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ASSISTÊNCIA

PERIOPERATÓRIA
AULA 2

PROCEDIMENTOS PRÉ-OPERATÓRIOS e TRANSOPERATÓRIOS

Profa. Luara de Carvalho Barbosa


Profa. Nádia Zanon Narchi
 PONTOS A APRENDER

1. Definir a importância do modelo de assistência para a enfermagem


perioperatória.
2. Descrever as etapas da elaboração de um modelo de assistência.
3. Citar os modelo de assistência existentes na enfermagem
perioperatória.
4. Discutir o papel da obstetriz na implementação de um modelo de
assistência perioperatória obstétrica.

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 A assistência de enfermagem perioperatória é considerada vital para a realização e o
sucesso de processos cirúrgicos.

 Iniciou-se de forma informal, auxiliando os “cirurgiões-barbeiros” - limpeza de


material e contenção de pacientes.

 No Brasil, a Sociedade Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgico, Recuperação


Anestésica e Centro de Material e Esterilização (SOBECC) foi criada em 1991.

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 Apesar das recomendações à adoção de um modelo de assistência para nortear as ações dos enfermeiros
no Centro Cirúrgico (CC), a grande maioria dos CC dos hospitais brasileiros ainda não adota um modelo
formal.

 Geralmente, é prestada de maneira organizada pelos enfermeiros, embora, na maioria das vezes, NÃO
EXISTA UM REGISTRO OU UMA DOCUMENTAÇÃO QUE NORTEIE AS SUAS ETAPAS E
QUE TAMBÉM GARANTA A SUA CONTINUIDADE.

 A assistência acaba sendo uma atividade profissional individual.

 É a instituição que define a filosofia da assistência e a dimensão do cuidar estará inserida em

um contexto com valores e crenças de ordem mais ampla.

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 Assistência com qualidade: processo planejado, sistemático e
contínuo que identifica, resolve, monitora e avalia.

 Percebe-se que o enfermeiro/obstetiz perioperatório, mesmo sem


a intenção, desenvolve um modelo de assistência.

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SISTEMA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM PERIOPERATÓRIA
(SAEP)
 É o mais difundido no Brasil.
 Tem como base o atendimento das necessidades humanas básicas e o Processo de Enfermagem (PE),
estruturados por Wanda de Aguiar Horta (1978).
 Foco em conhecer as necessidades do paciente e de sua família antes de entrar no ambiente desconhecido do
CC, de manter vínculo de confiança entre enfermeiro, paciente e satisfazer as expectativas de cuidado.
 Assistência integral ou holística ao paciente – participação ativa da paciente e familiares, e bem-estar,
envolvendo os aspectos físico, psicológico, social, mental e espiritual.
 Promove a continuidade da assistência, vinculando a intervenção conjunta e contínua dos enfermeiros que
trabalham nas unidades de internação, CC e Sala de Recuperação Pós-Anestésica (SRPA).

Processo Avaliativo: deverá ser realizada no final de cada fase do processo cirúrgico. É importante avaliar a
satisfação do paciente, o desempenho do trabalho em equipe e as atividades realizadas pelo enfermeiro/obstetriz,
de acordo com o modelo assistencial estabelecido pela equipe de enfermagem e pela instituição.

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SISTEMA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM PERIOPERATÓRIA
(SAEP)
São cinco as etapas do SAEP:
 Visita pré-operatória de enfermagem.
 Planejamento de assistência perioperatória.
 Implementação da assistência.
 Avaliação da assistência – visita pós-operatória de enfermagem.
 Reformulação da assistência a ser planejada, de acordo com os resultados obtidos,
procurando resolver situações indesejáveis e prevenir ocorrência de eventos adversos.

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OS PERÍODOS:

 O período pré-operatório imediato tem início 24 horas antes da cirurgia e vai até o
momento em que o paciente é recebido no CC.
 O período transoperatório começa quando o paciente é recebido no CC e dura até o
momento em que é encaminhado para a Sala de Recuperação Pós-Anestésica (SRPA)
 O pós-operatório imediato (POI) inicia-se na admissão do paciente na SRPA e se
estende até as primeiras 24 horas do pós-operatório.

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CIRURGIAS E PROCEDIMENTOS QUE PODEM ACONTECEM NO
CENTRO OBSTÉTRICO:

- Parto Normal Instrumental


- Parto Cesárea
- Revisão de Canal e Sutura de Laceração (Casos graves - 3º., 4º. graus)
- Curetagem / AMIU
- Inserção de DIU
- Laparoscopia (gravidez ectópica, mola hidatiforme etc)
- Cauterização de Colo do Útero, Vagina
- Histeroscopia, histerectomia, drenagem de hematoma etc

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Durante a fase pré-operatória (Cenário Obstétrico)

Embora o modelo SAEP preconize as visitas pré-operatória como


estratégia de continuidade e avaliação da assistência de enfermagem
perioperatória, nas instituições brasileiras e nos CC que adotaram o SAEP,
essa estratégia não tem sido fácil de ser implementada e mantida, o que
acontece muitas vezes pelo número reduzido de recursos humanos.

Os dados coletados e o exame físico realizado da paciente permitirão


elaborar o histórico de enfermagem, identificando os problemas e
formulando diagnósticos de enfermagem que servirão para conduzir o
planejamento da assistência de enfermagem individualizada para o
transoperatório e pós-operatório, o que criará um elo de continuidade na
assistência em todos os períodos perioperatórios.

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Durante a fase pré-operatória (Cenário Obstétrico)

 Obter consentimento informado (anestesia + cesárea), confirmar


identificação da paciente, alergias a fármacos, procedimento a ser realizado
e prontuário (evolução e prescrição de enfermagem).

 Encaminhar a paciente até a sala cirúrgica com segurança (deambulando,


cadeira de rodas ou maca). Realizar a interação equipe-paciente, avaliando
o estado emocional e físico.

 Preparar a Sala de Operações (SO) com todos materiais e equipamentos


necessários, as características da paciente e as solicitações especiais
realizadas pela equipe anestésico-cirúrgica, verificar a integridade dos
equipamentos (mesa cirúrgica, foco de luz, carrinho de anestesia, berço de
recepção do RN, régua de oxigênio, aspirador, ambú neonatal, adulto) e
disponibilidade dos medicamentos de emergência.

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Durante a fase transoperatória (Cenário Obstétrico)

 Receber a paciente no CC e checar sua identificação, verificar a ficha pré-


operatória, analisar a evolução e a prescrição de enfermagem.

 Realizar a interação enfermeiro-paciente, avaliando o estado emocional e


físico, analisando o prontuário e os exames da paciente.

 Acompanhar procedimentos e demanda da equipe.

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Durante a fase transoperatória (Cenário Obstétrico)

 Checar tipo sanguíneo, e os demais materiais, para o caso de necessidade.

 Transportar o paciente e realizar sua transferência para a mesa cirúrgica.

 Realizar cuidados de enfermagem: verificar/puncionar 2 acessos venosos calibrosos,


posicionar para procedimento anestésico, realizar a sondagem vesical de demora e
controle de diurese, realizar tricotomia em região da incisão (S/N), realizar/auxiliar na
degermação/antissepsia da região abdominal, posicionar placa de eletrocautério (bisturi).

 Auxiliar na retirada da paciente da mesa cirúrgica, no final da cirurgia, e transportá-la


até a SRPA ou fazer seu encaminhamento à Unidade de Terapia Intensiva (UTI), quando
for o caso.

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É URGENTE?
 Agilizar processos!!

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Cirurgias Seguras Salvam Vidas !!
 Durante a fase transoperatória (Cenário Obstétrico)
 Máscara e Touca

 Óculos de Proteção

 Sapato Fechado

 Lavagem de Mãos Adequada;

 Paramentação ( Pijama e Avental Cirúrgico)


NR 6 – Norma de
 Luvas – Procedimento ou Estéreis
Segurança (EPI)

 Cuidados com Instrumental (Material Estéreis)

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 Durante a operação, boa comunicação entre os cirurgiões, pediatra, anestesista
e enfermagem são todos necessários para assegurar um bom resultado.
 Monitorização apropriada da paciente.
 Apoio ao acompanhante.
 Apoio a equipe de enfermagem ( “Circulante”)

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 Recepcionar Recém-Nascido
 Panorama Geral do Procedimento:
 Auxiliar demanda da puérpera/casal.
 Auxiliar eventuais urgências
 Monitorar Sinais Vitais

É importante que a paciente interaja com o ambiente e com as pessoas do CC


de maneira positiva, pois, dependendo da interação e de sua percepção, esse
momento poderá ser mais difícil!!!

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 Durante a fase pós-operatória - SRPA (Cenário Obstétrico)
 Auxiliar Amamentação
 Panorama Geral do Procedimento:
 Auxiliar demanda da puérpera/casal.
 Auxiliar eventuais urgências
 Monitorar Sinais Vitais

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Atividade
 Levando em consideração, a aula de hoje, seu
conhecimento prévio e experiências pessoais, reflita a
respeito da Violência Obstétrica e as boas condutas d@
obstetriz em um ambiente Cirúrgico.

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OBRIGADA!
Luara de Carvalho Barbosa
Obstetriz

Luara.obstetrícia@hotmail.com

@luara_obstetriz

REFERÊNCIAS

Enfermagem em centro cirúrgico e recuperação / organizadoras


rachel de carvalho, estela regina ferraz bianchi. – 2.Ed. –
Barueri, SP: manole, 2016. – (Série enfermagem)

Monteiro EL, Melo CL, Amaral TLM et al.


Cirurgias Seguras: elaboração de um instrumento de enfermagem perioperatória.
Rev. Sobecc, São Paulo. abr./jun. 2014; 19(2): 99-109. Disponível em
http://dx.doi.org/10.4322/sobecc.2014.016

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