaios ecotoxicológicos: ensaios realizados para determinar o efeito deletério de
agentes físicos ou químicos a diversos organismos aquáticos;
» Ensaios toxicológicos: ensaios realizados para determinar o efeito deletério de
agentes físicos ou químicos a diversos organismos, visando a avaliar o potencial de
risco à saúde humana;
» Escherichia coli (E. Coli): bactéria pertencente à família enterobacteriaceae
caracterizada pela atividade da enzima β - glicuronidase. Produz indol a partir do
aminoácido triptofano. É a única espécie do grupo dos coliformes termotolerantes cujo
habitat exclusivo é o intestino humano e de animais homeotérmicos, onde ocorre em
densidades elevadas;
» Metas: é o desdobramento do objeto em realizações físicas e atividades de gestão, de
acordo comunidades de medida e cronograma preestabelecidos, de caráter obrigatório;
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Unidade: Indicadores, bioindicadores e, ou, padrões de qualidade da água para consumo humano
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Classificação dos corpos d’água para o território brasileiro segundo o CONAMA
O CONAMA classifica, no capítulo 2 da Resolução 357/2005 atualizada a partir da resolução
20/86, a qualidade dos corpos d’água existentes no território brasileiro, levando em conta os
seus usos predominantes, em 13 tipos ou classes. O Quadro 1 apresenta a síntese das classes
para as águas.
Quadro 1. Classificação das águas doces em função do uso preponderante (Resolução CONAMA 20/86)
Classe
Uso
Especial 1 2 3 4
Abastecimento doméstico x x (a) x (b) x (b)
Preservação do equilíbrio natural das comunidades
x
aquáticas
Proteção das comunidades aquáticas x x
Recreação de contato primário x x
Irrigação x (c) x (d) x (e)
Criação de espécies natural e/ou intensiva
x x
(aquicultura) destinadas à alimentação humana
Dessedentação de animais x
Navegação x
Harmonia paisagística x
Usos menos exigentes x
Notas: (a) após o tratamento simplificado; (b) após o tratamento convencional; (c) hortaliças e frutas rentes ao solo e que sejam
ingeridas cruas; (d) hortaliças e plantas frutíferas; (e) e culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras.
Fonte: Nascimento e Sperling (1998, p. 2)
Águas Doces
I - Classe especial – são as águas destinadas:
a. ao abastecimento para consumo humano, com desinfecção;
b. à preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas; e
c. à preservação dos ambientes aquáticos em unidades de conservação de proteção integral.
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Unidade: Indicadores, bioindicadores e, ou, padrões de qualidade da água para consumo humano
Águas salinas
As águas salinas são classificadas em:
9 Saciar a sede.
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IV - Classe 3: águas que podem ser destinadas:
a. à navegação; e
b. à harmonia paisagística.
Águas salobras
As águas salobras são assim classificadas:
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Unidade: Indicadores, bioindicadores e, ou, padrões de qualidade da água para consumo humano
O IQA foi desenvolvido e posto em prática nos EUA, em 1970. Foi introduzido como indicador
pela CETESB, em São Paulo, a partir de 1975, sendo adotando em outros estados desde então.
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Parâmetros de qualidade das águas doces de classe 1
I - Condições de qualidade de água:
a. Não verificação de efeito tóxico crônico a organismos, de acordo com os critérios
estabelecidos pelo órgão ambiental competente, ou, na sua ausência, por instituições
nacionais ou internacionais renomadas, comprovado pela realização de ensaio
ecotoxicológico padronizado ou outro método cientificamente reconhecido;
b. Materiais flutuantes, inclusive, espumas não naturais: virtualmente ausentes;
c. Óleos e graxas: virtualmente ausentes;
d. Substâncias que comuniquem gosto ou odor: virtualmente ausentes;
e. Corantes provenientes de fontes antrópicas: virtualmente ausentes;
f. Resíduos sólidos objetáveis: virtualmente ausentes;
g. Coliformes termotolerantes: para o uso de recreação de contato primário deverão
ser obedecidos os padrões de qualidade de balneabilidade, previstos na Resolução
CONAMA nº 274/2000. Para os demais usos, não deverá ser excedido um limite de
200 coliformes termotolerantes por 100 mililitros em 80% ou mais, de pelo menos 6
amostras, coletadas durante o período de um ano, com frequência bimestral. A E. Coli
poderá ser determinada em substituição ao parâmetro “coliformes termotolerantes”,
de acordo com limites estabelecidos pelo órgão ambiental competente;
h. DBO 5 dias a 20°C até 3 mg/L O2;
i. OD, em qualquer amostra, não inferior a 6 mg/L O2;
j. Turbidez até 40 unidades nefelométrica de turbidez (UNT);
k. Cor verdadeira: nível de cor natural do corpo de água em mg Pt/L; e
l. pH: 6,0 a 9,0.
Considerando a grande quantidade de substâncias conhecidas que podem ser lançadas nos
corpos d’água comprometendo a qualidade desses, a Resolução 357/2005 do CONAMA define
que sejam adotados como referência em território nacional os parâmetros a seguir relacionados
no Quadro 3.
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Unidade: Indicadores, bioindicadores e, ou, padrões de qualidade da água para consumo humano
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Parâmetros Orgânicos Valor Máximo e Codificação da Unidade
Acrilamida 0,5 µg/L
Alacloro 20 µg/L
Aldrin + Dieldrin 0,005 µg/L
Atrazina 2 µg/L
Benzeno 0,005 mg/L
Benzidina 0,001 µg/L
Benzo(a)antraceno 0,05 µg/L
Benzo(a)pireno 0,05 µg/L
Benzo(b)fluoranteno 0,05 µg/L
Benzo(k)fluoranteno 0,05 µg/L
Carbaril 0,02 µg/L
Clordano (cis + trans) 0,04 µg/L
2-Clorofenol 0,1 µg/L
Criseno 0,05 µg/L
2,4–D 4,0 µg/L
Demeton (Demeton-O + Demeton-S) 0,1 µg/L
Dibenzo(a,h)antraceno 0,05 µg/L
1,2-Dicloroetano 0,01 mg/L
1,1-Dicloroeteno 0,003 mg/L
2,4-Diclorofenol 0,3 µg/L
Diclorometano 0,02 mg/L
DDT (p,p’-DDT + p,p’-DDE + p,p’-DDD) 0,002 µg/L
Dodecacloro pentaciclodecano 0,001 µg/L
Endossulfan 0,056 µg/L
Endrin 0,004 µg/L
Estireno 0,02 mg/L
Etilbenzeno 90,0 µg/L
Fenóis totais (substancias que reagem 0,003 mg/L C6H5OH
com 4-aminoantipirina)
Glifosato 65 µg/L
Gution 0,005 µg/L
Heptacloro epóxido + Heptacloro 0,01 µg/L
Hexaclorobenzeno 0,0065 µg/L
Indeno(1,2,3-cd) pireno 0,05 µg/L
Lindano 0,02 µg/L
Malation 0,1 µg/L
Metolacloro 10 µg/L
Metoxicloro 0,03 µg/L
Paration 0,04 µg/L
PCBs - Bifenilas policloradas 0,001 µg/L
Pentaclorofenol 0,009 mg/L
Simazina 2,0 µg/L
Substancias tensoativas que reagem com 0,5 mg/L LAS
o azul de metileno
2,4,5–T 2,0 µg/L
Tetracloreto de carbono 0,002 mg/L
Tetracloroeteno 0,01 mg/L
Tolueno 2,0 µg/L
Toxafeno 0,01 µg/L
2,4,5-TP 10,0 µg/L
Tributilestanho 0,063 µg/L TBT
Triclorobenzeno (1,2,3-TCB + 1,2,4-TCB) 0,02 mg/L
Tricloroeteno 0,03 mg/L
2,4,6-Triclorofenol 0,01 mg/L
Trifluralina 0,2 µg/L
Xileno 300 µg/L
Legenda das unidades utilizadas: cel/mL (densidade celular por mililitro); µg/L (micrograma por litro);
mm3/L (milímetro cúbico por litro); mg/L (miligrama por litro).
Fonte: Resolução CONAMA 357/2005
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Unidade: Indicadores, bioindicadores e, ou, padrões de qualidade da água para consumo humano
Nos casos de corpos d’água doces nos quais ocorra a prática da pesca ou algum tipo de
cultivo aquático, deve-se substituir ou acrescentar os padrões do Quadro 4.
Quadro 4. Padrões de qualidade para as águas doces onde ocorra prática de pesca.
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IX. Fósforo total:
a. até 0,030 mg/L, em ambientes lénticos; e,
b. até 0,050 mg/L, em ambientes intermediários, com tempo de residência entre 2 e 40
dias, e tributários diretos de ambiente léntico.
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Unidade: Indicadores, bioindicadores e, ou, padrões de qualidade da água para consumo humano
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Parâmetros Valor Máximo e Codificação da Unidade
Aldrin + Dieldrin 0,03 µg/L
Atrazina 2 µg/L
Benzeno 0,005 mg/L
Benzo(a)pireno 0,7 µg/L
Carbaril 70,0 µg/L
Clordano (cis + trans) 0,3 µg/L
2,4-D 30,0 µg/L
DDT (p,p’-DDT + p,p’-DDE + p,p’-DDD) 1,0 µg/L
Demeton (Demeton-O + Demeton-S) 14,0 µg/L
1,2-Dicloroetano 0,01 mg/L
1,1-Dicloroeteno 30 µg/L
Dodecacloro Pentaciclodecano 0,001 µg/L
Endossulfan (sulfato) 0,22 µg/L
Endrin 0,2 µg/L
aminoantipirina) 0,01 mg/L C6H5OH
Glifosato 280 µg/L
Gution 0,005 µg/L
Heptacloro epóxido + Heptacloro 0,03 µg/L
Lindano (HCH) 2,0 µg/L
Malation 100,0 µg/L
Metoxicloro 20,0 µg/L
Paration 35,0 µg/L
PCBs - Bifenilas policloradas 0,001 µg/L
Pentaclorofenol 0,009 mg/L
Substancias tensoativas que reagem com
0,5 mg/L LAS
o azul de metileno
2,4,5–T 2,0 µg/L
Tetracloreto de carbono 0,003 mg/L
Tetracloroeteno 0,01 mg/L
Toxafeno 0,21 µg/L
2,4,5–TP 10,0 µg/L
Tributilestanho 2,0 µg/L TBT
Tricloroeteno 0,03 mg/L
2,4,6-Triclorofenol 0,01 mg/L
Fonte:Resolução CONAMA 357/2005
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Unidade: Indicadores, bioindicadores e, ou, padrões de qualidade da água para consumo humano
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Índice Geral da Qualidade das Águas – IGQA
A partir da combinação dos diversos parâmetros com os resultados das amostras coletadas
da água estudada para fins de abastecimento, chega-se ao Índice Geral da Qualidade das Águas
– IGQA. As classes são agrupadas da seguinte forma:
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Unidade: Indicadores, bioindicadores e, ou, padrões de qualidade da água para consumo humano
Material Complementar
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Referências
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Unidade: Indicadores, bioindicadores e, ou, padrões de qualidade da água para consumo humano
MELO, G. K. R. M. M.; MARACAJA, K. F. B.; DANTAS NETO, J. Histórico evolutivo legal dos
recursos hídricos no Brasil: uma análise da legislação sobre a gestão dos recursos hídricos a partir
da história ambiental. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, XV, n. 100, maio. 2012. Disponível
em: http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=11606.
Acesso em: 9 fev. 2015.
NASCIMENTO, L. V.; SPERLING, M. V. Padrões brasileiros de qualidade das águas e os critérios para
proteção da vida aquática, saúde humana e animal. Asociación Peruana de Ingeniería Sanitaria
y Ambiental – AIDIS. Gestión ambiental en el siglo XXI. Lima, APIS, 1998. p.1-11.
SANTOS, I.; FILL, H. D.; SUGAI, M. R. V. B; BUBA, H.; KISHI, R. T.; LAUTERT, L. F. Hidrometria
Aplicada. Curitiba, PR: LACTEC – Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento, 2001. 372 p.
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Anotações
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