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HIGIENE OCUPACIONAL E SEGURANÇA DO TRABALHO


Princípios Probabilidade X Gravidade.

AULA 6
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HIGIENE OCUPACIONAL E SEGURANÇA DO TRABALHO


Princípios de higiene ocupacional

AULA 7

Agentes ambientais
Os perigos ou fatores de risco são condições/situações ou agentes
ambientais, físicos, químicos ou biológicos que podem estar presentes
nos ambientes de trabalho e que, sob certas condições, podem
causar danos à saúde das pessoas.

Esses tipos de agentes são estudados pela higiene ocupacional,


também conhecida como higiene do trabalho ou higiene industrial.
Ela tem como objetivo promover a saúde dos trabalhadores e
trabalhadoras por meio da antecipação, do reconhecimento, da
avaliação e do controle das exposições aos agentes ambientais.

Os agentes ambientais:
a) Agentes físicos – são as diversas formas de energia a que
possam estar expostos os trabalhadores e trabalhadoras.

Exemplos: ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas


extremas, umidade, radiações ionizantes e não ionizantes, bem como
o infra-som e o ultra-som.

b) Agentes químicos – são as substâncias, compostos ou produtos


que se utilizam nos locais de trabalho e que podem penetrar no
organismo pelas vias respiratórias, pela pele ou por ingestão (pela
boca), nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou
vapores.

c) Agentes biológicos – são bactérias, fungos, bacilos, parasitas,


protozoários, vírus, dentre outros seres vivos, presentes nos diversos
ambientes, capazes de contaminar os trabalhadores e trabalhadoras.

Determinantes para a ocorrência de danos à saúde:

 O tempo de exposição (não só dentro de uma jornada de


trabalho, mas ao longo dos anos).

 A intensidade do agente físico ou a concentração do agente


químico no ambiente.

 A forma em que os agentes se encontram e a possibilidade das


pessoas os absorverem.
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 A hipersusceptibilidade individual (pessoas mais sensíveis que


as demais para certos agentes).

Hora de pensar:
Diante do exposto, identifique alguns agentes ambientais presentes
no seu local de trabalho:

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HIGIENE OCUPACIONAL E SEGURANÇA DO TRABALHO


Ambiente de trabalho, Perigos e riscos a saúde

AULA 8
EXERCÍCIO RISCOS AMBIENTAIS

Exercício 1
Pesquise, em seu ambiente de trabalho, se já houve afastamento de algum
funcionário decorrente de doença profissional ou lesão causada por risco
ambiental

Exercício 2
Análise seu ambiente de trabalho e faça uma lista dos fatores de riscos
existentes. Depois, classifique-os de acordo com o quadro abaixo.

RISCOS DE
RISCOS RISCOS RISCOS RISCOS DE
ERGONÔMICO
FÍSICOS QUÍMICOS BIOLÓGICOS ACIDENTES
S

Exercício3
Faça uma lista das conseqüências associadas aos riscos que você identificou
na questão anterior.

Exercício4
Pesquise quais as medidas preventivas aplicáveis a cada um dos fatores de
risco que você identificou.
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Ambiente de trabalho, Perigos e riscos a saúde
AULA 9

Forma de trabalho da higiene ocupacional


Antecipação, reconhecimento, avaliação e controle das exposições a
agentes ambientais.
a) Antecipação – é possível identificar o perigo nessa fase quando a
edificação, o processo produtivo da empresa, o posto de trabalho ou atividade
a ser desenvolvida estiverem ainda em sua etapa de projeto, ou seja, quando o
perigo ainda não foi instalado. Quando o perigo é identificado nessa fase, deve-
se proceder à correção do projeto, sempre com o objetivo de eliminá-lo.
b) Reconhecimento – acontece quando ele já está instalado e, portanto, existe
de fato no ambiente, processo ou atividade. Quando o perigo é identificado
nessa fase, as ações prevencionistas devem ser adotadas para sua eliminação
ou controle. Para reconhecer é preciso conhecer, isto é, saber
antecipadamente o que pode ser encontrado em cada tipo de processo ou
atividade. Para isso, como ninguém nasce sabendo, devemos consultar
bibliografia específica que nos ajude no reconhecimento dos agentes
ambientais.
c) Avaliação – os fatores ambientais identificados na fase de reconhecimento
deverão sofrer uma avaliação para que se saiba, e se comprove, a ocorrência,
ou não, de uma das seguintes condições:

Se a exposição do trabalhador está acima dos limites considerados seguros.


Esses limites são definidos por legislação federal ou por organismos técnicos,
nacionais ou internacionais;
Se provocam, ou não, danos à saúde dos trabalhadores e das trabalhadoras
em função da atividade ou processo de trabalho desenvolvido por eles ou elas,
quando não existirem limites de exposição recomendados (casos de agentes
sem limite fixado).

Em caso do reconhecimento ou da avaliação confirmarem a existência de


perigos, deve-se definir medidas de controle para os mesmos.

d) Controle – os perigos ambientais possuem características que exigem


formas específicas de controle,
como as expostas especialmente no item a seguir.

A) Medidas genéricas de controle dos agentes ambientais


Apresentamos, a seguir, um conjunto de medidas técnicas e administrativas, de
caráter coletivo e individual,
que podem ser consideradas perante qualquer problema de exposição a
agentes ambientais.
A prática tem demonstrado a efetividade destas medidas que, em conjunto ou
individualmente, podem
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ser úteis na redução dos perigos e riscos a que estão expostos trabalhadores e
trabalhadoras.

Nota conceitual: aqui podemos falar em termos de riscos propriamente ditos.


O perigo ou fator ambiental provoca um risco de doença relacionada ao
trabalho.

O gerenciamento do risco envolve o reconhecimento do perigo ou fator, como


se processa a exposição ao mesmo, eventualmente a avaliação quantitativa da
exposição do trabalhador e da trabalhadora e as formas de prevenção e
controle possíveis. Usamos a palavra RISCO quando avaliamos a possibilidade
do PERIGO desencadear um certo dano (neste caso, a doença relacionada ao
trabalho).

Podem ser separadas em duas classes distintas:

Medidas relativas ao ambiente, nas quais o controle dos agentes é feito nas
fontes (máquinas, processos, produtos, operações) e na trajetória desses
agentes até o trabalhador e trabalhadora.

Medidas relativas ao trabalhador e trabalhadora que é o receptor


involuntário desses agentes, as quais podem ser de caráter administrativo ou
individual propriamente dito.

a) Medidas relativas ao ambiente:


Substituição do produto tóxico ou nocivo

A substituição de um material tóxico não é sempre possível; entretanto, quando


o é, representa a maneira mais segura de eliminar ou reduzir um perigo.
Entre os numerosos exemplos que podem ser citados no emprego deste
método, está a troca do chumbo por óxido de titânio e zircônio, e por sais de
zinco, em esmaltes vitrificados das porcelanas e pinturas. Nas pinturas, a
substituição principal foi na fabricação de brinquedos.
Também é um bom exemplo a substituição da areia ou quartzo granulado,
usado na limpeza de peças metálicas, em jato sob pressão, por granalha de
aço ou hidrojato, o que reduz de forma considerável o perigo de silicoses. De
maneira análoga, foram substituídos os sais de mercúrio, usados no tratamento
dos pêlos de animais, na fabricação de chapéus de feltro, por uma mistura de
água oxigenada e sulfato de sódio.

Mudança ou alteração do processo ou operação


Uma mudança de processos oferece em geral oportunidades para a melhoria
das condições de trabalho. Entre as operações, cujos perigos essas medidas
eliminam ou reduzem significativamente, podemos citar as seguintes:

 Utilização de pintura por imersão em vez de pintura a pistola.


 Processos úmidos no lugar de operações “a seco”, para o controle de
poeiras.
 Mecanização e automatização de processos, como o ensacamento
de pós.
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Ambiente de trabalho, Perigos e riscos a saúde
AULA 10

Encerramento ou enclausuramento da operação


Esta medida, como se auto-explica, consiste no confinamento da operação,
objetivando-se, assim, impedir a dispersão do contaminante por todo o
ambiente de trabalho. Como exemplo, podem-se citar: as câmaras de
jateamento abrasivo, e o manuseio de solventes altamente tóxicos.

Quando o operador não está incluído no enclausuramento, e só tem acesso à


operação através de aberturas especiais, temos as chamadas “caixas com
luvas”. São exemplos: o esmerilhado e gravação de cristais, caixas de
jateamento abrasivo, certos processos da indústria química. O
enclausuramento de máquinas para a redução do ruído também é um bom
exemplo.

SEGREGAÇÃO DA OPERAÇÃO OU PROCESSO


A segregação ou separação é particularmente útil para operações limitadas
que requerem um número reduzido de trabalhadores e trabalhadoras, ou onde
o controle por qualquer outro método é muito difícil.

A tarefa é isolada do restante das operações e, portanto, a maioria dos


trabalhadores e trabalhadoras não é exposta ao perigo específico; aqueles que
realmente estão envolvidos na operação receberão proteção individual especial
e/ou coletiva, tornada economicamente viável pela própria ação de
segregação.
A segregação pode ser feita no espaço ou no tempo. Segregação no espaço
significa isolar o processo pela distância; segregação no tempo significa
executar uma tarefa fora do horário normal, reduzindo igualmente o número de
expostos.
Exemplos: setores de jateamento de areia, caldeiraria, área de compressores
(segregação no espaço); manutenção, reparos e limpezas que envolvem altos
perigos feitos após o expediente (segregação no tempo).

VENTILAÇÃO GERAL DILUIDORA


O propósito que se tem em vista, ao instalar-se um sistema de ventilação geral
em um ambiente de trabalho, é o de rebaixar a concentração de contaminantes
ambientais a níveis aceitáveis mediante a introdução de grandes volumes de
ar, efetuando-se a diluição dos mesmos. Deve-se lembrar que não se
recomenda o seu uso nos casos em que o contaminante é gerado próximo da
zona respiratória do indivíduo, pois seu efeito seria praticamente nulo.

O volume de ar envolvido deve relacionar-se com o volume de contaminante


gerado na unidade de tempo. Do ponto de vista econômico, a ventilação geral
apresenta o inconveniente de requerer volumes de ar muito altos, quando se
trata de diluir contaminantes de alta toxicidade.
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Outras aplicações da ventilação geral diluidora, em higiene ocupacional, estão


relacionadas principalmente com a exposição ao calor.

VENTILAÇÃO LOCAL EXAUSTORA


A ventilação local exaustora é dos sistemas mais eficazes para se prevenir a
contaminação do ar na indústria.

O princípio em que se baseia é o de capturar o contaminante no seu ponto de


origem, antes que o mesmo atinja a zona respiratória do trabalhador ou
trabalhadora. O contaminante assim capturado é levado por tubulações ao
sistema de coleta do contaminante, para proteção do meio ambiente. Um
sistema de ventilação local exaustora compreende várias partes básicas. A
primeira delas é a tomada de ar ou captor, que deve ter a forma mais
adequada de adaptação à máquina ou processo que gera o contaminante. A
tomada de ar deve estar tão acercada quanto possível da fonte de produção de
contaminante.

A parte seguinte do sistema compõe-se das tubulações ou condutos, através


dos quais circula o ar aspirado.

A velocidade do ar nos mesmos deve ser calculada de modo que o


contaminante não se deposite no seu interior por sedimentação. Segue-se o
sistema de coleta do contaminante.
Os sistemas existentes de uso mais generalizado são os ciclones, câmaras de
sedimentação, filtro de mangas, precipitadores eletrostáticos, processos
úmidos, lavadores, entre outros, e seu uso e escolha dependem de parâmetros
como: granulometria do material, vazão a manipular, molhabilidade, toxicidade,
explosividade, ação corrosiva do contaminante, etc.
Logo após instalados, os sistemas de ventilação devem ser verificados quanto
à operação, observando-se as especificações de projeto, como, vazões,
velocidades nos dutos, pressões negativas, entre outras. Os parâmetros de
operação devem ser verificados periodicamente como medida usual de
manutenção.

MANUTENÇÃO
Rigorosamente, não se pode considerar este como um método de prevenção
no sentido estrito da palavra, mas constitui parte e complemento especialmente
importante de qualquer dos anteriores, não só quando se trata dos
equipamentos de controle de perigos ambientais, mas também de
equipamentos e instalações em geral na empresa.
É freqüente, devido ao pouco conhecimento ou divulgação das medidas
adotadas, que os sistemas de controle se avariem com o tempo, por falta de
uma manutenção adequada. Programas e cronogramas de manutenção devem
ser seguidos à risca, respeitando-se os prazos propostos pelos fabricantes e
projetistas de equipamentos.

ORDEM E LIMPEZA
Boas condições de ordem e limpeza e asseio geral ocupam uma posição chave
num sistema de proteção ocupacional. O pó em bancadas, parapeitos, rodapés
e chão, sedimentado nas horas calmas e ao longo do tempo, pode ser
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prontamente redispersado na atmosfera do recinto pelo trânsito de pessoas e


equipamentos, vibrações e correntes aleatórias.

O asseio é sempre importante, mas onde há materiais tóxicos, é fundamental.


A limpeza imediata de quaisquer derramamentos de produtos tóxicos é
importante medida de controle. Um programa de limpeza periódica, usando-se
aspiração a vácuo, é o único meio realmente efetivo, para se remover pó e
partículas da área de trabalho. Nunca o pó deve ser soprado, com bicos de ar
comprimido, para “efeito” de limpeza.

Nos casos de pós de sílica, chumbo e outros materiais altamente tóxicos, estas
são medidas essenciais. Igualmente, no uso, manuseio e estocagem de
solventes, o asseio deve incluir limpeza imediata de respingos ou vazamentos,
por pessoal que use equipamentos de proteção pessoal, e o material
empregado, como, panos, trapos, papel absorvente, deve ser disposto em
recipientes fechados e removido diariamente da planta.

É impossível manter-se um programa efetivo de saúde ocupacional, sem que


se assuma a constante preocupação com os aspectos totais de ordem e
limpeza.

MEDIDAS RELATIVAS AO PESSOAL


Educação e treinamento
As ações de educação e treinamento, principalmente aquelas dirigidas à
segurança e higiene do trabalho, devem ter lugar sempre independentemente
da utilização de outras medidas de controle. Tais ações devem incluir, entre
outros itens, a conscientização do trabalhador e trabalhadora quanto aos
perigos inerentes às operações e às formas operacionais adequadas que
garantam a efetividade das medidas de controle adotadas, além do treinamento
em procedimentos de emergência, noções de primeiros socorros e medidas de
urgência
adequadas a cada ambiente de trabalho específico.

CONTROLE DE SAÚDE OCUPACIONAL


Exames médicos constituem medidas fundamentais, de caráter permanente, e
se situam entre as principais atividades dos serviços médicos de empresa. Os
exames pré-admissionais apresentam características importantíssimas de
seleção ocupacional. De acordo com a função ou atividade específica do
trabalhador e da trabalhadora na empresa, cotejam-se aspectos operacionais,
de compleição, de habilidade e de destreza, de atenção e percepção, de
susceptibilidade individual, alergênicos, etc., com os requerimentos e os fatores
de risco de tais funções ou atividades. As características devem ser ditadas
pelo médico, assessorado de dados técnicos específicos.

Os exames médicos ocupacionais periódicos possibilitam, além de um controle


de saúde geral do pessoal, a detecção precoce de fatores que podem levar a
uma doença, assim como serão uma forma de avaliar a efetividade dos
métodos de controle empregados. Hoje em dia, são previstos ainda exames
para mudança de função, retorno ao trabalho e desligamento da empresa,
segundo a NR-7, que será abordada mais à frente.
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Ambiente de trabalho, Perigos e riscos a saúde
AULA 11

LIMITAÇÃO DA EXPOSIÇÃO
A redução dos períodos de trabalho torna-se importante medida de controle
onde todas as outras medidas possíveis forem ineficazes, impraticáveis
(técnica, física ou economicamente) ou insuficientes no controle de um agente,
por não se lograr, desse modo, a eliminação ou redução do risco a níveis
seguros. Assim, a limitação de exposição ao perigo, dentro de critérios técnicos
bem definidos, pode tornar-se uma solução efetiva e econômica em muitos
casos críticos.

São exemplos típicos desse procedimento o controle de exposições ao calor


intenso, a pressões anormais e às radiações ionizantes.

Normas, procedimentos, controles organizacionais e administrativos.


Em conjunto com quaisquer das outras medidas, devem ser definidas normas e
procedimentos operacionais para todos os que trabalham em áreas de perigo,
de forma a prevenir e controlar toda exposição previsível a agentes ambientais.
A forma de trabalhar é parte fundamental do controle, de nada adiantando as
demais medidas se a operação for inadequada.

Equipamentos de Proteção Individual


Os Equipamentos de Proteção Individual devem ser sempre considerados
como uma segunda linha de defesa, após criteriosas considerações sobre
todas as possíveis medidas de controle relativas ao ambiente, que possam
eventualmente ser tomadas e aplicadas prioritariamente.

Entretanto, há situações especiais, como já foi notado, nas quais as medidas


de controle ambientais são inaplicáveis total ou parcialmente; nesses casos, a
única forma de proteger o pessoal será dotá-lo de Equipamentos de Proteção
Individual.

O uso correto dos EPIs, por parte do trabalhador e da trabalhadora, assim


como as limitações de proteção que eles oferecem, são aspectos que o
pessoal deve conhecer através de treinamento específico, coordenado pelo
engenheiro de segurança. Como o uso de EPIs é muito generalizado, tanto na
segurança como na higiene ocupacional, este texto possui um tópico especial
sobre eles.

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