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BRASIL
ABSTRACT – The urban great Brazilian concentrations present critical conditions of sustainability
due to the excess of domestic and industrial pollution and to the occurrence of urban inundations,
that contaminate the springs, associates to a fort demand of water. The tendency of reduction of
water availability of those areas is more and more significant. For the appropriate development of
the cities, it is necessary an effective administration where there is: training municipal professionals
for best manage the problems existent; creation of state and federal support programs to assist the
needs of the municipal districts in the advice and in the incentive of preventive planning programs;
development of programs that finances sanitary systems and inundations control of the cities.
1 Mestre em Engenharia Sanitária e Engenheiro civil. UFRN– Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Campus Universitário, Lagoa Nova.
CEP 59072-970. Natal-RN. E-mail: carlosmagno25@hotmail.com
2 Professor adjunto da UFRN, CT, Campus Universitário, Lagoa Nova. CEP 59072-970. Natal-RN. Telefone/Fax: (84) 3215-3775.E-mail:
armattos@ct.ufrn.br
A América Latina é uma das regiões com maior disponibilidade hídrica de água doce per
capita do planeta, dispondo de 24.973 m3/hab.ano, valor muito superior à média mundial de 7.055
m3/hab.ano (ONU, 1997).
Inserido neste contexto Latino Americano, o Brasil é um país privilegiado em termos de
disponibilidade hídrica global, dispondo de um volume médio anual de 8.130 km3, que representa
um volume per capita de 50.810 m3/hab.ano.
Entretanto a concentração da população brasileira em conglomerados urbanos, alguns dos
quais já se caracterizando como mega-cidades, vem ocasionando pressões crescentes sobre os
recursos hídricos.
O Brasil apresenta 80% da população em áreas urbanas. Nos estados mais desenvolvidos,
esses números chegam à vizinhança de 90%. Devido à grande concentração urbana, vários conflitos
e problemas têm sido gerados nesse ambiente, tais como a degradação ambiental dos mananciais; o
aumento do risco das áreas de abastecimento com a poluição orgânica e química; a contaminação
dos rios por esgotos doméstico, industrial e pluvial; as enchentes urbanas geradas pela inadequada
ocupação do espaço e pelo gerenciamento inadequado da drenagem urbana; e a falta de coleta e
disposição do lixo urbano.
Esse processo ocorre, entre outros fatores, porque os municípios não possuem capacidade
institucional e econômica para administrar o problema, enquanto os Estados e a União estão
distantes demais para buscar uma solução gerencial adequada que os apóie. Cada um dos problemas
citados é tratado de forma isolada, sem um planejamento preventivo, ou mesmo curativo, dos
processos. Como conseqüência, observa-se prejuízos econômicos, forte degradação da qualidade de
vida, com retorno de doenças de veiculação hídrica, mortes, perdas de moradias e bens e interrupção
de atividade comercial e industrial em algumas áreas, entre outras conseqüências.
Esse fenômeno está agravado nas grandes cidades, exigindo recursos significativos para
minimização dos impactos. O custo de controle na fase de planejamento é muito menor que o custo
curativo, depois que os problemas ocorrem. A tendência urbana atual é de redução do crescimento
das metrópoles e aumento das cidades médias. Nesse sentido, os impactos tenderiam a se
disseminar para esse tipo de cidade, que ainda não possui degradação como as metrópoles, existindo
espaço para prevenção. No entanto, não existe capacidade gerencial e nenhum programa de apoio às
cidades para busca de melhoria e desenvolvimento sustentável.
Aspectos institucionais
Geralmente, a causa principal dos problemas ambientais em uma cidade se encontra nos
aspectos institucionais relacionados com o gerenciamento dos recursos hídricos e do meio ambiente
urbano.
Esse processo ocorre, principalmente, porque os municípios não desenvolveram capacidade
institucional e econômica para administrar o problema, enquanto que Estados e União encontram-se
distantes da realidade do problema, o que dificulta implementar uma solução gerencial adequada.
Nesse caso, os prejuízos para sociedade são significativos e o legado para as gerações futuras
associado à falta de investimento na solução desses problemas poderá ser o retorno a indicadores
sociais insatisfatórios das décadas passadas.
Com a legislação da água instituída em 1997, a implementação do Conselho Nacional de
Recursos Hídricos e, com a criação da ANA (Agência Nacional da Água), existe uma evolução
XVII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 4
institucional significativa nos últimos anos com relação a recursos hídricos, em nível federal. Nos
Estados, observa-se movimento semelhante com a aprovação das legislações estaduais e o
estabelecimento de mecanismos de gerenciamento por meio da criação de instituições estaduais e
com o início do sistema de Comitês e Agências.
Com a aplicação da lei, são reservados importantes papéis tanto para os Comitês quanto para
as Agências de Bacias. O Comitê decidirá sobre prioridades de investimento e fixará os níveis de
cobrança. A Agência preparará os Programas de Investimento, repassará os recursos e fiscalizará a
aplicação desses recursos.
Há de se reconhecer, no entanto, que as primeiras experiências não têm mostrado resultados
alentadores. Há grandes desafios envolvendo, principalmente, a capacitação e o financiamento.
Atualmente, os Comitês existentes enfrentam dificuldades, tais como:
(a) capacidade incipiente de decisão;
(b) falta de recursos para implementar decisões;
(c) falta de pessoal permanente para implementação das decisões.
A baixa cobertura e a qualidade dos serviços de água e saneamento no Brasil exigem uma
tomada de decisão política que permita, nas primeiras décadas do século 21, uma reversão
significativa da situação atualmente vigente. Os recursos necessários, estimados em 40 bilhões de
dólares até o ano 2010, não poderão ser alocados sem que, ao nível mais elevado do planejamento
nacional, seja dada prioridade à provisão adequada de serviços de água e saneamento à sociedade
brasileira.
No plano institucional, os esforços para preencher o vácuo estabelecido pela extinção do
PLANASA, em 1992, começam a apresentar resultados bastante promissores. As atividades da
antiga Secretaria de Política Urbana (SEPURB) do Ministério do Planejamento e Orçamento
(MPO), atual SEDUR, na elaboração do Projeto de Modernização do Setor Saneamento (PMSS) e
na proposição da Política Nacional de Saneamento, já delineiam estruturas de gestão e de
financiamento compatíveis com as características regionais e situações específicas de municípios
brasileiros. Registra-se, no entanto, que, em 1999, esse setor da administração federal teve atuação
bastante tímida, tanto em investimentos realizados quanto em desenvolvimento institucional.
É necessário, entretanto, que os modelos de gestão adotados para o setor contenham
mecanismos adequados para exercer o controle e o monitoramento das companhias estaduais e
serviços municipais de água e saneamento. Essas entidades deverão ser regulamentadas com o
objetivo de evoluírem, de empresas voltadas exclusivamente a atividades econômicas, para a
condição de prestadoras de serviços públicos, com responsabilidade de promover o
desenvolvimento social e preservar a saúde pública dos usuários.
CONCLUSÃO
BARTONE, C.R.; BERNSTEIN, J., LEITMANN, J.; EIGEN, J. 1994. Toward Environmental
Strategies for Cities: Policy Consideration for Urban Environmental Management in Developing
Countries. Urban Management Programme Policy Paper no 18, The World Bank, Washington, D.C.
BRASIL, 1997. Lei no 9.433, de 08 de janeiro de 1997, que Institui a Política Nacional de Recursos
Hídricos, cria o Sistema Nacional de Recursos Hídricos e dá outras providências.
HESPANHOL, I., 1999. Água e saneamento Básico: uma visão realista. In: Rebouças, A C.;
Braga, B.; Tundisi, J. G. Águas Doces no Brasil capítulo 8. Escrituras São Paulo p249-303.