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Clínica Médica XI
Especialidades Clínicas (Dermatologia, Intensiva, Geriatria, Genética, Imunologia e Oncologia)
André Anjos da Silva
Carolina Ferraz
Gabriella Melo Fontes Silva Dias
Katia Regina Marchetti
Lucas Lonardoni Crozatti
Natália Ivanovna Bernasovskaya Garção
2023
© Todos os direitos autorais desta obra são reservados e protegidos à Editora Sanar Ltda. pela Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de
1998. É proibida a duplicação ou reprodução deste volume ou qualquer parte deste livro, no todo ou em parte, sob quaisquer formas
ou por quaisquer meios (eletrônico, gravação, fotocópia ou outros), essas proibições aplicam-se também à editoração da obra, bem
como às suas características gráficas, sem permissão expressa da Editora.
Título | Apostila Tópicos da Medicina – Residência Médica: Clínica Médica XI - Especialidades Clínicas
(Dermatologia, Intensiva, Geriatria, Genética, Imunologia e Oncologia)
Autores | André Anjos da Silva
Carolina Ferraz
Gabriella Melo Fontes Silva Dias
Katia Regina Marchetti
Lucas Lonardoni Crozatti
Natália Ivanovna Bernasovskaya Garção
Coordenador | Thiago Aragão Leite
Líder Editorial | Gustavo Almeida
Produção Editorial | Renata Acácio Rocha
Projeto Gráfico | Richard Veiga Editoração
Diagramação | Bruno Brum
Deborah Silva
Capa | Bruno Brum
Edição de Texto | Mariana Alves Santiago
Renata Panovich Ferreira
Tony Roberson de Mello Rodrigues
Vanderléia Skorek
Conselho Editorial | Matheus Feliciano da Costa Ferreira
Vinícius Côgo Destefani
Caio Nunes
FICHA CATALOGRÁFICA
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Tuxped Serviços Editoriais (São Paulo-SP)
Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário Pedro Anizio Gomes – CRB-8 8846
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Apostila Tópicos da Medicina – Residência Médica: Clínica Médica XI - Especialidades Clínicas (Dermatologia, Intensiva, Geriatria,
Genética, Imunologia e Oncologia) / Coordenador: Thiago Aragão Leite; Autores: André Anjos da Silva, Carolina Ferraz, Gabriella Melo
Fontes Silva Dias, Katia Regina Marchetti, Lucas Lonardoni Crozatti e Natália Ivanovna Bernasovskaya Garção. – 1. ed. – Salvador,
BA : Editora Sanar, 2023.
494 p.; il.
E-book: 13 Mb; PDF.
Inclui bibliografia.
ISBN 978-85-5462-491-0.
1. Clínica Médica. 2. Especialidades Clínicas. 3. Medicina. 4. Residência. I. Título. II. Assunto. III. Coordenador. IV. Autores.
CDD 617
CDU 616
Professor de Genética Médica. Possui graduação em Médica formada pela Faculdade de Medicina da
Medicina pela Universidade Federal do Rio Grande do USP-SP. Clínica Geral formada pela Faculdade de
Sul (2011). Genética Médica pelo Hospital de Clínicas Medicina da USP-SP e Oncologista Clínica formada
de Porto Alegre (2015). Doutor em Ciências pelo PPG pela Faculdade de Medicina da USP-SP/Instituto do
em Genética e Biologia Molecular da UFRGS (2014). Câncer do Estado de São Paulo – ICESP. Doutoranda
Título de Especialista pela Sociedade Brasileira de pela Faculdade de Medicina da USP-SP/Instituto do
Genética Médica (2015). Pós-doutorado em Genética Câncer do Estado de São Paulo – ICESP e Oncolo-
pela UFRGS. Professor do Curso de Medicina da gista Clínica do Hospital Sírio Libanês – Brasília.
Unisinos. Professor do PPG em Ciências Médicas
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da Universidade do Vale do Taquari – Univates.
Coordenador do Curso de Medicina da Univates. LUCAS LONARDONI CROZATTI
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COMO GARANTIR UMA APRENDIZAGEM
EFICAZ E UMA RETENÇÃO DURADOURA?
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1. MAPAS MENTAIS
u Como fazer: A partir do Título e da sua lista de palavras, comece a criar o seu Mapa:
a) Enquanto estuda um assunto, comece a escrever uma lista de palavras importantes que
você não pode deixar de entender e reter na sua memória. Enquanto faz isso, pense em
como essas palavras se conectam entre si.
b) Coloque o título no centro da folha. A partir dele, puxe linhas que conectem as informações
associadas ao título, que serão algumas das palavras da sua lista.
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Como garantir uma aprendizagem eficaz e uma retenção duradoura?
d) Utilize formas geométricas para distinguir as palavras do seu mapa por categorias, por
exemplo, use retângulos para todas as palavras que se encaixam na categoria Causas, use
eclipses para as palavras que você encaixa em Efeitos.
e) Use cores diferentes para deixar o seu mapa mental ainda mais claro e conectado. Defina
as cores que você irá utilizar para cada categoria ou cada tipo de conexão.
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Essa tarefa pode até demorar um pouco mais no começo, mas, com um pouco
de prática, você não vai gastar mais do que 10 minutos para garantir um enten-
dimento aprofundado e uma aprendizagem mais eficaz e duradoura.
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Como garantir uma aprendizagem eficaz e uma retenção duradoura?
2. FLUXOGRAMAS
u Quando fazer: Os Fluxogramas são ideais para consolidar processos e passo a passos! Por
exemplo, você pode começar o seu Fluxograma com uma suspeita diagnóstica, para depois
passar pela classificação e chegar até o tratamento.
u Como fazer: A partir do seu objetivo, defina o título e os assuntos que irão entrar no seu
Fluxograma:
a) Depois de ter estudado um assunto mais amplo, pense no quadro completo que você
precisa entender e saber. A partir disso, crie a lista de palavras, conceitos e frases mais
importantes que você precisa incluir para atingir o seu objetivo.
b) Coloque o Título no centro da folha. A partir do título, puxe linhas que conectem as infor-
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mações associadas ao título, que serão algumas das palavras ou frases da sua lista.
e) Utilize formas geométricas para distinguir as palavras do seu fluxograma por categorias,
por exemplo, use retângulos para todas as palavras que se encaixam na categoria Causas,
use eclipses para as palavras que você encaixa em Efeitos.
f) Use cores diferentes para deixar o seu fluxograma ainda mais claro e conectado. Defina
as cores que você irá utilizar para cada categoria ou cada tipo de conexão.
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Como garantir uma aprendizagem eficaz e uma retenção duradoura?
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No final, você terá um grande Fluxograma que não só vai garantir o seu entendi-
mento, mas facilitará a revisão dos assuntos mais amplos e ajudará o seu cérebro
a aprender, reter e saber usar as informações estudadas.
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Como garantir uma aprendizagem eficaz e uma retenção duradoura?
3. RESUMOS
u Quando fazer: Sempre que estudar! Resumos de fechamento são essenciais para a apren-
dizagem.
u Como fazer: Para executar essa estratégia você irá precisar só de alguns minutos, mas tam-
bém de concentração e reflexão.
b) Marque ou grife as palavras chave no texto ou as anote no seu caderno caso você esteja
assistindo uma videoaula.
c) Assim que terminar de estudar informações novas, olhe para as suas palavras chave e
reflita sobre 2 perguntas:
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• O que acabei de aprender sobre o assunto?
• Como isso se conecta ou se relaciona com o que eu já sabia?
d) Comece a escrever breves respostas de no máximo 10 linhas para cada uma dessas per-
guntas.
e) Garanta que o seu texto seja sucinto, sem repetições e descrições desnecessárias, mas
que responda bem às perguntas acima.
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CONHEÇA A APOSTILA
Importância/prevalência
do capítulo: Frequência do
conteúdo em questões de
provas de residência.
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o que realmente cai na prova.
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Conheça a apostila
Número do capítulo.
Subcapítulos em destaque.
Indicação da especialidade
ou área do capítulo.
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Sumário nas aberturas dos módulos,
com indicação dos níveis de
importância de cada capítulo.
importância/prevalência
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Conheça a apostila
Indicação da especialidade
Título do capítulo. ou área do capítulo.
Título do capítulo.
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Gabarito e comentário das questões,
com explicação do professor tanto
da resposta correta quanto do motivo
de as outras estarem incorretas.
dificuldade: Fácil
dificuldade: Intermediário
dificuldade: Difícil
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Conheça a apostila
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SUMÁRIO
DERMATOLOGIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
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3. Lesões elementares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
3.1. C
onteúdo líquido . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
3.2. Sólidas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
3.3. Planas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
3.4. A lterações de espessura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
3.5. Perdas teciduais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
Questões comentadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
5. D
ermatite de contato . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
5.1. D
ermatite de contato por irritante primário (DCI) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
5.2. Dermatite de contato alérgica (DCA) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
6. Dermatite seborreica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
Questões comentadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
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Sumário
capítulo 3. FARMACODERMIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
1. Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
2. Exantema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
3. Urticária/angioedema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
4. Eritema polimorfo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
5. S
índrome de Stevens-Johnson (SSJ) e necrólise epidérmica tóxica (NET) . . . . . . . . . . 66
6. Síndrome DRESS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
7. Fotodermatose . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
Questões comentadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
2. Pitiríase alba . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
3. Pitiríase rubra pilar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
4. Eritrodermia esfoliativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
5. E
czema de estase . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
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6. Eczema numular . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
7. E
czema disidrótico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
8. H
istiocitose de células langerhans . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
Questões comentadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83
2. Líquen plano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95
2.1. S
inais e fenômenos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95
2.2. L íquen plano pilar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96
2.3. A lopécia frontal fibrosante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96
2.4. Líquen plano ungueal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96
2.5. Líquen plano mucoso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97
16
Sumário
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 98
Questões comentadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116
Bibliografia consultada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117
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Questões comentadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 118
4. Diagnóstico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 130
5. Tratamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 130
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 131
Questões comentadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 132
17
Sumário
5. P
ox vírus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 147
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 148
Questões comentadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 149
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4.1. Tratamento do carcinoma basocelular e carcinoma espinocelular . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 161
5. Melanoma . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 161
5.1. Subtipos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 162
5.2. Diagnóstico, estadiamento e tratamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 163
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 164
Bibliografia consultada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 164
Questões comentadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 165
6. Diagnóstico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 176
6.1. Testes e exames complementares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 176
7. Tratamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 177
18
Sumário
8. R
eações hansênicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 178
8.1. Reação tipo 1 (“reação reversa”) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 178
8.2. R eação tipo 2 (“eritema nodoso hansênico”) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 178
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 178
Questões comentadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 179
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 191
Questões comentadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 193
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capítulo 12. PARASITOSES DA PELE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 199
1. Escabiose . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 199
1.1. Q
uadro clínico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 200
1.2. Tratamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 200
2. Pediculose . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 201
2.1. Tratamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 201
3. Tungíase . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 201
4. Cimidíase . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 202
5. Miíase . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 203
5.1. Formas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 203
5.2. Tratamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 203
19
Sumário
2.3. D
iagnóstico dos pênfigos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 215
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 220
Questões comentadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 221
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4.1. Quadro clínico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 233
5. S
índrome de Sweet . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 234
5.1. Q
uadro clínico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 234
5.2. Tratamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 234
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 235
Questões comentadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 236
20
Sumário
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 264
Bibliografia consultada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 264
Questões comentadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 265
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4. Tratamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 275
7. D
iagnóstico e classificação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 277
8. Tratamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 278
8.1. Ventilação não invasiva (VNI) e cateter nasal de alto fluxo (CNAF) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 279
8.2. V entilação invasiva – A ventilação mecânica protetora . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 279
8.3. Medidas para hipoxemia refratária . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 279
8.4. Corticoesteroides . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 280
9. Prognóstico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 280
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 280
Bibliografica consultada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 280
Questões comentadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 281
21
Sumário
8. A
gentes principais nas provas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 291
8.1. Inseticidas/pesticidas organofosforados e carbamatos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 291
8.2. A ntidepressivos tricíclicos e anticolinérgicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 292
8.3. Opioides . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 292
8.4. Benzodiazepínicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 292
8.5. C ocaína, anfetamina, hormônio tireoidiano, ergotamínicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 293
8.6. Antidopaminérgicos (como haloperidol, olanzapina, risperidona, metoclopramida) . . . . 293
8.7. Inibidores da recaptação de serotonina (fluoxetina, paroxetina, sertralina, venlafaxina),
inibidores 5ht (ondansetrona), tramadol . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 293
8.8. Acetaminofeno/paracetamol . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 293
8.9. Betabloqueadores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 293
8.10. Digitálicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 294
8.11. C ianeto e monóxido de carbono . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 294
8.12. Dapsona, antimaláricos, lidocaína . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 295
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8.13. Varfarina e anticoagulantes orais diretos (DOACs) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 295
9. A
gentes com tratamento específico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 295
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 295
Bibliografia consultada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 296
Questões comentadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 297
5. Sedação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 307
6. Avaliação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 307
7. E
scolha do agente em sedação contínua e para procedimentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . 308
7.1. Propofol . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 308
7.2. Dexmedetomidina . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 308
7.3. Benzodiazepínicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 308
7.4. Cetamina . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 308
7.5. Etomidato . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 309
22
Sumário
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 309
Questões comentadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 310
5. S
índrome de realimentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 319
Questões comentadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 320
GERIATRIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 327
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2. A
valiação da capacidade funcional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 330
2.1. A
tividades básicas de vida diária e atividades instrumentais de vida diária . . . . . . . . . . . . . 330
2.2. Avaliação da capacidade física . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 335
2.3. Sarcopenia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 336
2.4. Instrumentos de avaliação do domínio cognitivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 338
2.5. Avaliação do humor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 340
5. Delirium . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 345
5.1. Diagnóstico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 345
5.2. Tratamento e prevenção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 347
23
Sumário
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 354
Questões comentadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 355
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2. Aspectos ético-jurídicos da paliação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 366
3. Avaliação funcional e prognóstica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 367
4. Comunicação em cuidados paliativos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 368
5. D
iretivas antecipadas de vontade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 369
6. Avaliação e controle de sintomas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 370
6.1. Escala ESAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 370
6.2. Dor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 370
6.3. Tratamento da dor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 371
6.4. Opioides . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 373
6.5. D or neuropática e adjuvantes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 375
24
Sumário
4. Citogenética . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 386
4.1. Alterações cromossômicas estruturais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 386
4.2. A
lterações cromossômicas numéricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 387
5. P
adrões de herança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 388
5.1. H
erança autossômica dominante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 388
5.2. Herança autossômica recessiva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 389
5.3. H
erança ligada ao X dominante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 389
5.4. H
erança ligada ao X recessiva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 389
5.5. Herança ligada ao Y . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 389
5.6. H
erança mitocondrial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 390
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 390
Questões comentadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 391
1. Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 395
2. Classificação das células-tronco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 395
3. Células-tronco hematopoiéticas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 396
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4. Células-tronco mesenquimais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 396
5. T
erapia celular . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 396
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 396
Questões comentadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 397
IMUNOLOGIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 399
25
Sumário
ONCOLOGIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 427
2. Imunologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 434
3. Fatores de risco e medidas preventivas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 434
3.1. Profilaxias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 437
3.2. Rastreamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 437
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6. Aspectos importantes da histologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 442
6.1. Nomenclatura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 442
6.2. Grau histológico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 442
6.3. Estadiamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 443
7. P
rincípios gerais do tratamento neoadjuvante, radioterapia, adjuvante e paliativo . 443
8. Doença oligometastática . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 444
9. A
spectos gerais de cada neoplasia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 445
9.1. Câncer de mama . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 445
9.2. Câncer de ovário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 446
9.3. Câncer de estômago . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 447
9.4. Tumor do estroma gastrointestinal (GIST) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 447
9.5. C âncer de fígado – Carcinoma hepatocelular (CHC) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 447
9.6. Câncer de vesícula biliar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 448
9.7. C âncer de vias bbiliares – Colangiocarcinoma . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 448
9.8. Câncer de pâncreas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 448
9.9. Câncer de cólon . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 449
9.10. Câncer de reto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 449
9.11. Câncer de rim . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 450
9.12. Câncer de adrenal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 450
9.13. Câncer de bexiga . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 451
9.14. Câncer de próstata . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 451
9.15. Câncer de testículo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 452
9.16. Câncer de cabeça e pescoço . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 452
9.17. C âncer de pulmão não pequenas células . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 453
9.18. C âncer de pulmão pequena células . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 453
26
Sumário
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 462
Questões comentadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 464
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4. Obstrução intestinal maligna . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 477
5. H
ipercalcemia da malignidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 478
6. Toxicidades aos tratamentos sistêmicos oncológicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 479
7. N
áuseas e vômitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 481
8. T
oxicidades ao tratamento radioterápico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 482
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 485
Bibliografia consultada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 485
Questões comentadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 488
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29
DERMATOLOGIA
Dermatologia
Sumário
Prevalência/importância
1. Introdução à dermatologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2. Doenças eczematosas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3. Farmacodermias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
4. Doenças eritematodescamativas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
5. Psoríase e líquen plano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
6. Acne e infecções de pele e subcutâneo . . . . . . . . . . . . . . .
7. Leishmaniose tegumentar americana . . . . . . . . . . . . . . . . .
8. Dermatoviroses . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
9. Oncodermatologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
10. Hanseníase . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
11. Micoses cutâneas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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12. Parasitoses da pele . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
13. Buloses . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
14. Dermatoses não infecciosas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
30
Capítulo
INTRODUÇÃO À DERMATOLOGIA
1
importância/prevalência
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u
31
Introdução à dermatologia Dermatologia
W Camada granulosa
2. A NATOMIA E FISIOLOGIA W Camada córnea
DA PELE
W Camada lúcida: presente somente nas regiões
palmoplantares
2.1. EPIDERME u Os queratinócitos são as células que se encon-
tram em maior quantidade e se originam de cé-
u Camada mais superficial da pele. lulas-tronco da camada basal.
u Composta por epitélio estratificado pavimentoso u Também apresenta melanócitos, células de Mer-
queratinizado. kel e células de Langerhans.
u Apresenta as seguintes camadas (Figura 2):
DICA
W Camada basal Os melanócitos e as células de Merkel loca-
W Camada espinhosa ou malpighiana lizam-se no estrato basal, enquanto as células de
Langerhans são encontradas na camada espinhosa.
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Fonte: Kierszenbaum.1
DICA
O número de melanócitos não varia em relação às raças, mas sim à capacidade funcional dessas
células (a quantidade e distribuição da melanina para os queratinócitos), determinando os diferentes foto-
tipos de pele (Tabela 1).
32
Introdução à dermatologia Cap. 1
Tabela 1. Escala Fitzpatrick de fototipos de pele. sos dermatológicos. Possuem em seu citoplasma
Fototipo Cor da pele Resposta à radiação UV
os grânulos de Birbeck, estruturas em bastonete
(aspecto de “raquete de tênis”), relacionadas ao
Sempre queima e processo de endocitose de partículas.
I Branco
nunca bronzeia
u As células de Merkel funcionam como meca-
Queima com facilidade e
II Branco norreceptoras (receptores táteis), sendo encon-
bronzeia com dificuldade
tradas principalmente na ponta dos dedos e na
Queimadura leve e base dos folículos pilosos.
III Bege
bronzeamento gradual
Raramente queima e
IV Marrom 2.2. DERME
bronzeia facilmente
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Figura 3. Estrutura da derme.
Fonte: Carneiro.2
u A pele possuiu 2 plexos vasculares principais: o u A percepção sensorial da pele é exercida por
superficial, composto por capilares e localizado terminações nervosas, sendo elas:
na derme superficial; e o profundo, composto por
arteríolas, localizado a nível dermo-hipodérmico.
33
Introdução à dermatologia Dermatologia
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Fonte: Gartner.3
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Introdução à dermatologia Cap. 1
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formulação de hipóteses diagnósticas.
u São classificadas em primárias e secundárias
(Tabela 2).
Fonte: Carneiro.2
35
Introdução à dermatologia Dermatologia
LÍQUIDAS SÓLIDAS
• Vesícula: < 1 cm • Pápula: < 1 cm
• Bolha: > 1 cm • Placa: > 1 cm
• Pústula • Nódulo
• Abscesso: profundo • Goma
• Cisto • Urtica
• Hematoma • Vegetação – Verrucosidade
PRIMÁRIAS
MÁCULAS VASCULOSANGUÍNEAS
• Eritema – Enantema – Exantema – Cianose
MÁCULAS PIGMENTARES • Púrpura – Petéquia – Equimose – Víbice
• Hipercromia – outros pigmentos • Telangiectasia
• Leucodermia – Hipocromia – Acromia • Anêmica
• Angiomatosa
• Telangiectasia
PERDAS TECIDUAIS
ALTERAÇÕES ESPESSURA
• Crosta
• Atrofia
• Escama
• Cicatriz
• Erosão/Exulceração
SECUNDÁRIAS • Edema
• Ulceração
• Esclerose
• Escara
• Liquenificação
• Fissura
• Ceratose
• Fístula
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Fonte: Elaborada pela autora.
36
Introdução à dermatologia Cap. 1
u Pústula: lesão elevada, circunscrita, < 1 cm de u Cisto: cavidade revestida, móvel, com orifício
diâmetro, com conteúdo purulento, podendo ser central. Exemplo: cisto epidermoide (Figura 10).
estéril ou infecciosa. Exemplos: foliculite (Figura
8), acne, psoríase pustulosa. Figura 10. Cisto epidermoide.
Figura 8. Foliculite.
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Figura 9. Furúnculo.
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Introdução à dermatologia Dermatologia
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plos: psoríase (Figura 13), líquen simples crônico,
eczema numular. u Goma: nódulo que se liquefaz no centro. Exem-
plo: goma sifilítica (Sífilis terciária) (Figura 15).
Figura 13. Psoríase.
Fonte: Pinheiro.13
Fonte: Millana/Shutterstock.com.11
38
Introdução à dermatologia Cap. 1
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derme. Exemplos: vitiligo (Figura 19), pitiríase alba.
Fonte: muroPhotographer/Shutterstock.com.15
3.3. PLANAS
39
Introdução à dermatologia Dermatologia
u Eritema: causado por vasodilatação – desapare- u Telangiectasia: dilatação vascular capilar (Fi-
ce à digitopressão/vitropressão. Pode apresentar gura 22).
vários padrões: generalizado = exantema (Figu-
ra 20); em mucosas = enantema; se congestão Figura 22. Telangiectasias.
venosa = cianose; se congestão venosa em mu-
cosas = cianema.
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se < 1 cm; equimose se > 1 cm; víbice se linear.
Fonte: Reis.21
Fonte: Beate Wolter/Shutterstock.com.19
40
Introdução à dermatologia Cap. 1
Fonte: kckate16/Shutterstock.com.24
Fonte: M.i.c.c.a/Shutterstock.com.22
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Figura 27. Angioedema.
escleroso e atrófico (Figura 25).
Fonte: Sites.google.com.23
41
Introdução à dermatologia Dermatologia
Fonte: Nevares.26
Fonte: Dermatology11/Shutterstock.com.28
u Liquenificação: espessamento da pele com acen-
tuação dos sulcos naturais. Gerada por prurido
crônico. Exemplos: líquen simples crônico (Figura 3.5. PERDAS TECIDUAIS
29), eczema crônico.
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u Crosta: massa de exsudatos formada por resseca-
Figura 29. Neurodermite. mento de secreção e restos epiteliais. Exemplos:
impetigo crostoso (Figura 31), pênfigo vulgar.
Fonte: Gonzalez.27
Fonte: FotoHelin/Shutterstock.com.29
42
Introdução à dermatologia Cap. 1
u Escama: resultante do acúmulo de queratinóci- u Ulceração: mais profunda que a erosão, devido
tos por proliferação ou retardo na descamação. à perda da epiderme, derme e/ou subcutâneo.
Exemplos: psoríase (Figura 32), pitiríase versicolor. Exemplos: úlcera de estase (Figura 34), pioder-
ma gangrenoso, úlcera neuropática.
Figura 32. Psoríase.
Figura 34. Úlcera de estase.
Fonte: Douketis.32
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Figura 33. Pênfigo vulgar.
Fonte: Grada.33
Fonte: Levitt.31
43
Introdução à dermatologia Dermatologia
u Fissura: fenda linear, estreita e profunda. Exem- 4. Imagem utilizada sob licença da Shutterstock.com, dispo-
plos: queratose plantar crônica (Figura 36), lín- nível em: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/
manifestation-herpes-137806217. Acesso em: 29 de
gua fissurada.
março de 2022.
5. Imagem utilizada sob licença da Shutterstock.com, dispo-
Figura 36. Queratose plantar crônica.
nível em: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/
man-burned-his-hand-hot-oil-1594574569. Acesso em 29
de março de 2022.
6. Imagem utilizada sob licença da Shutterstock.com, dispo-
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folliculitis-inflammatory-glands-follicles-1452567668.
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7. Imagem utilizada sob licença da Shutterstock.com, dispo-
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detailed-view-face-woman-big-carbuncle-1629295027.
Acesso em: 20 de março de 2022.
8. Imagem utilizada sob licença da Shutterstock.com, dispo-
nível em: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/
Fonte: Oleg Golovnev/Shutterstock.com.34 infected-sebaceous-cyst-741897268. Acesso em: 20 de
março de 2022.
u Fístula: pertuito com drenagem de material de 9. Imagem utilizada sob licença da Shutterstock.com, dispo-
nível em: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/
foco supurativo ou necrótico profundo. Exem-
closeup-on-bruise-wounded-woman-leg-1206346861.
plo: tuberculose cutânea, hidradenite supurativa Acesso em: 20 de março de 2022.
(Figura 37).
10. Imagem utilizada sob licença da Shutterstock.com, dispo-
nível em: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/
maroanasousa32@gmail.com | 233103f6-a675-464e-8633-c7c90bfee6ae
Figura 37. Hidradenite supurativa. insect-bites-stings-on-female-leg-1803675178. Acesso
em: 20 de março de 2022.
11. Imagem utilizada sob licença da Shutterstock.com,
disponível em: https://www.shutterstock.com/pt/ima-
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tion-1938477475. Acesso em: 20 de março de 2022.
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44
Introdução à dermatologia Cap. 1
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45
Introdução à dermatologia Dermatologia
QUESTÕES COMENTADAS
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para descrever uma lesão em formato de moeda?
(HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA UFSC – SC – 2021) Relacione
abaixo as diferentes manifestações cutâneas com ⮦ Numular.
os seus respectivos diagnósticos associados. ⮧ Liquenoide.
Coluna 1 - Manifestações cutâneas ⮨ Policíclica.
1. Pioderma gangrenoso ⮩ Herpetiforme.
2. Dermatite herpetiforme
3. Eritema nodoso
Questão 4
4. Lesões de Janeway
5. Eritema marginado (PUC – SOROCABA – SP – 2021) Nos pacientes portadores
6. Acantose nigricans de poroqueratose, o índice de transformação em
carcinoma de células escamosas é de:
Coluna 2 – Diagnósticos ⮦ 30%.
( )Doença celíaca
⮧ 25%.
( )Febre reumática
⮨ 17%.
( )Endocardite infecciosa
⮩ 13%.
( )Síndrome dos ovários policísticos
( )Estreptococcia
( )Sarcoidose Questão 5
46
Introdução à dermatologia Cap. 1
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das a que doença abaixo?
⮩ Lesão sólida, circunscrita, elevada, de consis-
tência dura. ⮦ Neoplasia hematológica.
⮪ Elevação circunscrita de até 1 cm de tamanho, ⮧ Tumores gastrointestinais.
contendo pus no seu interior. ⮨ Tumores em sistema nervoso central.
⮩ Endocardite infecciosa.
47
Introdução à dermatologia Dermatologia
GABARITO E COMENTÁRIOS
Y Dica do professor: Questão simples que cobra A dermatite herpetiforme é uma erupção cutânea
semiologia dermatológica das lesões elementares autoimune incomum relacionada a doença celíaca,
primárias. A digitopressão consiste em pressionar geralmente são pápulas e vesículas inflamatórias
uma lesão cutânea com os dedos enquanto na vi- intensamente pruriginosas nos antebraços, joelhos,
tropressão faz-se uma pressão com uma lâmina couro cabeludo ou nádegas.
de vidro. O intuito é verificar se a lesão é vascular O eritema marginado é uma erupção cutânea eva-
ou não, e se a causa é vasodilatação ou extravaza- nescente, eritematosa que se estende de forma
mento de sangue. As lesões cutâneas vasculares centrífuga, conhecida também como eritema anular,
são as máculas e manchas (lesões primárias planas que envolve o tronco e às vezes os membros, mas
- lesôes não palpáveis, que apresentam apenas al- não a face, geralmente associada a febre reumática
teração na coloração da pele). O eritema é causado nos pacientes que desenvolvem cardite.
por vasodilatação, desaparecendo à digitopressão/
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vitropressão, enquanto a púrpura, por ser causada As lesões Janeway são máculas e pápulas erite-
por sangue extravascular, não desaparece à digito- matosas, hemorrágicas, indolores encontradas nas
pressão/vitropressão. mãos e pés ocasionados por embolização séptica
dos vasos periféricos na endocardite infecciosa.
✔ resposta: C
A acantose nigrans é caracterizada por placas
aveludadas e hiperpigmentadas na pele, em regiões
Questão 2 dificuldade: intertriginosas, como pescoço e axilas, pode estar
associado a uma variedade de anormalidades sis-
Y Dica do professor: As manifestações cutâneas têmicas, muitas das quais são caracterizadas por
podem nos auxiliar nos diagnósticos, mesmo al- resistência à insulina, como a obesidade, síndrome
gumas não sendo consideradas patognomonicas, do ovário policístico e a diabetes melitos tipo II.
essas manifestações funcionam como pistas para
O eritema nodoso é uma reação de hipersensibili-
o diagnóstico correto.
dade do tipo tardia que se apresenta como nódulos
Doença Celíaca - Dermatite herpetiforme eritematosos, dolorosos, na face anterior das pernas.
Pode ser desencadeado por medicamentos, gravi-
Febre Reumática – Eritema marginado
dez, malignidade, infecções como na estreptococcia
Endocardite infecciosa – Lesões de Janeway e em condições inflamatórias como sarcoidose,
Síndrome do ovário policísticos – Acantose nigrans entretanto a maioria se classifica como idiopático.
48
Introdução à dermatologia Cap. 1
ulceração profunda e secreção purulenta, geral- reticular (tecido conjuntivo denso – mais profun-
mente estéril na cultura. da). O limite entre essas duas camadas é pouco
distinto. Ambas possuem muitas fibras elásticas.
✔ resposta: D
Proporciona a capacidade de contração e distensão
da pele por conter em abundância fibras de coláge-
Questão 3 dificuldade: no e elásticas. Além disso, a derme apresenta va-
sos sanguíneos e linfáticos, nervos, folículo piloso,
Y Dica do professor: Questão que aborda descrição glândulas sebáceas e sudoríparas.
de lesões dermatológicas. Vamos às alternativas.
✔ resposta: B
Alternativa A: CORRETA. Lesões numulares são des-
critas como arredondadas ou ovaladas, bem deli-
mitadas, em formato de moeda. Questão 6 dificuldade:
Alternativa B: INCORRETA. Lesões liquenoides são des- Alternativa A: INCORRETA. A descrição da lesão ele-
critas como lesões violáceas, brilhantes, achatadas. mentar desta alternativa define uma vesícula.
Alternativa C: INCORRETA. Lesões policíclicas são Alternativa B: INCORRETA. A lesão descrita nesta al-
lesões circinadas, anulares. ternativa é de uma úlcera oral, possivelmente uma
Alternativa D: INCORRETA. Lesões herpetiformes são lesão aftosa.
lesões agrupadas, semelhantes ao que ocorre nos Alternativa C: INCORRETA. Descrição de uma cicatriz
quadros de herpes simples. e não de uma pápula.
✔ resposta: A Alternativa D: CORRETA. Descrição correta de uma
pápula.
Alternativa E: INCORRETA. Descrição das caracterís-
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Questão 4 dificuldade:
ticas de uma pústula.
Y Dica do professor: A poroqueratose de Mibelli é ✔ resposta: D
transmitida como traço autossômico dominante.
Há risco de transformação maligna, especialmente
após as primeiras cinco décadas, sendo o carcino- Questão 7 dificuldade:
ma de células escamosas o tumor associado mais
comum, ocorrendo em cerca de 13% dos casos.
Y Dica do professor: A leucoplasia é uma condição
em que existe formação de placas brancas e es-
✔ resposta: D pessas nas gengivas, no interior das bochechas, na
parte inferior da boca e, por vezes, na língua. Não é
possível raspar facilmente estas placas. A causa da
Questão 5 dificuldade:
leucoplasia é desconhecida, mas o tabaco, fumado,
Y Dica do professor: O sistema tegumentar é com- mascado ou mastigado, é considerado o principal
posto por pele e anexos (pelos, unhas, glândulas culpado do seu desenvolvimento. Geralmente, a leu-
sudoríparas, sebáceas e mamárias). A pele é for- coplasia não é perigosa, mas, por vezes, pode ser
mada por epiderme e derme, suas porções epitelial grave. Apesar de a maioria das placas de leucoplasia
(originária do ectoderma) e conjuntiva (originária ser benigna, uma pequena percentagem apresenta
do mesoderma), respectivamente. Dependendo sinais precoces de cancro e muitos dos cancros
da espessura da epiderme, a pele é classificada da boca ocorrem perto das áreas de leucoplasia.
em fina ou espessa, sendo esta última encontrada Alternativa A: INCORRETA. É uma alteração estrita-
na planta do pé, na palma da mão e em algumas mente clínica e não implica uma alteração tecidual
articulações. A pele fina é encontrada no restante histopatológica específica visa a um diagnóstico por
do corpo. A derme é composta por duas camadas: exclusão de outras alterações que surgem como
papilar ((tecido conjuntivo frouxo – superficial) e placas brancas orais.
49
Introdução à dermatologia Dermatologia
Alternativa B: INCORRETA. A leucoplasia bucal aco- neutrofilia no sangue periférico superior a 70%”. Em
mete principalmente homens acima dos 60 anos geral, a síndrome de Sweet, responde dramatica-
de idade, brancos e fumantes. mente a corticosteroides orais que podem resolver
ou melhorar o tratamento da doença subjacente.
Alternativa C: INCORRETA. A cavidade oral (língua) é
Sem tratamento, a síndrome pode persistir durante
o local mais acometido.
semanas ou meses e, em seguida, melhorar sem
Alternativa D: CORRETA. A Organização Mundial de deixar cicatrizes.
Saúde (OMS) propôs a primeira definição para a LO
A síndrome de Sweet pode ser dividida em 4 gru-
em 1978, definindo-a como uma mancha ou placa
pos, de acordo com suas etiologias: (1) Idiopático
branca que não pode ser identificada clínica ou
ou clássico – representa 50% dos casos. Caracte-
patologicamente como nenhuma outra lesão bran-
riza-se por surtos recorrentes por muitos meses
ca.A definição mais recente, proposta por Warna-
ou anos, geralmente desencadeado por infecção
kulasuriya, apresenta as LOs como placas brancas
das vias aéreas superiores; (2) Parainflamatório –
de malignização possível após excluídas daquelas
associado a vacinação, colagenoses e infecções. As
que não transportam tal risco.
recorrências não são comuns; (3) Paraneoplásico
✔ resposta: D – 20-30% dos casos com lesões cutâneas mais
disseminadas e tendência à vesiculação. Associado
a neoplasias hematológicas ou sólidas. A leucemia
Questão 8 dificuldade: mieloide aguda representa a metade dos casos;
ou (4) Induzido por drogas – medicamentos como
Y Dica do professor: “A dermatose neutrofílica febril carbamazepina, hidralazina, sulfas, micociclina, fator
aguda (Síndrome de Sweet), é um processo reativo estimulante de colônia de granulócitos, isotretinoína
caracterizado pelo início abrupto de pápulas e nó- e mesilato de imatinib.
dulos vermelho-púrpura, dolorosos, que coalescem
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para formar placas. As placas geralmente ocor- Dentre as causas paraneoplásicas relacionadas à
rem nas extremidades superiores, face ou pesco- Síndrome de Sweet é a neoplasia hematológica.
ço e são normalmente acompanhadas por febre e ✔ resposta: A
50
Capítulo
DOENÇAS ECZEMATOSAS
2
importância/prevalência
1. I NTRODUÇÃO
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W
Exposição Predisposição
DICA
2. PATOLOGIA Os ceratinócitos adquirem aspecto “estrelado”
pelo alargamento dos espaços intercelulares, que
afasta os ceratinócitos, mantendo-os conectados
u O achado histopatológico característico de pro- através dos desmossomos.
cessos inflamatórios é o de “espongiose”.
u Na espongiose temos: edema intercelular, com
clivagens intraepidérmicas.
51
Doenças eczematosas Dermatologia
DICA
O prurido é o sintoma mais predominante.
Fonte: Lellis.1
4. D ERMATITE ATÓPICA
3. FASES DOS ECZEMAS
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u Crônico: Ocorre pela manutenção do processo
DICA
eczematoso por um período maior de tempo. Frequentemente são encontradas outras
Nele se vê formação de crostas e liquenificação manifestações de atopia como rinite (25%) e asma
da pele afetada, que se torna mais espessa e (30-40%). Esses achados constituem a “marcha
inelástica (Figura 3). atópica” nos pacientes.
DICA
Dermatite atópica acomete principalmente
crianças a partir de três meses de idade (85% dos
casos surgem em menores de 5 anos). 70 a 80%
têm remissão espontânea na adolescência.
52
Doenças eczematosas Cap. 2
Figura 4. Eczema em face de bebê com palidez central. Figura 6. Pitiríase alba.
Fonte: Habif.4
Fonte: Weber.6
W O eczema flexural ocorre mais em adolescen-
tes e adultos. W Outros sinais incluem: hiperlinearidade nas
mãos, queratose pilar e manifestações pe-
Figura 5. Eczema em flexuras. rioculares.
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Fonte: Antunes.7
Fonte: Wolf.5
Fonte: Bolognia.8
53
Doenças eczematosas Dermatologia
DICA
4.1. TRATAMENTO
Existem alguns achados perioculares possí-
veis. São eles: escurecimento periorbital, rarefação
de sobrancelhas distais (“Sinal de Hertoghe”) e dupla
u O tratamento base é a mudança de hábitos como
prega palpebral inferior (prega de Dennie-Morgan). banhos menos quentes e mais rápidos e aplica-
ção de hidratantes para a pele com intuito de
aprimorar sua função de barreira cutânea.
Figura 9. Escurecimento periorbital. u Antibióticos são usados para combater infecções
secundárias. Podem ser tópicos ou sistêmicos.
u Corticoides tópicos podem ser usados por pe-
ríodos limitados. Corticoides sistêmicos devem
ser evitados pelo risco de efeitos adversos e de
causar rebote.
5. D ERMATITE DE CONTATO
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u Ocorre frequentemente por substâncias de pro-
priedade muito ácidas ou alcalinas;
u A amônia das fezes e urina são irritantes comuns
em bebês (“dermatite das fraldas”);
u Em adultos, podemos pensar em soda cáustica,
desinfetantes e solventes, sabonetes e detergen-
tes, produtos industriais etc.
Fonte: Allergic Rhinitis Clinical Update.10
DICA
DCI pode surgir na primeira exposição à
Figura 11. Prega de Dennie-Morgan. substância, mesmo sem contato prévio.
Na DCI, o teste de contato é negativo. Não há en-
volvimento de resposta imune!
Fonte: Pinheiro.11
54
Doenças eczematosas Cap. 2
Figura 12. Dermatite de fraldas. Figura 14. Dermatite de contato alérgica por níquel.
Fonte: Fernandes.12
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Figura 15. Dermatite de contato alérgica por couro.
Fonte: Soutor.13
DICA
DCA necessita de exposição prévia à subs-
tância, pois há reconhecimento antigênico. Pode Fonte: Rivitti.14
ocorrer em local distante de onde houve o contato.
O teste de contato pode ser positivo. Há resposta u O diagnóstico da DCA pode ser feito pelo Teste
imune! de Contato, no qual uma bateria de substâncias
em pequenos patches circulares é aplicada na
pele do dorso do paciente. A placa permanece
u Dermatite de contato alérgica por níquel ocorre
por 48 horas e as leituras são feitas com 48 e 96
muito em mulheres pela presença do metal em
horas. Ao retirá-la, determina-se se houve reação
bijuterias.
a cada uma das substâncias.
55
Doenças eczematosas Dermatologia
DICA
u O quadro clínico do adulto apresenta extensa
O teste deve ser feito quando a dermatite
descamação sobre pele eritematosa. Muitas
estiver na sua FASE INATIVA para evitar falso-po-
vezes é chamada de “caspa”.
sitivos e a Síndrome da pele excitada (Angry Back
Syndrome).
Figura 17. Lesões de dermatite seborreica
em couro cabeludo de adulto.
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de crostas aderidas ao couro cabeludo e partes
da face.
Fonte: Aneja.14
6. D ERMATITE SEBORREICA
DICA
Os fatores de piora da dermatite seborreica
são extremos de temperatura, estresse físico e
emocional, drogas, quadros neurológicos (Parkin-
son), HIV, álcool, carboidratos, DM etc.
Fonte: Rivitti.13
56
Doenças eczematosas Cap. 2
maroanasousa32@gmail.com | 233103f6-a675-464e-8633-c7c90bfee6ae
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57
Doenças eczematosas Dermatologia
QUESTÕES COMENTADAS
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e DCI
(HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE JUNDIAÍ – SP – 2020) A mãe
⮧ A DCA é uma reação eczematosa pruriginosa, de um lactente de 8 meses procura o ambulatório
com distribuição restrita ao local do contato e com queixa de que, há 2 semanas, a criança tem
a DCI em geral tem distribuição difusa. “assadura na região das fraldas”. Ao exame físico,
⮨ O teste de contato é considerado padrão ouro observa-se eritema intenso, inclusive em dobras,
para diagnóstico da DCI e pouco valioso na DCA. se estendendo para a genitália, com descamação
⮩ A DCA resulta de efeito citotóxico direto devido periférica e pústulas satélites eritematosas. Nesse
aplicação única ou repetida de uma substância caso, a prescrição indicada é:
química ou agressões físicas com a pele, enquan- ⮦ Cremes de barreira.
to na DCI o eczema só aparece com exposições
⮧ Antibioticoterapia tópica.
subsequentes.
⮨ Corticoides tópicos.
⮪ A DCA e DCI possuem patogênese diferente e
aspectos clínicos similares e o teste de contato ⮩ Creme antifúngico.
continua sendo o procedimento padrão para o ⮪ Antibioticoterapia oral.
diagnóstico correto e consistente da DCA.
Questão 4
Questão 2
(FACULDADE DE MEDICINA DO ABC – SP – 2020) No quadro
(REDE DOR- MA – 2020) Paciente masculino, 39 anos, clínico da Dermatite Atópica observa-se:
com diagnóstico de síndrome da imunodeficiên-
⮦ As lesões surgem nos primeiros dias de vida.
cia humana (CD 4+=110/microlitro) vai à consulta
médica com queixas dermatológicas. Ao exame ⮧ Acomete mais as dobras cubitais e poplíteas.
clínico, o médico observa exantema descamativo, ⮨ Como as lesões de Psoríase, não são pruriginosas.
58
Doenças eczematosas Cap. 2
Questão 5
⮦ Somente a afirmativa 1 é verdadeira.
(H.U. BETTINA FERRO DE SOUZA/JOÃO BARROS BARRETO – PA ⮧ Somente as afirmativas 1 e 4 são verdadeiras.
– 2020) Menor, 6 anos, é atendido em setor ambu-
⮨ Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras.
latorial com queixa de lesões pruriginosas, recidi-
vantes localizadas em regiões flexurais de joelhos ⮩ Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras.
e cotovelos com eritema e liquenificação. Portador ⮪ As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.
de rinite alérgica e asma parcialmente controlada.
Assinale a afirmativa que não corresponde ao diag-
Questão 7
nóstico clínico do paciente.
(SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE FLORIANÓPOLIS – SP –
⮦ Os fungos do gênero Malassezia são fatores
2020) Maria, 29 anos, leva seu filho Carlos, 2 meses,
desencadeantes de piora das lesões.
que apresenta lesão hiperemiada moderada em
⮧ Dermatophagoides pteronyssinus é o principal região inguinal bilateral há 2 dias. Ao examinar a
representante dos aeroalérgenos envolvidos na criança, a Dra. Sara faz o diagnóstico de dermatite
expressão desta doença. de fraldas. A melhor conduta é:
⮨ Os testes de leitura cutânea imediata estão pros-
critos devido ao risco de reação anafilática. ⮦ Orientar a troca de fraldas com mais frequência.
⮩ Os inibidores da calcineurina atuam como imu- ⮧ Manter úmida a região com solução fisiológica
nomoduladores tópicos e são usados para con- fria.
trole da inflamação. ⮨ Lavar as fraldas com sabão em pó e amaciantes.
⮪ A fototerapia tem sido empregada em casos com ⮩ Prescrever óxido de zinco e nistatina tópicos.
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baixa resposta à terapêutica habitual.
Questão 8
Questão 6
(HOSPITAL OFTALMOLÓGICO DE SOROCABA – SP – 2020) Lac-
(HOSPITAL DAS CLÍNICAS DO PARANÁ – PR – 2020) A região do tente de 10 meses apresenta lesões intermitentes
períneo nos lactentes é frequentemente acometida em face há 2 meses. Ao exame, apresenta placas
por doenças cutâneas com diferentes etiologias. eritematosas em região malar bilateralmente, pou-
Para o diagnóstico correto e instituição do trata- pando o maciço central. A principal hipótese diag-
mento adequado, é necessário realizar a anamne- nóstica é:
se completa e exame físico detalhado. Sobre esse
tema, considere as seguintes afirmativas: ⮦ Dermatite de contato.
⮧ Dermatite atópica.
1. Na dermatite da área de fraldas por irritante
⮨ Dermatite seborreica.
primário, as áreas convexas do períneo são
acometidas com lesões eritematosas. ⮩ Impetigo.
2. Na candidíase perineal, o eritema é intenso, as ⮪ Eritema infeccioso.
pregas inguinais são poupadas e a ausência de
pápulas satélites caracterizam o diagnóstico.
Questão 9
3. Na dermatite de fraldas por irritante primário,
os antibióticos tópicos estão indicados, assim (FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS – TO -2020)
como o aumento da frequência de trocas. Paciente de 1 ano, feminino, com lesões de pele pru-
4. Na dermatite seborreica, as lesões ocorrem riginosas e recidivantes principalmente em regiões
nos lactentes, acometem as pregas inguinais flexurais de braços e pernas, desde os 4 meses de
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Doenças eczematosas Dermatologia
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que pode ocorrer em alguns casos, dificultando o
tratamento da escabiose e prolongando a doen-
ça. Após o tratamento da infecção bacteriana
secundária, realizar o tratamento adequado da
escabiose.
⮩ Trata-se de um processo alérgico provavelmen-
te ocasionado pelo tratamento realizado para a
escabiose, devendo ser suspenso qualquer me-
dicação tópica e encaminhar o paciente para um
alergista realizar a avaliação adequada do caso.
⮪ As lesões provocadas por mosquitos, ou pruri-
go estrófulo, podem provocar reações sistêmi-
cas. Elas geram lesões de pele à distância por
um mecanismo alérgico ainda não totalmente
esclarecido. Nestes casos, o uso de repelentes
rotineiramente é indicado.
60
Doenças eczematosas Cap. 2
GABARITO E COMENTÁRIOS
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da tolerância.
palpebrais, sobrancelhas, sulco nasolabial e região
Alternativa A: INCORRETA. O teste de contato ainda é pré-esternal.
o exame capaz de determinar a substância envolvida
na reação e é bastante utilizado na prática clínica. Além disso, vale ressaltar que a prevalência dessa
Lembre-se que o teste de contato é indicado ape- doença aumenta em pacientes infectados pelo HIV,
nas na investigação da dermatite de contato alérgi- nos quais as lesões tendem a ser mais inflamatórias,
ca, pois na DCI não há envolvimento imunológico. extensas e resistentes ao tratamento.
61
Doenças eczematosas Dermatologia
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Afirmativa 3: INCORRETA. Na dermatite de fraldas por
irritante primário, os antibióticos tópicos estão in-
Questão 5 dificuldade: dicados, assim como o aumento da frequência de
trocas. Antibióticos tópicos não são recomendados.
Y Dica do professor: Paciente com quadro de atopia
O tratamento baseia-se em troca frequente de fral-
conhecida (rinite alérgica e asma) e lesões de pele,
das, deixar a área sempre seca e úmida, uso de po-
devemos prontamente pensar em dermatite atópica.
madas de barreira e algumas vezes de corticoides
Alternativa A e B: CORRETAS. A dermatite atópica é tópicos. Os antibióticos só devem ser prescritos se
imunomediada e pode ser causada por patógenos sinais clínicos indicativos de infecção secundária.
como os descritos nas alternativas.
Afirmativa 4: CORRETA. Na dermatite seborreica, as
Alternativa C: INCORRETA. Há alta indicação de tes- lesões ocorrem nos lactentes, acometem as pre-
tes de sensibilidade cutânea para identificação dos gas inguinais e axilares, além do couro cabeludo.
alérgenos ao qual o paciente é predisposto.
Portanto, afirmativas 1 e 4 corretas.
Alternativa D e E: CORRETAS. O tratamento é feito ✔ resposta: C
com controle ambiental, uso de fármacos ou foto-
terapia em casos resistentes, visto que essa reduz
a resposta imune cutânea. Questão 7 dificuldade:
62
Doenças eczematosas Cap. 2
Na maioria dos casos, o tratamento da dermatite como face extensora dos membros e tronco podem
das fraldas envolve medidas gerais de cuidado da ser acometidos. Entre os 8 e 10 meses de idade as
pele, como por exemplo a troca frequente de fraldas, lesões acometem as regiões extensoras dos mem-
exposição ao ar, limpeza suave; escolha de fraldas; bros, provavelmente pela fricção ocasionada pelo
e uso de preparações de barreira tópica. Corticos- ato de engatinhar ou mesmo se arrastar no chão.
teroides tópicos de baixa potência e antifúngicos Na sase pré-puberal, ocorre a partir dos 2 anos e
podem ser usados em casos graves e complicados persiste até a puberdade. As lesões localizam-se
por superinfecção por Cândida. principalmente nas regiões flexurais dos joelhos
Alternativa A: CORRETA. e dos cotovelos, pescoço, pulsos e tornozelos. A
fase adulta é semelhante à fase pré-puberal, mas
Alternativa B: INCORRETA. A área da fralda deve ser
as lesões são mais liquenificadas, principalmente
limpa suavemente com água morna e uma peque-
em regiões flexurais e nas mãos.
na quantidade de um produto de limpeza suave
com pH fisiológico; após a limpeza, a região deve Alternativa A: INCORRETA. Não é relatado nenhum
ser secada corretamente, evitando deixá-la úmida. contato com substâncias capazes de causar irri-
tação ou alergia.
Alternativa C: INCORRETA. Ninja, as fraldas descartá-
veis foram projetadas especificamente para atenuar Alternativa B: CORRETA. Vide dica do professor.
os fatores que predispõem à dermatite irritante das Alternativa C: INCORRETA. A dermatite seborreica é
fraldas; por isso, durante o tratamento da derma- uma inflamação na pele que causa principalmente
tite das fraldas, as fraldas descartáveis devem ser descamação e vermelhidão em algumas áreas da
preferidas. face, como sobrancelhas e cantos do nariz, couro
Alternativa D: INCORRETA. Os agentes antifúngicos são cabeludo e orelhas.
terapias tópicas eficazes para dermatite de fralda Alternativa D: INCORRETA. O impetigo é uma infecção
complicada por infecção secundária por Cândida. bacteriana superficial da pele muito comum, alta-
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mente contagiosa, vista mais frequentemente na
✔ resposta: A
face ou extremidades da pele de crianças. Acontece
após um pequeno trauma da pele ou mesmo após a
Questão 8 dificuldade: picada de insetos. Pode ocorrer sobre outras doen-
ças prévias da pele, como a dermatite atópica, que
Y Dica do professor: A apresentação clínica da der- sofrem a contaminação secundária pela bactéria.
matite atópica (DA) varia desde formas localizadas Alternativa E: INCORRETA. No eritema infeccioso, o
até as disseminadas. São características clínicas, quadro começa com mal-estar e febre e é seguido
prurido, lesões crônicas ou recidivantes, com dis- por lesões eritematosas nas regiões zigomáticas,
tribuição e morfologia variável conforme a idade. poupando a região poupando a região perioral e o
A lesão clássica é o eczema, definido como uma queixo (“face esbofeteada”). Exantema nas extremi-
inflamação cutânea, com os seguintes achados dades e no tronco, reticulado é característico. Pode
clínicos: eritema, pápula, seropápula, vesículas, haver prurido, artralgia e recidiva do exantema após
escamas, crostas e liquenificação e achados histo- exercícios físicos e banhos quente.
lógicos inespecíficos, como espongiose, acantose,
paraqueratose, infiltrado linfocitário e exocitose. ✔ resposta: B
As características clínicas variam de acordo com
a faixa etária do paciente, porém um considerável dificuldade:
Questão 9
número de pacientes apresenta lesões caracte-
rísticas simultâneas de mais de uma faixa etária. Y Dica do professor: A principal suspeita para essa
Na fase infantil, a DA é caracterizada por prurido criança é de dermatite atópica, também conhecida
intenso e lesões cutâneas com eritema, pápulas, como eczema atópico, é um dos tipos mais comuns
vesículas e formação de crostas, que se localizam de dermatite. É definida como uma doença crôni-
na face e poupam o maciço central. Outros locais ca da pele que apresenta erupções que coçam e
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Doenças eczematosas Dermatologia
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já foi realizado sem efeito. Não há suspeita firme
dessa doença, sendo pensado principalmente na
dermatite atópica.
Alternativa B: CORRETA. Vide dica do professor.
Alternativa C: INCORRETA. Não há evidências claras de
infecção bacteriana descrita no caso pelos aspec-
tos das lesões e localização. De fato podem estar
associadas à principal suspeita que é dermatite pela
perda de continuidade da pele por prurido intenso
facilitando a disseminação de germes, sendo essen-
cial seu diagnóstico e tratamento quando presente.
Alternativa D: INCORRETA. Trata-se possivelmente de
uma dermatite atópica que foi tratada de forma in-
correta pela suspeita de escabiose, repetidamente.
Alternativa E: INCORRETA. As lesões por picadas de
insetos caracterizam-se por lesões papulosas com
uma vesícula central e lesões pápulo crostosas,
escoriadas, geralmente em áreas expostas às pi-
cadas. O prurido (a coceira) geralmente é intenso
e a evolução dá-se em surtos que coincidem com
a picada do inseto.
✔ resposta: B
64
Capítulo
FARMACODERMIAS
3
importância/prevalência
u São, por definição, reações não intencionais e não terapêuticas causadas por medicações. No entanto,
algumas delas podem também ser causadas por infecções.
u Podem variar no que diz respeito à sua gravidade, desde as mais brandas até as potencialmente letais.
u Podem manifestar-se com variada clínica, recebendo nomes diferentes para identificá-las.
u Algumas das farmacodermias compartilham as mesmas vias patológicas, constituindo um espectro da
mesma morbidade, como a Necrólise epidérmica tóxica (NET)/Síndrome de Stevens-Johnson (SSJ) e a
urticária/angioedema/anafilaxia.
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u
DICA
As farmacodermias podem mimetizar qual-
quer quadro clínico!
3. U RTICÁRIA/ANGIOEDEMA
65
Farmacodermias Dermatologia
Figura 2. Urticária.
4. E RITEMA POLIMORFO
DICA
Pode ser causado por uso de medicações,
mas é mais comumente associado à infecção pelo
Herpes simplex (aparece cerca de uma semana
após lesão labial).
Fonte: SBD.2
Fonte: Silva.3
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DICA
O alvo típico possui três ou mais anéis concên-
tricos alternados, com cores diferentes e elevados.
As lesões em alvo atípicas possuem dois anéis e
são planas.
5. SÍNDROME DE STEVENS-
JOHNSON (SSJ) E NECRÓLISE
EPIDÉRMICA TÓXICA (NET)
Fonte: SBD.2
66
Farmacodermias Cap. 3
Fonte: Bolognia.4
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O termo DRESS significa Drug Rash with Eo-
sinophilia and Systemic Symptoms, ou seja, rash +
eosinofilia + sintomas sistêmicos.
A descamação na DRESS é muitas vezes chamada
de “esfoliativa”.
Fonte: Bolognia.4
Fonte: Criado.6
67
Farmacodermias Dermatologia
7. FOTODERMATOSE REFERÊNCIAS
u As fotodermatoses são aquelas causadas pela 1. Criado PR, Criado RFJ, Vasconcellos C, Ramos RO, Gon-
çalves AC. Reações cutâneas graves adversas a drogas
interação entre exposição a uma substância cau-
– aspectos relevantes ao diagnóstico e ao tratamento –
sadora e exposição subsequente à radiação solar. Parte I – Anafilaxia e reações anafilactóides, eritrodermias
u São divididas em reações “fotoalérgicas” e “fo- e o espectro clínico da síndrome de Stevens-Johnson &
totóxicas”. necrólise epidérmica tóxica (Doença de Lyell). An Bras
Dermatol. 2004; 79(4): 471-88.
W A reação fototóxica pode ocorrer após primeira
2. SBD. Urticária. SBD. [Internet]. [acesso em 16/04/2021].
exposição da pele à substância e fica restrita
Disponível em: http://www.sbd.org.br/dermatologia/pele/
ao local de exposição, surgindo em minutos a doencas-e-problemas/urticaria/.
horas após o contato com a radiação.
3. Silva LM, Roselino AMF. Reações de hipersensibilidade a
drogas (farmacodermia). Medicina (Ribeirão Preto). 2003;
DICA 36(2/4): 460-71.
A popular “queimadura por limão” é um tipo
de reação fototóxica. 4. Bolognia JL, Jorizzo JL, Schaffer JV. Dermatology. 4. ed.
Philadelphia: Elsevier Saunders; 2018.
5. Brandão Neto RA. Síndrome de Stevens Johnson. Medici-
W A reação fotoalérgica necessita de uma se- naNET. [Internet]. [acesso em 16/04/2021]. Disponível em:
gunda exposição e pode manifestar-se à dis- http://www.medicinanet.com.br/conteudos/casos/6830/
tância do local exposto, surgindo em horas a sindrome_de_stevens_johnson.htm.
dias após o contato com a exposição. 6. Criado PR, Criado RFJ, Avancini JM, Santi CG. Drug reac-
tion with eosinophilia and systemic symptoms (dress) /
Figura 9. Fotodermatose fototóxica por exposição drug-induced hypersensitivity syndrome (dihs): a review of
a suco de limão (pele mais escura). current concepts. An Bras Dermatol. 2012; 87(3): 435-49.
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7. Serra D, Santiago F, Gonçalo M, Figueiredo A. Fotossensi-
bilidade Exógena – Aspectos Clínicos e Principais Agentes.
J Port Soc Dermatol Venereol. 2011; 69(2): 171-88.
Fonte: Serra.7
68
Farmacodermias Cap. 3
QUESTÕES COMENTADAS
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sina (inibidores da ECA).
⮩ Liberar o uso de inibidores seletivos da ciclo-oxi-
genase 2 (cox-2), após teste de provocação oral.
Questão 2
69
Farmacodermias Dermatologia
Questão 5 Questão 7
(HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PROFESSOR ALBERTO ANTUNES – AL (SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DA CAMPANHA – MS – 2021)
– 2021) Assinale a alternativa incorreta em relação à Assinale a alternativa correta sobre Síndrome de
Urticária e Angioedema. Stevens-Johnson (SSJ) e Necrólise Epidérmica
Tóxica (NET).
⮦ Os fármacos são mais propensos a produzir ur-
ticária aguda, angioedema e anafilaxia quando ⮦ Ambas são reações de hipersensibilidade a me-
administrados por via parenteral dicações, mais comumente ao paracetamol e às
⮧ As erupções urticariformes põem ser acompa- cefalosporinas.
nhadas por angioedema, que é mais comum em ⮧ A taxa de mortalidade em crianças é menor do
torno dos olhos, lábios e membranas mucosas. que em adultos, mas as complicações oftalmo-
⮨ Para o tratamento das reações agudas de urti- lógicas são comuns na população pediátrica.
cária, são recomendados anti-histamínicos de ⮨ Os resultados de estudos sobre a utilização da
primeira geração, como loratadina e cetirizina. imunoglobulina endovenosa no tratamento des-
⮩ As lesões urticariformes devem durar menos de sas reações são controversos, e a ciclosporina
48 horas, mas novas lesões ainda podem surgir. não pode ser usada.
⮩ São necessários exames complementares es-
pecíficos para identificar a medicação desenca-
Questão 6
deante da reação e definir o tratamento.
(HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PROFESSOR ALBERTO ANTUNES
– AL -2021) Assinale a alternativa correta sobre as
Questão 8
Farmacodermias.
(UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE – RN –
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⮦ As respostas cutâneas adversas a medicamen- 2021) Um homem de 20 anos procura o pronto-so-
tos surgem apenas a partir de reações mediadas corro com acentuado edema periorbitário bilateral.
imunologicamente. Relata ter notado a alteração de manhã ao acordar.
⮧ Os esteroides sistêmicos causam uma varie- Nega ingestão prévia de medicamentos. Está sem
dade de alterações cutâneas, como erupções febre, com exame ocular normal, sem alteração
acneiformes. hemodinâmica ou respiratória. O diagnóstico mais
⮨ Na síndrome de Stevens Johnson, observa-se provável é de:
acometimento da camada mais superficial da
⮦ Anafilaxia.
epiderme, caracterizado pela presença e lesões
bolhosas e sinal de Nikolsky positivo. ⮧ Glomerulonefrite aguda.
⮩ O acometimento linfonodal é raro em pacientes ⮨ Reação anafilactóide.
com DRESS. ⮩ Angioedema.
70
Farmacodermias Cap. 3
GABARITO E COMENTÁRIOS
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De acordo com a causa, a urticária é classificada tes que possuem angioedema de outras etiologias.
em: induzida: quando um fator é responsável por ✔ resposta: A
desencadeá-la, como drogas, alimentos, infecções,
estímulos físicos (calor, frio, sol, água, pressão);
espontânea: quando a doença ocorre sem uma Questão 2 dificuldade:
causa identificada, também chamada de urticária
Y Dica do professor: A Organização Mundial de Saú-
idiopática. De acordo com o tempo de duração, a
de ( 2015) define reação adversa a medicamen-
urticária pode ser: aguda: quando os sinais e sin-
tos (RAM) como: “qualquer efeito prejudicial ou
tomas desaparecem em menos de seis semanas;
indesejável, não intencional, que aparece após a
crônica: quando os sintomas duram por seis se-
administração de um medicamento em doses nor-
manas ou mais.
malmente utilizadas no homem para a profilaxia, o
Alternativa A: INCORRETA. Os anti-histamínicos de diagnóstico e o tratamento de uma enfermidade”. A
segunda geração devem ser a primeira linha de tra- farmacodermia, então, é caracterizada pela reação
tamento dos pacientes com urticária crônica, pois, dermatológica adversa a algum fármaco, ou seja,
além da eficácia, apresentam um excelente perfil quando ocorre efeito colateral relacionado à pele e/
de segurança. Não se recomenda usar corticoides ou a seus anexos como mucosas, cabelos e unhas,
por longo tempo no tratamento de urticária crônica na sua estrutura ou função. Elas acometem de 0,1
(UC). Entretanto, em determinadas situações, como a 1% da população geral e cerca de 2 a 3% dos pa-
nas urticárias agudas graves e nas exacerbações cientes hospitalizados. As manifestações podem
das UC, o uso corticosteroide por um curto período, ser leves, envolvendo reações cutâneas, como eri-
pode ser necessário. tema e prurido, ou atingir estágio mais avançado
Alternativa B: CORRETA. Todo paciente com suspeita podendo levar o indivíduo a morte, por exemplo, no
de anafilaxia deve receber epinefrina IM, na dose caso da Síndrome de Stevens-Johnson e a necrose
71
Farmacodermias Dermatologia
epidérmica tóxica. O mecanismo alérgico segue a nimesulida, diclofenaco, ácido mefenâmico). Essa
classificação de Gell-Coombs, pela qual se divide o afirmativa é incorreta, pois há ativação de respos-
mecanismo em 4 categorias, sendo elas: imediata ta imunológica baseada por linfócitos T CD8 e não
(anafilática) – Tipo I; citotóxica – Tipo II; por imu- macrófagos. É uma condição de diagnóstico clínico
nocomplexos – Tipo III, e por hipersensibilidade e quando houver dúvida diagnóstica a biópsia de
tardia – Tipo IV. Neste último caso, há ativação da pele poderá ser indicada. O tratamento envolve a
resposta imune por ação de linfócitos T. suspensão da medicação causadora e em casos
A farmacodermia devido reações de hipersensibi- graves pode ser utilizada corticoterapia.
lidade está entre os tipos mais severos de reação Alternativa C: INCORRETA. Vide alternativa A. Na sín-
a medicamentos na qual o efeito cutâneo se dá drome DRESS (reação de hipersensibilidade tipo IV)
por reação alérgica, com presença de anticorpos há antígeno de superfície celular/ matriz extracelular,
IgE específicos a um fármaco, por exemplo contra cujo mecanismo efetor é a resposta por linfócitos
antígenos β-lactâmicos (Research, Society and Th2 causando inflamação e reação eosinofílica. Os
Development, 2022). mediadores envolvidos são IL5 IL4 IL13. De forma
geral, a resposta com linfóticos citotóxicos como
Alternativa A: CORRETA. A síndrome da reação a dro-
T CD4+ e CD8+ causam reações graves com des-
gas com eosinofilia e outras manifestações sistêmi-
truição tecidual extensa, como a síndrome de Ste-
cas (DRESS, do inglês drug reaction with eosinofilia
vens Johnson (STS), a necrólise epidérmica tóxica
and systemic symptoms) é caracterizada por rea-
(TEN), ou hepatites tóxicas (Revista Portuguesa de
ção de hipersensibilidade a drogas com eosinofilia,
Imunoalergologia, 2016)
além de outras manifestações sistêmicas. O envol-
vimento cutâneo com exantema maculo-papular ou Alternativa D: INCORRETA. Nessas síndromes os pró-
morbiliforme, confluente e pruriginoso, mais proe- prios linfócitos T são as células efetoras, através
minente no tronco e braços é bastante caracterís- da expressão de FasL e da produção de granzimas,
perforina e granulisina (uma molécula produzida por
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tico das reações de hipersensibilidade. A erupção
pode aparecer entre 1 e 8 semanas após início da linfócitos T CD8+ e NK e recentemente identificada
medicação e sintomas constitucionais como febre, como a principal responsável pela morte generali-
mialgias e artralgias são comuns, podendo prece- zada dos queratinócitos). Um exemplo da ativação
der o exantema. Os exames laboratoriais indicam de neutrófilos ocorre com a ação dos mediadores
importante leucocitose, com eosinofilia acentuada, CXCL8, GMCSF, IL17 na pustulose exantemática
justificando a infiltração de órgãos por essas célu- generalizada aguda (Hipersensibilidade tipo IV) e
las. O local mais afetado é o sistema linfático, em em algumas vasculites (hipersensibilidade tipo III).
seguida, há acometimento do sistema hepático, (Revista Portuguesa de Imunoalergologia, 2016).
manifestando-se com hepatomegalia ao exame fí- ✔ resposta: A
sico. O tratamento da síndrome em foco inclui uso
de corticosteroide (1 mg/ kg/dia), dose imunossu-
Questão 3 dificuldade:
pressora (Revista Brasília Médica, 2018).
Alternativa B: INCORRETA. De acordo com a Sociedade Y Dica do professor: Os AINEs e antibióticos são os
Brasileira de Dermatologia, o eritema fixo ou erite- principais precipitadores de urticária e angioedema,
ma pigmentar, é uma reação medicamentosa que podendo levar a quadros graves de broncoespasmo
envolve o surgimento de manchas avermelhadas, ou mesmo anafilaxia. A imensa maioria das reações
arroxeadas e acastanhadas (quando são mais anti- aos AINE são de hiperssensibilidade NÃO-alérgica.
gas), incluindo a presença bolhas, principalmente nas Idealmente apenas evitaríamos a prescrição dos
regiões de mãos e pés, e mucosas oral e genital. Os medicamentos precipitadores, porém há muitos
medicamentos frequentemente envolvidos são os casos como o descrito na questão de pacientes que
analgésicos comuns (paracetamol), os antibióticos NECESSITAM da medicação; o teste de provocação
(sulfametoxazol+trimetropim, tetraciclinas, penici- com droga (TPD) permite a confirmação da hiper-
linas, dapsona), os anti-inflamatórios (ibuprofeno, ssensibilidade ao tipo específico de medicamento
72
Farmacodermias Cap. 3
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entanto, a administração tópica (creme, unguento,
ser dos tipos II, III ou IV. Alguns antimicrobianos
colírio) pode resultar em sensibilização e conse-
que estão relacionados a hipersensibilidade tipo I
quente reação alérgica.
também podem induzir a hipersensibilidade tipo IV.
Alternativa B: INCORRETA. O angioedema consiste
Alternativa A: CORRETA.
em edema das zonas finas da pele, tipicamente
Alternativa B: INCORRETA. Por uma definição comum lábios, escroto, olhos. Este edema pode ser tão in-
aceita, as alterações afetam < de 10% da superfície tenso que provoca deformação completa da cara
da área corporal na SSJ e > de 30% da superfície ou outros órgãos. Mais raramente pode ocorrer na
corporal na NET; o acometimento de 15 a 30% da língua ou na glote e nestes casos pode dificultar
superfície corporal é considerado sobreposição a respiração, requerendo assistência imediata no
SJS/NET. Serviço de Urgência. O angioedema pode acompa-
Alternativa C: INCORRETA. Os sintomas sistêmicos nhar a urticária.
associados a SSJ/NET envolvem febre, mal-estar, Alternativa C: CORRETA. A abordagem terapêutica
cefaleia, tosse e ceratoconjuntivite. Têm manifes- das urticárias agudas é fundamentada no uso dos
tações pulmonares por conta do acometimento do anti-histamínicos de segunda geração (não sedan-
epitélio brônquico. Pode se desenvolver também tes) como abordagem padrão.
hepatite (cursando com aumento das enzimas he-
Alternativa D: INCORRETA. A urticária é caracterizada
páticas).
pelo rápido aparecimento de urticas, as quais podem
Alternativa D: INCORRETA. AINEs e, principalmente,
ser acompanhadas pelo angioedema. O edema da
antibióticos apresentam maior risco tanto para SSJ
derme superficial é denominado urticária, enquanto
quanto para NET.
o edema da derme profunda, do subcutâneo e do
✔ resposta: A trato gastrointestinal é chamado de angioedema. A
73
Farmacodermias Dermatologia
urtica é lesão elementar dermatológica constituída Alternativa A: INCORRETA. Algumas reações não re-
por três características típicas: querem efeito imunológico, ou seja, podem acon-
tecer em qualquer pessoa e em qualquer idade.
I. edema central de tamanho variado, circundado Alternativa B: CORRETA. Os corticosteroides, quando
por eritema reflexo; utilizados por tempo prolongado, provocam uma fra-
II. prurido associado; gilidade vascular que resulta em púrpura esteroide.
III. natureza efêmera, com a pele retornando ao Esses fármacos também podem causar atrofia cutâ-
aspecto normal geralmente em período que nea, formação de estrias e erupções acneiformes.
varia de uma a 48 horas. Alternativa C: INCORRETA. A síndrome de Stevens-
-Johnson e a necrólise epidérmica tóxica são duas
O angioedema é definido por: formas da mesma doença, com risco de morte, que
provoca erupção cutânea, descamação da pele e
I. edema súbito e acentuado da derme profunda bolhas nas membranas mucosas. A síndrome de
e subcutâneo; Stevens-Johnson causa apenas pequenas áreas
II. maior frequência do sintoma de dor em relação de descamação da pele (afetando menos de 10%
ao prurido; do corpo). Já a necrólise epidérmica tóxica causa
III. acometimento frequente das membranas muco- grandes áreas de descamação de pele (afetando
sas, e mais de 30% do corpo).
IV. resolução do quadro em torno de 72 horas, de Alternativa D: INCORRETA. A linfoadenopatia é comum
forma mais lenta em relação às urticas. (cerca de 75% dos casos), frequentemente genera-
lizada e dolorosa, melhorando gradualmente com
✔ resposta: C a retirada da droga. Os linfonodos podem revelar
dois tipos de acometimento distintos: um padrão
de hiperplasia linfoide benigna com manutenção
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Questão 6 dificuldade: da arquitetura normal do linfonodo, e outro padrão
de aspecto pseudolinfomatoso.
Y Dica do professor: Anualmente nos EUA 2.216.000
pessoas apresentam Reações Adversas aos Medi-
✔ resposta: B
camentos (RAMs). Devido ao fato de que 106 mil
pacientes vão a óbito, esta pode ser considerada Questão 7 dificuldade:
a quarta causa de morte no país. Estima-se, ain-
da, que 0,2 a 29% das admissões hospitalares são Y Dica do professor: Tanto a Síndrome de Stevens-
devido as RAMs (19% por farmacodermia) e são -Johnson quanto a Necrólise Epidérmica Tóxica são
gastos em torno de 177,4 bilhões de dólares. No reações graves de hiperssensibilidade cutânea, de-
Brasil 10% das admissões hospitalares são devido sencadeadas principalmente por anticonvulsivantes,
à farmacodermias sendo 42% devido à exantemas. sulfas e outros antibióticos, e que se manifestam
Farmacodermia é uma reação adversa que pode com erupções cutâneas generalizadas, febre contí-
ser entendida como qualquer efeito indesejável nua, mucosa oral inflamada e conjuntivite purulenta
na estrutura ou função da pele, dos anexos ou das grave (eritema multiforme).
mucosas. Entre as drogas mais comumente en- Alternativa A: INCORRETA. São de fato reações de
volvidas estão os antibióticos, anti-inflamatórios, hipersensibilidade a medicações, entretanto geral-
quimioterápicos, anticonvulsivantes e psicotrópico. mente a anticonvulsivantes, sulfas e outros antibió-
Classificação de farmacodermia: ticos, como aminopenicilinas e fluorquinolonas, e
não a paracetamol e cefalosporinas. Além disso,
• Imunológicas: Estrutura da droga, Memória podem ser desencadeadas por outros fatores, como
Imunológica, Reexposição. infecção (Mycoplasma pneumoniae), vacinação e
• Não imunológicas. doença enxerto versus hospedeiro.
74
Farmacodermias Cap. 3
Questão 8 dificuldade:
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desse isolado, a principal suspeita seria de um an-
gioedema, uma vez que é decorrente do acúmulo
de líquido extravasado para o meio extracelular na
região de submucosa ou subcutânea. Possui cará-
ter autolimitado e pode vir acompanhado de reação
anafilática ou urticária.
Alternativa A: FALSA. Em um quadro de anafilaxia
seria esperado a presença de sintomas gastrointes-
tinais (náuseas, vômitos, dor abdominal, aumento
do peristaltismo), respiratórios (broncoespasmo,
obstrução de vias aéreas superiores por edema)
e cutâneos (eritema difuso, prurido, urticária, an-
gioedema).
Alternativa B: FALSA. Não há a presença de sinais
como: hematúria, HAS e história de infecção es-
treptocócica recente para pensarmos em GNDA.
Alternativa C: FALSA. A reação anafilactoide possui
quadro bastante semelhante à reação anafilática. A
diferença é que a primeira é decorrente de reações
IgE-mediadas.
Alternativa D: VERDADEIRA. Vide dica do professor.
✔ resposta: D
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Fixe seus conhecimentos!
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DOENÇAS Capítulo
ERITEMATODESCAMATIVAS 4
importância/prevalência
u Pitiríase rósea cursa com medalhão inicial seguido de lesões secundárias após 7-14 dias.
u Pitiríase alba caracteriza-se por máculas hipocrômicas nas bochechas de crianças/adolescentes.
u Pitiríase rubra pilar é marcada por eritema vermelho-alaranjado (“cor salmão”) com “ilhas de pele sã”.
u Eritrodermia esfoliativa é definida por eritema e descamação em mais de 90% da superfície corpórea.
u A lesão característica do eczema numular é uma placa em forma de moeda.
u Histiocitose X sistêmica é marcada por lesões cutâneas semelhantes à dermatite seborreica, lesões
ósseas líticas e acometimento pulmonar.
DICA
1. PITIRÍASE RÓSEA As lesões têm resolução espontânea dentro
de 4 a 10 semanas, sem deixar cicatrizes!
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u Ocorre com maior frequência no sexo feminino
e em jovens saudáveis (10-35 anos).
u O diagnóstico é clínico.
u Não tem predileção racial.
Figura 1. Pitiríase rósea.
W Apresenta padrão sazonal: ocorre com maior
frequência no outono e no verão.
W Causa exata indefinida: principal teoria propõe
os herpes vírus humano (HHV) 6 e 7 como
agentes causais.
DICA
Tipicamente, surge uma lesão maior (placa
primária – “medalhão”) 7 a 14 dias antes das demais.
77
Doenças eritematodescamativas Dermatologia
1.2. TRATAMENTO
3. PITIRÍASE RUBRA PILAR
u Anti-histamínico oral e corticoide tópico.
u Em casos disseminados, pode-se tentar aciclovir u Doença crônica, rara, de etiopatogenia ainda
VO para uma recuperação mais rápida. desconhecida.
u Mais comum em adultos entre 40-60 anos de
DICA
Geralmente não é necessário tratamento,
idade.
visto que a doença tem remissão espontânea! u Quadro clínico: queratoses foliculares circunscritas,
placas eritematoescamosas com características
“ilhas de pele sã”, eritema vermelho-alaranjado
(“cor salmão”) e queratodermia palmoplantar. As
2. PITIRÍASE ALBA lesões se iniciam no couro cabeludo e evoluem
para face, tronco e membros (figuras 3 A e B).
DICA
As bochechas são os locais mais acometidos!
Fonte: Nery.2
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78
Doenças eritematodescamativas Cap. 4
DICA
u Causas:
A presença de pápulas foliculares com es-
pículas córneas no dorso da 1ª e 2ª falanges é
W Evolução de doenças: pênfigo foliáceo, piti-
patognomônico! ríase rubra pilar.
W Agravamento de doenças: psoríase, derma-
tite atópica, dermatite seborreica, dermatite
u Pode evoluir para eritrodermia.
de contato.
u A grande maioria dos pacientes apresenta re-
W Farmacodermia: betabloqueador de cálcio,
solução espontânea do quadro em 3 a 5 anos.
alopurinol, antibióticos, drogas para doenças
u Tratamento: vitamina A e retinoides sistêmicos neurológicas.
(acitretina e isotretinoína).
W Forma inicial de linfoma cutâneo.
W Corticoides tópico e sistêmico são ineficazes.
DICA
As causas mais comuns são: psoríase, der-
4. E RITRODERMIA ESFOLIATIVA matite atópica, reações medicamentosas e linfoma
cutâneo de células T.
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W Corticoides sistêmicos e tópicos.
W Emolientes.
5. E CZEMA DE ESTASE
79
Doenças eritematodescamativas Dermatologia
DICA
Raramente há vesículas: nesse caso, suspeitar DICA
Muito associado com pele asteatótica!
de dermatite de contato associada!
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W Corticoides tópicos e emolientes.
u Dermatite endógena de etiologia não esclarecida.
u Geralmente associado a períodos de estres-
se, hiper-hidrose, agentes irritantes e infecções
6. E CZEMA NUMULAR
fúngicas.
u Quadro clínico: surtos de vesículas e bolhas,
u Mais comum em adultos e idosos. muito pruriginosas, na face lateral dos dedos,
u Pode ter associação com infecção bacteriana palmas das mãos e plantas dos pés (Figura 7).
(colonização ou disseminação hematogênica).
u Quadro clínico: placas bem definidas de ecze- Figura 7. Eczema disidrótico.
ma, pruriginosas, sempre com formato circular
(formato “em moeda”), no tronco e membros
(principalmente membros inferiores) (Figura 6).
Fonte: DermatoPatologia.6
80
Doenças eritematodescamativas Cap. 4
u Pode haver remissão espontânea com descama- Figura 8. Histiocitose de células Langerhans.
ção em 2-3 semanas.
u Recidivas são comuns.
u Tratamento:
W Corticoides tópicos de alta potência são o
principal tratamento. Podem ser feitos sob a
forma oclusiva para aumentar a eficácia.
W Permanganato de potássio diluído auxilia na
secagem das vesículas.
W Uso de emolientes e evitar agentes irritantes
auxilia na prevenção de novos surtos.
8. H ISTIOCITOSE DE CÉLULAS
LANGERHANS
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u Anemia, trombocitopenia, hepatoesplenomegalia.
u Acometimento pulmonar: sinais e sintomas ines-
DICA
A microscopia eletrônica vai evidenciar grâ- pecíficos (dispneia, taquipneia).
nulos de Birbeck.
DICA
Pneumotórax é comum!
u Quadro Clínico: Placas eritematodescamativas,
pápulas e nódulos eritematoamarelados, púrpu-
ras, no couro cabeludo e tronco (Figura 8). u Hepatomegalia, diarreia, diabetes insipidus.
u Acometimento ósseo é comum: tumoração, dor
DICA ou fratura patológica.
As lesões no couro cabeludo são semelhantes
à dermatite seborreica.
DICA
RX evidencia áreas osteolíticas bem delimi-
tadas.
81
Doenças eritematodescamativas Dermatologia
REFERÊNCIAS
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DermatoPatologia. [Internet]. [acesso em 06 jun 2021].
Disponível em: https://dermatopatologia.com/doenca/
doenca-de-letter-siwe/.
8. Bolognia J, Jorizzo JL, Schaffer JV. Dermatology. 3. ed.
Philadelphia: Elsevier Saunders; 2015.
9. Junior WB, Chiacchio ND, Criado PR. Tratado de Derma-
tologia. 3. ed. Rio de Janeiro: Atheneu; 2018.
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Doenças eritematodescamativas Cap. 4
QUESTÕES COMENTADAS
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tava poupada. Assinale a alternativa que apresenta,
corretamente, o diagnóstico.
⮦ Micológico direto.
⮦ Eczema de contato
⮧ Estesiometria.
⮧ Psoríase vulgar.
⮨ Eletroneuromiografia.
⮨ Ptiríase rósea.
⮩ Biópsia de pele.
⮩ Tinea corporis.
⮪ Urticária.
Questão 3
⮦ Líquen plano.
⮧ Pitiríase rósea.
⮨ Eritema nodoso.
83
Doenças eritematodescamativas Dermatologia
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sentou amigdalite purulenta. Foi medicado com uma loso em couro cabeludo. Radiografias evidenciam
injeção de corticoide, amoxicilina e diclofenaco. lesão óssea lítica em região temporal e em ossos
Duas semanas depois, apresentou piora do qua- ilíacos. O diagnóstico mais provável é:
dro cutâneo, com lesões eritematodescamativas
⮦ Osteocondromatose múltipla.
acometendo mais de 90% da superfície corpórea.
O diagnóstico é: ⮧ Colesteatoma de ouvido médio.
⮨ Linfangiomatose sistêmica.
⮦ Síndrome de Stevens-Johnson, por reação à
⮩ Histiocitose de células de Langerhans.
droga.
⮧ Eritrodermia esfoliativa, por exacerbação da ⮪ Psoríase.
doença.
⮨ Síndrome da pele escaldada, por toxina bacte- Questão 8
riana.
(HOSPITAL PEQUENO PRÍNCIPE – 2019) Afecção cujas lesões
⮩ Necrólise epidérmica tóxica, por reação à droga.
distribuem-se principalmente pelo tronco poupando
a face, os pés, as mãos e que na maioria das vezes
Questão 6 apresenta um prurido ausente ou muito discreto:
84
Doenças eritematodescamativas Cap. 4
Questão 9
⮦ Eczema de contato.
⮧ Psoríase vulgar.
⮨ Ptiríase rósea.
⮩ Tinea corporis.
⮪ Urticária.
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Questão 10
⮦ Grânulos de Birbeck.
⮧ Granulomas caseosos.
⮨ Microabscessos de Pautrier.
⮩ Infiltrado de linfócitos CD34.
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Doenças eritematodescamativas Dermatologia
GABARITO E COMENTÁRIOS
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semanas há uma erupção bilateralmente simétrica Questão 3 dificuldade:
de lesões menores, também eritemato-descama-
tivas, agrupadas, em tronco ou extremidades, que Y Dica do professor: A pitiríase rósea acomete prin-
seguem as linhas de clivagem (de Langer) numa cipalmente crianças e adultos jovens. Sua causa
distribuição “em árvore”. O diagnóstico é clínico, exata ainda é indefinida, mas a principal teoria
com base na história e aparência das lesões e os propõe os herpes vírus humano (HHV) 6 e 7 como
principais diagnósticos diferenciais incluem sífilis, agentes causais. Clinicamente, manifesta-se com
tinea de corpo e tinea versicolor. O relato apresen- pápulas e placas eritematosas, ovaladas, com des-
tado pelo enunciado é absolutamente compatível camação fina central, no tronco, pescoço e raiz dos
com o diagnóstico, e podemos citar características membros. As lesões no dorso do tórax costumam
que corroboram a suspeita: paciente feminina, jo- ter um arranjo característico chamado de aspecto
vem, com lesão eritemato-descamativa inicial há de “árvore de Natal”.
duas semanas + evolução com novas lesões erite- Tipicamente, surge uma lesão maior (“medalhão”)
mato-descamativas menores em tronco e raízes 7 a 14 dias antes das demais. Costuma ser assin-
de membros há 2 dias. tomática ou levemente pruriginosa. As lesões têm
✔ resposta: C resolução espontânea dentro de 4 a 10 semanas,
sem deixar cicatrizes.
Alternativa A: INCORRETA. O líquen plano manifesta-
Questão 2 dificuldade: -se com pápulas e placas pruriginosas, violáceas,
poligonais e planas.
Y Dica do professor: Ao avaliar a imagem notamos
lesão sugestiva de lesão hansênica (As lesões Alternativa B: CORRETA.
geralmente se apresentam hipopigmentadas em Alternativa C: INCORRETA. O eritema nodoso apresen-
comparação com a pele normal, com distúrbio da ta nódulos subcutâneos eritematosos, dolorosos,
86
Doenças eritematodescamativas Cap. 4
quentes, simétricos, de início agudo nos membros melanócitos nos locais afetados. Manifesta-se com
inferiores – principalmente pré-tibial. Geralmente manchas acrômicas (brancas), bem delimitadas e
há febre e sintomas constitucionais como fadiga, simétricas, assintomáticas, na face (principalmente
artralgia, cefaleia. ao redor de orifícios), dedos, dorso das mãos, áreas
Alternativa D: INCORRETA. O molusco contagioso é flexoras dos punhos, cotovelos e joelhos.
uma infecção viral causada pelo Poxvírus que se ✔ resposta: D
apresenta com pápulas cor da pele assintomáticas
e umbilicadas.
Questão 5 dificuldade:
Alternativa E: INCORRETA. O xantogranuloma juvenil é
um tipo de histiocitose não Langerhans. Geralmen- Y Dica do professor: Questão que nos coloca como
te, apresenta-se como pápula ou nódulo eritemato- alternativas vários diagnósticos diferenciais possí-
xantomatoso, bem delimitado, firme, arredondado, veis, mas na qual, por alguns detalhes do enuncia-
assintomático, na cabeça e pescoço. do, conseguimos eliminar as alternativas erradas e
✔ resposta: B chegar ao diagnóstico. Trata-se de um paciente com
psoríase que apresentou piora após tomar algumas
medicações para uma amigdalite purulenta. Primei-
Questão 4 dificuldade: ramente, em relação às alternativas A e D, temos um
diagnóstico diferencial importante em farmacoder-
Y Dica do professor: A pitiríase alba é uma dermato-
mias: a Síndrome de Stevens-Johnson (SSJ) X Ne-
se mais comum em crianças e adolescentes, muito
crólise epidérmica tóxica (NET). Poderíamos ficar
associada com xerose cutânea. Clinicamente ob-
tentados a marcar NET, pois o paciente apresenta
servamos múltiplas máculas hipocrômicas, com
acometimento de 90% da superfície corporal, e SSJ
descamação fina discreta, mal delimitadas, assin-
tipicamente acomete apenas até 10%. Entretanto,
tomáticas, principalmente na face e membros su-
um dado nos faz descartar ambas as alternativas:
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periores. As bochechas são os locais mais acome-
o não acometimento de mucosas, mas apenas de
tidos. Geralmente há piora no verão, pois as lesões
pele (alternativas A e D erradas). A “síndrome de
são mais evidentes na pele pigmentada.
pele escaldada” é uma complicação causada por
Alternativa A: INCORRETA. A dermatite atópica infantil cepa do S. aureus, e não do Streptococcus pyoge-
(2 a 12 anos) se manifesta como um eczema suba- nes, provável causador da amigdalite purulenta do
gudo (placas eritematocrostosas), principalmente paciente (alternativa C errada). Por fim, lembremos
dobras dos cotovelos e joelhos. Há prurido cutâ- que corticoide sistêmico pode exacerbar e piorar
neo intenso, xerodermia. Recidivas são frequentes. um quadro de psoríase, podendo evoluir inclusive
Alternativa B: INCORRETA. A pitiríase versicolor é uma com eritrodermia esfoliativa, dermatite descama-
micose superficial causada por fungos do gênero tiva inflamatória que envolve 90% ou mais da pele
Malassezia. Manifesta-se por manchas redondas do paciente.
ou ovais, eritematosas e hipocrômicas, com des-
✔ resposta: B
camação fina, no tronco e braços.
Alternativa C: INCORRETA. A pitiríase rósea manifes-
ta-se com pápulas e placas eritematosas, ovaladas, Questão 6 dificuldade:
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Doenças eritematodescamativas Dermatologia
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traz um paciente com a forma multissistêmica da membros, e cursa com queratodermia palmoplan-
doença: placas eritematodescamativas no couro tar. O líquen plano acomete superfícies flexoras
cabeludo semelhantes à dermatite seborreica, pá- dos antebraços, pernas, tronco, glande do pênis e
pulas e nódulos eritematoamarelados/purpúricos mucosas vaginal e oral.
no couro cabeludo e tronco, otite, e acometimento
✔ resposta: C
ósseo (tumoração, dor ou fratura patológica) com
RX evidenciando áreas osteolíticas bem delimita-
das. Alguns pacientes apresentam também febre, Questão 9 dificuldade:
astenia, perda ponderal, pancitopenia, hepatoesple-
nomegalia, acometimento pulmonar (pneumotórax Y Dica do professor: A questão nos apresenta um
é comum), diarreia e diabetes insipidus. quadro clássico de pitiríase rósea. Lembrando que
tipicamente há o surgimento de uma lesão maior
Alternativa A: INCORRETA. A osteocondromatose
(“medalhão”) 7 a 14 dias antes das demais. As le-
múltipla caracteriza-se pelo desenvolvimento de
sões predominam no tronco, pescoço e raiz dos
múltiplas exostoses e alterações na cartilagem
membros, poupando a face, pés e mãos. As lesões
epifisária, resultando em dano do crescimento do
no dorso do tórax costumam ter um arranjo carac-
osso longo. As articulações mais envolvidas são
terístico em “árvore de Natal”. O eczema de contato
os joelhos, quadris e cotovelos.
é decorrente da exposição a agentes capazes de
Alternativa B: INCORRETA. Os colesteatomas são le- causar irritação ou alergia – excluídos na história
sões císticas localizadas dentro da orelha média da paciente. A psoríase é uma doença inflamatória
ou outras áreas pneumatizadas do osso temporal. crônica da pele e articulações que cursa com placas
Possuem características expansivas e de lise óssea, eritematodescamativas com escamas prateadas
e geram infecções e secreção auricular recorrentes no couro cabeludo, tronco e áreas extensoras dos
e perda auditiva no ouvido afetado. membros. A tinea corporis é uma dermatofitose que
88
Doenças eritematodescamativas Cap. 4
Questão 10 dificuldade:
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ou fratura patológica) com RX evidenciando áreas
osteolíticas bem delimitadas; febre, astenia, perda
ponderal, pancitopenia, hepatoesplenomegalia,
acometimento pulmonar (pneumotórax é comum),
diarreia e diabetes insipidus.
✔ resposta: A
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Fixe seus conhecimentos!
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90
Capítulo
PSORÍASE E LÍQUEN PLANO
5
importância/prevalência
1. P SORÍASE
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u É mais comum nos países afastados da linha do Equador.
Fonte: Goff.1
91
Psoríase e líquen plano Dermatologia
Fonte: Das.2
DICA
As lesões da psoríase vulgar surgem classi-
camente em couro cabeludo, tronco e áreas exten-
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soras dos membros. Muitas vezes são descritas
escamas de cor prateada.
Fonte: Thomas.3
DICA
Lesões ungueais estão diretamente correla-
cionadas com presença e atividade de Artrite Pso-
riásica (80% dos pacientes com Artrite Psoriásica
possuem lesões ungueais).
Fonte: Das.2
92
Psoríase e líquen plano Cap. 5
Fonte: Pasch.4
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DICA
Psoríase gutata classicamente acomete
crianças após infecção estreptocócica do trato
respiratório superior.
DICA
Durante a curetagem, observa-se a saída de
finas escamas prateadas, constituindo o “Sinal da
vela”.
Fonte: Romiti.5
93
Psoríase e líquen plano Dermatologia
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Figura 9. Fenômeno de Koebner na psoríase.
Fonte: Lellis.7
DICA
O ciclo celular dos queratinócitos está en-
curtado, levando à hiperproliferação da epiderme
(espessamento e descamação) com paraqueratose
Fonte: Shafaeddin Schreve.6
(aumento da camada córnea com persistência dos
núcleos).
1.8. PATOLOGIA
1.9. TRATAMENTO
u Os achados típicos do exame anatomopatológi-
co da psoríase são: paraqueratose, coleções de 1.9.1. Tópico
neutrófilos na epiderme, acantose regular, afina-
mento de papilas dérmicas e vasos dilatados. u Usado nas formas localizadas.
u Podem ser utilizados hidratantes, corticoides,
análogos de vitamina D e imunomoduladores.
94
Psoríase e líquen plano Cap. 5
DICA
A toxicidade do Metotrexato é identificada
precocemente por úlceras orais (indicam leuco-
penia) → usar o antidoto ácido folínico.
Ciclosporina pode ser usada em gestantes.
Os medicamentos imunobiológicos disponíveis
no SUS são Adalimumabe, Ustequinumabe e Se-
Fonte: Hon.8
cuquinumabe.
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u A clínica é caracterizada pelos 7 P’s: pápula ou
Figura 13. Fenômeno isomórfico de
placa poligonal, plana, purpúrica, pruriginosa, Koebner no líquen plano.
pequena (0,5 a 1 cm) e nos punhos (Figura 11).
u Nota-se também as “Estrias de Wickham”: rede
fina e esbranquiçada em cima das lesões.
Fonte: Luo.9
95
Psoríase e líquen plano Dermatologia
Fonte: Turan.10
Fonte: Smirdale.12
2.2. L
ÍQUEN PLANO PILAR
DICA
Alopécia Frontal Fibrosante também é causa
Ocorre no couro cabeludo. de alopécia irreversível!
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u
DICA
Líquen plano pilar é causa de alopécia irre- 2.4. LÍQUEN PLANO UNGUEAL
versível!
u Acometimento ungueal no líquen plano ocorre
Figura 15. Líquen plano pilar. em 10% dos casos, com o achado clássico de
pterígio PROXIMAL ou DORSAL.
Fonte: Harrison.13
Fonte: Rivitti.11
96
Psoríase e líquen plano Cap. 5
u Acometimento mucoso ocorre em 60% dos pa- u Caracterizado pelo surgimento de espessas cros-
cientes, inclusive de forma isolada. A mucosa tas aderidas sobre as lesões.
oral é a mais acometida, sendo, nesta, a forma
reticulada a mais comum. A forma erosiva é as- DICA
Líquen plano hipertrófico é a variante mais
sociada ao maior risco de desenvolver carcinoma
pruriginosa!
espinocelular (Figura 18).
u A mucosa genital também é acometida, sendo a
forma anular a mais comum (Figura 19). Figura 20. Líquen plano hipertrófico.
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Fonte: Nico.14
Fonte: Jaime.15
DICA
As bolhas ocorrem somente em cima das
lesões de líquen.
Fonte: Rivitti.11
97
Psoríase e líquen plano Dermatologia
Fonte: Liakoupoulou.16
2.8. PATOLOGIA
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Figura 22. Exame anatomopatológico do líquen plano.
Fonte: Grimes.17
REFERÊNCIAS
Fonte: Lellis.7
98
Psoríase e líquen plano Cap. 5
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14. Nico MMS, Fernandes JD, Lourenco SV. Oral lichen planus.
An Bras Dermatol. 2011; 86(4): 633-43.
15. Jaime TJ, Guaraldi BM, Jeunon T, Jaime TJ, Melo DF,
Lerer C. Líquen plano hipertrófico disseminado: relevante
resposta à acitretina. An Bras Dermatol. 2011; 86(4): 96-9.
16. Liakopoulou A, Rallis E. Bullous lichen planus – a review.
J Dermatol Case Rep. 2017 Mar 31;11(1):1-4.
17. Grimes DR. Ultraviolet radiation therapy and UVR dose
models. Med Phys. 2015; 42: 440-55.
18. Andrade CGS. Sessões Clínicas. Ações Unimed BH. [Inter-
net]. [acesso em 3 mai 2020]. Disponível em: https://www.
acoesunimedbh.com.br/sessoesclinicas/wordpress/
wp-content/uploads/2014/02/45%C2%AA-Imagem- da-
Semana-Unimed-BH.pdf.
99
Psoríase e líquen plano Dermatologia
QUESTÕES COMENTADAS
Questão 3
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(UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE – PB -2021) Qual
a opção de escolha para tratamento de Psoríase
Pustular Generalizada grave com início de ação
mais rápido?
⮦ Ciclosporina.
⮧ Acitretina.
⮦ Internar e realizar exames gerais de imagens. ⮨ Metotrexato.
⮧ Iniciar tratamento imediato ambulatorial com ⮩ Metilprednisolona.
methotrexate. ⮪ Fototerapia.
⮨ Iniciar tratamento imediato ambulatorial com
imunobiológicos.
⮩ Internar e realizar 3 biopsias em topografias di-
Questão 4
ferentes para firmar o diagnóstico provável de (HOSPITAL UNIVERSITÁRIO REGIONAL DE MARINGÁ – PR – 2020)
psoríase. Um dos tratamentos sistêmicos da psoríase são os
medicamentos imunobiológicos. Moléculas protei-
cas, podendo ser anticorpos monoclonais, proteí-
Questão 2
nas de fusão ou citocinas humanas recombinantes,
(HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PRESIDENTE DUTRA – MA – 2021) indicados especialmente para doentes resistentes
Mulher de 39 anos comparece ao ambulatório da clí- aos tratamentos convencionais. Assinale a alter-
nica médica, apresentando, ao exame físico, lesões nativa que corresponde ao imunobiológico que é
pápuloescamosas eritematosas, bem demarcadas classificado como anticorpoanti-TNFα:
100
Psoríase e líquen plano Cap. 5
⮦ Secuquinumabe. Questão 6
⮧ Adalimumabe.
(UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - SP- 2020) Mulher, 45 anos
⮨ Ixequizumabe. de idade, apresenta há 8 anos lesões eritematosas
⮩ Ustequinumabe. e descamativas, bem delimitadas, com eritema ver-
⮪ Guselcumabe. melho vivo e escamas branco prateadas aderentes
e esparsas no couro cabeludo, região sacral, coto-
velos e joelhos. Sinal da vela e do orvalho sangrento
Questão 5 estão presentes. Apresenta história de monoartrite
de articulação interfalangeana proximal no 3° qui-
(SECRETARIA MUNICIPAL DE ADMINISTRAÇÃO DE VOLTA REDON-
rodáctilo direito. Qual é o diagnóstico?
DA – RJ – 2020) Qual é a lesão clássica da psoríase?
⮦ Lúpus eritematoso cutâneo crônico.
⮦ Placa eritematosa bem demarcada com desca-
mação superficial branco-prateada. A distribui- ⮧ Psoríase.
ção abrange as superfícies extensoras (joelhos, ⮨ Artrite reumatoide.
cotovelos e nádegas e pode afetar as palmas ⮩ Dermatite seborreica.
das mãos bem como o couro cabeludo (princi-
palmente a margem anterior.
Questão 7
⮧ Distúrbio autolimitado com duração de 3 a 8
semanas. Inicialmente, surge uma única placa (HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE JUNDIAÍ – SP – 2020) Sobre o
anular cor de salmão (placa heráldica com 2 a tratamento da psoríase, é correto afirmar:
6 cm de diâmetro e um halo de descamação pe-
riférica; alguns dias ou semanas depois, surge ⮦ A fototerapia é pouco eficaz para lesões em
uma erupção generalizada que afeta o tronco e couro cabeludo.
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os segmentos proximais dos membros. ⮧ O uso de imunobiológicos é contraindicado de-
⮨ As lesões são semelhantes, ainda que meno- vido ao risco de infecção secundária.
res que a placa heráldica, e estão dispostas em ⮨ Corticoide sistêmico parenteral é a droga de es-
padrão simétrico com os eixos longitudinais da colha em períodos de atividade intensa.
lesão ao longo das linhas de clivagem da pele. ⮩ Ciclosporina é a droga de escolha para tratamen-
As lesões são pruriginosas, poligonais, violáceas to de manutenção nos pacientes com doença
e de superfície plana. A evolução é variável, mas renal crônica.
a maioria dos pacientes tem remissões espon-
⮪ A fototerapia não deve ser utilizada em mono-
tâneas em 6 a 24 meses.
terapia.
⮩ Dermatite eczematosa crônica, intermitente e
extremamente pruriginosa com placas erite-
matosas descamativas, formação de vesículas, Questão 8
crostas e fissuras. As lesões ocorrem mais nas (AUTARQUIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE APUCARANA – PR – 2020)
superfícies flexoras, há o acometimento marcan- Mulher, 22 anos, procura a UBS com diagnóstico de
te das fossas antecubitais e poplíteas; eritroder- psoríase há 3 anos. Ao exame apresentava PASI =
mia generalizada nos casos graves. 22 e DLQI = 20, em relação a este quadro é correto
⮪ Distúrbio não infeccioso crônico evidenciado por afirmar que esta paciente:
placas eritematosas com descamação amarela-
da e gordurosa. Em geral, as lesões localizam-se ⮦ Apresenta apenas impacto na sua qualidade de
no couro cabeludo, nos supercílios e sulcos na- vida e deve ser medicada com antidepressivos.
solabiais, nas axilas, na região central do tórax ⮧ Apresenta quadro grave de psoríase e a medi-
e na região retroauricular. cação a ser prescrita é acitretina.
101
Psoríase e líquen plano Dermatologia
Questão 9
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⮩ O diagnóstico é baseado na história, nos aspec-
tos clínicos da lesão que, na maioria das vezes,
são muito características e definem a doença.
⮪ A biópsia e o anatomo patológico das lesões
suspeitas de psoríase é que determinam o diag-
nóstico da doença.
102
Psoríase e líquen plano Cap. 5
GABARITO E COMENTÁRIOS
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fungoide, leucemia e, raramente, adenocarcinomas)
crito como lesões papulosas, infiltradas de confi-
Até 25% dos pacientes não têm nenhuma causa
guração anular.
subjacente identificável. A infecção secundária
bacteriana pode complicar dermatite esfoliativa. ✔ resposta: A
A partir da imagem é possível inferir um provável
quadro extenso de psoríase severa, classificando
Questão 3 dificuldade:
a doença em um contexto de doenças cutâneas
preexistentes. Como o caso é severo, o interna- Y Dica do professor: As opções disponíveis para
mento é necessário para imunossupressão (se a tratamento da psoríase pustular consiste em foto-
neoplasias forem afastadas) e a realização de 3 terapia, metotrexato, acitretina, ciclosporina e os
biópsias em topografias diferentes para firmar o medicamentos biológicos adalimumabe, etaner-
diagnóstico provável de psoríase são necessários cepte, ustequinumabe e secuquinumabe. A fotote-
para afastar causa neoplásicas, já que a psoríase rapia é um método terapêutico para tratamento de
é diagnostica clinicamente. psoríase, tendo sido considerada de primeira linha
✔ resposta: D para psoríase moderada e grave, porém com efei-
to mais lento onde a ciclosporina tem o tempo de
ação mais rápido dentre as opções.
resposta: A
Questão 2 dificuldade:
✔
103
Psoríase e líquen plano Dermatologia
Alfa são medicamentos biológicos indicados para o bimodal com picos até os 20 anos e após os 50
tratamento de doenças autoimunes, especialmen- anos. A distribuição entre os sexos é semelhante.
te artrite reumatoide, artrite psoriática, psoríase As formas clínicas da psoríase têm características
em placas, artrite reumatoide juvenil, espondilite peculiares, mas podem ser sobrepostas e estar
anquilosante, colite ulcerativa e Doença de Crohn. ou não associadas a artrite psoriásica: crônica em
No Brasil, os medicamentos registrados são Remi- placas (ou vulgar), em gotas (gutatta), pustulosa
cade® (infliximabe), Enbrel® (etanercept), Humira® (subdividida em difusa de Von Zumbusch, pustu-
(adalimumabe),Cimzia® (certolizumabe pegol) e losepalmoplantar e acropustulose), eritrodérmica,
Simponi® (golimumabe). invertida (flexora) e ungueal.
Alternativa A: INCORRETA. O secuquinumabe é um ✔ resposta: A
anticorpo monoclonal anti-interleucina-17A.
Alternativa B: CORRETA. A adalimumabe é um anti- dificuldade:
Questão 6
corpo monoclonal, totalmente humano, anti TNF-α,
aprovado para o tratamento da psoríase / artrite Y Dica do professor: Lesões eritematosas e desca-
psoriásica moderada a grave. mativas, bem delimitadas, com eritema vermelho
Alternativa C: INCORRETA. O Ixequizumabe é um bio- vivo e escamas branco prateadas são típicas da
lógico inibidor da IL-17A. Psoríase vulgar, forma mais comum da psoríase.
Os locais mais frequentes de acometimento são
Alternativa D: INCORRETA. O ustekinumabe é um an-
o couro cabeludo, região retroauricular e pavilhão
ticorpo humano contra a porção P40 das interleu-
auricular, cotovelos, dorso das mãos, joelhos, re-
cinas 12 e 23 (IL12 e IL23).
gião lombossacral e periumbilical. O sinal da vela
Alternativa E: INCORRETA. O Guselcumabe é um an- é um dos sinais que caracterizam a doença, que
ticorpo monoclonal totalmente humano que se corresponde à saída de escamas ao raspar a lesão
conecta e inibe seletivamente a interação com o (semelhante a uma vela), aparecendo em seguida
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receptor da IL-23. o sinal do orvalho sangrante (sinal de Auspitz), que
✔ resposta: B são pontos de sangramento na lesão. Uma pequena
proporção dos pacientes portadores de psoríase de-
senvolve a artrite psoriásica, na maioria dos casos
Questão 5 dificuldade: após apresentarem as lesões de pele. Esta artrite é
caracterizada por uma oligoartrite assimétrica que,
Y Dica do professor: A psoríase é uma doença sis- na maioria das vezes atinge uma grande articula-
têmica inflamatória crônica, não contagiosa, que ção. Alguns pacientes abre o quadro de psoríase
afeta a pele, as unhas e, ocasionalmente, as articu- apenas com a manifestação articular, sendo um
lações. Costuma ter apresentação clínica variável fator que dificulta o diagnóstico.
e um curso recidivante. Acomete cerca de 2% da
população mundial. A psoríase caracteriza-se pelo ✔ resposta: B
surgimento de placas eritemato-escamosas, com
bordas bem delimitadas e de dimensões variáveis. Questão 7 dificuldade:
As escamas são branco-prateadas, secas e aderi-
das e deixam pontilhado sanguinolento ao serem Y Dica do professor: A psoríase é uma doença au-
removidas. As lesões na forma vulgar em placas toimune crônica da pele, que acomete até 2% da
localizam-se preferencialmente nas superfícies ex- população mundial. Não existe cura para a doença,
tensoras dos joelhos, cotovelos, no couro cabeludo e contudo ela pode ser controlada visando reduzir o
na região lombossacra, com distribuição simétrica. tempo de atividade da doença e o número de reci-
Entretanto, todo o tegumento pode ser acometido. divas. Vários são os tratamentos propostos, tópi-
A psoríase pode ocorrer em qualquer idade. Geral- cos e sistêmicos, sendo que a melhor abordagem
mente tem início entre a terceira e quarta décadas depende do local de aparecimento da doença, da
de vida, mas alguns estudos descrevem ocorrência presença de acometimento articular e da gravidade
104
Psoríase e líquen plano Cap. 5
da mesma. O uso de corticoides sistêmicos deve para psoríase pela comparação dos resultados
ser evitado, pois sua retirada pode levar a um efeito obtidos antes, durante e após as intervenções. Em
rebote com aparecimento da doença em sua forma relação à qualidade de vida, um importante método
disseminada. de avaliação é o Índice de Qualidade de Vida Der-
Alternativa A: CORRETA. A fototerapia baseia-se no uso matológico (DLQI) - instrumento validado para uso
da radiação UV para obter efeitos antiproliferativos no Brasil. Trata-se de um questionário de 10 itens
e anti-inflamatórios. Devido a presença dos pelos, que avalia o impacto de doenças dermatológicas
que geram uma barreira mecânica para a chegada na qualidade de vida dos pacientes em relação a
dos raios UV, a fototerapia tem efeito limitado no atividades de vida diária, lazer, trabalho, estudo,
couro cabeludo. relações pessoais e tratamento. Cada item é pon-
tuado de 0-3, e o escore total varia de 0-30, sendo
Alternativa B: INCORRETA. O uso de imunobiológicos
melhor a qualidade de vida quanto menor o escore.
é uma opção para doenças graves, com acometi-
Sendo assim, no caso dessa paciente, pode-se ve-
mento articular, ou refratárias às outras terapêuti-
rificar que apresenta um quadro grave de psoríase
cas. O aumento de infecções apesar de ser real não
(PASI > 12), com importante impacto em qualidade
contraindica o tratamento com essas medicações,
de vida (DLQI = 20).
devendo ser apenas melhor acompanhados.
Alternativa A: INCORRETA. A paciente apresenta tam-
Alternativa C: INCORRETA. A ciclosporina deve ser
bém um quadro clínico grave de psoríase, deven-
evitada em pacientes com doença renal crônica
do-se realizar o tratamento da causa base da dimi-
devido ao seu efeito nefrotóxico.
nuição da qualidade de vida.
Alternativa D: INCORRETA. A fototerapia pode sim
Alternativa B: INCORRETA. A acitretina pode ser utili-
ser realizada em monoterapia na doença cutânea
zada em todos os tipos de psoríase, mas demons-
limitada.
tra melhores resultados na forma pustulosa e eri-
✔ resposta: A trodérmica.
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Alternativa C: CORRETA.
Questão 8 dificuldade: Alternativa D: INCORRETA.
Y Dica do professor: A avaliação da extensão da pso- ✔ resposta: C
ríase pode ser realizada por meio de um instrumento
chamado Psoriasis Area and Severity Index (PASI). dificuldade:
Questão 9
Trata-se de uma estimativa subjetiva calculada pelo
avaliador. O corpo é esquematicamente dividido Y Dica do professor: A psoríase é uma doença crô-
em quatro regiões: membros inferiores, membros nica inflamatória da pele de etiologia multifatorial,
superiores, tronco e cabeça. Para cada uma delas, caracterizada por lesões eritemato-escamosas.
são avaliados três parâmetros: eritema, infiltração Alternativa A: CORRETA. É uma doença multifatorial,
e descamação. A pontuação desses fatores é mul- com envolvimento genético e imunológico e pode
tiplicada pela extensão da doença em cada região ser desencadeada por fatores ambientais.
e, posteriormente, também pela porcentagem de
Alternativa B: CORRETA. São lesões características
superfície corporal que aquela região representa.
e auxiliam no diagnóstico.
Ao final, os dados de cada região são somados
podendo ter resultados de 0-72 (grau máximo de Alternativa C: CORRETA. A psoríase pertence às doen-
doença). Esse instrumento permite estratificar a ças de pele chamadas eritemato-escamosas de-
gravidade da psoríase em leve a moderada (PASI vido às áreas vermelhas que descamam, assim
inferior a 12) e grave (PASI igual ou superior a 12) e seu quadro clínico pode ser parecido com outras
tem sido utilizado como desfecho principal de es- doenças da pele.
tudos clínicos que avaliam eficácia de tratamentos Alternativa D: CORRETA. O diagnóstico é baseado na
história e situação clínica do paciente.
105
Psoríase e líquen plano Dermatologia
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106
ACNE E INFECÇÕES DE Capítulo
PELE E SUBCUTÂNEO 6
importância/prevalência
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1. ACNE u A alteração microbiana se dá pela hiperprolife-
ração do Propionibacterium acnes (P. acnes).
W O P. acnes, intensamente proliferado, promo-
u Acne é uma doença de pele extremamente co-
ve uma reação inflamatória no comedo. Esta
mum e de prevalência mundial.
reação inflamatória cursa com eritema, dor e
u O local de acometimento da acne é o folículo formação de pus (“espinha”).
pilossebáceo, isto é, uma estrutura constituída
por folículo piloso e glândula sebácea anexa, pre- Figura 1. Estrutura do folículo pilossebáceo.
sente em grandes quantidades na face e couro
cabeludo dos seres humanos.
u O quadro de acne tem etiologia multifatorial, com
alterações tanto foliculares quanto microbianas.
u As alterações foliculares são: hiperqueratinização
do infundíbulo e hipersecreção sebácea.
W Essas alterações obstruem o infundíbulo foli-
cular, gerando os “comedos”, que podem ser
do tipo aberto ou fechado (“cravos pretos e
cravos brancos”, respectivamente).
DICA
Alterações hormonais podem ter papel nas
alterações estruturais predisponentes de acne.
Fonte: Guzman.1
107
Acne e infecções de pele e subcutâneo Dermatologia
Figura 3. Comedos abertos ou “cravos pretos”. W Acne grau 3 apresenta os achados anteriores
e mais nódulos e cistos (Figura 5).
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Fonte: Vary.3
DICA
O Propionibacterium acnes (P. acnes), também
chamado de Cutibacterium acnes, é uma bactéria
Gram-positiva anaeróbia que habita naturalmente Fonte: James et al.5
a pele humana e tem papel fundamental na pro-
gressão da acne. W Acne grau 4, também chamada de “conglo-
bata”, evolui com formação de abscessos e
fístulas (Figura 6).
1.1. C
LASSIFICAÇÃO E CLÍNICA
108
Acne e infecções de pele e subcutâneo Cap. 6
1.2.3. Sistêmicos
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usado por gestantes! Ele é teratogênico! Seu uso
W Acne grau 5, ou “fulminans”, cursa com ne- é indicado para o grau 3 em diante.
crose de lesões e costuma associar-se com
sintomatologia sistêmica, como dor no corpo
DICA
e febre (Figura 7). Isotretinoína é a droga mais eficaz no trata-
mento da acne.
Figura 7. Acne fulminans.
109
Acne e infecções de pele e subcutâneo Dermatologia
DICA
Dentre os estafilococos, o integrante mais
recorrente é o Staphylococcus aureus e, entre os
estreptococos, o Streptococcus pyogenes (Estrep-
tococos beta-hemolíticos do grupo A).
DICA
35% da população saudável tem colonização
permanente das narinas anteriores pelo S. aureus e
60% terá colonização transitória em alguma parte
Fonte: Gawkrodger et al.6 do corpo, em determinado momento da vida.
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em seus respectivos capítulos). DICA
Estude os quadros de erisipela e celulite
u Muitos dos agentes são colonizadores perma- com muita atenção e note como são similares!
nentes ou transitórios da pele normal. A infecção Algumas dicas estão até repetidas! Cuidado para
ocorre por trauma com solução de continuidade, não confundir na prova, hein?!
permitindo a entrada dos agentes nos tecidos.
A infecção por disseminação endógena, embo-
ra muito menos comum, também é possível por
alguns patógenos.
110
Acne e infecções de pele e subcutâneo Cap. 6
Fonte: Delfino.7
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2.1. CLASSIFICAÇÃO 2.1.3. De acordo com a etiologia
u Monomicrobiana;
2.1.1. De acordo com mecanismo de infecção
u Polimicrobiana.
u Primárias = quando não se vê porta de entrada
ao exame físico; DICA
A separação entre infecções monomicrobia-
u Secundárias = quando se observa, ao exame,
nas e polimicrobianas tende a ser nebulosa. É difícil
porta de entrada provável. para o médico discernir entre agentes causais e
oportunistas em uma infecção. Raramente isso
DICA
A simples não observação da porta de en- cai em prova!
trada não significa que não ocorreu desta forma.
Inclusive, na maior parte dos casos de erisipela,
não se nota porta de entrada. 2.2. IMPETIGO
111
Acne e infecções de pele e subcutâneo Dermatologia
DICA
Figura 10. Impetigo. Síndrome metabólica e insuficiência vascular
periférica são fatores de risco.
DICA
Diferentemente do S. aureus, o S. pyogenes
não é um colonizador comum da pele, estando em
apenas 1% das pessoas saudáveis.
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Fonte: Pereira.8
DICA
A lesão típica da erisipela tem contornos bem
2.2.1. Diagnóstico definidos!
2.2.2. Tratamento
112
Acne e infecções de pele e subcutâneo Cap. 6
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DICA
Oxacilina é uma penicilina penicilinase-resis-
tente, por isso costuma ser efetiva contra estafilo-
cocos, para os quais penicilinas comuns, como a
amoxicilina, não têm eficácia.
Fonte: Delfino.7
u Clindamicina costuma ser o antibiótico de esco-
lha para alérgicos a betalactâmicos.
2.4.1. Diagnóstico
113
Acne e infecções de pele e subcutâneo Dermatologia
DICA
Lembrar que o uso indiscriminado de clinda-
micina pode gerar o quadro de colite pseudomem- Fonte: Sanit Fuangnakhon/Shutterstock.10
branosa.
2.5.1. Diagnóstico
u Nos casos de estafilococos resistentes à me- u É clínico!
ticilina oriundos da comunidade (MRSA-comu-
nitário), utilizar sulfametoxazol + trimetoprim, 2.5.2. Tratamento
tetraciclinas ou rifampicina.
u Cuidados locais geralmente são suficientes.
DICA
Reservam-se antibióticos tópicos para quadros
Nunca utilizar rifampicina isoladamente, pois refratários.
isso pode levar ao aparecimento de resistência.
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DICA
O termo “sicose” ou “sicose lúpica” pode
u Nos casos de estafilococos resistentes à me-
aparecer em provas e significa foliculite profunda
ticilina oriundos de serviços de saúde (MRSA-
da barba. Não tem a ver com lúpus!
-nosocomial), utilizar vancomicina ou linezolida.
DICA
Ciprofloxacino tem pouca ação sobre es- 2.6. FURÚNCULO E CARBÚNCULO
treptococos e já há relevante resistência adquiri-
da a ele em relação aos estafilococos, por isso é u Furúnculo é a complicação da foliculite profunda.
contraindicado. u Furunculose são furúnculos de repetição.
u Carbúnculo é o conjunto de furúnculos em uma
2.5. FOLICULITE
área espessa de pele.
DICA
u Infecção do aparato folicular por S. aureus. Às vezes, o conjunto de furúnculos é chama-
u Pode ser superficial ou profunda. do de “antraz”. Não tem nada a ver com as armas
biológicas que utilizam o bacilo de mesmo nome.
u Quadro clínico: lesões pequenas e avermelha-
das ao redor de pelos, às vezes com coleção de
pus central.
114
Acne e infecções de pele e subcutâneo Cap. 6
u É clínico!
2.6.2. Tratamento
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2.7. PARONÍQUIA
DICA
u Quadro agudo/bacteriano: antibióticos sistêmi-
Paroníquias estão muito relacionadas a há- cos com ação antiestafilocócica, como cefale-
bitos traumáticos crônicos de cutícula, como ma- xina ou clindamicina.
nicure excessiva e pacientes que roem unhas ou
chupam os dedos.
u Quadro crônico: manter a pele seca com mudan-
ça de hábitos e aplicar cremes de barreira para
restituir cutícula saudável. Antifúngicos tópicos
nem sempre são necessários.
115
Acne e infecções de pele e subcutâneo Dermatologia
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8. Pereira LB. Impetigo–review. Anais brasileiros de derma-
tologia. 2014; 89(2): 293-9.
9. Bolognia J, Jorizzo JL, Schaffer JV. Dermatology. 3. ed.
Fonte: Sadasivan et al.13 Philadelphia: Elsevier Saunders; 2015.
10. Imagem utilizada sob licença da Shutterstock.com, dispo-
2.8.1. Diagnóstico nível em: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/
folliculitis-inflammatory-glands-follicles-1452567668.
DICA Acesso em: 31 mar. 2022.
Paciente relata muita dor, desproporcional
à lesão cutânea inicial. 11. Afshar P, Hedayati MT, Aslani N, Khodavaisy S, Babamah-
moodi F, Mahdavi MR, et al. First Autochthonous Coinfec-
ted Anthrax in an Immunocompetent Patient. Case rep
u Empírico, para início precoce de tratamento. med. 2015; 2015: 325093.
u Radiografias podem mostrar presença de ar em 12. Adigun CG. Paroníquia aguda. MDS Manuals. [Internet];
partes moles. 2019. [acesso em 04/2021]. Disponível em: https://www.
msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-
u RNM pode ser útil para o diagnóstico precoce
-dermatol%C3%B3gicos/doen%C3%A7as-das-unhas/
em caso de dúvida. paron%C3%ADquia-aguda.
u Culturas de tecido e hemoculturas podem ser 13. Sadasivan J, Maroju NK, Balasubramaniam A. Necrotizing
usadas para determinação precisa do agente, fasciitis. Indian J Plast Surg. 2013; 46(3): 472-8.
em casos complicados.
2.8.2. Tratamento
u Ampicilina/sulbactam ou piperacilina/tazobac-
tam ou carbapenêmicos.
116
Acne e infecções de pele e subcutâneo Cap. 6
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
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Acne e infecções de pele e subcutâneo Dermatologia
QUESTÕES COMENTADAS
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mais, a hemocultura é positiva em mais de 50%
dos casos.
⮨ A drenagem cirúrgica é indicada somente se
Considerando o principal agente etiológico para houver persistência dos sinais flogísticos após
o quadro, qual das alternativas abaixo traz exclu- 72h de antibioticoterapia adequada.
sivamente medicamentos que são eficazes para
⮩ Provavelmente trata-se de artrite inflamatória rea-
tratamento como monoterapia?
cional, uma vez que a antibioticoterapia adequa-
da da celulite é eficaz na prevenção de quadros
⮦ Clindamicina, cloranfenicol, tigeciclina e ami-
infecciosos secundários como artrite séptica
cacina.
ou osteomielite.
⮧ Linezolida, vancomicina, oxacilina, teicoplanina.
⮨ Penicilina, oxacilina, claritromicina e gentamicina.
Questão 3
⮩ Metronidazol, vancomicina, oxacilina e linezolida.
(HOSPITAL DO CÂNCER DE GOIÁS – GO – 2021) Paciente do
sexo feminino, de 18 anos, solteira, portadora de
Questão 2 acne Grau III ou acne pápulo-pustulosa moderada, já
com cicatrizes e manchas hipercrômicas residuais,
(HOSPITAL DA POLÍCIA MILITAR – MG – 2021)Leia atenta- procura o Serviço de Dermatologia do Hospital das
mente o caso clínico: Paciente de 4 anos de idade Clínicas de Goiânia para tratamento. Em relação ao
apresentou picadura de inseto na região da coxa di- tratamento, sabe-se que:
reita. Após 72h da picada, a pequena lesão papular
inicial evoluiu para lesão nodular de 4 cm de diâme- ⮦ paciente já apresenta cicatrizes, portanto não pre-
tro, edema da pele circunjacente, vermelhidão, dor cisamos mais tratar a acne, somente as manchas
118
Acne e infecções de pele e subcutâneo Cap. 6
Questão 6
Questão 4
(FACULDADE DE MEDICINA DO ABC – 2012) A melhor opção
(HOSPITAL DAS CLÍNICAS DO PARANÁ – 2017) Uma adoles- terapêutica para o tratamento da acne comedo-
cente de 12 anos apresenta há um ano comedos e gênica é:
pápulas eritematosas na região frontal, paranasal e
mentoniana, além de cabelos mais oleosos e odor ⮦ Limpeza adequada da pele e aplicação de treti-
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mais intenso do suor. A menarca ocorreu há 6 me- noína tópica a 0,025%.
ses e os ciclos são irregulares, sem dismenorreia,
mas houve piora das lesões, com aparecimento de ⮧ Limpeza adequada da pele e aplicação de clin-
pústulas. Não há outros sinais de hiperandrogenis- damicina tópica a 2%.
mo. Nunca fez tratamento específico, apenas sabo- ⮨ Limpeza adequada da pele e administração de
netes comprados por conta própria. Com base na minociclina (50 a 200 mg/dia) por via oral.
história, assinale a alternativa CORRETA.
⮩ Limpeza adequada da pele e administração de
isotretinoína (0,5 a 1 mg/kg/dia) por via oral.
⮦ A fisiopatologia da acne envolve hiperplasia da
camada córnea e proliferação bacteriana, e no
caso descrito deve ser investigada Síndrome do
Questão 7
ovário policístico.
⮧ A acne é uma dermatose comum e deve ser en- (SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE RIBEIRÃO PRETO/SP − 2018) A
caminhada ao especialista, pois seu tratamen- isotretinoína é uma droga utilizada para o tratamento
to é complexo e envolve medicamentos pouco de acne, entretanto ela tem algumas contraindica-
conhecidos pelo médico generalista. ções. Qual das opções abaixo não é considerada
contraindicação?
⮨ Na patogênese da acne está envolvida a prolife-
ração de Staphylococcus aureus como principal ⮦ Gestação.
patógeno associado à piora da inflamação.
⮧ Dislipidemia.
⮩ Fatores desencadeantes, como estresse, produ-
⮨ Diabetes mellitus.
tos cosméticos, medicamentos e hiperinsulinis-
mo, podem piorar um quadro de acne. ⮩ Hepatopatia.
119
Acne e infecções de pele e subcutâneo Dermatologia
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Paciente de 20 anos apresenta celulite na perna
esquerda. Diz que é jogador de futebol america- Questão 12
no e que tudo começou a partir de um ferimento
(PROCESSO SELETIVO UNIFICADO/MG – 2018) BCD, 42 anos,
produzido pelo uso de caneleira de proteção. Foi
sexo feminino, comerciante, sabidamente diabéti-
prescrita cefalexina e ele foi orientado a retornar
ca, apresentou dor em membro inferior esquerdo
em cinco dias. O paciente retornou um pouco pior,
(MIE) com manifestações sistêmicas como febre
ainda com febre, dor e calor local. A cultura colhida
elevada, cefaleia, mal-estar e calafrios. A dor era
na primeira consulta revela crescimento de Staphy-
em “queimação”, na porção distal do MIE, que ao
lococcus aureus resistente à meticilina. O estado
exame apresentava calor, rubor, com bolhas con-
geral do paciente ainda é bom. Por cuidados locais,
fluentes. Informa dor à deambulação. Foi coletado
deve-se trocar o antibiótico para:
líquido das bolhas e o exame revelou a presença de
⮦ Sulfametoxazol + trimetoprima. Staphylococcus aureus. O médico suspeitou de eri-
sipela. Qual das alternativas abaixo está CORRETA
⮧ Amoxicilina + clavulanato. em relação a esta doença?
⮨ Ciprofloxacino.
⮦ Aparecimento de lesões bolhosas é incompatível
⮩ Cefuroxima.
com esse diagnóstico.
⮧ Claudicação intermitente não faz parte do qua-
Questão 10 dro de erisipela.
(HOSPITAL SÃO JOSÉ DE CRICIÚMA/SC – 2017) Paciente do ⮨ Na erisipela não ocorrem manifestações sistê-
sexo masculino, 38 anos, comparece à unidade de micas.
pronto-socorro, vindo de seu domicílio com quadro ⮩ O Staphylococcus aureus não é agente etiológi-
de erisipela bolhosa em membro inferior direito, co de erisipela.
120
Acne e infecções de pele e subcutâneo Cap. 6
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⮦ A linfadenite aguda inespecífica tem etiologia ge- ⮦ CA-MRSA / infecção osteoarticular / exame de
ralmente estafilocócica ou estreptocócica. Nes- imagem.
te caso é comum ocorrer linfangite associada. ⮧ HA-MRSA / resistência bacteriana / troca de
antibiótico.
⮧ A hidradenite supurativa tem caráter recorrente
de infecção das glândulas sudoríparas écrinas ⮨ CA-MRSA / abscesso / drenagem e suspensão
e quando cronificada, leva à formação de cica- do antibiótico.
trizes e de sinus. O tratamento inicial consiste ⮩ HA-MRSA / duração curta do tratamento / ma-
em abertura e curetagem dos trajetos fistulosos. nutenção do esquema antibiótico.
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Acne e infecções de pele e subcutâneo Dermatologia
GABARITO E COMENTÁRIOS
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Alternativa A: INCORRETA. Os ATB cloranfenicol e
Alternativa A: CORRETA. O tratamento da celulite
amicacina não são primariamente dirigidos para
requer antibioticoterapia sistêmica. Em pacientes
cobertura de cocos gram-positivos, em outras al-
saudáveis, ambulatoriais, a terapia de primeira es-
ternativas temos melhores opções.
colha tem como objetivo fazer a cobertura contra
Alternativa B: CorretA. Linezolida, vanco e teico são estafilococos e estreptococos beta-hemolíticos do
ATB cujo espectro é dirigido para cocos gram-posi- grupo A. Assim, pode-se iniciar com uma penicilina
tivos, mas muito mais direcionados para gram-posi- semissintética penicilinase resistente ou uma ce-
tivos resistentes aos betalactâmicos. A melhor dro- falosporina de primeira geração.
ga para tratamento nesse caso que é uma infecção
Para celulite purulenta, usa-se: Clindamicina 300-
comunitária é a oxacilina (derivada de penicilina).
450 mg VO de 8/8 horas OU Doxiciclina 100 mg
Todavia a questão pede quais são eficazes como
VO de 12/12 horas OU Sulfametoxazol-trimetoprim
monoterapia e para todos esses 4 antimicrobianos
800/160 mg VO de 12/12 horas OU Linezolida 600
temos cobertura para os agentes de erisipela
mg VO de 12/12 horas, pensando em S. aureus
Alternativa C: INCORRETA. Penicilina e oxacilina têm resistente à meticilina (MRSA).
ação para cocos G+, porém gentamicina e claritro-
Para celulite não purulenta a indicação é de usar pela
micina têm ação pobre para os agentes das infec-
via oral: Dicloxacilina 500 mg VO de 6/6 horas OU
ções de partes moles.
Cefalexina 500 mg VO de 6/6 horas OU Clindamicina
✔ resposta: B 300-450 mg VO a cada 6-8 horas. Já endovenoso:
Cefazolina 1-2 g EV de 8/8 horas OU Oxacilina 2 g
EV de 4/4 horas OU Clindamicina 600-900 mg EV
Questão 2 dificuldade:
de 8/8 horas.
Y Dica do professor: Celulites são infecções de cará- Alternativa B: INCORRETA. Não é recomendado de
ter agudo que atingem os tecidos mais profundos rotina realizar hemocultura, cultura de aspirado,
122
Acne e infecções de pele e subcutâneo Cap. 6
resposta: A
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✔
Y Dica do professor: Na acne grau I, o tratamento tópi-
co com ácidos é suficiente. No grau II, o tratamento
Questão 3 dificuldade: tópico geralmente é suficiente, sendo necessário
utilizar drogas contra P. acnes, como peróxido de
Y Dica do professor: questão sobre acne vulgar. Lem- benzoíla, ou combinação com antibiótico tópico,
bre-se de que, durante o uso da isotretinoína oral, a devido ao componente inflamatório; nos casos mais
mulher não pode engravidar, sendo necessário refor- graves ou extensos, pode-se utilizar antibióticos
çar esse aconselhamento e garantir o uso de algum sistêmicos. Na acne graus III e IV (conglobata), o
anticoncepcional durante o uso do medicamento. tratamento mais eficaz é a isotretinoína, iniciada,
Alternativa A: INCORRETA. A acne ainda precisa ser em geral, após tentativa de tratamento com antibió-
tratada. ticos sistêmicos. E, no grau V (fulminans), utiliza-se
corticoide oral inicial, seguido de isotretinoína. Nos
Alternativa B: INCORRETA. A mulher deve ser aconse-
casos de acne da mulher adulta e acne com sinais
lhada a adotar métodos contraceptivos e deve estar
de hiperandrogenismo, pode-se associar anticon-
em uso de algum anticoncepcional durante o uso.
cepcional oral e espironolactona.
Alternativa C: INCORRETA. Nesse caso, já se faz ne-
✔ resposta: A
cessário o uso do medicamento por via oral.
Alternativa D: CORRETA. Por ser acne Grau III, já se
preconiza tratamento oral com antibióticos ou iso- Questão 6 dificuldade:
tretinoína; no caso deste último, solicitar exames Y Dica do professor: Na acne grau I (comedoniana),
de função hepática, lipidograma e Beta HCG antes
o tratamento tópico com ácidos é suficiente. Os
de iniciar a terapia.
retinoides tópicos são a primeira linha (ácido reti-
✔ resposta: D nóico/tretinoína e adapaleno). Outras opções são
123
Acne e infecções de pele e subcutâneo Dermatologia
peróxido de benzoíla, ácido azelaico e ácido sali- internação hospitalar recente que se apresenta com
cílico. No grau II, o tratamento tópico geralmente é infecção cutânea sem sinais de muita gravidade,
suficiente, sendo necessário utilizar drogas contra inicialmente tratado com uma cefalosporina de pri-
P. acnes, como peróxido de benzoíla, ou combina- meira geração. Contudo, esse paciente retorna sem
ção com antibiótico tópico, devido ao componente resposta ao tratamento e apresenta uma cultura
inflamatório. Antibióticos tópicos não são utilizados mostrando crescimento de Staphylococcus aureus,
em monoterapia por induzirem resistência bacteria- que é resistente à meticilina (MRSA). Logo, estamos
na ao P. acnes e seleção de estafilococos e estrep- diante de um caso de infecção por MRSA adquiri-
tococos que causam infecções. Nos casos mais da na comunidade (CA-MRSA), que normalmente é
graves ou extensos, pode-se utilizar antibióticos sensível a sulfametoxazol com trimetoprima.
sistêmicos. O tratamento de primeira linha inclui as
✔ resposta: A
ciclinas (Doxiciclina, Tetraciclina, Limeciclina). Na
acne graus III e IV (conglobata), o tratamento mais
eficaz é a isotretinoína, iniciada, em geral, após ten- Questão 10 dificuldade:
tativa de tratamento com antibióticos sistêmicos.
E, no grau V (fulminans), utiliza-se corticoide oral Y Dica do professor: A erisipela é uma condição in-
inicial, seguido de isotretinoína. Nos casos de acne flamatória que atinge a derme e o panículo adipo-
da mulher adulta e acne com sinais de hiperandro- so da nossa pele, com grande envolvimento dos
genismo, pode-se associar anticoncepcional oral vasos linfáticos. É uma forma mais superficial que
e espironolactona. a celulite, pois atinge predominantemente a der-
✔ resposta: A me e parte superior do tecido subcutâneo. É geral-
mente causada pelo estreptococo beta-hemolítico
do grupo A (S. pyogenes). Quando o caso for mais
Questão 7 dificuldade: grave, com aparecimento de bolhas e úlceras e/ou
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intenso comprometimento do estado geral do pa-
Y Dica do professor: Antes da prescrição da isotre-
ciente, com toxemia e febre, suspeitar de etiologia
tinoína, nome comercial “Roacutan”, é necessário
polimicrobiana com participação do S. aureus. A
ficar atento às seguintes contraindicações: gesta-
oxaxilina, nesse caso, é indicada, visto que penici-
ção, lactação, hepatopatia, dislipidemia, hipertensão
linas comuns não têm efeito sobre estafilococos.
intracraniana, hipervitaminose A. Diabetes mellitus
por si só não contraindica a prescrição. Alternativa A: INCORRETA. Penicilina cristalina não
tem cobertura para estafilococos.
✔ resposta: C
Alternativa B: INCORRETA. Não há necessidade de
cobertura para Gram negativos.
Questão 8 dificuldade:
Alternativa C: CORRETA.
Y Dica do professor: Estamos diante de um quadro Alternativa D: INCORRETA. Não há evidências de se
muito sugestivo de erisipela: lesão eritematosa su- tratar de infecção por bactérias produtoras de be-
perficial de pele com bordos elevados e bem deli- talactamase.
mitados. Sabemos que a erisipela é causada pelo
Alternativa E: INCORRETA. A oxacilina é a resposta
Streptococcus pyogenes, que é sensível à PENICI-
correta.
LINA, a terapia de escolha nesse caso.
✔ resposta: D ✔ resposta: C
Y Dica do professor: Estamos diante de um pacien- Y Dica do professor: Celulite purulenta é normalmen-
te jovem, sem comorbidades e sem história de te causada por MRSA.
124
Acne e infecções de pele e subcutâneo Cap. 6
Alternativa A: INCORRETA. Erisipela: estreptococo; Alternativa C: INCORRETA. O impetigo não é uma in-
escarlatina: estreptococo. fecção fúngica.
Alternativa B: CORRETA. Celulite: estafilococos. Alternativa D: CORRETA. A formação de crosta cor
Alternativa C: INCORRETA. Impetigo: estreptococo. de mel que se regenera sem deixar cicatriz é uma
Alternativa D: INCORRETA. Pênfigo: autoimune. característica clássica do impetigo.
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precisam ser tratadas cirurgicamente. Infecção
✔ resposta: B necrosante de tecidos moles (Fasceíte necrotizan-
te) é tipicamente causada por uma composição de
dificuldade:
organismos anaeróbios e aeróbios que provocam
Questão 13
necrose do tecido subcutâneo, que geralmente in-
Y Dica do professor: O impetigo é uma infecção de clui a fáscia. Essa infecção afeta mais comumente
pele causada pelo S. aureus ou pelo S. pyogenes as extremidades e o períneo. Os tecidos afetados
que atinge principalmente a população pediátrica. tornam-se avermelhados, quentes e inchados, se-
Possui duas variantes, a bolhosa e a não bolhosa, melhantes à celulite grave, e a dor se desenvolve
que se diferem pela apresentação dermatológica. fora de proporção com os resultados clínicos. Os
A doença evidencia-se com lesões em crosta com processos inflamatórios da unidade pilossebácea
cor de mel principalmente em face que se regene- podem ser superficiais ou profundos, dependendo
ram sem deixar cicatriz. O tratamento do impetigo da localização e da inflamação no folículo. As le-
é feito com antibiótico tópico (normalmente mupi- sões profundas podem deixar cicatrizes e, em geral,
rocina), porém em casos severos antibióticos sis- poupam superfícies palmares e plantares. Antraz é
têmicos podem ser necessários. causado pelo Bacillus anthracis, que são organis-
Alternativa A: INCORRETA. Apesar de ser uma infec- mos anaeróbios facultativos, encapsulados e pro-
ção bacteriana superficial da pele, a lesão inicial é dutores de toxinas. O antraz, uma doença quase
pustular, nodular. sempre fatal nos animais, é transmitido aos seres
humanos pelo contato com animais infectados ou
Alternativa B: INCORRETA. O impetigo não é uma in-
seus produtos.
fecção fúngica superficial, a qual pode ser represen-
tada pela pitiríase versicolor, tínea e onicomicose. ✔ resposta: B
125
Acne e infecções de pele e subcutâneo Dermatologia
Questão 15 dificuldade:
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LEISHMANIOSE TEGUMENTAR Capítulo
AMERICANA 7
importância/prevalência
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u
parasita se encontra no momento (mosquito ou
(no Brasil, existem sete espécies, sendo as prin- ser humano).
cipais: L. braziliensis e L. amazonensis).
W A picada do mosquito inocula o Leishmania
na forma de promastigotas, que, dentro do
Figura 1. Prevalência global de leishmaniose tegumentar.
paciente, tornam-se amastigostas.
W O ciclo inverso ocorre dentro do mosquito, que
suga formas amastigostas e nele se tornam
novamente promastigostas (Figura 5).
Fonte: Bolognia.1
Fonte: Nabarro.2
127
Leishmaniose tegumentar americana Dermatologia
Fonte: Bolognia.1
DICA
Não há transmissão direta de pessoa a
Fonte: CDC.gov.3 pessoa.
2. PATOGENIA
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u Todas as formas iniciam com inoculação do
Leishmania no local da picada. A disseminação
dos parasitas ocorre em seguida, estimulando
resposta imune do paciente.
W O paciente, por predisposição constitucional,
pode reagir com resposta imunológica de ca-
ráter predominante Th1 ou Th2.
W A interação da resposta Th1 ou Th2 com a
espécie do Leishmania resultará na forma
clínica apresentada pelo paciente, podendo
ser “localizada”, “anérgica” ou “mucosa” (esta
última ocorrendo como estágio posterior da
forma localizada).
Fonte: CDC.gov.3
DICA
Anticorpos não têm função protetora na
leishmaniose. A resposta capaz de conter a infecção
é celular e não humoral.
128
Leishmaniose tegumentar americana Cap. 7
3. Q UADRO CLÍNICO
Leishmaniose cutânea
L. amazonenses
Agente L. amazonensis L. braziliensis
L. braziliensis
Linfócitos + ++ ++++
MONTENEGRO — ++ ++++
Fonte: Belda. 4
DICA
Não há acometimento visceral em nenhuma 3.2. FORMA MUCOSA (OU
das formas!!! Esta doença é distinta da Leishma- “CUTANEOMUCOSA”)
niose visceral, conhecida como “Calazar”.
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u Causada pelo L. braziliensis.
u O acometimento das mucosas ocorre depois da
3.1. FORMA CUTÂNEA LOCALIZADA
forma cutânea localizada, nos casos em que o
componente de resposta é Th1 é muito intenso.
u Causada pelo L. amazonensis e pelo L. braziliensis. Não se encontram parasitas nas úlceras muco-
W Úlcera circular profunda (até a derme reticular), sas, porém o DNA delas é identificado por meio
com bordas infiltradas (emoldurada) e fundo de PCR.
granuloso exsudativo, geralmente INDOLOR. u O Leishmania costuma mostrar predileção pela
mucosa nasal. O paciente se queixa incialmen-
Figura 6. Forma cutânea localizada. te de obstrução nasal e epistaxe. Com a evolu-
ção da doença o paciente apresenta infiltração
edematosa das estruturas do nariz e perfuração
de septo.
DICA
Muitas vezes, as alterações nasais da leishma-
niose são chamadas de “nariz de anta” ou “nariz de
tapir”.
Fonte: Bolognia.1
3.3. F
ORMA CUTÂNEA ANÉRGICA DIFUSA
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muito fraca (e resposta Th2 forte), incapaz de
5. TRATAMENTO
conter os parasitas em granulomas, que se dis-
seminam livremente.
u Antimonial pentavalente (Glucantime®)
Figura 8. Forma cutânea anérgica difusa. W Atenção para a cardiotoxicidade nestes pa-
cientes!
DICA
A cardiotoxicidade pode ser encontrada por
meio de alterações eletrocardiográficas, como
alargamento do intervalo QT, indicando atraso na
repolarização ventricular.
u Pentamidina
Fonte: Bolognia.1
W É a segunda opção após o antimonial penta-
valente.
W Pode cursar com hipoglicemia e diabetes
4. D IAGNÓSTICO melitus.
u Anfotericina B
u Os exames disponíveis são: pesquisa de para- W Primeira indicação para o tratamento de ges-
sitas por meio de exame parasitológico direto e tantes.
cultura, biópsia de lesões, sorologia e PCR.
130
Leishmaniose tegumentar americana Cap. 7
REFERÊNCIAS
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Leishmaniose tegumentar americana Dermatologia
QUESTÕES COMENTADAS
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com úlcera com bordas endurecidas na perna es-
Questão 2
querda. O exame direto para Leishmania foi negativo.
(SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE SÃO PAULO – SP – 2021) A Baseado no caso clínico, a alternativa CORRETA é:
leishmaniose é uma doença infecciosa, não con-
⮦ Na leishmaniose tegumentar americana causada
tagiosa, causada por diferentes espécies de pro- por L. guyanensis, o tratamento de escolha é o
tozoaŕios do gênero Leishmania. Acerca desse antimoniato de meglumina.
assunto, assinale a alternativa incorreta. ⮧ Teste de Montenegro positivo (enduração local
de 5 mm confirma diagnóstico de leishmaniose
⮦ A Leishmania amazonensis e a Leishmania guya-
tegumentar americana.
nensis ocorrem, preferencialmente, nas areas de
florestas primarias e secundárias da Amazônia ⮨ A biópsia da lesão mostrará áreas de necrose e
Legal e região Norte do País. inúmeros bacilos álcool-ácido resistentes.
⮩ O exame direto negativo não exclui o diagnóstico
⮧ A Leishmania braziliensis é o principal agente
de leishmaniose tegumentar americana.
etiológico no Brasil e na América Latina.
⮨ A Leishmania braziliensis provoca lesão ulcera-
da, única ou múltipla, cuja principal complica- Questão 4
ção é a metástase por via hematogênica para
as mucosas da nasofaringe, com destruição (HOSPITAL DA POLÍCIA MILITAR - MG - 2020) Um homem
desses tecidos. de 23 anos vai ao pronto-atendimento do Hospital
⮩ Pacientes com lesão única de até 3 cm de diâ- da Polícia Militar de Minas Gerais queixando-se
metro, da forma de leishmaniose cutânea loca- do aparecimento de lesões ulceradas, dolorosas,
lizada, mesmo se infectados pela Leishmania de bordas elevadas e fundo necrótico em região
132
Leishmaniose tegumentar americana Cap. 7
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Questão 5
133
Leishmaniose tegumentar americana Dermatologia
⮦ A manifestação clínica depende apenas da espé- ⮩ O critério de cura é a ausência de lesão cutânea
cie envolvida. O estado imunológico do indivíduo após 30 dias do término do tratamento.
infectado não interfere na apresentação clínica
⮧ Apresenta ampla distribuição com registro de Questão 10
casos em todas as regiões brasileiras podendo
ser considerada uma doença ocupacional (IRMANDADE DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE SANTOS
– 2011) Na leishmaniose tegumentar, a reação de
⮨ O modo de transmissão é por meio da picada
Montenegro pode ser negativa:
de insetos transmissores infectados ou de pes-
soa a pessoa ⮦ Nos doentes em tratamento com meglumina.
⮩ O período de incubação da doença no ser huma- ⮧ Na forma linfangítica.
no é, em média, de dois a 30 dias ⮨ Na forma verrucosa.
⮩ Na forma difusa.
Questão 8 ⮪ Nas formas de longa evolução.
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eram indolores, com bordas altas e eritematosas
vam a busca de uma droga ideal. Qual é a droga
e área central ulcerada, com granulação grosseira,
de escolha atualmente para o tratamento das
cor vermelho vivo, sendo recoberto por exsudato
leishmanioses?
seropurulento. Os pacientes encontravam-se em
⮦ Antimônio (glucantime). bom estado geral e afebris. Qual sua principal hi-
pótese diagnóstica?
⮧ Petamidina.
⮨ Anfotericina B convencional. ⮦ Ectima contagioso.
⮧ Cromomicose.
⮩ Anfotericina B lipossomal.
⮨ Tuberculose cutânea.
⮩ Leishmaniose tegumentar americana.
Questão 9
134
Leishmaniose tegumentar americana Cap. 7
⮦ I, II e III, apenas.
⮧ II e IV, apenas.
⮨ I e III, apenas.
⮩ I e IV, apenas.
⮪ II, III e IV, apenas.
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Leishmaniose tegumentar americana Dermatologia
GABARITO E COMENTÁRIOS
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maruins. A transmissão ocorre a partir da picada Leishmaniose visceral é uma doença causada por
desses insetos, mas especificamente de uma fê- um protozoário da espécie Leishmania chagasi. L.
mea infectada de flebotomíneo. De acordo com o infantum ou L. donovani, estes que são parasitas
Ministério da Saúde (2021), os sintomas diferem de do mesmo gênero (Leishmania), mas possuem
acordo com o tipo de leishmaniose: origens distintas.
Alternativa B: INCORRETA. Este não é um fator que
1. Leishmaniose visceral cursa com febre irregular, interfere determinando se haverá uma leishmanio-
prolongada; anemia; indisposição; palidez da se tegumentar ou visceral. Sabe-se que indivíduos
pele e ou das mucosas; anorexia; perda de peso com comorbidades podem ter um maior compro-
e visceromegalia. metimento do sistema imunológico, assim, tem uma
2. Leishmaniose cutânea ocorre em torno de duas pior resposta contra infecções. Outro fator impor-
a três semanas após a picada pelo flebótomo tante é que, alguns estudos evidenciam uma pior
quando há o surgimento de pápulas averme- resposta terapêutica em indivíduos com comorbi-
lhadas que, posteriormente, se tornam feridas dades com diferenças estatisticamente significan-
recobertas por crosta ou secreção purulenta. tes quando comparadas a pacientes previamente
A doença também pode se manifestar como sadios (Revista da Sociedade Brasileira de Medicina
lesões inflamatórias nas mucosas do nariz ou Tropical, 2010).
da boca.
Alternativa C: INCORRETA. Os vetores da leishmaniose
Sobre o diagnóstico, o mesmo com direto ou cultivo visceral são insetos denominados flebotomíneos,
de material obtido dos tecidos infectados (medula conhecidos popularmente como mosquito palha,
óssea, pele ou mucosas da face) por aspiração, tatuquiras, birigui, entre outros. No Brasil, duas
biópsia ou raspado das lesões; existem também espécies, até o momento, estão relacionadas com
os métodos imunológicos que avaliam a presença a transmissão da doença Lutzomyia longipalpis e
de anticorpos anti-Leishmania, incluindo o teste Lutzomyia cruzi. Eles estão relacionados apenas
136
Leishmaniose tegumentar americana Cap. 7
com a transmissão ao homem e não interferem no o agente etiológico principal, afetando quase trinta
a forma da leishmaniose, logo, é uma afirmativa in- mil pessoas anualmente.
correta (Ministério da Saúde, 2006). Alternativa C: CORRETA. A doença humana é carac-
Alternativa D: INCORRETA. A suscetibilidade de in- terizada por úlcera cutânea, única ou múltipla, cuja
fecção por Leishmaniose Tegumentar e Visceral principal complicação é a metástase por via hema-
é universal, sendo que a infecção e a doença não togênica, para as mucosas da nasofaringe, com
conferem imunidade ao paciente. Isso não implica destruição desses tecidos. Felizmente, a frequên-
nas formas de leishmaniose, pois ela é pré-determi- cia desta complicação vem sendo reduzida, não
nada pelo agente etiológico, assim, essa afirmativa excedendo a 5% dos casos nas áreas endêmicas.
é incorreta. Para relembrar, a Leishmania é um pa- Provavelmente, está relacionada ao diagnóstico e
rasito intracelular obrigatório de células do sistema tratamento precoces.
fagocitário mononuclear e sua presença determina Alternativa D: CORRETA. Os antimoniais pentavalen-
uma supressão reversível e específica da imunidade tes são drogas consideradas leishmanicidas, pois
mediada por células, o que permite a disseminação interferem na bioenergética das formas amastigo-
e multiplicação incontrolada do parasito (Revista tas de Leishmania. Tanto a glicólise, quanto a oxida-
Brasileira de Epidemiologia, 2009). ção dos ácidos graxos, processos localizados em
✔ resposta: A organelas peculiares, são inibidos, sendo que esta
inibição é acompanhada de redução na produção
de ATP e GTP. A exposição das formas amastigo-
Questão 2 dificuldade: tas por quatro horas, nas doses de 150 a 500mg de
Sb+5/mL, resultaram em um decréscimo de certos
Y Dica do professor: Na ocorrência de lesões típicas substratos, dose dependente de CO2. Se expostos
de leishmaniose, o diagnóstico clínico e epidemioló- a 500mg de Sb+5/mL, observou-se a queda no nível
gico pode ser realizado, especialmente se o pacien- de produção de CO2 a partir da glicólise, facilitando
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te procede de áreas endêmicas ou esteve presente a destruição do parasito. Alternativa E: INCORRE-
em lugares onde há casos de leishmaniose. O diag- TA. Os casos de leishmaniose cutânea difusa, são
nóstico clínico-epidemiológico pode ser comple- considerados raros e de difícil tratamento, devendo
mentado pela intradermorreação de Montenegro ser encaminhados para os centros de referência.
positiva e eventualmente pela resposta terapêutica. Pois, a leishmaniose cutânea difusa é relativamente
Entretanto, a confirmação desse diagnóstico por resistente ao tratamento.
métodos parasitológicos é fundamental tendo em
✔ resposta: E
vista o número de doenças que fazem diagnóstico
diferencial com a leishmaniose tegumentar.
Alternativa A: CORRETA. No ciclo de transmissão da Questão 3 dificuldade:
Leishmania guyanensis, no Brasil, aparentemente
Y Dica do professor: A leishmaniose é uma doença
está limitado à Região Norte (Acre, Amapá, Rorai-
crônica sistêmica de caráter insidioso a qual cursa
ma, Amazonas e Pará), estendendo-se para Guia-
com febre, síndrome consumptiva e visceromegalia.
nas. É encontrado principalmente em florestas de
terra firme – áreas que não se alagam no período Alternativa A: INCORRETA. A droga de escolha para
de chuvas. Já a L. braziliensis foi a primeira espécie o tratamento deste agente da LTA é o antimoniato
de Leishmania descrita e incriminada como agente de glucamina. Sendo que a anfotericina B e o iso-
etiológico da leishmaniose tegumentar americana. tionato de pentamidina também podem ser usados
É a mais importante, não só no Brasil, mas em toda como tratamentos alternativos.
a América Latina, sendo amplamente distribuída em Alternativa B: INCORRETA. Quando há suspeita de
todo país. Alternativa B: CORRETA. Atualmente o LT, a reação de Montenegro deve ser realizada e se
Brasil constitui o país com a mais alta prevalência for positiva deve ser interpretada como indicador
de LTA em que o parasita Leishmania braziliensis é de exposição dos pacientes a agentes do gênero
137
Leishmaniose tegumentar americana Dermatologia
Leishmania. Enduração local IGUAL ou MAIOR que Saúde como uma das seis mais importantes doen-
5 mm de diâmetro torna o teste positivo. ças infecciosas, pelo alto coeficiente de detecção
Alternativa C: INCORRETA. Nas biópsias das lesões e capacidade de produzir deformidades. Caracte-
por LT não são verificados inúmeros bacilos álcool- riza-se por ser uma doença não contagiosa, cau-
-ácido resistentes. sada por diferentes espécies de protozoários do
gênero Leishmania, apresentando insetos fleboto-
Alternativa D: CORRETA. Um resultado negativo NUN-
míneos como vetores. Seu período de incubação
CA deve ser suficiente para se pensar em excluir o
no ser humano é, em média, de dois a três meses,
diagnóstico
podendo variar de duas semanas a dois anos. Sua
✔ resposta: D forma clínica mais proeminente é a leishmaniose
cutânea. Cursa com úlcera indolor, localizada em
áreas expostas da pele, com aspecto arredondado
Questão 4 dificuldade:
ou ovalado, com base eritematosa, infiltrada, con-
Y Dica do professor: Paciente jovem com quadro sistência firme, bordas bem delimitadas e elevadas,
de diarreia com produtos patológicos associado fundo avermelhado e com granulações grosseiras.
a lesões ulceradas, dolorosas, de bordas elevadas Pode apresentar infecção bacteriana associada,
e fundo necrótico em região anterior de membro com dor local e exsudato seropurulento. Estas, ao
inferior com colonoscopia que revela presença de evoluir para cura, costumam deixar cicatrizes atró-
úlceras serpiginosas no íleo distal, com deforma- ficas, deprimidas, com superfície lisa, áreas de hipo
ção da válvula ileocecal assim suspeitamos estar ou hiperpigmentação e traves fibrosas.
diante de um quadro de uma doença inflamatório Alternativa A: INCORRETA.
intestinal, mais especificamente doença de crohn Alternativa B: INCORRETA.
que cursa com as alterações descritas tanto extra
Alternativa C: CORRETA. Na ocorrência de lesões tí-
colônicas como de endoscopia.
picas de leishmaniose, o diagnóstico clínico e epi-
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Alternativa A: INCORRETA. O uso de mesalazina pode demiológico pode ser realizado, especialmente se
ser realizado para controle, porém antibioticoterapia o paciente procede de áreas endêmicas ou esteve
nesse momento não tem indicação presente em lugares onde há casos de leishmaniose.
Alternativa B: INCORRETA. Os anticorpos anticitoplas- O diagnóstico laboratorial constitui-se basicamente
ma de neutrófilos (P-ANCA) são encontrados em de três grupos de exames: parasitológicos (exame
70% dos pacientes com Colite Ulcerosa e apenas direto e indireto), imunológicos (teste intradérmico
em 20% dos indivíduos com Doença de Crohn. A – IDRM) e sorológicos.
presença de CASCA e ausência de PANCA suporta Alternativa D: INCORRETA. As drogas de primeira
o diagnóstico de Doença de Crohn escolha no tratamento das leishmanioses são os
Alternativa C: CORRETA. antimoniais pentavalente.
Alternativa D: INCORRETA. A formação de cálculos é Alternativa E: INCORRETA. É uma doença de notifica-
mais comum nestes pacientes do que na popula- ção compulsória.
ção em geral, principalmente cálculos de oxalato ✔ resposta: C
de cálcio.
✔ resposta: C
Questão 6 dificuldade:
dificuldade:
Y Dica do professor: A Leishmaniose Tegumentar
Questão 5
(LT) é uma doença infecciosa, não contagiosa, que
Y Dica do professor: A Leishmaniose Tegumentar, provoca úlceras na pele e mucosas. A doença é
também conhecida como leishmaniose americana, causada por protozoários do gênero Leishmania.
constitui-se como um problema de saúde pública, A Leishmania braziliensis foi a primeira espécie de
sendo considerada pela Organização Mundial de Leishmania descrita e incriminada como agente
138
Leishmaniose tegumentar americana Cap. 7
etiológico da LT. É a mais importante, não só no que se constitui num grande problema de saúde
Brasil, mas em toda a América Latina. Os vetores pública mundial, não só pela grande prevalência e
da Leishmaniose Tegumentar (LT) são insetos co- fácil transmissibilidade, mas pelo desafiador ma-
nhecidos popularmente, dependendo da localização nejo, já que apresenta uma variedade de agentes,
geográfica, como mosquito palha, tatuquira, birigui, reservatórios, hospedeiros e vetores, com diferen-
entre outros. A transmissão LT ocorre pela picada tes padrões de transmissão.
de fêmeas infectadas desses insetos. Alternativa A: INCORRETA. As características clínicas
Alternativa A: INCORRETA. Trata-se de um fungo, que das lesões cutâneas e os seus aspectos histológi-
pode gerar doença em plantas. cos variam de acordo a espécie do protozoário. As
promastigotas após entrarem em contanto com a
Alternativa B: CORRETA. A Leishmaniose Cutânea
superfície cutânea, aderem-se à superfície dos ma-
Localizada (LCL) é a apresentação clínica mais
crófagos e células de Langerhans, células do siste-
comum da LT e começa como uma pápula cor-de-
ma imune da pele. Após a ruptura dos macrófagos
-rosa que aumenta e se desenvolve em um nódulo
pelos parasitos, há a propagação da infecção com
ou lesão tipo placa (geralmente com amolecimen-
liberação de partículas antigênicas. Quando essas
to central), levando a uma ulceração indolor com
partículas são apresentadas ao sistema imune, a
borda endurecida. Essa descrição condiz com a
intensidade e a qualidade da resposta imune es-
história do paciente. além disso, a questão deixa
pecífica vão predizer a evolução da doença para:
a entender que o paciente mora em uma zona en-
cura espontânea, formas autolimitadas ou formas
dêmica da doença, pois outras crianças tiveram a
progressivas. Assim, a manifestação clínica tam-
doença, que é adquirida através de picada de mos-
bém depende do estado imunológico do indivíduo.
quito contaminado.
Alternativa B: CORRETA. Conforme exposto no pró-
Alternativa C: INCORRETA. A paracoccidioidomicose é
prio enunciado, a doença envolve possíveis defor-
uma doença micótica endêmica sistêmica causada
midades e afeta o âmbito psicológico, com isso
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pelos fungos termicamente dimórficos do gênero
refletindo nos aspectos sociais e econômicos. Um
Paracoccidioides. Duas espécies são reconheci-
estudo feito no Maranhão serve de exemplo para
damente causadoras de paracoccidioidomicose:
o que ocorre em vários locais do Brasil: “A LTA no
Paracoccidioides brasiliensis e Paracoccidioides
interior do Maranhão pode ser considerada uma
lutzii. Geralmente afeta homens que trabalham na
doença ocupacional por acometer principalmente
agricultura e têm entre 30 e 60 anos de idade. Ape-
indivíduos do sexo masculino, em fase produtiva,
sar de ser uma doença sistêmica, os sítios mais
devido ao trabalho associado ao desflorestamento.”
acometidos são os pulmões e as mucosas.
(Silva, Tereza Cristina, et al. “”Perfil epidemiológico
Alternativa D: INCORRETA. O Bacilo de Koch é o res- da leishmaniose tegumentar americana (LTA) em
ponsável por causar tuberculose. A tuberculose municípios do interior do estado do Maranhão, Bra-
tem como principal sítio o pulmão, porém pode sil.”” Revista Saúde-UNG-Ser 4.1 Esp (2010): 88.).
acometer qualquer parte do corpo nas mais varia- Uma das formas de transmissão é a ocupacional,
das manifestações. Porém o paciente está muito que ocorre em locais de exploração ambiental, para
bem clinicamente e além disso outras crianças construção de estradas ou para o desenvolvimento
também tiveram a mesmas lesões, o que fala con- da agropecuária, por exemplo.
tra tuberculose. Alternativa C: INCORRETA. A transmissão ocorre ex-
✔ resposta: B clusivamente pela picada de insetos transmissores
infectados.
Alternativa D: INCORRETA. Segundo o Ministério da
Questão 7 dificuldade:
Saúde, o período de incubação da doença no ser
humano é, em média, de dois a três meses.
Y Dica do professor: Essa questão aborda alguns
aspectos da Leishmaniose, uma antropozoonose ✔ resposta: B
139
Leishmaniose tegumentar americana Dermatologia
Questão 9 dificuldade:
Y Dica do professor: O ectima contagioso caracteri-
za-se por lesões crostosas, afetando principalmente
Y Dica do professor: A esporotricose é uma micose ovinos e caprinos, embora também possa ser trans-
subcutânea que surge pela infecção do fungo de mitida ao homem. A cromomicose tem evolução
gênero Sporothrix. Entra no organismo por meio crônica e as lesões se caracterizam pela presença
de ferida da pele – acidentes com lascas, espi- de nódulos, lesões verrucosas e placas atróficas,
nhos, arranhaduras e mordedura de animais doen- afetando preferencialmente membros inferiores.
tes. A forma clínica mais comum é a linfocutânea A primoinfecção da tuberculose na pele é muito rara;
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(nódulos seguindo trajeto do sistema linfático da caso aconteça, desenvolve-se o complexo primário
região acometida). O diagnóstico diferencial com tuberculoso e a lesão local é denominada de can-
a Leishmaniose ocorre justamente porque ambas cro tuberculoso, que surge três a quatro semanas
as doenças cursam com a chamada disseminação após a inoculação, caracterizada por pápula, placa
esporotricoide, significando uma linfangite nodular ou nódulo que evolui cronicamente para ulceração
a partir da inoculação. A reação de Montenegro é e fistulização (abcesso frio), com ou sem linfangite.
um teste prognóstico e avalia a hipersensibilidade Na sua forma cutaaneolocalizada, a esporotrico-
celular tardia (resposta Th1). Não é diagnóstica! O se se caracteriza por um nódulo avermelhado que
antimonial pentavalente (glucantime) é a primeira pode ser duro, com superfície áspera ou ulcerada,
escolha para a maioria dos pacientes com leishma- além de linfangite. Além dos membros superiores,
niose, com taxa de resposta alta. O critério de cura as lesões podem acometer as mucosas (olhos e a
é essencialmente clínico, sendo que as lesões cutâ- boca). As lesões da leishmaniose tegumentar ame-
neas podem demorar de 4 a 6 semanas para regredir! ricana começam como pápulas, que evoluem para
✔ resposta: A úlceras indolores com fundo granuloso e bordas
altas e eritematosas, podendo apresentar apenas
uma ou múltiplas lesões.
resposta: D
Questão 10 dificuldade:
✔
140
Leishmaniose tegumentar americana Cap. 7
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142
Capítulo
DERMATOVIROSES
8
importância/prevalência
u São 3 grupos principais de vírus a serem lembrados: os Herpes vírus, os HPVs e o Pox.
u Herpes simples, Herpes zóster e Varicela são doenças do mesmo grupo viral: o do Herpes vírus.
u HPVs são causadores de verrugas simples (em pele e mucosas) e também de neoplasias malignas.
u A doença conhecida como “Molusco Contagioso” é causada por um vírus do grupo Pox.
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u
imunossupressão ou ocorrer espontaneamente.
diferentes, podem causar doenças diferentes.
2.1. HSV-1
DICA
Os vírus podem ser constituídos por material
genético DNA ou RNA! u Causador de lesões faciais, principalmente oro-
labiais.
W O paciente relata pródromos no local cerca
de 24 horas antes do surgimento de lesões.
2. H ERPES VÍRUS HUMANO
W O quadro é autolimitado e resolve-se em 2 a
5 dias.
u Os herpes vírus relevantes são: HSV-1 (Herpes
vírus simplex-1), HSV-2 (Herpes vírus simplex-2)
DICA
e HSV-3 (Herpes vírus simplex-3), este também Crianças podem ter o quadro de “gengivoes-
conhecido como VZV (Varicela Zoster vírus). tomatite herpética”: lesões orais acompanhadas
de sintomas sistêmicos, como febre. Adultos não
u A transmissão ocorre por contato pessoal através
costumam apresentar sintomas sistêmicos.
de lesões ativas ou secreções salivares e geni-
tais de pacientes sintomáticos e assintomáticos;
porém, lesões ativas transmitem mais.
143
Dermatoviroses Dermatologia
Fonte: Bolognia.1
Fonte: SBD-SP.2
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2.2. HSV-2
144
Dermatoviroses Cap. 8
3.1. VARICELA
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cos que o acompanham.
“células gigantes multinucleadas” e “balonização”.
u Duração de 2 a 4 semanas antes de regredir.
Fonte: Bolognia.1
2.5. TRATAMENTO
u Sempre deve ser sistêmico e não por via tópica. Fonte: Bolognia.1
u O medicamento de escolha é Aciclovir, 200 mg
via oral, 5x ao dia, por 10 dias na primoinfecção
e por 5 dias na recorrência.
145
Dermatoviroses Dermatologia
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Fonte: Bolognia.1
DICA
A principal complicação de qualquer quadro
herpético é a nevralgia pós-herpética (quadro de dor
que dura mais de três meses após a resolução da
infecção), e que ocorre em 30% dos casos.
3.4. TRATAMENTO
146
Dermatoviroses Cap. 8
DICA
É uma das DSTs mais comuns!
Fonte: Bolognia.1
5. P OX VÍRUS
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u Causadores de Papulose Bowenóide e Eritropla-
u O tratamento é feito por métodos de excisão ou
sia de Queyrat. destrutivos, como curetagem e aplicação de áci-
dos; no entanto, o tratamento expectante, com
W Ambas são consideradas lesões “pré-malig-
regressão espontânea, também é possível.
nas”, nomeadas como Carcinoma Espinoce-
lular (CEC) in situ.
Figura 14. Molusco Contagioso.
Fonte: Bolognia.1
Fonte: Bolognia.1
147
Dermatoviroses Dermatologia
REFERÊNCIAS
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Dermatoviroses Cap. 8
QUESTÕES COMENTADAS
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transmissão ocorre, em indivíduos suscetíveis, via
⮦ Utilizar compressas de acetato de alumínio pode
contato com gotículas aerossolizadas de secreção
promover limpeza da lesão e alívio dos sintomas.
de orofaringe provenientes da pessoa infectada,
O fanciclovir apresenta desvantagens em relação
ou por contato com o líquido presente nas lesões
ao aciclovir em se tratando de farmacocinética
cutâneas. Trata-se da transmissão de:
e farmacodinâmica.
⮧ Quando indicados, o valaciclovir e o aciclovir ⮦ Rubéola.
devem ser usados, não havendo diferença na ⮧ Sarampo.
resposta entre eles.
⮨ Covid-19.
⮨ O uso de corticosteróides está indicado, tendo
⮩ Coxsackie B.
em vista a evidência de resolução acelerada das
lesões com o seu uso. ⮪ Varicela.
(AUTARQUIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE APUCARANA – PR – 2022) ⮦ Tem pico de incidência entre 3 e 10 anos de idade;
Sobre a varicela, assinale a alternativa CORRETA:
⮧ Em adultos o acometimento genital é raro;
I. Herpes Zoster e varicela são infecções causadas ⮨ No quadro disseminado não deve ser excluída a
pelo mesmo vírus. possibilidade de HIV;
149
Dermatoviroses Dermatologia
⮦ Este é um vírus de baixa contagiosidade, não (HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE TERESÓPOLIS COSTANTINO OT-
sendo indicado prevenção de contato. TAVIANO2020) Em qual dos pacientes abaixo está
⮧ A varicela se apresenta como lesões monomór- indicada a vacinação contra varicela-zoster vírus?
ficas, de aparecimento súbito e simultâneo em
todo o tegumento. ⮦ Gestante de 16 semanas que nunca teve varicela
⮨ A vacina contra o vírus varicela zoster não é ⮧ Paciente soropositivo, em terapia antirretroviral,
eficaz, sendo efetiva em menos de 30% dos pa- com contagem de CD4+ > 500 μL
cientes vacinados. ⮨ Idosa submetida a transplante de células tronco
⮩ Após a resolução da primo-infecção o vírus ca- hematopoéticas
minha pelos nervos periféricos até os gânglios ⮩ Atleta de 23 anos não imunizado previamente
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nervosos, onde podem permanecer em latência em viagem a país tropical
por toda a vida ou manifestar doença na forma
⮪ Paciente com diagnóstico recente de linfoma
do herpes-zoster.
não Hodgkin
Questão 6
Questão 8
(SPPUC - SOROCABA2021) A foto abaixo é de José, 52
anos. Ele procurou um dermatologista, porque as (PRASSOCIAÇÃO MÉDICA DO PARANÁ2020) Escolar de 9
lesões vesiculosas estão aumentando do lado di- anos em acompanhamento por dermatite atópica
reito de suas costas e ele sente dor de forte inten- há vários anos, iniciou há 3 dias com lesões cutâ-
sidade em queimação. Baseado na sua hipótese neas novas sobre as áreas da dermatite atópica.
diagnóstica você prescreveria: Estas lesões são vesicopustulares múltiplas e pru-
riginosas. As lesões vesiculares são umbilicadas,
tendem a se unir e formam crostas. Em relação ao
caso, analise as assertivas abaixo.
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Dermatoviroses Cap. 8
Questão 9
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Dermatoviroses Dermatologia
GABARITO E COMENTÁRIOS
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acetato de alumínio em água (Solução de Burow),
de febre, cefaleia e mal-estar. As lesões elemen-
sendo usada como um curativo úmido adstringen-
tares são vesículas sobre base eritematosa, bas-
te para aliviar as condições inflamatórias da pele.
tante dolorosas. A erupção é unilateral, raramente
Alternativa A: CORRETA. Como visto acima. ultrapassando a linha mediana, seguindo o trajeto
Alternativa B: INCORRETA. Fanciclovir é rapidamente de um nervo.
absorvido e precisa de menos doses diárias. Afirmativa I: CORRETA. A Herpes Zoster e a varicela
Alternativa C: INCORRETA. Valaciclovir resolve as são infecções causadas pelo mesmo vírus, o Vari-
lesões mais rapidamente. cella-zoster, um vírus RNA da família Herpetoviridae.
Alternativa D: INCORRETA. Corticoides não são uti- Afirmativa II: INCORRETA. O Herpes Zoster também
lizados para acelerar recuperação, porém podem pode ocorrer em indivíduos imunocompetentes.
ser utilizados como analgesia adjuvante. Afirmativa III: INCORRETA. O período de incubação
✔ resposta: A varia entre 14 a 16 dias, podendo variar entre 10 a
20 dias após o contato.
✔ resposta: B
Questão 2 dificuldade: .
152
Dermatoviroses Cap. 8
comprovadamente transmissível através de lesões nos nervos cranianos, que ocorre décadas após a
cutâneas é a varicela. infecção primária de varicela. Entretanto, mesmo
após a cicatrização cutânea, a dor pode persistir por
✔ resposta: E
meses e até anos. Esta é uma das complicações
conhecida como neuralgia pós-herpética (NPH).
Questão 4 dificuldade: Alternativa A: INCORRETA. O vírus varicela zóster tem
alta contagiosidade, sendo indicada profilaxia para
Y Dica do professor: O molusco contagioso é uma
alguns cenários
infecção viral contagiosa relativamente comum nas
crianças. Tem como manifestação lesões surgem Alternativa B: INCORRETA . O diagnóstico é usualmente
nas áreas mais sensíveis com pequenas pápulas clÌnico, com o aparecimento de lesões vesiculares
brilhosas da cor da pele, translúcidas e indolores, características, em dias sucessivos, que evoluem
medindo, em média, 5 mm, que podem estar isola- para crostas em poucos dias. Com isso coexistem
das ou agrupadas, serem de variados tamanhos, e no mesmo paciente formas distintas de lesões.
terem como característica principal a presença de Alternativa C: INCORRETA. A vacina contra herpes-
umbilicação central. Nem sempre são numerosas -zóster é recomendada o para pessoas com 60
e se localizam, preferencialmente, no tronco, po- anos de idade ou mais, com o objetivo de prevenir
dendo, contudo, ocorrer em qualquer parte da pele, herpes-zóster e suas complicações. Ela é compos-
sendo que essas pápulas podem surgir em forma ta pelo mesmo vírus atenuado presente na vacina
de linha. Tem como agente etiológico o poxvírus. contra varicela, e é administrada em dose única.. A
Alternativa A: CORRETA. Os picos de incidência da eficácia da vacina na prevenção do herpes-zóster
doença ocorrem ao redor dos 3-4 anos de idade é de 70% para as pessoas de 50 a 59 anos de ida-
e no início da adolescência. Períodos que que há de, 64% para as pessoas de 60 a 69 anos de idade.
grande chance de contato pele a pele, principal- Alternativa D: CORRETA. O vírus varicela-zóster (VVZ)
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mente pelos contatos escolares. é um herpesvírus que causa a varicela e persiste de
Alternativa B: INCORRETA. Em adultos existe com forma latente no sistema nervoso após um quadro
maior frequência ao cometimento genital em de- de infecção primária. A reativação do VVZ em um
corrência do contato sexual. nervo craniano ou no gânglio dorsal da raiz, com
propagação ao longo do nervo sensorial para o der-
Alternativa C: INCORRETA. Em pacientes com HIV
mátomo, leva a manifestações cutâneas dolorosas,
a localização predominante das lesões é na face.
condição essa denominada herpes-zóster.
Alternativa D: INCORRETA. Esta é uma patologia de
evolução benigna, sendo que em geral é esperada
✔ resposta: D
involução espontânea no período descrito.
Alternativa E: INCORRETA. As lesões individuais po- Questão 6 dificuldade:
dem ser removidas de diversas maneiras como a
remoção cirúrgica, por raspagem, curetagem ou
Y Dica do professor: Na foto em questão temos
congelamento; ou por meio de eletrocirurgia com uma lesão descrita como vesículas sobre base eri-
agulhas. tematosa, seguindo trajeto de dermátomo. A dor
intensa é um sintoma que corrobora a hipótese de
✔ resposta: A herpes zóster. Causado pela reativação do vírus va-
ricela-zóster, o herpes zóster é caracterizado pelo
dificuldade:
surgimento de lesões dolorosas que seguem der-
Questão 5
mátomo. O tratamento deve ser iniciado de forma
Y Dica do professor: Infecção pela varicela zóster.O precoce para evitar infecção secundária e neuralgia
herpes-zóster (HZ) é uma erupção cutânea vesicu- pós-herpética. Deve ser realizado com aciclovir via
lar dolorosa resultante da reativação do vírus vari- oral na dose de 800mg 5 vezes ao dia por 7 a 10
cela-zóster (VVZ) nos gânglios da raiz dorsal ou dias. Outras opções são valaciclovir ou fanciclovir.
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Dermatoviroses Dermatologia
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aplicação pela via subcutânea. É recomendada de
Alternativa correta: A ( I e II são proposições verda-
rotina para crianças a partir de 12 meses (hoje pelo
deiras, sendo a segunda justificativa da primeira.)
MS são realizadas duas doses: a primeira aos 15
meses e a segunda aos 4 anos de idade). Excepcio- ✔ resposta: A
nalmente, em situações de surto em enfermarias,
uma dose de bloqueio em pacientes suscetíveis dificuldade:
Questão 9
pode ser feita. A vacina é contraindicada em: Pes-
soas que tiveram anafilaxia causada por qualquer Y Dica do professor: Guarde esse tema para a prova:
dos componentes da vacina ou após dose anterior, as doenças exantemáticas na Pediatria! É um acerto
gestantes, pessoas com deficiência do sistema imu- garantido, se a clínica e o agente infeccioso estive-
nológico, seja por doença ou tratamento imunosu- rem bem memorizados. Temos uma criança com
pressor (A vacinação só deve ser realizada quando um quadro de febre alta, que pode estar associado
o receptor da mesma tiver mais de 500 linfócitos/ a úlceras orais e sintomas respiratórios. Quando a
mm³ e número de neutrófilos também superior a febre desaparece, surge um rash maculopapular.
500/mm³). No caso de quimioterapia contínua, é Essa é a descrição clássica da sexta doença, exan-
recomendável a suspensão da mesma uma sema- tema súbito ou roséola, causado pelo herpes vírus
na antes e uma semana depois de cada injeção da tipo 6 e 7. Vamos às alternativas:
vacina. Transfusão recente de sangue, plasma ou Alternativa A: INCORRETA. O adenovírus do tipo 11
gamaglobulina hiperimune (deve-se adiar a vacina- pode causar cistite hemorrágica, com hematúria
ção por três meses). Portanto, a resposta correta autolimitada.
corresponde à letra B.
Alternativa B: CORRETA. Como supracitado, a doença
✔ resposta: B é causada pelo herpes vírus (tipos 6 e 7).
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Dermatoviroses Cap. 8
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Fixe seus conhecimentos!
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156
Capítulo
ONCODERMATOLOGIA
9
importância/prevalência
u O maior fator determinante ambiental para o câncer não melanoma é a exposição a raios UV, sendo muito
incomum o aparecimento dessas neoplasias em áreas fotoprotegidas. Pessoas com pele mais clara têm
maior predisposição à doença.
u Nem toda lesão de pele surgida por exposição solar prolongada é neoplásica.
u Dentre as neoplasias não melanoma, duas têm maior importância neste capítulo: o Carcinoma Basocelular
(CBC) e o Carcinoma Espinocelular (CEC).
u CBC é a neoplasia de pele não melanoma mais comum, enquanto o CEC é a mais letal.
u Excisão cirúrgica é classicamente a primeira opção terapêutica para essas entidades.
u O melanoma é o subtipo mais raro e mais agressivo de câncer de pele.
u O Melanoma Extensivo Superficial é o subtipo mais comum.
u Lesão suspeita de melanoma = biópsia excisional.
u A ampliação cirúrgica das margens é definida pela espessura tumoral (Breslow).
u A pesquisa de linfonodos sentinela é feita nos tumores com espessura ≥ 1 mm e nos tumores com espes-
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sura < 1 mm associados com fatores de risco.
157
Oncodermatologia Dermatologia
W Elastose solar é a degeneração das fibras colá- Figura 3. Leucodermia Gutata Solar.
genas e elásticas, conferindo aspecto de pele
“apergaminhada” vista muitas vezes em dorso
de pescoço. Também não representa perigo.
Fonte: Dermatologia.net.3
2. LESÕES PRÉ-MALIGNAS
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u
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Oncodermatologia Cap. 9
DICA
Alguns autores já consideram a doença de
Bowen como CEC verdadeiro. Pela controvérsia,
dificilmente esta distinção será cobrada em provas.
DICA
CBCs raramente desenvolvem metástase.
DICA
A principal complicação é a invasão e des-
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truição local; no entanto, essa invasão raramente
atinge o tecido celular subcutâneo.
Fonte: Dermatology11/Shutterstock.com5
3. C ARCINOMA 4. C ARCINOMA
BASOCELULAR (CBC) ESPINOCELULAR (CEC)
u É o câncer de pele mais comum (80%), porém é u É o segundo tipo de câncer de pele não melanoma
o menos agressivo. mais comum – exceto em pacientes transplan-
u Não há estágio pré-maligno para CBC, como tados, nos quais se torna o primeiro.
ocorre com o CEC. u Com frequência apresenta lesão facilmente san-
u Existem subclassificações para o CBC, conforme grante e friável, recoberta por crostas.
sua apresentação. O subtipo mais frequente é o
CBC nodular, que ocorre principalmente na face.
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Oncodermatologia Dermatologia
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prévia, receberá o nome de “úlcera de Marjolin”.
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Oncodermatologia Cap. 9
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5. M ELANOMA
u O tratamento destas neoplasias é preferencial- u A maioria dos tumores surge de novo, ou seja,
mente por excisão cirúrgica, reservando-se as a partir da pele sã, mas ocasionalmente podem
demais opções, como radioterapia ou criocirurgia, ocorrer a partir de lesões precursoras, como o
para quando a primeira estiver contraindicada. nevo displásico e o nevo congênito.
W Os parâmetros cirúrgicos são definidos, entre
outros fatores, pela localização dos tumores,
sendo que a ocorrência destes no local “da
máscara facial” indica tumores de maior risco.
161
Oncodermatologia Dermatologia
tigo maligno.
5.1.4. Melanoma nodular
u É mais comum nas áreas fotoexpostas de idosos.
DICA
Figura 12. Lentigo maligno melanoma.
É o segundo subtipo mais comum (15-30%
dos casos).
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u
DICA
É o mais associado a lesões névicas precur-
soras.
DICA
Suas localizações mais frequentes são tronco
(homens) e membros inferiores (mulheres).
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Oncodermatologia Cap. 9
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W Presença de regressão.
5.2. DIAGNÓSTICO, ESTADIAMENTO W Presença de satelitose.
E TRATAMENTO
u Após a confirmação diagnóstica do melanoma,
deve ser feito o estadiamento. Devem ser levados
u A regra do ABCDE é o algoritmo diagnóstico
em conta aspectos histopatológicos, presença
mais utilizado:
de ulceração, disseminação neoplásica para
W A: Assimetria. linfonodos, metástases a distância e os níveis
W B: Bordas irregulares. séricos de desidrogenase láctica (DHL).
W C: Coloração heterogênea. W Doença localizada: estágios 0, I (A e B) e II
W D: Diâmetro igual ou superior a 6 mm. (A, B e C).
W E: Evolução (aumento em tamanho ou mudan- W Doença regional: estágio III (A, B e C).
ça do aspecto). W Doença metastática: estágio IV.
DICA DICA
Em caso de lesão suspeita, é indicada a Exames de imagem e exames laboratoriais
realização de biópsia excisional com inclusão do não são indicados para pacientes com melanoma
tecido subcutâneo. Quando não for possível, como em estágios 0-2 assintomáticos. A partir do estágio
no caso de lesões muito extensas, deve ser feita 3, indica-se a realização de exames de imagem
biópsia incisional. (tomografia computadorizada de tórax, abdome e
pelve e ressonância magnética de crânio). A reali-
zação de ultrassonografia das cadeias linfonodais
u Os parâmetros mais importantes no diagnóstico
deve ser feita apenas na presença de linfonodos
do melanoma são:
palpáveis.
W Subtipo histológico.
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Oncodermatologia Dermatologia
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palmente dos genes BRAF e KIT). Algumas das 9. Bolognia J, Jorizzo JL, Schaffer JV. Dermatology. 4. ed.
Philadelphia: Elsevier Saunders; 2017.
drogas comumente utilizadas são Dabrafenibe,
Imatinibe e Ipilimumabe.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
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Oncodermatologia Cap. 9
QUESTÕES COMENTADAS
Questão 3
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(UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO – 2019) Sobre tumores
cutâneos, assinale a opção INCORRETA:
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Oncodermatologia Dermatologia
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USP – SP – 2022) Mulher de 56 anos notou surgimento
de lesão escurecida e irregular em antebraço direito. Questão 7
A biópsia da lesão identificou melanoma nodular,
(AUTARQUIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE APUCARANA – PR – 2021)
com Breslow de 0,5 milímetro, sem regressão, sem
O melanoma é a neoplasia maligna originada dos
invasão angiolinfática, sem mitoses e com ulceração.
melanócitos, células presentes na camada basal
Ao exame físico: cicatriz da biópsia em antebraço
da epiderme, responsáveis pela produção de me-
direito em bom aspecto e sem sinais de recidiva
lanina, substância que determina a coloração da
local, cadeia linfática axilar direita sem massas ou
pele e que tem importante função protetora contra
adenomegalias. Os exames radiológicos não mos-
os efeitos nocivos de radiações solares. Sobre a
traram sinais de metástases em outros órgãos. Qual
abordagem inicial do melanoma cutâneo, assinale
condutas devem ser implementadas?
a alternativa correta:
⮦ Ampliação de margens de 2 cm e linfadenecto-
⮦ A incisão, com margens laterais de 1 a 3 mm,
mia axilar ipsilateral.
deve incluir apenas epiderme e derme.
⮧ Ampliação de margens de 2 cm e biópsia de lin-
⮧ Biópsia excisional (elíptica) é a modalidade reco-
fonodo sentinela.
mendada para o diagnóstico da lesão suspeita
⮨ Ampliação de margens de 1 cm e biópsia de lin- de melanoma.
fonodo sentinela.
⮨ A biópsia por “shave superficial” não está indicada
⮩ Ampliação de margens de 1 cm e linfadenecto- no diagnóstico do melanoma, pois superestima
mia axilar ipsilateral. a espessura de Breslow.
⮩ Diante de um paciente com doença metastática,
o gene DDR1 deve ser pesquisado para avaliação
de terapia-alvo.
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Oncodermatologia Cap. 9
Questão 9
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de 1,5 cm de diâmetro, no tórax. Diante da suspeita
de melanoma, qual é a conduta mais adequada?
⮦ Biópsia incisional.
⮦ Biópsia excisional com margens de 1 a 2 mm,
incluindo tecido adiposo subjacente. ⮧ Biópsia por raspagem.
⮧ Biópsia incisional sem chegar no tecido adiposo ⮨ Biópsia e pesquisa do linfonodo sentinela.
para não ocorrer disseminação do tumor. ⮩ Biópsia excisional.
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Oncodermatologia Dermatologia
GABARITO E COMENTÁRIOS
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comum entre os asiáticos (30% a 50% dos casos)
Questão 2 dificuldade:
e afrodescendentes (70% dos casos). O Lentigo
maligno é um melanoma in situ, de crescimento
Y Dica do professor: Essa questão você mata se
radial e lento, que acomete áreas fotoexpostas
lembrar do mnemônico da nossa aula: quais são
principalmente em idosos. O Carcinoma basoce-
os fatores de mau prognóstico para melanoma?
lular pigmentado pode ter uma coloração do cas-
Lembre-se dos EDELMUTHS = Espessura (Breslow),
tanho ao preto, devido à melanina, simulando nevo
Distância (metástase), Extensão (linfática, vascular
melanocítico, ceratose seborreica ou melanoma.
ou perineural), Linfonodo acometido, Mitose (índi-
O câncer de pele é o tipo de câncer mais comum
ce mitótico alto), Ulceração, Tamanho e Satelitose.
nos pacientes transplantados, sendo o carcinoma
Além disso, devemos lembrar que a conduta para
espinocelular o mais frequente. Normalmente, as
diagnóstico de melanoma é biópsia EXCISIONAL.
lesões surgem de dois a quatro anos após o trans-
Vamos às alternativas:
plante. A exposição solar é um dos principais fatores
Alternativa A: INCORRETA. A conduta é biópsia ex- de risco para o CEC, implicando no surgimento de
cisional. suas lesões pré-malignas, chamadas de ceratoses
actínicas. Além disso, pessoas que têm uma maior
Alternativa B: INCORRETA. Ausência de ulceração é
sensibilidade à radiação solar (como no xeroderma
fator de bom prognóstico.
pigmentoso), bem como indivíduos com doenças
Alternativa C: INCORRETA. A conduta é biópsia ex- crônicas que gerem lesões crônicas de pele (como
cisional. o LES), também possuem uma maior incidência de
CEC associada.
Alternativa D: CORRETA. Atentar que aqui ele diz Bres-
low de 0,3 cm = 3 mm (cuidado para não confundir!). ✔ resposta: A
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Oncodermatologia Cap. 9
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isso. Nesse caso, como há presença de ulceração, lesões pequenas, brilhantes, firmes, quase translú-
está, sim, indicada biópsia de linfonodo sentinela. cidas, com telangiectasias, normalmente na face
Vamos às alternativas que temos: (trígono de maior exposição solar da face). Obser-
vando a história clínica e a imagem fornecidas pela
Alternativa A: INCORRETA. A ampliação de margem
banca, é o diagnóstico mais provável.
para Breslow < 1 mm é de 1 cm, e, como não há
linfonodomegalia suspeita, não está indicada lin- Alternativa C: INCORRETA. O linfoma cutâneo, apesar
fadenectomia. de prevalente na faixa etária acima dos 50 anos,
não costuma apresentar-se como nódulo cutâneo,
Alternativa B: INCORRETA. A ampliação de margem mas sim como lesão descamativa, avermelhada e
deve ser de 1 cm. pruriginosa, sendo, inclusive, confundido com rea-
Alternativa C: CORRETA. Vide dica do professor. ções alérgicas inicialmente. A forma centrofolicu-
lar e da zona marginal pode apresentar-se como
Alternativa D: INCORRETA. Não há indicação, neste
nódulo avermelhado e endurecido, entretanto, é
momento, de linfadenextomia axilar.
mais comum na cabeça e nas porções superiores
✔ resposta: C do tórax e dorso.
Alternativa D: INCORRETA. A esporotricose é uma
doença fúngica adquirida por contato do fungo
Questão 6 dificuldade:
com pele ou mucosa traumatizada, por exemplo,
por acidentes com espinho, madeira, palha. A lesão
Y Dica do professor: Pacientes com lesões de pele
cutânea inicial é muito semelhante a uma picada de
devem ser investigados para os principais diag-
inseto, podendo evoluir com formação de úlceras.
nósticos diferenciais, sempre estando alerta para
a possibilidade de diagnóstico maligno, fazendo-se ✔ resposta: B
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Oncodermatologia Dermatologia
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invasão (Breslow), fator mais importante relaciona-
pois SUBESTIMA a espessura de Breslow.
do ao prognóstico e tratamento dessa neoplasia.
Alternativa D: INCORRETA. Diante de um paciente com
doença metastática, devemos pesquisar mutação ✔ resposta: A
do gene BRAF para avaliação de terapia-alvo.
✔ resposta: B Questão 10 dificuldade:
170
Capítulo
HANSENÍASE
10
importância/prevalência
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1. I NTRODUÇÃO 2. E PIDEMIOLOGIA
u Hanseníase é doença de alta prevalência no Bra- u A Hanseníase incide em ambos os sexos e todas
sil e no mundo. as idades, mas é menos em comum em crianças.
u Antigamente era conhecida como “lepra”; porém, o u Mais de 90% das pessoas têm resistência natu-
nome foi mudado por seu caráter estigmatizante. ral ao bacilo.
u Trata-se de doença de evolução extremamen- u Nos últimos anos, a prevalência da hanseníase
te crônica e de tratamento demorado, mas que no Brasil apresentou queda, resultado este atri-
leva à cura. buído, em parte, à introdução da poliquimiote-
u A hanseníase é uma grande causadora de sequelas rapia (PQT).
neurais, com incapacidades físicas importantes u O Brasil, no entanto, ainda é o segundo colocado
e deformidades, devido à grande capacidade do na lista de países com maior número de casos
bacilo de provocar lesões neurais. novos registrados por ano.
u O Brasil adere às recomendações de Estratégia u O nervo mais acometido pela hanseníase é o
Global de Hanseníase, da OMS. nervo ulnar.
u A estratégia possui três pilares: “o fortalecimen-
to do controle e da parceria governamental, o DICA
O diagnóstico precoce da hanseníase e o seu
combate da hanseníase e suas complicações, e tratamento adequado evitam a evolução da doença
o enfrentamento da discriminação com promo- e, consequentemente, impedem a instalação das
ção da inclusão social”. incapacidades físicas por ela provocadas.
171
Hanseníase Dermatologia
DICA
3. AGENTE ETIOLÓGICO A pele íntegra, mesmo acometida por lesão
de hanseníase, não transmite a doença.
DICA
A classificação operacional é importante
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para definir qual esquema de tratamento o paciente
irá receber! Veremos isso na seção de tratamento,
mais para a frente.
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Hanseníase Cap. 10
DICA DICA
Não confunda! A Hanseníase Tuberculoide Decore isto: A primeira sensibilidade a ser
não tem nada a ver com a doença Tuberculose. perdida é a térmica, seguida pelo dolorosa e, por
último, a tátil.
DICA
Algumas provas podem chamar a Hanseníase
Dimorfa pelo seu nome em língua inglesa, que é
u Esta é a única forma que não gera incapacidades
“Hanseníase Borderline”. físicas ao paciente, pois não acomete troncos
nervosos, apenas ramos periféricos.
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173
Hanseníase Dermatologia
DICA
O teste de Mitsuda, quando positivo, indica
forte resposta Th1. Por isso, é um teste prognóstico,
e não diagnóstico.
DICA
O espessamento de nervos de um tronco em
direção a uma lesão de pele com formato ovoide
pode formar o aspecto de “raquete de tênis”.
Fonte: Ministério da Saúde.2
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DICA
Vamos decorar! O teste de Mitsuda, quando
negativo, indica fraca resposta Th1. Por isso, é um
teste prognóstico, e não diagnóstico.
174
Hanseníase Cap. 10
DICA DICA
“Madarose” é o termo que indica perda de Pense nas lesões desta forma como uma
sobrancelhas e não é patognomônico de hanseníase, mistura das formas Tuberculoide e Virchowiana:
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ocorrendo também em outras doenças de pele. elas são mal delimitadas por fora e bem delimitadas
por dentro!
DICA
Por haver classificações e subclassificações
diferentes, este aspecto da hanseníase Dimorfa
raramente cai em provas de acesso direto. Só tenha
cuidado com aquelas questões que utilizam as
expressões “sempre” e “nunca”, ok?
175
Hanseníase Dermatologia
Indeterminada Hipocrômica Não elevada e mal delimitada Hipoestesias (mais comumente térmica)
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DICA
6.1. TESTES E EXAMES COMPLEMENTARES Existe um instrumento específico para testar e
quantificar a perda de sensibilidade da pele, também
u Exames podem auxiliar no diagnóstico (baci- utilizado em outras doenças, como a Dermopatia
loscopia), no prognóstico (teste de Mitsuda) ou Diabética. Chama-se “Estesiômetro ou Monofila-
na determinação de sequelas e incapacidades mento de Semmes-Weinstein”.
(testes sensitivos e motores).
Figura 8. Teste de sensibilidade com
Monofilamento de Semmes-Weinstein.
DICA
Atenção, a prova vai tentar confundi-lo com
isso! Não confunda o Teste de Mitsuda da Hanse-
níase com o Teste de Montenegro da Leishmaniose!
176
Hanseníase Cap. 10
u A Prova da Histamina é utilizada para pesquisar u Desde setembro de 2020, foi instituído no Brasil
perda de sensibilidade nas lesões quando os um novo esquema de tratamento para Hansenía-
métodos tradicionais são inconclusivos. se, denominado “esquema único”. Neste, tanto
Paucibacilares (PB) quanto Multibacilares (MB)
DICA recebem: Rifampicina + Clofazimina + Dapsona.
Em uma pele normal, o teste da histami-
na provoca a Tríplice Reação de Lewis, de forma
u O diferencial ocorre no período de tratamento:
completa. No entanto, em lesões de hanseníase, Paucibacilares tratam por 6 meses e Multibaci-
a reação ocorre de forma incompleta, faltando a lares tratam por 12 meses.
segunda fase.
DICA
As 3 drogas utilizadas são seguras na ges-
tação! Que boa notícia, não?
7. TRATAMENTO
u As drogas vêm em cartelas específicas para o
tratamento de hanseníase, contendo os compri-
u O tratamento é fornecido pelo SUS e é chamado midos a serem ingeridos diariamente e também
de “Poliquimioterapia” (PQT). 1 vez ao mês.
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DICA
Os pacientes podem tomar as medicações diárias em casa, sozinhos. No entanto, a tomada das doses
mensais deve ser obrigatoriamente supervisionada em uma unidade de saúde.
177
Hanseníase Dermatologia
DICA
8. R EAÇÕES HANSÊNICAS O Fenômeno de Lucio é, às vezes, chamado
de “Reação Hansênica tipo 3”, mas, por muitos
autores, é descrito como um fenômeno à parte.
u Cerca de um terço dos pacientes desenvolvem Caracteriza-se por uma vasculopatia trombosante
as chamas “Reações Hansênicas”. dos vasos com consequente necrose arteriolar.
u Vários desencadeadores já foram descritos, como: Ocorre pela invasão do endotélio vascular pelos
gestação, puberdade, vacinas, coinfecções, me- bacilos.
dicamentos e outros.
DICA
Reações Hansênicas podem ocorrer antes,
durante ou após o tratamento. REFERÊNCIAS
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apresentando-se como lesão “em raquete de tênis”: relato
de um caso típico. Hansen Int. 2008; 33(2): 35-9.
u Ocorre mais em pacientes dimorfos.
2. Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Vigilância em
u Surgem novas lesões na pele, acompanhadas de
Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Trans-
piora das lesões preexistentes. missíveis. Guia prático sobre a hanseníase [recurso ele-
u O tratamento é feito com corticoides sistêmicos. trônico]. Brasília: Ministério da Saúde; 2017.
3. Caiafa JS, Castro AA, Fidelis C, Santos VP, Silva ES, Sitrân-
gulo Jr CJ. Atenção integral ao portador de pé diabético.
8.2. REAÇÃO TIPO 2 (“ERITEMA
J Vasc Bras. 2011; 10(4, supl. 2): 1-32.
NODOSO HANSÊNICO”)
4. Ministério da Saúde (BR). Boletim epidemiológico Han-
seníase. Brasília: Ministério da Saúde; 2020.
u Ocorre mais em pacientes multibacilares.
u Há surgimento de placas e nódulos dolorosos
em vários segmentos do corpo.
u É acompanhada de manifestações sistêmicas
como febre, mal-estar, linfonodomegalia doloro-
sa e, às vezes, hepatoesplenomegalia, icterícia,
artrite, neurite, irite e outras.
u O tratamento é feito com talidomida (pode ser
associada com corticoide em casos específicos).
178
Hanseníase Cap. 10
QUESTÕES COMENTADAS
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de diâmetro, com perda de sensibilidade tátil, tér-
mica e dolorosa. Também percebeu o nervo fibular
à direita mais espessado. Não encontrou outras
alterações de pele ou outros nervos espessados.
Com esses achados, a melhor conduta do MFC é:
Questão 2
Questão 3
(HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DE RP
DA USP – SP – 2021) Homem, 52 anos, em tratamento (FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA UNICAMP- SP – 2021)
para hanseníase (poliquimioterapia multibacilar) há Homem, 40 anos, tem diagnóstico de hanseníase.
2 meses. Buscou atendimento queixando se de que Exame físico: seis lesões em placa, de aspecto fo-
há 5 dias houve piora aguda das lesões cutâneas veolar, distribuídas no tronco e membros; mão em
pré-existentes (ver foto), perda de sensibilidade em garra ulnar à direita; hipoestesia plantar bilateral. A
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Hanseníase Dermatologia
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além de infiltração cutânea facial com rarefação dos
supercílios. O diagnóstico mais provável é:
180
Hanseníase Cap. 10
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⮦ Caracteriza-se por baixa infectividade e alta pa- cilar, conforme o número de lesões apresentadas.
togenicidade. ⮩ A hanseníase virchowiana é a forma mais con-
⮧ Trata-se de um parasita intracelular obrigatório, tagiosa da doença. O paciente acometido por
com tempo de multiplicação curto, variando de essa forma geralmente não apresenta manchas
dois a três dias. visíveis. A pele apresenta-se avermelhada, seca,
⮨ A sua detecção será feita sempre e inequivoca- infiltrada e com poros dilatados, poupando ge-
mente nas diversas apresentações clínicas da ralmente o couro cabeludo, as axilas e o meio
doença a partir de esfregaços intradérmicos da coluna lombar.
coletados a partir de lesões ativas. ⮪ A hanseníase virchowiana apresenta baixa res-
⮩ Possui como principal fator de virulência o an- posta imunológica contra o bacilo, o que explica
tígeno glicolipídico (PGL-1), o qual possui alta a ausência de acometimento nervoso e a pre-
afinidade pela célula de Schwann. Por possuir sença de bacilos nas amostras de baciloscopia
alta afinidade pela laminina-2 é capaz de invadir e no exame histopatológico.
181
Hanseníase Dermatologia
GABARITO E COMENTÁRIOS
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Questão 2 dificuldade: . • Hanseníase virchowiana: forma mais dissemi-
nada da doença. Há dificuldade para separar a
Y Dica do professor: Aqui estamos diante de uma pele normal da danificada, podendo comprome-
possível reação ao uso da poliquimioterapia, sendo ter nariz, rins e órgãos reprodutivos masculinos.
que o grupo de drogas-chave para tratar reações Pode haver a ocorrência de neurite e eritema
graves é o corticosteroide, e a prednisona é a mais nodoso (nódulos dolorosos) na pele.
comumente utilizada, pois reduz o processo inflama-
tório nos nervos. Seu efeito terapêutico inicia-se em O tratamento difere de acordo com a classificação
poucos dias, reduzindo a dor e permitindo alguma da seguinte forma:
recuperação da função. Entretanto, para obter um • Esquema Paucibacilar (PB): nesse caso é utili-
máximo benefício e para prevenir que o processo zada uma combinação rifampicina: uma dose
inflamatório retorne, o paciente deve tomar o curso mensal de 600 mg + dapsona: uma dose mensal
completo de prednisona, que pode ser de doze a de 100 mg + uma dose diária de 100 mg.
vinte e quatro semanas.
• Duração do tratamento: 6 doses mensais super-
✔ resposta: C visionadas de rifampicina.
• Esquema Multibacilar (MB): rifampicina: uma
Questão 3 dificuldade: dose mensal de 600 mg + clofazimina: uma
dose mensal de 300 mg e uma dose diária de
Y Dica do professor: A banca, nesta questão, já dá 50 mg + dapsona: uma dose mensal de 100 mg
o diagnóstico da hanseníase e questiona o aluno + uma dose diária de 100 mg.
sobre classificação e tratamento específico.
• Duração do tratamento: 12 doses mensais super-
1. Paucibacilar: visionadas de rifampicina.
• Hanseníase indeterminada: estágio inicial da
doença, com um número de até cinco manchas ✔ resposta: D
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Hanseníase Cap. 10
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✔
cas de limites imprecisos, nódulos nos pavilhões
auriculares, madarose, entupimento nasal crônico).
Além disso, existem placas com possíveis alterações Questão 8 dificuldade:
de sensibilidade disseminadas por outras partes do
corpo e com baciloscopia positiva, caracterizando-o Y Dica do professor: Estamos diante de um paciente
como multibacilar! O tratamento consiste na poliqui- com placa cutânea de bordos elevados, anestésica,
mioterapia multibacilar, composta por rifampicina, em membro superior direito. Diante desse quadro
dapsona e clofazimina, por 12 meses. é inevitável pensar em hanseníase, principalmente
sua forma tuberculoide, uma vez que esta se apre-
✔ resposta: E
senta por placas eritematosas, bem delimitadas,
de caráter anestésico. Essa condição é ocasionada
Questão 6 dificuldade: pelo Mycobacterium leprae. Ademais, é comum a
presença de granulomas à biópsia cutânea.
Y Dica do professor: A prova de preventiva às vezes Alternativa A: FALSO. A forma indeterminada é ca-
requer conhecimentos sobre patologias considera- racterizada por lesões hipocrômicas, tipicamente
das importantes para a vigilância epidemiológica, parestésicas.
como é o caso da hanseníase.
Alternativa B: FALSO. Na forma virchowiana há eritema
Alternativa A: INCORRETA. A hanseníase apresenta alta e infiltração difusamente, com placas eritematosas
infectividade, porém baixa patogenicidade. Ou seja, é de bordos mal definidos, com baciloscopia positiva.
fácil de transmitir, mas não tão fácil de adoecer. A trans-
Alternativa C: FALSO. Na forma atípica as lesões são
missão só ocorre, entretanto, na forma Multibacilar.
tipicamente mal delimitadas.
Alternativa B: INCORRETA. Manifestações clínicas, como
Alternativa D: VERDADEIRO. Vide dica do professor.
lesões cutâneas com alteração de sensibilidade, são
suficientes para realizar a notificação da doença. ✔ resposta: D
183
Hanseníase Dermatologia
Y Dica do professor: O Mycobacterium leprae é um Y Dica do professor: O paciente pediátrico com sus-
parasita intracitoplasmático não cultivável de alta peita de bacteremia oculta sem foco infeccioso claro
infectividade e baixa patogenicidade. A transmissão deve ser abordado de acordo com protocolo de ris-
ocorre pelo contato com secreções de vias aéreas co. Deve-se identificar se a criança possui alguma
superiores de pacientes multibacilares. Possui taxa patologia prévia como por exemplo a anemia falci-
de reprodução lenta (cerca de 12,5 dias) e é intra- forme, em seguida avaliar a presença de toxemia,
celular obrigatório. ou seja, se há sinais de presença de doença grave
Alternativa A: INCORRETA. O M. leprae tem alta infec- e estratificar de acordo com a faixa etária (RN/ 1-3
tividade e baixa patogenicidade. meses/ 3-36 meses).
Alternativa B: INCORRETA. O tempo de multiplicação Alternativa A: INCORRETA. Em crianças com cartão
é longo, de cerca de 12 dias. vacinal atualizado, cuja temperatura é >38,3ºC,
caso o EAS apresente alterações é possível fazer
Alternativa C: INCORRETA. A identificação da bactéria
o diagnóstico provável de infecção urinária, em
é mais comum nas formas anérgicas (polo vircho-
sequência o paciente será tratado com antibioti-
wiano). As formas do polo tuberculoide possuem
coterapia, após a coleta de urina para cultura, em
baciloscopia negativa e o diagnóstico deve ser feito
regime ambulatorial.
por outros meios.
Alternativa B: CORRETA. A questão trata de um lacten-
Alternativa D: CORRETA. O PGL1 é um componente
te entre 3-36 meses, que já tem cobertura vacinal
da parede celular do M. leprae. Testes sorológicos
para pneumococo e hemófilo. Nessa faixa etária,
anti-PGL1 estão associados a maior carga bacilar e
a infecção urinária é a maior causa de infecção
virulência. A maioria dos pacientes do polo vircho-
bacteriana, logo deverá ser realizado o EAS, fazer
wiano apresenta altos títulos na sorologia. O PGL é
cultura e instituir antibioticoterapia ambulatorial.
um antígeno do M. leprae que induz dano ao axônio.
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Alternativa C: INCORRETA. O hemograma só deverá
Alternativa E: INCORRETA. A fisiopatologia dos da-
ser solicitado, quando o lactente apresentar tem-
nos neurológicos na hanseníase não é totalmente
peratura superior a 38,3ºC e não possuir calendário
compreendida, mas sabe-se que antígenos do M.
vacinal completo para a idade.
leprae podem desenvolver resposta humoral contra
as células nervosas periféricas. Alternativa D: INCORRETA. A coleta de hemocultura e
urinocultura só devem ser solicitadas nos pacientes
✔ resposta: D
com alteração no hemograma e EAS sem alterações,
em seguida deve ser prescrita antibioticoterapia
com reavaliação do paciente em 24h.
✔ resposta: B
184
Capítulo
MICOSES CUTÂNEAS
11
importância/prevalência
u Micoses são doenças causadas por fungos, podendo ser superficiais ou profundas.
u Micoses do couro cabeludo podem cursar com perda reversível ou irreversível dos cabelos.
u A medicação clássica para tratamento de micose do couro cabeludo é a griseofulvina.
u O tratamento da pitiríase versicolor (“pano branco”) requer cuidado, já que os medicamentos da classe
dos azólicos são hepatotóxicos.
u Esporotricose tem infecção correlacionada com gatos contaminados.
u Algumas micoses profundas requerem tratamento cirúrgico.
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u Micoses são doenças causadas por fungos, seres 2.1. PITIRÍASE VERSICOLOR
eucariontes, uni ou multicelulares com parede
celular constituída de quitina. u Chamada popularmente de “pano branco”, é cau-
u A estrutura morfológica do fungo pode ser fila- sada pela Malassezia furfur.
mentosa (por hifas que compartilham citoplas- u a) Quadro clínico: mácula confluente com des-
ma e núcleo) ou leveduriforme (leveduras ou
camação fina e FURFURÁCEA. As manchas são
pseudo-hifas, que fazem brotamento individual).
brancas pela inibição da produção de melanina
causada pelo fungo.
DICA
Alguns fungos são chamados “dimorfos”,
porque podem apresentar as duas formas, depen- DICA
Sinal de Zileri ocorre quando o examinador es-
dendo da temperatura ambiente.
tira a lesão com os dedos, provocando descamação.
DICA
Micélio é um conjunto de hifas dos fungos.
185
Micoses cutâneas Dermatologia
DICA
Azólicos, por via oral, são hepatotóxicos,
diminuem a eficácia de anticoncepcionais (e vi-
ce-versa) e podem ter absorção prejudicada pela
administração concomitante de medicamentos
anti-H2, como ranitidina.
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Fonte: Rodrigues.3
2.2. TINEA NIGRA
186
Micoses cutâneas Cap. 11
2.5. TINEA
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alguns casos, apresentar quadros inflamatórios
e mais agressivos: o Kerium Celsi e a Tinea Favo-
Figura 5. Tinea Microspórica do couro cabeludo.
sa. Ambos podem cursar com perda de cabelos
irreversível (alopecia cicatricial).
Fonte: Rivitti.5
DICA
A Tinea Microspórica geralmente apresenta
lesão grande e única. Fonte: Edisciplinas USP.6
187
Micoses cutâneas Dermatologia
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periferia das lesões.
Fonte: Rivitti.5
Fonte: Soutor.8
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Micoses cutâneas Cap. 11
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Figura 14. Dermatofítide. Fonte: Plas.10
3. M ICOSES SUBCUTÂNEAS
(PROFUNDAS)
3.1. ESPOROTRICOSE
189
Micoses cutâneas Dermatologia
DICA
No estudo histopatológico são encontrados
os “corpos asteroides”, corados no centro da ima-
gem abaixo. Estas formações também podem ser
encontradas em outras doenças como sarcoidose,
blastomicose e esquistossomose.
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u b) Diagnóstico: biópsia e cultura do material
coletado.
DICA
No exame histopatológico são encontrados
os característicos “corpos fumagoides”, também
chamados de “corpos muriformes” ou “escleróticos”
ou “de Medlar”.
DICA
Gestantes não podem fazer uso nem de
itraconazol nem de iodeto de potássio, sendo sua
primeira escolha a anfotericina B.
Fonte: Talhari.14
190
Micoses cutâneas Cap. 11
u c) Tratamento: excisão cirúrgica da lesão combi- Figura 21. Micetoma causado por fungo.
nada com administração de antifúngicos.
Fonte: Sampaio.15
REFERÊNCIAS
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de pitiríase versicolor com má resposta ao tratamento
clínico? BVS Atenção Primária em Saúde. [Internet]; 2016.
u b) Diagnóstico: biópsia e exame micológico di- [acesso em 16/04/2021]. Disponível em: https://aps.bvs.
reto do material coletado. Não cresce em meio br/aps/como-manejar-casos-de-pitiriase-versicolor-com-
de cultura! -ma-resposta-ao-tratamento-clinico/.
2. Rossetto AL, Cruz RCB. Tinea nigra: successful treatment
DICA
with topical butenafine. An Bras Dermatol. 2012; 87(6):
No exame histopatológico são encontrados 939-41.
fungos em disposição de “catenulação”.
3. Rodrigues DA, Tomimori J, Floriano MC, Mendonça S.
Doenças causadas por fungos. In: Rodrigues DA, Tomi-
u c) Tratamento: excisão cirúrgica. mori J, Floriano MC, Mendonça S. Atlas de dermatologia
em povos indígenas [online]. São Paulo: Editora Unifesp;
2010. P. 59-80.
3.4. MICETOMA 4. Marques AS, Richini-Pereira VB, Camargo RMP. White
piedra and pediculosis capitis in the same patient. An Bras
u Doença de ambiente rural, geralmente afetando Dermatol. 2012; 87(5): 786-7.
membros inferiores de homens, após inoculação 5. Rivitti EA. Dermatologia de Sampaio e Rivitti. 4. ed. São
traumática. Paulo: Artes Médicas; 2018.
u Pode ser causado por fungos (eumicetoma) ou 6. Edisciplinas USP. Micoses Superficiais. [Internet]; 2017.
[acesso em 16/04/2021]. Disponível em: https://edisci-
bactérias (actinomicetoma).
plinas.usp.br/pluginfile.php/3822072/mod_resource/
u a) Quadro clínico: formação de massas com fís- content/1/Micoses%20superficiais%202017.pdf.
tulas, por onde se eliminam materiais contendo 7. Evans C, High W. Skin Diseases in the Elderly: A Color
grãos. Handbook. Boca Raton: CRC Press; 2011.
8. Soutor C, Hordinsky M. Dermatologia Clínica. Porto Alegre:
Artmed; 2014.
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Micoses cutâneas Dermatologia
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de Pesquisa Clínica Evandro Chagas; 2015.
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Micoses cutâneas Cap. 11
QUESTÕES COMENTADAS
Questão 3
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(HOSPITAL ANGELINA CARON – PR – 2021) Patologia onde
as unhas afetadas tornam-se irregulares, espessa-
das e curvas. É mais frequente nos dedos dos pés,
principalmente no hálux. Nas mãos, essa doença
é pouco observada. Acomete geralmente idosos e
tende a piorar com a idade. Está associada a trauma
local ou surge secundariamente ao desenvolvimento
de exostose subungueal ou devido à hiperextensão
crônica do hálux. A placa ungueal curva-se e perde
a orientação para o crescimento. Isto resulta em
⮦ Tinea negra. crescimento divergente para um lado. Essas unhas
⮧ Tinea crural. são espessas e duras, e é muito difícil cortá-las.
⮨ Candidose. (Sanches S. R. A, Sanches M. D, Savasi-Rocha P. R.
Cirurgia da Unha. In SAVASSI-ROCHA P. R, SANCHES
⮩ Piedra branca.
S. R. A. SAVASSI-ROCHA A. L. Cirurgia de Ambula-
tório. Rio de Janeiro: MedBook. 2013)
Questão 2
⮦ Onicomicose.
(AUTARQUIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE APUCARANA – PR – 2021) ⮧ Unha em pinça.
Homem, 20 anos, procurou a UBS por apresentar,
⮨ Unha encravada.
desde o início do verão, manchas esbranquiçadas
no corpo todo. Negava prurido ou alteração de sen- ⮩ Onicogrifose.
sibilidade no local das lesões. Durante o exame, o ⮪ Paroníquia.
193
Micoses cutâneas Dermatologia
Questão 4 ⮨ Fluconazol.
⮩ Valaciclovir.
(HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DE RP
DA USP – SP -2021) Mulher, 56 anos, relata que há 4 se- ⮪ Voriconazol.
manas surgiram lesões nodulares, eritematosas e
levemente dolorosas em membro superior direito Questão 6
(fotografia). As lesões surgiram após trauma com
espinho na mão direita, enquanto trabalhava com (HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PRESIDENTE DUTRA- MA – 2021)A mu-
jardinagem. Nega doenças e uso de medicamen- cormicose refere-se a uma infecção potencialmen-
tos. Habita a zona urbana e nega viagens recentes. te fatal causada por fungos da família Mucorales.
Considerando o diagnóstico mais provável, qual o As condições abaixo constituem risco aumentado
tratamento mais adequado? para o desenvolvimento da patologia ora em tela,
com exceção:
⮦ Neutropenia.
⮧ Hipoglicemia factícia.
⮨ Acidose metabólica.
⮩ Terapia com glicocorticoides.
⮪ Tratamento com desferroxamina.
Questão 7
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esporotricose é a micose subcutânea mais frequen-
⮦ Sulfametoxazol + trimetoprim. te da América Latina, onde ocorre de forma endê-
⮧ Cefalotina. mica. No estado do Rio de Janeiro, é atualmente
⮨ Itraconazol. considerada como hiperendêmica e, na região da
⮩ Ntimoniato de N metilglucamina. Grande São Paulo, o número de casos também tem
aumentado de forma progressiva. Com relação a
esse tema, assinale a alternativa incorreta.
Questão 5
⮦ A infecção ocorre por meio de trauma decorrente
(HOSPITAL OFTALMOLÓGICO DE SOROCABA – SP – 2021) Mu- de acidentes com espinhos ou vegetais em de-
lher de 57 anos, diabética, há 1 mês em uso de composição e, com maior frequência, arranha-
prednisona (60 mg/dia) para tratamento de der- dura ou mordedura de animais doentes, sendo
matite alérgica, apresenta lesões orais e discreta o gato o mais comum.
odinofagia há 5 dias. Exame físico: hidratada, cora-
⮧ O quadro clássico e mais frequente da doença
da, afebril e anictérica; PA: 125 x 85 mmHg, FC: 82
é o de lesões nodulares em membros, seguindo
bpm, FR: 12 ipm; orofaringe: placas brancas exten-
o trajeto linfático da região afetada.
sas em mucosa jugal; cardiopulmonar e abdômen
normais. Exames séricos: hemograma, eletrólitos, ⮨ Animais com suspeita da doença não devem ser
função renal e hepática: todos normais. Admitindo abandonados, mas, sim, separados do convívio
a ausência de contraindicações, nesse momento, com as pessoas da residência e recolhidos, em
é correto prescrever: um local seguro, para tratamento.
⮩ O tratamento humano pode ser realizado com
⮦ Anfotericina-B. itraconazol, terbinafina, anfotericina B e iodeto
⮧ Caspofungina. de potássio.
194
Micoses cutâneas Cap. 11
Questão 8
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três vezes ao dia por 10 dias.
⮨ Tinha do couro cabeludo e o tratamento deve ser
tópico com miconazol creme a 2% duas vezes
ao dia por 2 a 4 semanas.
⮩ Tinha do couro cabeludo e o tratamento deve
ser sistêmico com griseofulvina 20mg/kg/dia
por 6 semanas.
Questão 9
⮦ Hidrocortisona pomada.
⮧ Neomicina + bacitracina.
⮨ Dexametasona pomada.
⮩ Cetoconazol creme.
195
Micoses cutâneas Dermatologia
GABARITO E COMENTÁRIOS
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ginosa,
Y Dica do professor: Lembre-se que as deformidades
Alternativa B: CORRETA. Pela topografia e achado no
geralmente são consideradas em conjunto com as
micológico direto,
distrofias, mas as duas têm discretas diferenças:
Alternativa C: INCORRETA. Cândida é uma levedura as deformidades são consideradas como grandes
Alternativa D: INCORRETA. Piedra branca é infecção alterações na espessura das unhas, enquanto as
fúngica do pelo, rara, causada pelo Trichosporon distrofias são alterações na textura ou composição.
beigelii. Cerca de 50% das distrofias ungueais são provo-
✔ resposta: B cadas por infecção fúngica. As outras causas são
trauma, anormalidades congênitas, psoríase, líquen
plano, tumores benignos e, ocasionalmente, câncer.
Questão 2 dificuldade:
Alternativa A: INCORRETA. A onicomicose é uma in-
Y Dica do professor: Questão bem simples e direta. fecção nas unhas, causada por fungos, que se ali-
Diante de um paciente com queixas de manchas mentam da queratina, proteína que forma a maior
esbranquiçadas pelo corpo associadas ao aumento parte das unhas, caracterizadas por unhas defor-
de calor e umidade (verão), devemos pensar em pti- madas e de cor amarelada ou branca.
ríase versicolor. A pitiríase versicolor é uma infecção Alternativa B: INCORRETA. No caso da unha em pin-
fúngica superficial, caracterizada por mudanças de ça, é caracterizada pela hipercurvatura da unha no
pigmentação da pele, devido à colonização do es- eixo transversal, provocando o pinçamento do leito
trato córneo por um fungo dimórfico, lipofílico, da ungueal em sua porção distal, aumentando da por-
flora normal da pele conhecido como Malassezia ção proximal para a distal. À medida que a hipercur-
furfur. Pacientes com PV geralmente apresentam vatura progride, ocorre o surgimento de dor, além
múltiplas lesões no tronco, com regiões intercaladas de desconforto com o uso de calçados fechados.
196
Micoses cutâneas Cap. 11
Alternativa C: INCORRETA. A unha encravada é ca- Alternativa A: INCORRETA. A anfotericina B pode ser
racterizada pela penetração da unha nos tecidos usada em infecções por Cândida, entretanto nas
periungueais, causando normalmente uma reação formas graves de doença invasiva, o que não é o
inflamatória, dor e limitação funcional. caso da nossa paciente, que não apresenta outras
Alternativa D: CORRETA. Como descrito na questão, a alterações no exame físico.
onicogrifose é uma distrofia adquirida onde ocorre Alternativa B: INCORRETA. A caspofungina é um anti-
espessamento de uma ou mais unhas. Pela falta de fúngico que era utilizado para infecções por Cândida,
cuidados, aumentando sua extensão, curvam-se entretanto vem apresentando resistência.
como o chifre de carneiro, são mais escuras e mais Alternativa C: CORRETA. Conforme a dica.
grossas do que as normais, encurvadas, geralmen- Alternativa D: INCORRETA. O valaciclovir é um antiviral,
te. Além disso, há crescimento rápido. não apresentando ação na infecção por Cândida.
Alternativa E: INCORRETA. Paroníquia é o nome dado Alternativa E: INCORRETA. O voriconazol é usado no
ao processo de inflamação da pele em torno da unha, tratamento de aspergiloses invasivas.
devido à “perda” da cutícula, que pode ser causada
✔ resposta: C
geralmente pelo hábito de remoção por alicate ou
por pequenos traumatismos, ou por agentes quí-
micos, não corroborando com a situação exposta. Questão 6 dificuldade:
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nodulares, eritematosas e levemente dolorosas em
membro superior direito há um mês, com correla- mento acima à questão, fica claro que neutropenia
ção a um trauma com espinho em mão direita ao é um fator de risco.
trabalhar com jardinagem. Levando-se em conta a Alternativa C: CORRETA. A acidose metabólica é um
aparência dos nódulos, o relato do acidente e o fato fator de risco duplo: prejudica a função fagocitária
da paciente negar doenças, uso de medicamentos e e o pH ácido facilita também a dissociação do fer-
viagens recentes para pensarmos em diagnósticos ro de seus carreadores, facilitando a sua captação
diferenciais, provavelmente estamos diante de uma pelos fungos.
micose como a esporotricose e a cromomicose, que
Alternativa D: CORRETA. O uso de corticoides tam-
estão relacionadas a acidentes com espinhos. O
bém, pois afetam ativação de neutrófilos e a fun-
tratamento das micoses cutâneas é realizado com
ção fagocítica.
um antifúngico, o itraconazol.
Alternativa E: CORRETA. Outro aspecto patogenético
✔ resposta: C importante é a capacidade do fungo captar ferro do
hospedeiro, elemento fundamental para o metabo-
lismo do patógeno. A desferroxamina é um medica-
Questão 5 dificuldade:
mento quelante do ferro utilizado em pacientes com
hemocromatose primária ou secundária. Os fungos
Y Dica do professor: Temos uma paciente imunos-
dessa família conseguem captar conseguem captar
suprimida pelo uso de corticoterapia que apresenta
o ferro ligado a essa molécula por receptores espe-
placas brancas extensas em mucosa jugal, asso-
cíficos e utilizá-lo para seus processos biológicos. É
ciada a discreta odinofagia, quadro que até que se
importante salientar que o patógeno não consegue
prove o contrário, é considerado como monilíase,
captar o ferro de outros quelantes, como o deferasirox.
ou seja, infecção por Cândida. Seu tratamento ba-
seia-se na administração de fluconazol via oral. ✔ resposta: B
197
Micoses cutâneas Dermatologia
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esporotricoide ou linfangite nodular. Roedores de estão doenças como a dermatite seborreica, pso-
laboratório, incluindo ratos, camundongos, hamsters ríase, alopecia areata (pelada), impetigo e foliculite.
e porquinhos da índia, podem ser infectados com S. ✔ resposta: D
schenckii. A maioria dos casos de transmissão de
animais para humanos foi associada a gatos. A prin-
cipal medida de prevenção e controle a ser tomada Questão 9 dificuldade:
é evitar a exposição direta ao fungo. É importante
Y Dica do professor: É importante fazer um diag-
usar luvas e roupas de mangas longas em atividades
nóstico diferencial entre dermatite de fraldas e
que envolvam o manuseio de material provenien-
infecção fúngica associada, que normalmente é
te do solo e plantas, bem como o uso de calçados
caracterizada pelo quadro descrito na questão que
em trabalhos rurais. Toda e qualquer manipulação
envolve, além de hiperemia intensa, pústulas e le-
de animais doentes pelos seus donos e veteriná-
sões locais. Nesses casos, a cândida é um agente
rios deve ser feita com o uso de equipamentos de
patogênico mais comumente associado e exige, a
proteção individual (EPI). Além disso, animais com
partir deste momento, a aplicação de antifúngicos
suspeita da doença NÃO devem ser abandonados,
tópicos para tratamento. São opções: cetoconazol,
assim como o animal morto NÃO deve ser jogado
nistatina a 100.000U/g ou nitrato de miconazol 1%
no lixo ou enterrado em terrenos baldios, pois isto
tópico, que são eficazes e seguros. O corticoide
manterá a contaminação do solo. Recomenda-se
pode ser revezado com o antifúngico, aplicando-os
a incineração do corpo do animal, de maneira a mi-
antes do creme barreira.
nimizar a contaminação do meio ambiente e, com
isso, interromper o ciclo da doença. ✔ resposta: D
✔ resposta: E
198
Capítulo
PARASITOSES DA PELE
12
importância/prevalência
DICA
1. E SCABIOSE A responsável pelo quadro é a fêmea do
Sarcoptes, que cava túneis na pele e coloca ali os
ovos.
u Causada pela fêmea fecundada do Sarcoptes
scabiei, um ácaro de 0,4 mm.
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Figura 2. Fêmea do Sarcoptes scabiei.
Figura 1. Sarcoptes scabiei.
Fonte: Fernandes.2
Fonte: Veasey.1
199
Parasitoses da pele Dermatologia
DICA
A variante crostosa não tem qualquer relação
com resistência a tratamento e pode nem apresentar
prurido!
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Fonte: Currie.5
1.2. TRATAMENTO
Fonte: Gunning.3
u Tópico = creme de permetrina 5% para maiores
de 2 anos e pasta de enxofre precipitado para
DICA menores de 2 anos.
A lesão mais característica é o túnel esca-
biótico (trajeto percorrido pelo Sarcoptes). u Sistêmico = Ivermectina via oral para maiores
de 5 anos.
Figura 4. Túnel escabiótico.
DICA
Ivermectina não é ovicida e precisa ser repe-
tida após 1 semana.
200
Parasitoses da pele Cap. 12
2.1. TRATAMENTO
2. PEDICULOSE
u Tópico = shampoo de permetrina a 1% ou delta-
DICA metrina ou lindano.
É a doença conhecida popularmente como
piolho da cabeça.
u Sistêmico = ivermectina para maiores de 5 anos.
DICA
u É causada pela fêmea adulta fecundada do Pe- Os tratamentos devem ser repetidos em 1
diculus capitis, transmitida diretamente entre semana e associados à retirada manual de lêndeas.
pessoas ou através de fômites.
DICA
É a doença conhecida popularmente como
bicho de pé.
DICA
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Como o parasita se alimenta de sangue, sua
hiperinfestação pode gerar anemia em crianças. Os
ovos do parasita são chamados de lêndeas e são
aderidos aos fios.
Fonte: Babady.8
Fonte: Bolognia.7
u Quadro clínico: lesão sólida pequena, dolorosa
e pruriginosa.
DICA
O parasita penetra sua cabeça na pele para se
alimentar de sangue e mantém o abdome ovopositor
para fora.
201
Parasitoses da pele Dermatologia
DICA
As lesões costumam se apresentar próximas
umas das outras, ganhando o nome “café-almoço-
-jantar”.
Fonte: Arranz.9
4. C IMIDÍASE
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u Também chamada de bed bug, é causada pelo
percevejo Cimex.
DICA
O percevejo costuma habitar as camas das
pessoas; portanto, possuem hábitos noturnos.
Fonte: Ladizinski.11
Figura 10. Percevejo Cimex.
Fonte: Elston.10
202
Parasitoses da pele Cap. 12
Fonte: Bolognia.7
DICA
A larva precisa do doente apenas para com-
pletar seu ciclo. Quando completo, deixa o humano.
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5.1. FORMAS u Forma primária: asfixiar e remover a larva ma-
nualmente.
u Primária (berne) = Ocorre pela penetração de u Forma secundária: aplicar éter ou ivermectina
larvas da mosca trazidas por um mosquito he- via oral.
matófago.
Fonte: Griffiths.13
203
Parasitoses da pele Dermatologia
Fonte: Guimarães.14
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REFERÊNCIAS
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Parasitoses da pele Cap. 12
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Parasitoses da pele Dermatologia
QUESTÕES COMENTADAS
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sões parecidas, que melhoraram após o uso de um
(AUTARQUIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE APUCARANA – PR – 2021) comprimido do qual não se lembra o nome. Qual é
A escabiose, ou sarna, é uma doença reconhecida- a terapêutica indicada no caso?
mente contagiosa, que tem como agente patogênico
um ácaro, o Sarcoptes scabiei var. hominis. Sobre ⮦ Permetrina em loção cremosa a 1%.
essa zoonose é correto afirmar que: ⮧ Enxofre precipitado a 10% em creme.
⮦ O agente patogênico provoca infestações do ⮨ Permetrina em loção cremosa a 5%.
homem para o homem, não afeta animais e a ⮩ Ivermectina oral.
transmissão ocorre por contato pessoal, não
tendo preferência por idade, raça ou sexo.
Questão 4
⮧ Fora do hospedeiro em condições ambientais
normais, o agente patogênico sobrevive por 5 a (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - PI – 2021) Em rela-
7 dias e já foi observado em amostras de poei- ção à larva migrans cutânea, assinale a alternativa
ra domiciliar da casa de pacientes infectados. CORRETA.
⮨ A lesão patognomônica é uma pápula eritema-
⮦ A remoção cirúrgica deve ser sempre realizada.
tosa e descamativa, localizada em áreas cober-
tas: axilas, mamas, nádegas. O couro cabeludo é ⮧ O tratamento de escolha é feito com ivermectina.
preservado nos adultos e pode estar acometido ⮨ O albendazol na dose 400 mg com repetição após
nas crianças e idosos. 7 dias é o tratamento de escolha em crianças
⮩ A sarna norueguesa é uma forma de hiperinfes- maiores de 2 anos.
tação associada aos doentes imunossuprimidos, ⮩ As lesões aparecem mais comumente em pés,
como os submetidos a quimioterapia, doenças mãos e face.
206
Parasitoses da pele Cap. 12
⮪ O tratamento tópico com antiparasitário asso- afirmar que os prováveis diagnósticos e tratamento
ciado a antimicrobiano pode ser empregado. para o citado paciente são, respectivamente:
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mana causadas por organismos patogênicos, há
uma dermatite decorrente da penetração de larvas, ⮪ A toxicidade da permetrina não limita seu uso.
através da pele, transmitidas por fezes de cães
portadores desse protozoário. Essa dermatite se
Questão 9
caracteriza por irritação e coceira da pele, com
manchas típicas que lembram mapas. O agente (UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE – 2019) O médico de
etiológico é o: uma Unidade Básica de Saúde (UBS) recebe várias
crianças de uma mesma escola da região, todas
⮦ Necator americanos.
com idade entre 9 e 10 anos de idade. A queixa é
⮧ Ancylostoma caninum. semelhante: houve surgimento, há cerca de 10 dias,
⮨ Ancylostoma duodenale. de lesões vesicopapulosas associadas a prurido in-
⮩ Ancylostoma brasiliense. tenso, principalmente no horário noturno, em região
⮪ Necator caninum. interdigital, punhos, nádegas, axila e periumbilical.
Observa-se, também, a presença de pústulas friá-
veis e crostas facilmente removíveis sobre algumas
Questão 7 das áreas pruriginosas. Além das medidas gerais
de controle, qual dos seguintes tratamentos esta-
(HOSPITAL SANTA MARTA – 2018) Paciente de 6 meses de
ria mais indicado?
idade, do sexo masculino, é atendido em um hospital
com lesões eritematopapulosas localizadas no tórax, ⮦ Nistatina e amoxicilina.
no abdome e nas regiões palmoplantares, com in-
⮧ Permetrina e cefalexina.
tenso prurido, principalmente à noite, ao ser deitado
na cama. Com base no referido caso clínico e nos ⮨ Apenas ivermectina.
conhecimentos médicos relativos a ele, é correto ⮩ Aciclovir e penicilina benzatina.
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Parasitoses da pele Dermatologia
Questão 10
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Parasitoses da pele Cap. 12
GABARITO E COMENTÁRIOS
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Schistosoma mansoni, principalmente nas áreas Alternativa C: INCORRETA. A doença tem como carac-
do corpo que mais ficam em contato com a água terística principal a coceira intensa que, geralmen-
(pés e pernas), gerando pápulas eritematosas, pru- te, piora durante à noite. A lesão típica da sarna é
riginosas e dolorosas. A miíase é causada principal- um pequeno trajeto linear pouco elevado, da cor da
mente por larvas da mosca varejeira (Dermatobia pele ou ligeiramente avermelhado e que correspon-
hominis). Na forma primária/furunculoide (berne), de aos túneis sob a pele. Esta lesão dificilmente é
as larvas penetram a pele sã, formando uma pápula encontrada, pois a escoriação causada pelo ato de
pruriginosa e dolorosa, que evolui para nódulo furun- coçar a torna irreconhecível.
culoide com orifício central, por onde sai material Alternativa D: INCORRETA. A sarna norueguesa, ou
serossanguinolento e ocasionalmente aparece a escabiose crostosa, é realmente uma variante rara e
larva. Na forma secundária (bicheira), os ovos das grave de escabiose. Corresponde à hiperinfestação
larvas são depositados diretamente em feridas ou por milhões de parasitas e é altamente contagiosa
cavidades, gerando tecido necrótico com larvas e de difícil tratamento. Afeta, sobretudo, indivíduos
movimentando-se. imunodeprimidos, sem cuidados de higiene e com
✔ resposta: C precárias condições sociais. No entanto, a doença
costuma ser extremamente pruriginosa, ao contrá-
rio do que foi dito na alternativa.
resposta: A
Questão 2 dificuldade:
✔
209
Parasitoses da pele Dermatologia
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eficazes, principalmente na fase inicial. Mais recen-
no local de penetração da larva, seguido pelo de-
temente, a ivermectina foi usada para tratar LMC
senvolvimento de “trilhas” pruriginosas, elevadas,
em uma dose única de 150-200 mg/kg.
serpiginosas e marrom-avermelhadas. Tratando-se
Alternativa A: INCORRETA. Modalidades físicas para de cães, o agente etiológico em questão é o Ancy-
LMC, como crioterapia e excisão cirúrgica, são fre- lostoma caninum.
quentemente ineficazes, pois a larva está geralmente
✔ resposta: B
1-2 cm à frente do trato visível e pode ser facilmen-
te perdida, embora essas modalidades possam ser
apropriadas na gravidez. Questão 7 dificuldade:
Alternativa B: INCORRETA. Mais recentemente têm Y Dica do professor: A escabiose ou sarna é uma
relatado o uso da ivermectina, porém, não é o tra-
parasitose da pele causada por um ácaro cuja pe-
tamento de escolha.
netração deixa lesões em forma de vesículas, pá-
Alternativa C: CORRETA. Na pediatria, para larva mi- pulas ou pequenos sulcos, nos quais ele deposita
grans cutânea, é recomendado albendazol na dose seus ovos. As áreas preferenciais da pele onde se
de 400 mg ou 10 ml da suspensão oral (40 mg/ml) visualizam essas lesões são: regiões interdigitais,
1 vez por dia por 3 dias para adultos e crianças punhos (face anterior), axilas (pregas anteriores),
acima de 2 anos. Ou 1 vez e repetido após 7 dias. região periumbilical, sulco interglúteo e órgãos ge-
Alternativa D: INCORRETA. As áreas mais afetadas nitais externos nos homens. Em crianças e idosos,
são pés, pernas e nádegas. podem também ocorrer no couro cabeludo, nas
palmas e plantas. O prurido é intenso e caracteris-
Alternativa E: INCORRETA. O tratamento antimicro-
ticamente maior durante a noite por ser o período
biano não é recomendado.
de reprodução e deposição de ovos. A permetrina
✔ resposta: C a 5% pode ser usada com segurança em crianças
210
Parasitoses da pele Cap. 12
a partir dos dois anos, e é considerada o fármaco ser usada com segurança em crianças a partir dos
de primeira linha no controle da escabiose. A iver- dois anos e gestantes, e é considerada o fármaco
mectina oral é uma ALTERNATIVA à permetrina que de primeira linha no controle da escabiose. A iver-
tem a vantagem de facilidade de administração, mectina oral é uma ALTERNATIVA à permetrina que
sendo particularmente útil para grandes surtos de tem a vantagem de facilidade de administração,
sarna em lares de idosos e outras instalações onde sendo particularmente útil para grandes surtos de
a terapia tópica pode ser impraticável, porém não sarna em lares de idosos e outras instalações onde
é recomendada para mulheres grávidas, lactantes a terapia tópica pode ser impraticável, porém não
e crianças com peso inferior a 15 kg. é recomendado para mulheres grávidas, lactantes
Alternativa A: INCORRETA. A ivermectina oral é uma e crianças com peso inferior a 15 kg.
ALTERNATIVA à permetrina, porém não é recomen- ✔ resposta: A
dada para mulheres grávidas, lactantes e crianças
com peso inferior a 15 kg ou abaixo de 2 anos.
Questão 9 dificuldade:
Alternativa B: INCORRETA. A tinha cutânea é uma mi-
cose superficial mais frequente na face, tronco e Y Dica do professor: A escabiose é uma infecção
membros. Caracteriza-se pelo surgimento de placas dermatológica cujo agente etiológico é o Sarcoptes
papulovesiculosas, pruriginosas, de crescimento scabiei. A transmissão ocorre através do contato di-
centrífugo e descamação central. reto ou indireto, sendo que o agente sobrevive até 36
Alternativa C: CORRETA. horas no ambiente. Os sintomas clássicos são pru-
rido intenso, que se intensifica à noite, principalmen-
Alternativa D: INCORRETA. O prurigo estrófulo é uma
te nos espaços interdigitais, punhos, axilas, região
dermatose crônica e recidivante, caracterizada por
periumbilical, cintura, nádegas, tornozelos, pênis e
pápulas e vesículas muito pruriginosas, geralmente
região periareolar. O tratamento pode ser realizado
em áreas expostas, resultantes de uma reação de
por via tópica ou oral. A permetrina a 5% pode ser
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hipersensibilidade a picadas de insetos.
usada com segurança em crianças a partir dos dois
Alternativa E: INCORRETA. A tinha cutânea é uma mi- anos, e é considerada o fármaco de primeira linha
cose superficial mais frequente na face, tronco e no controle da escabiose. A ivermectina oral é uma
membros. Caracteriza-se pelo surgimento de placas ALTERNATIVA à permetrina que tem a vantagem de
papulovesiculosas, pruriginosas, de crescimento facilidade de administração, sendo particularmente
centrífugo e descamação central. útil para grandes surtos de sarna em lares de ido-
✔ resposta: C sos e outras instalações onde a terapia tópica pode
ser impraticável, porém não é recomendado para
mulheres grávidas, lactantes e crianças com peso
Questão 8 dificuldade: inferior a 15 kg. Como as lesões estão infectadas
(presença de pústulas), é necessário o uso de anti-
Y Dica do professor: A escabiose ou sarna é uma biótico. A cefalexina é uma cefalosporina que tem
parasitose da pele causada por um ácaro cuja pe- atuação sobre os germes gram-positivos (como o
netração deixa lesões em forma de vesículas, pá- estafilococus e estreptococus) com espectro es-
pulas ou pequenos sulcos, nos quais ele deposita tendido para algumas bactérias gram-negativas.
seus ovos. As áreas preferenciais onde se visuali-
zam essas lesões são: regiões interdigitais, punhos ✔ resposta: B
(face anterior), axilas (pregas anteriores), região
periumbilical, sulco interglúteo e órgãos genitais Questão 10 dificuldade:
externos nos homens. Em crianças e idosos, podem
também ocorrer no couro cabeludo, nas palmas e Y Dica do professor: A larva migrans cutânea (LMC)
plantas. O prurido é intenso e caracteristicamente ou bicho geográfico consiste em lesões eritema-
maior durante a noite, por ser o período de reprodu- tosas lineares salientes, de trajeto serpinginoso e
ção e deposição de ovos. A permetrina a 5% pode muito pruriginosas, decorrentes do deslocamento
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Parasitoses da pele Dermatologia
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Capítulo
BULOSES
13
importância/prevalência
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u
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Buloses Dermatologia
DICA
O sinal de Nikolsky (fricção exercida sobre
pele sã perilesional) é positivo na doença ativa – Figura 3. Pênfigo vulgar – acometimento de mucosa oral.
indicando descolamento epidérmico.
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bacterianas secundárias.
2.1.2. Tratamento
DICA
A dose da prednisona é mantida até a cica-
trização completa das lesões!
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u Para as lesões crônicas, é indicado corticotera-
2.2.1. Quadro clínico pia tópica oclusiva.
DICA
Não acomete mucosas! DICA
A dose da prednisona é mantida até a cica-
trização completa das lesões!
u Vesículas e bolhas flácidas que se rompem fa-
cilmente e geram erosões escamocrostosas, DICA
Ficar atento às complicações secundárias
queratósicas e com hiperpigmentação residual
à corticoterapia sistêmica: osteoporose, diabetes,
(Figura 4).
hipertensão arterial, catarata, gastrite, úlcera gas-
u Pode progredir para a forma generalizada – eri- troduodenal, fraturas patológicas, necrose assép-
trodérmica. tica da cabeça do fêmur! Fazer profilaxia dessas
u Predomina em áreas seborreicas: face, couro complicações!
cabeludo, tronco superior (principalmente inte-
rescapular e esternal).
2.3. DIAGNÓSTICO DOS PÊNFIGOS
DICA
Na fase ativa, o sinal de Nikolsky é positivo. u Teste de Tzanck (citológico): esfregaço de se-
creção das bolhas, detecta células acantolíticas.
u As complicações mais comuns são as infecções Não diferencia as formas de pênfigo.
secundárias: virais (verrugas, erupção varicelifo- u Histopatológico: mostra clivagem intraepitelial
me de Kaposi), bacterianas e fúngicas (tineas). com células acantolíticas.
W Pênfigo vulgar: suprabasal.
215
Buloses Dermatologia
Fonte: Aoki.3
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Quadro 1. Características diagnósticas dos pênfigos.
216
Buloses Cap. 13
erosões que cicatrizam rapidamente (diferente Figura 8. Penfigoide bolhoso – C3 linear na ZMB.
do pênfigo vulgar) (Figura 7).
u Distribuição simétrica.
u Locais mais acometidos: abdome inferior, coxas
e flexuras dos membros.
DICA
O acometimento de mucosas ocorre em 10-
35% dos casos apenas – limitado à mucosa oral.
3.1.3. Tratamento
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DICA
A dose da prednisona é mantida até cicatri-
zação completa das lesões, com redução gradual!
217
Buloses Dermatologia
u Quase todos os pacientes apresentam enteropa- Figura 10. Dermatite herpertiforme – IgA
tia sensível ao glúten (doença celíaca) – clínica granuloso no topo das papilas dérmicas.
ou subclínica.
u Manifestações sistêmicas de má absorção in-
testinal são frequentes.
u Pode cursar com malignidades, sendo a princi-
pal os linfomas (a grande maioria no trato gas-
trointestinal).
DICA
A dermatite herpetiforme não acomete mu-
cosas!
Fonte: Aoki.3
Figura 9. Dermatite herpetiforme.
u Laboratório: anticorpos séricos direcionados
contra gliadina, endomísio e transglutaminase
tecidual.
u Elisa: detecta o autoanticorpo IgA contra a trans-
glutaminase tecidual. É útil para monitorar a res-
posta terapêutica.
3.2.3. Tratamento
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u Dieta isenta de glúten.
u Sulfona 100 mg/dia – bom controle da doença
cutânea, mas não da intestinal.
DICA
A dieta isenta de glúten protege contra o
Fonte: Mendes.5
desenvolvimento de linfomas!
3.2.2. Diagnóstico
3.3. EPIDERMÓLISE BOLHOSA ADQUIRIDA
u Histopatológico (pele): microabscessos neutrofí-
licos na papila dérmica (característico), podendo u Mais frequente em adultos.
haver clivagem subepidérmica. u Imunopatogenia: presença de autoanticorpos
u Imunofluorescência direta: depósitos de IgA gra- IgG contra o colágeno tipo VII – componente
nulosos nas papilas dérmicas (Figura 10). principal das fibrilas de ancoragem da junção
dermoepidérmica.
218
Buloses Cap. 13
4. E PIDERMÓLISE BOLHOSA
HEREDITÁRIA
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juncional, distrófica e mista (Sd. Kindler).
3.3.2. Diagnóstico W EB simples: transmissão autossômica domi-
nante
u Histopatológico: bolha subepidérmica com in-
filtrado inflamatório escasso na forma clássica
W EB juncional: autossômica recessiva
e intenso na forma penfigoide bolhoso-símile. W EB distrófica: autossômica dominante ou re-
u Imunofluorescência direta: depósito linear de IgG cessiva
na zona da membrana basal (Figura 12).
4.1. QUADRO CLÍNICO
Figura 12. Epidermólise bolhosa adquirida.
u Fragilidade mecânica da pele, com formação
de vesículas e bolhas tensas, erosões e crostas
após traumas mínimos (Figura 13).
u Há formação de cicatrizes atróficas, distrofia
ungueal/anoníquia, milia, alopecia cicatricial e
reabsorção óssea.
u Pode haver acometimento de mucosa oral, ocu-
lar, gastrointestinal e geniturinário.
Fonte: Aoki.3
219
Buloses Dermatologia
REFERÊNCIAS
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5. Mendes FBR, Hissa-Elian A, Abreu MAMM, Gonçalves
VS. Revisão: dermatite herpetiforme. An Bras Dermatol.
2013; 88(4): 594-9.
6. DermatoPatologia. [editorial]. Epidermólise bolhosa adqui-
rida. DermatoPatologia. [Internet]. [acesso em 06 jun 2021].
Disponível em: https://dermatopatologia.com/doenca/
Fonte: Correa.7 epidermolise-bolhosa-adquirida/
7. Corrêa FB, Coltro PS, Farina Junior JA. Tratamento geral e
4.2. DIAGNÓSTICO das feridas na epidermólise bolhosa hereditária: indicação
e experiência usando curativo de hidrofibra com prata.
Rev Bras Cir Plást. 2016; 31(4): 565-72.
u Histopatológico: não consegue diferenciar o ní-
8. Bolognia J, Jorizzo JL, Schaffer JV. Dermatology. 3 ed.
vel de formação das bolhas entre os subtipos.
Philadelphia: Elsevier Saunders; 2015.
u Imunomapeamento: diferencia os subtipos de EB. 9. Junior WB, Chiacchio ND, Criado PR. Tratado de Derma-
W EB simples: clivagem nos queratinócitos da tologia. 3. ed. Rio de Janeiro: Atheneu; 2018.
camada basal;
W EB juncional: clivagem na lâmina lúcida da
zona da membrana basal;
W EB distrófica: clivagem na zona da sublâmina
densa da zona da membrana basal.
220
Buloses Cap. 13
QUESTÕES COMENTADAS
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Questão 4
Questão 2
(SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE GOIÂNIA – GO – 2020)
(UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO – SP – 2021) Homem, Escolar de 7 anos apresentando em região de face,
88 anos de idade, hipertenso, diabético e com qua- predominando na área perinasal, placas eritemato-
dro demencial, apresenta há 2 meses placas eri- sas recobertas por crosta melicérica de aspecto
temato-edematosas e bolhas nas axilas, virilha e circinado. Qual o diagnóstico?
abdome, com piora progressiva, acompanhadas de
⮦ Pênfigo.
prurido. Familiar nega troca ou introdução de novos
medicamentos. As bolhas têm entre 2 e 5 cm de ⮧ Dermatite herpetiforme.
diâmetro, são tensas e demoram vários dias para ⮨ Escabiose.
se romper. Não apresenta lesões mucosas. Qual é ⮩ Impetigo.
o diagnóstico mais provável?
221
Buloses Dermatologia
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vesicobolhosa de origem autoimune, causada por ⮩ As lesões iniciais geralmente ocorrem nas re-
anticorpos contra os hemidesmossomos, levando giões palmoplantares, causando intenso ardor,
à formação de bolhas com clivagem subepitelial. por isso são conhecidas como fogo selvagem.
A imunofluorescência direta mostra deposição li- ⮪ Na histopatologia é observada presença de bo-
near de IgG na membrana basal. A descrição cor- lha subepidérmica.
responde a:
222
Buloses Cap. 13
com quadro de lesões bolhosas dolorosas. Segun- orais que regrediram rapidamente. Baseado no
do relato da mãe, recebeu alta da maternidade com quadro descrito, qual o diagnóstico mais provável:
lesões em extremidade com prescrição de mupiroci-
na por 5 dias. Apresentou leve melhora porém com ⮦ Penfigoide Bolhoso.
aparecimento de novas bolhas, procurou unidade ⮧ Pênfigo Foliáceo.
de emergência, tratado com benzetacil com menos ⮨ Penfigoide Cicatricial.
de 1 mês de idade. Com 1 mês e 15 dias retornou à ⮩ Dermatite Herpetiforme.
emergência sem melhora do sintoma, tratado com
mupirocina por 5 dias. Com 2 meses e 10 dias retor-
nou à emergência mantendo quadro, tratado com Questão 13
cefalexina por 10 dias com término há 1 semana.
(FACULDADE DE MEDICINA DO ABC – 2017) No ambulatório
No hospital foram coletados exames admissionais.
de dermatoses bolhosas autoimunes da FMABC,
Utilizado saco coletor para urina, observou-se lesão
o residente examina cuidadosamente 4 doentes.
da pele após sua retirada. Ocorreram outras lesões
O doente 1 é masculino, tem 60 anos e apresenta
após retirada de acesso salinizado, sendo observa-
lesões eritematosas crostosas, algumas exulcera-
da importante fragilidade na pele (bebê de algodão
das que predominam no couro cabeludo, região ma-
doce). HPP: mãe g3p3a0, lactante nascido de 38
lar, porção superior do dorso e região pré-esternal.
sem, parto normal, sorologias negativas, interna-
Apesar do exame minucioso não encontra nenhuma
do por 5 dias devido a icterícia, sem necessidade
bolha. O paciente refere prurido e ardor local. A mé-
de fototerapia. Ao exame: lactente em bom estado
dica faz o sinal de Nikolsky e conclui que ele está
geral, corado, hidratado, responsivo, sorrindo para
positivo. O doente 2 é uma senhora de 80 anos que
o examinador, brincando, eupneico em ar ambien-
apresenta ao exame dermatológico, bolhas tensas
te, eucárdio. Pele e fãneros: lesões bolhosas em
algumas de conteúdo seroso e outras de conteúdo
membros inferiores de aproximadamente 2cm de
hemorrágico, que se iniciaram na região inguino-
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diâmetro no quarto e quinto pododáctilos esquerdos
crural e axilar e depois se estenderam para outras
com congruência para dorso do pé e em segundo
áreas do tegumento. A sintomatologia é discreta e
e terceiro quirodáctilos de mão direita com 1 cm.
o estado geral da doente é bom. O doente 3 é uma
Presença de lesões hipocrômicas em membros
mulher de 40 anos que apresenta lesões papuloes-
inferiores, tronco e membros superiores. Segundo
coriadas, extremamente pruriginosas que predomi-
a mãe, lesões cicatriciais após ruptura de bolhas.
nam nos cotovelos, joelhos e região lombossacra.
Qual provável quadro?
A residente não encontra nenhuma bolha, mas a
⮦ Necrólise epidérmica tóxica. doente refere que as lesões surgem como peque-
⮧ Impetigo bolhoso. nas vesículas muito tensas e pruriginosas. Durante
a anamnese a doente refere piora do quadro clínico
⮨ Síndrome de Stevens-Johnson.
após a ingestão de massas, bolos, bolachas e algu-
⮩ Epidermólise bolhosa. mas bebidas alcoólicas. O doente 4 é um homem
de 50 anos com lesões eritematosas, secretantes
tendendo a confluir, recobertas por crostas espessas
Questão 12
que predominam no couro cabeludo, face, axilas e
(SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE VITÓRIA – 2019) Paciente praticamente todo tronco superior. A residente nota
de 70 anos com história de prurido intenso há 3 se- uma pequena bolha flácida de conteúdo seroso que
manas, evoluiu com quadro generalizado de lesões se rompeu com extrema facilidade. Examinando o
eritematosas, edematosas, urticariformes seguidas doente notou sangramento gengival. Diante dos
pela formação de bolhas grandes e tensas localiza- achados clínicos, na ordem de 1 a 4, quais seriam
das na superfície flexural dos membros e porção as hipóteses diagnósticas mais plausíveis para cada
inferior do abdome. Relata ter apresentado vesículas um dos doentes?
223
Buloses Dermatologia
Questão 14
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⮩ Pelo acometimento mucoso.
⮪ Por acometer somente adultos.
224
Buloses Cap. 13
GABARITO E COMENTÁRIOS
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se manifestar com bolhas flácidas, mas o nível de Y
clivagem é alto, abaixo da camada granulosa da idoso que começa a cursar com placas eritemato-
epiderme. Não costuma causar erosões de mu- -edematosas e bolhas nas axilas, virilha e abdome,
cosa oral. com piora progressiva, acompanhadas de prurido.
Não apresenta passado de lesões de pele, o que nos
Alternativa B: INCORRETA. O pênfigo foliáceo é uma faz suspeitar de alguma doença nova. Neste caso,
dermatose bolhosa autoimune intraepidérmica e é com a descrição de serem bolhas entre 2 e 5 cm de
o principal diagnóstico diferencial do pênfigo vul- diâmetro, tensas e que demoram vários dias para se
gar. No entanto, devido a seu alvo antigênico ser romper, devemos levantar a suspeita de penfigoide
a desmogleína 1, não costuma acometer mucosa bolhoso. O penfigoide bolhoso é uma doença cutâ-
oral, e o nível de clivagem é mais alto na subcórnea. nea autoimune crônica que causa lesões bolhosas
Alternativa C: INCORRETA. Fogo selvagem é sinôni- pruriginosas generalizadas em pacientes idosos. O
mo de pênfigo foliáceo endêmico e ocorre princi- envolvimento da mucosa é raro. O diagnóstico é por
palmente na região centro-oeste do Brasil. Suas biópsia cutânea e testes de imunofluorescência da
características clínicas e histopatológicas são as pele e soro. Corticoides tópicos e sistêmicos são
mesmas do pênfigo foliáceo. inicialmente usados.
✔ resposta: A
Alternativa D: INCORRETA. O pênfigo paraneoplásico
é uma dermatose bolhosa autoimune associada
a neoplasias, principalmente linfoproliferativas. O Questão 3 dificuldade:
quadro clínico é bastante polimórfico, com lesões
liquenoides, vesicobolhosas e exulceradas, mas Y Dica do professor: Avaliando o quadro clínico de
classicamente há uma estomatite erosiva de di- lesões orais, pode-se pensar em um caso erite-
fícil tratamento. O exame histopatológico mostra ma multiforme, líquen plano, lúpus eritematoso,
225
Buloses Dermatologia
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Y Dica do professor: Questão apresenta um quadro agente infectante secundário). O impetigo ocorre
clínico clássico. Criança de 7 anos que vai ao serviço mais na face e extremidades de crianças e se ma-
de saúde pela presença de lesões em face na região nifesta como pápulas e placas eritematocrostosas
perinasal com crosta melirécia (uma conformação (crostas milicérias – coloração parecida com mel),
que lembra o mel) de aspecto circinado. Essa des- geralmente após pequeno trauma da pele ou mes-
crição é típica de uma etiologia de lesões de pele mo após picada de insetos. Pode ocorrer sobre
extremamente comum em crianças, causando mais doenças prévias da pele, como a dermatite atópica
de 2 milhões de casos por ano no Brasil. (contaminação secundária pela bactéria). O pênfigo
que predomina em crianças é o pênfigo foliáceo de
O diagnóstico diferencial a partir de lesões cutâneas,
forma endêmica (Fogo Selvagem), que é caracte-
seja através de imagens dessas lesões ou apenas
rizado por vesículas e bolhas flácidas que se rom-
da descrição delas, é um tema recorrente nos con-
pem facilmente e geram erosões escamocrostosas,
cursos de acesso à residência médica.
queratósicas, em áreas seborreicas do corpo (face,
Alternativa A: INCORRETA. Pênfigo engloba um con-
couro cabeludo e tronco superior). A dermatite her-
junto de doenças autoimunes, que se apresentam
pertiforme ocorre em pacientes com enteropatia
de forma mais comum entre 40-50 anos, mas po-
sensível ao glúten (doença celíaca) e se manifesta
dem acometer pessoas de todas as idades. A lesão
com pápulas e vesículas muito pruriginosas com
típica do pênfigo (tanto vulgar quanto foliáceo) é
distribuição simétrica nas superfícies extensoras de
de lesões bolhosas, não compatíveis com a des-
cotovelos, joelhos, dorso superior e região sacral.
crição do caso.
A escabiose é provocada pelo parasita Sarcoptes
Alternativa B: INCORRETA. A dermatite herpetiforme é scabiei e cursa com lesões muito pruriginosas, com
uma doença associada ao glúten caracterizada pela predomínio noturno, em regiões de dobras.
presença de pápulas ou placas urticariformes simé-
tricas e pruriginosas nas articulações extensoras. ✔ resposta: D
226
Buloses Cap. 13
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do corpo; o anatomopatológico apresenta bolha granulosa ou espinhosa e ele NÃO apresenta aco-
subepidérmica com infiltrado inflamatório intenso. metimento de mucosas. O pênfigo paraneoplásico
O penfigoide bolhoso cursa com bolhas grandes e tem anatomopatológico e clínica semelhantes ao
tensas, erupção pruriginosa e urticariforme, princi- pênfigo vulgar, porém a mucosite é a principal ma-
palmente no abdome inferior, coxas e flexuras dos nifestação e o paciente apresenta neoplasia con-
membros; o anatomopatológico evidencia bolha firmada ou oculta – o que não foi falado na ques-
subepidérmica com infiltrado inflamatório (com tão. A porfiria cutânea tardia apresenta vesículas e
presença de eosinófilos). bolhas predominantemente nas áreas expostas ao
✔ resposta: D sol e sujeitas a trauma; o anatomopatológico apre-
senta bolha subepidérmica. A dermatite herpertifor-
me NÃO acomete mucosas e o anatomopatológico
Questão 7 dificuldade: apresenta microabscessos neutrofílicos na papila
dérmica (característico), podendo haver clivagem
Y Dica do professor: A questão apresenta a descrição subepidérmica.
característica do penfigoide bolhoso! Estamos diante
de uma dermatose vesicobolhosa subepidérmica, o ✔ resposta: A
que nos faz excluir o pênfigo vulgar – apresenta cli-
vagem intraepidérmica suprabasal. A epidermólise Questão 9 dificuldade:
bolhosa adquirida é causada por autoanticorpos IgG
contra o colágeno tipo VII das fibrilas de ancoragem Y Dica do professor: A forma clássica do pênfigo fo-
da junção dermoepidérmica – o anatomopatológico liáceo é chamada de pênfigo de Cazenave, enquanto
e a imunofluorescência direta são iguais ao do pen- a forma endêmica é chamada de fogo selvagem.
figoide bolhoso. O eritema multiforme é uma reação A patogenia da forma endêmica envolve fatores
inflamatória geralmente associada à infecção pelo ambientais (exposição a insetos hematófagos),
227
Buloses Dermatologia
genéticos (alterações no gene HLA-DRB1) e imuno- mesma doença, que causa a necrólise epidérmica
lógicos (autoanticorpos IgG contra componentes tóxica. No entanto, ela apresenta descamação de
dos desmossomos – em específico contra a des- pele em até 10% da superfície corporal (na NET o
mogleína 1). Manifesta-se com vesículas e bolhas acometimento é acima de 30%). O acometimento
flácidas que se rompem facilmente e geram erosões de mucosa oral é característico da SSJ e da NET.
escamocrostosas, queratósicas, com hiperpimen- Escolar com quadro típico de impetigo crostoso
tação residual, em áreas seborreicas (face, couro – maioria dos casos de impetigo, causado por es-
cabeludo, tronco superior). Caracteristicamente treptococos do grupo A (a infecção inicial é estrep-
NÃO acomete mucosas! O histopatológico mostra tocócica, podendo o estafilococo ser agente infec-
clivagem intraepitelial na região subcórnea/granu- tante secundário). O impetigo bolhoso corresponde
losa ou espinhosa. à minoria dos casos de impetigo e é causado mais
por estafilococos. Ocorre mais na face e extremi-
✔ resposta: A dades de crianças e se manifesta como vesículas
e bolhas que se rompem, gerando erosões eritema-
tocrostosas. Pode ocorrer sobre doenças prévias
Questão 10 dificuldade: da pele, como a dermatite atópica (contaminação
secundária pela bactéria). O tratamento é feito com
Y Dica do professor: Vamos relembrar os alvos dos antibióticos tópicos (mupirocina ou ácido fusídico)
autoanticorpos das bolhosas! Pênfigo vulgar: au- ou sistêmicos (penicilinas), de acordo com a gravi-
toanticorpos IgG contra componentes dos des- dade e extensão do quadro.
mossomos – em específico contra a desmogleína
3. Penfigoide bolhoso: autoanticorpos IgG contra ✔ resposta: D
a zona da membrana basal – em específico contra
o BP180 dos hemidesmossomos e os filamentos
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de ancoragem. Pênfigo Foliáceo: autoanticorpos Questão 12 dificuldade:
IgG contra componentes dos desmossomos – em
específico contra a desmogleína 1. Epidermólise Y Dica do professor: Questão que apresenta a des-
bolhosa adquirida: autoanticorpos IgG contra o co- crição clássica de um paciente com penfigoide bo-
lágeno tipo VII – componente principal das fibrilas lhoso! Vale lembrar que o penfigoide bolhoso é uma
de ancoragem da junção dermoepidérmica. bolhosa autoimune gerada por autoanticorpos IgG
contra a zona da membrana basal – em específico
✔ resposta: C contra os hemidesmossomos. Sendo assim, o ana-
tomopatológico apresentará bolha subepidérmica.
O pênfigo foliáceo cursa com vesículas e bolhas flá-
Questão 11 dificuldade: cidas que se rompem facilmente e geram erosões
escamocrostosas, queratósicas, com hiperpimen-
Y Dica do professor: A epidermólise bolhosa heredi- tação residual, em áreas seborreicas (face, couro
tária é uma doença mecanobolhosa que apresenta cabeludo, tronco superior). Caracteristicamente NÃO
vesículas e bolhas após traumas leves na pele e mu- acomete mucosas! O penfigoide cicatricial acome-
cosas, gerada por mutação nos genes que codificam te preferencialmente mucosas e ocasionalmente a
proteínas estruturais da junção dermoepidérmica. pele. A dermatite herpertiforme se manifesta com
A Necrólise epidérmica tóxica é uma reação a fár- pápulas e vesículas muito pruriginosas com dis-
macos específicos (sulfonamidas, antiepilépticos, tribuição simétrica nas superfícies extensoras de
alopurinol, penicilinas e alguns AINEs) e o paciente cotovelos, joelhos, dorso superior e região sacral
apresenta febre alta e descamação mucocutânea e NÃO acomete mucosas.
intensa difusa. A Síndrome de Stevens-Johnson
corresponde a uma outra forma de manifestação da ✔ resposta: A
228
Buloses Cap. 13
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crostas hemáticas. As lesões se curam sem deixar
cicatriz (apenas discromias). Acomete pele (couro
cabeludo, face, axilas e virilhas) e/ou mucosas.
✔ resposta: D
Questão 14 dificuldade:
229
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230
Capítulo
DERMATOSES NÃO INFECCIOSAS
14
importância/prevalência
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u
231
Dermatoses não infecciosas Dermatologia
DICA
Geralmente está associada a doença sistê-
mica: doenças inflamatórias intestinais, artrites e
doenças hematológicas.
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u
232
Dermatoses não infecciosas Cap. 14
u Mais comum em crianças e adultos abaixo de u Doença granulomatosa sistêmica mais frequen-
30 anos. te em mulheres com idade entre 25 e 65 anos.
u Etiologia desconhecida, mas pode estar associa- u Etiologia: desconhecida.
do a traumas, picadas de inseto, teste cutâneo
tuberculínico, exposição solar. 4.1. QUADRO CLÍNICO
u Pode estar associado a diabetes mellitus, tireoi-
dopatias e sarcoidose. u Vários órgãos podem ser acometidos.
u Quadro clínico: pápulas e nódulos assintomá- u Sarcoídes: pápulas e nódulos eritêmato-hiper-
ticos, cor da pele/eritematosos agrupados em crômicos a violáceos, bem delimitados, de su-
formato de “anéis” no dorso das mãos, dedos, perfície lisa, assintomáticos, que surgem em
pés e superfície extensora de pernas e antebra- surtos (Figura 4).
ços (Figura 3).
u Principais locais acometidos: face, lábios, tronco
W Pode haver resolução espontânea, com área superior, região cervical e membros.
pigmentada levemente atrófica residual.
u É comum o surgimento de lesões de sarcoidose
W Pacientes HIV+ podem apresentar a forma em cicatrizes preexistentes ou locais de trauma.
disseminada.
u Eritema nodoso é mais comum na forma “benig-
na” da sarcoidose.
Figura 3. Granuloma anular.
Figura 4. Sarcoidose.
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Fonte: Manual MSD.3
233
Dermatoses não infecciosas Dermatologia
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u
5. SÍNDROME DE SWEET
234
Dermatoses não infecciosas Cap. 14
REFERÊNCIAS
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em: https://dermatopatologia.com/doenca/sindrome-
-de-sweet/.
7. Bolognia J, Jorizzo JL, Schaffer JV. Dermatology. 3. ed.
Philadelphia: Elsevier Saunders; 2015.
8. Junior WB, Chiacchio ND, Criado PR. Tratado de Derma-
tologia. 3. ed. Rio de Janeiro: Atheneu; 2018.
235
Dermatoses não infecciosas Dermatologia
QUESTÕES COMENTADAS
Questão 1 Questão 2
(PROCESSO SELETIVO UNIFICADO – MG – 2022) Mulher de 53 (HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DE RP DA
anos relata que há um ano apresenta episódios pa- USP – SP – 2022) A enfermeira da saúde da família do
roxísticos recorrentes de rubor não pruriginoso na bairro avaliou um bebê de 2 anos e meio de idade que
face, pescoço e tórax superior, de duração de cer- foi levado à unidade para consulta de puericultura.
ca de um minuto e que melhora espontaneamente, Durante conversa, a mãe relatou que a criança, nos
associado a chieira torácica e palpitação (percep- últimos dias, estava chorando muito, mais irritada
ção de taquicardia regular) de curta duração. Há em algumas horas do dia. Negava febre, perda de
três meses, vem apresentando seis evacuações peso ou alteração do apetite. Ao retirar a fralda para
ao dia com fezes líquidas contendo muco, sem examinar a criança, a enfermeira percebeu área de
sangue ou pus, precedidas de dor abdominal em pele com eritema importante e áreas de abrasão,
cólica que alivia após as evacuações. Nega febre acometendo o períneo, raiz das coxas, parte das
ou emagrecimento. Sua última menstruação ocor- nádegas, se estendendo até a região perianal. O
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reu há 18 meses. Ao exame, aparenta leve confu- médico foi chamado, avaliou a criança e orientou
são mental. O exame cardiovascular, revela ritmo o tratamento, medidas de cuidado e prevenção.
cardíaco regular, movimento paraesternal inferior Qual o melhor tratamento medicamentoso para o
esquerdo da parede torácica, sopro holossistólico quadro desta criança?
suave na mesma região, mais audível à inspiração,
e sopro diastólico inicial, aspirativo e suave, audível ⮦ Antibiótico tópico.
ao longo da borda paraesternal esquerda. O pulso ⮧ Corticosteroide tópico.
arterial está normal, e o pulso venoso central eleva- ⮨ Antifúngico tópico.
do com onda V gigante. O fígado está aumentado à ⮩ Dexpantenol tópico.
palpação, de consistência aumentada e superfície
nodular irregular. A pele apresenta áreas de hipe-
remia, hiperpigmentação e descamação na face, Questão 3
pescoço e antebraços. Há queilite angular e glos-
(HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE – RS – 2021) Paciente
site. O diagnóstico dermatológico MAIS PROVÁVEL
de 40 anos procurou a Emergência por apresentar
nesse caso é:
um ferida na perna (imagem abaixo), que vinha com
⮦ Dermatomiosite. aumento progressivo há 2 meses. Informou ser por-
⮧ Pelagra. tador de artrite reumatoide há 3 anos e manter bom
controle da doença com o uso de imunomoduladores
⮨ Porfiria cutânea tarda.
sistêmicos, sem outras comorbidades. Referiu-se
⮩ Psoríase. que a lesão, localizada na região pré-tibial, começa-
ra como uma “espinha que se abriu e virou ferida”,
com crescimento centrífugo e dor intensa no local.
Ao exame físico, a temperatura axilar era de 36,5°,
a pressão arterial de 110/70 mmHg, a frequência
236
Dermatoses não infecciosas Cap. 14
cardíaca de 70 bpm e a frequência respiratória de PCR-t 0,2. Após o diagnóstico, o paciente apresentou
20 IRPM. Encontrava-se em bom estado geral, lú- durante o tratamento surgimento de lesões cutâneas
cido, orientado e coerente, com mucosas úmidas eritematosas papulares, infiltrativas, algumas coa-
e coradas. As extremidades estavam aquecidas, e lescendo, dolorosas em pescoço e membro superior
os pulsos periféricos, palpáveis. Ao exame derma- esquerdo. As lesões foram biopsiadas e demonstra-
tológico, observou-se úlcera de bordas violáceas, ram infiltrado neutrofílico em derme. Diante disso,
subminadas (mais largas na profundidade do que assinale a principal hipótese diagnóstica:
na superfície) e descoladas, envolvida por discre-
to halo eritematoso e centro granuloso com restos ⮦ Síndrome de Sneddon.
necróticos, medindo 10 cm em seu maior diâmetro. ⮧ Síndrome de Stevens-Johnson.
Qual o diagnóstico mais provável e qual a aborda- ⮨ Síndrome de Sweet.
gem terapêutica inicial adequada? ⮩ Sarcoidose.
⮦ Piodermagangrenoso – uso de corticosteroide ⮪ Eritema nodoso.
sistêmico.
⮧ Úlcera de origem neuropática infectada – de- Questão 6
bridamento cirúrgico com uso de amoxicilina +
clavulanato por via oral. (SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE DO DISTRITO FEDERAL – 2018)
⮨ Úlcera de origem isquêmica – cirurgia de revas- Homem de 35 anos de idade, previamente hígido,
cularização imediata. procura atendimento no dermatologista por apre-
sentar lesão dolorosa em membro inferior direito,
⮩ Úlcera de origem venosa infectada – uso de
salpicada, ulcerada e que progrediu rapidamente.
amoxicilina + clavulanato por via oral.
Nega tabagismo e demais queixas. A lesão se iniciou
como um nódulo e está representada na imagem
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Questão 4 a seguir. Com base no referido caso clínico, julgue
o item a seguir. Em geral, a referida patologia não
(HOSPITAL DE URGÊNCIA DE SERGIPE – SE – 2020) Dentre as é de ordem infecciosa.
linhas de cuidado na atenção integral à saúde da
criança propostas pelo Ministério da Saúde do Bra- ( ) Certo.
sil, temos a atenção às doenças prevalentes. Das ( ) Errado.
doenças abaixo, a única que NÃO é considerada
como doença prevalente na infância é: Questão 7
⮦ Diarreias. (SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE DO DISTRITO FEDERAL – 2018)
⮧ Dermatoses. Homem de 35 anos de idade, previamente hígido,
⮨ Tétano neonatal. procura atendimento no dermatologista por apre-
⮩ Doenças respiratórias. sentar lesão dolorosa em membro inferior direito,
salpicada, ulcerada e que progrediu rapidamente.
⮪ Sífilis e rubéola congênitas.
Nega tabagismo e demais queixas. A lesão se iniciou
como um nódulo e está representada na imagem
Questão 5 a seguir. Com base no referido caso clínico, julgue
o item a seguir. Devem ser investigadas situações
(HOSPITAL ADVENTISTA SILVESTRE – 2019) Homem de 58 como doenças inflamatórias intestinais.
anos, transplantado hepático há 1 ano, referindo
quadro de início há 2 semanas de febre baixa diária, ( ) Certo.
astenia importante, hiporexia, cefaleia holocraniana ( ) Errado.
constante. Em atendimento no ambulatório, compa-
rece com os seguintes exames laboratoriais: Hb 10,5
/ Htc 30% / Leucócitos 126.000 / Plaquetas 145.000 /
237
Dermatoses não infecciosas Dermatologia
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como um nódulo e está representada na imagem a Questão 12
seguir. Com base no referido caso clínico, julgue o
(HOSPITAL PROFESSOR EDMUNDO VASCONCELOS – 2016) Mu-
item a seguir. O curso da doença geralmente é lento.
lher de 23 anos procura o clínico com queixa de há
( ) Certo. 6 meses apresentar diarreias frequentes com muco,
pus e sangue, já tendo realizado exames parasitoló-
( ) Errado.
gicos de fezes, todos negativos. Vem emagrecendo
e há duas semanas apresentou dores articulares
Questão 10 e manchas dolorosas, elevadas e arroxeadas em
membros inferiores. Essas lesões dermatológicas
(SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE DO DISTRITO FEDERAL – 2018)
podem corresponder a:
Homem de 35 anos de idade, previamente hígido,
procura atendimento no dermatologista por apre- ⮦ Eritrasma.
sentar lesão dolorosa em membro inferior direito, ⮧ Ectima ou impetigo.
salpicada, ulcerada e que progrediu rapidamente.
⮨ Eritema nodoso.
Nega tabagismo e demais queixas. A lesão se ini-
ciou como um nódulo e está representada na ima- ⮩ Púrpura reacional.
gem a seguir. Com base no referido caso clínico, ⮪ Eritema multiforme.
238
Dermatoses não infecciosas Cap. 14
GABARITO E COMENTÁRIOS
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lisa, levando à broncoconstricção e à diarreia (ace- ✔ resposta: D
lerando a motilidade intestinal). A valvopatia pode
ser explicada por deposição de tecido fibrótico. É
mais comum à direita, mas também pode aconte- Questão 3 dificuldade:
cer à esquerda. Já as lesões de pele + confusão
mental, nos remetem aos 3 Ds da pelagra (Diarreia, Y Dica do professor: O pioderma gangrenoso é uma
Dermatite e Demência), que nesse caso acontecem dermatose neutrofílica que se apresenta com úlceras
porque o triptofano que adquirimos da dieta está inflamatórias subminadas em pele, porém menos
todo sendo utilizado para produzir serotonina pelo comumente pode se apresentar de forma bolhosa,
tumor, e essa escassez de triptofano, que é essen- postular ou vegetativa. Certa de 50% dos pacientes
cial para a produção da niacina (vitamina B3), leva tem alguma doença inflamatória associada, dentre
à pelagra. Além disso, a descrição do exame físico elas 21% têm artrite reumatoide como o paciente
hepático corrobora com a hipótese, pois metásta- mencionado na questão. O diagnóstico é feito a
ses hepáticas são comuns na síndrome carcinoide. partir da presença do critério maior e pelo menos
✔ resposta: B 4 dos critérios clínicos menores citados abaixo:
Critério maior: biópsia de borda de úlcera demons-
dificuldade:
tra infiltrado neutrofílico.
Questão 2
Critérios menores: exclusão de infecções; patergia;
Y Dica do professor: lactente, 2 meses, com qua- histórico de doença inflamatória intestinal ou artrite
dro clínico compatível com dermatite de fraldas. reumatoide; histórico de pápula, pústula ou vesícula
O que fazer? que progrediu para úlcera; eritema periférico; cicatriz
Alternativa A: INCORRETA. Pela descrição da lesão, cribriforme no lugar das úlceras; diminuição da úlce-
não existem áreas de infecção secundária para ra com o uso de medicações imunossupressoras.
239
Dermatoses não infecciosas Dermatologia
O tratamento é feito com debridamento da lesão e medicações. Cursa com febre geralmente prece-
corticoesteroides (local ou sistêmico dependendo dendo as lesões cutâneas, mialgia, artralgia e aste-
da extensão da lesão). nia. As lesões cutâneas são placas eritematoviolá-
Alternativa A: CORRETA. A descrição da lesão e a ceas, infiltradas, dolorosas, que confluem e adquirem
associação com artrite reumatoide torna este diag- conformação anular. Os locais mais acometidos
nóstico mais provável. são membros superiores, face e pescoço.
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causas associadas ao óbito infantil que poderiam Alternativa E: INCORRETA. O eritema nodoso é uma
ser evitadas utilizando-se medidas preventivas, diag- paniculite caracterizada por nódulos subcutâneos
nóstico precoce e tratamento adequado. A estraté- eritematosos, dolorosos, simétricos, nos membros
gia de Atenção Integrada às Doenças Prevalentes inferiores – principalmente pré-tibial. O anatomopa-
na Infância (AIDPI), desenvolvida pela Organização tológico demonstra paniculite septal sem vasculite.
Mundial da Saúde, Organização Panamericana da
✔ resposta: C
Saúde e Fundo das Nações Unidas para a Infância,
visa diminuir a morbi-mortalidade infantil median-
te sistematização do atendimento das doenças Questão 6 dificuldade:
prevalentes de forma integrada e simultânea, com
destaque para as diarreias, sífilis e rubéola congê- Y Dica do professor: A questão apresenta um qua-
nitas, tétano neonatal, HIV/aids e doenças respira- dro típico de pioderma gangrenoso. O pioderma é
tórias/alergias. uma dermatose neutrofílica rara que se manifesta
como uma pápula/nódulo que evoluiu rapidamente
✔ resposta: B para uma ulceração DOLOROSA. A úlcera clássica
apresenta bordas subminadas eritematovioláceas,
Questão 5 dificuldade: fundo purulento e pode atingir tecidos profundos.
A etiologia ainda é desconhecida, mas há importan-
Y Dica do professor: A Síndrome de Sweet é também te participação da imunidade (humoral e celular) –
chamada de dermatose neutrofílica aguda febril, não tem origem infecciosa.
visto que no anatomopatológico encontramos in- Não confundir com a Leishmaniose cutânea locali-
filtrado neutrofílico intenso e difuso na derme. zada, doença infecciosa causada pelos protozoários
Acredita-se ser uma reação de hipersensibilidade Leishmania amazonensis e L. braziliensis e que
a infecções, doenças autoimunes, neoplasias e cursa com úlcera circular profunda, com bordas
240
Dermatoses não infecciosas Cap. 14
✔ resposta: CERTO
✔ resposta: ERRADO
Questão 11 dificuldade:
Questão 8 dificuldade:
Y Dica do professor: O pioderma gangrenoso ge-
Y Dica do professor: A forma clássica do pioderma
ralmente está associado a doença sistêmica. As
gangrenoso é uma úlcera de base purulenta com
principais são as doenças inflamatórias intestinais
borda irregular subminada eritematoviolácea. As
(colite ulcerativa e doença de Crohn), artrites (ar-
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outras formas clínicas são:
trites soronegativas, espondilite da doença intes-
tinal inflamatória e artrite reumatoide) e doenças
1. Bolhosa: bolhas purulentas ou hemorrágicas
hematológicas (leucemia mieloide aguda e crôni-
de surgimento agudo, na face e MMSS (prin-
ca, leucemia de células pilosas, mielodisplasia e
cipalmente dorso das mãos), que rapidamente
gamopatia monoclonal).
necrosam.
2. Pustulosa: múltiplas pústulas que pode regredir
✔ resposta: B
sem deixar cicatriz.
3. Superficial granulomatosa/Vegetante: lesão Questão 12 dificuldade:
superficial ulcerada ou vegetante que surge
após trauma ou cirurgia. Ocorre principalmente
Y Dica do professor: O eritema nodoso é uma rea-
no tronco. ção de hipersensibilidade tardia a vários estímulos
antigênicos. Suas causas podem ser: infecções,
✔ resposta: CERTO sarcoidose, doenças reumatológicas, doenças in-
flamatórias intestinais (quadro clínico da paciente
apresentada na questão), drogas, gravidez, neopla-
Questão 9 dificuldade: sias, doenças autoimunes. Manifesta-se com nódu-
los subcutâneos eritematosos, dolorosos, quentes,
Y Dica do professor: O pioderma gangrenoso se simétricos, de início agudo nos membros inferiores
manifesta como uma pápula/nódulo que evoluiu – principalmente pré-tibial. Geralmente o paciente
RAPIDAMENTE para uma ulceração DOLOROSA apresenta febre e sintomas constitucionais como
de bordas subminadas eritematovioláceas, fundo fadiga, artralgia, cefaleia.
purulento e pode atingir tecidos profundos.
Alternativa A: INCORRETA. O eritrasma é uma infecção
✔ resposta: ERRADO bacteriana cutânea causada pelo Corynebacterium
241
Dermatoses não infecciosas Dermatologia
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típico) nas extremidades distais (incluindo palmas
e plantas) e face.
✔ resposta: C
242
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243
INTENSIVA
TERAPIA
Terapia intensiva
Sumário
Prevalência/importância
15. Sepse . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
16. Choque . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
17. Insuficiência respiratória e SDRA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
18. Intoxicações exógenas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
19. Sedação e analgesia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
20. Nutrição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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244
Capítulo
SEPSE
15
importância/prevalência
u Definição de Sepse (2016): “Disfunção orgânica ameaçadora à vida causada por resposta desregulada do
hospedeiro à infecção”.
u Os critérios de SRIS (Síndrome da Resposta Inflamatória sistêmica) não são mais necessários para a
definição de sepse.
u O diagnóstico de sepse se baseia na presença de um foco suspeito/confirmado de infecção e associado
à presença de ao menos uma disfunção orgânica ocasionado por essa mesma infecção.
u A disfunção orgânica deve ser avaliada por meio do score SOFA.
u O SOFA utiliza valores laboratoriais. Assim, para uma avaliação imediata, podemos usar o qSOFA, que
pode ser feito à beira do leito e realiza uma triagem dos pacientes com maior gravidade dentre os possi-
velmente sépticos.
u O qSOFA não faz diagnóstico de sepse!
u Choque séptico é um quadro de sepse que, apesar de adequada reposição volêmica, necessita de drogas
vasoativas para manter PAM > 65 mmHg e possui o Lactato sérico > 2 mmol/L, definindo um grupo de
pacientes com elevada mortalidade.
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DICA
1. D EFINIÇÕES E PROGNÓSTICO A presença dos critérios da Síndrome da
Resposta Inflamatória Sistêmica (SRIS: temperatua
maior que 38 ou menor que 36°C, FC maior que
u Em 2016, baseado em dados de países desenvol- 90 bpm, FR maior que 20 ipm com hipocapnia e
vidos, uma nova definição de sepse foi estabe- leucocitose maior que 12 ou menor que 4 mil ou
lecida: “Disfunção orgânica ameaçadora à vida presença de formas jovens) não é mais necessária
causada por resposta desregulada resposta do para a definição. Além disso, a expressão “sepse
hospedeiro à infecção”. grave” deve ser abolida, já que todos os casos de
u Além disso, choque séptico foi definido como sepse devem ser considerados graves. Os critérios
quadro de sepse que, apesar de adequada repo- de SRIS devem ser utilizados para definição de
infecção.
sição volêmica, necessita de drogas vasoativas
para manter PAM > 65 mmHg e possui o Lactato
sérico > 2 mmol/L (18 mg/dL). u Tal mudança nas definições foi realizada para
melhor prognóstico de mortalidade, partindo de
10% para casos de infecção sem sepse, passando
a 10 a 40% para sepse isolada, e 40 a 70% para
quadro de choque séptico. É importante lembrar
que dados exclusivamente brasileiros revelam
mortalidade para sepse isolada de mais de 55%.
245
Sepse Terapia Intensiva
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W
246
Sepse Cap. 15
Presunção de infecção
+ Reavaliar se
Alterações relevantes na persistir suspeita
história Descartar
Pacientes idosos ou
imunossupressos
Aplicação do
qSOFA
qSOFA ≥ 2
Monitorização
Acesso venoso
Coleta de exames – SOFA
- Investigação de foco
- Disfunção orgânica
- Dosagem lactato
Antibioticoterapia
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Fluidoterapia (avaliar!)
Monitorização
Acesso venoso
Protocolo SEPSE
- Coleta de exames SOFA
- Investigação de foco
- Antibioticoterapia
qSOFA ≥ 2
Sepse
Lactato ≥ 2 mmol/L
PAM < 65 mmHg após
ressuscitação volêmica
Choque séptico
247
Sepse Terapia Intensiva
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zar o julgamento de melhora clínico e valores
o paciente frequentemente e coletar exames em de Procalcitonina.
busca de disfunções orgânicas, como no Fluxo-
grama 1.
W O qSOFA não deve ser utilizado como parâ-
metro único para se suspeitar de sepse (não
é desenvolvido para esse fim). O qSOFA indi-
ca, entre os indivíduos com suspeita de sepse
5. M ANEJO INICIAL E AS METAS (infeção com suspeita de disfunção orgânica),
aqueles que estão mais graves e devem ser
investigados e tratados mais agressivamente.
u Sepse é uma emergência médica. Todo paciente Deve ser utilizado em conjunto com outros fa-
com suspeita de sepse deve receber monitoriza- tores, como os próprios sinais de SIRS, outros
ção multiparamétrica e realização de exames em escores de triagem (como NEWS e MEWS) e
busca de disfunções orgânicas. No final do ano julgamento clínico para a suspeita de sepse.
de 2021, a Campanha Sobrevivendo à Sepse (Sur- u Além destas medidas, no tratamento do paciente
viving Sepsis Campaign - SSC) publicou um novo séptico, deve-se considerar:
Guideline atualizando as medidas na abordagem
W A escolha do antimicrobiano é realizada para
da sepse. Aqui destacamos as mais importantes.
cobertura de agentes gram-positivos e nega-
W Medir o lactato sérico. tivos pertinentes dependendo da epidemio-
W Sugere-se, em até 3 horas, uma reposição vo- logia e fatores de risco do paciente. Após o
lêmica com cristaloides (30 mL/kg) se hipoten- resultado das culturas, deve-se descalonar o
são ou lactato maior que 4 mmol/L (36 mg/dL). esquema de antibióticos sempre que possível.
W Coletar dois pares de hemocultura em dois W O controle cirúrgico do foco deve ser preco-
sítios periféricos distintos. cemente realizado.
248
Sepse Cap. 15
W Após a primeira hora, e sempre com reavalia- retas do débito cardíaco, como por cateter de
ções frequentes, se o primeiro lactato estiver artéria pulmonar, ecocardiograma, métodos
alterado, deve-se realizar coleta de segundo não invasivos por contorno de curva de pulso,
lactato para avaliação prognóstica (a queda é ou curva de lactato) devem ser acompanhados
associada a melhores resultados). De modo para verificar o sucesso da terapia.
semelhante, a avaliação seriada do tempo de u Caso não haja melhora, deve-se buscar medidas
enchimento capilar possui valor prognóstico de otimização hemodinâmica, tais como predição
semelhante à curva de lactato, devendo ser de resposta a novos bolus de fluidos (testes de
usada em conjunto. fluido-responsividade: elevação passiva das per-
W Caso a hipotensão não esteja respondendo a nas, delta PP, delta VVS) ou associação de segun-
reposição volêmica, deve-se iniciar noradrenali- da droga vasoativa (vasopressina para choques
na precocemente para manutenção da pressão hiperdinâmicos; dobutamina ou adrenalina para
arterial média (PAM) acima de 65 mmHg. Não choque séptico com componente cardiogênico
há necessidade de esperar a ressuscitação cardiogênico e baixo débito cardíaco associado).
volêmica inicial completa com 30 mL/kg para W Já é bem estabelecido na literatura que a tera-
iniciar o vasopressor caso o paciente esteja pia guiada por metas (sequencialmente pres-
hipotenso e/ou mal perfundido. são venosa central, pressão arterial média,
W A Noradrenalina é o vasopressor de escolha saturação venosa central e hematócrito) não
em pacientes com choque distributivo, como está associada a melhores desfechos quando
o séptico. comparada ao cuidado padrão de avaliações
W Em caso de hipotensão refratária (choque re- frequentes e intensivas dos parâmetros hemo-
fratário, com noradrenalina acima de 0,5 mcg/ dinâmicos pertinentes a cada caso.
kg/min, e mantendo-se os sinais de bom dé- W O cuidado do paciente séptico deve ser global,
garantindo outros elementos, tais como: seda-
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bito cardíaco, pode-se associar vasopressina.
Epinefrina pode ser uma terceira droga. ção e analgesia mínima para conforto; utiliza-
W Caso haja sinais de componente cardiogênico ção de cateter nasal de alto fluxo e ventilação
no choque (como se ocorrência de miocardio- mecânica protetora (com volume corrente
patia da sepse), o uso de inotrópico, como a de 6 mL/kg de peso ideal) caso necessário;
dobutamina. Utilizar a epinefrina, pelo seu efei- hemoglobina sérica acima de 7,0 g/dL (indivi-
to inotrópico, também é uma medida possível. dualizar para casos de síndrome coronariana
aguda e choque hemorrágico); nutrição enteral
W Vasopressores podem ser iniciados em aces-
quando melhora da instabilidade, tolerando
so venoso periférico até que se obtenha um
aporte calórico e proteico abaixo da meta nos
acesso central, para não se atrasar o início da
primeiros dias; controle da glicemia entre 140
droga vasoativa, mantendo paciente hipotenso.
a 180 mg/dL; profilaxias de tromboembolismo
W Recomenda-se a utilização de hidrocortisona venoso e lesão de mucosa gástrica quando
endovenosa em caso de choque refratário (no- indicadas; discussão com paciente e/ou fami-
radrenalina acima de 0,5 mcg/kg/min). liares sobre objetivos de cuidado e abordagem
W Parâmetros de perfusão (tais como tempo de paliativa para controle de sintomas; acesso a
enchimento capilar, medidas diretas ou indi- serviços de reabilitação.
249
Sepse Terapia Intensiva
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Bacteremia 5 a 7 dias
-Directed Resuscitation for Septic Shock. N Engl J Med.
2015; 372(14): 1301-11.
Infecção intra-abdominal 5 a 8 dias
ProCESS Investigators, Yealy DM, Kellum JA, Huang DT,
Barnato AE, Weissfeld LA, et al. A Randomized Trial of
Protocol-Based Care for Early Septic Shock. N Engl J
Infecção do trato urinário 5 dias Med. 2014; 370(18): 1683-93.
Rhodes A, Evans LE, Alhazzani W, Levy MM, Antonelli M,
Fonte: Adaptado de Evans2 Ferrer R, et al. Surviving Sepsis Campaign: International
Guidelines for Management of Sepsis and Septic Shock:
2016. Rhodes. Crit Care Med. 2016; 45(3): 486-552.
Taniguchi LU, Bierrenbach AL, Toscano CM, Schettino GP,
Azevedo LC. Sepsis-related deaths in Brazil: an analysis
of the national mortality registry from 2002 to 2010. Crit
Care. 2014; 18(6): 608.
250
Sepse Cap. 15
QUESTÕES COMENTADAS
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⮧ oligúria aguda (débito urinário <0,5 mL/kg/h por realização de ressuscitação volêmica com:
2 horas, a despeito de reposição volêmica ade-
quada) indica disfunção orgânica. ⮦ 30 mL/kg de cristaloide e a prescrição de no-
⮨ as recomendações para o tratamento do choque radrenalina para manter PAM maior ou igual a
séptico incluem a realização, na primeira hora 65 mmHg.
de diagnóstico, de antibioticoterapia de amplo ⮧ 30 mL/kg de coloide e a prescrição de nora-
espectro, preferencialmente dirigida para o foco drenalina para manter PAM maior ou igual a 65
e o agente infeccioso. mmHg, e de dobutamina, se a saturação venosa
⮩ qSOFA (quick SOFA) consiste em critérios clíni- central for menor que 70%.
cos e laboratoriais mensuráveis à beira do leito ⮨ 30 mL/kg de ringer lactato e a prescrição de no-
(Glasgow ≤ 15; Pressão sistólica ≤ 100 mmHg e radrenalina e de vasopressina para manter PAM
Frequência cardíaca ≥ 100 bpm). maior ou igual a 75 mmHg e de hidrocortisona
⮪ a ressuscitação volêmica com solução cristaloi- 200 mg em infusão contínua por 24 horas.
de a 30 mL/kg deve ser realizada nas primeiras ⮩ cristaloide até a pressão venosa central ficar
3 horas em pacientes com hipotensão. maior que 12 mmHg e a prescrição de noradrena-
lina para manter PAM maior ou igual a 75 mmHg.
Questão 2
Questão 4
(UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA – SP - 2021) Homem de
57 anos apresenta febre de 38ºC, tosse e expectora- (HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA UFSC – SC – 2020, ADAPTADA)
ção amarelada há 3 dias. Exame físico: FC 110 bpm, Um paciente masculino, 68 anos, procura a emer-
PA 80 x 50 mmHg, FR 31 mpm e oximetria de pul- gência com queixa de dor lombar e febre há 48 ho-
so 87%. Consciente e orientado, MV presente com ras. Há 24 horas vem apresentando dispneia, com
251
Sepse Terapia Intensiva
piora progressiva nas últimas 6 horas. Na admissão ⮦ Há critérios para choque séptico segundo o es-
apresentava-se sonolento, pontuando 13 na Escala tudo sepsis 3. Deve-se realizar expansão volêmi-
de Coma de Glasgow, FR 26 rpm, PA 80/50 mmHg, ca com coloides sintéticos; coleta de culturas;
FC 87 bpm, afebril. São realizados alguns exames antibioticoterapia precoce.
complementares: Rx tórax: sem alterações; ga-
⮧ Há critérios para choque séptico segundo o es-
sometria arterial: pH 7,28, pCO2 24 mmHg, pO2
tudo sepsis 3. Deve-se realizar noradrenalina
56 mmHg, HCO3 17 mEq/L; Hb 12 mg/dL Ht 42%,
em acesso venoso periférico; coleta de culturas;
leucócitos 10.000/mm³; parcial de urina: Leucocitú-
antibioticoterapia precoce.
ria 1.500.000/ nitrito positivo. Em relação ao quadro
clínico, é correto afirmar: ⮨ Não há critérios para sepse segundo o estudo
sepsis 3. Deve-se realizar expansão volêmica
⮦ Baseado no qSOFA, o paciente apresenta sepse. com cristaloides balanceados; coleta de cultu-
ras e antibioticoterapia precoce.
⮧ Podemos descartar disfunção pulmonar, uma
vez que o Rx de tórax não apresenta alterações. ⮩ Há critérios para sepse segundo o estudo sep-
sis 3. Deve-se realizar expansão volêmica com
⮨ Baseado no critério SOFA o paciente apresenta coloides sintéticos; coleta de culturas; antibio-
sepse. ticoterapia precoce.
⮩ Não é esperado um aumento de mortalidade ⮪ Há critérios para sepse segundo o estudo sep-
para esse paciente. sis 3. Deve-se realizar expansão volêmica com
cristaloides balanceados; coleta de culturas;
⮪ Não há evidência de infecção, então não é pos-
antibioticoterapia precoce.
sível caracterizar sepse; apenas SIRS.
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Questão 6
Questão 5
(INSTITUTO DE ASSISTÊNCIA MÉDICA AO SERVIDOR PÚBLICO
(SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – SUS – SÃO PAULO – SP – 2020) ESTADUAL – SP – 2021) Em relação às definições de
Um paciente de 21 anos é admitido na sala de sepse estabelecidas pelo Terceiro Consenso Inter-
emergência sonolento e visivelmente desidra- nacional de Definições de Sepse e Choque Séptico
tado. Segundo familiares, paciente apresenta (SEPSIS-3), assinale a alternativa correta.
diarreia e febre nos últimos 5 dias. Não há relato
de comorbidades ou uso de medicações contí- ⮦ Não interfere nas metas terapêuticas estabele-
nuas. Ao exame físico: REG, sonolento, Glasgow cidas em consensos prévios da Surviving Sep-
11 (o3v3m5), desidratado IV +/IV +, pele fria. sis Campaign.
Taquicárdico, ausculta cardíaca em sopros. FC:
⮧ A utilização do qSOFA (Quick Sequential Organ
138 bpm e PA: 70 × 40 mmHg. Ausculta pulmonar
Failure Assessment) objetiva identificar uma
sem achados. Taquipneico, FR: 27 ipm e saturação
população com mortalidade esperada baixa.
de 98% em ar ambiente. Abdome plano, normo-
tenso, ruídos hiperativos e sem dor a palpação. ⮨ A utilização do qSOFA é adequada para se ex-
Exames laboratoriais: hemograma com leucoci- cluir, de forma segura, o diagnóstico de sepse
tose, neutrofilia, desvio à esquerda e presença de em pacientes cirúrgicos.
granulações tóxicas. Contagem de plaquetas e
⮩ A variação do SOFA em dois ou mais pontos é
coagulograma normais. Cr 2,8mg/dL e U 95 mg/
critério diagnóstico essencial para choque sép-
dL. Na+ 148 mEq/L, K+ 3,0 mEq/L. Cl 120 mEq/L
tico com alta mortalidade.
(VR 90-110 mEq/L). Albumina 4g/dL. Lactato VR
18 mg/dL (VR 18 mg/dL). Gasometria arterial: pH ⮪ O choque séptico passou ou a ser identificado
7,0; HCO3 – 5 mEq/L; pCO2 28 mmHg. Nesse caso como hipotensão refrataria a volume e sinais
é correto afirmar que: clínicos de hipoperfusão tecidual.
252
Sepse Cap. 15
Questão 7 Questão 9
(HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN – SP – 2020) Mulher, (INSTITUTO DE ASSISTÊNCIA MÉDICA AO SERVIDOR PÚBLICO
59 anos, com antecedente de hipertensão, dislipi- ESTADUAL – SP - 2020 – ADAPTADA) O terceiro consenso
demia e diabetes, dá entrada em pronto-socorro internacional para sepse e choque séptico:
com queixa de tosse, dispneia e febre há 1 dia. Si-
nais vitais da entrada: Temperatura 36,7ºC. Pres- ⮦ excluiu utilização do qSOFA (Quick Sequential
são arterial 86x66 mmHg. FC 88 bpm. FR 26 ipm. Sepsis Organ Failure Assessment) como critério
Saturação de oxigênio 93%. Glicemia capilar 145. para caracterização de sepse.
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drômico é sepse. Questão 10
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Sepse Terapia Intensiva
GABARITO E COMENTÁRIOS
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como o SOFA (plaquetopenia < 150.000, GCS <15, dificuldade:
Questão 2
oligúria, aumento de creatinina, hipotensão/neces-
sidade de DVA, hipoxemia/queda da relação PaO2/ Y Dica do professor: O qSOFA score é uma ferramen-
FiO2), por exemplo. As medidas iniciais envolvem o ta para se usar à beira do leito para identificar, na
reconhecimento precoce dessa condição, antibio- coorte de pacientes com suspeita/documentação
ticoterapia de amplo espectro guiada para o foco de infecção, aqueles que estão sob maior risco de
na primeira hora, coleta de culturas o mais precoce desfechos adversos (maior mortalidade e neces-
possível, infusão de cristaloides (sugere-se 30 mL/ sidade de maior tempo de internação em UTI). Os
kg) e coleta de lactato arterial. Para aqueles cuja critérios usados são: PA sistólica menor que 100
PAM não estabilizou em > 65 mmHg após volume mmHg, frequência respiratória maior ou igual a
recomenda-se o uso de vasopressor, sendo a no- 22/min e alteração do estado mental (GCS < 15).
radrenalina a droga de escolha. Cada variável conta um ponto no escore, portanto
ele vai de 0 a 3. Uma pontuação igual ou maior a 2
Alternativa A: CORRETA. A hiperlactatemia, associado
indica maior risco de mortalidade ou permanência
ou não a hipotensão, é um marcador prognóstico
prolongada na UTI.
nessa população de doentes.
✔ resposta: A
Alternativa B: CORRETA. Oligúria e elevação da crea-
tinina são dois dos sinais que utilizamos para ava-
liação de disfunção renal no doente crítico. Questão 3 dificuldade:
Alternativa C: CORRETA. Como dito acima, além des- Y Dica do professor: no final do ano de 2021 foram
sas medidas, coleta de culturas, infusão de volume e atualizadas as recomendações do SSC (Campa-
coleta de lactato fazem parte do rol de atos iniciais nha Sobrevivendo à Sepse). Esse guideline traz as
no atendimento do doente séptico. recomendações sobre tratamento e suporte da
254
Sepse Cap. 15
sepse, dentre as quais temos: medida do lactato, no diagnóstico da sepse, avaliando as outras afir-
devendo ser realizada nova coleta se o nível inicial mativas temos.
estiver alterado, dentro das próximas 2-4 horas; co- Alternativa A: INCORRETA. Choque séptico é definido
leta de hemoculturas antes do início do antibiótico, como a necessidade de vasopressores para manter
não devendo ser retardado o seu início caso seja uma pressão arterial média ≥ 65 mmHg e um nível
possível a realização da coleta; terapia antimicro- sérico de lactato > 18 mg/dL [2 mmol/L] a despeito
biana empírica de amplo espectro em até uma hora de reposição volêmica adequada.
em caso de instabilidade hemodinâmica ou sepse
definida ou provável; sugere-se a administração Alternativa B: INCORRETA.
de cristaloide 30 mL/kg se hipotensão ou lactato Alternativa C: INCORRETA. Paciente com score SOFa
maior ou igual a 4 mmol/L, em até 3 horas; iniciar maior que 4 sendo altamente sugestivo de quadro
vasopressores se paciente estiver com hipotensão de sepse pelos exames apresentados.
durante ou após a ressuscitação volêmica para Alternativa D: INCORRETA. Geralmente utilizamos
manter PAM ≥ 65 mmHg. soluções cristalóides intravenosas que são classi-
✔ resposta: A camente administradas para a ressuscitação volê-
mica dos pacientes críticos.
Alternativa E: CORRETA.
Questão 4 dificuldade:
✔ resposta: E
Y Dica do professor: Aqui temos um paciente com
quadro altamente sugestivo e sendo confirmado
pelo escore SOFA como sepse que é considerado Questão 6 dificuldade:
padrão ouro no diagnóstico da sepse e está rela-
cionado à maior mortalidade. Y Dica do professor: as definições do Sepsis-3 não
interfere nas metas terapêuticas estabelecidas em
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Alternativa A: INCORRETA. Este ESCORE não serve
consensos prévios da Surviving Sepsis Campaign,
para diagnóstico de sepse, somente com ferramen-
pois trazem as questões referentes à definição de
ta para avaliação de gravidade.
sepse. Assim, analisando-se as alternativas:
Alternativa B: INCORRETA. A radiografia de tórax pos-
Alternativa A: CORRETA.
sui baixa sensibilidade, podendo existir alteração
que não se apresentam ao exame. Alternativa B: INCORRETA. Esse escore, identifica-
ria entre pacientes fora da UTI aqueles com maior
Alternativa C: CORRETA.
risco de óbito ou necessidade de maior tempo de
Alternativa D: INCORRETA. Paciente pontuando 3 pon- internação em terapia intensiva.
tos no SOFA indicando alta mortalidade.
Alternativa C: INCORRETA. O mesmo deve ser utilizado
Alternativa E: INCORRETA. A sepse é definida como após a triagem adequada de pacientes com suspei-
disfunção orgânica potencialmente fatal causada ta de sepse com base em critérios mais sensíveis
por uma resposta imune desregulada a uma infec- para identificar aqueles com maior risco de óbito
ção suspeita ou confirmada.
Alternativa D: INCORRETA. Para pacientes com escore
✔ resposta: C qSOFA positivo, ou seja, com dois ou mais compo-
nentes presentes, devem receber atenção especial,
da mesma forma que pacientes com múltiplas dis-
Questão 5 dificuldade:
funções orgânicas, mas não caracteriza choque
Y Dica do professor: Aqui temos um paciente com Alternativa E: INCORRETA. Segundo o Sepsis-3, cho-
quadro altamente sugestivo de sepse de possível que séptico é definido pela presença de hipotensão
foco abdominal e sendo confirmado pelo escore não responsiva à utilização de fluídos e aumento
SOFA como sepse que é considerado padrão ouro do lactato (acima de 2 mmol/L ou 18 mg/dL), não
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Sepse Terapia Intensiva
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ou igual a 22/min. Assim:
Alternativa D: INCORRETA. Choque séptico é definido
como a necessidade de vasopressores para manter Alternativa A: INCORRETA. O SEPSIS 3 introduziu a
uma pressão arterial média ≥ 65 mmHg e um nível utilização do SOFA e qSOFA como critérios para
sérico de lactato > 18 mg/dL [2 mmol/L] a despeito avaliação da sepse, em substituição ao SIRS.
de reposição volêmica adequada. Alternativa B: CORRETA. O SEPSIS 3 considera que
Alternativa E: INCORRETA. toda sepse é um quadro grave e, portanto, excluiu
essa classificação.
✔ resposta: A
Alternativa C: INCORRETA. O SEPSIS 3 introduziu a
utilização do SOFA e qSOFA como critérios para ava-
Questão 8 dificuldade:
liação da sepse, em substituição ao SIRS. Esse deve
Y Dica do professor: Ao avaliar um paciente com ser utilizado apenas para se suspeitar de infecção.
suspeita de infecção/sepse como o apresentado Alternativa D: INCORRETA. Os critérios foram alte-
devemos nos atentar ao chamado pacoete de 1 rados. Até então, era considerado como choque
hora a ser realizado para o paciente, que consiste: séptico o paciente com sepse e hipotensão mesmo
• M
edida do lactato, devendo ser realizada nova com reanimação volêmica adequada. O SEPSIS 3
coleta se o nível inicial estiver alterado, dentro mudou essa definição, caracterizando o choque
das próximas 2-4 horas; séptico como o paciente com sepse E necessidade
de vasopressores para manter PAM > 65 E Lactato
• C
oleta de hemoculturas antes do início do antibió-
> 2 mmol/L após reanimação volêmica adequada.
tico, não devendo ser retardado o seu início caso
seja possível a realização da coleta; Alternativa E: INCORRETA. O SOFA é um preditor de
mortalidade, maior quanto maior a sua pontuação.
• T
erapia antimicrobiana empírica de amplo espec-
tro; ✔ resposta: B
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Sepse Cap. 15
Questão 10 dificuldade:
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complementares após estabilização inicial a para
avaliação de gravidade e diagnóstico etiológico.
✔ resposta: D
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Fixe seus conhecimentos!
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258
Capítulo
CHOQUE
16
importância/prevalência
u Choque é um estado ameaçador à vida, com hipoperfusão e hipóxia tecidual por desbalanço entre a oferta
e o consumo de oxigênio.
u Hipotensão não é sinal definidor de choque, embora seja um achado clínico prevalente.
u Os sinais e sintomas mais evidentes de choque são: taquicardia, oligúria, alteração do estado mental,
hipotensão, prejuízo da perfusão periférica etc.
u Existem quatro tipos de choque: distributivo, obstrutivo, cardiogênico e hipovolêmico. Dentre estes, o mais
comum é o distributivo.
u O tratamento do choque é baseado em abordar a causa e três pilares específicos de suporte: reposição
volêmica, suporte ventilatório e drogas vasoativas.
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W
259
Choque Terapia Intensiva
Volume sistólico
Figura 1. Relação entre oferta e consumo de oxigênio.
Falência cardíaca
Consumo de O2 (VO2)
Oferta
dependente Oferta independente
Pré-carga
Fonte: Adaptada de Chapman.2
Oferta de O2 (DO2)
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DC = FC × VS resistência, produzindo pressão na coluna
de sangue. Assim, a pressão arterial (PA) é
W A frequência cardíaca cresce aumentando o produto do DC e da resistência vascular pe-
DC até um certo limite, pois se muito elevada riférica (RVP):
há prejuízo do tempo de enchimento ventricu-
lar, reduzindo o volume sistólico. PA = DC × RVS
W Já entre os fatores que influenciam o VS es-
tão a pré-carga, a contratilidade cardíaca e a W Por fim, a resistência vascular é determinada
pós carga. pelo comprimento do vaso, pela viscosidade
W A pré-carga é definida como a pressão dias- sanguínea e pelo tônus vascular (o diâmetro
tólica final dos ventrículos e, segundo a lei do vaso – fator mais importante e alvo da ação
de Frank-Starling (Figura 2), quanto maior o das drogas vasoativas), ou seja, pela impedân-
volume diastólico final, maior o estiramento cia do sistema arterial.
das fibras cardíacas, maior a capacidade de W Um distúrbio em qualquer um desses com-
contratilidade do coração e maior o volume ponentes pode gerar má perfusão tecidual e
sistólico, até o limite da inotropismo cardíaco. choque.
260
Choque Cap. 16
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W Laboratório: o lactato, subproduto do metabo-
W Alteração do estado mental: por hipofluxo ce- lismo anaeróbio, é um marcador de hipoper-
rebral ou lesão celular cerebral e se apresenta fusão tecidual, chamado de hiperlactatemia
como confusão mental, agitação, sonolência tipo A. Seus níveis, quando elevados, estão
ou coma. associados a maior mortalidade no paciente
com choque, e a sua curva pode ser utiliza-
W Outras disfunções orgânicas: elevação de bi-
da para guiar a terapia e definir prognóstico.
lirrubinas, queda de plaquetas, alteração da
Porém ele pode estar aumentado em outras
coagulação podem ser marcadores de disfun-
etiologias, sem hipoperfusão tecidual, deno-
ções orgânicas em estado de choque.
minada hiperlactatemia tipo B: insuficiência
W Alterações cutâneas: tempo de enchimento hepática, deficiência de vitaminas (tiamina),
capilar alargado, sudorese, mosqueamento neoplasias, secundário a drogas (por exemplo
dos membros inferiores (mottling) (Figura 3). adrenalina) ou erros inatos do metabolismo.
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Choque Terapia Intensiva
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canismo a redução da resistência vascular sis-
têmica por perda do tônus vascular. A etiologia denominados “choque frio” ou hipodinâmico. Po-
mais comuns é a sepse, responsável por mais demos resumir os perfis dos quatro tipos como
de 95% dos casos de choque distributivo. As mostrado na Tabela 1 a seguir:
demais denominamos choque inflamatório não
séptico. Aqui estão incluídas as doenças que são Tabela 1. Classificação hemodinâmica do choque.
capazes de deflagrar uma síndrome da respos-
ta inflamatória sistêmica intensa, como o poli-
trauma, a pancreatite, o choque inflamatório no
pós-operatório, o grande queimado; e também
outras doenças, como intoxicações exógenas,
choque anafilático, choque neurogênico, ou por
causas endócrinas (hipotireoidismo, insuficiência
adrenal). O choque neurogênico é tipo de choque
distributivo que se manifesta sem taquicardia,
por perda do tônus simpático.
u No choque cardiogênico, há falha da bomba e o
distúrbio primário é a redução do DC com conse-
quente aumento da PVC. A causa mais comum é
o infarto agudo do miocárdio, mas pode ocorrer
em arritmias, patologias valvares e outras doen- Legenda. N: normal
ças do miocárdio. Fonte: Rocha et al.4
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Choque Cap. 16
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vasopressores adrenérgicos como a dopamina
u A administração de fluidos é fundamental para e a epinefrina, está associada à menor ocorrên-
melhorar a perfusão do paciente em choque; cia de complicações, como arritmias e aumento
entretanto, a sua administração não criteriosa do lactato.
e exagerada pode piorar o desfecho. Assim, um u A vasopressina, agindo por meio de receptores
paciente hipotenso, mas sem sinais de hipoper- V1, pode ser utilizada como um segundo vaso-
fusão tecidual e com DC normal, provavelmente pressor em pacientes com choque distributivo
não precisa de fluidos, e sim de vasopressor. e débito cardíaco normal ou elevado.
u As soluções cristaloides balanceadas, como Rin- u A adrenalina é uma opção em pacientes em que
ger Lactato (RL) e Plasmalyte (PL), são os fluidos se deseja um efeito vasopressor combinado com
de escolha da ressuscitação volêmica, pois têm efeito inotrópico, pois tem ação em receptores
composição mais parecida com a do sangue, alfa e beta adrenérgicos. É a amina vasoativa de
induzem menos acidose metabólica hiperclorê- primeira escolha em choque anafilático, e pode
mica e estão associados a melhores desfechos ser associada a noradrenalina em situações de
(principalmente renais) nos pacientes críticos. choque refratário.
O soro fisiológico, por ter concentração de só- u A dobutamina é o inotrópico de escolha, pois tem
dio maior, é sugerido em pacientes com trauma potente efeito beta1 (inotrópico) e discreto efeito
craniano grave. beta2, produzindo discreta vasodilatação. Ou seja,
u O uso de albumina é sugerido quando se neces- é uma boa escolha no choque cardiogênico e no
sita de grandes volumes na reanimação. Seu uso choque séptico com disfunção miocárdica. Em
não é associado a melhores desfechos quando situações em que há hipotensão grave concomi-
comparado aos cristaloides e pode causar dano tante, a utilização de vasopressor primeiramente
em pacientes com trauma crânio encefálico. pode ser necessária.
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Choque Terapia Intensiva
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Margetis D, et al. Alteration of skin perfusion in mottling
u O uso de hidrocortisona em situações de cho- area during septic shock. Ann Intensive Care. 2013; 3(1): 31.
que refratário mostrou-se benéfica ao reduzir a 4. Rocha LL, Pessoa CMS, Corrêa TD, Pereira AJ, Assunção
necessidade de aminas vasoativas e com sinal MSC, Silva E. Conceitos atuais sobre suporte hemodinâ-
de melhora de mortalidade. mico e terapia em choque séptico. Rev Bras Anestesiol.
2015; 65(5): 395-402.
5. Levy MM, Evans LE, Rhodes A. The Surviving Sepsis
5.4. MONITORIZAÇÃO DA TERAPIA Campaign Bundle: 2018 update. Intensive Care Med.
2018; 44(6): 925-8.
u É comum seguirmos algumas metas para guiar
a ressuscitação. Entretanto, grandes estudos
clínicos randomizados mostraram que a terapia BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
guiada por metas não é superior à terapia padrão
guiada pela avaliação clínica seriada (Tabela 2).
Davis AM. Management of Sepsis and Septic Shock. JAMA.
u O fundamental é corrigir os fatores que possam 2017;317(8):847-848.
contribuir para a baixa oferta de oxigênio aos te-
Guidet B. Alteration of skin perfusion in mottling area during
cidos, utilizando os parâmetros macro e micro septic shock. Annals of Intensive Care 2013, 3:31.
hemodinâmicos como balizadores do sucesso
Hardman JG. Four phases of intravenous fluid therapy: a concep-
da terapia. tual model. British Journal of Anaesthesia. 2014; 113 (5): 740–7.
Rhodes A, Vincent JL, Teboul JL. Consensus on circulatory
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European Society of Intensive Care Medicine. Intensive
Care Med. 2014; 40:1795–1815.
Teske W. The Nomenclature, Definition and Distinction of
Types of Shock. Dtsch Arztebl Int 2018; 115: 757–68.
264
Choque Cap. 16
QUESTÕES COMENTADAS
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à reposição volêmica e necessitando de aumento MINAS GERAIS - MG – 2021) Homem de 23 anos é leva-
de noradrenalina para 18 mL/h. Os parâmetros do do ao Pronto-Socorro com a queixa de dispneia e
Swan-Ganz são os seguintes: índice cardíaco = chieira torácica iniciados subitamente 10 minutos
2,5 L/min.m2 (valor de referência: 2,8 a 4,0 L/min. antes, logo após tomar 1 comprimido de dipirona
m2), resistência vascular periférica = 2 000 dina.seg/ para dor de cabeça. Desconhece doenças prévias
cm-5 (valor de referência: 770 a 1500 dina.seg/cm- ou alergias medicamentosas. Ao exame físico, PA:
5), pressão capilar pulmonar = 1 cmH2O (valor de 120x78 mmHg, FC: 102 bpm, FR: 26 ipm, SpO2 93%
referência: 2 a 12 cmH2O), pressão venosa central (em ar ambiente). A pele apresenta placas eritema-
(PVC) = 15 cmH2 0 (valor de referência: 0 a 9 cmH2O). tosas pruriginosas nos membros. Há edema na pál-
A natureza provável do choque desse paciente é: pebra superior esquerda. O exame respiratório revela
taquipneia, uso de musculatura acessória da respi-
⮦ hipovolêmico. ração e sibilos expiratórios difusamente. O restante
⮧ cardiogênico. do exame físico não apresenta anormalidades. Após
⮨ obstrutivo. receber 3 doses do tratamento inicial, houve melho-
⮩ séptico. ra respiratória, entretanto, o paciente apresentou
confusão mental. Os dados vitais eram: PA: 70x46
mmHg, FC: 120 bpm, FR: 21 ipm, SpO₂ 97% (em ar
Questão 2 ambiente). Assinale a alternativa que NÃO apresenta
uma conduta terapêutica indicada nesse momento.
(HOSPITAL PEQUENO PRÍNCIPE – PR – 2021) Paciente do sexo
masculino de 72 anos é admitido na UTI com qua- ⮦ Elevação dos membros inferiores.
dro de febre alta, dor lombar a direita, taquicardia e ⮧ Epinefrina intravenosa em infusão contínua.
confusão mental. O paciente anterior evoluiu com
⮨ Infusão de cristaloides pela via intravenosa.
piora do quadro e hipotensão refratária a volume. O
⮩ Vasopressina intravenosa em infusão contínua.
265
Choque Terapia Intensiva
Questão 4 Questão 6
(UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS – SP – 2020) A res- (UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO – SP – 2018) Assinale a
peito do uso de soluções para expansão volêmica alternativa correta em relação ao estado de choque:
na sepse, assinale a alternativa correta:
⮦ No choque hipovolêmico típico o débito cardía-
⮦ Soluções cristaloides não balanceadas são pre- co está elevado nas fases iniciais, enquanto a
feríveis às soluções cristaloides balanceadas, pressão venosa central tende a estar diminuída.
uma vez que seu custo é infinitamente menor.
⮧ Em geral, no choque cardiogênico típico o dé-
⮧ Soluções cristaloides balanceadas são preferí- bito cardíaco e a resistência vascular sistêmica
veis às soluções cristaloides não balanceadas, estão diminuídos e a pressão venosa central
com melhor desfecho em pacientes com dis- está elevada.
função renal.
⮨ Habitualmente, na fase inicial do choque séptico,
⮨ Soluções coloides são preferíveis às soluções o débito cardíaco e a pressão venosa central es-
cristaloides balanceadas, uma vez que mostra- tão elevados e a resistência vascular sistêmica
ram redução significativa na mortalidade, no está diminuída.
entanto seu custo é elevado.
⮩ O estado de choque com vasodilatação grave
⮩ Soluções coloides naturais estão proscritas no ocorre como via final comum dos estágios tar-
tratamento do choque séptico em pacientes hi- dios dos choques cardiogênico e hipovolêmico.
povolêmicos refratários a expansão volêmica
⮪ O objetivo primordial no estado de choque car-
com cristaloides.
diogênico consiste em elevar a pós-carga cardía-
ca para aumentar a pressão arterial sistêmica.
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Questão 5
266
Choque Cap. 16
Questão 9 Questão 10
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Choque Terapia Intensiva
GABARITO E COMENTÁRIOS
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baixo, RVS alto e POAP baixo. sim, associação.
Alternativa B: INCORRETA. PVC alta, SVO2 baixa, DC ✔ resposta: A
baixo, RVS alto e POAP alto.
Alternativa C: CORRETA.
Questão 3 dificuldade:
Alternativa D: INCORRETA. PVC variável, SVO2 alto,
DC alto, VS baixo e POAP variável. Y Dica do professor: Estamos diante de um paciente
✔ resposta: C com quadro de Choque Anafilático. O choque anafi-
lático é a forma mais grave e intensa da reação in-
flamatória alérgica e caracteriza-se pela liberação
Questão 2 dificuldade:
maciça de histamina, um potente vasodilatador.
Y Dica do professor: Questão clássica de choque Toda anafilaxia é uma emergência médica. O aten-
na sepse. Em um paciente com sepse e hipoten- dimento deve começar pela imediata remoção do
são refratária à reposição volêmica, devemos ini- agente desencadeante, sempre que possível e em
ciar droga vasoativa, no caso a norepinefrina, a fim seguida é feita avaliação rápida de vias aéreas, res-
de manter a pressão arterial média maior que 65 piração, circulação, pele e estado mental. Define-se
mmHg. Se o paciente necessitar de doses altas choque anafilático pois o paciente tem hipotensão
de norepinefrina (maior que 0,5 mcg/Kg/min) ou refratária a três doses do tratamento inicial, que
não estiver conseguindo manter PAM adequada a corresponde a epinefrina IM.
apesar da norepinefrina, é indicado associar outra Alternativa A: CORRETA. Está indicado posicionar
droga vasopressora, fazendo terapia dupla de dro- os pacientes em decúbito dorsal, com elevação de
ga vasoativa. A mais comumente utilizada nesses MMII (exceto nos casos de dispneia e vômitos), para
casos é a Vasopressina. otimizar o retorno venoso. Em nenhum momento
268
Choque Cap. 16
o paciente deve sentar-se ou levantar-se devido ao de forma off-label como medicamento nefroprote-
risco de colapso circulatório. tor. Porém, metanálises recentes não conseguiram
Alternativa B: CORRETA. O tratamento inicial é o uso demonstrar correlação de efeito benéfico do uso
imediato de adrenalina, IM, na dose de 0,5 mg em da dopamina em LRA, logo, não há evidências su-
> 12 anos. Se a dose inicial não for efetiva, repetir ficientes que indiquem o uso da droga para tal fim.
em intervalos de 5 a 15 minutos, até 3 vezes. Após, Alternativa C: INCORRETA. A adrenalina é um poten-
com a hipotensão refratária, deve-se iniciar adre- te estimulador dos receptores α, β-1 e β-2. O efeito
nalina em bomba de infusão continua em acesso vasoconstritor α é contraposto em parte pelo efeito
venoso central. vasodilatador β-2, logo, ela aumenta pressão arterial
Alternativa C: CORRETA. Acesso venoso e expansão média principalmente pelo efeito β-1 (inotrópica e
com cristaloide, 20 a 30ml/kg, com reavaliações cronotrópica positiva).
seriadas. Alternativa D: CORRETA. A vasopressina no receptor
Alternativa D: INCORRETA. A Vasopressina só deve V1 atua como droga vasoativa, promovendo va-
ser realizada caso seja uma hipotensão refratária soconstrição periférica. Já nos receptores V2, no
a epinefrina endovenosa continua. ducto coletor, atua reabsorvendo água. Lembrar que
a vasopressina também é chamada de hormônio
✔ resposta: D antidiurético (ADH).
✔ resposta: D
Questão 4 dificuldade:
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nistradas para a ressuscitação volêmica dos pacien- de acordo com alguns parâmetros apresentados,
tes críticos mas não sabemos se as mesma devem onde, em resumo temos:
ser “balanceada” ou “não balanceadas” sendo rea- • C
hoque obstrutivo: PVC alta, SVO2 baixa, DC baixo,
lizado estudo recente no NEJM que concluiu que o RVS alto e POAP baixo;
uso de cristaloides balanceados resultou em uma • C
hoque hipovolêmico: PVC baixo, SVO2 baixa, DC
menor taxa de desfechos negativos, como morte baixo, RVS alto e POAP baixo;
por qualquer causa, nova terapia de substituição hoque cardiogênico: PVC alta, SVO2 baixa, DC
• C
renal ou disfunção renal persistente, do que uso baixo, RVS alto e POAP alto;
de solução não balanceada.
hoque Séptico: PVC variável, SVO2 alto, DC alto,
• C
✔ resposta: B VS alto e POAP variável.
✔ resposta: D
Questão 5 dificuldade:
269
Choque Terapia Intensiva
Alternativa A: INCORRETA. VO2 diz respeito ao con- Alternativa A: CORRETA. A noradrenalina age nos re-
sumo de oxigênio, que deve ser reduzido no quadro ceptores alfa-1 em maior proporção, promovendo
de choque, com medidas como intubação e venti- vasoconstrição periférica, e beta-1 em menor pro-
lação mecânica (para poupar trabalho muscular porção, com efeito inotrópico positivo.
respiratório) e controle de febre. Alternativa B: CORRETA. A dobutamina é uma droga
Alternativa B: INCORRETA. A EO2 representa a quanti- que age tanto nos receptores beta-1 e beta-2, pro-
dade de oxigênio que as células conseguem extrair movendo efeitos inotrópicos e cronotrópicos positi-
a partir da quantidade de oxigênio que é ofertada. vos, além de vasodilatação periférica (efeito beta-2)
Durante estados de choque com disfunção orgâ- Alternativa C: CORRETA. A Levosimedan é um sensi-
nica, pode ocorrer diminuição dessa extração por bilizador dos canais de cálcio, fazendo com que a
falência da célula em utilizar o oxigênio (processo troponina C se ligue mais facilmente ao Ca2+, pro-
especialmente presente nas disfunções orgânicas movendo um aumento da força de contração do
da sepse). cardiomiócito (inotrópico positivo).
Alternativa C: INCORRETA. O objetivo, no choque, é Alternativa D: CORRETA. O milrinone é um inibidor
aumentar a pressão de perfusão, para aumento do da fosfodiesterase-3, impedindo com o AMPc se
débito cardíaco e aumento da DO2. converta em AMP, aumentando a força contrátil
Alternativa D: CORRETA. A oferta de oxigênio deve do coração.
ser aumentada no manejo do choque. Alternativa E: INCORRETA. A dopamina tem ação alfa
✔ resposta: D e beta dependendo da dose. Em doses baixas (0-5
mcg/kg/min) promove vasodilatação renal, mesen-
térica, cerebral e coronariana, pelo efeito D1. Doses
Questão 8 dificuldade: intermediárias (5-10mcg/kg/min) tem efeito beta-1,
promovendo efeito inotrópico e cronotrópico posi-
Y Dica do professor: Questão altamente complexa
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tivo. Doses maiores (>10mcg/kg/min) tem efeito
acerca da fisiopatologia e os achados mais comuns
alfa-1 promovendo vasoconstrição periférica.
dos mais diversos tipos de choque, onde avaliando
as afirmativas temos: ✔ como a questão solicitou a alternativa incorreta:
Alternativa A: CORRETA. No choque hipovolêmico resposta: E
cursamos com PVC baixo, SVO2 baixa, DC baixo,
RVS alto e POAP baixo. Questão 10 dificuldade:
Alternativa B: INCORRETA. No choque distributivo te-
mos uma queda da resistência vascular periférica
Y Dica do professor: Choque é a expressão clínica
com diminuição de débito cardíaco e hipoperfusão da falência circulatória aguda que resulta na oferta
geralmente. insuficiente de oxigênio para os tecidos. Podemos
dividir a etiologia do choque em quatro grandes
Alternativa C: INCORRETA. A Tríade característica do
grupos: hipovolêmico, cardiogênico, distributivo,
tamponamento cardíaco é a chamada tríade de Beck
obstrutivo. A clínica e história do paciente são os
cursando com abafamento de bulhas, diminuição
principais métodos de diferenciar sua etiologia, além
da pressão arterial e estase jugular.
da utilização de dados complementares como o
Alternativa D: INCORRETA. O choque séptico, em sua débito cardíaco e a pressão venosa central.
evolução, pode cursar com aumento da PAOp.
Alternativa A: INCORRETA. Um choque cardiogênico
✔ resposta: A cursa com redução do débito cardíaco e aumento
da pressão venosa central.
dificuldade:
Alternativa B: INCORRETA. O tamponamento cardíaco
Questão 9
é uma causa de choque obstrutivo, que cursa com
Y Dica do professor: Questão difícil pelo tema: dro- redução do débito cardíaco e aumento da pressão
gas vasoativas e inotrópicos. Vamos às alternativas: venosa central.
270
Choque Cap. 16
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272
INSUFICIÊNCIA Capítulo
RESPIRATÓRIA E SDRA 17
importância/prevalência
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de múltiplos órgãos.
u O tratamento da SDRA se baseia em abordar a causa e prestar suporte adequado, principalmente através
de ventilação mecânica protetora e medidas para hipoxemia refratária.
u A ventilação mecânica protetora contempla um baixo volume corrente (6 mL/kg de peso ideal), uma pressão
de platô até 30 cm H2O, PEEP elevado e hipercapnia permissiva. Pode ser necessário o uso de posição
prona como medida de resgate.
273
Insuficiência respiratória e SDRA Terapia Intensiva
(GA-a normal – IRpA tipo II) ou se há defeito na acessória (batimento de asa de nariz e tiragens
troca gasosa propriamente dita (GA-a > 15 a 20 intercostal, subcostal e de fúrcula) e respiração
em adultos: aumentado – IRpA tipo I). paradoxal.
u A IRpA tipo I pode ser explicada por meio de qua- u Nesse contexto, a ocorrência de hipercapnia pode
tro mecanismos básicos: significar falência respiratória pela exaustão da
W Distúrbio Ventilação/Perfusão (V/Q). Causa musculatura respiratória em não garantir venti-
mais comum de hipoxemia. Ocorre quando lação alveolar adequada.
áreas ventiladas são mal perfundidas (efeito u A ausculta pulmonar pode ajudar no diagnósti-
espaço morto); ou quando áreas perfundidas co etiológico da IRpA. Sibilos e roncos apontam
são mal ventiladas (efeito shunt). Exemplos: para patologias relacionadas às vias aéreas.
edema agudo pulmonar e síndrome do des- Estertores crepitantes sugerem preenchimento
conforto respiratório agudo. alveolar. Quando localizados, podem ser indica-
W Shunt verdadeiro: áreas em que há ausência tivos de pneumonia e processos localizados. Se
total de ventilação e são ainda perfundidas, fa- difusos, podem significar congestão pulmonar
zendo com que sangue venoso pouco oxigena- ou síndrome do desconforto respiratório agudo
do se misture ao sangue arterial nas câmaras (preenchimento de alvéolos por líquidos). Dimi-
cardíacas esquerdas. Causa hipoxemia com nuição do murmúrio vesicular pode ocorrer em
resposta pobre à suplementação com oxigê- derrames pleurais e pneumotórax.
nio. Exemplos: shunt intracardíaco – forame
oval patente; shunt extracardíaco – síndrome
hepatopulmonar, malformações arterioveno- 3. D IAGNÓSTICO E EXAMES
sas pulmonares. COMPLEMENTARES
W Alterações de difusão da membrana alveoloca-
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pilar. Situação menos comum, principalmente u O diagnóstico de IRpA é dado a partir de sinais
em formas agudas, caracterizada por perda de
de desconforto respiratório e confirmado com
eficiência de troca gasosa entre o alvéolo e a
gasometria arterial.
hemácia (piora da hematose).
u A oximetria de pulso pode auxiliar o diagnóstico,
W Redução da FiO2 inspirada, como em elevadas
por fazer uma medida direta por espectrofotome-
altitudes ou incêndios em ambientes fechados.
tria e não invasiva da saturação periférica de O2.
u Já a IRpA tipo II é caracterizada por uma redução Pode estar falsamente normal em intoxicação
da ventilação alveolar. Nessa situação, hipoxemia por monóxido de carbono (carboxiemoglobina).
e hipercapnia acontecem de forma proporcional, Ou falsamente baixa em meta-hemoglobinemias,
devido à quantidade insuficiente de ar que entra e anemia grave ou hemoglobinopatia falciforme.
sai dos pulmões (diminuição da ventilação alveolar Outros fatores que interferem na leitura: má per-
pela diminuição do volume corrente). Exemplos: fusão periférica, arritmias cardíacas, artefato de
intoxicação por opioides, doenças neuromuscu- movimentação e presença de esmalte.
lares, deformidades da caixa torácica. u A gasometria arterial, método invasivo e demora-
u Pode-se também definir a IRpA tipo III quando do quando comparado à oximetria de pulso, tem
ambos os processos, primário de hipoxemia e como vantagens verificar a PaO2 e a saturação
de hipercapnia, estão presentes. arterial de O2 (SaO2), além de avaliar a ventilação
alveolar através da PaCO2, assim como suas im-
plicações em termos de distúrbios ácido-base
2. Q UADRO CLÍNICO através da medida do pH.
u A gasometria arterial também é útil para definir a
gravidade da insuficiência respiratória hipoxêmica
u Os principais sinais de insuficiência respiratória
nos pacientes em uso de oxigênio suplementar.
são: taquipneia, cianose, uso de musculatura
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Insuficiência respiratória e SDRA Cap. 17
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W
* O valor de 130 mmHg se dá em cidades cuja altitude se encontra tilação não invasiva (VNI). Ventilação com um
entre 700 e 800 m, como ocorre na cidade de São Paulo. Ao nível
do mar, tal valor deve ser substituído por 150. O cálculo do limite nível de pressão (CPAP) pode ser utilizada em
superior da normalidade do GA-a é dado pela fórmula [(idade/4) + 4], edema agudo de pulmão ou IRpA hipoxêmica
sendo usualmente menor que 20 mmHg. em imunossuprimidos, com sinal de benefício
em taxas de intubação e mortalidade. Ventila-
W Um GA–a normal implica que a hipoxemia é ção com dois níveis de pressão (BiPAP) pode
decorrente exclusivamente da diminuição da ser utilizada, além dos anteriores, para DPOC
pressão alveolar de O2 e, portanto, secundária exacerbado, diminuindo a taxa de IOT e morta-
à hipoventilação, denotando IRpA tipo II. lidade, principalmente nos retentores de CO2.
W Um GA–a aumentado significa que há altera- W São contraindicações à VNI: rebaixamento do
ções no processo de troca gasosa (distúrbio nível de consciência, instabilidade hemodinâ-
V/Q, shunt, espaço morto, alteração da difu- mica não controlada e parada cardiorrespira-
são), que podem ou não estar associadas à tória iminente.
hipoventilação alveolar. W Cateter nasal de alto fluxo (CNAF) pode evitar
intubações em paciente com IRpA hipoxêmi-
ca, sendo o seu uso incentivado para esse
tipo de IRpA.
W Se Glasgow < 9, instabilidade hemodinâmica,
não melhora com outros métodos de supor-
te (VNI, CNAF) ou risco iminente de parada
cardiorrespiratória (respiração agônica, bradi-
cardia), proceder imediatamente à intubação
orotraqueal (IOT).
275
Insuficiência respiratória e SDRA Terapia Intensiva
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3. FISIOPATOLOGIA 4. FATORES DE RISCO
u A cronologia da fisiopatologia da SDRA pode ser u Os fatores de risco podem ser diretos (pulmo-
dividida em três partes: nares) ou indiretos (extrapulmonares). Os mais
W Fase exsudativa, primeiros 7 dias: com a ocor- comuns, responsáveis por 85% dos casos, são
rência de lesão alveolar (local ou a distância, sepse (foco não pulmonar), pneumonia e aspira-
há ativação macrofágica pulmonar com libe- ção de conteúdo gástrico (Tabela 1).
ração de mediadores inflamatórios (TNF, IL-1,
IL-6 e IL-8) e quimiotaxia de neutrófilos e mo- Tabela 1. Fatores de risco para síndrome
do desconforto respiratório agudo.
nócitos. Os neutrófilos são responsáveis pela
produção de espécies reativas de oxigênio e Causas Causas
proteases. O resultado é a perda da função de pulmonares extrapulmonares
barreira do endotélio capilar e epitélio do alvéo- Pneumonia Sepse não pulmonar
lo, com edema alveolar e intersticial. Ocorre
Politrauma, choque
também a formação de microtrombos na cir- Aspiração
hemorrágico
culação pulmonar e formação de membrana
hialina alveolar. Contusão pulmonar Pancreatite aguda
276
Insuficiência respiratória e SDRA Cap. 17
Lesão pulmonar de
Lesão por inalação reperfusão (após
(químicos, fumaça) transplante ou
embolectomia)
Suporte extracorpóreo
cardiopulmonar
(CEC, ECMO)
Fonte: Thompson.1
5. Q UADRO CLÍNICO
6. E XAMES COMPLEMENTARES
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6.1. E XAMES LABORATORIAIS
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Insuficiência respiratória e SDRA Terapia Intensiva
Tempo de início Agudo: até 7 dias após agressão clínica conhecida ou de piora dos sintomas respiratórios.
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da Figura 3.
mia, manejo adequado de possíveis infecções
Medidas para
Sim hipoxemia
Moderada /
refratária
Grave VM invasiva
P/F < 150
(P/F 100-200 / protetora
< 100) Desmame
Não ventilatório
quando possível
(modo PSV)
PSV: Pressão de Suporte. VM: Ventilação mecânica. VNI: Ventilação Não-Invesiva. P/F: Relação PaO2 /FiO2.
Fonte: Fan.13
278
Insuficiência respiratória e SDRA Cap. 17
8.1. VENTILAÇÃO NÃO INVASIVA W Como modo ventilatório, pode-se priorizar mo-
(VNI) E CATETER NASAL DE dos controlados (CVC) ou (PCV) nos primeiros
ALTO FLUXO (CNAF) dias (24-72 h).
u A VNI pode ser considerada apenas nos casos de 8.3. MEDIDAS PARA HIPOXEMIA
SDRA leve, sob vigilância clínica (e laboratorial – REFRATÁRIA
gasometria arterial) constante. Se após meia a 2
horas de VNI o paciente não apresentar melhora, u Em quadros graves, com relação PaO2/FIO2 ≤ 100
há necessidade de ventilação mecânica invasiva.
a 150, deve-se utilizar como medidas de resgate:
u O CNAF pode ser utilizado como tentativa de evi- W Posição Prona: recomendada para pacientes
tar a necessidade de ventilação mecânica inva-
com relação PaO2/FIO2 ≤ 150. Deve ser mantida
siva. O paciente pode ser mantido nesse modo
por pelo menos 16 horas consecutivas, devendo
desde que não apresente hipoxemia importante,
ser repetida sempre que a relação cair abaixo
taquipneia significativa, sinais de desconforto
de 150 quando em supino. Tem como princi-
respiratório (uso de musculatura acessória) ou
pais contraindicações: instabilidade de coluna,
outras disfunções orgânicas.
fraturas instáveis de face e pelve, queimadura
anterior, choque não controlado e feridas não
8.2. VENTILAÇÃO INVASIVA – A fechadas (peritoneostomi).
VENTILAÇÃO MECÂNICA PROTETORA
DICA:
A posição prona é a única medida para hi-
u O uso da Ventilação Mecânica Protetora nos
poxemia refratária com claro benefício de redução
pacientes em ventilação mecânica invasiva se
de mortalidade em hipoxemia refratária em SDRA.
mostra a medida mais eficaz para redução da
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mortalidade.
W Bloqueador neuromuscular (BNM): o uso de
W Volume corrente: ≤ 6 mL/kg (peso predito –
BNM, especialmente nas primeiras 48 h, as-
segundo sexo e altura do paciente).
sociado à sedação profunda, pode ser consi-
W Pressão de platô: deve ser mantida ≤ 30 cm H2O. derado em pacientes com relação PaO2 /FIO2
W PEEP: considerar altas PEEPs (maiores que 8 ≤ 150 e para garantir parâmetros pressóricos
a 12 cm H2O), especialmente nas formas mo- da ventilação protetora. Deve-se tentar evitar
derada ou grave. seu uso prolongado por diversos dias conse-
W Fração inspirada de oxigênio (FiO2): a menor cutivos. Recente estudo randomizado multi-
possível capaz de manter a PaO2 entre 55- cêntrico10 não demonstrou benefício de mor-
80 mmHg ou SpO2 entre 88-95%. talidade, desde que respeitados parâmetros
W Pode-se tolerar uma acidose respiratória leve, da Ventilação Protetora.
com pH ≥ 7,20 – 7,25 devido à elevação da W Manobras de recrutamento: o maior estudo
PaCO2. Esta é causada pela diminuição da randomizado até hoje (ART Trial11) demonstrou
ventilação alveolar devido ao baixo volume malefício dessas manobras quando emprega-
corrente (6 mL/kg). das indiscriminadamente para todos os pacien-
W Para aumento do volume minuto, deve-se utili- tes e em centros com pouca experiência. Os
zar altas frequências respiratórias: 20-35 ipm. principais riscos associados são barotrauma
(pneumotórax) e instabilidade hemodinâmica
W Pressão de distensão pulmonar ou driving-
(hipotensão). Pode-se considerar como medi-
-pressure: representa a pressão que de fato
da de resgate em pacientes com ADRS grave,
distende o alvéolo (pressão de platô – PEEP).
com cautela.
O alvo é mantê-la abaixo de 15 cmH2O, sempre
que possível.
W Óxido Nítrico Inalatório: pode ser considerado
quando hipoxemia leva à hipertensão pulmo-
279
Insuficiência respiratória e SDRA Terapia Intensiva
nar com repercussão em função de ventrículo 3. Fan E. American Thoracic Society, European Society
direito. Não demonstrou benefício de mortali- of Intensive Care Medicine, and Society of Critical Care
Medicine. An Official American Thoracic Society/European
dade e pode causar lesão renal.
Society of Intensive Care Medicine/Society of Critical
W Oxigenação por membrana extracorpórea Care Medicine Clinical Practice Guideline: Mechanical
(ECMO): pode ser empregada para os casos Ventilation in Adult Patients with Acute Respiratory Dis-
de hipoxemia refratária (relações PaO2 /FIO2 tress Syndrome. Am J Respir Crit Care Med. 2017; 195(9):
≤ 60-80 ou acidose respiratória grave por hi- 1253-1263.
percapnia, com pH < 7,20 e PaCO2 acima de
80 mmHg), após adotadas as demais medidas
otimizadas.
BIBLIOGRAFICA CONSULTADA
W Ventilação Oscilatória de Alta Frequência
(VOAF): é o modo ventilatório que utiliza vo-
lume corrente baixo e frequência respiratória Official ERS/ATS clinical practice guidelines: noninvasive
acima de 60 ipm na tentativa de evitar lesão ventilation for acute respiratory failure. Eur Respir J 2017;
50: 1602426.
induzida pela ventilação mecânica. Não é o
mais recomendado. III Consenso Brasileiro de Ventilação Mecânica. J Bras Pneu-
mol. 2007; 33(Supl 2): S 54-S 70.
Frat JP. High-Flow Oxygen through Nasal Cannula in Acute
8.4. CORTICOESTEROIDES Hypoxemic Respiratory Failure. N Engl J Med 2015;
372:2185-2196.
u Recente meta-análise demonstrou benefício de Siemieniuk RAC. Oxygen therapy for acutely ill medical patients:
redução de mortalidade com uso de corticoste- a clinical practice guideline. BMJ. 2018; 363:k4169. Epub
roides (metilprednisolona, dexametasona ou hi- 2018 Oct 24.
drocortisona) em pacientes com SDRA, incluindo Mackle D, Bellomo R, Bailey M. Conservative Oxygen Therapy
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pacientes com covid-19. during Mechanical Ventilation in the ICU. N Engl J Med.
2020; 382(11):98.
The Acute Respiratory Distress Syndrome Network. Ven-
tilation with Lower Tidal Volumes as Compared with
9. PROGNÓSTICO Traditional Tidal Volumes for Acute Lung Injury and the
Acute Respiratory Distress Syndrome. N Engl J Med 2000;
342:1301-1308.
u A SDRA está associada à mortalidade de até 58%.
Guérin C. PROSEVA Study Group. Prone Positioning in Severe
A principal causa de óbito nesses pacientes é a
Acute Respiratory Distress Syndrome. N Engl J Med 2013;
falência de múltiplos órgãos, não hipoxemia di- 368: 2159-68.
retamente! Pacientes com SDRA leve, moderada
PETAL Clinical Trials Network. Early Neuromuscular Blockade
e grave apresentam taxas de mortalidade de 27, in the Acute Respiratory Distress Syndrome. N Engl J Med
32 e 45%, respectivamente. 2019; 380: 1997-2008.
Cavalcanti AB. Alveolar Recruitment for Acute Respiratory
Distress Syndrome Trial (ART) Investigators. Effect of
Lung Recruitment and Titrated Positive End-Expiratory
REFERÊNCIAS Pressure (PEEP) vs Low PEEP on Mortality in Patients
With Acute Respiratory Distress Syndrome. A Randomized
Clinical Trial. JAMA. 2017; 318(14): 1335-1345.
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Lin P. Decreased mortality in acute respiratory distress syn-
N Engl J Med 2017; 377: 562-72.
drome patients treated with corticosteroids: an upda-
2. The ARDS Definition Task Force. Acute Respiratory Distress ted meta-analysis of randomized clinical trials with trial
Syndrome. The Berlim Definition. JAMA, 2012;307:23. sequential analysis. Crit Care, 2021 25:122.
280
Insuficiência respiratória e SDRA Cap. 17
QUESTÕES COMENTADAS
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Questão 3
O2 apenas se Escala de Coma de Glasgow me-
(FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA UNICAMP –
nor ou igual a 8.
SP – 2021) A Síndrome do Desconforto Respiratório
⮪ A ventilação com pressão positiva é utilizada ape- Agudo (SDRA) grave pode ser definida quando o
nas na fase quatro da insuficiência respiratória. índice de oxigenação (PaO2/FiO2) estiver menor que:
⮦ 100.
Questão 2
⮧ 400.
(SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE DO ESTADO DE PERNAMBUCO ⮨ 300.
– PE – 2021) Sobre a utilização de ventilação mecâni- ⮩ 200.
ca em posição prona, no manejo ventilatório de pa-
cientes com Síndrome do Desconforto Respiratório
Agudo (SDRA), assinale a alternativa CORRETA. Questão 4
⮦ A melhor estratégia para balancear benefícios e (FACULDADE DE MEDICINA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO – SP –
riscos do procedimento é utilizá-lo em períodos 2019) Paciente feminina, 32 anos, internada em UTI
com duração diária de 4 a 6 horas. por insuficiência respiratória hipoxêmica, decorren-
te de “síndrome respiratória aguda grave” por Influenza
⮧ Para obter benefícios da estratégia, é preciso in- A. Sob ventilação mecânica controlada a volume
dicá-la precocemente, assim que o diagnóstico com os seguintes parâmetros. São indicações de
de SDRA for estabelecido. ventilação mecânica invasiva, EXCETO:
⮨ Os resultados mais significativos quanto à re-
dução de mortalidade foram observados em ⮦ Tratamento de pneumonia grave.
pacientes com SDRA e relação PO2 /FiO2 < 150 ⮧ Recondicionar trabalho muscular.
281
Insuficiência respiratória e SDRA Terapia Intensiva
⮩ cateter de O2 com menor FIO2 para a saturação ⮦ um dos critérios essenciais para o diagnóstico
ficar entre 88 a 89%. inclui a mensuração da Pressão Venosa Cen-
tral (PVC).
⮧ o tratamento envolve sempre a intubação orotra-
Questão 6
queal e a ventilação mecânica invasiva.
⮨ quando classificada como grave, o uso de cor-
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(UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO – SP – 2020) Mulher de 45
anos, obesa, é admitida na unidade de terapia in- ticoide em doses altas é obrigatório.
tensiva com diagnóstico de síndrome respiratória ⮩ parte do suporte clínico envolve manutenção de
aguda grave. Peso predito = 70 Kg. Após 12 horas balanço hídrico negativo após as primeiras 24-
de ventilação mecânica, está sedada com pro- 48 horas do atendimento inicial.
pofol (RASS-5) e em uso de cisatracúrio. Recebe ⮪ quando diagnosticada, indica a presença de
noradrenalina 0,1 mcg/kg/min. Parâmetros venti- pneumonia.
latórios: FR = 18 ipm; volume corrente = 420 mL;
PEEP = 10 cmH2O; pressão de platô = 25 cmH2O;
FiO2 = 80%. Gasometria arterial: pH = 7,18; HCO3 Questão 9
= 22 mEq/L; PCO2 = 62 mmHg; PO2 = 58 mmHg.
(SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE DA PARAÍBA – PB – 2021) O
A conduta mais apropriada neste momento em re-
manejo da Síndrome do Desconforto Respiratório
lação à oxigenação é:
Agudo é baseado na manutenção de uma ventilação
protetora, com o objetivo de alcançar uma melhor
⮦ Aumento da PEEP com manobra de recruta-
aeração pulmonar com o menor dano alveolar indu-
mento alveolar.
zido. Sobre os aspectos desse suporte, assinale a
⮧ Óxido nítrico inalatório e aumento da fração ins- alternativa que apresenta aspectos essenciais para
pirada de oxigênio. a manutenção dessas metas:
⮨ Posição prona e aumento da PEEP.
⮦ Pressão de Platô < 30 cmH2O, Driving Pressure <
⮩ Ventilação ultraprotetora com oxigenação por 15 cmH2O, Volume corrente < 6 mL/Kg de peso
membrana extracorpórea. predito para a altura e o sexo do paciente.
282
Insuficiência respiratória e SDRA Cap. 17
⮧ Pressão de Platô < 35 cmH2O, Driving Pressure < de bloqueio neuromuscular por 48 horas e duas
19 cmH2O, Volume corrente < 6 mL/Kg de peso sessões de posição prona. Evolui com melhora
predito para a altura e o sexo do paciente. gradual da troca gasosa. Hoje recebe noradrenalina
⮨ Pressão de Platô < 30 cmH2O, Driving Pressure < em dose baixa (0,1 μg/kg/min), está hemodinami-
20 cmH2O, Volume corrente < 8 mL/Kg de peso camente estável, com sedação leve com propofol e
predito para a altura e o sexo do paciente. fentanil (RASS – 1), está sob VM no modo pressão
controlada com pressão de pico de 20 cmH2O, PEEP
⮩ Pressão de Platô > 30 cmH2O, Driving Pressure = 10 cmH2O, volume corrente de 500 mL (8 mL/kg
> 15 cmH2O, Volume corrente < 12 mL/Kg de de peso predito) e tem relação PaO2/FiO2 = 200. Re-
peso predito para a altura e o sexo do paciente. cebe oseltamivir. A conduta MAIS adequada para
⮪ Pressão de Platô < 35 cmH2O, Driving Pressure < esse paciente nesse momento é:
20 cmH2O, Volume corrente < 4 mL/Kg de peso
predito para a altura e o sexo do paciente. ⮦ Desligar a sedação e realizar um teste de respi-
ração espontânea.
⮧ Manter a sedação, reduzir o volume corrente
Questão 10 para 6 mL/kg de peso predito.
(UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO – SP – 2020) Homem de 47 ⮨ Manter a sedação, passar o paciente para o
anos, previamente hígido, foi internado na Unidade modo pressão de suporte e ajustar a pressão de
de Terapia Intensiva por quadro de insuficiência res- suporte para 6 mL/kg de peso predito.
piratória grave, com necessidade de ventilação me- ⮩ Desligar a sedação e passar o paciente para o
cânica, por pneumonia por H1N1. O paciente ficou modo pressão de suporte e reduzir a pressão de
sob ventilação mecânica por quatro dias, necessitou suporte gradativamente.
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283
Insuficiência respiratória e SDRA Terapia Intensiva
GABARITO E COMENTÁRIOS
Questão 1 dificuldade: SDRA cuja relação PaO2/FiO2 seja ≤ 150 mmHg, com
sessões de no mínimo de 16 horas consecutivas na
Y Dica do professor: A insuficiência respiratória é posição prona. Assim, a posição prona, pelo bene-
um dos maiores desafios na prática clínica, e seu fício comprovado na redução da mortalidade, deve
diagnóstico precoce, a partir dos sinais clínicos, ser incorporada no arsenal terapêutico da SDRA
é essencial para o manejo adequado do paciente. moderada a grave.
Alternativa A: CORRETA. Alternativa A: INCORRETA. Deve-se utilizar a posição
Alternativa B: INCORRETA. A depender do nível de prona por cerca de 16 horas por dia.
gravidade, pode-se ofertar oxigênio por meio de Alternativa B: INCORRETA. Deve-se utilizar a posição
sistemas de baixos fluxos (ex. cateter nasal) ou de prona em até 12 a 24 horas do diagnóstico de SDRA
altos fluxos (ex. máscara de Venturi, e, mais recen- moderada ou grave.
temente, sistemas de altos fluxos). Em situações
Alternativa C: CORRETA.
em que a hipoxemia não é corrigida com a oferta
de O2 por esses dispositivos, está indicada a intu- Alternativa D: INCORRETA. O uso de drogas vasopres-
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bação traqueal e ventilação mecânica, que permi- soras não contraindica a prona, desde que estejam
tirá o emprego de FIO2 mais elevadas (até 100%) e em doses baixas e estáveis, com o choque contro-
aplicação de pressões positivas que poderão me- lado. Gestantes podem ser pronadas, em qualquer
lhorar a relação V/Q. período da gestação, desde que respeitadas as me-
didas de proteção do útero.
Alternativa C: INCORRETA. Geralmente, objetivamos
Alternativa E: INCORRETA. A equipe deve ser com-
valores superiores a 94%, a exceção do DPOC onde
posta por cinco a seis membros: um médico, um
devemos manter saturação de O2 entre 88-92%.
fisioterapeuta, um enfermeiro e dois técnicos, além
Alternativa D: INCORRETA. Em trauma, recomenda-se de um fisioterapeuta ou enfermeiro ou técnico, que
a intubação para proteção de via aérea caso haja deverá ser o responsável pela leitura e pela checa-
um Glasgow menor ou igual a 8. gem de todos os itens do checklist. O responsável
Alternativa E: INCORRETA. A VNI deve ser utilizada pela leitura da ferramenta não deve participar do
como tratamento de primeira escolha para pacien- procedimento.
tes com agudização da DPOC, especialmente para ✔ resposta: C
aqueles pacientes com exacerbação grave e em
pacientes com edema agudo pulmonar.
resposta: A
Questão 3 dificuldade:
✔
Y Dica do professor: A Síndrome do Desconforto
Respiratório é classificada em leve, moderada ou
Questão 2 dificuldade:
grave a partir do cálculo da relação PaO2 /FiO2. O
Y Dica do professor: A evidência mais robusta em cálculo pode ser feito da seguinte forma:
relação à posição prona aponta que ela deve ser Leve: PaO2 /FiO2 entre 200 e 300
iniciada em até 12 a 24 horas em pacientes com Moderada: PaO2 /FiO2 entre 100 e 200
284
Insuficiência respiratória e SDRA Cap. 17
Grave: PaO2 /FiO2 < 100 no caso há acidemia por acidose respiratória, além
✔ resposta: A da taquipneia (sendo inferido um desconforto res-
piratório). Assim, deve ser usado um suporte com
VNI, não somente o cateter nasal.
Questão 4 dificuldade:
✔ resposta: C
Y Dica do professor: Classicamente temos como in-
dicação de intubação orotraqueal associada com
Questão 6 dificuldade:
ventilação mecânica: insuficiência respiratória; alte-
ração do nível de consciência com falha no controle Y Dica do professor: Aquestão sobre ventilação mecâ-
do centro respiratório; doenças neuromusculares; nica está muito em voga ultimamente, visto o grande
resistência aumentada das vias aéreas ou obstru- número de casos respiratórios, sendo importante sa-
ção grave; aumento excessivo do trabalho respira- ber o manejo ideal em casos de hipoxemia refratária.
tório com risco de fadiga; necessidade de sedação Para esses casos, devemos primeiramente manter
profunda, como em procedimentos cirúrgicos, por a paciente bem sedada com analgesia correta em
exemplo. Os objetivos da ventilação mecânica são: RASS-5, seguido de bloqueio neuromuscular e, se
reverter a hipoxemia, diminuir o desconforto respi- mesmo assim, a paciente se mantiver hipoxêmica,
ratório, prevenir ou reverter a atelectasia, reverter podemos realizar a pronação, além de aumentar a
a fadiga dos músculos respiratórios, permitir a se- PEEP visando recrutar mais alvéolos como medi-
dação e/ou o bloqueio neuromuscular, diminuir o das de melhor ventilação.
consumo sistêmico ou miocárdico de oxigênio e
✔ resposta: C
diminuir a pressão intracraniana.
✔ resposta: A
Questão 7 dificuldade:
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Questão 5 dificuldade:
Y Dica do professor: A síndrome do desconforto
respiratório agudo (SDRA) é uma doença grave de-
Y Dica do professor: Aqui, temos uma das duas in- safiadora em terapia intensiva. Ocorre devido a um
dicações clássicas do uso de BIPAP pela VNI, o processo inflamatório pulmonar que induz edema
DPOC exacerbado, que, junto do edema agudo de pulmonar não hidrostático rico em proteínas. Como
pulmão, apresenta ótima resposta a essa medida. consequência, temos hipoxemia profunda. A redu-
Para relembrar o diagnóstico, devemos presumir ção da mortalidade nos pacientes com SDRA ao
um DPOC exacerbado em paciente com doença longo dos últimos 20 anos parece ser explicada, em
pulmonar obstrutiva crônica prévia com padrão grande parte, por uma diminuição da lesão pulmonar
de secreção e aumento de volume, alteração na induzida por ventilação mecânica. Nesse contexto,
característica e/ou dispneia associada, evidente o reconhecimento precoce e o correto manejo da
no caso em questão. SDRA, principalmente, com o ajuste correto da ven-
Alternativa A: INCORRETA. O uso de VNI, especial- tilação mecânica, representam etapas essenciais
mente BIPAP, reduz as taxas de IOT e de mortalida- da abordagem. Os critérios diagnósticos de Berlim
de em exacerbação de DPOC, devendo ser tentada para SDRA são: PaO2/ FiO2 ≤ 300, PEEP de pelo me-
previamente à intubação. nos 5 cmH20, opacidades bilaterais na radiografia
de tórax, quadro não justificado completamente
Alternativa B: CORRETA.
por excesso de fluido ou insuficiência cardíaca e
Alterativa C: INCORRETA. No DPOC exacerbado, de- início agudo (dentro de uma semana de um insul-
vemos priorizar o uso de BIPAP, pois a criação de to clínico conhecido ou novo, ou sintomas respira-
um bilevel de pressão diminui o trabalho ventilató- tórios progressivamente piores). A SDRA pode ser
rio do paciente. classificada em leve, moderada e grave a depender
Alternativa D: INCORRETA. O alvo de saturação para do valor de PaO2 / FiO2: Leve: entre 200 e 300; Mo-
esses pacientes está correto entre 88-92%; porém, derada: entre 100 e 200; Grave: menor igual a 100.
285
Insuficiência respiratória e SDRA Terapia Intensiva
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Y Dica do professor: Na SDRA, devemos ter volume
ou extrapulmonares. Os fatores de risco para o de- corrente ajustado a 6 mL/kg (peso predito), menor
senvolvimento de SDRA são pneumonia, aspiração FiO2 para garantir SpO2 > 88-92%; manter a pres-
de conteúdo gástrico, transfusão de sangue e de são de distensão (diferença entre pressão platô e
hemoderivados, sepse, pancreatite, cirurgias de alto a PEEP, ou Driving Pressure) menor ou igual a 15
risco, alcoolismo crônico e politraumatismo. Sepse
cmH2O; pressão platô ≤ 30 cmH2O; A FR deve au-
e SDRA frequentemente se relacionam, uma vez que
mentar até 35 irpm, desde que não ocasione Auto-
sepse (tanto pulmonar quanto não-pulmonar) é um
-Peep, tolerando uma hipercapnia que ocasione um
dos maiores fatores de risco para desenvolvimen-
pH acima de 7,20-7,25.
to para SDRA, juntamente com broncoaspiração.
✔ resposta: A ✔ resposta: A
286
Capítulo
INTOXICAÇÕES EXÓGENAS
18
importância/prevalência
u Reconhecer a apresentação clínica das principais intoxicações exógenas, nomeando seu agente causal
u Indicar o antídoto ou tratamento específico para cada síndrome ou agente etiológico. Aqui vale relacionar
algumas síndromes e antídotos: Colinérgica – Atropina; Anticolinérgica – Fisostigmina; Opioides – Nalo-
xone; Benzodiazepínicos – Flumazenil; Adrenérgica – Benzodiazepínicos; Paracetamol – N-Acetilcisteína;
Beta-bloqueador – Glucagon.
u Interpretar a ocorrência de acidose metábolica por intoxicação exógena, diferenciando seus agentes
possiveis através do quadro clínico, ânion gap e gap osmolar.
u Indicações e contraindicações de lavagem gástrica e carvão ativado.
DICA
1. I NTRODUÇÃO E DEFINIÇÃO Não se esqueça: casos suspeitos de intoxica-
ção exógena por substâncias químicas devem ser
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notificados ao SINAN (Sistema de informação de
u Intoxicação exógena é um tema prevalente na agravos de notificação). Segundo o Ministério da
vida e na prova. Saúde, caso suspeito de intoxicação é “todo aquele
u As substâncias causadoras do quadro podem into- indivíduo que, tendo sido exposto a substâncias
xicar um indivíduo, acidental ou intencionalmente, químicas (agrotóxicos, medicamentos, produtos
por via oral, mucocutânea, ocular ou inalatória. de uso doméstico, cosméticos e higiene pessoal,
produtos químicos de uso industrial, drogas, plantas
e alimentos e bebidas), apresente sinais e sintomas
clínicos de intoxicação e/ou alterações laboratoriais
2. E PIDEMIOLOGIA provável ou possivelmente compatíveis”.
287
Intoxicações exógenas Terapia Intensiva
u As síndromes clínicas são a parte mais cobrada de intoxicações nas provas. Confira o Quadro 1 com
atenção.
Relacionadas à Acetilcolina
Hipersalivação,
diarreia, vômitos,
Inseticidas
broncorreia,
Colinérgica Confusão, coma Miose Bradicardia carbamatos ou
lacrimejamento,
organofosforados
sudorese e
fasciculações
Pele seca,
mucosas secas,
retenção urinária, Antidepressivos
Hipervigilância, Hipertermia,
diminuição tricíclicos
agitação, taquicardia,
Anticolinérgica Midríase da motilidade
alucinações, hipertensão, Anti-histamínicos
gastrointestinal,
delirium, coma taquipneia Atropina
convulsões,
“paciente
quente e seco”
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Síndromes de Hipotividade
Marcadas:
Hipoatividade,
apneia,
Hipoativa rebaixamento
bradipneia.
do nível de Mióticas Hiporreflexia Opioides
Miótica Demais:
consciência,
bradicardia,
coma
hipotensão
Hipoatividade, Principal:
Apneia,
Hipoativa rebaixamento Benzodiazepínicos
bradipneia,
do nível de Não Mióticas Hiporreflexia
Não Miótica bradicardia, (menos:
consciência,
hipotensão anticonvulsivantes)
coma
Demais Síndromes
Tremores,
hiper-reflexia, Cocaína
Hipertermia sudorese, Anfetamina
Confusão, taquicardia, diarreia, dor
Adrenérgica Midríase Hormônio
agitação, coma hipertensão, precordial,
convulsões, tireoidiano
taquipneia
“paciente quente Ergotamínicos
e úmido”
Alucinações, Hipertermia,
Dissociativa desorientação, taquicardia, LSD (ácido
Midríase Nistagmo
(alucinógena) agitação, hipertensão e lisérgico)
sinestesia taquipneia
288
Intoxicações exógenas Cap. 18
Neuroléptica
Haloperidol,
Febre, maligna:
Distonia, acatisia, Olanzapina,
Neuroléptica Miose instabilidade rabdomiólise,
rigidez muscular Risperidona,
autonômica disautonomia,
Metoclopramida
hipertermia
Fluoxetina,
Confusão, Hiperreflexia,
Taquicardia, Sertralina,
Serotoninérgica agitação, Midriase mioclonias
hipertermia Venlafaxina,
letargia, coma diaforese
Antagonistas 5HT
Alteração
Pode causar Betabloqueadores
cardiovascular
rebaixamento Bradicardia e
“Simpaticolítica” — significativa Bloqueadores de
do nível de Hipotensão
com pouca canal de cálcio
consciência
alteração de SNC
Fundo de olho:
Labilidade
Papiledema e Dispneia e Cefaleia, náuseas Cianeto, Monóxido
Asfixiante emocional,
ingurgitamento taquipneia e vômitos de carbono
confusão, coma
venoso
Alteração de Antagonistas
Pode ocorrer TP∕INR 24-72 h da vitamina K
Sangramento — — choque após ingestão (alguns raticidas)
hemorrágico
Sangramentos e varfarina
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Fonte: Adaptado de Martins et al.1
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Intoxicações exógenas Terapia Intensiva
Osm = 2 × Na+ + Glicemia/18 + Ureia/6 u O tratamento das intoxicações está dividido nos
tópicos seguintes: reconhecer a intoxicação;
u Em seguida, dose a osmolaridade do paciente identificar a síndrome; garantir suporte orgânico
u O GAP Osmolar é a diferença entre a osmolari- (intubação e ventilação mecânica, drogas vasoa-
dade medida (dosada do paciente) e a estimada tivas, marcapasso provisório); avaliar a gravidade
(calculada): e estabilizar o paciente; diminuir a absorção do
agente tóxico; aumentar a eliminação do agente;
GAP Osm = Osm medida (do paciente) utilizar antídotos (se houver); realizar a notificação
– Osm estimada (calculada) ao SINAN; prevenir a reexposição (atenção para
tentativas de suicídio e necessidade de avalição
u Se GAP osmolar for normal (até 10), pensar em especializada da psiquiatria).
intoxicação por metformina, salicilatos, formal-
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deído e monóxido de carbono. 7.1. DIMINUIR A ABSORÇÃO E
u Se aumentado (maior que 10), devemos pensar AUMENTAR A EXCREÇÃO
em agentes ácidos com poder osmolar: álcool
etílico, metanol, etilenoglicol, ácido valproico e u Intoxicação através da pele: retirar as roupas e
acetona. lavar exaustivamente o paciente.
u A metformina e o monóxido de carbono causam u Via trato gastrointestinal: lavagem gástrica, car-
primariamente lactato muito aumentado. vão ativado.
u A cetose, com aumento dos cetoácidos dosados u Aumentar eliminação renal: alcalinização da uri-
está presente nas intoxicações por formaldeído, na e hiper-hidratação.
salicilatos, acetona, álcool etílico e ácido valproico. u Retirada diretamente do plasma: diálise.
u Pesquisar cristais de oxalato na urina: sugerem
etilenoglicol. 7.1.1. Lavagem gástrica
u Intoxicação por metanol: antídoto é o etanol u Tem eficácia comprovada apenas dentro da pri-
(inibe a formação de aldeído, agente tóxico pro- meira hora da ingestão do agente.
duto do metabolismo do metanol). Diálise é um
W Contraindicações: rebaixamento do nível de
tratamento a ser considerado em casos graves.
consciência (risco elevado de broncoaspira-
ção); ingestão de ácidos ou bases; risco de
hemorragia ou perfuração do trato gastroin-
testinal; ingestão de hidrocarbonetos.
290
Intoxicações exógenas Cap. 18
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u Requisitos: agente tóxico é dialisável; intoxicação
u Para contaminação tópica: retirar todas as rou-
grave; insuficiência hepática ou renal; paciente pas e lavar a pele exaustivamente.
estável, porém nível do agente tóxico com poten- u Contaminação por via oral: lavagem gástrica e
cial de danos graves ou irreversíveis. carvão ativado na primeira hora.
u Antídoto: atropina e a pralidoxima (não revertem
Quadro 3. Substâncias tóxicas dialisáveis. o efeito tóxico no sistema nervoso central). De-
Agentes tóxicos retirados por hemodiálise
vem ser guiadas pelas secreções pulmonares.
• Barbitúricos
• Metais pesados DICA
• Bromo Você sabia que a comercialização do famoso
• Metanol
• Etanol chumbinho é proibida? Este agente tóxico é usado
• Procainamida
• Etilenoglicol ilegalmente como um raticida, e não é incomum seu
• Salicilatos
• Hidrato de cloral uso na tentativa de suicídio. Lembre-se de que os
• Teofilina
• Lítio raticidas legalmente comercializados são cumarí-
Fonte: Adaptado de Martins et al.1
nicos e sua intoxicação causa sangramentos, já o
chumbinho causa a síndrome colinérgica.
291
Intoxicações exógenas Terapia Intensiva
Figura 1. ECG em intoxicação por tricíclicos (QRS > 100 ms; desvio do
eixo do QRS para direita; aumento da onda R em aVR).
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Fonte: Burns et al.3
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Intoxicações exógenas Cap. 18
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u Antídoto: evite o uso de betabloqueadores, pois u Consequência: necrose hepática que pode evo-
podem piorar a hipertensão ao direcionar os luir para insuficiência hepática fulminante (ence-
agentes para receptores alfa-adrenérgicos. Nes- falopatia hepática com alargamento do tempo
ses casos, os Benzodiazepínicos são indicados de protrombina) com possível necessidade de
tanto para sintomas ansiosos quanto para ma- transplante.
nifestações cardiovasculares. u Laboratório: aumento de transaminases (TGO
maior que TGP), bilirrubinas e prolongamento
8.6. ANTIDOPAMINÉRGICOS (COMO do tempo de protrombina.
HALOPERIDOL, OLANZAPINA,
RISPERIDONA, METOCLOPRAMIDA) 8.8.1. Tratamento
293
Intoxicações exógenas Terapia Intensiva
u Carvão ativado e lavagem gástrica podem ser u Intoxicação aguda: taquiarritmias e associada
feitos na primeira hora (atentar para o risco de
a hipercalemia.
estímulo à hipotensão da lavagem).
u Intoxicação crônica: bradiarritmias e associada
u Se bradicardia e hipotensão: atropina e drogas
a hiporcalemia.
vasoativas e até marca-passo.
u Alterações eletrocardiográficas: infra desnive-
u Antídoto: glucagon.
lamento de ST ou “pá de pedreiro” (Figura 2);
taquiarritmias supraventriculares ou ventricu-
lares; bloqueios atrioventriculares e arritmias
sinusais.
Figura 2. ECG evidenciando infradesnivelamento do segmento ST “pá de pedreiro” por ação digitálica.
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Fonte: Long.4
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Intoxicações exógenas Cap. 18
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Bloqueador de Gluconato de cálcio
gramentos que não ameaçam diretamente a canal de cálcio Cloreto de cálcio
vida; sangramento maior – com ameaça direta).
Metemoglobinemia (ex.:
Azul de metileno
dapsona, lidocaína)
8.13.1. Tratamento
Ferro Deferoxamina
u Suspender medicações e: Isoniazida Piridoxina (vitamina B6)
W Varfarina: Metanol e etilenoglicol Álcool etílico
V Sem sangramento e INR maior que 4: vi- Monóxido de carbono Oxigênio a 100%
tamina K1 oral se INR acima de 10. Ajustar Opioides Naloxona
dose de cumarínico.
Atropina
V Sangramento menor: vitamina K1 oral e Orfanofosforado
Pralidoxima
ajuste de dose de cumarínico.
Metais pesados EDTA cálcio
V Sangramento maior: Complexo Protrombí-
Fonte: Adaptado de Martins et al.1
nico ou Plasma Fresco Congelado. Vitamina
K endovenosa.
W DOACS (podem ou não alargar coagulograma):
V Considerar uso de ácido tranexâmico, plasma REFERÊNCIAS
fresco congelado, complexo protrombínico.
V Se dabigatrana: antídoto Idarucizumabe. 1. Martins MA, Morinaga CV, Oliveira JC, Ivanovic LF, Jorge
MCP, Favarato MHS, et al. Manual do residente de clínica
médica. 1. ed. Barueri, SP: Manole; 2015.
295
Intoxicações exógenas Terapia Intensiva
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Intoxicações exógenas Cap. 18
QUESTÕES COMENTADAS
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vesical palpável. Eletrocardiograma mostrou alar- 90x60 mmHg, FC= 96bpm, Neurológico: hipertonía
gamento do complexo QRS. Com base nos dados de extremidades. Leucócitos = 19.300mm3, CPK =
do exame físico, qual o provável agente ingerido? 3.176 U/L. Tomografia computadorizada de crânio:
sem alterações. ALÉM DA SUSPENSÃO DA OLAN-
⮦ Amitriptilina.
ZAPINA, O TRATAMENTO É:
⮧ Morfina.
⮦ Bromocriptina.
⮨ Diazepam.
⮩ Metanol. ⮧ Haloperidol.
⮪ Neostigmine. ⮨ Buspirona.
⮩ Riluzol.
Questão 2
Questão 4
(FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA UNICAMP – SP – 2020)
Homem, 43a, encontrado em sua casa pelos fami- (FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA UNICAMP – SP – 2020)
liares, desacordado e ao lado de embalagens va- Mulher, 58a, é trazida ao Pronto-Socorro com náu-
zias e de comprimidos. Tem antecedentes de uso seas, vômitos, epistaxe, diaforese e perda da cons-
de drogas ilícitas e etilismo. Exame físico: letárgi- ciência, após ter ingerido intencionalmente vários
co, abertura ocular ao estímulo doloroso; balbucia comprimidos. Antecedentes Pessoais: diabetes
palavras quando estimulado; localiza a dor; olhos: mellitus tipo 2 em uso de glibenclamida e metfor-
miose bilateral. O TRATAMENTO É: mina e esquizofrenia em uso irregular de halope-
ridol e biperideno. Exames Complementares: pH =
⮦ Flumazenil. 7,1, pO2 = 98 mmHg, pCO2 = 26 mmHg HCO3 – = 9,9
⮧ Fisostigmina. mEq/L, Lactato = 15 mmol/L, Ureia = 81,9 mg/dL,
297
Intoxicações exógenas Terapia Intensiva
⮦ Carbamato. ⮨ Benzodiazepínico.
⮧ Amitriptilina. ⮩ Carbamato.
⮨ Hipoclorito de sódio.
⮩ Sertralina. Questão 8
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Questão 6 57 anos, morador de rua, encaminhado à UTI com
rebaixamento do nível de consciência, acidemia e
(HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA UFSC – SC – 2021) Avalie o con- amaurose. Apresenta os seguintes exames: pH: 7,1;
junto de manifestações descrito abaixo: HCO3: 12; pCO2: 16; BE: -13; Cloro: 105; Glicemia:
1. Sudorese profusa, sialorreia, hipersecreção 70 mg/dL; Na: 145; Lactato: 5 mmol/L (normal 0,4
brônquica; miose e bradicardia. a 2); Ânion Gap: 28, corrigido para albumina: 32; ∆
2. Euforia, hipertensão arterial, taquicardia e Ânion Gap / ∆ HCO3 = 1; Gap Osmolar: 28 (normal
midríase. até 15). Assinale a principal hipótese diagnóstica
3. Mucosas secas, hiperreflexia tendinosa, agitação frente ao quadro clínico e gasométrico:
psicomotora e hipertermia.
⮦ Intoxicação exógena por etilenoglicol.
4. Náuseas, tremores de extremidades, polidipsia,
poliúria e disfunção renal. ⮧ Cetoacidose diabética.
⮨ Acidose hiperclorêmica por acidose tubular renal.
Assinale a alternativa com a respectiva droga (ou
⮩ Alcalose metabólica por ingestão de soda cáus-
classe farmacológica) que se associa a cada con-
tica.
junto de manifestações acima.
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Intoxicações exógenas Cap. 18
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Intoxicações exógenas Terapia Intensiva
GABARITO E COMENTÁRIOS
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de amitriptilina.
resposta: A
resposta: A
✔
✔
Questão 4 dificuldade:
Questão 2 dificuldade:
Y Dica do professor: Avaliando o caso apresentado Y Dica do professor: Diante de um caso de intoxicação
temos uma síndrome classicamente descrita em exógena como o citado devemos nos atentar sempre
pacientes com intoxicação por opióides que cur- as medicações de uso contínuo do paciente para ten-
sa clinicamente com bradipneia (Especialmente tar determinar a mais provável causa, dentre os medi-
quando temos valores inferiores a 12 incursões por camentos apresentados o mais provável relacionado
minuto temos um achado altamente sugestivo), es- a intoxicação é a metformina, e como suspeitamos?
tupor e a principal característica, miose! Sendo que Devido ao quadro de acidose metabólica grave as-
a naloxona é um antagonista de opioide indicado sociada a disfunção renal e hiperlactatemia sérica.
para o tratamento de emergência de superdose ou Os sintomas de envenenamento por Metformina
intoxicação aguda por opioides. raramente são graves e sempre devemos suspeitar
na presença de sintomas digestivos, acidose meta-
✔ resposta: D bólica e lactato elevado sendo sua tríade clássica.
✔ resposta: B
Questão 3 dificuldade:
300
Intoxicações exógenas Cap. 18
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em grande quantidade causa lesão esofágica e Y Dica do professor: Questão complexa visto a inter-
gastrointestinal posição e achados clínicos que podem ser carac-
Alternativa D: INCORRETA. A sertralina é um inibidor terísticos da intoxicação tanto por benzodiazepíni-
seletivo da recaptação da serotonina, drogas que cos como carbamatos e antidepressivos,sendo a
em geral tem pequena toxicidade, necessitando de chave para o diagnóstico achado clínico de sialor-
ingestão de elevadas doses para que ocorra intoxi- réia e o relato de “crise convulsiva” que nos leva a
cação. A síndrome associada é a serotoninérgica, pensar numa intoxicação por carbamatos. Organo-
marcada por alterações do estado mental, hiperati- fosforados e carbamatos são inseticidas comuns
vidade autonômica (taquicardia, midríase, flushing) que inibem a atividade da colinesterase, causando
e neuromuscular (hiperreflexia, mioclonus, tremor). manifestações muscarínicas agudas (salivação,
lacrimejamento, urina, diarreia, vômitos, broncor-
✔ resposta: A reia, broncoespasmo, bradicardia, miose) e alguns
sintomas nicotínicos incluindo fasciculações que
podem ser confundidas com a “crise convulsiva”
Questão 6 dificuldade:
apresentada.
Y Dica do professor: Questão objetiva que deseja ✔ resposta: D
correlacionar algumas manifestações clínicas com
a sua respectiva droga. Com isso, vamos avaliar as
alternativas separadamente: Questão 8 dificuldade:
Alternativa A: FALSA. Sudorese profusa, sialorreia, Y Dica do professor: questão que cobra a análise de
hipersecreção brônquica, miose e bradicardia (1) ânion gap e gap osmolar, vejamos: no caso, a aná-
são manifestações características de uma sín- lise de pH mostra um pH acidêmico. Ao analisar a
drome colinérgica, causada principalmente por PaCO2 e HCO3 vemos uma redução do bicarbonato,
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Intoxicações exógenas Terapia Intensiva
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cetoacidose diabética (glicemia está normal e gap
lesão hepática progressiva pode se apresentar com
osmolar estaria normal); acidose hiperclorêmica
dor no quadrante superior direito e hepatomegalia.
(vimos pelo cálculo que é de ânion gap elevado) e
Entre 72-96 horas: pico da lesão hepática. Ocorre
alcalose metabólica (vimos que é uma acidose).
reaparecimento de náuseas e vômitos, assim como
Além disso, a ingestão de etilenoglicol encaixa na
icterícia, coagulopatia, injúria renal aguda, encefa-
síndrome nefro-neural, com a amaurose, rebaixa-
lopatia e manifestações do SNC (confusão, sono-
mento do nível de consciência e acidemia.
lência, coma). A N acetilcisteína (NAC) é o antídoto
✔ resposta: A no caso de intoxicação por paracetamol, e deve ser
prescrita preferencialmente dentro de 8-10 horas
desde a ingesta. As Indicações de transplante he-
Questão 9 dificuldade:
pático na intoxicação por paracetamol são as se-
guintes: pH <7,3 ou a presença de todos os critérios
Y Dica do professor: Questão bastante direta. O antí-
abaixo: INR>6,5 (acima de 100 segundos), creatini-
doto para metemoglobinemia é o azul de metileno.
na > 3,4, encefalopatia grau II e IV. Nossa paciente
O efeito sedativo central dos benzodiazepínicos
usou doses supra terapêuticas de acetominofeno,
é total ou parcialmente revertido pelo flumazenil,
chegou ictérica e rebaixada, muito provavelmente
enquanto a naloxona é um antagonista de opioide
devido a um quadro de hepatite fulminante (e por
clássico para tratamento de superdose ou intoxica-
tanto aumento de AST e ALT), sendo então indicado
ções agudas, principalmente com a ocorrência de
o uso de N-acetilcisteína. Além disso ela possui cri-
rebaixamento do nível de consciência associado a
tério para transplante hepático, pois o pH está <7,3.
bradpneia, apneia ou em caso de parada cardiorres-
piratória. O oxigênio concorre com o monóxido de ✔ resposta: E
302
Capítulo
SEDAÇÃO E ANALGESIA
19
importância/prevalência
u A dor é um sintoma subjetivo de características biopsicossociais diferentes para cada indivíduo, assim,
deve ser levada em conta a forma como o paciente a sente e descreve. Além disso, deve ser mensurada
por meio de notas ou escalas, para também estimar a efetividade dos tratamentos.
u A analgesia tem como principal objetivo o conforto do paciente, considerando a tolerância individual e
efeitos colaterais presentes em cada caso. Outras metas com o tratamento da dor são: controle da ansie-
dade e da agitação e atenuação das respostas fisiológicas adversas à dor.
u A sedação, em grande parte das vezes, é empregada com o intuito de manter o paciente calmo e coope-
rativo com o tratamento.
u Um adequado controle da dor, juntamente com manejo correto da sedação, com protocolos de despertar
diário ou sedação mínima, são associados a melhores desfechos, por exemplo, com menor tempo de
ventilação mecânica, sem implicar em maior trauma psicológico aos pacientes.
u O uso adequado de sedativos deve ser baseado nas características de cada medicamento e nas condições
clínicas do paciente.
u As características farmacológicas e feitos colaterais das medicações utilizadas em procedimentos e
sedação contínua como: hipotensão arterial e rigidez torácica pelo fentanil; depressão cardiorrespiratória
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pelo propofol e midazolam; manutenção do drive respiratório pela dexmedetomidina; analgesia, estabili-
dade cardiovascular e manutenção do drive respiratório pela cetamina; inibição da síntese de esteroides
pelo etomidato.
1. I NTRODUÇÃO 2. D OR
u Dor, agitação e ansiedade são sintomas preva- u A dor é uma experiência individual, associada à
lentes tanto no ambiente de terapia, como tam- lesão real ou potencial, e deve ser considerada na
bém em enfermarias e pronto-socorros. Assim, forma como o paciente descreve. Deve-se levar
conhecer os princípios de analgesia e sedação é em consideração os componentes físico, emo-
uma parte fundamental do conhecimento médico. cional, social e espiritual da dor, em um conceito
conhecido como DOR TOTAL.
u Embora subjetiva, deve-se buscar realizar uma
análise objetiva da dor. A maneira mais acurada
é perguntar diretamente ao paciente, por exem-
plo, usando-se uma escala numérica: de zero a
10, sendo zero a ausência de dor e 10 a dor mais
intensa que o paciente pode imaginar. Existem
outras escalas mostradas na Figura 1.
303
Sedação e analgesia Terapia intensiva
Fonte: Teixeira.1
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Dor (BPS – Tabela 1) e a Ferramenta de Obser- a ventilação mecânica.
vação de Dor para Cuidados Intensivos (CPOT).
Relaxada 1
Parcialmente contraída (por exemplo: abaixamento palpebral) 2
Expressão facial
Completamente contraída (olhos fechados) 3
Contorção facial 4
Sem movimento 1
Movimento dos Movimentação parcial 2
membros superiores Movimentação completa com flexão dos dedos 3
Permanentemente contraídos 4
Tolerante 1
Conforto com o Tosse, mas tolerante à ventilação mecânica a maior parte do tempo 2
ventilador mecânico Brigando com o ventilador 3
Sem controle da ventilação 4
304
Sedação e analgesia Cap. 19
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especialmente na dor crônica, como moduladores
da dor. Tais medicações de primeira linha são:
nortriptilina e amitriptilina; duloxetina e venlafaxi-
na; gabapentina e pregabalina.
u Essa combinação é descrita pela Escada Anal-
gésica de Dor da Organização Mundial da Saúde
(OMS) (Figura 2):
Adjuvantes
Fonte: Jadad.3
305
Sedação e analgesia Terapia intensiva
u Os opioides estão entre os medicamentos mais u Tramadol, o análogo sintético da morfina tem
utilizados na abordagem farmacológica da dor baixo risco de dependência e seus principais
na terapia intensiva. Eles agem através dos re- efeitos colaterais são as náuseas e os vômitos,
ceptores mµ. O princípio básico de sua utilização principalmente se utilizado na formulação en-
é a titulação da dose para cada paciente. dovenosa. Sua grande vantagem é agir também
u É importante considerar seus efeitos colaterais: como antagonista de receptores NMDA, atuando
W Rebaixamento de nível de consciência e de- no tratamento da dor neuropática.
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pressão respiratória. Naloxone pode ser utili-
4.2.2. Opioides fortes
zado como antídoto.
W Hipotensão pode ocorrer se uso em bolus e u Não possuem dose teto (dose máxima), sendo
situações de instabilidade hemodinâmica. titulados conforme tolerância e efeitos colaterais
W Náuseas e vômitos podem ocorrer pelo estí- para tratamento de dor forte.
mulo direto de quimiorreceptores da zona de
gatilho do sistema nervoso central (SNC). As 4.2.2.1. Morfina
principais drogas antieméticas a serem utili- u É um opioide forte, de rápido início de ação, e um
zadas são as antidopaminérgicas.
dos mais utilizados na prática clínica. Quando
W Obstipação pela diminuição da motilidade endovenosa, tem pico de ação em 30 minutos
(efeito na musculatura lisa) e secreções do e meia-vida de 3,5 a 4 horas, portanto devendo
trato gastrointestinal. Utilizam-se laxativos irri- ser prescrita de 4 em 4 horas quando a função
tativos, como picossulfato ou bisacodil. Pode renal for normal. Seu metabólito ativo tem efeito
ocorrer também retenção vesical. depressor do SNC, mas sem poder analgésico; e
W A liberação de histamina, presente principal- por ter excreção renal, deve-se ajustar a dose da
mente no uso da morfina, pode causar prurido. morfina se tal disfunção estiver presente. Entre
Este deve ser tratado com anti-histamínicos os opioides, é a que causa maior liberação de
e troca da medicação conforme avaliação. histamina.
W A interrupção abrupta de opioides pode causar
síndrome de abstinência: diaforese, inquieta- 4.2.2.2. Fentanil
ção, midríase, piloereção, náuseas, vômitos e u Cerca de 100 vezes mais potente que a morfina
diarreia. Pode-se utilizar metadona (opioide
quando uso endovenoso contínuo. Não libera
306
Sedação e analgesia Cap. 19
histamina. Não possui metabolismo renal. Por res neuromusculares, em casos de estado de
ser lipossolúvel, atinge o SNC em pouco tempo, mal convulsivo e de hipertensão intracraniana.
possuindo rápido início de ação (minutos). Pode u Ocasionalmente, a sedação tem o objetivo de
causar rigidez torácica quando utilizado em bo- deixar os pacientes calmos, lúcidos, interativos
lus (o tratamento de suporte é com bloqueador e cooperativos. Entretanto, o uso de sedativos
neuromuscular). deve ser sempre o menor possível.
u Estratégias de minimização do uso de sedação
4.2.2.3. Metadona
(igualmente validadas): 1) despertar diário, que
u Age em receptores mµ e possui atividade anti- consiste na interrupção diária da sedação e reiní-
-NMDA (utilizada para tratamento de dor neuro- cio em doses menores, caso o paciente se man-
pática). Possui meia vida longa, de 9 a 56 horas, tenha com indicação de sedação; e 2) sedação
necessitando de titulação cuidadosa. Pode cau- guiada por metas, em que a sedação é otimiza-
sar prolongamento do intervalo Qt. da para um nível de consciência alvo e titulada
conforme a necessidade.
5. S EDAÇÃO
6. AVALIAÇÃO
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Tabela 2. Richmond Analgesia and Sedation Scale.
3 Muito agitado Conduta agressiva, puxa ou remove tubos ou cateteres, agressivo verbalmente
-3 Sedação moderada Movimentos e abertura ocular ao estímulo verbal, mas sem contato visual
307
Sedação e analgesia Terapia intensiva
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do, está associado a maior tempo de ventilação
como em procedimentos ou pacientes que ne-
mecânica que o propofol e a dexmedetomidina.
cessitam de avaliações neurológicas frequentes.
u É metabolizado pelo fígado, eliminado por via
7.4. CETAMINA
renal. Os principais efeitos colaterais são hipo-
tensão e bradicardia. Tem como diluente uma so-
lução lipídica, por isso possui coloração branca e u Possui efeitos sedativos, analgésicos e disso-
pode acarretar: pancreatite, hipertrigliceridemia ciativos (dose-dependentes) por atuação como
e contaminação bacteriana. antagonista de receptores NMDA. Não inibe o
centro respiratório, por isso é adequada tanto
u A síndrome de infusão do propofol é evento grave,
para sedação contínua quanto para procedimen-
associada ao uso de altas doses e por tempos
tos. Tem especial efeito broncodilatador, sendo
prolongados. Pode se apresentar com acidose
indicada para intubação em broncoespasmo
metabólica, rabdomiólise e disfunção orgânica.
(por exemplo crise asmática). Pode aumentar
a frequência cardíaca e a pressão arterial, apre-
7.2. DEXMEDETOMIDINA sentando boa estabilidade hemodinâmica, porém
não sendo recomendada para uso em urgências
u A dexmedetomidina é um alfa-2-agonista alta- hipertensivas. O receio de uso de cetamina mui-
mente seletivo, de ação central, com efeitos an- to se deve aos seus efeitos alucinógenos, que
siolíticos, sedativos e algum efeito analgésico. ocorrem quando usada em doses moderadas,
u Não tem efeitos deletérios no drive respiratório, que devem ser evitadas.
sendo indicada para pacientes extubados ou em
desmame de ventilação mecânica, por até 24 a
48 horas. Pode ser utilizada em procedimentos
como “intubação acordada”.
308
Sedação e analgesia Cap. 19
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roléptica maligna.
u Antipsicóticos atípicos (quetiapina, olanzapina
e risperidona) também podem ser utilizados em
pacientes adultos na UTI para tratar o delirium,
com bom perfil de segurança frente a efeitos
colaterais.
309
Sedação e analgesia Terapia intensiva
QUESTÕES COMENTADAS
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de 47 anos, previamente hígido, foi internado na
(FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA UNICAMP -SP – 2020 – Unidade de Terapia Intensiva por quadro de insu-
ADAPTADA) Frente às afirmações abaixo: ficiência respiratória grave, com necessidade de
ventilação mecânica, por pneumonia por H1N1. O
I. O fentanil quando feito rapidamente e não diluído, paciente ficou sob ventilação mecânica por quatro
pode levar a rigidez de caixa torácica; dias, necessitou de bloqueio neuromuscular por
II. A cetamina é um sedativo que pode causar 48 horas e duas sessões de posição prona. Evolui
broncodilatação; com melhora gradual da troca gasosa. Hoje recebe
III. O etamidato pode causar supressão da suprar- noradrenalina em dose baixa (0,1 μg/kg/min), está
renal; hemodinamicamente estável, com sedação leve
IV. A dexmedetomidina promove sedação sem com propofol e fentanil (RASS – 5), está sob VM
depressão respiratória. no modo pressão controlada com pressão de pico
de 20 cmH₂O, PEEP = 10 cmH₂O, volume corrente
Quais afirmativas estão corretas: de 500ml (8 mL/Kg de peso predito) e tem relação
PaO₂ /FiO₂ = 200. Recebe oseltamivir. A conduta
⮦ I e II.
mais adequada para este paciente neste momento:
⮧ I, II e III.
⮨ I, II e IV. ⮦ Desligar a sedação e realizar um teste de respi-
ração espontânea.
⮩ I, II, III e IV.
⮧ Manter a sedação, reduzir o volume corrente
para 6ml/kg de peso predito.
Questão 3
⮨ Manter a sedação, passar o paciente para o
(FACULDADE DE MEDICINA DO ABC – SP – 2020 – ADAPTADA) modo pressão de suporte e ajustar a pressão
No paciente que necessita internação em Terapia de suporte para 6ml/kg de peso predito.
310
Sedação e analgesia Cap. 19
⮩ Manter a sedação e passar o paciente para o ⮦ A interrupção regular da infusão contínua dos
modo pressão de suporte e reduzir a pressão agentes sedativos pode diminuir o risco do de-
de suporte gradativamente. senvolvimento de tolerância.
⮧ A infusão contínua dos fármacos permite uma
sedação mais constante e um menor risco de
Questão 5
tolerância.
(HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA UFJF – MG – 2020 – ADAPTADA) A ⮨ A utilização de monitoração da sedação e anal-
realização de intubação orotraqueal por quadro de gesia é útil para a prevenção da tolerância.
choque séptico pulmonar, com insuficiência respi- ⮩ A associação de diferentes fármacos pode dimi-
ratória, durante a internação na UTI, pressupõe que nuir o risco do desenvolvimento de tolerância.
deva receber um medicamento com quais efeitos?
I. Sedativos Questão 8
II. Amnéticos
III. Analgésicos (SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE MARÍLIA – SP – 2020) Qual
dessas drogas utilizadas para sedação inibe a sín-
tese de cortisol?
⮦ Apenas a I.
⮧ Apenas a II. ⮦ Propofol.
⮨ Apenas a III. ⮧ Midazolam.
Questão 6
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Questão 9
(UNIFESP – SP – 2020) Homem, 42 anos de idade, é
admitido na sala de emergência com hipotensão (HOSPITAL DA AERONÁUTICA DE SÃO PAULO – SP – 2020) A as-
arterial, taquicardia e rebaixamento do nível de piração de conteúdo gástrico durante a intubação
consciência, após queda de andaime. Havendo ne- traqueal dos pacientes nas unidades de emergência
cessidade de via aérea definitiva (intubação), qual é uma das complicações mais corriqueiras e que
das drogas abaixo está CONTRAINDICADA para piora o prognóstico dos mesmos. Os médicos que
esse procedimento? trabalham nessas unidades devem prevenir essa
ocorrência sabendo realizar, quando indicada, a
⮦ Fentanil. indução e intubação com sequência rápida. Pacien-
⮧ Etomidato. te de 75 anos, vítima de atropelamento, chega ao
pronto-socorro em prancha rígida, colar cervical,
⮨ Cetamina.
headblocks e cintas. Sem obstrução das vias aé-
⮩ Succinilcolina. reas, máscara de O2 com 15 L/min, frequência res-
⮪ Noradrenalina. piratória (FR) 35, pressão arterial 150/100 mmHg,
Saturação de Oxigênio (SaO2) = 85% e Escala de
Glasgow de 10. Foi indicada a intubação traqueal
Questão 7 com sequência rápida. Qual a melhor associação
de fármacos para essa intubação?
(ESCOLA MULTICAMPI DE CIÊNCIAS MÉDICAS – RN – 2020) No
que se refere à analgesia e à sedação do paciente ⮦ Fentanil – Propofol – Succinilcolina.
grave, internado em UTI, uma preocupação atual é
⮧ Alfentanil – Cetamina – Propofol.
a tolerância que esses pacientes desenvolvem aos
fármacos utilizados. Nesse sentido, todas as afir- ⮨ Fentanil – Etomidato – Cetamina.
mativas abaixo estão corretas, exceto: ⮩ Midazolam – Etomidato – Propofol.
311
Sedação e analgesia Terapia intensiva
Questão 10
⮦ I e II.
⮧ I, II e III.
⮨ I, II e IV.
⮩ I, II, III e IV.
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312
Sedação e analgesia Cap. 19
GABARITO E COMENTÁRIOS
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podendo promover uma elevação de 5 a 6 mmHg supressão da produção de esteroides endógenos,
da pressão arterial média, principalmente em indi- principalmente em uso contínuo. Porém, a adminis-
víduos previamente hipertensos, além de interferir tração única para procedimentos não está associada
com os efeitos anti-hipertensivos de diuréticos, a taxas mais altas de mortalidade em pacientes com
IECA e betabloqueadores. Portanto, não promove sepse conforme estudos clínicos demonstraram.
hipotensão arterial como descrito na letra A. Afirmativa IV: CORRETA. A dexmedetomidina demons-
✔ resposta: A trou não induzir à depressão respiratória importante,
mesmo quando usada em grandes concentrações.
Alternativas I, II, III e IV: CORRETAS.
Questão 2 dificuldade:
✔ resposta: D
Y Dica do autor: Para responder essa questão, pre-
cisamos conhecer as características principais das
Questão 3 dificuldade:
drogas usadas na sequência rápida de intubação.
Afirmativa I: CORRETA. O fentanil pode causar rigidez Y Dica do autor: A dexmedetomidina é o agente
muscular, comprometendo particularmente os mús- representante da classe de alfa-2-agonistas de
culos torácicos e, durante a indução da anestesia, utilização endovenosa de utilização em UTI. Por
pode também atingir os movimentos musculares ter elevada afinidade com os receptores no SNC,
esqueléticos de vários grupos nas extremidades, é uma medicação segura que causa sedação sem
pescoço e globo ocular. Estes efeitos estão rela- prejudicar o Drive Respiratório ou a manutenção
cionados com a dose e a velocidade de injeção e a de patência de vias aéreas. Assim, é indicado para
incidência pode ser evitada através das seguintes utilização em pacientes em processo de extubação
medidas: injeção IV lenta (geralmente suficiente para ou mesmo fora da ventilação mecânica invasiva.
313
Sedação e analgesia Terapia intensiva
Além, possui também propriedades analgésicas. A analgesia propriamente dita não é necessária;
Vamos às alternativas: assim a utilização de opioides como o fentanil não
Alternativa A: INCORRETA. A dexmedetomidina não possuem essa indicação, mas sim a de promover a
possui efeito de bloqueio neuromuscular. simpatólise do estímulo do sistema nerovoso autô-
nomo simpático, que decorre da laringoscopia em
Alternativa B: INCORRETA. Como vimos, possui efei-
pacientes adultos, e que é indesejada em quadros
to sedativo
de emergências hipertensivas nas quais esse es-
Alternativa C: INCORRETA. Como vimos, possui efei- tímulo autonômico seria prejudicial ao paciente.
to analgésico.
✔ resposta: D
Alternativa D: CORRETA.
✔ resposta: D dificuldade:
Questão 6
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que é necessário um teste de respiração espontâ- Alternativa B: CORRETA. A estabilidade hemodinâmica
nea. E quanto à sedação, o paciente não possui associada ao etomidato o torna um medicamento
indicações de manutenção de sedação continua particularmente útil para a intubação de pacientes
profunda, que seriam: necessidade de manutenção hipotensos, bem como para pacientes com patologia
de parâmetros de ventilação mecânica protetora ou intracraniana, quando a hipotensão deve ser evitada.
uso de bloqueio neuromuscular, hipertensão intra- Alternativa C: CORRETA. É recomendada tanto no pa-
craniana não controlada, estado de mal convulsi- ciente estável com broncoespasmo grave quanto
vo. Assim, temos que desligar a sedação e avaliar no paciente em choque e instável (de preferência
possibilidade de extubação é a conduta correta. em baixa dose 1 mg/kg). Além disso, vem ganhando
✔ resposta: A popularidade nessa circunstância, pois permite ao
paciente manter o movimento respiratório enquanto
fornece analgesia, amnésia e sedação. Suas pro-
Questão 5 dificuldade: priedades analgésicas permitem que ela seja usada
como o único agente nas vias aéreas traumatizadas
Y Dica do autor: A intubação orotraqueal em paciente
com sangue, quando é improvável que a anestesia
na situação descrita é um procedimento que deve
tópica funcione efetivamente.
ser realizado com auxílio de medicações sedativas
e amnéticas. Sedativas com o intuito de manter o Alternativa D: CORRETA. A succinilcolina é absoluta-
paciente semiacordado e colaborativo com o pro- mente contraindicada em pacientes com histórico
cedimento, o que, inclusive, possibilita a utilização pessoal ou familiar de hipertermia maligna e em
de bloqueador neuromuscular e facilita a intuba- pacientes considerados com alto risco de desen-
ção na primeira tentativa e diminuição a chance volver hipercalemia grave (grandes queimados).
de broncoaspiração. E amnéticas para garantir Alternativa E: CORRETA. Não utilizada diretamente
que o paciente não se recorde do procedimento. na intubação, mas sim como “Solução padrão” de
314
Sedação e analgesia Cap. 19
noradrenalina preparada e disponível para manejar mas é reversível em até 72 horas. Recentemente um
prontamente hipotensão pós-intubação. estudo randomizado e duplo-cego avaliou o papel
da hidrocortisona em pacientes críticos (apenas 4%
✔ resposta: A
com sepse) que usaram etomidato e confirmou que
cerca de 90% dos pacientes preenchiam critérios
Questão 7 dificuldade: para insuficiência adrenal após uso da droga. Tal
anestésico inibe a 11-β-hidroxilase, uma importante
Y Dica do professor: Cada vez mais a sedoanalgesia enzima na via de produção esteroidal adrenal. Uma
é levada em conta como uma medida importante dose única de indução bloqueia por 4 a 8 horas o
para lidar com diversas condições na medicina, aumento na síntese de cortisol que ocorre como
principalmente a dor, condição muito subestimada resposta normal ao estresse e esse tempo pode
na medicina. Dentre as dificuldades do uso dessas se prolongar até 24 horas em pacientes idosos ou
drogas, a tolerância é uma das mais notadas (signi- debilitados. Há evidência de aumento na mortali-
fica que doses cada vez maiores serão necessárias dade com o uso de infusão contínua de etomidato
para obter o mesmo efeito.) para sedação em pacientes criticamente enfermos.
Alternativa A: CORRETA. A tolerância é uma condição Apesar disto, não foi sido demonstrado aumento
dose-dependente. Interromper de forma regular a de mortalidade após dose única para a indução
infusão contínua de agentes sedativos pode ajudar anestésica.
na progressão da tolerância. ✔ resposta: D
Alternativa B: INCORRETA. A infusão contínua não
necessariamente está associada a uma sedação
Questão 9 dificuldade:
mais constante. É necessário levar em conta da-
dos de farmacocinética e dinâmica dos agentes. Y Dica do professor: A intubação de sequência rápi-
Lembremos ainda, como dito na alternativa A, o da é feita através de 7 “Ps”, são eles: preparação,
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mecanismo de tolerância é dose-dependente e uma pré-oxigenação, pré-tratamento, paralisia após in-
infusão contínua propicia maior tolerância. dução, posicionamento do paciente, passagem do
Alternativa C: CORRETA. A monitorização e uso de tubo orotraqueal, pós-intubação. A preparação faz
escalas é útil para estratificar o nível de sedação/ parte desde a montagem da equipe até a prepara-
dor do paciente, guiando a melhor dose e evitando ção de todo material necessário para a intubação.
hiperdosagem. A pré-oxigenação visa trocar o nitrogênio presente
Alternativa D: CORRETA. O uso multimodal de me- ao longo do trato respiratório do paciente por oxi-
dicamentos é uma das estratégias comprovada- gênio, o objetivo é que o paciente consiga chegar
mente mais efetivas na sedoanalgesia do paciente. a uma SpO2 acima de 94-95%. Para isso, devemos
Ao combinar diversas drogas, você pode reduzir a fornecer oxigênio com o dispositivo adequado. No
dose de cada uma e fornece uma terapia efetiva, pré-tratamento, as drogas mais usadas são o fen-
por cobrir diversas vias de sinalização e receptores. tanil e lidocaína (sendo assim, ficamos entre letra
A e C). Na paralisia pós-indução devemos sedar e
✔ resposta: B paralisar o paciente. A escolha da medicação de-
pende da doença de base do paciente, a disponibi-
dificuldade:
lidade de drogas do serviço, e a experiência médi-
Questão 8
ca individual com o uso da medicação. As drogas
Y Dica do professor: O etomidato é mais potente ini- sedativas são: midazolam, propofol, quetamina
bidor da síntese de cortisol que hipnótico. A concen- (cetamina), etomidato. As drogas paralisantes são:
tração necessária para bloqueio da 11-β-hidroxilase succinilcolina e rocurônio. Sendo assim, dentre as
é de apenas 5% (10 ng/mL) da concentração sérica alternativas apresentadas, a que mostra a sequên-
para efeito hipnótico (200 ng/dL). Esse bloqueio cia correta é a letra A, fentanil (usado no pré-trata-
ocorre mesmo após uma única dose (0.3 mg/kg) mento), o propofol (usado para indução da hipnose)
315
Sedação e analgesia Terapia intensiva
Questão 10 dificuldade:
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miocárdica, porém é uma droga que reduz limiar
convulsivo e pode cursar com insuficiência adre-
nal secundária.
Assertiva IV: CORRETA. A dexmedetomidina é uma
droga com rápido início de ação e a capacidade
de permitir rápida titulação, podendo desse modo
variar a profundidade da sedação e da analgesia e
sem cursar com diminuição de drive respiratório.
✔ resposta: D
316
Capítulo
NUTRIÇÃO
20
importância/prevalência
u A via preferencial de nutrição no paciente crítico é via trato gastrointestinal (oral ou enteral).
u A nutrição enteral deve ser iniciada o mais precocemente possível idealmente em 48 horas se o quadro
clínico permitir: após o término da fase de ressuscitação hemodinâmica e atingida estabilidade.
u A nutrição parenteral deve ser considerada, na maioria dos casos, somente se houver previsão de con-
traindicações à via enteral por períodos maiores que sete dias.
u A meta proteico-calórica pode ser atingida em cinco a sete dias. Ela é composta por por 25 kcal/kg por
dia de carboidratos e 1,3 (1,2 a 2,0) g de proteína/kg por dia.
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u
317
Nutrição Terapia intensiva
W Diarreia: acomete cerca de 15% dos pacientes W Infecção de corrente sanguínea: bacteriana
em nutrição enteral. Seu mecanismo parece e fúngica. É também relacionada ao cuidado
estar relacionado à alteração de flora e outras com o cateter utilizado para administração.
medicações e seus veículos utilizados (sorbi- W Hiperglicemia (sendo a mais comum).
tol, por exemplo). Não se deve interromper a W Encefalopatia de Wernicke. Recomenda-se a
dieta enquanto se investiga a causa, sendo a
suplementação de vitamina B1 (tiamina) nos
osmolaridade da terapia pouco associada a
pacientes de risco (especialemente os previa-
tal. A utilização de fibras solúveis é uma te-
mente mal-nutridos).
rapia sugerida;
W Disfunção hepática.
W Hiperglicemia. Complicação extremamente co-
mum, especialmente em casos de inflamação
W Hipertrigliceridemia.
sistêmica, como politrauma e sepse; W Trombose venosa associada à infusão.
W Constipação; W Síndrome de realimentação (descrita adiante).
W Síndrome de realimentação (descrita abaixo).
u A administração de maneira contínua ou em bo-
lus intermitentes não demonstra diferença de
4. M ETAS
desfechos maiores, mas o modo contínuo pode
favorecer uma melhor aceitação da dieta. Da mes- u Como citado anteriormente, é adequado permitir
ma maneira, o controle do resíduo gástrico não uma subnutrição do paciente crítico nos primeiros
deve ser realizado de rotina. O posicionamento dias de internação na terapia intensiva.
da sonda enteral em posição pós-pilórica pode u Em pacientes em pós-operatório, especialmente
diminuir a ocorrência de refluxos, porém não al-
de cirurgias do trato gastrointestinal, a conduta
tera desfechos clínicos ou ocorrência de pneu-
de permitir ingesta livre de alimentos segundo
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monias quando utilizado de rotina em todos os
a aceitação do paciente pode acelerar a recu-
pacientes; mas pode ser uma opção em caso
peração, com menor taxa de infecções, mesmo
de pancreatite.
com possível aumento na ocorrência de vômi-
tos. Assim, a presença de ruídos hidroaéreos,
flatos ou evacuações são preditores ruins de
3. N UTRIÇÃO PARENTERAL tolerância de dieta, inclusive em pós-operatório.
Achados clínicos como distensão abdominal e
u A nutrição parenteral tem como principal vanta- resíduo de sonda gástrica são de maior validade.
gem a manutenção do aporte de nutrientes sem u O peso a ser considerado para cálculo de me-
depender da integridade do trato gastrointestinal. tas deve ser: peso atual tanto para IMC menor
u Porém, já é provado por ensaios clínicos que a que 18 kg/m2 quanto para não obesos (IMC
sua instituição precoce (logo nos primeiros dias até 30 kg/m2). Para obesos, pode-se corrigir o
de internação), em pacientes bem nutridos, exclu- valor (como por exemplo considerar 110% do
siva ou em complementação à nutrição enteral, peso ideal pela altura e sexo, ou calcular-se o
não está associada a melhores desfechos clíni- peso esperado caso o IMC do paciente fosse
cos e está associada a maior taxa de infecções. 25 kg/m2).
Assim, recomenda-se seu início sete dias após
após o início da doença crítica aguda. 4.1. META CALÓRICA
u Em pacientes malnutridos, com impossibilida-
de do uso da via enteral ou sem previsão do uso u Após os primeiros dias de uso da nutrição trófica,
dessa nas primeiras semanas, pode-se iniciar a uma meta de 25 a 30 kcal/kg é adequada. O uso
nutrição parenteral mais precocemente. de fórmulas ou de calorimetria indireta (esta sen-
u As principais complicações: do o padrão-ouro para fins de pesquisa) para o
318
Nutrição Cap. 20
5. SÍNDROME DE REALIMENTAÇÃO
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nesemia também costumam estar presentes.
u Sua prevenção é realizada pelo início lento e ele-
vação gradual do aporte proteico-calórico dos
pacientes, acompanhado de vigilância constante
dos eletrólitos.
u Caso ocorra, deve-se diminuir o aporte nutricional
(para cerca de 20% da meta), e corrigir de maneira
agressiva as alterações eletrolíticas.
319
Nutrição Terapia intensiva
QUESTÕES COMENTADAS
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de flatos ou fezes.
pouco comum, mas com grande gravidade. As-
⮨ A diarreia é uma complicação comum da nutri- socia-se ao retorno da nutrição em pacientes
ção enteral, potencialmente grave, que deve ser malnutridos. Clinicamente se manifesta com
tratada, em sua abordagem inicial, por meio da hipofosfatemia (seu principal marcador), além
cessação da dieta de hipocalemia e hipomagnesemia.
⮩ Quando a dieta enteral for insuficiente para suprir ⮩ Pacientes obesos tem menor risco de síndrome
60% ou mais da meta calórica diária por um pe- de realimentação, que frequentemente está as-
ríodo superior a sete dias, a nutrição parenteral sociada à redução dos níveis séricos de fósforo,
suplementar estará indicada. potássio e magnésio
⮪ A cessação da dieta parenteral deverá ocorrer
quando houver sinais de função contratil intes-
Questão 3
tinal adequada e no momento da introdução da
dieta enteral.
(HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA UFSC – SC – 2019) Assinale
a alternativa que representa a complicação mais
frequente em um paciente em terapia de nutrição
Questão 2
parenteral total (NPT).
(PROCESSO SELETIVO UNIFICADO – MG – 2022 – ADAPTADA) A
⮦ Infecção.
terapia nutricional parenteral (TNP), seja periférica
ou central, tem como principal objetivo garantir a ⮧ Hiperglicemia.
nutrição de pacientes que, por determinado período
⮨ Embolia Gordurosa.
não estejam podendo ser devidamente alimenta-
dos por outras vias. Sobre as características e as ⮩ Trombose Venosa.
320
Nutrição Cap. 20
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(INSTITUTO FERNANDES FIGUEIRA – RJ – 2020) Em um pa- a nutrição parenteral pode ser iniciada e manti-
ciente crítico, a nutrição enteral precoce deve ser da, ao contrário da dieta enteral.
iniciada:
⮩ Fístulas do trato digestivo de alto débito não
⮦ 48h após a lesão, com ingestão diária média na devem ser tratadas com nutrição parenteral
primeira semana de 60% dos requisitos energé- por mais que 10 dias pelo risco de infecção de
ticos totais estimados. cateter central.
⮧ 24h após a lesão, com ingestão diária média na
primeira semana de 60% dos requisitos energé- Questão 8
ticos totais estimados.
(UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO – RIBEIRÃO PRETO – 2020) Mulher,
⮨ 48h após a lesão, com ingestão diária média na
62 anos, obesa, internada com pancreatite aguda
primeira semana de 40% dos requisitos energé-
biliar. Após 72 horas de evolução, mantinha dor ab-
ticos totais estimados.
dominal mesmo sob analgesia, PA: 110/70 mmHg,
⮩ 24h após a lesão, com ingestão diária média na FC: 105 bpm, ruídos hidroaéreos ausentes, distensão
primeira semana de 40% dos requisitos energé- abdominal. Exames laboratoriais: creatinina sérica:
ticos totais estimados. 2,1 mg/dL, cálcio sérico: 6,7 mg/dL, lactato arterial:
1,0 mg/dL. Débito urinário de 30 mL/h e drenagem
Questão 6 por sonda nasogástrica: 800 mL/dia. A radiografia
de abdômen em decúbito é mostrada abaixo (fi-
(HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ANTÔNIO PEDRO – UNIVERSIDADE gura). Qual a conduta nutricional mais adequada?
FEDERAL FLUMINENSE – RJ – 2020) Paciente internado na
Unidade de Terapia Intensiva por AVE hemorrágico, ⮦ Nutrição parenteral.
comatoso, necessita de nutrição artificial. Assinale, ⮧ Dieta oral líquida.
321
Nutrição Terapia intensiva
Questão 9
Questão 10
(ASSOCIAÇÃO MÉDICA DO PARANÁ – PR – 2019) Paciente de
58 anos, com história de ressecção de lesão do je- (SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE CURITIBA – PR – 2020)
juno, evolui com fístula de alto débito no pós-ope- Sobre os aspectos nutricionais em cirurgia, assina-
ratório. Devido à condição do paciente, a equipe de le (V) ou falso (F):
terapia nutricional decide iniciar nutrição parenteral. ( ) A dieta enteral costuma preservar a integridade
Considerando a abordagem nutricional, é correto intestinal e diminuir a translocação bacteriana.
afirmar que:
( ) A complicação mais frequente da dieta enteral
⮦ A hipoglicemia reativa é a complicação mais é a obstipação.
comum do uso da nutrição parenteral. ( ) No trauma ocorre a diminuição do metabolismo
⮧ Recomenda-se o uso de cateter central em veia basal.
jugular ou femoral para administração exclusi- ( ) Umas das primeiras manifestações de sepse
va da dieta. em doentes recebendo nutrição parenteral é a
⮨ Os cateteres centrais inseridos perifericamente intolerância à glicose.
são boas alternativas de acesso pois facilitam a Está CORRETA a afirmativa:
monitoração de infecção do cateter.
⮩ Exames laboratoriais de bioquímica sérica de- ⮦ V-V-F-F.
vem ser realizados antes do início da nutrição ⮧ V-F-F-V.
⮨ F-V-V-V.
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parenteral, e após apenas se alteração clínica.
⮩ V-F-V-V.
322
Nutrição Cap. 20
GABARITO E COMENTÁRIOS
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te e escore como o Nutric melhores indicadores.
ratório é apenas relacionado à correção de desnu-
Alternativa B: INCORRETA. A presença de ruídos hi- trição severa em pacientes com patologias graves
droaéreos, flatos ou evacuações são preditores do trato gastrointestinal e que não o podem utilizar.
ruins de tolerância de dieta, inclusive em pós-opera- Alternativa C: CORRETA. Ao se diagnosticar quadro
tório. Achados clínicos como distensão abdominal compatível com síndrome de realimentação, de-
e resíduo de sonda gástrica são de maior validade. ve-se corrigir agressivamente os eletrólitos e di-
Alternativa C: INCORRETA. A princípio, a NE não deve minuir a taxa de infusão nutricional para cerca de
ser suspensa. Deve-se pesquisar a etiologia da diar- 20% da meta.
reia antes, sendo medicações ou seus veículos mais Alternativa D: INCORRETA. O portador de obesidade
associados, assim como alteração de flora bacte- é comumente desnutrido e, assim, ao ter perda
riana. Utilizar fibras solúveis também é indicado. ponderal aguda, tem maior risco de síndrome de
Outras terapias que podem ser tentadas a seguir realimentação.
incluem a alteração de fórmulas. ✔ resposta: C
Alternativa D: CORRETA.
323
Nutrição Terapia intensiva
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procedimento realizado devemos oferecer uma
dieta polimérica por via nasoenteral, lembrando dieta enteral nestas situações, configurando uma
que dietas poliméricas são dietas em que os ma- contraindicação absoluta.
cronutrientes (proteínas, carboidratos e lipídios), ✔ resposta: E
em especial a proteína, apresentam-se na sua for-
ma intacta. A ausência de ruídos hidroaéreos não
Questão 7 dificuldade:
deve ser parâmetro para se iniciar dieta, mas sim
o baixo débito diário pela SNE associado à estabi- Y Dica do professor: O tratamento de fístulas co-
lidade do paciente. lônicas pode contemplar uso de nutrição enteral,
✔ resposta: E tendo-se sempre atenção aos distúrbios hidroele-
trolíticos. Por outro lado, a terapia de fístulas altas
do trato gastrointestinal contempla o uso de dieta
Questão 5 dificuldade: parenteral para permitir o fechamento da fístula. Em
situações de instabilidade hemodinâmica, tantas a
Y Dica do professor: A nutrição em pacientes críticos, dieta enteral quanto a parenteral estão contraindi-
genericamente, deve ser iniciada tão logo se obte- cadas. Em pacientes de alto risco nutricional, o uso
nha estabilidade hemodinâmica satisfatória, poden- de nutrição parenteral deve ser priorizado caso o
do-se tolerar aporte de cerca de 60% da meta total trato gastrointestinal não permita aporte calórico
calórica na primeira semana de internação em UTI. e proteico precocemente.
✔ resposta: A ✔ resposta: B
324
Nutrição Cap. 20
Y Dica do professor:
Y Dica do professor: A paciente em questão apre-
senta como sinais de impossibilidade de inicio de (V) A terapia nutricional enteral precoce (até 72
dieta via trato gastrointestinal: dor não controlada, horas) satisfaz as necessidades nutricionais,
elevado débito pela sonda nasogástrica, exame de promove a integridade da mucosa intestinal,
imagem compatível com íleo metabólico. Assim, melhora a cicatrização de feridas, suprime a
considerando estar já em terceiro dia de interna- resposta hipermetabólica, reduz a incidência
ção, sem previsão de dieta oral ou enteral próxima, de infecções, sepse, translocação bacteriana
deve-se usar a nutrição parenteral. e tempo de hospitalização o que efetivamente
diminui os custos hospitalares beneficiando
✔ resposta: A assim o paciente.
(F) A complicação mais comum na administração
de dieta enteral é a DIARREIA, que pode ser
Questão 9 dificuldade: causada por aumento da osmolaridade do trato
gastrointestinal, contaminação de bactérias na
Y Dica do professor: A complicação mais comum hora do preparo ou na administração da dieta,
da nutrição parenteral é a hiperglicemia. Sabemos ausência de fibras na fórmula enteral, forma
que acessos vasculares profundos altos (subclá- como é administrada e medicações em uso.
via ou jugulares) têm menor taxa de complicações (F) Trauma é um evento agudo que altera a homeos-
infecciosas. tase do organismo, por desencadear reações
neuroendócrinas e imunológicas que visam à
Cateteres centrais de inserção periférica possuem
manutenção da volemia, do débito cardíaco, da
menores taxas de complicações mecânicas (como
oxigenação tecidual e da oferta e utilização de
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pneumotórax e hemotórax) em relação aos de inser-
substratos energéticos. Apresenta, portanto,
ção central; porém não possuem menores taxas
um aumento no metabolismo basal.
de infecções de corrente sanguínea em pacientes
internados em terapia intensiva. (V) Alterações glicêmicas são comuns em pacientes
utilizando NPT. Seus ajustes são realizados atra-
Exames séricos de monitorização da terapia devem vés da composição e quantidade de glicose que
ser realizados ao início e periodicamente, incluindo está sendo infundida. Em casos de intolerância
de pesquisa de lesão hepatocelular, que tende a à glicose, uma possibilidade é a ocorrência de
ser transitória. sepse.
✔ resposta: E ✔ resposta: B
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327
GERIATRIA
Geriatria
Sumário
Prevalência/importância
21. Avaliação geriátrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
22. Síndrome de fragilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
23. Cuidados paliativos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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328
Capítulo
AVALIAÇÃO GERIÁTRICA
21
importância/prevalência
u A avaliação geriátrica ampla (AGA) é um processo de avaliação global da saúde do idoso, interdisciplinar
e multidimensional.
u Com auxílio de testes e escalas realizados na AGA, avaliamos vários domínios, sendo os principais o
cognitivo, físico, afetivo e social.
u A AGA enfatiza a avaliação da capacidade funcional e da qualidade de vida do idoso.
u A capacidade funcional é o que garante independência e autonomia.
u Através da AGA, conseguimos avaliar os pontos de atenção da saúde do idoso e, com isso, criar um plano
terapêutico mais assertivo, sempre com enfoque na manutenção da capacidade funcional.
u Os gigantes da geriatria, conhecidos como 5 Is, são: iatrogenia, instabilidade postural, incontinências,
imobilidade e insuficiência das funções cognitivas. Essas condições estão diretamente ligadas à perda
de funcionalidade e qualidade de vida nos idosos.
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1. I NTRODUÇÃO u O objetivo da AGA é estabelecer os pontos de
atenção à saúde do idoso para traçar um plano
a longo prazo, que visa previnir desfechos des-
u Os idosos são um grupo heterogêneo de pa- favoráveis e a perda de funcionalidade.
cientes, pois o envelhecimento é um processo
u Os domínios que normalmente são avaliados na
individualizado.
AGA são: funcionalidade, mobilidade/equilíbrio/
u É importante diferenciar o que é o envelhecimen- risco de queda, humor, cognição, status nutri-
to considerado normal (senescência) e o que é o cional, alterações sensoriais (visão e audição) e
envelhecimento patológico (senilidade). suporte social e financeiro.
u Existem vários perfis de idosos, variando do pa- u Com o desenvolvimento de novos conceitos em
ciente frágil e dependente até o idoso robusto geriatria, outros tópicos foram incorporados, como,
e ativo. as síndromes geriátricas (fragilidade, sarcopenia,
u A avaliação dessa população não deve focar ape- polifarmácia), diretivas e estresse do cuidador.
nas em suas comorbidades, mas incluir vários u Os componentes da AGA podem variar. Ela é um
outros aspectos da sua saúde. instrumento dinâmico que pode ser modificada
u A avaliação geriátrica ampla (AGA) é um processo para ser utilizada em diversos cenários, indo de
de avaliação interdisciplinar e multidimensional. encontro com as necessidades e particularida-
A partir dela, conseguimos uma abordagem glo- des de cada local (enfermaria, pronto-socorro,
bal da saúde do idoso, definindo condição clínica, ambulatório etc).
psicológica, social, cognitiva e funcional.
329
Avaliação geriátrica Geriatria
Capacidade
funcional
Queda/equilíbrio Cognição
Suporte social e
financeiro
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Fonte: Autor.
u Dentro da AGA, um dos principais objetivos é en- u As Atividades de Vida Diária (AVDs) compreen-
tender como está a capacidade funcional do idoso. dem as atividades básicas e as atividades ins-
u Entende-se por capacidade funcional as habili- trumentais.
dades físicas e mentais necessárias para manter u As Atividades Básicas de Vida Diária (ABVDs)
uma vida autônoma e independente. são aquelas relacionadas ao autocuidado, como
u Autonomia se refere a nossa capacidade de rea- tomar banho, ter continência, higienizar-se, ali-
lizar escolhas, tomar nossas próprias decisões. mentar-se, realizar transferências (capacidade
Independência é nossa capacidade de, por meios de se deslocar, ex.: levantar da cadeira e ir para
próprios, realizar nossas atividades. outro cômodo) e vestir-se.
u As escalas mais utilizadas para realizar essa
avaliação são: escala de Katz (Tabela 1), que é
a mais usada, e o índice de Barthel (Tabela 2).
330
Avaliação geriátrica Cap. 21
Ficha de avaliação: para cada área de funcionamento listada abaixo, assinale a descrição que se aplica (a palavra “ajuda” significa supervisão, orientação ou
auxílio pessoal).
Vestir-se (pega roupas, inclusive peças íntimas, nos armários e gavetas, e manuseia fechos, até os de órteses
e próteses, quando forem utilizadas)
( ) Pega as roupas e veste-se completamente, sem ajuda (I)
( ) Pega as roupas e veste-se sem ajuda, exceto para amarrar os sapatos (I)
( ) Recebe ajuda para pegar as roupas ou vestir-se, ou permanece parcial ou completamente sem roupa (D)
Uso do vaso sanitário (ida ao banheiro ou local equivalente para evacuar e urinar; higiene íntima e arrumação das roupas)
( ) Vai ao banheiro ou local equivalente, limpa-se e ajeita as roupas sem ajuda (pode usar objetos para apoio como
bengala, andador ou cadeira de rodas e pode usar comadre ou urinol à noite, esvaziando-o de manhã) (I)
( ) Recebe ajuda para ir ao banheiro ou local equivalente, ou para limpar-se, ou para ajeitar as roupas após evacuação
ou micção, ou para usar a comadre ou urinol à noite (D)
( ) Não vai ao banheiro ou equivalente para eliminações fisiológicas (D)
Transferência
( ) Deita-se e sai da cama, senta-se e levanta-se da cadeira sem ajuda (pode estar usando objeto para apoio, como
bengala ou andador) (I)
( ) Deita-se e sai da cama e/ou senta-se e levanta-se da cadeira com ajuda (D)
( ) Não sai da cama (D)
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Continência
( ) Controla inteiramente a micção e a evacuação (I)
( ) Tem “acidentes” ocasionais (D)
( ) Necessita de ajuda para manter o controle da micção e evacuação; usa cateter ou é incontinente (D)
Alimentação
( ) Alimenta-se sem ajuda (I)
( ) Alimenta-se sozinho, mas recebe ajuda para cortar carne ou passar manteiga no pão (I)
( ) Recebe ajuda para alimentar-se, ou é alimentado parcialmente ou completamente pelo uso de catéteres ou fluidos intraveno sos (D)
331
Avaliação geriátrica Geriatria
Pontuação Atividade
1. Alimentação
5 pontos Ajuda: necessita de ajuda para passar manteiga, usar sal e pimenta etc.
2. Banho
3. Vestuário
5 pontos Ajuda: necessita de ajuda, mas realiza pelo menos 1/2 das tarefas em tempo razoável
4. Higiene pessoal
5 pontos Independente: capaz de lavar as mãos e o rosto, escovar os dentes e barbear-se, sem ajuda
0 ponto Dependente: necessita de ajuda de outra pessoa em qualquer das atividades do item anterior
5. Evacuações
10 pontos Continente: não apresenta incontinência, consegue usar supositórios ou enemas, sozinho
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Incontinente ocasional: apresenta episódios ocasionais de incontinência (acidentes) ou necessita de
5 pontos
ajuda para uso de supositórios ou enemas
6. Micção
Continente: não apresenta incontinência; quando necessário é capaz de lidar sozinho com sonda vesical
10 pontos
ou outro dispositivo
Independente: usa o vaso sanitário ou urinol; senta-se e levanta-se sem ajuda, mesmo que use barras
10 pontos
de apoio. Limpa-se e veste-se sem ajuda
0 ponto Dependente: recebe auxílio direto de outra pessoa ou não desempenha a função
8. Passagem cadeira-cama
15 pontos Independente: não necessita de ajuda na transferência; se utiliza cadeira de rodas, faz tudo sozinho
5 pontos Grande ajuda: capaz de sentar, mas necessita de assistência total para passagem
332
Avaliação geriátrica Cap. 21
Pontuação Atividade
9. Deambulação
Independente: capaz de caminhar sem ajuda pelo menos 50 metros, mesmo com bengalas, muletas,
15 pontos
prótese ou andador
10 pontos Ajuda: capaz de caminhar pelo menos 50 metros, mas necessita de ajuda ou supervisão
Independente em cadeira de rodas: capaz de manobrar a cadeira de rodas e movimentar-se por pelo
5 pontos
menos 50 metros
10. Escadas
Independente: capaz de subir ou descer escadas sem ajuda ou supervisão, mesmo com muletas, ben-
10 pontos
galas ou apoio no corrimão
Interpretação: < 20 pontos: dependência total 20 a 35 pontos: dependência grave; 40 a 55 pontos: dependência
moderada; 60 a 95 pontos: dependência leve.
u Já as atividades instrumentais de vida diária (AI- u Exemplos: utilizar o telefone, fazer compras,
VDs) estão relacionadas a tarefas mais comple- preparar refeições, lavar roupa, utilizar meio de
xas, que dependem, por vezes, da utilização de transporte e manusear remédio e dinheiro.
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dispositivos presentes no dia a dia. u As escalas mais utilizadas para avaliar as AIVDs
são: escala de Lawton (Tabela 3) e questionário
de Pfeffer (Tabela 4).
Para cada atividade listada a seguir, assinale a descrição que se aplica (as palavras “ajuda” e “assistência”
significam supervisão, orientação ou auxílio pessoal)
333
Avaliação geriátrica Geriatria
Manuseio do dinheiro – O(a) senhor(a) Necessita de assistência para uso de cheques e pagamento de contas (2)
consegue cuidar das finanças?
Não tem o hábito de lidar com o dinheiro ou é incapaz de manusear dinheiro,
contas (1)
Fonte: Lawton.5
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Mostre ao informante as opções e leia as perguntas.
Anote a pontuação como se segue:
Sim, é capaz 0
Necessita de ajuda 2
Não é capaz 3
Perguntas Pontos
Perguntas Pontos
334
Avaliação geriátrica Cap. 21
9. Ele(a) é capaz de andar pela vizinhança e encontrar o caminho de volta para casa?
DICA
Para a prova, normalmente, o mais importante 2.2. AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE FÍSICA
é saber que Katz e Barthel avaliam ABVDs e Lawton
e Pfeffer avaliam AIVDs. u A capacidade física está relacionada com a força
e a função muscular.
u Existem vários testes e medidas para avaliar
essa capacidade.
u Os mais utilizados são mencionados na Tabela 5.
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homens e 16 Kg para mulheres.
DICA
A velocidade de marcha é um parâmetro de grande relevância na geriatria, pois é um preditor de
eventos adversos. Velocidade de marcha inferior a 0,8 m/s está associada com menor sobrevida em idosos.
335
Avaliação geriátrica Geriatria
Figura 1. Força de Preensão Palmar com dinamômetro. W A definição de sarcopenia pelo European Wor-
Para o teste de força de preensão palmar, o paciente deve estar king Group on Sarcopenia in Older People (EWG-
sentado, com braço paralelo ao corpo, ombro levemente abduzido,
cotovelo fletido em 90 graus e a mão em posição neutra, como
SOP) consta na Tabela 6.
mostra a figura. O paciente será orientado a apertar o dinamômetro
com a maior força possível com sua mão dominante. Normalmente, Tabela 6. Definição de sarcopenia.
o teste é realizado 3 vezes, com intervalo mínimo de 1 minuto entre
as tentativas, e o melhor valor é considerado. Provável
Baixa força muscular
sarcopenia
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u a) Definição: A Sarcopenia é vista como uma W Assess (avaliar): recomenda-se o uso da for-
doença (insuficiência) muscular, na qual há um ça de preensão palmar ou o teste de sentar e
declínio da força e da quantidade ou qualidade levantar para avaliar a força muscular.
muscular. W Confirm (confirmar): confirmar a sarcopenia
W A redução da força muscular deve ser o trigger através da detecção de baixa quantidade e/ou
para iniciar a investigação. qualidade muscular. Aconselha-se densitome-
W Buscar de forma proativa este diagnóstico é tria (DEXA) e a bioimpedância (BIA) na prática
muito importante, pois a sarcopenia está as- clínica e DEXA, BIA, tomografia computadori-
sociada a uma série de desfechos negativos; zada ou ressonância magnética em pesquisas.
por exemplo: quedas, fraturas, perda de fun- W Severity (determinar a gravidade): a gravidade
cionalidade e morte. pode ser avaliada por medidas de desempenho,
W Há vários mecanismos e fatores associa- através de algum dos testes a seguir: veloci-
dos ao seu desenvolvimento, como alteração dade de marcha, Short Physical Performance
dos hormônios sexuais, nutrição inadequada, Battery (SPPB) e Timed get up and go (TUG).
doenças neurodegenerativas, caquexia e ina-
tividade física.
336
Avaliação geriátrica Cap. 21
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Fonte: Adaptado de Cruz-Jentoft.9
* DEXA – densitometria de composição corporal: quantifica massa de gordura, massa óssea total e massa magra.
Fonte: Adaptação do Cruz-Jentoft.9
337
Avaliação geriátrica Geriatria
DICA
W O SARC-F foi um questionário criado para tria-
A tomografia e a ressonância, apesar de não
gem de sarcopenia e que é utilizado nos pas-
utilizadas na prática clínica, são consideradas o
sos do F-A-C-S. A seguir, está em sua versão
método padrão-ouro para avaliar massa muscular.
traduzida na Tabela 8.
Nenhuma = 0
O quanto de dificuldade você tem para levantar e
Força Alguma = 1
carregar 5 kg?
Muita, ou não consegue = 2
Nenhuma = 0
O quanto de dificuldade você tem para atravessar
Ajuda para caminhar Alguma = 1
um cômodo?
Muita, usa apoios; ou incapaz = 2
Nenhuma = 0
O quanto de dificuldade você tem para levantar de
Levantar da cadeira Alguma = 1
uma cama ou cadeira?
Muita ou não consegue sem ajuda = 2
Nenhuma = 0
O quanto de dificuldade você tem para subir um
Subir escadas Alguma = 1
lance de escadas de 10 degraus?
Muita ou não consegue = 2
Nenhuma = 0
Quedas Quantas vezes você caiu no último ano? 1 a 3 quedas = 1
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4 ou mais quedas = 2
Pontuação ≥ 4 indica risco aumentado para redução de força, ou seja, triagem positiva.
Fonte: Barbosa-Silva.10
u c) Tratamento: O tratamento da sarcopenia, as- u Todos estes testes servem como forma de rastreio.
sim como sua prevenção, engloba atividade física u O diagnóstico deve seguir os critérios específi-
e intervenção nutricional obrigatoriamente. Há, cos de cada doença.
ainda, outras intervenções farmacológicas que u Por vezes, esses testes não são suficientes para
estão sendo estudadas, mas nenhuma é consenso.
realizar uma avaliação cognitiva adequada, princi-
palmente em indivíduos altamente escolarizados.
2.4. INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO u Nos casos em que a suspeição de alteração cog-
DO DOMÍNIO COGNITIVO nitiva é alta, porém, a triagem inicial é negativa,
torna-se necessária a aplicação de testes neu-
u O rastreio cognitivo deve ser realizado sempre ropsicológicos mais elaborados.
que houver sinais de alteração cognitiva. u a) Miniexame do estado mental (MEEM): É o
u A cognição é composta por diversas áreas, sendo teste de rastreio mais utilizado por ser de fácil e
as principais: memória, atenção, linguagem, fun- rápida aplicação.
ção executiva, função visuoespacial e percepção. W Os pontos de corte são definidos pela esco-
u Os testes cognitivos mais utilizados na prática são: laridade.
W Miniexame do estado mental (MEEM – minimental) W Abrange orientação temporal e espacial, me-
W Teste do Desenho do Relógio (TDR) mória imediata e de evocação, atenção, cál-
W Fluência Verbal (FV) culo e linguagem.
338
Avaliação geriátrica Cap. 21
Ano
Mês
Orientação temporal
Dia do mês 5 pontos
(qual é o/a?)
Dia da semana
Hora
Local específico
Local genérico
Orientação espacial
Bairro ou rua próxima 5 pontos
(onde estamos?)
Cidade
Estado
Nomear três objetos e pedir para o paciente repetir: “carro, vaso, tijolo”
Memória imediata 3 pontos
Em caso de erro, ensinar até o paciente aprender (no máximo até seis vezes)
Peça para repetir: “Nem aqui, nem ali, nem lá” 1 ponto
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Seguir o comando de três estágios: “Pegue este papel com a mão direita,
3 pontos
dobre-o ao meio e coloque no chão”
Copiar o desenho
Linguagem
1 ponto
339
Avaliação geriátrica Geriatria
DICA
É muito importante que o paciente reali-
ze os testes sem nenhum tipo de interferência.
Nem o examinador pode fornecer dicas e nem os
acompanhantes.
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u A escala de depressão geriátrica (GDS – Geria-
Fonte: Incrível.
13
tric Depression Scale) é um instrumento utilizado
dentro da AGA para triagem de depressão.
u c) Fluência Verbal: Neste teste, o paciente deve u Na Tabela 10 está a versão com 15 itens, porém,
falar em 1 minuto o maior número de animais existem outras versões.
ou de frutas. u Uma vez que o rastreio está positivo, deve-se rea-
W É feito o registro de todos os nomes falados. lizar o diagnóstico através dos critérios do DSM-5.
Tabela 10. Escala de depressão geriátrica, também conhecida como GDS ou Yesavage.
340
Avaliação geriátrica Cap. 21
Você sente que a maioria das pessoas está melhor do que você? (10) 1 0
Interpretação:
> 5 pontos: sugestiva de depressão
Fonte: Yesavage; Almeida.15,16
DICA
u Segundo o DSM-5, o indivíduo deve apresentar, A somatização e a anedonia são os sinto-
pelo menos, cinco dos seguintes critérios, na mas mais comuns de depressão em idosos. Nem
maioria dos dias, para o diagnóstico de depres- sempre o humor deprimido está presente no idoso
são, sendo o um e/ou o dois obrigatórios: com depressão.
W 1) Humor deprimido na maior parte do dia;
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W 2) Diminuição de interesse ou prazer em todas
ou quase todas as atividades; 3. Q UEIXA DE MEMÓRIA
W 3) Perda ou ganho de peso significativo;
W 4) Insônia ou sono excessivo;
u A queixa de memória é muito comum no segui-
W 5) Agitação ou lentidão psicomotora; mento ambulatorial de pacientes idosos e deve
W 6) Fadiga ou perda de energia; ser sempre investigada.
W 7) Sentir-se sem valor ou com culpa excessiva; u O primeiro passo é definir se existe alteração nos
W 8) Habilidade reduzida de pensar ou se con- testes cognitivos do paciente e se há impacto na
centrar; sua funcionalidade através da aplicação das es-
W 9) Pensamentos recorrentes sobre morte, pen- calas de atividades de vida diária (AVDs).
samentos suicidas sem um plano, tentativa de u A seguir um fluxograma que auxilia na definição
suicídio ou plano para cometer suicídio. dos diagnósticos possíveis a partir da queixa de
memória e a conduta (Fluxograma 2).
341
Avaliação geriátrica Geriatria
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DICA
O Comprometimento Cognitivo Leve (CCL) u A alteração cognitiva será evidenciada através
pode ser classificado como amnésico quando do resultado dos testes cognitivos e a perda de
a queixa principal é memória, todavia, pode ser funcionalidade através das escalas de ABVDs
também não amnésico, quando outras funções e AIVDs.
cognitivas estão alteradas.
DICA
A memória é apenas uma das nossa funções
cognitivas e, em algumas demências, ela não é
4. S ÍNDROME DEMENCIAL afetada inicialmente.
342
Avaliação geriátrica Cap. 21
DICA DICA
Nem sempre os testes de rastreio cognitivos É importante um acompanhamento regular,
normais indicam ausência de alteração cognitiva. pois no início das síndromes demenciais o compro-
Pacientes altamente escolarizados, por vezes, de- metimento funcional pode ser muito sutil e passar
mandam testes neuropsicológicos mais complexos despercebido pela família e pelo paciente, que pode
para evidenciar perdas nas suas funções cognitivas. receber erroneamente o diagnóstico de CCL.
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Usual
Proteínas totais e frações dos sintomas usual
Pouco
4.2. DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS Respostas como “não sei” Usuais
usuais
343
Avaliação geriátrica Geriatria
Quadro 2. Classificação das síndromes demenciais de acordo com o dano estrutural no sistema nervoso central.
Doença cerebrovascular
Hipotireoidismo Doença de Alzheimer
(Demência Vascular)
Hidrocefalia de Pressão
Insuficiência cardíaca, renal, hepática Demência por corpos de Lewy
Normal (HPN)
Deficiência de vitamina B12 Demência do Doença de Parkinson Infecções do SNC – sífilis, HIV
Hemorragias no SNC
Doença de Huntington
(Hematoma Subdural)
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DICA
Quadro de confusão mental ou piora cogni- W No Tap Test, o paciente é submetido a testes
tiva em idosos após quedas ou traumas, sempre cognitivos e funcionais antes e após a coleta
considerar a possibilidade de hematoma subdural. de líquor.
W Considerado positivo, ou seja, sugestivo de
HPN, quando o paciente apresenta alguma
4.4. CAUSAS REVERSÍVEIS DE DEMÊNCIA
melhora nos testes.
u b) Deficiência de Vitamina B12
u As causas potencialmente reversíveis de Demên-
cia mais comuns são:
u c) Hipotireoidismo
u a) Hidrocefalia de Pressão Normal (HPN)
4.5. DEMÊNCIAS PRIMÁRIAS
W É caracterizada pela tríade: comprometimen-
to cognitivo + ataxia + incontinência urinária.
Estes sintomas não precisam ser simultâneos. u A seguir, um fluxograma que auxilia no diagnós-
tico das demências primárias.
W O diagnóstico é feito através de exames de
imagem que evidenciam a hidrocefalia e o
Tap Test.
344
Avaliação geriátrica Cap. 21
Demência?
Diagnósticos Diferencias
CCL
Depressão, medicamentos/
Queixa subjetiva da cognição +
drogas, alterações metabólicas,
comprometimento da função cognitiva
deficiência de vitamina B12, HPN,
nos testes + sem impacto nas AVDs
Hematoma Subdural etc.
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Doença de Demência Doença de Doença
Alzheimer vascular Lewy frontotemporal
Fonte: Autor.
345
Avaliação geriátrica Geriatria
A. Perturbação da atenção (i.e., capacidade reduzida para direcionar, focalizar, manter e mudar a atenção) e da cons-
ciência (menor orientação para o ambiente)
B. A perturbação desenvolve-se em um período breve de tempo (normalmente de horas a poucos dias), representa uma
mudança da atenção e da consciência basais, e tende a oscilar quanto à gravidade ao longo de um dia
C. Perturbação adicional na cognição (p. ex., déficit de memória, desorientação, linguagem, capacidade visuoespacial
ou percepção)
D. As perturbações dos critérios A e C não são mais bem explicadas por outro transtorno neurocognitivo preexistente,
estabelecido ou em desenvolvimento, e não ocorrem no contexto de um nível gravemente diminuído de estimulação,
como no coma
E. Há evidências a partir da história, do exame físico ou de achados laboratoriais de que a perturbação é uma conse-
quência fisiológica direta de outra condição médica, intoxicação ou abstinência de substância (i. e., por drogas ilícitas
ou medicamento), de exposição a uma toxina ou de que ela se deva a múltiplas etiologias
Fonte: American Psychiatric Association.19
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Medicamentos e drogas Distúrbios metabólicos
Desnutrição
Desidratação
Fonte: Autor.
DICA
Em idosos, infecções podem se manifestar u Na prática, o Confusion Assessment Method (CAM)
apenas com delirium, sem achados típicos de febre é o instrumento mais utilizado para avaliação do
ou leucocitose. quadro de delirium.
u O diagnóstico é realizado na presença dos crité-
rios 1 e 2 associados a mais um critério (3 ou 4).
346
Avaliação geriátrica Cap. 21
1. Início agudo
2. Distúrbio da atenção
2A. O paciente teve dificuldade em focalizar a atenção, por exemplo, distraiu-se facilmente ou teve dificuldade em
acompanhar o que era dito?
• Ausente durante toda a entrevista ( )
• Presente em algum momento da entrevista, porém de forma leve ( )
• Presente em algum momento da entrevista, de forma marcante ( )
• Incerto( )
2B. Se presente ou anormal, este comportamento variou durante a entrevista, isto é, surgiu e desapareceu ou aumentou
e diminuiu de gravidade?
• Sim ( )
• Não ( )
• Incerto ( )
• Não aplicável ( )
3. Pensamento desorganizado:
O pensamento do paciente era desorganizado ou incoerente, com conversação dispersiva ou irrelevante, fluxo de ideias
pouco claro ou ilógico, ou mudança imprevisível de assunto?
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Em geral, como você classificaria o nível de consciência do paciente?
• Alerta (normal) ( )
• Vigilante (hiperalerta, hipersensível a estímulos ambientais, assustando-se facilmente) ( )
• Letárgico (sonolento, facilmente acordável) ( )
• Estupor (dificuldade para despertar) ( )
• Coma ( )
• Incerto ( )
Fonte: Adaptação de Fabbri.20
347
Avaliação geriátrica Geriatria
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W Respeitar período do sono é muito importante. Antidepressivos tricíclicos (Ex.:
AINE
Amitriptilina, Nortriptilina)
Fonte: American Geriatrics Society.21
6. A S SÍNDROMES GERIÁTICAS
6.2. INCONTINÊNCIAS
u Através da aplicação da AGA conseguimos rea-
lizar o diagnóstico das síndromes em geriatria. u O envelhecimento por si só não causa as incon-
u Conhecidos como os gigantes da geriatria. tinências, no entanto, ocorrem várias alterações
no organismo que tornam os idosos mais sus-
ceptíveis a esse tipo de problema.
6.1. IATROGENIA
u Em relação à incontinência urinária, os princi-
pais tipos são:
u Os idosos estão mais sujeitos à Iatrogenia, pois
normalmente são multicomorbidos, usam várias
W Transitória (ex.: em casos de ITU)
medicações e apresentam uma menor reserva W Urgência (bexiga hiperativa)
funcional. W Esforço
u Uma das principais causas de iatrogenia é reação W Transbordamento (bexiga neurológica)
adversa a medicamentos (RAM). W Funcional (quando o paciente não alcança o
u O principal fator de risco para RAM é a polifar- toalete a tempo de evitar a perda, seja por limi-
mácia. tação física, cognitiva ou do próprio ambiente)
W Mista
348
Avaliação geriátrica Cap. 21
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Teste Definição Avaliação e pontuação
Avalia equilíbrio.
Paciente é orientado a se levantar de uma • ≤ 10 segundos – independente.
Timed get- cadeira, andar por 3 metros em linha reta, • 11 a 20 segundos – independente em transferências
up and go dar a volta e retornar a sentar na cadeira. básicas, com baixo risco de queda.
Teste é cronometrado. • ≥ 20 segundos – dependente para várias atividades de
vida diária e na mobilidade com alto risco de queda.
Fonte: Autor.
u As intervenções que devem ser realizadas para W Treino de marcha e equilíbrio – avaliar neces-
prevenção de quedas são as seguintes: sidade de dispositivo de marcha
W Diagnosticar e tratar comorbidades W Exercício físico
W Orientar calçados adequados
349
Avaliação geriátrica Geriatria
6.4. IMOBILIDADE
u A avaliação da função cognitiva é parte funda-
mental da AGA.
u Síndrome da Imobilidade (SI) é o conjunto de
u O idoso altamente escolarizado demandará ava-
sinais e sintomas resultantes da supressão dos liações mais complexas da sua função cogniti-
movimentos articulares. va, principalmente se apresentar alguma queixa
subjetiva no seguimento ambulatorial.
u Prejudicando a mudança postural, leva à incapa-
cidade, fragilidade e morte.
u São vários os diagnósticos que podem ser reali-
zados dentro deste domínio. Dentre eles, temos:
u Várias são as complicações decorrentes da SI;
síndrome demencial, pseudodemência, CCL, queixa
por exemplo: lesão por pressão, infecções, trom-
subjetiva de memória ou mesmo cognição normal.
bose, desnutrição e fecaloma.
u Os principais fatores de risco são:
DICA
Em relação aos testes cognitivos, o mais
W Idade avançada
importante é comparar o paciente com ele mesmo,
W Doenças neurológicas ou seja, com seu basal.
W Iatrogenia medicamentosa
W Síndrome da fragilidade
W Múltiplas comorbidades 8. O UTROS TÓPICOS DA AGA
W Internações hospitalares
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W Institucionalização
8.1. R ASTREIO DÉFICIT VISUAL
W Falta de estímulo físico
u O diagnóstico é realizado através de dois crité- u Deve sempre ser rastreado, independentemente
rios maiores (déficit cognitivo moderado a grave de queixa.
+ múltiplos contraturas) + dois menores (afasia, u Associado a quedas, declínio funcional e cogni-
disfasia, incontinência urinária e fecal, sinais de tivo e depressão.
sofrimento cutâneo ou lesão por pressão).
u O teste de Snellen é utilizado como rastreio (Fi-
u Quando instalado, é um quadro irreversível, por gura 3).
isso, é importante a abordagem paliativa, priori-
u A reabilitação visual está indicada para paciente
zando a qualidade de vida.
com acuidade visual menor que 20/50.
350
Avaliação geriátrica Cap. 21
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A figura deve ser colocada a uma distância de 5 metros. O paciente deve realizar o teste com uso dos seus óculos/lentes se for o caso.
Um olho é testado por vez.
Fonte: grebeshkovmaxim/Shutterstock.com.25
u O déficit auditivo afeta 1/3 dos idosos. u Sempre questionar o idoso sobre perda ponderal
u Está associado com declínio cognitivo, emocio- não intencional e fazer o seguimento do peso no
nal, social e físico. consultório.
u A triagem é realizada através do teste do sussurro. u Realizar, além das medidas de peso, o IMC, cir-
cunferência de panturrilha e abdominal.
u Pode ser aplicada uma escala de triagem nutricio-
nal, conhecida como Miniavaliação Nutricional.
351
Avaliação geriátrica Geriatria
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Fonte: Cereda.22
352
Avaliação geriátrica Cap. 21
u Avaliar suporte familiar, condição financeira e u A imunização dos idosos segue o calendário da
engajamento do idoso em atividades sociais. Sociedade Brasileira de Imunização.
u Para plena independência funcional, as boas u Deve ser avaliada a situação da carteira vacinal
condições sociais são fundamentais. do idoso de forma proativa nas consultas de se-
u Se evidenciada uma situação de risco, é impor- guimento.
tante a avaliação da equipe de assistência social.
Tabela 16. Calendário da Sociedade Brasileira de Imunização para idosos, a partir de 60 anos.
3 doses, no esquema
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Hepatite B Rotina Sim
0-1-6 meses
Para os soronegativos
Hepatite A 2 doses, no esquema 0-6 meses Não
para hepatite A
353
Avaliação geriátrica Geriatria
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DC: American Psychiatric Association; 2013.
Bras Epidemiol. 2005; 8: 127-41.
20. Fabbri R, Moreira M, Almeida O. Validity and reliability
8. Tomás MT, Fernandes B. Força de preensão – Análise of the Portuguese version of the confusion assessment
de concordância entre dois dinamómetros: JAMAR vs method for the detection of delirium in the elderly. Arq
E‑Link. Saúde & Tecnologia. 2012; (7): 39-43. Neuropsiquiatr. 2001; 59(2-A): 175-9.
9. Cruz-Jentoft AJ, Bahat G, Bauer J, Boirie Y; Writing Group 21. By the 2019 American Geriatrics Society Beers Criteria®
for the European Working Group on Sarcopenia in Older Update Expert Panel. American Geriatrics Society 2019
People 2 (EWGSOP2), and the Extended Group for EWG- Updated AGS Beers Criteria® for Potentially Inappropriate
SOP2, et al. Sarcopenia: revised European consensus on Medication Use in Older Adults. J Am Geriatr Soc. 2019;
definition and diagnosis. Age Ageing. 2019; 48(1): 16-31. 67(4): 674-94.
22. Cereda E. Mini nutritional assessment. Curr Opin Clin Nutr
10. Barbosa-Silva TG, Menezes AM, Bielemann RM, Malms-
Metab Care. 2012; 15(1): 29-41.
trom TK, Gonzalez MC; Grupo de Estudos em Composição
Corporal e Nutrição (COCONUT). Enhancing SARC-F: 23. Sociedade Brasileira de Imunizações. Calendário de
Improving Sarcopenia Screening in the Clinical Practice. Vacinação SBIm Idoso + 60 anos SBIm. [Internet]. [acesso
J Am Med Dir Assoc. 2016; 17(12): 1136-41. em 11 maio 2022]. Disponível em: https://sbim.org.br/
images/calendarios/calend-sbim-idoso.pdf
11. Folstein MF, Folstein SE, McHugh PR. “Mini-mental state”. 24. Di Tommaso ABG, Moraes NS, Cruz EC, Kairalla MC, Cen-
A practical method for grading the cognitive state of doroglo MS. Geriatria: guia prático. 1. ed. Rio de Janeiro:
patients for the clinician. J Psychiatr Res. 1975; 12(3): Guanabara Koogan; 2016.
189-98.
25. Imagem utilizada sob licença da Shutterstock.com, dispo-
12. Bertolucci PHF, Brucki SMD, Campacci, Juliano Y. O mini- nível em: <https://www.shutterstock.com/pt/image-vec-
-exame do estado mental no Brasil. Arq Neuropsiquiatr. tor/eye-chart-test-snellen-vector-illustration-1210198930>.
1994; 52(1): 1-7. Acesso em: 27 de abril de 2022.
354
Avaliação geriátrica Cap. 21
QUESTÕES COMENTADAS
Questão 1 Questão 3
(FUNDAÇÃO HOSPITALAR DO ESTADO DE MINAS GERAIS – MG – (HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE – RS – 2021) Assi-
nale a assertiva correta sobre particularidades do
2021) Em relação à vacinação de idosos, assinale a
uso de fármacos no idoso:
alternativa que normalmente não está indicada, a
não ser em situações de risco aumentado. ⮦ Devido ao aumento de gordura corporal, o vo-
lume de distribuição de certos medicamentos,
⮦ Influenza (gripe) como diazepam, está diminuído.
⮧ Pneumocócica ⮧ O decréscimo da taxa de filtração glomerular que
ocorre no envelhecimento fisiológico diminui a
⮨ Herpes zoster concentração plasmática de vários medicamen-
tos, como lítio
⮩ Tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba)
⮨ Medicamentos com carga anticolinérgica alta
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(por exemplo, antidepressivos tricíclicos, anti-
Questão 2
-histaminicos) podem ser usados com segurança
em idosos nas mesmas doses prescritas para
(HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DE RP DA adultos jovens.
USP – RP – 2021) A pandemia de covid-19 aumentou a ⮩ A prescrição em cascata ocorre quando uma rea-
demanda por leitos de terapia intensiva, e muitos ção adversa de uma medicação é interpretada
desses pacientes podem necessitar internação pro- como uma nova condição médica e tratada des-
longada em Unidades de Terapia Intensiva. Como necessariamente com um novo medicamento.
consequência disso, observamos o aumento de le-
sões cutâneas relacionadas com a pressão mantida
Questão 4
dos tecidos moles entre o leito e as proeminências
ósseas. Qual o local mais frequente para o surgi- SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DA CAMPANHA – MS – 2021) A
mento dessas lesões por pressão, em relação à realização da Avaliação Geriátrica Ampla (AGA) no
posição preferencial do paciente? indivíduo idoso diabético está de acordo com o item:
355
Avaliação geriátrica Geriatria
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tra especializado em geriatria.
⮨ A IU em idosos pode ser definida como a perda
⮧ A equipe de saúde da UBS deve chamar a família
de urina em quantidade e frequência suficientes
do idoso para que ela tome conhecimento desse
para causar um problema dermatológico da re-
problema relatado por ele.
gião perineal.
⮩ A equipe de saúde deve se dedicar à conscien- ⮨ O senhor deve ser encaminhado a um otorrino-
tização dos idosos para convencê-los de que a laringologista para que passe a usar prótese
ocorrência de IU em idosos é comum e não tem auditiva.
importância clínica ou psicológica, a não ser que ⮩ Para uma análise da situação, é preciso explorar
tenha ocorrido de forma aguda. mais suas condições físicas, psicológicas, de
⮪ Quando a pessoa idosa relata perda involuntária relações familiares e sociais.
de urina, deve ser orientada para cuidar da higie- ⮪ Para uma análise da situação, é preciso explorar
ne de maneira que não haja impacto social, uma mais suas condições físicas, psicológicas, de
vez que não há significado clínico importante. relações familiares e sociais.
356
Avaliação geriátrica Cap. 21
GABARITO E COMENTÁRIOS
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✔
por via renal, a diminuição da taxa de filtração leva
a um aumento das suas concentrações plasmática.
Questão 2 dificuldade:
Alternativa C: INCORRETA. Com o envelhecimento, a
Y Dica do professor: As lesões por pressão são com- quantidade de acetilcolina de um individuo diminui
plicações frequentes, ainda que evitáveis. Elas consideravelmente, desse modo, a prescrição de
podem ocorrer em qualquer local do corpo que é medicações com ação anticolinérgica para idosos
submetido à pressão, os locais mais frequentes do aumenta a chance de complicações importantes,
paciente que fica em decúbito dorsal são região sa- como: quedas, disfunção cognitiva e delirium.
cral e calcâneos. Na pandemia, devido à colocação Alternativa D: CORRETA. A prescrição em cascata
dos pacientes em posição prona, outras regiões é uma causa importante de iatrogenia em idosos,
foram acometidas, como região abdominal e face. uma vez que esse grupo está mais sujeito ao apa-
Alternativa A: INCORRETA. Em decúbito lateral ge- recimento de reações adversas a medicações. Uma
ralmente notamos lesões em região de trocanter vez identificada uma cascata iatrogênica, o ideal é
e lateral do úmero. fazer um wash out na prescrição, ou seja, avaliar
Alternativa B: INCORRETA. Em posição prona, geral- quais medicamentos podem ser suspensos.
mente notamos lesões em face e região abdominal. ✔ resposta: D
Alternativa C: INCORRETA. Em decúbito dorsal, geral-
mente notamos lesões em sacro e occipício. dificuldade:
Questão 4
Alternativa D: CORRETA.
Dica do professor: A AGA é o instrumento que nos
resposta: D
Y
✔
auxilia a entender prognóstico, funcionalidade e
pontos de atenção da saúde do idoso. Esses tópi-
cos são fundamentais quando precisamos tomar
357
Avaliação geriátrica Geriatria
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Questão 6 dificuldade:
Alternativa C: INCORRETA. Realizamos o encaminha-
mento à otorrinolaringologia caso detectemos que
Y Dica do professor: Sempre que é aventada a hipó- de fato há uma perda auditiva, podemos utilizar o
tese de síndrome demencial, é fundamental reali- teste do sussurro como triagem. Entretando, como
zarmos um rastreio de causas potencialmente re- mencionado anteriormente, há outras hipóteses que
versíveis, além de causas não degenerativas. Hipoti- devemos investigar.
reoidismo, hidrocefalia de pressão normal, tumores
Alternativa D: CORRETA. Sempre que avaliamos um
cerebrais, esclerose múltipla, sífilis e deficiência de
idoso a melhor alternativa é fazer uma avaliação
vitamina B12 e/ou ácido fólico são alguns dos pos-
ampla, uma vez que são diversos os fatores que
síveis diagnósticos diferencias que devemos ter em
interferem em sua saúde. A AGA auxilia na formu-
mente. Assim, podemos afirmar que entre as alter-
lação das hipóteses diagnósticas e nos pontos de
nativas constam exames de triagem a alternativa atenção da saúde do idoso. Através dos testes/es-
A (TSH e T4 livre para investigarmos o hipotireoi- calas de rastreio, neste caso, poderemos ter uma
dismo), a B (TC de crânio para investigarmos, entre ideia melhor se há um problema auditivo, de humor
outras, a hidrocefalia de pressão normal, tumores ou cognitivo.
cerebrais e a esclerose múltipla), a C (VDRL para
Alternativa E: INCORRETA. Não há necessidade, pelo
investigar sífilis) e D (vitamina B12 e ácido fólico
menos no primeiro momento, de se realizar a abor-
para investigarmos suas deficiências). Portanto,
dagem familiar, principalmente por não sabermos
a alternativa E, com eletroencefalograma, não faz
o que está de fato gerando a queixa do idoso. Além
parte do nosso “pacote” de exames de rastreio,
disso, o paciente deve ser informado sobre a entre-
sendo importante em casos de crises convulsivas.
vista familiar.
✔ resposta: E ✔ resposta: D
358
Capítulo
SÍNDROME DA FRAGILIDADE
22
importância/prevalência
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porcionalidade de certas condutas, exames e
tratamentos, tendo em vista que podemos ser
u A síndrome da fragilidade é caracterizada pela re- potencialmente iatrogénicos para esses pacientes.
dução da reserva fisiológica, gerando uma maior
vulnerabilidade frente a estressores (doenças,
DICA
hospitalização, quedas etc). A fragilidade não está associada a uma doen-
u É considerada como um estado inflamatório ça específica.
crônico, no qual há uma série de alterações no
organismo que levam a um declínio cumulativo
de múltiplos sistemas.
2. D IAGNÓSTICO
u A sarcopenia, desregulação endócrina e imuno-
lógica são a base da sua fisiopatologia.
u Outros domínios, além do físico, também podem u Os critérios de Fried são atualmente os mais uti-
estar associados ao desenvolvimento da síndro- lizados para identificar o idoso frágil.
me, como, o cognitivo, psicológico e humor. u São avaliadas 5 características físicas: perda de
u Existe uma menor capacidade de lidar com even- peso, força, lentidão, exaustão e gasto calórico
tos adversos e, por isso, esses idosos apresen- (índice de atividade física).
tam piores desfechos.
u Os principais desfechos negativos são: aumento
da mortalidade, perda da capacidade funcional,
incapacidade de recuperação, quedas, maior risco
de institucionalização e hospitalização.
359
Síndrome da fragilidade Geriatria
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Fonte: Fried et al.1
DICA Di Tommaso ABG, Moraes NS, Cruz EC, Kairalla MC, Cen-
Apesar de frequente, a fragilidade não é uma
doroglo MS. Geriatria: guia prático. 1. ed. Rio de Janeiro:
consequência inevitável do envelhecimento. Sua
Guanabara Koogan; 2016.
prevalência aumenta com a idade.
Freitas EV, Mohallem KL, Gamarski R, Pereira SRM. Manual
Prático de Geriatria. 2. ed. Rio de Janeiro: Grupo Editorial
Nacional (GEN); 2017.
Woolford SJ, Sohan O, Dennison EM et al. Approaches to the
diagnosis and prevention of frailty. Aging Clin Exp Res 32.
2020; 1629–1637.
360
Síndrome da fragilidade Cap. 22
QUESTÕES COMENTADAS
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ser mais bem investigado. dos braços, IMC de 17,9 kg/m², escala de depres-
⮧ Está em delirium e deve ser medicada com Ha- são geriátrica com 9 pontos e utiliza mais que 5
loperidol em dose baixa. medicações ao dia.
⮨ A Fisioterapia motora vai fazer que ela recupere ⮩ Sensação de fadiga, escala de Katz com 4 depen-
completamente a sua funcionalidade. dências, miniexame do estado mental com mais
de 20 pontos e não consegue andar uma quadra.
⮩ Desenvolveu complicação cirúrgica e deve ser
realizada nova radiografia do quadril.
⮪ Já tinha pouca reserva funcional e entrou em Questão 3
processo de fragilidade.
(ASSOCIAÇÃO DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE OURINHOS –
SP – 2020) Considerando a sarcopenia (diminuição da
Questão 2 massa e da função muscular), um componente da
síndrome de fragilidade, podemos CONCORDAR que:
(UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA – SP – 2021) Mulher de
83 anos apresenta sensação de cansaço, fraque- ⮦ Sendo esta mais multifacetada e complexa que
za e fadiga, com perda de peso não intencional de a sarcopenia isoladamente.
6 kg em 6 meses (peso anterior era de 60 kg); não ⮧ Sendo esta mais multifacetada e simples que a
consegue andar uma quadra. AP: tem escolaridade sarcopenia isoladamente.
universitária e utiliza 8 medicações ao dia. Exame ⮨ Sendo esta menos multifacetada e complexa
físico: IMC 17,9 kg/m2 ; caminha com passos curtos que a sarcopenia isoladamente.
e gastou 40 segundos para percorrer 4,6 metros;
⮩ Sendo esta não multifacetada e simples que a
escala de Katz com 4 dependências para atividades
sarcopenia isoladamente.
361
Síndrome da fragilidade Geriatria
Questão 4 Questão 5
(ASSOCIAÇÃO DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE OURINHOS (FUNDAÇÃO BANCO DE OLHOS DE GOIÁS – GO – 2020) Pode-
- SP – 2020) Idosos independentes, com expectativa mos entender a “Fragilidade” como uma síndrome
de vida ativa longa, devem ser tratados de forma biológica caracterizada por diminuição da reserva
abrangente, combinando prevenção e intervenção. homeostática e da resistência a diversos estresso-
Podemos assim CONCORDAR que: res. Indique a alternativa CORRETA:
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decisão terapêutica individualizada. mobilidade, hospitalizações, institucionalização
e menor risco de morte.
⮩ Resulta de declínios não cumulativos em múlti-
plos sistemas fisiológicos e leva a aumento da
vulnerabilidade e dos desfechos clínicos des-
favoráveis, como quedas, aumento funcional,
hospitalizações, institucionalização e maior ris-
co de morte.
362
Síndrome da fragilidade Cap. 22
GABARITO E COMENTÁRIOS
Y Dica do professor: Questão bem interessante, que Y Dica do professor: Questão que pergunta sobre os
demonstra uma evolução comum de um paciente critérios de Fried, que é uma forma de diagnosticar
idoso hospitalizado. Estamos diante de uma nona- a fragilidade utilizando características fenotípicas
genária que mesmo antes da internação já apresen- encontradas nos idosos frágeis que são: perda de
tava dificuldade na execução das suas AVDs, o que peso involuntária, baixa velocidade de marcha, baixa
já indica algum comprometimento na funcionalidade força de preensão palmar, sensação de exaustão e
e, portanto, de sua reserva fisiológica. Lembrando baixo índice de atividade física. No caso, a paciente
que a funcionalidade, que é resultado da capacidade tinha bem descrito na questão a sensação de fadiga,
física e cognitiva, é o que utilizamos para predizer perda de peso não intencional (igual ou superior a
a nossa idade biológica, que reflete nossa reserva 4,5 Kg ou 5% em 12 meses) e velocidade de mar-
fisiológica. Ela internou pela fratura, apresentou cha reduzida, por isso a alternativa A está correta.
algumas intercorrências (infecção de urina, atraso ✔ resposta: A
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da cirurgia, lesão por pressão) e perdeu ainda mais
funcionalidade. Isso é um quadro bem comum e re-
vela aquela baixa reserva, com todos esses estres- Questão 3 dificuldade:
sores ela “gastou” sua reserva e perdeu ainda mais
Y Dica do professor: Sarcopenia, alterações hormo-
função. A síndrome da fragilidade é uma condição
nais e imunológicas compõem a base fisiopatológi-
que exacerba essas perdas, os idosos frágeis são
ca da síndrome da fragilidade. A fragilidade é uma
menos resilientes a estressores e por isso mais
síndrome complexa, que leva a maior vulnerabilida-
susceptíveis a desfechos negativos, como perda de
de do idoso a estressores. A fragilidade pode ser
função, morte, hospitalização, institucionalização
mais complexa que a sarcopenia, pois há muitas
etc. Apesar de ser possível reabilitar essa paciente,
outras alterações envolvidas e desfechos também.
a recuperação completa da funcionalidade é muito
difícil, até porque, mesmo antes da internação, ela ✔ resposta: A
não era 100% funcional (alternativa C incorreta). A
alternativa E é a que melhor responde à questão,
Questão 4 dificuldade:
mas é importante entender um detalhe, a fragilidade
é uma síndrome, possivelmente essa idosa já era Y Dica do professor: Os idosos pré-frágeis e frágeis
frágil antes da internação e não necessariamente são mais vulneráveis a intercorrências e estres-
se tornou frágil só após a fratura. sores, com isso estão mais sujeitos a desfechos
✔ resposta: E negativos. Por isso, devemos sempre ponderar o
risco x benefício de qualquer terapia.
✔ resposta: D
363
Síndrome da fragilidade Geriatria
Questão 5 dificuldade:
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364
Capítulo
CUIDADOS PALIATIVOS
23
importância/prevalência
u O objetivo do cuidado paliativo é promover a qualidade de vida para paciente com doenças potencialmente
graves.
u O cuidado paliativo não exclui o cuidado curativo.
u A ortotanásia é permitida legalmente no Brasil; a eutanásia, não.
u Pelo uso de escalas funcionais e prognósticas, o médico consegue realizar um plano de cuidado mais
individualizado e proporcional.
u Para comunicação de más notícias, os pontos-chave são: preparar-se para a reunião, avaliar o entendimento
dos envolvidos, introduzir o assunto, avaliar o desejo do paciente de receber as notícias, expor as notícias,
lidar com as emoções de forma empática e traçar um plano de conduta.
u Para controle da dor, utilizamos a “Escada Analgésica”, que auxilia na indicação dos medicamentos de
acordo com a intensidade do sintoma.
u O arsenal terapêutico para dor é composto por: analgésicos simples, aines, corticoides, opioides fracos
e fortes e medicamentos adjuvantes.
u A terapia adjuvante é indicada principalmente no tratamento da dor neuropática e da dor crônica.
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DICA
1. D EFINIÇÃO Os cuidados paliativos não excluem os cui-
dados curativos. O intuito é que o tratamento seja
sempre proporcional para o paciente, ou seja, que
u Cuidado paliativo é uma abordagem que visa à gere mais benefícios do que malefícios.
promoção da qualidade de vida para pacientes
portadores de doenças potencialmente graves,
as quais podem abreviar suas vidas. 1.1. PONTOS PRINCIPAIS
u O objetivo é o controle de sintomas desagradá-
veis, sejam eles físicos, sociais, emocionais ou u Promover o alívio da dor e de outros sintomas
espirituais, promovendo, dessa forma, o alívio desagradáveis.
do sofrimento. u Afirmar a vida e considerar a morte como um
u Paciente e familiares são acompanhados por processo natural.
uma equipe multiprofissional durante todo o u Não acelerar nem adiantar a morte.
período, que compreende diagnóstico, adoeci- u Integrar aspectos psicológicos e espirituais no
mento, finitude e luto.
cuidado do paciente.
u Qualquer paciente (independentemente da idade) u Oferecer um sistema de suporte que possibilite
com alguma doença crônica grave e/ou amea-
ao paciente viver tão ativamente quanto possível,
çadora da vida pode se beneficiar dos cuidados
até o momento da sua morte.
paliativos.
365
Cuidados paliativos Geriatria
u Oferecer sistema de suporte para auxiliar os u Iniciar os cuidados paliativos o mais precoce-
familiares durante a doença do paciente e para mente possível, com outras medidas de prolon-
enfrentar o luto. gamento da vida.
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Os cuidados paliativos têm seu papel do diagnóstico até o desfecho da doença, seja ele a cura ou a morte. Conforme a doença avança
e se extinguem as terapias modificadores (tratamento curativos), os cuidados paliativos crescem ainda mais em significado.
Fonte: Adaptado de Ministério da Saúde.¹
366
Cuidados paliativos Cap. 23
DICA
W prognosticar;
A ortotanásia é legal no Brasil; a eutanásia, não.
W definir quais cuidados são proporcionais;
W realizar o diagnóstico de terminalidade.
u Existem diversas escalas para auxiliar a com-
3. AVALIAÇÃO FUNCIONAL preensão do prognóstico. Exemplos: NYHA, para
E PROGNÓSTICA insuficiência cardíaca, e Child Pugh (ou MELD),
para cirrose.
u No caso da oncologia, as escalas funcionais
u Avaliar a funcionalidade dos pacientes em cui-
mais conhecidas e utilizadas são (Quadros 1 e 2):
dados paliativos é fundamental para:
W Karnofsky (KPS), ECOG e PPS.
W compreender a evolução da doença;
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60 – Requer assistência ocasional, mas é capaz de atender
2 – Ambulatorial e capaz de todo o autocuidado, mas in- à maioria das necessidades pessoais.
capaz de realizar atividades de trabalho; fica mais de 50%
do tempo ativo. 50 – Requer assistência considerável e cuidados médicos
frequentes.
5 – Morto. 0 – Morto.
367
Cuidados paliativos Geriatria
Atividades e trabalho
100 Completa normais, sem evidência Completo Normal Completa
de doença
Atividades e trabalho
90 Completa normais, sem evidência Completo Normal Completa
de doença
Atividades normais
Normal ou
80 Completa com esforço, alguma Completo Completa
reduzida
evidência de doença
Completa ou
Maior parte do Incapaz para a maioria das Assistência Normal ou
40 sonolência
tempo acamado atividades, doença extensa quase completa reduzida
+/− confusão
Completa ou
Totalmente Incapaz para qualquer Dependência Normal ou
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30 sonolência
acamado atividade, doença extensa completa reduzida
+/− confusão
Mínima a Completa ou
Totalmente Incapaz para qualquer Dependência
20 pequenos sonolência
acamado atividade, doença extensa completa
goles +/− confusão
Completa
Totalmente Incapaz para qualquer Dependência Cuidados
10 ou coma +/−
acamado atividade, doença extensa completa com a boca
confusão
0 Morte
Fonte: Lee, 2019.2
u Essas escalas foram desenvolvidas inicialmente u É uma habilidade que dever ser aprendida e
para avaliação de pacientes oncológicos, mas aperfeiçoada.
são utilizadas também para avaliação de outras u Existem técnicas para desenvolvimento de uma
doenças crônicas incapacitantes. comunicação mais objetiva e empática.
u Para realizar uma comunicação de má notícia,
alguns cuidados devem ser levados em conta:
4. COMUNICAÇÃO EM W Preparar-se para a comunicação: o profissio-
CUIDADOS PALIATIVOS
nal deve saber com clareza o ponto central da
reunião, ou seja, o que precisa ser comunicado
u A comunicação é um dos pontos-chave para uma (diagnóstico, falha terapêutica, prognóstico etc).
boa assistência em saúde.
368
Cuidados paliativos Cap. 23
W Reunir todas as informações relevantes para W E (Emotions– emoções): validar, com uma
aquela comunicação (exemplo: resultado de postura empática, o sentimento das pessoas
exames ou parecer de outras equipes). envolvidas (demonstrar que compreende o
W Usar linguagem clara e acessível; evitar ter- sentimento, dar suporte, oferecer um copo de
mos médicos que possam comprometer o água, fazer algum contato físico – colocar a
entendimento. mão no ombro, se pertinente).
W Compreender se o paciente quer participar W S (Strategy e Summary– resumindo e organi-
da reunião. zando estratégias): resumir o que foi conver-
sado e programar os próximos passos (tra-
W Ser realista quanto ao prognóstico.
tamento, medicamentos, exames, consultas
W Ter postura empática; validar os sentimentos. etc). Independentemente de uma doença ter
W Observar a reação das pessoas conforme as cura, sempre há alguma conduta.
informações forem sendo dadas. Após um
dado ruim, sempre dar uma pausa; fazer si-
lêncio para aguardar as pessoas assimilarem 5. D IRETIVAS ANTECIPADAS
e se manifestarem. DE VONTADE
u O Spikes é um protocolo que visa auxiliar no pla-
nejamento de uma comunicação de má notícia.4
u As Diretivas Antecipadas de Vontade compõem
W S (Setting up the interview– preparando a re-
um documento no qual um indivíduo registra
união): escolher um local reservado e calmo,
quais tratamentos e cuidados médicos gostaria
onde não haja interrupções. Preferencialmente,
ou não de receber quando já não tiver mais ca-
todos devem estar sentados.
pacidade de decisão.
W P (Perception– percebendo o paciente): per-
u Qualquer pessoa acima de 18 anos, autônoma,
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guntar para o paciente/família sobre as infor-
pode realizar suas diretivas, preferencialmente
mações que já foram passadas, o que eles
com auxílio de seu médico.
entenderam e suas expectativas. Dessa forma,
podemos avaliar como está a compreensão dos u As diretivas são utilizadas no contexto de doen-
fatos até o momento, priorizar certos pontos ças incuráveis ou danos irreversíveis.
e corrigir alguma informação, se necessário. u Por exemplo: paciente expressa sua vontade de
W I (Invitation– convidando para o diálogo): com- que não gostaria de ser submetido à intubação
preender se o paciente quer receber as infor- orotraqueal, caso apresente alguma doença neu-
mações sobre sua doença e seu quadro clíni- rodegenerativa incurável.
co, se prefere estar acompanhado ou mesmo u O médico deve descrever em prontuário as dire-
delegar que outra pessoa seja comunicada. tivas que forem comunicadas pelo paciente. Sua
Caso o paciente não queira receber as infor- validade não depende de testemunhas, nem de
mações, tentar compreender o motivo e se co- reconhecimento em cartório.
locar à disposição para sanar dúvidas sempre
que necessário. DICA
As diretivas não são um documento estático
W K (Knowledge– transmitindo as informações): – elas podem ser reavaliadas a qualquer momento
realizar a comunicação das más notícias de pelo paciente.
forma progressiva e avaliando a reação e com-
preensão dos participantes.
369
Cuidados paliativos Geriatria
u A Escala de Avaliação de Sintomas de Edmonton u O ideal é que o próprio paciente preencha a es-
(ESAS) é um instrumento utilizado nos cuidados cala, aplicando notas aos seus sintomas.
paliativos para acompanhar e quantificar de ma-
neira objetiva os sintomas mais comuns que os
pacientes apresentam (Tabela 1).
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Fonte: Bruera, 1991.5Adaptado por Monteiro, 2013.6
6.2. DOR
370
Cuidados paliativos Cap. 23
Figura 1. Escala Visual Analógica (EVA). u O tratamento da dor sempre deve ser instituído
de imediato.
u O tempo de ação de cada medicamento deve
ser respeitado.
u Prescrever a dose de horário e sempre deixar
O paciente é orientado a marcar um ponto sobre a linha que cor-
doses de resgate (doses extras). O intuito é con-
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responde à sua dor. A intensidade da dor será calculada medindo
a distância, em centímetros, entre o ponto inicial (sem dor) até o trolar a dor e evitar que ela reincida.
local sinalizado. u A Organização Mundial de Saúde (OMS) desen-
Fonte: Wiermann, 2014.7
volveu a “Escada Analgésica”, uma ferramenta
que guia o tratamento analgésico de acordo com
a intensidade da dor (Figura 3).
371
Cuidados paliativos Geriatria
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• Dose inicial: 30 mg de 6/6 horas
• Posologia: 4/4 horas – 6/6horas
Codeína
• Dose máxima 360 mg/dia
• Adm.: VO
Opioides fracos
• Dose inicial: 50 mg de 8/8horas
• Posologia: 6/6 horas – 8/8horas
Tramadol
• Dose máxima: 400 mg/dia
• Adm.: VO, EV, SC
372
Cuidados paliativos Cap. 23
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Fentanil • Posologia: a cada 72 horas
transdérmico • Dose máxima: não tem efeito-teto; depende da tolerância aos efei-
tos colaterais
• Adm.: transdérmico (adesivo)
VO: via oral; EV: endovenosa; SC: subcutâneo; IM: intramuscular; Adm: via de administração.
Fonte: Elaborado pelo autor.
6.4. OPIOIDES
373
Cuidados paliativos Geriatria
DICA
É muito comum a constipação secundária • Não apresenta equivalência linear.
Checar Gráfico 1
ao uso de opioide, por isso, normalmente, com a
• Equivalência aproximada:
prescrição do opioide, deve ser realizada a prescri-
• Até 100 mg/d – 5x mais potente
ção de um laxante. Metadona VO que a morfina VO
• 100−200 mg/dia – 10 x mais po-
tente que a morfina VO
6.4.2. Intoxicação por opioides • Metadona EV é 2x mais potente
que metadona VO
u Sinais de intoxicação = miose bilateral + depres-
são respiratória (FR < 10 irpm) + rebaixamento Oxicodona • 2x mais potente que morfina VO
DICA
Após o uso do naloxone, o paciente pode
acordar com dor intensa e sintomas de abstinência,
se for usuário crônico de opioides. A medicação
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reverte a intoxicação e também o efeito analgésico.
Fonte: Toombs, 2008.8
374
Cuidados paliativos Cap. 23
Tabela 3. Equivalência entre buprenorfina e morfina oral. u Em pacientes que já estão em uso de opioides:
< 30 mg
aumentar dose total diária em 25% e titular doses.
Dose diária de
morfina oral
(ou pacientes
30-80 mg
u Pacientes com sintomas ansiosos se beneficiam
virgens de de alguma medicação com efeito ansiolítico (lo-
equivalente
opioides)
razepam, clonazepam ou diazepam). Essas medi-
Dose inicial cações podem ser associadas ao uso do opioide.
recomendada 10 mg
5 mg (5 mcg/h) u Oxigenoterapia não melhora dispneia em pacien-
de buprenorfina (10 mcg/h)
transdérmica tes sem hipoxemia.
Fonte: Wiermann, 2014.7
DICA
Saturação normal não exclui dispneia, pois
6.5. DOR NEUROPÁTICA E ADJUVANTES este é um sintoma subjetivo.
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Tricíclicos
Nortriptilina dicadas, a depender da causa-base, como uso
de furosemida, corticosteroides e antibióticos.
Venlafaxina
Inibidores da recaptação de u Medidas farmacológicas para controle da bron-
Desvenlafaxina
serotonina e noradrenalina correia:
Duloxetina W Inalação com brometo de ipratrópio – até 40
Gabapentina gotas de 4/4h.
Pregabalina W Escopolamina – 20 mg de 8/8h ou 6/6h, VO,
EV ou SC.
Anticonvulsivantes Carbamazepina
W Colírio de atropina – 2 gotas a cada 6/6h ou
Topiramato 12/12h, sublingual.
Lamotrigina W Gel de propantelina 10 mg/g (manipulação) –
Fonte: Elaborado pelo autor. 1 aplicação na região da glândula parótida de
8/8h ou 6/6h.
6.5.1. Dispneia
DICA
u Sempre tentar tratar a causa-base da dispneia, se Nos pacientes em cuidados paliativos, deve-
for identificada (exemplo: pneumonia, congestão, mos otimizar ao máximo as medicações antissecre-
tivas, para evitar a aspiração das vias aéreas, pois se
DPOC exacerbado, crise de asma etc.).
trata de uma medida extremamente desconfortável.
u Os opioides em doses baixas são os medicamentos Se for necessária, comunicar paciente e familiares,
de escolha para reduzir a sensação de dispneia. e realizar dose extra de analgésico.
u Prescrição: codeína 30 mg VO (6/6h ou 4/4h), para
casos leves, ou morfina 5 mg VO ou 2 mg (EV/SC
6/6h ou 4/4h), para casos moderados a graves.
375
Cuidados paliativos Geriatria
10 mg EV/VO de
Metoclopramida 7. FASE ATIVA DE MORTE
8/8h ou 6/6h
Quimicamente 1 mg a 2 mg EV/
Haldol
induzidos SC de 2 a 3x ao dia u Fase ativa de morte se refere a horas ou dias que
4 mg a 8 mg EV antecedem o óbito.
Ondansetrona
a cada 8 horas u É muito importante reconhecer esse momento
Metoclopramida até 40 mg/dia EV para orientar a equipe e acompanhantes e evitar
Estase 10 mg 3x/
principalmente terapêuticas fúteis e potencial-
Bromoprida mente iatrogênicas.
gástrica dia EV/VO
Domperidona 10 mg 8/8h VO u Neste período é comum ocorrer um declínio
funcional e cognitivo, além do agravamento de
Hipertensão até de 16 a 20 mg/
Corticoide sinais e sintomas.
intracraniana dia EV/SC
Constipação Laxantes
u É comum a recusa alimentar e de líquidos. Apesar
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disso, não é recomendado forçar a alimentação
Haldol é a em geral 2 a
e não deve ser prescrito dieta enteral ou soro de
primeira escolha 6 mg/dia
manutenção, isso porque na fase ativa de mor-
Dimenidrinato até 400 mg/dia te essas medidas podem piorar sintomas (ex.:
Ondansetrona até 24 mg/dia edema, broncorreia, broncoaspiração, náuseas
Antissecretores e êmese) e o alimento já não tem mais função
– escopolamina nutritiva pela redução do metabolismo.
Obstrução e octreotide
intestinal
u Alteração no nível de consciência, sendo que
Corticoide a sonolência e delirium são muito comuns e a
Restringir volume orientação correta é não acordar ou tentar esti-
mular o paciente. Privilegiar ambiente calmo e
Considerar sonda
nasogástrica evitar muitas movimentações.
Não utilizar
u Podem ocorrer espasmos musculares, convulsões,
procinéticos rigidez, aumento da sudorese, palidez cutânea,
extremidades frias, pele marmórea e cianose
Fonte: Adaptado de D’Alessandro, 2020.3
periférica.
u A piora da broncorreia é secundária à incapaci-
6.5.5. Sedação paliativa dade de deglutir saliva e outras secreções.
u A flacidez da musculatura respiratória associa-
u A sedação paliativa é indicada para pacientes
do à broncorreia pode produzir uma respiração
em fase final de vida que apresentam sintomas
ruidosa, conhecida como sororoca ou ronco da
refratários, mesmo após otimizada toda a tera-
morte. Esse sintoma apesar de não causar des-
pêutica disponível.
conforto ao paciente pode gerar muita angústia
376
Cuidados paliativos Cap. 23
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7. Wiermann, E. G. et al. (2012). Consenso Brasileiro sobre
Manejo da Dor Relacionada ao Câncer. Rev. Bras. Onco.
Clinic., v. 10, n. 38.
8. Toombs, J. D. et al. (2008). Oral Methadone Dosing for
Chronic Pain. Pain-Topics.org.
9. Durogesic D-trans: fentanill transdérmico. Janssen-Cilag
Farmacêutica Ltda, 2013. Bula de remédio.
377
Cuidados paliativos Geriatria
QUESTÕES COMENTADAS
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houver mais possibilidade de tratamento modi-
ficador de doença. ciente deveria ter sido avaliada exclusivamente
⮧ O PPS (Palliative Performance Escale) é um ins- pela equipe de Cuidados Paliativos e as medi-
trumento utilizado para avaliar funcionalidade e das a ela totalmente voltadas ao seu conforto.
varia de 1 a 10; nessa escala, 1 corresponde a ⮩ A paciente é elegível para ser internada em uma
funcionalidade totalmente preservada, ao passo Unidade de Terapia Intensiva, visto que padece
que 10 corresponde a processo ativo de morte. de uma descompensação aguda de uma doen-
⮨ A sedação paliativa pode acontecer em qualquer ça crônica
fase da doença, sendo a meperidina a droga de ⮪ A paciente é elegível para ser internada em uma
escolha. Unidade de Terapia Intensiva e ao mesmo tempo
⮩ A morfina, um dos principais opioides utilizados ser avaliada e cuidada pela equipe de Cuidados
em cuidados paliativos, pode ser administrada Paliativos, de tal forma que seu plano de cuidados
por via oral, endovenosa, intramuscular, subcutâ- privilegie o conforto da paciente e sua família.
nea, epidural, intranasal e transdérmica.
Questão 3
Questão 2
(INSTITUTO DE ASSISTÊNCIA MÉDICA AO SERVIDOR PÚBLICO
(UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – SC – 2021) ESTADUAL – SP – 2021) No contexto da terminalidade,
Paciente de 92 anos é admitida em uma Unidade considera-se como medida adequada, em relação
de Terapia Intensiva no pós-operatório de revascu- a cuidados paliativos, o(a)
larização do membro inferior direito por obstrução
arterial aguda. Paciente tem antecedentes de hiper- ⮦ Uso de opioides, como, por exemplo, codeína e
tensão arterial, diabetes mellitus, acidente vascular tramadol, para sintomas respiratórios.
378
Cuidados paliativos Cap. 23
⮧ Prescrição de antieméticos e neurolépticos para ele está há uma semana sem as medicações de uso
controle de vômitos. regular: ácido acetilsalicílico (AAS), 100 mg/dia;
⮨ Prescrição de “soro de manutenção” ou glico- sinvastatina, 40 mg/noite; zolpidem, 10 mg/noite;
sado para pacientes com impossibilidade de e fluoxetina, 20 mg/manhã. Esse quadro foi causa-
alimentação via oral. do devido à abstinência de _______________________________e
com o(a) _______________________________ teria sido evitado.
⮩ Colocação de acesso venoso central, caso haja
falência de acesso periférico, para que possa ser ⮦ Fluoxetina – monitoramento.
utilizada a sedação paliativa.
⮧ Zolpidem – desprescrição.
⮪ Colocação de cateter ou máscara de oxigênio em ⮨ Fluoxetina em sinergismo com AAS – despres-
pacientes com risco de insuficiência respiratória, crição.
mesmo que apresentem saturação adequada.
⮩ Zolpidem em sinergismo com sinvastatina –
monitoramento.
Questão 4
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Ele se queixa de dor 10/10 nas escalas visuais nu-
máscara de Venturi 50%. Ao checar o prontuário,
mérica e analógica na região de quadril à esquerda,
você nota, na prescrição, além da antibioticotera-
próximo de onde foi identificada lesão metastática
pia, somente dipirona em horários fixos. Na evolu-
no exame de imagem mais recente. Considerando
ção do médico assistente, além do diagnóstico de
o caso clínico descrito, qual conduta é indicada no
Alzheimer avançado, Karnofsky 40% e pneumonia,
manejo desse paciente?
você nota o registro isolado de Cuidados Paliativos.
⮦ Substituir tramadol por oxicodona de liberação Em uma conversa com a filha, é informado sobre a
prolongada e substituir gabapentina por prega- decisão entre familiares e equipe médica de tratar
balina. a pneumonia como forma de otimizar o conforto.
⮧ Substituir tramadol por codeína e aumentar a Sua proposta terapêutica, nesse momento é:
dose de gabapentina. ⮦ Intubação orotraqueal e internação em UTI, como
⮨ Escalonar tramadol para dose máxima diária. suporte para continuação do tratamento inicial
⮩ Administrar morfina via endovenosa. proposto (pneumonia).
⮪ Prescrever fentanil via transdérmica. ⮧ Intubação orotraqueal e internação em UTI, uma
vez que é a única forma de oferecer conforto ao
paciente que não responde à suplementação de
Questão 5 oxigênio.
(HOSPITAL SÃO LUCAS DA PUC – RS – 2020) Homem, 78 anos, ⮨ Conversar com a filha e explicar o processo
acamado após um acidente vascular encefálico há natural da morte e seus sintomas refratários,
1 ano, vem à consulta com quadro súbito de confu- como a dispneia.
são mental, cefaleia, agitação psicomotora e relato ⮩ Iniciar midazolam e fentanil em doses altas para
de crise convulsiva no dia anterior. A filha refere que conforto do paciente.
379
Cuidados paliativos Geriatria
Questão 7
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380
Cuidados paliativos Cap. 23
GABARITO E COMENTÁRIOS
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(morto) à 100% (totalmente funcional). ✔
381
Cuidados paliativos Geriatria
neste momento não são terapias indicadas, pois graves pode ocorrer também quadros convulsivos.
não tem nenhum valor terapêutico. Por isso, a alternativa correta é a letra B.
✔ resposta: B
✔ resposta: B
Questão 6 dificuldade:
Questão 4 dificuldade:
Y Dica do professor: Paciente já com uma doença
Y Dica do professor: A dor é considerado um sinal vi- incurável em estágio avançado com descrição em
tal e seu controle é uma urgência. A terapêutica vai prontuário de cuidados paliativo e filha ciente do
depender do nível de dor e, portanto, é necessário quadro e do objetivo do tratamento, ou seja, todas
medi-la através das escalas analgésicas. No caso as medidas terapêuticas para este paciente de-
temos um paciente com dor muito intensa, por isso vem focar em conforto. Assim sendo, excluímos à
precisamos escalonar a terapia para um opioide indicação de tratamentos invasivos, que para este
forte e de rápida ação para controle imediato deste paciente seriam desproporcionais e contribuiriam
sintoma – a letra D traz a melhor alternativa, que para distanasia. Alternativa C está incorreta, por-
seria utilizar a morfina via endovenosa. Oxicodona que mesmo em fase final de vida temos que nos
de liberação prolongada e fentanil transdérmico preocupar em paliar/ cuidar de todos os sintomas.
não são boas opções pensando em um controle Para isso sempre vamos iniciando as medicações
imediato da dor, mas sim para dor crônica. A co- de forma paulatina e progressiva até alcançar o
deína, assim como o tramal, é um opioide fraco e conforto. Em casos de refratariedade dos sintomas
não seria adequado nesta situação. com as medicações otimizadas, consideraremos a
sedação paliativa no contexto de fase final de vida,
✔ resposta: D e da mesma forma devemos iniciar com doses bai-
xas e ir aumentando de acordo com a necessidade.
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dificuldade:
✔ resposta: E
Questão 5
382
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383
GENÉTICA
MÉDICA
Genética Médica
Sumário
Prevalência/importância
24. Herança genética . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
25. Terapia com células-tronco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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384
Capítulo
HERANÇA GENÉTICA
24
importância/prevalência
u Herança Genética é o mecanismo biológico através do qual as características são transmitidas de uma
geração para outra. Os ácidos nucleicos (DNA e RNA) são as moléculas responsáveis pela hereditariedade.
u O fluxo de informação genética ocorre por processos controlados denominados replicação, transcrição
e tradução.
u Anomalia congênita é uma alteração funcional ou estrutural no desenvolvimento do feto e pode ser do
tipo malformação, deformidade, sequência, síndrome, associação ou displasia.
u Alterações cromossômicas podem ser estruturais (como deleção, duplicação, inversão e translocação)
ou numéricas (euploidias e aneuploidias).
u As principais aneuploidias na espécie humana incluem as trissomias autossômicas (13, 18 e 21) e a
monossomia do X.
u Os principais padrões de herança monogênica incluem a herança autossômica (igual para ambos os
sexos) ou ligada ao X (diferenciados em homens ou mulheres). Para ambos os casos pode haver padrão
dominante ou recessivo.
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1. I NTRODUÇÃO 2. FLUXO DE INFORMAÇÃO
GENÉTICA
u Herança Genética é o mecanismo biológico atra-
vés do qual as características são transmitidas u Replicação: é a duplicação da molécula de DNA.
de uma geração para outra. Esse processo é dito semiconservativo, o que
u A Genética Médica é a especialidade que traba- significa que cada fita na dupla hélice atua como
lha com os distúrbios genéticos e hereditários. modelo para a síntese de uma nova fita comple-
mentar.
u Os ácidos nucleicos são as moléculas responsá-
veis pela hereditariedade. Existem dois tipos: o u Transcrição: é o processo pelo qual uma molé-
ácido desoxirribonucleico (DNA), uma fita dupla cula de RNA é formada utilizando como molde
formada por um grupo fosfato, um açúcar do tipo uma das fitas do DNA. É a forma como os genes
desoxirribose e quatro tipos de bases nitrogena- conseguem se expressar.
das (adenina [A], timina [T], guanina [G] e citosina u Tradução: é a produção de uma proteína (con-
[C]); e o ácido ribonucleico (RNA), uma fita sim- junto de aminoácidos) a partir de um código de
ples formada por um grupo fosfato, um açúcar do RNA mensageiro.
tipo ribose e quatro tipos de bases nitrogenadas
(adenina [A], guanina [G], citosina [C] e uracila [U]).
u Segmentos de DNA capazes de codificar um pro-
duto funcional são denominados genes.
385
Herança genética Genética Médica
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W Deformidade: alteração estrutural de um órgão u São aquelas que envolvem modificações na mor-
ou de uma região do corpo, ocasionada pela fologia dos cromossomos. Os principais tipos são:
ação de uma força física mecânica externa. W Deleção: perda de um segmento cromossô-
Ex.: pés tortos por oligo-hidrâmnio. mico. Ex.: Síndrome de Cri-du-chat, causada
W Sequência: padrão de anomalias que ocorrem pela deleção de um segmento do braço curto
em cascata secundárias a uma anomalia con- do cromossomo 5 (del5p-).
gênita primária. Ex.: Agenesia renal levando W Duplicação: um segmento cromossômico está
à oligo-hidramnia grave e, em sequência, mi- duplicado. Ex.: Doença de Charcot-Marie-Tooth,
crognatia, pés tortos e hipoplasia pulmonar. causada pela duplicação de um segmento do
W Síndrome: conjunto de sinais e sintomas que braço curto do cromossomo 17 (dup17p11.2).
definem uma determinada patologia ou con- W Inversão: ocorre a quebra de uma região cro-
dição e apresentam uma causa comum. Ex.: mossômica, com posterior fusão, mas na
Síndrome de Down (trissomia do 21). posição invertida. Trazem baixo risco de um
W Associação: conjunto de anomalias que não fenótipo alterado, mas estão implicados na
representam uma sequência ou uma síndro- causa de alterações nos gametas.
me, e que frequentemente ocorrem juntas, W Translocação: um segmento cromossômico
não podendo ser simplesmente explicado pelo se destaca e fixa em outra posição no mes-
acaso. Ex.: associação VACTERL (defeitos mo cromossomo (intracromossômica) ou em
vertebrais – atresia anal – anomalia cardíaca outro cromossomo (intercromossômica). Ex.:
– anomalias traqueo-esofágicas – anomalias translocação entre os cromossomos 9 e 22,
renais – defeitos de membros). gerando o cromossomo Filadélfia (fusão de
genes BCR-ABL), causador de leucemia mie-
loide crônica.
386
Herança genética Cap. 24
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u Aproximadamente 30% dos indivíduos morrem
piratórias. Na vida adulta, o quadro demencial no primeiro mês, 50% no segundo mês e menos
e a deterioração imunológica são os principais de 10% vivem até completar um ano de idade.
fatores que levam ao aumento da morbimorta-
lidade desses pacientes. A síndrome de Down 4.2.3. Síndrome de Patau (trissomia do 13)
também é a causa genética mais comum asso-
ciada à deficiência intelectual. u Padrão de malformações que inclui múltiplos
u Três principais mecanismos genéticos podem sinais e sintomas graves em diversos órgãos e
explicar a origem da Trissomia do 21: sistemas. Achados típicos incluem: holoprosence-
falia e outras malformações de sistema nervoso
W Trissomia livre: presença de um cromossomo
central, fendas orais, defeitos oculares, cardio-
extra no par cromossômico 21.
patias congênitas, malformações abdominais e
renais, polidactilia, criptorquidia, entre outros.
DICA
A trissomia livre está associada aos erros u A expectativa média de vida é de 2 a 3 dias, sen-
de não disjunção meiótica, mais comuns em idade do que mais de 80% das crianças morrem no
materna avançada. primeiro mês e apenas 5% sobrevivem durante
os primeiros seis meses.
W Translocação: alteração estrutural entre o cro-
mossomo 21 e qualquer outro cromossomo. 4.2.4. Síndrome de Turner
Comumente encontram-se pais portadores (monossomia do X)
da translocação equilibrada, responsável pela
u Causada pela monossomia total ou parcial do
formação do gameta alterado.
cromossomo X no sexo feminino. Vários casos
são observados com mosaicismo e apresentam
387
Herança genética Genética Médica
variações de fenótipos que incluem desde me- em autossômica (quando o gene se localiza em
ninas sem dismorfias até amenorreia primária, qualquer um dos cromossomos 1 a 22, iguais
atraso ou ausência nos caracteres sexuais se- para homens ou mulheres) ou ligada ao sexo
cundários, baixa estatura, pescoço alado, tórax (quando o gene está localizado nos cromosso-
alargado, cardiopatias e alterações renais. mos X ou Y).
u Os casos com mosaicismo que incluem o cro- u Assim, os principais padrões de herança presen-
mossomo Y podem apresentar clitoromegalia e/ tes na genética clínica são:
ou distúrbios de diferenciação sexual. A presen-
ça de uma linhagem celular 46,XY pode ocorrer 5.1. HERANÇA AUTOSSÔMICA DOMINANTE
em 5-10% dos casos e tem significado clínico
devido ao risco de gonadoblastoma e tumores
u Apenas uma cópia de um alelo da doença é ne-
de células germinais, os quais necessitam remo-
cessária para um indivíduo ser suscetível para
ção das gônadas.
expressar o fenótipo.
4.2.5. Síndrome de Klinefelter (47,XXY) u Nesse caso, pais afetados tem 50% de chance
de transmitir a doença para cada filho (indepen-
u Causada pela ocorrência de dois cromossomos dente do sexo).
X e um cromossomo Y no sexo masculino. É a u Em heredogramas típicos, vemos homens e
causa genética mais comum de hipogonadis- mulheres em várias gerações de afetados pela
mo e infertilidade em homens, afetando aproxi- condição clínica.
madamente 1 em cada 500 indivíduos do sexo
masculino. EXEMPLO CLÍNICO
Síndrome de Marfan.
u Na maioria dos casos, há inadequada produção
de testosterona, levando à virilização parcial e Doença genética autossômica dominante causada
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inadequada, com a ginecomastia ocorrendo em por mutações no gene FBN1, com grande varia-
bilidade clínica, sendo uma desordem do tecido
até um terço dos casos, além de micro-orquidia,
conectivo. Os principais sinais e sintomas são:
micropênis e membros alongados. Os achados
extremidades desproporcionalmente longas (bra-
neurológicos incluem problemas comportamen-
ços e pernas), dedos alongados (aracnodactilia),
tais, dificuldades de ajustes psicossociais e re-
alterações esternais (pectus excavatum ou pectus
dução do coeficiente de inteligência (QI). carinatum), escoliose, alta estatura, alterações
oftalmológicas (como miopia, descolamento de
DICA
ATENÇÃO! O hermafroditismo verdadeiro é retina) e alterações cardíacas incluindo dilatação
um distúrbio da determinação gonadal de etiolo- da aorta e disfunções de válvulas aórtica ou mitral.
gia nem sempre determinada caracterizado pela
presença de tecido ovariano e testicular em um u Alguns conceitos em genética podem confundir
mesmo indivíduo. A constituição cromossômica os diagnósticos e apresentações de fenótipo e
pode ser 46, XX (costuma ser a predominante), mas merecem atenção:
há também indivíduos 46, XY e outras alterações
W Mutação de novo: alterações genéticas que
estruturais de cromossomos sexuais.
surgem em um indivíduo sem que tenham sido
herdadas de seus progenitores.
W Penetrância: probabilidade de um alelo muta-
5. PADRÕES DE HERANÇA do efetivamente expressar o fenótipo. Quando
é menor que 100%, conceitua-se como pene-
trância incompleta.
u Classicamente, a herança genética transmitida W Expressividade: são as diferenças na expres-
por genes únicos (monogênica), também conhe-
são do fenótipo. Quando um mesmo genótipo
cida como Herança Mendeliana, pode ser dividida
388
Herança genética Cap. 24
pode expressar fenótipos diferentes, concei- u Em heredogramas típicos, vemos mais mulheres
tua-se como expressividade variável. afetadas e pais afetados que nunca transferem o
alelo mutado para filhos homens e sempre pas-
5.2. HERANÇA AUTOSSÔMICA RECESSIVA sam para as filhas mulheres.
u Nesse caso, as mulheres portadoras têm 50%
u Duas cópias do alelo da doença são necessárias de chance de transmitir o alelo mutado para fi-
para um indivíduo ser suscetível à expressão do lhos e filhas.
fenótipo.
EXEMPLO CLÍNICO
u Em heredogramas, comumente vemos pais não Raquitismo hipofosfatêmico
afetados com filhos apresentando o fenótipo. Doença genética ligada ao X dominante causada
Nesse padrão de herança, a consanguinidade por mutações no gene PHEX, sendo a causa mais
aumenta a probabilidade de ocorrer a doença. comum de raquitismo. Caracteriza-se por hipofos-
u O risco de recorrência para irmãos do probando fatemia, hiperfosfatúria e alteração do metabolismo
é de 25% (independente do sexo). da vitamina D. Os indivíduos apresentam baixa
estatura, deformidades esqueléticas, dores ósseas
e maior risco para fraturas.
EXEMPLO CLÍNICO
Síndrome de Crigler-Najjar
Doença genética autossômica recessiva causada
por mutações no gene UGT1A1, responsável pela 5.4. HERANÇA LIGADA AO X RECESSIVA
codificação da enzima UDP-glucorunosiltransferase
(UGT), que funciona no fígado e é responsável pela u Duas cópias do alelo da doença no cromossomo
metabolização da bilirrubina. Pacientes com essa X são necessárias para uma mulher ser afetada.
síndrome sofrem com o acúmulo do composto Está expressa em todos os homens que recebem
bilirrubínico, que pode ser tóxico, diferenciando-se o alelo mutado.
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em dois subtipos da doença:
u Em heredogramas típicos, vemos mais homens
• t ipo I: mais grave e de manifestação precoce,
afetados e pais afetados que nunca transferem
apresenta ausência da enzima UGT. Causa icte-
o alelo mutado para filhos homens e sempre
rícia grave desde o nascimento, sendo uma das
passam para as filhas mulheres.
causas de hiperbilirrubinemia do recém-nascido,
e há risco de lesões no fígado e de intoxicação u Nesse caso, as mulheres podem ser apenas he-
cerebral chamada kernicterus, em que há altera- terozigotas (assintomáticas), com 50% de chance
ções neurológicas e risco de morte. dos filhos homens terem a doença.
• t ipo II: de menor gravidade, a enzima UGT encon-
tra-se diminuída. Causa icterícia de intensidade EXEMPLO CLÍNICO
Hemofilia A
variável, que pode surgir ao longo da vida. A ic- Doença genética ligada ao X recessiva causada
terícia pode, também, ser provocada após algum por mutações no gene F8, que codifica o fator VIII
estresse no organismo, como uma infecção ou da coagulação. Nessa condição a coagulação fica
desidratação. deficiente e o paciente apresenta hematomas às
mínimas lesões, dores nas articulações, múltiplos
sangramentos e risco para hemorragias.
5.3. HERANÇA LIGADA AO X DOMINANTE
389
Herança genética Genética Médica
6. CORRELAÇÃO
GENÓTIPO-FENÓTIPO 6.3. HETEROGENEIDADE FENOTÍPICA
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ção do plexo entérico colônico, resultando em
u Quando são conhecidas muitas mutações em um
dilatação intestinal e constipação em neonatos.
único gene, responsáveis por uma única doença,
mas que podem explicar a sua variabilidade de • N
eoplasia endócrina múltipla tipo 2 (NEM2):
apresentação. síndrome de predisposição genética ao câncer
tireoidiano, feocromocitoma e carcinoma de pa-
EXEMPLO CLÍNICO
ratireoides, além de outras glândulas menos co-
Fibrose Cística muns. Condição herdada de forma autossômica
Doença genética autossômica recessiva causada dominante.
por mutações no gene CFTR para o qual já se co-
nhecem cerca de 1.000 mutações.
Os pacientes podem apresentar alterações pulmo-
nares, pancreáticas e intestinais. Essa doença está
presente no teste de triagem neonatal brasileiro. REFERÊNCIAS
390
Herança genética Cap. 24
QUESTÕES COMENTADAS
Questão 1
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-55ng/dl), espermograma com ausência de esper-
variável.
matozoides ao exame direto e após centrifugação.
Qual a hipótese diagnóstica sindrômica e etiológica ⮨ Autossômico dominante; 50%; expressividade
e qual exame confirma este diagnóstico? variável.
⮩ Autossômico recessivo; 50%; penetrância in-
⮦ Hipogonadismo hipergonadotrófico – hiperpro- completa.
lactinemia – dosagem de prolactina.
391
Herança genética Genética Médica
Questão 4
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gravidez.
⮩ Mães que já tiveram um filho com trissomia
apresentam probabilidade quatro vezes maior
de repetição do mesmo evento ou da ocorrência
de outras trissomias.
Questão 5
⮦ Iatrogênica.
⮧ Cromossômica.
⮨ Idiopática.
⮩ Endócrina.
⮪ Externa.
392
Herança genética Cap. 24
GABARITO E COMENTÁRIOS
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envolvendo prolactina.
Questão 3 dificuldade:
Alternativa B: CORRETA.
Alternativa C: INCORRETA. Trata-se de hipogonadis- Y Dica do professor: Associação é um conjunto de
mo hipergonadotrófico. anomalias que não representam uma sequência
Alternativa D: INCORRETA. Trata-se de hipogonadis- ou uma síndrome, e que frequentemente ocorrem
mo hipergonadotrófico. juntas, não podendo ser simplesmente explicadas
pelo acaso. Ex.: associação VACTERL.
✔ resposta: B
Sequência é um padrão de anomalias que ocorrem
em cascata secundárias a uma anomalia congênita
Questão 2 dificuldade: primária. Ex.: Agenesia renal levando à hipoplasia
pulmonar.
Y Dica do professor: Na herança autossômica domi-
nante, apenas uma cópia de um alelo da doença é Síndrome é um conjunto de sinais e sintomas que
necessária para um indivíduo ser suscetível para definem uma determinada patologia ou condição e
expressar o fenótipo. Em heredogramas típicos, apresentam uma causa comum. Ex.: Síndrome de
vemos homens e mulheres em várias gerações de Down (trissomia do 21).
afetados pela condição clínica. Alternativa A: CORRETA.
A penetrância é a probabilidade de um alelo mutado ✔ resposta: A
efetivamente expressar o fenótipo.
Alternativa A: CORRETA. Homens e mulheres afeta-
Questão 4 dificuldade:
dos em três gerações consecutivas, configurando
heredograma típico de herança autossômica domi- YDica do professor: As síndromes numéricas cro-
nante. A mulher II-4 é filha de um homem afetado mossômicas ocorrem em uma taxa em torno de 1%
393
Herança genética Genética Médica
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394
Capítulo
TERAPIA COM CÉLULAS-TRONCO
25
importância/prevalência
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CÉLULAS-TRONCO 1
u Célula-tronco é uma célula indiferenciada, capaz
de se se transformar em vários tipos de células u Totipotentes: células capazes de se transformar
que formam os diferentes tecidos do corpo hu- em todos os tecidos do corpo humano, incluindo
mano. Por essa característica, elas são capazes placenta e anexos embrionários. Incluem, como
de regenerar órgãos e tecidos e promover a re- exemplo, as células das primeiras divisões em-
cuperação deles. brionárias (até por volta do quarto dia).
u O corpo humano está em constante processo u Pluripotentes: células que se transformam em
de renovação celular, com dezenas de milhões todos os tecidos do corpo humano, mas não
de células sendo eliminadas e renovadas diaria- em estruturas extraembrionárias. Ex.: células
mente. Alguns tecidos apresentam renovação embrionárias a partir do quarto dia.
mais lenta e outros têm rápida renovação celular. u Multipotentes: são capazes de se autorrenovar
e se diferenciar em quase todos os tecidos hu-
manos, mas em um espectro menor que as plu-
ripotentes. Ex.: células da medula óssea e do
sangue/tecido de cordão umbilical.
u Oligopotentes: células que se diferenciam em
poucos tecidos humanos. Ex.: células do trato
intestinal; ou uma célula da linhagem sanguínea
que consegue se diferenciar em um glóbulo bran-
co, mas não em um glóbulo vermelho.
395
Terapia com células-tronco Genética Médica
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u São células-tronco encontradas em pequenas terapia celular é para a substituição de tecidos
quantidades nos tecidos e são responsáveis ori- lesionados através do processo de transfor-
ginalmente pelo suporte à produção de células mação (diferenciação) no tecido de origem,
do sangue (hematopoese). ou seja, osso, cartilagem, tendão, músculo ou
tecido adiposo e dos efeitos importantes no
u Essas células apresentam grande potencial de
microambiente no qual essas células-tronco
proliferação e atuam no processo de regeneração
mesenquimais se encontram. O desenvolvi-
de tecidos danificados, ou seja, são capazes de
mento desse tipo de terapia é responsável pela
se transformar primordialmente em osso, gordu-
expansão da Medicina Regenerativa.
ra, tendão, cartilagem e músculo.
u Essas células podem ser coletadas de medula
óssea, tecido de cordão umbilical, polpa dentária
e tecido adiposo. REFERÊNCIAS
396
Terapia com células-tronco Cap. 25
QUESTÕES COMENTADAS
Questão 1 Questão 2
(HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE GOIÁS – 2021) Quando aplicada (UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO-2020) As célu-
a medicina regenerativa, a transferência nuclear da las-tronco são definidas pela capacidade de au-
célula somática (TNCS): torrenovar e diferenciar em vários tipos de células
funcionais. Assim, a melhor definição para células-
⮦ Não gera reação imune no receptor. -tronco do tipo Multipotente é:
⮧ Cria uma cópia idêntica à célula do núcleo doador.
⮦ Habilidade de células-tronco adultas de formar
⮨ Cria antibióticos em larga escala.
múltiplos tipos de células de uma linhagem.
⮩ Envolve a transferência do núcleo de uma célula Como exemplo, células-tronco mesenquimais.
somática para uma sem núcleo.
⮧ Células formam um tipo celular. Como exemplo,
células-tronco de pele de protuberância folicular.
⮨ Habilidade de formar todos os tipos e linhagens
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de células do organismo. Como exemplo, ovo
fertilizado.
⮩ Habilidade de formar todas as linhagens do cor-
po. Como exemplo, células-tronco embrionárias.
⮪ Indiferenciação em um estado embrionário; pode
ser induzido por transferência nuclear, mani-
pulação genética, transdução viral e métodos
relacionados.
397
Terapia com células-tronco Genética Médica
GABARITO E COMENTÁRIOS
Y Dica do professor: A transferência nuclear da cé- Y Dica do professor: Célula-tronco é uma célula in-
lula somática é o processo no qual o núcleo de diferenciada, capaz de se se transformar em vários
uma célula somática é removido da célula doado- tipos de células que formam os diferentes tecidos
ra com o restante dessa célula sendo descartado. do corpo humano. As multipotentes são capazes
Esse núcleo é, então, transferido para uma célula de se autorrenovar e se diferenciar em quase todos
receptora anucleada. os tecidos humanos.
Alternativa A: INCORRETA. Há reação da célula recep- Alternativa A: CORRETA.
tora já que a expressão desse núcleo doado deve Alternativa B: INCORRETA. Essas são as células-tron-
ser reprogramada pela célula hospedeira. co unipotentes.
Alternativa B: INCORRETA. Na clonagem terapêutica, Alternativa C: INCORRETA. Conceito de células-tron-
como também pode ser chamado esse processo de co totipotentes.
transferência nuclear de célula somática aplicado
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Alternativa D: INCORRETA. Essas são as células-tron-
à medicina regenerativa, a cópia da célula carrega
co pluripotentes.
as informações gerais do próprio hospedeiro.
Alternativa E: INCORRETA. O conceito refere-se às
Alternativa C: INCORRETA. Processo não relacionado
células-tronco induzidas.
à criação de antibióticos.
✔ resposta: A
Alternativa D: CORRETA.
✔ resposta: D
398
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399
IMUNOLOGIA
Imunologia
Sumário
Prevalência/importância
26. Imunodeficiências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
27. Imunoterapia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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400
Capítulo
IMUNODEFICIÊNCIAS
26
importância/prevalência
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devido a defeitos genéticos que afetam o desen- vide os EII da seguinte forma:
volvimento e/ou a função do sistema imunológico.
W 1. Imunodeficiências combinadas;
Hoje, sabe-se que além dessa predisposição, os
portadores dessas doenças apresentam autoimu- W 2. Imunodeficiências combinadas com carac-
nidade, doenças autoinflamatórias, alergia e até terísticas associadas ou sindrômicas;
neoplasias. Por isso, para melhor caracterizar W 3. Imunodeficiências predominantes de an-
essa ampla gama de fenótipos, o termo Erros ticorpos;
Inatos de Imunidade (EII) foi proposto, em 2017, W 4. Doenças de desregulação imunológica;
para denominar as IDPs. Acreditava-se que eram W 5. Defeitos congênitos de número e/ou função
doenças raras com gravidade clínica de início
dos fagócitos;
precoce na vida, mas atualmente dois aspectos
ficaram mais evidentes: são patologias não tão
W 6. Defeitos na imunidade intrínseca e inata;
raras quanto se acreditava inicialmente e a sua W 7. Doenças autoinflamatórias;
frequência é praticamente a mesma entre crian- W 8. Deficiências de complemento;
ças, adolescentes, adultos e lactentes. W 9. Insuficiência da medula óssea;
W 10. Fenocópias de erros inatos de imunidade.
401
Imunodeficiências Imunologia
10. H
istória familiar de imunodeficiência
Tabela 1. Dez sinais de alerta para
imunodeficiências primárias em crianças Fonte: BRAGID.1
adaptados a nossa sociedade (BRAGID).
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3. Estomatites de repetição ou monilíase por mais de 2
meses u Ao avaliar um paciente com suspeita de EII, é
4. Abscessos de repetição ou ectima fundamental tentar identificar qual componen-
5. Um episódio de infecção sistêmica grave (meningite, te do sistema imunológico está comprometido.
osteoartrite, septicemia) Conhecer o tipo de patógeno e de infecção nos
ajuda nesse raciocínio clínico, conforme mos-
6. Infecções intestinais de repetição ou diarreia crônica
trado nas tabelas 3 e 4.
7. Asma grave, doença do colágeno ou doença autoimune
402
Imunodeficiências Cap. 26
Deficiência/
Anticorpos Combinada Fagócitos Complemento
patógeno
• S. pneumoniae;
• S. pneumoniae; • H. influenzae; • Neisseria meningitidis
• H. influenzae; Mora- • S. aureus; • S. aureus; em especial;
xella;
• P. aeruginosa; • flora entérica; • S. pneumoniae;
Bactérias • S. aureus;
• N. meningitidis; • P. aeruginosa; • H. influenzae, Mora-
• P. aeruginosa;
• L. monocytogenes; • S. typhi. xella, S. aureus, P. ae-
• N. meningitidis, Myco- ruginosa.
plasma. • S. typhi;
• flora entérica.
• Candida sp.;
• Criptococcus; • Candida sp.;
Fungos Não Não
• H. capsulatum; • Aspergillus sp.
• Aspergillus sp.
• P. jirovecii;
Protozoários Giardia • Toxoplasma gondii; Não Não
• Crytosporidium.
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Tabela 4. Tipos de infecções associados às categorias maiores dos EII.
Fonte: Autor.
403
Imunodeficiências Imunologia
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W
DICA
u Esse grupo compreende diversas doenças gené-
KREC: Avalia indiretamente linfócito B nai-
ticas que apresentam, além das imunodeficiên-
ve (№ KREC = № linfócito B naive na periferia) →
cias, outras características clínicas. As principais
AGAMAGLOBULINEMIA.
doenças estão descritas na tabela 5.
404
Imunodeficiências Cap. 26
Alteração
Imunodeficiência Herança/defeito Quadro clínico Diagnóstico
imunológica
• Herança autossômica
• IgE ≥ 2.000 UI, eosi- • Alterações faciais, ec-
dominante, mutações zema, osteoporose, • Dosagem de IgE sé-
nofilia, alterações na
no STAT3 fraturas, alterações
Síndrome de função Th17 rica total, exames
• Herança autossômica na dentição primá- radiológicos
hiper-IgE • Redução na produção
recessiva, mutações em ria, infecções por S.
de anticorpos espe- aureus, Aspergillus e • Estudo genético
DOCK8, PGM3, SPINK5,
cíficos Candida sp.
TYK2 ou desconhecido
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STAT3: signal transducer and activator of transcription 3; DOCK8: dedicator of cytokinesis 8; PGM3: phosphoacetylglycosamine mutase 3;
SPINK5: serine protease inihibitor Kazal-type 5; TYK2: tirosinaquinase 2.
Fonte: Adaptada de Kokron et al.2
405
Imunodeficiências Imunologia
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de pele e órgãos, piodermites e osteomielite.
u É o EII mais comum, embora a maioria seja as- Infecções por bactérias catalase-positivas
sintomática. (Staphylococcus aureus e Burkholderia cepa-
W História clínica: maioria assintomática, mas cia), Aspergillus sp, Serratia sp, Klebsiella sp,
pode haver infecções sinopulmonares de re- Pseudomonas sp, Nocardia e Candida.
petição (principalmente por agentes encap- W Diagnóstico: teste de oxidação da di-hidrorro-
sulados, como pneumococo e Haemophilus), damina (DHR) ou nitroblue tetrazolium (NBT).
infecções intestinais por Giardia, doenças in- Estudo genético.
testinais (hiperplasia nodular linfoide, doen- W Tratamento: transplante de células-tronco
ça inflamatória like, colite ulcerativa, doença hematopoiéticas (TCTH) e antibioticoterapia
de Chron/doença celíaca), associação com profilática.
doenças alérgicas e doenças autoimunes.
Assim como no ICV, há maior predisposição
1.8. DEFICIÊNCIAS DE COMPLEMENTO
a doenças malignas, em especial linfoma não
Hodgkin e câncer gástrico.
u A incidência desse EII é baixa, entre 3 e 5%. Já
W Tratamento: tratar as complicações associa-
foram identificadas deficiências em praticamente
das (infecciosas, alérgicas, inflamatórias, au-
todos os componentes solúveis do sistema com-
toimunes). Controle das doenças alérgicas
plemento. Os defeitos dos componentes iniciais
(relação com infecções sinopulmonares). Se
da via clássica (C1q, C2 e C4) determinam pato-
as infecções respiratórias de repetição man-
logias inflamatórias autoimunes que lembram o
tiverem-se apesar do controle alérgico, consi-
lúpus eritematoso sistêmico e dificilmente estão
derar antibioticoterapia profilática.
associados a quadros de infecções de repetição
(com exceção da deficiência de C2). Já os pa-
406
Imunodeficiências Cap. 26
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u O AEH é uma doença rara, potencialmente fatal,
e ainda subdiagnosticada, cujas crises podem Tabela 6. Causas de Imunodeficiência Secundária.
acometer tanto a derme e o subcutâneo, quan-
Terapia imunossupressora
to órgãos internos – predominantemente o tra-
to gastrintestinal e as vias aéreas superiores –, Quimioterapia
sendo o desfecho mais temido o angioedema Ablação da medula óssea antes do transplante
laríngeo. Estima-se que 25% a 40% das crises
Tratamento ou profilaxia da doença do enxerto contra
de AEH evoluem para óbito por asfixia, quando o hospedeiro após o transplante de medula óssea
não tratadas.
Tratamento de rejeição após
u A presença de história familiar de angioedemas transplante de órgão sólido
aumenta a suspeita da patologia.
Medicamentos
W História clínica: angioedemas recorrentes, com
Anticonvulsivantes (fenitoína,
duração maior que 72 horas, sem urticária as-
carbamazepina, hidantoína)
sociada, que não melhoram com anti-histamí-
nicos, corticoide ou adrenalina, que podem ser Anti-inflamatórios não esteroidais
desencadeados por traumas, ingesta de álcool, Anti-hipertensivos (captopril)
menstruação, infecção ou outros gatilhos. Pa-
Antiparasitários (cloroquina e levamisole)
ciente pode ter dor abdominal associada pelo
edema de alças intestinais. Corticoides
W Exame de triagem: C4. Droga antirreumática modificadora da doença
(DMARD) – sulfassalazina, penicilamina e sais de ouro
407
Imunodeficiências Imunologia
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Desnutrição deficiency. Ann Allergy Asthma Immunol 2005;94:S1e63.
8. McCusker C, Warrington R. Primary immunodeficiency.
Doença autoimune
Allergy Asthma Clin Immunol 2011;7:S11.
Lúpus eritematoso sistêmico
Artrite reumatoide
Trauma
Queimaduras
Exposição ambiental
Radiação
Químicos tóxicos
Outros
Gravidez
Estresse
Asplenia/hiposplenismo
Envelhecimento
Fonte: Adaptada de Pasternack.3
408
Imunodeficiências Cap. 26
QUESTÕES COMENTADAS
Questão 1 Questão 3
(HOSPITAL DO CÂNCER DE GOIÁS – GO – 2021) As imunode- (PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO/SOROCA-
ficiências primárias ou erros inatos da imunidade BA – SP – 2021) Joana, 15 meses, apresenta desde os
podem apresentar um desfecho desfavorável em seis meses otites de repetição (6 episódios), sendo
caso de diagnóstico tardio. Por isso, deve-se man- três episódios com supuração. Tem peso e estatura
ter um alto índice de suspeita para o diagnóstico, adequados, mas o pediatra resolve encaminhá-la
tratamento e profilaxia precoces antes que danos para o imunologista por suspeita de imunodeficiên-
irreversíveis possam ocorrer. A imunodeficiência cia. Caso a suspeita se confirme, qual a principal
congênita MAIS comum em crianças é a: hipótese diagnóstica?
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⮨ Síndrome de Chediak-Higashi é comum até dois anos.
⮩ Doença granulomatosa crônica da infância ⮨ Sim, mas a suspeita é de imunodeficiência pri-
mária do sistema complemento.
⮩ Não, pois não veremos imunodeficiência primá-
Questão 2
ria após os seis meses de vida.
(HOSPITAL MILITAR DE ÁREA DE SÃO PAULO – SP – 2021) Mu-
lher, 30 anos, refere infecções recorrentes de vias
Questão 4
aéreas superiores há 4 anos. Relata ter coriza nasal
frequente, espessa e amarelada, e com frequência (CENTRO UNIVERSITÁRIO DO ESPÍRITO SANTO – ES – 2021) Lac-
lhe é prescrito antibioticoterapia. Há um ano vem tente, 14 meses, apresenta desde os cinco meses
apresentando perda de peso e diarreia crônica. Ao otites de repetição (5 episódios), sendo quatro epi-
exame, peso 50 kg, IMC 18, com linfoadenopatia sódios com supuração. O pediatra encaminha para
cervical indolor. Você solicitou sorologia para HIV e o imunologista por suspeita de imunodeficiência
seu resultado é negativo. Qual a hipótese diagnós- primária do tipo celular. Esse encaminhamento se
tica MAIS provável para essa paciente? justifica?
409
Imunodeficiências Imunologia
Questão 5
⮪ Defeito dos neutrófilos
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os pulmões. Tinha antecedente de atraso na queda
(HOSPITAL RIO DOCE DE LINHARES – ES – 2020) A respeito do coto umbilical, negava consanguinidade. O exa-
das imunodeficiências primárias, é CORRETO afir- me que confirmaria o diagnóstico MAIS provável é:
mar que:
⮦ Dosagem de imunoglobulina A (IgA)
⮦ A deficiência de IgA é a imunodeficiência mais
comum e deve ser tratada com infusão endove- ⮧ Complemento hemolítico total (CH50)
nosa de imunoglobulina (IVIG). ⮨ Teste cutâneo de hipersensibilidade tardia (PPD)
⮧ A maioria dos casos de infecção recorrente na ⮩ Teste de redução do nitroblue tetrazolium (NBT)
infância têm relação com deficiências imunoló-
⮪ Dosagem de subclasses de imunoglobulina G
gicas identificáveis.
(IgG)
⮨ A história de uma infecção bacteriana grave,
como sepse e meningite, deve levar à suspeição
clínica de imunodeficiência primária. Questão 9
⮩ O teste do pezinho oferecido pelo Sistema Único
(FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA UNICAMP – SP – 2020)
de Saúde realiza triagem para imunodeficiência
Quanto ao uso da imunoglobulina humana endove-
combinada grave.
nosa nas imunodeficiências primárias, assinale a
alternativa CORRETA:
Questão 7
⮦ Deve ser utilizada profilaticamente em todos os
(HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE TERESÓPOLIS CONSTANTINO OT- casos de hipogamaglobulinemia transitória da
TAVIANO – RJ – 2020) Abscessos recorrentes podem infância, independentemente dos níveis séricos
ocorrer na: de imunoglobulinas e do quadro clínico.
410
Imunodeficiências Cap. 26
⮧ Deve ser utilizada nas imunodeficiências pri- com infecções de repetição: otites, amigdalites e 5
márias com defeito de IgA, como a deficiência episódios de pneumonia. Apresentou hemograma
transitória de IgA e a deficiência seletiva de IgA. normal e níveis de imunoglobulinas e subclasses
⮨ Deve ser utilizada nas imunodeficiências com de IgG sem alterações. Não apresentou resposta
defeitos de neutrófilos, pois pacientes com estes adequada após imunização com vacina antipneu-
defeitos apresentam infecções do trato respira- mocócica, apesar de responder normalmente às
tório como manifestação predominante. outras vacinas. A suspeita clínica MAIS provável
para o caso citado é
⮩ Deve ser utilizada como fator de reposição nas
imunodeficiências primárias com defeitos de IgG,
⮦ síndrome de Wiskott-Aldrich.
pois este é seu componente principal.
⮧ síndrome de Hiper IgM.
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Imunodeficiências Imunologia
GABARITO E COMENTÁRIOS
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nóstico pode ser realizado por meio de exames incluir fadiga, dores nas articulações, manchas na
de sangue e testes genéticos específicos. Nessa pele e febre. Podem se agravar (crise) por alguns
perspectiva, a imunodeficiência mais comum em períodos e, posteriormente, melhorar. O quadro não
crianças e adultos é a deficiência de IgA sérica, na é compatível com o apresentado pela paciente.
qual a maioria dos pacientes são assintomáticos.
Porém, quando sintomáticos, apresentam infecções Alternativa D: INCORRETA. Trata-se de uma condição
sino-pulmonares e/ou gastrointestinais, principal- que provoca a inflamação dos vasos sanguíneos. A
mente por Giardia. granulomatose com poliangeíte pode afetar ouvidos,
nariz, garganta, pulmões e rins. O fluxo sanguíneo
✔ resposta: B para os órgãos e tecidos pode ficar reduzido, cau-
sando danos. Os sintomas podem incluir dor nos
seios da face, tosse, febre, dores articulares, san-
Questão 2 dificuldade: gue na urina e perda de audição; sintomas esses
que não se parecem com os do caso.
Y Dica do professor: Estamos diante de uma pacien-
te de meia idade que apresenta recorrentemente Alternativa E: INCORRETA. Neutropenia cíclica é uma
infecções do trato respiratório, um dos sinais de doença hematológica rara, caracterizada por perío-
alerta para imunodeficiência primária. Vamos ana- dos de diminuição na contagem de neutrófilos, asso-
lisar todas as alternativas. ciada com presença de lesões aftosas recorrentes.
A presença das lesões aftosas é considerada um
Alternativa A: INCORRETA. Os defeitos dos compo- importante fator nessa entidade. Não observamos,
nentes iniciais da via clássica do complemento então, a característica mais marcante da doença
(C1q, C2 e C4) determinam patologias autoimunes na nossa paciente.
e dificilmente estão associados a quadros de infec-
ções de repetição. ✔ resposta: B
412
Imunodeficiências Cap. 26
3. Estomatites de repetição ou
monilíase por mais de 2 meses Questão 4 dificuldade:
6. Infecções intestinais de repetição ou diarreia crônica 1. Duas ou mais pneumonias no último ano
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Analisando cada uma das alternativas, temos: 8. Efeito adverso ao BCG e/ou
Alternativa A: CORRETA. A suspeita é de imunode- infecção por micobactéria
ficiência primária humoral, em que há suscetibili- 9. Fenótipo clínico sugestivo de síndrome
dade aumentada a infecções do trato respiratório associada à imunodeficiência
(oto-sino-pulmonares) por bactérias extracelulares
10. História familiar de imunodeficiência
capsuladas, como Streptococcus pneumoniae, Hae-
mophilus influenzae tipo b, Moraxella sp; infecções Assim, temos que o lactente da questão deve ser
gastrointestinais (diarreia crônica) por enterovírus e investigado e encaminhado ao imunologista. Entre-
Giardia lamblia; e outros sítios e patógenos, como tanto, não devemos suspeitar de uma imunodefi-
artrites sépticas por Mycoplasma sp. Nas formas ciência do tipo celular, caracterizada por defeitos
mais graves, há predisposição para doenças au- nas células T, que representa cerca de 5-10% das
toimunes e linfoproliferativas. imunodeficiências primárias caracterizada por infec-
Alternativa B: INCORRETA. Há 6 episódios de otite ções virais, fúngicas e por patógenos intracelulares,
por ano, sendo 3 com supuração; logo, há suspei- mas sim devemos suspeitar de uma ID humoral
ta de IDP. caracterizada por defeitos nas células B, que repre-
senta cerca de 50-60% de todas as deficiências
Alternativa C: INCORRETA. Os defeitos dos componen-
primárias e que predispõe o paciente a infecções
tes iniciais da via clássica do complemento (C1q, C2
bacterianas. A deficiência de complemento men-
e C4) determinam patologias inflamatórias autoimu-
cionada na alternativa C é rara (< 2% dos casos),
nes que lembram o lúpus eritematoso sistêmico e
e está mais associada a doenças autoimunes, e
dificilmente estão associados a quadros de infec-
não a infecções bacterianas de repetição, o que é
ções de repetição (com exceção da deficiência de
o caso do lactente.
C2). Já os pacientes que apresentam deficiências
de algum componente do complexo de ataque à ✔ resposta: B
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Imunodeficiências Imunologia
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funcionamento cardíaco, comprometimento neu-
ressaltar que a maioria desses pacientes não tem
rológico e atrasos no desenvolvimento.
imunodeficiências identificáveis.
Alternativa C: CORRETA. A IDP humoral, ou predo- Alternativa D: INCORRETA. O teste do pezinho comum
minante de anticorpos, é o grupo mais prevalente, não realizava triagem para imunodeficiência combi-
correspondendo a 50-65% dos casos. Resulta da nada grave. Porém, desde meados de 2021, pela Lei
produção inadequada de anticorpos em número e/ou nº 14.154, todos os recém-nascidos do Brasil terão
função. Caracteriza-se por infecções bacterianas de direito, de forma gratuita na rede pública, ao teste do
vias aéreas superiores e inferiores e gastroenterites. pezinho ampliado, que é capaz de investigar mais
de 50 doenças raras. Essa ampliação ocorrerá de
Alternativa D: INCORRETA. O angioedema hereditário forma escalonada e caberá ao Ministério da Saúde
é caracterizado por algumas manifestações físicas estabelecer os prazos para implementação de cada
que podem se assemelhar a um quadro alérgico. A etapa do processo. As imunodeficiências primárias
principal delas é a presença de edema assimétri- entrarão na quarta etapa, ainda não vigente.
co, porém levemente doloroso, o qual comumente ✔ resposta: C
ocorre em face, lábios, língua, podendo acometer,
ainda, dorso das mãos e dos pés e órgãos genitais.
Pode haver edema da laringe e acometimento do Questão 7 dificuldade:
trato gastrointestinal, com vômitos e cólicas.
Y Dica do professor: Abcessos são coleções de
Alternativa E: INCORRETA. O início do quadro de imu- material purulento que, muito embora decorram
nodeficiência comum variável tende a ser tardio de infecções bacterianas, podem se desenvolver
na vida adulta, variando de 20 a 40 anos de idade. na ausência de infecções por manifestações de
outras patologias cutâneas. Analisando cada uma
✔ resposta: C das alternativas:
414
Imunodeficiências Cap. 26
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É caracterizada por sinais neurológicos, telangiec- suspeita para esta paciente. Nessas condições o
tasias, aumento da suscetibilidade a infecções e exame realizado é teste de oxidação da dihidroro-
maior risco de cancro. Não há formação recorrente damina (DHR) ou nitroblue tetrazolium (NBT), que
de abscessos. tem como objetivo medir a função de fagocitose dos
neutrófilos, que estará diminuída nessa deficiência.
Alternativa D: INCORRETA. A deficiência seletiva de
IgA é a imunodeficiência primária mais comum,
✔ resposta: D
com uma prevalência de 1/600 em caucasianos.
Embora a maioria dos indivíduos afetados sejam Questão 9 dificuldade:
assintomáticos, pacientes sintomáticos podem
apresentar infecções recorrentes, doenças alér- Y Dica do professor: As imunodeficiências primárias
gicas, autoimunes e neoplasias. Nesse caso, é (IDP) compõem um grupo bastante heterogêneo,
possível haver formação de abcessos, sendo um atualmente composto por mais de 420 doenças
diagnóstico diferencial das doenças autoimunes causadas por mutações genéticas, que ocasionam
imunossupressoras. alterações no desenvolvimento e na função do sis-
tema imunológico, além de se caracterizarem por
Alternativa E: INCORRETA. A secreção purulenta só
infecções recorrentes, graves e/ou por agentes in-
ocorre em pessoas com sistema imunológico nor-
comuns ou de baixa patogenicidade, manifestações
mal. Doentes graves, imunossuprimidos, e pessoas
autoimunes ou inflamatórias, e maior predisposição
com baixa contagem de neutrófilos não conseguem
a neoplasias. Analisando cada uma das alternativas:
atacar bactérias invasoras, não produzem pus e,
muitas vezes, não conseguem sequer criar um pro- Alternativa A: INCORRETA. A hipogamaglobulinemia
cesso inflamatório. transitória da infância é frequente e deve ser pensada
na presença de imunodeficiência humoral em lac-
✔ resposta: A tentes. É caracterizada por acentuada e prolongada
415
Imunodeficiências Imunologia
hipogamaglobulinemia que ocorre fisiologicamen- frase, um dos sinais de alerta: infecções de repeti-
te entre 3-6 meses de vida, associada à queda das ção com otites, amigdalites e 5 episódios de pneu-
imunoglobulinas maternas, podendo refletir com monia. Então, vamos às alternativas:
infecções recorrentes. É mais frequente no sexo
masculino, em prematuros até 6 meses, podendo Alternativa A: INCORRETA. Na síndrome de Wiskot-
ser encontrada até os 2 anos. A normalização dos t-Aldrich, além das infecções de repetição, é mar-
níveis de IgG pode ocorrer entre 18-36 meses, sendo cante a presença de eczemas e sangramentos de
diagnóstico realizado apenas retrospectivamente. repetição.
Alternativa B: INCORRETA. Não há indicação de seu Alternativa B: INCORRETA. Hiper IgM é caracterizada
uso na deficiência de IgA, exceto em casos sele- por níveis séricos normais ou elevados de IgM e di-
cionados, cujos pacientes apresentem associação minuição ou ausência das quantidades de outras Igs
com deficiência específica de anticorpos aos po- séricas, resultando em suscetibilidade a infecções
lissacarídeos. bacterianas. A paciente da questão tem níveis de
Alternativa C: INCORRETA. Nessas situações, indica-se imunoglobulinas normais.
o tratamento com imunomoduladores: são citocinas
de grande aplicabilidade clínica em algumas imuno- Alternativa C: INCORRETA. Na deficiência de IgA, o
deficiências, como IFN-γ na doença granulomatosa indivíduo tem IgA reduzido, que também não é o
crônica e o fator estimulante de colônias de granu- caso da paciente.
lócitos em pacientes com neutropenia congênita. Alternativa D: CORRETA. A deficiência de anticorpo
Alternativa D: CORRETA. O tratamento com imunoglo- específico, ou deficiência de anticorpo antipolissa-
bulina é, atualmente, o principal recurso terapêuti- carídeos, é uma IDP na qual o paciente apresenta
co em praticamente 75% das IDP, naquelas em que clínica de infecções de repetição, tem níveis normais
há comprometimento na produção de anticorpos, de imunoglobulinas, incluindo as subclasses de IgG
promovendo a reposição de Ig da classe IgG. Os
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e, por um defeito de anticorpo antipolissacarídeos,
objetivos são manter as concentrações estáveis não tem boa resposta à vacina de Pneumo-23, que é
e adequadas dessa Ig no soro e um bom controle uma vacina polissacarídica, mas tem boa resposta
clínico dos pacientes. às demais, que não são por polissacarídeos.
✔ resposta: D
Alternativa E: INCORRETA. Na imunodeficiência co-
mum variável (ICV), o paciente tem níveis reduzi-
Questão 10 dificuldade: dos de IgG e IgA/IgM, que também não é o caso
da paciente.
Y Dica do professor: A questão não deixa claro que
é sobre IDP, porém o enunciado indica, na primeira ✔ resposta: D
416
Capítulo
IMUNOTERAPIA
27
importância/prevalência
u O que é a imunoterapia.
u Quais são as doenças indicadas.
u Mecanismos de base.
u Contraindicações à imunoterapia.
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tilhada entre o médico e paciente. A ITSC gera
tratamento modificador da doença disponível
uma maior aderência, tem um custo menor, mas
para várias doenças alérgicas comuns, induzin-
tem maior risco de reações anafiláticas. Por sua
do uma tolerância artificial duradoura ao alérge-
vez a ITSL depende da aderência do paciente,
no. Ela não faz com que o paciente deixe de ser
tem um custo maior, mas é mais segura, pois as
alérgico, apenas há um aumento do limiar para o
reações são raras.
desencadeamento de sintomas, gerando assim
uma melhor qualidade de vida. Por ser um mo- u A ITA é indicada para:
dificador da imunidade, a Organização Mundial W Rinite alérgica;
da Saúde (OMS) lançou um documento sobre a W Asma alérgica;
ITA classificando-a como uma vacina. W Conjuntivite alérgica;
u A ITA consiste na administração de quantidades W Dermatite atópica;
gradualmente crescentes de um extrato alergêni-
co padronizado a um paciente comprovadamente
W Anafilaxia a venenos de insetos Hymenoptera;
alérgico (Imunoglobulina – IgE – específica ao W Alergia IgE mediada a alimentos (ainda em
alérgeno), até atingir-se uma dose efetiva capaz estudos).
de promover a redução dos sintomas associados u Em que situações:
à exposição subsequente ao alérgeno causal. W Pacientes com quadros persistentes sem con-
u A ITA é eficaz naquelas situações em que é trole dos sintomas com controle ambiental e
comprovado o mecanismo IgE dependente das tratamento adequados;
doenças indicadas. A duração do tratamento é W Pacientes que não querem manter tratamento
individualizada observando a resposta de cada farmacológico por muito tempo;
417
Imunoterapia Imunologia
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W Alterações nos isotipos de anticorpos espe- reconhecer e tratar qualquer reação. Há algumas
cíficos do alérgeno. Há um aumento precoce contraindicações à sua realização, que podem
nos níveis de IgE específica do alérgeno, que ser relativas ou absolutas.
diminui posteriormente de forma lenta. Há u Contraindicações Relativas:
um aumento precoce e contínuo dos níveis W Idade de 2-5 anos;
de IgG4 específico do alérgeno enquanto a
ITA continuar. W Manter a ITA durante a gravidez (pode manter
se o tratamento vinha sendo bem tolerado,
W Os níveis de IgA alérgeno-específicos no soro
sem reações ou intercorrências);
e nas secreções aumentam.
W Asma parcialmente controlada;
W Inicialmente há um desvio da resposta TH2 a
favor de TH1. Assim, a produção de IL4, IL5, W Doença autoimune em remissão;
IL13 que são responsáveis pela resposta alér- W HIV assintomático com CD4 > 200;
gica dão lugar para o IFN-γ e IL12. Ao longo W Uso de betabloqueador;
do tratamento observa-se a produção das cé-
lulas T reguladoras (T reg) específicas e com
W Doenças cardiovasculares;
isso a proliferação das células T suprimidas W Doenças psiquiátricas;
às respostas das citocinas TH1 e TH2 contra W Infecções crônicas;
o alérgeno. W Uso de imunossupressor.
W Geração de células T e B regulatórias específi- u Contraindicações absolutas:
cas do alérgeno (Tregs e Bregs) e a supressão
de subconjuntos de células T efetoras espe- W Idade < 2 anos;
cíficas do alérgeno e células linfoides inatas. W Iniciar durante a gravidez;
418
Imunoterapia Cap. 27
REFERÊNCIAS
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Imunoterapia Imunologia
QUESTÕES COMENTADAS
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comprovem a participação da IgA no processo. Questão 3
⮪ O tratamento de escolha para a forma intermi-
tente moderada/grave e todas as formas persis- (SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS – BAHIA – 2021) Criança, 4
tentes é com corticosteroides intranasais, sendo anos de idade, procedente do interior da Bahia, é
que nas rinites alérgicas há a possibilidade de encaminhada à Unidade Básica de Saúde, UBS, por
Imunoterapia. apresentar tosse recorrente e broncoespasmo, cuja
hipótese diagnóstica é rinite alérgica com ASMA e
discinesia ciliar primária. Com base nessas informa-
Questão 2 ções, no tratamento da rinite alérgica deve-se fazer
controle ambiental, tratamento medicamentoso e,
(HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FAMEMA - 2021) Um paciente em alguns casos selecionados, a imunoterapia. No
de 12 anos de idade tem quadro crônico de espir- tratamento medicamentoso, o fármaco que deve
ros em salva, prurido nasal intenso, coriza clara e ser prescrito é:
abundante e obstrução nasal. Os sintomas apresen-
tam-se diariamente e pioram em ambientes onde se ⮦ Desloratadina.
utiliza ar-condicionado. A mãe dele tem o mesmo
⮧ Amoxicilina.
padrão de sintomas. A suspeita clínica é de rinite
alérgica. Considerando-se o caso clínico anterior, ⮨ Tetraciclina.
é correto afirmar que: ⮩ Prometazina.
⮦ A rinite alérgica afeta exclusivamente a muco-
sa nasal, por isso o seu diagnóstico deve ser Questão 4
afastado se houver sintomas associados, como
prurido no conduto auditivo externo, no palato (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ – PA – 2021) Quanto a
e na faringe. asma brônquica em pediatria, é correto afirmar que:
420
Imunoterapia Cap. 27
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está controlada, apesar da adesão à terapia ⮦ Os fungos do gênero Malassezia são fatores
otimizada máxima e tratamento de fatores con- desencadeantes de piora das lesões.
tribuintes, ou que piora quando o tratamento ⮧ Dermatophagoides pteronyssinus é o principal
com altas doses é reduzido. representante dos aeroalérgenos envolvidos na
IV. As crianças com asma grave apresentam maior expressão desta doença.
risco de resultados adversos, incluindo efeitos ⮨ Os testes de leitura cutânea imediata estão pros-
colaterais relacionados a medicamentos, exa- critos devido ao risco de reação anafilática.
cerbações com risco de vida e qualidade de
⮩ Os inibidores da calcineurina atuam como imu-
vida prejudicada.
nomoduladores tópicos e são usados para con-
V. O controle da asma é avaliado por história clínica
trole da inflamação.
detalhada incluindo a frequência dos sintomas,
alterações no sono, limitação das atividades e ⮪ A fototerapia tem sido empregada em casos com
utilização de medicação de resgate nas últimas baixa resposta à terapêutica habitual.
quatro semanas. A adesão ao tratamento, bem
como técnica inalatória e existência de comor- Questão 6
bidades, devem ser verificados periodicamente.
VI. Os consensos internacionais para tratamento (EBSERH – 2016) Sobre a imunoterapia, analise as sen-
da asma enfatizam a importância de se avaliar o tenças abaixo e assinale a alternativa correta:
controle da asma, tanto quanto a sua gravidade, I. As vacinas para alergia provocam diminuição dos
a fim de direcionar as definições terapêuticas. O sintomas de rinite e asma, com melhora percep-
controle da asma não leva em consideração a tível na qualidade de vida da pessoa alérgica.
frequência dos sintomas, alterações no sono e II. A imunoterapia pode ser indicada para pessoas
/ou limitação das atividades, sendo a utilização com quadros de alergia por contato.
421
Imunoterapia Imunologia
III. A Organização Mundial da Saúde (OMS), em ⮦ Reduzir a resposta alérgica aos alérgenos de-
relatório elaborado por especialistas interna- sencadeantes.
cionais, endossou o emprego das vacinas com
⮧ Evitar o desenvolvimento de uma doença per-
alérgeno em pacientes que apresentam reações
sistente.
graves (anafiláticas) a insetos (abelhas, vespas,
marimbondos e formigas). ⮨ Diminuir a resposta inflamatória e, consequen-
temente, a necessidade de doses altas de re-
⮦ I, II e III são corretas. médios.
⮩ Apenas I é correta.
⮪ Apenas II e III são corretas. Questão 9
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com asma grave não controlada, em pacientes
lidade a determinados aeroalérgenos pode se
em uso de betabloqueadores e em gestantes.
beneficiar com a Imunoterapia.
Caso a paciente engravide durante o tratamento,
o tratamento deve ser interrompido até resolu- ⮩ Alergia alimentar não IgE mediada cujo principal
ção da gravidez. alimento é o leite.
⮨ Atualmente já há eficácia comprovada para rea-
lização de Imunoterapia em pacientes com der-
Questão 10
matite atópica, porém com eficácia inferior à
apresentada nos pacientes com rinite.
(2020) Quais mecanismos imunológicos ocorrem na
⮩ Em pacientes com asma e rinite, a Imunoterapia Imunoterapia para aeroalérgenos?
Alérgeno-Específica substitui o tratamento com
corticosteroides nasais e inalatórios. ⮦ Diminuição dos níveis de IgE específica do alér-
⮪ A imunoterapia tem efeito preventivo no desen- geno para níveis indetectáveis.
volvimento de novas sensibilizações alérgicas, ⮧ Diminuição de IgG4 específica/diminuição de
além de prevenir a progressão da rinite alérgica IgE específica precoce.
para asma; em pacientes com rinoconjuntivite
alérgica, pode prevenir o desenvolvimento de ⮨ Ao longo do tratamento, observa-se a produção
asma. das células T reguladoras específicas e, com
isso, a proliferação das células T suprimidas
às respostas das citocinas TH1 e TH2 contra
Questão 8 o alérgeno.
(2017) São benefícios da Imunoterapia Alérgeno-Es- ⮩ Diminuição no soro e nas secreções dos níveis
pecífica, exceto: de IgA alérgeno-específicos.
422
Imunoterapia Cap. 27
GABARITO E COMENTÁRIOS
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Alternativa A: INCORRETA. Na forma intermitente, os Também pode ocorrer prurido no conduto auditivo
sintomas duram menos que 4 dias por semana ou externo, no palato e na faringe, o que reflete a sen-
menos que 4 semanas. sibilização de toda a via aérea.
Alternativa B: INCORRETA. Na forma persistente, os
Alternativa B: INCORRETA. Exames complementares
sintomas duram 4 ou mais dias por semana e por
para identificação da sensibilização alérgica, como
4 ou mais semanas. Quando moderada/grave há
dosagem de eosinófilos periféricos e dosagem de
prejuízo das atividades diárias.
IgE sérica específica, podem ser realizados, sendo
Alternativa C: INCORRETA. Dentre os sintomas da seu principal benefício a identificação dos alérgenos
rinite alérgica, pode haver distúrbios sistêmicos e implicados para guiar posteriormente as interven-
interferência do sono, podendo cursar com apneia ções terapêuticas, como controle ambiental e imu-
do sono. noterapia. Entretanto, esse exame não é obrigatório
Alternativa D: INCORRETA. O diagnóstico da rinite alér- para o diagnóstico de rinite alérgica, que é clínico.
gica é essencialmente clínico. Baseia-se na anam-
nese com história típica de sintomas e exame físico Alternativa C: INCORRETA. A tomografia não deve ser
da cavidade nasal. Exames complementares, como utilizada de rotina na avaliação do paciente com ri-
teste alérgico de leitura imediata ou IgE específica, nite, sendo um exame de exceção para avaliação de
ajudam no diagnóstico diferencial. diagnósticos diferenciais e comorbidades.
✔ resposta: E Alternativa D: CORRETA. A gravidade da rinite pode
ser definida de acordo com a intensidade dos sin-
dificuldade:
tomas em leve ou moderada/grave (quando ocorre
Questão 2
comprometimento da qualidade de vida com inter-
Y Dica do professor: A questão traz um quadro clí- ferência no sono, limitação das atividades diárias,
nico típico de rinite alérgica, ao apresentar um de lazer e/ou esporte, prejuízo no desempenho
423
Imunoterapia Imunologia
escolar ou laboral quando adulto). Essa avaliação vezes orais, fototerapia e até Imunoterapia alérgeno
tem implicação na decisão terapêutica do quadro. específica para os casos resistentes.
✔ resposta: D ✔ resposta: C
Questão 6 dificuldade:
Questão 3 dificuldade:
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Assertivas I, II, III, IV e V: CORRETAS. ✔ resposta: B
Assertivas VI: INCORRETA. A avaliação de controle da
asma pode ser feita através de questionários onde
Questão 7 dificuldade:
leva-se em consideração a frequência dos sintomas,
alterações no sono e /ou limitação das atividades Y Dica do professor: Questão com muitos conceitos
e utilização de medicação de resgate nas últimas específicos. Sabendo as indicações da Imunotera-
quatro semanas. pia Alérgeno-Específica, você consegue acertar.
✔ resposta: D Alternativa A: INCORRETA. Ambos os tipos de Imuno-
terapia Alérgeno-Específica (subcutânea e sublin-
gual) para rinite têm eficácia semelhante e podem
Questão 5 dificuldade: ser utilizados.
Alternativa B: INCORRETA. Se a paciente engravidar
Y Dica do professor: Paciente com quadro de atopia
DURANTE o tratamento que vinha sendo bem to-
conhecida (rinite alérgica e asma) e lesões de pele,
lerado, sem reações ou intercorrências, você pode
devemos prontamente pensar em dermatite atópica.
mantê-lo (contraindicação RELATIVA).
Alternativa A e B: CORRETAS. A dermatite atópica é Alternativa C: INCORRETA. Há trabalhos mostrando
imunomediada e pode ser causada por patógenos eficácia da Imunoterapia para dermatite atópica,
como os descritos nas alternativas. com eficácia igual à da rinite.
Alternativa C: INCORRETA. Há alta indicação de tes-
Alternativa D: INCORRETA. A imunoterapia não subs-
tes de sensibilidade cutânea para identificação dos
titui o tratamento-padrão das doenças. Ela é uma
alérgenos ao qual o paciente é predisposto.
associação, em especial nos pacientes com casos
Alternativa D e E: CORRETAS. O tratamento é feito com graves, que precisam da manutenção do tratamen-
controle ambiental, uso de fármacos tópicos e por to-padrão para controle.
424
Imunoterapia Cap. 27
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✔ resposta: D
Questão 9 dificuldade:
425
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427
ONCOLOGIA
ONCOLOGIA
Sumário
Prevalência/importância
28. Aspectos gerais da oncologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
29. Complicações oncológicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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428
Capítulo
ASPECTOS GERAIS DA ONCOLOGIA
28
importância/prevalência
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EPIDEMIOLOGIA
429
Aspectos gerais da oncologia Oncologia
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tastatizar; e metastatização, e supressão da imunidade
W Capacidade de induzir formação de vascula- tumoral);
rização (angiogênese); W Capacidade de reprogramação epigenética não
W Capacidade de sobreviver com instabilidade mutacional através de organização, modulação
genômica e mutações; e manutenção da arquitetura da cromatina.
430
Aspectos gerais da oncologia Cap. 28
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Fontes: Hanahan et al.3 e Hanahan et al.4
431
Aspectos gerais da oncologia Oncologia
Melanoma
BRAF
Carcinoma papilar de tireoide
Câncer de mama
HER2
Câncer de estômago
Câncer colorretal
RAS (KRAS, NRAS) Câncer de pulmão
Câncer de pâncreas
u Genes supressores de tumor: genes que con- inativados ou mutados, estão associados ao de-
trolam a divisão celular, bem como os erros da senvolvimento e crescimento tumoral.
replicação do DNA e a morte celular. Uma vez
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Tabela 4. Principais genes supressores de tumor e cânceres associados
Câncer de mama
BRCA1 e BRCA2 Câncer de ovário
Câncer de pâncreas
Câncer de próstata
PTEN Câncer de mama
Câncer de endométrio
Retinoblastoma
Rb
Osteosarcoma
432
Aspectos gerais da oncologia Cap. 28
Figura 2. Processo de detecção de erro no DNA e correção através das enzimas de reparo do DNA
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433
Aspectos gerais da oncologia Oncologia
u Elas estão diretamente relacionadas à estabilida- las natural killer - NK e macrófagos ativados) e
de do DNA. No genoma do DNA, quando algumas da imunidade humoral (anticorpos), entretanto,
regiões começam a acumular mutações em se- o principal mecanismo é a eliminação da célula
quências repetitivas configura-se a instabilidade tumoral pelos linfócitos T CD8+ (citotóxicos).
microssatélite. Como as enzimas de reparo es-
tão envolvidas no processo de correção dessas u As células tumorais, por sua vez, são capazes
mutações, caso o paciente apresente mutação de desenvolver mecanismos para escapar ou
em pelo menos uma das enzimas de reparo enganar o sistema imune, como:
(denomina-se deficiência de enzima de reparo),
começará a acumular mutações, configurando
W Produção de citocinas imunossupressoras:
assim instabilidade microssatélite. inibindo a imunidade tumoral;
u Alguns canceres apresentam como característica W Crescimento de variantes com antígeno ne-
a deficiência de enzimas de reparo e, portanto, gativo: eliminação de subclones que sejam
a instabilidade microssatélite. Até pouco tempo imunogênicos;
atrás, pesquisava-se apenas para câncer color-
retal, pois sabia-se que no cenário adjuvante, os
W Diminuição ou perda da expressão da molécu-
pacientes com deficiência de enzimas de repa- la MHC (complexo de histocompatibilidade),
ro/instabilidade microssatélite tinham melhores mascaramento de antígeno ou ausência de
prognósticos no estágio II (doença sem acometi- coestímulo.
mento linfonodal) e, por isso, não tinham benefício
de receber quimioterapia adjuvante, pois, além
DICA
de ter um prognóstico melhor, respondiam pior Caquexia Tumoral
a quimioterapia adjuvante.
É a perda de peso não intencional que ocorre nos
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u Hoje, após a descoberta que pacientes com defi- pacientes com câncer.
ciência de enzimas de reparo/instabilidade micros-
Trata-se da perda progressiva de gordura e massa
satélite respondem a imunoterapia, é essencial a
corporal, associada à anemia, inapetência e fadiga.
pesquisa para todo paciente metastático: seja de
enzimas de reparo de DNA por imuno-histoquimi- Ocorre devido à TNF-alfa (principal), IFN-gama,
ca, seja da instabilidade microssatélite por PCR. IL-1 e IL-6.
DICA
Primeira vez na oncologia que houve aprova-
ção de um medicamento baseado numa alteração
genética e não no tipo de câncer. Hoje, a imunotera- 3. FATORES DE RISCO E
pia é aprovada no contexto paliativo para qualquer MEDIDAS PREVENTIVAS
neoplasia que tenha instabilidade microssatélite/
deficiência de enzimas de reparo.
u Existem diversos fatores de risco, bem como
carcinógenos não infecciosos e infecciosos que
atualmente são bem estabelecidos como relacio-
2. IMUNOLOGIA nados ao aumento da incidência de determina-
dos canceres. Importante sua identificação para
desenvolver medidas preventivas. Elencaremos
u a atividade imune antitumoral ocorre através da alguns fatores de risco, carcinógenos não infec-
imunidade celular (linfócitos T citotóxicos, célu- ciosos e infecciosos a seguir.
434
Aspectos gerais da oncologia Cap. 28
Câncer de mama
Carcinoma hepatocelular
Câncer de pâncreas
Obesidade
Câncer colorretal
Câncer de rim
Câncer de bexiga
Câncer de mama
Nuliparidade
Câncer de ovário
Câncer de mama
Sedentarismo
Câncer colorretal
Câncer de mama
Cirrose
Carcinoma hepatocelular
Carcinoma hepatocelular
Câncer de pâncreas
Diabetes
Câncer colorretal
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Câncer de bexiga
Carcinoma hepatocelular
Síndrome metabólica
Câncer colorretal
435
Aspectos gerais da oncologia Oncologia
Câncer de pulmão
Arsênio Câncer de pele (escamocelular)
Angiosarcoma de fígado
Câncer de pulmão
Asbesto Mesotelioma (câncer na pleura)
Pseudomixoma (câncer no peritônio)
Câncer de fígado
Álcool Câncer de cabeça e pescoço
Câncer de esôfago
Câncer de pulmão
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Gás de mostarda nitrogenada
Câncer de cabeça e pescoço
Câncer de pulmão
Níquel
Câncer de seios da face
Câncer de pulmão
Câncer de cabeça e pescoço
Câncer de esôfago
Tabaco Câncer de rim
Câncer de colo uterino
Câncer de bexiga
Câncer de pâncreas
436
Aspectos gerais da oncologia Cap. 28
Linfoma Burkitt
Linfoma Hodgkin
EBV (vírus Epstein-Barr)
Carcinoma de nasofaringe
Linfoma primário de sistema nervoso central
Adenocarcinoma gástrico
Helicobacter pylori
Linfoma MALT
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u
u uso de protetor solar e controle da exposição solar; pilomavirus humano).
u Controle de peso;
u Realização de atividade física; 3.2. RASTREAMENTO
u Cessação de tabagismo;
u Evitar exposição aos carcinógenos não infecciosos. u é indicado em indivíduos assintomáticos, visando
a detecção de câncer ou de lesões precursoras
Para carcinógenos infecciosos:
com o objetivo de intervir e reduzir morbidade e
u Tratamento precoce; mortalidade.
437
Aspectos gerais da oncologia Oncologia
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tante saber dessa relação, dado que, muitas ve-
neoplasia já estabelecida. Algumas delas são,
zes, o controle da doença oncológica acarreta no
controle da síndrome paraneoplásica.
Carcinoma de pulmão
pequenas células
Câncer de cabeça e pescoço
Hipercalcemia da Câncer de rim
Produção de paratormônio-like (PTH-like)
malignidade
Câncer de bexiga
Câncer de mama
Câncer de ovário
438
Aspectos gerais da oncologia Cap. 28
Carcinoma de pulmão
pequenas células
Tumores neuroendócrinos
(tumores carcinoides: pulmão,
Secreção ectópica de ACTH Produção de corticotropina timo, trato gastrointestinal,
(ACTH) ou ACTH-like pâncreas, feocromocitoma,
(síndrome de Cushing)
carcinoma medular de tireoide)
Paraganglioma
Câncer de mama
Câncer de próstata
Síndrome da secreção
Produção de hormônio
inapropriada de hormônio Câncer de pulmão pequenas células
antidiurético (ADH)
antidiurético (SIADH)
Câncer de pulmão
Câncer de ovário
Câncer de pâncreas
Dermatopolimiosite Desconhecido Câncer de estômago
Câncer colorretal
Câncer de mama
Linfoma não Hodgkin
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Miastenia Gravis Timoma
de células T autorreativas
Adenocarcinoma do trato
Coagulação intravascular gastrointestinal
disseminada Desconhecido
Câncer de pulmão
(CIVD)
Câncer de próstata
Fonte: ASCO-SEP,15 AJCC.24
439
Aspectos gerais da oncologia Oncologia
Gene
Síndrome genética Cânceres associados Recomendações
associado
Mamografia e ressonância
de mama anual a partir
dos 25/30 anos.
Câncer de mama Exame físico da mama
Câncer de mama masculino masculina e autoexame
Câncer de ovário Opcional: mastectomia
Síndrome do câncer de BRCA1 e profilática
Câncer de trompa
mama e ovário hereditário BRCA2
Câncer de peritônio Salpingo-oforectomia profilática
Câncer de próstata PSA e toque retal
Câncer de pâncreas Quimioprevenção
com tamoxifeno
Rastreamento para
câncer de pâncreas
Gastrectomia profilática
Mamografia e ressonância
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Síndrome do câncer gástrico Câncer gástrico difuso
CDH1 de mama anuais
difuso hereditário Câncer de mama lobular
Opcional: mastectomia
profilática
Tumores de pituitária
Neoplasia neuroendócrina Tumores de paratireoide Testes bioquímicos
MEN1
múltipla 1 (MEN1) Carcinoma medular de tireoide Imagens
Tumores adrenocorticais
440
Aspectos gerais da oncologia Cap. 28
Gene
Síndrome genética Cânceres associados Recomendações
associado
Colonoscopia a cada 1 ou 2
Câncer colorretal anos a partir dos 20/25 anos
Câncer endometrial Considerar colectomia
Câncer de ovário profilática
MLH1, MSH2, Câncer de estômago Histerectomia e salpingo-
Síndrome de Lynch MSH6, PMS2, Câncer de intestino delgado oforectomia profilática
EPCAM Câncer de ureter e pelve renal Considerar endoscopia
Câncer de pâncreas Considerar citologia urinária
Câncer de vias biliares Considerar AAS profilático
Glioblastoma Pacientes elegíveis a tratamento
paliativo com imunoterapia
Mamografia e ressonância
de mama
Opcional: mastectomia
Câncer de mama
profilática.
Câncer de tireoide
Exame da tireoide e ultrassom
Câncer de endométrio
Síndrome de Cowden PTEN Biópsia randômica do
Lesões colorretais, endométrio e ultrassom
incluindo câncer
Opcional: Histerectomia
Tumores genitourinários profilática
Colonoscopia
Imagem renal
Retinoblastoma
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Exame oftalmológico e imagem
Retinoblastoma RB1 Sarcoma
Evitar irradiação
Melanoma
Sarcoma
Câncer de mama Ressonância de mama
Câncer de sistema a partir dos 20 anos e
nervoso central mamografia a partir dos 30
Adrenocortinal carcinoma anos, ambas anualmente
Leucemia Opcional: mastectomia
profilática
Síndrome de Câncer do trato
TP53 gastrointestinais Exame físico detalhado
Li-Fraumeni
Câncer do trato genitourinário Exame dermatológico
Câncer de pulmão Exame neurológico
Linfomas Colonoscopia
Câncer de tireoide Ressonância de corpo inteiro
Neuroblastoma Evitar radiação
Câncer de pele
441
Aspectos gerais da oncologia Oncologia
6.1. NOMENCLATURA
6. A SPECTOS IMPORTANTES
DA HISTOLOGIA u Tumor Benigno: tumor bem diferenciado, com
pouca mitose, sem necrose, sem metástase. Ter-
mina geralmente em “oma”: Lipoma, Osteoma,
u para o oncoloGISTa, um dos exames que mais Hemangioma, entre outros.
define o tratamento e o prognóstico do câncer u Tumor Maligno (câncer): crescimento errático,
é o anatomopatológico. A realização de uma com invasão, capacidade de gerar metástases.
biópsia bem-feita, isto é, cuja amostra contenha W Quando de origem epitelial, recebem o nome
uma profundidade adequada, que seja adequa- de carcinoma: Adenocarcinoma, Carcinoma
damente armazenada e analisada por um pato- epidermoide, entre outros.
loGISTa experiente, faz toda a diferença para a W Quando de origem mesenquimal recebem o
prática clínica. O mesmo vale para os materiais nome de sarcoma: Osteosarcoma, Condrosar-
das peças cirúrgicas. coma, Fibrosarcoma, entre outros.
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Origem epitelial Origem mesenquimal
"OMA"
Carcinoma Sarcoma
DICA
6.2. GRAU HISTOLÓGICO Quanto mais indiferenciado, normalmente
mais agressivo e de pior prognóstico (lembrando
u Avalia o grau de diferenciação tumoral e a quan- que não se pode considerar somente uma variável
tidade de mitose. para definir o prognóstico do paciente).
u Divide-se os tumores em:
W Bem diferenciado (baixo grau);
DICA
W Moderadamente diferenciado; Comumente, tumores com atividades mi-
W Pouco diferenciado (alto grau, indiferenciado, tóticas maiores respondem mais a quimioterapia
anaplásico). citotóxica.
442
Aspectos gerais da oncologia Cap. 28
Fonte: Autora.
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W N: acometimento linfonodal;
W M: presença de doença metastática. u tratamento neoadjuvante: realizado antes do
u Usa-se o sistema TNM para definir o estádio da tratamento cirúrgico curativo, visando reduzir
doença (geralmente de I a IV, sendo normalmente tamanho da doença, avaliar biologia da doença
I doença inicial e IV metastática) e, desta forma, e diminuir chance de recidiva.
definir prognóstico e tratamento. u Tratamento de indução: realizado antes do tra-
u Alguns canceres utilizam o sistema TNM e acres- tamento de radioterapia definitivo, objetivando
centam informações extras para definir o está- reduzir tamanho da doença, avaliar biologia da
dio da doença. doença e diminuir chance de recidiva.
W No câncer de mama, utiliza-se, além do TNM, u Tratamento de radioterapia definitiva: tratamento
a expressão de receptor de estrógeno, de re- de radioterapia isolada com foco curativo.
ceptor de progesterona e de HER2. u Tratamento de quimioradioterapia definitiva: tra-
W No câncer de testículo (tumores germinativos), tamento de radioterapia com o objetivo curativo,
utiliza-se marcadores tumorais: hCG, alfaFe- no qual se associa quimioterapia, tencionando
toproteina e DHL. potencializar o efeito da radioterapia e ainda obter
o efeito sistêmico da quimioterapia, diminuindo
a chance de recidiva.
u Tratamento sistêmico: qualquer tratamento medi-
camentoso endovenoso com quimioterapia, imu-
noterapia, droga alvo, entre outros, que visa atin-
gir o organismo como um todo, sistemicamente.
443
Aspectos gerais da oncologia Oncologia
u Tratamento adjuvante sistêmico: pode ser reali- imunoterapia, droga alvo, entre outros) sendo
zado com quimioterapia, anti-HER2, imunoterapia que o objetivo é melhorar qualidade de vida do
ou endócrinoterapia (tamoxifeno, letrozol, anas- paciente através de controle de sintoma e ganho
trozol), dependendo do tipo de câncer (explicare- de sobrevida global. Existem tratamentos locais
mos cada câncer em detalhes a seguir), a fim de paliativos que podem ser utilizados em cenários
diminuir a chance de recidiva local e sistêmica. específicos, como explicaremos em cada cân-
u Tratamento adjuvante com radioterapia: visa di- cer a seguir.
minuir a chance de recidiva local. u Tratamento com radioterapia paliativa: habitual-
u Tratamento paliativo: tratamento que geralmente mente utilizada para controle de sintomas como
é realizado com terapia sistêmica (quimioterapia, dor (antálgica), sangramento (hemostática), en-
tre outros.
Indução Radioterapia
Neoadjuvância Cirurgia
Tratamento curativo
Cirurgia Adjuvância
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Peri-operatória Cirurgia Peri operatória
Fonte: Autora.
444
Aspectos gerais da oncologia Cap. 28
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pêutica, tecido mamário extremamente denso,
u Triplo Negativo:
antecedente de hiperplasia ductal atípica ou W Receptor de estrógeno e/ou progesterona ne-
carcinoma lobular in situ, menarca < 10 anos, gativo, HER2 negativo;
menopausa > 55 anos, primeira gestação > 35 W Menos comum e mais agressivo, recidiva mais
anos, nuliparidade, mutação de BRCA1 e BRCA2, e geralmente nos primeiros cinco anos.
mutação de PALB2, Síndrome de Klinefelter, an- u Triplo Positivo:
tecedente familiar, Síndrome de Li-Fraumeni,
W Receptor de estrógeno e/ou progesterona po-
Síndrome de Cowden.
sitivo, HER2 positivo;
u Fatores de proteção: atividade física > 3h/semana.
W Muito raro.
u Rastreamento: Mamografia a cada dois anos dos
u Tratamento na doença estádio I a III: varia con-
50 anos aos 74 anos (considerar iniciar antes
forme subtipo:
dos 50 anos dependendo do contexto, riscos e
benefícios para a paciente). u Luminal: Ressecção cirúrgica com pesquisa de
linfonodo sentinela e/ou esvaziamento axilar
u Sinais e Sintomas: Detecção em exame de ras-
seguida de adjuvância com quimioterapia e/ou
treamento, nódulo ou dor em mama.
radioterapia e/ou endocrinoterapia (tamoxifeno,
u Diagnóstico: Biópsia por agulha grossa de nó- letrozol ou anastrozol). Dependendo do tama-
dulo mamário ou biópsia da lesão metastática. nho inicial da lesão e do acometimento linfo-
u Estadiamento: nodal, realiza-se quimioterapia neoadjuvante e
W Mamografia, ultrassom de mama e ressonân- não adjuvante;
cia da mama; u HER2 positivo: Ressecção cirúrgica com pes-
W Radiografia de tórax ou tomografia de tórax quisa de linfonodo sentinela e/ou esvaziamento
(dependendo do estádio); axilar seguida de adjuvância com quimioterapia
445
Aspectos gerais da oncologia Oncologia
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quimioterapia paliativa; u Tratamento na doença estádio I a III: Cirurgia
u HER2 positivo: Tratamento com quimioterapia citoredutora primária (histerectomia total abdo-
paliativa em associação com terapia anti-HER2 minal, salpingooforectomia bilateral, ressecção
como trastuzumabe, pertuzumabe, T-DM1 (ado- das áreas suspeitas, linfadenectomia pélvica e
-trastuzumabe entansina), trastuzumabe derux- retroperitoneal, omentectomia infracólica, cito-
tecan; logia oncótica do líquido ascítico ou lavado pe-
u Triplo Negativo: Tratamento com quimioterapia ritoneal, inspeção cuidadosa de toda superfície
paliativa; peritoneal, biopsias ou ressecção das aderên-
cias, sendo que, caso não sejam visualizados
u Triplo Positivo: O tratamento é uma combinação
implantes, deve-se realizar biópsia aleatória do
do tratamento para luminal com o tratamento
peritôneo vesical, fundo de saco, goteiras parie-
para HER2 positivo.
tocólicas e infradiafragmático bilateral) com ou
sem quimioterapia intraperitoneal hipertérmica
9.2. CÂNCER DE OVÁRIO – HIPEC seguido ou não de adjuvância.
446
Aspectos gerais da oncologia Cap. 28
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u Histologias mais comuns: C, alcoólica, hemocromatose, esteatohepatite
não alcóolica (NASH), colangite biliar primária,
W Adenocarcinoma intestinal;
deficiência de alfa-1-antitripsina; hepatite B sem
W Adenocarcinoma difuso. cirrose; obesidade, diabetes, síndrome metabólica.
u Tratamento na doença estádio I a III: Quimiote- u Rastreamento: Pacientes com hepatite B ou cir-
rapia neoadjuvante (a depender do estádio), se- rose é indicado ultrassom de abdome e alfafe-
guido de gastrectomia com linfadenectomia D2, toproteína a cada seis meses.
seguido ou não de quimioterapia adjuvante (caso u Sinais e Sintomas: Normalmente assintomático
a linfadenectomia não tenha sido realizada a D2,
ou sintomas inespecíficos como icterícia, ano-
pode-se considerar adjuvância com quimiorra-
rexia, perda de peso, mal-estar e dor em abdo-
dioterapia concomitante).
me superior.
u Tratamento da doença metastática: Se paciente u Diagnóstico: Tomografia ou ressonância de abdome,
com hiperexpressão de HER2, deve-se associar alfafetoproteína ou biópsia da lesão metastática.
tratamento quimioterápico paliativo: Trastuzumabe.
DICA
Existem critérios radiológicos para diagnós-
9.4. TUMOR DO ESTROMA tico de CHC em pacientes com cirrose ou hepatite
GASTROINTESTINAL (GIST) B sem cirrose: lesão hipervascular com wash out
a fase portal.
u epidemiologia: Mais comuns no estômago (60%) A biópsia só é indicada quando a lesão é suspeita em
e intestino delgado (30%). pacientes sem cirrose e sem hepatite B ou que não
u Rastreamento: Não recomendado. preenche os critérios radiológicos de diagnóstico.
447
Aspectos gerais da oncologia Oncologia
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u
9.8. CÂNCER DE PÂNCREAS
u Sinais e Sintomas: Frequentemente assintomá-
tico, achado incidental em colecistectomia ou u epidemiologia: Incidência igual entre os sexos,
achado de massa em topografia da vesícula biliar afrodescendentes têm maior incidência que
em imagem de abdome ou síndrome colestática brancos.
(icterícia, dor em hipocôndrio direito). u Fatores de risco: Tabagismo, etilismo, exposição
u Diagnóstico: Anatomopatológico ou congelação a metais pesados, obesidade, diabetes, pancrea-
de colecistectomia positivo, ou biópsia da lesão tite crônica, Síndrome do Melanoma Maligno
metastática. Familiar, Síndrome de Lynch, BRCA1 e BRCA2.
u Rastreamento: Não recomendado.
u Estadiamento:
u Sinais e Sintomas: Perda de peso, icterícia, dor
W Tomografia de tórax e tomografia ou resso- abdominal, dispepsia, náuseas, vômitos, pan-
nância de abdome; creatite, diabetes tipo 2 (em pacientes com mais
W CEA; de 50 anos).
u Diagnóstico: Ecoendoscopia com biópsia ou co-
W CA 19-9.
langiopancreatografia endoscópica retrógrada
u Histologia mais comum: com biópsia ou biópsia da lesão metastática.
W Adenocarcinoma.
u Estadiamento:
W Tomografia de tórax e tomografia ou resso-
W Tratamento na doença estádio I a III: Colecis-
nância de abdome;
tectomia com margem, linfadenectomia com
excisão de ducto biliar se houver comprome-
W Ecoendoscopia;
timento. W CA 19-9;
448
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W Sangue oculto nas fezes anual a partir dos adenomatosa familiar, Síndrome de Lynch, doen-
45 anos; ça inflamatória intestinal, tabagismo, consumo
W Retossigmoidoscopia flexível a cada cinco de carne vermelha e processada, consumo de
anos a partir dos 45 anos; álcool, diabetes, sedentarismo, síndrome meta-
W Colonoscopia a cada dez anos a partir dos bólica, obesidade.
45 anos; u Rastreamento:
W Colonoscopia virtual (por tomografia) a cada W Sangue oculto nas fezes anual a partir dos
cinco anos a partir dos 45 anos. 45 anos;
u Sinais e Sintomas: Perda de peso, inapetência, W Retossigmoidoscopia flexível a cada cinco
sangramento intestinal baixo, anemia, obstrução anos a partir dos 45 anos;
intestinal. W Colonoscopia a cada dez anos a partir dos
u Diagnóstico: Colonoscopia com biópsia ou bióp- 45 anos;
sia da lesão metastática. W Colonoscopia virtual (por tomografia) a cada
cinco anos a partir dos 45 anos.
u Estadiamento:
u Sinais e Sintomas: Alteração do hábito intestinal
W Colonoscopia completa (alta incidência de
(diarreia ou constipação), fezes afiladas, dor ao
tumores sincrônicos);
evacuar, hematoquezia, anemia, perda de peso.
W Tomografia de tórax e tomografia ou resso- u Diagnóstico: Retossigmoidoscopia com biópsia
nância de abdome;
ou biópsia da lesão metastática.
W CEA. u Estadiamento:
u Histologia mais comum: W Colonoscopia completa (alta incidência de
W Adenocarcinoma. tumores sincrônicos);
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u
W Extraperitoneal: Existem diversas possibili-
W Tomografia de tórax e tomografia ou resso-
dades terapêuticas a depender do grau de
nância de abdome;
invasão (T) e do acometimento linfonodal (N).
W Ressonância de crânio se sintoma.
W Neoadjuvância com quimioradioterapia con-
comitante ou radioterapia de curta duração, u Histologia mais comum:
seguido ou não de ressecção transabdominal W Carcinoma de células claras;
com excisão total do mesorreto seguida ou W Carcinoma urotelial.
não de adjuvância com quimioterapia; u Tratamento na doença estádio I a III: Nefrectomia.
W Ressecção transabdominal com excisão to- u Tratamento na doença metastática: Imunotera-
tal do mesorreto, seguida ou não de adjuvân-
pia, interleucina-2 (IL-2) em altas doses, drogas
cia com quimioterapia ou quimioradioterapia
alvo como axitinibe, cabozantinibe, lenvatinibe,
concomitante;
pazopanibe, sunitinibe, everolimus, tensirolimus.
W Neoadjuvância com quimioradioterapia con-
comitante ou radioterapia de curta duração,
9.12. CÂNCER DE ADRENAL
seguido ou não de quimioterapia, seguido ou
não de ressecção transabdominal com exci-
são total do mesorreto;
u epidemiologia: Apresenta dois picos de incidência,
sendo um deles na primeira infância, e o segundo
W Neoadjuvância com quimioterapia, seguido
na quarta e quinta década de vida.
ou não de quimioradioterapia concomitante
ou radioterapia de curta duração, seguido ou
u Fatores de risco: Síndrome de Li-Fraumeni,
não de ressecção transabdominal com exci- Neoplasia neuroendócrina múltipla 1 (NEM1),
são total do mesorreto. Síndrome de Lynch, Polipose adenomatosa familiar.
u Rastreamento: Não recomendado.
450
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u Tratamento na doença estádio I a III: Ressecção
seguida ou não de radioterapia adjuvante. 9.14. CÂNCER DE PRÓSTATA
451
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tado: olaparibe, rucaparibe). tico: Orquiectomia unilateral seguida de quimio-
terapia curativa.
9.15. CÂNCER DE TESTÍCULO u Tratamento na recidiva de doença ou na doença
residual: Quimioterapia com ou sem radioterapia.
DICA
Única neoplasia que a quimioterapia normal- 9.16. CÂNCER DE CABEÇA E PESCOÇO
mente é curativa, mesmo na presença de doença
metastática. u fatores de risco: Tabagismo, etilismo, HPV.
u Rastreamento: Não recomendado.
u Epidemiologia: Mais habitual em homens entre u Sinais e Sintomas: Lesão em cavidade oral, mas-
20 e 34 anos. sa ou dor cervical, perda de peso, inapetência.
u Fatores de risco: História pessoal ou familiar, u Diagnóstico: Biópsia da lesão suspeita ou biópsia
criptorquidismo. da lesão metastática.
u Rastreamento: Não recomendado. u Estadiamento:
u Sinais e Sintomas: Presença de massa e dor em W Tomografia ou ressonância de cabeça e pes-
testículo unilateral. coço;
u Diagnóstico: Ultrassom de testículo com dosa- W Tomografia de tórax ou PET-CT;
gem de marcadores tumorais alterados. Anato- W Pesquisa de p16 (avaliação de HPV);
mopatológico da orquiectomia é o diagnóstico
definitivo. Não se faz biópsia da lesão primária, W Nasofibrolaringoscopia;
somente de lesões metastáticas. W Endoscopia.
u Estadiamento: u Histologias mais comuns:
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carga tabágica maior que 20 maços/ano (2 ma-
PEQUENA CÉLULAS
ços/dia por 10 anos ou 1 maço/dia por 20 anos).
u Sinais e Sintomas: perda ponderal, hemoptise,
u epidemiologia: 20% dos canceres de pulmão.
tosse, dispneia.
u Fatores de risco: Tabagismo.
u Diagnóstico: Biópsia da lesão suspeita ou biópsia
da lesão metastática. u Rastreamento: Tomografia de tórax com baixa
dose de radiação (LDCT) anual dos 50 anos aos 80
u Estadiamento:
anos em pacientes tabaGISTas ou que cessaram
W Tomografia de tórax e abdome ou PET-CT; tabagismo há menos de 15 anos e que tenham
W Estadiamento de mediastino (mediastinoscopia, carga tabágica maior que 20 maços/ano (2 ma-
ultrassom endoscópico transesofágico – EUS, ços/dia por 10 anos ou 1 maço/dia por 20 anos).
ultrassom endoscópico transbrônquico – EBUS u Sinais e Sintomas: Perda ponderal, hemoptise,
ou cirurgia torácica vídeo-assistida - VATS); tosse, dispneia.
W Ressonância de crânio. u Diagnóstico: Biópsia da lesão suspeita ou biópsia
u Histologias mais comuns: da lesão metastática.
W Adenocarcinoma; u Estadiamento:
W Carcinoma escamocelular. W Tomografia de tórax e abdome ou PET-CT;
u Tratamento na doença estádio I a II: Ressecção W Estadiamento de mediastino caso pacien-
seguida ou não de quimioterapia adjuvante ou de te em programação de ressecção cirúrgica
radioterapia adjuvante. No estádio III quimiorra- (mediastinoscopia, ultrassom endoscópico
dioterapia seguido de imunoterapia. transesofágico – EUS, ultrassom endoscópi-
u Tratamento da doença metastática: Vai depender co transbrônquico – EBUS ou cirurgia torácica
do resultado de testes moleculares. vídeoassistida – VATS),
453
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u Diagnóstico: Biópsia da lesão suspeita (realizada
por um cirurgião experiente já que o trajeto da
biópsia deve estar posicionado num local de exci- Fonte: Harrison et al.6
são da cirurgia) ou biópsia da lesão metastática.
u Estadiamento: u Diagnóstico: Biópsia excisional de lesão suspeita
ou biópsia da lesão metastática.
W Tomografia ou ressonância do primário;
u Estadiamento:
W Tomografia de tórax ou PET-CT.
W Pesquisa de linfonodo sentinela;
u Histologias mais comuns:
u Sarcoma de partes moles: Sarcoma pleomór-
W Tomografia de tórax e abdome ou PET-CT;
fico, Lipossarcoma, Leiomiossarcoma, Rabdo- W Ressonância de crânio.
miossarcoma; u Tratamento na doença estádio I a III: Ressecção
u Sarcomas ósseos: Condrosarcoma, Osteosarcoma. com margem apropriada com pesquisa de linfo-
u Tratamento na doença estádio I a III: Ressec- nodo sentinela, seguido ou não de imunoterapia
ção cirúrgica com margem, seguido ou não de adjuvante.
radioterapia e/ou quimioterapia adjuvante (em u Tratamento na doença metastática: Imunoterapia
alguns pacientes se considera quimioterapia ou inibidor de BRAF e MEK.
neoadjuvante).
9.21. CARCINOMA BASOCELULAR (CÂNCER
9.20. MELANOMA DE PELE NÃO MELANOMA)
454
Aspectos gerais da oncologia Cap. 28
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u
u Diagnóstico: Biópsia da lesão suspeita.
seguido ou não de adjuvância com radioterapia.
u Estadiamento: Imagens devem ser realizadas se
suspeita de doença extensa (muito raro).
9.23. TUMORES NEUROENDÓCRINOS
u Tratamento na doença estádio I a III: Ressecção
cirúrgica seguida ou não de adjuvância com ra-
dioterapia e/ou inibidor da via hedgehog (vismo- u até agora vimos os canceres que se desenvolvem
degibe ou sonidegegibe). Neoadjuvância com em cada um dos órgãos. Entretanto, existe um
inibidor da via hedgehog (vismodegibe) pode ser tipo de tumor que se origina de células neuroen-
indicada se lesão grande ou em local de difícil dócrinas e que pode se desenvolver em diversos
realização de ressecção com margem. tipos de órgãos. Os tumores neuroendócrinos
mais comuns são do trato gastrointestinal (es-
tômago, intestino delgado, apêndice e reto), do
9.22. CARCINOMA ESCAMOCELULAR
pulmão e brônquios, do timo e do pâncreas. Mas,
(CÂNCER DE PELE NÃO MELANOMA)
também, podem ser da paratireoide, tireoide,
adrenal e pituitária.
u epidemiologia: Junto com o carcinoma basoce-
u Fatores de risco: Neoplasia neuroendócrina múl-
lular, são conhecidos como câncer de pele não
tipla 1 e 2 (NEM1 e NEM2), Síndrome de von Hi-
melanoma. É o segundo câncer de pele mais
ppel-Lindau, Neurofibromatose.
comum.
u Fatores de risco: Exposição solar, feridas e ci-
u Rastreamento: Não recomendado.
catrizes crônicas, ceratose actínica, Xeroderma u Sinais e Sintomas: Podem ser funcionantes (quan-
pigmatosum, imunossupressão (transplante de do são hipersecretores hormonais) ou não fun-
órgão, linfoma, leucemia linfocítica crônica, imu- cionantes. Quando são funcionantes, podem
nossupressão droga induzida, HIV). causar sintomas como:
455
Aspectos gerais da oncologia Oncologia
DICA
W 5HIAA (ácido 5 hidroxiindolacético) urinário
Síndrome Carcinoide
em 24 horas.
Sintomas: Flushing, diarreia, doença cardíaca,
como valvopatia, geralmente no coração direito e W Tratamento na doença estádio I a III: Ressec-
broncoconstrição. ção cirúrgica.
Diagnóstico: u Tratamento na doença metastática: Tratamento
• 5HIAA (ácido 5 hidroxiindolacético) urinário em 24 com análogo de somatostatina (octreotida, lan-
horas, serotonina sérica, cromogranina A sérica; reotida) ajuda a controlar a doença e a controlar
sintomas. Tratamentos para doença metastática
• Ecocardiograma e eletrocardiograma;
hepática como (quimio)embolização, radioabla-
• Octreoscan. ção ou cirurgia também ajudam no controle de
sintomas. Tratamento sistêmico paliativo com
u Diagnóstico: Biópsia da lesão suspeita ou biópsia quimioterapia, everolimus ou lutécio podem ser
da lesão metastática. utilizados.
u Classificação:
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u Tumor neuroendócrino G1 (baixo grau): Ki67 <
2%, < 2 mitoses/10 CGA; 10. MARCADORES TUMORAIS
u Tumor neuroendócrino G2 (grau intermediário):
KI67 3-20%, 2-20 mitoses/10 CGA;
u não devem ser usados para diagnóstico.
u Carcinoma neuroendócrino: Ki67 > 20%, > 20
mitoses/10 CGA. u Úteis para seguimento de pacientes que expressam
u Estadiamento: o marcador ao diagnóstico.
W Tomografia de tórax e tomografia ou ressonân- u Todos são marcadores séricos, exceto o 5HIAA
cia de abdome ou PET-Dota (também conhe- (ácido 5 hidroxiindolacético), que é urinário em
cido como PET-Gálio ou PET-68GA-Dotatate); 24 horas.
Carcinoma hepatocelular
Alfafetoproteína
Tumores germinativos (saco vitelínico)
Tumores germinativos
HCG Coriocarcinomas
Molas hidatiformes
456
Aspectos gerais da oncologia Cap. 28
Câncer de ovário
CA 125
Acometimento peritoneal
Câncer colorretal
CEA
Câncer de pâncreas
Tumores germinativos
DHL Muito pouco específico.
Aumenta em diversas neoplasias.
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mentaremos sobre os mais importantes e sua
relação com os respectivos primários.
457
Aspectos gerais da oncologia Oncologia
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Fonte: Zappa et al.8
u quadro clínico:
458
Aspectos gerais da oncologia Cap. 28
Figura 11. Cintilografia óssea em paciente com diagnóstico de câncer de próstata pré-tratamento (A),
durante o tratamento já com resposta parcial (B) e pós-tratamento com resposta completa (C).
459
Aspectos gerais da oncologia Oncologia
Figura 13. Ressonância magnética de crânio sem contraste (A) e após contraste (B) demonstrando múltiplas
metástases no Sistema Nervoso Central em paciente com diagnóstico de câncer de pulmão não pequenas células.
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Fonte: Thomas et al.11
460
Aspectos gerais da oncologia Cap. 28
Figura 14. Linfangite carcinomatosa por com nodulações), líquido ascítico (exsudato posi-
carcinoma de células renais: tomografia de tivo para células neoplásicas), videolaparoscopia
tórax com espessamento difuso de septos e
(visualização direta dos implantes metastáticos
acometimento do parênquima pulmonar.
no peritônio sendo possível confirmar o diagnós-
tico com biópsia).
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Fonte: Sprinzl et al.8
W Câncer de pâncreas.
u Controle de sintoma: Costuma melhorar levemen- u Primários mais comuns:
te com dexametasona 4mg 2x/dia, morfina para
controle de dispneia e ventilação não invasiva. W Câncer colorretal;
O tratamento mais efetivo consiste em controlar W Câncer de ovário;
o câncer com tratamento sistêmico. W Câncer de estômago;
W Câncer de pâncreas;
DICA
Apesar de parecer muito uma congestão, a
dispneia por linfangite não melhora com diurético.
W Câncer de apêndice.
461
Aspectos gerais da oncologia Oncologia
Figura 16. Carcinomatose meníngearessonância 5. NEJM. PD-1 Blockade in Tumors with Mismatch-Repair De
de crânio com espessamento micronodular ciency. [Internet]. [acesso em 2 maio 2021]. Disponível em:
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6. Harrison SC, Bergfeld WF. Ultraviolet light and skin cancer
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7. Katafuchi E, Takami Y, Wada Y, Tateishi M, Ryu T, Mikagi
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after Sorafenib Treatment for Multiple Lung Metastases
from Hepatocellular Carcinoma. Case Rep Gastroenterol.
6 de agosto de 2015;9(2):285–90.
8. Zappa M, Hentic O, Vullierme M-P, Lagadec M, Ronot
M, Ruszniewski P, et al. Is visual radiological evaluation
of liver tumour burden in patients with neuroendocrine
tumours reproducible? Endocr Connect. 9 de janeiro de
2017;6(1):33–8.
9. YAN B, MENG X, WANG X, WEI P, QIN Z. Complete regres-
sion of advanced prostate cancer for ten years: A case
report and review of the literature. Oncol Lett. agosto de
2013;6(2):590–4.
10. Yassaad OM, Nabil R, KacemiInas E, Mohammed A, Yasser
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sarcomas of the spine metastasizing to the skull. Pan Afr
Med J. 30 de agosto de 2016;24:334.
11. Thomas SR, Khuntia D. Motexafin gadolinium injection
Fonte: Fields9
for the treatment of brain metastases in patients with
non-small cell lung cancer. Int J Nanomedicine. março
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u Primários mais comuns: de 2007;2(1):79–87.
W Câncer de mama; 12. Guddati AK, Marak CP. Pulmonary Lymphangitic Carci-
nomatosis due to Renal Cell Carcinoma, Case Reports in
W Câncer de pulmão; Oncology, v. 5, n. 2, p. 246−252, 2012.
W Melanoma. 13. Sprinzl MF et al. Gemcitabine in combination with EGF-Re-
ceptor antibody (Cetuximab) as a treatment of cholangio-
u Controle de sintomas: O uso de dexametasona
carcinoma: a case report, BMC cancer, v. 6, p. 190, 2006.
costuma melhorar um pouco os sintomas. Outras
14. Fields MM. How to recognize and treat neoplastic menin-
estratégias são radioterapia paliativa de neuroei-
gitis. Journal of the Advanced Practitioner in Oncology, v.
xo e quimioterapia intratecal. 4, n. 3, p. 155−160, 2013.
15. ASCO-SEP Medical Oncology Self-Evaluation Program. 6.
ed. [S.l.]: ASCO University, 2018. ISBN: 978-0-9983747-4-1.
462
Aspectos gerais da oncologia Cap. 28
21. Prostate Cancer Early Detection, NCCN Guideline, Ver- 34. Neuroendocrine and Adrenal Tumors, NCCN Guideline,
sion: 1.2021. Version: 1.2021.
22. Genetic/Familial High-Risk Assessment: Breast, Ovarian, 35. Kidney Cancer, NCCN Guideline, Version: 4.2021.
and Pancreatic, NCCN Guideline, Version: 2.2021. 36. Bladder Cancer, NCCN Guideline, Version: 3.2021.
23. Genetic/Familial High-Risk Assessment: Colorectal, NCCN 37. Prostate Cancer, NCCN Guideline, Version: 2.2021.
Guideline, Version: 1.2020.
38. Testicular Cancer, NCCN Guideline, Version: 2.2021.
24. AJCC – Cancer Staging Manual. 8. ed. [S.l.]: American
39. Head and Neck Cancers, NCCN Guideline, Version: 3.2021.
College of Surgeons; Springer, 2018.
40. Non-Small Cell Lung Cancer, NCCN Guideline, Version:
25. Breast Cancer, NCCN Guideline, Version: 4.2021.
4.2021.
26. Ovarian Cancer/Fallopian Tube Cancer/Primary Peritoneal
41. Small Cell Lung Cancer, NCCN Guideline, Version: 3.2021.
Cancer, NCCN Guideline, Version: 1.2021.
42. Bone Cancer, NCCN Guideline, Version: 1.2021.
27. Gastric Cancer, NCCN Guideline, Version: 2.2021.
43. Soft Tissue Sarcoma, NCCN Guideline, Version: 2.2021.
28. Gastrointestinal Stromal Tumors (GIST), NCCN Guideline,
Version: 1.2021. 44. Melanoma: Cutaneous, NCCN Guideline, Version: 2.2021.
29. Hepatobiliary Cancers, NCCN Guideline, Version: 2.2021. 45. Basal Cell Skin Cancer, NCCN Guideline, Version: 2.2021.
30. Pancreatic Adenocarcinoma, NCCN Guideline, Version: 46. Squamous Cell Skin Cancer, NCCN Guideline, Version:
2.2021. 1:2021.
31. Colon Cancer, NCCN Guideline, Version: 2.2021. 47. GUCKENBERGER, Matthias; LIEVENS, Yolande; BOUMA,
Angelique B.; et al. Characterisation and classification of oli-
32. Choti MA et al. Trends in long-term survival following liver gometastatic disease: a European Society for Radiotherapy
resection for hepatic colorectal metastases, Annals of and Oncology and European Organisation for Research
Surgery, v. 235, n. 6, p. 759−766, 2002. and Treatment of Cancer consensus recommendation.
33. Rectal Cancer, NCCN Guideline, Version: 1.2021. The Lancet. Oncology, v. 21, n. 1, p. e18–e28, 2020.
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Aspectos gerais da oncologia Oncologia
QUESTÕES COMENTADAS
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xiliaria no diagnóstico:
ALT 59U/L (VR<30U/L); fosfatase alcalina 135U/L
⮦ Dosagem de ácidos biliares no sangue. (VR 60-125U/L); RNI 1,1 (VR<1,3); bilirrubina total
1,8mg/dL (VR<1,2mg/dL); bilirrubina direta 1,3mg/
⮧ Dosagem de ácido 5-hidroxindolacético no san-
dL (VR<0,4mg/dL); creatinina 0,7mg/dL (VR 0,6-1,2
gue.
mg/dL); cálcio total 7,9 mg/dL (VR 8,8- 10,3mg/
⮨ Colonoscopia. dL); potássio 4,2mEq/L (VR 3,5-5,5mEq/L); sódio
⮩ Dosagem de ácidos biliares em amostra urinária. 129mEq/L (VR 135-145mEq/L); albumina 2,0g/dL
⮪ Dosagem de ácido 5-hidroxindolacético em uri- (VR 3,5-5,5g/dL). Assinale a alternativa que apre-
na 24h. senta a hipótese diagnóstica MAIS PROVÁVEL para
o surgimento dos sintomas neurológicos deste pa-
ciente e a conduta MAIS ADEQUADA:
Questão 2
⮦ Metástases cerebrais; solicitar ressonância mag-
(HOSPITAL DA POLÍCIA MILITAR – MG – 2020) Um homem de
nética do crânio com contraste.
73 anos vai ao pronto atendimento queixando-se de
cefaleia matinal bifrontal em pressão e dificuldade ⮧ Hiponatremia por secreção inadequada do hor-
para deambular há 6 dias. É portador de carcinoma mônio antidiurético; iniciar reposição de cloreto
broncogênico pulmonar com metástases hepáticas de sódio 3% IV.
e ósseas. Não possui outras doenças. Era indepen-
⮨ Hipocalcemia; iniciar a reposição de gluconato
dente para a realização das atividades básicas de
de cálcio IV.
vida diária até 6 dias antes. Está em quimioterapia
paliativa e não faz uso de outros medicamentos. Ao ⮩ Encefalopatia hepática; prescrever lactulose
exame físico, apresenta-se muito emagrecido, alerta, pela via oral e clister glicerinado com lactulose
desorientado no tempo e no espaço. As mucosas pela via retal.
464
Aspectos gerais da oncologia Cap. 28
Questão 3 Questão 6
(HOSPITAL ALEMÃO OSWALDO CRUZ – SP – 2020) Mulher, 77 (HOSPITAL ESTADUAL DR. JAYME SANTOS NEVES – ES – 2020) No
anos, usuária de prótese dentária superior e infe- rastreio dos tumores de colón e reto, na população
rior. Refere enxaguar os resíduos alimentares das geral, a conduta mais correta, dentre as abaixo, é:
próteses diariamente, antes de dormir. Foi atendida
na Unidade Básica de Saúde há 2 meses com lesão ⮦ Hemograma completo e dosagem de CEA (antí-
dolorosa, ulcerada e friável em língua de cerca de geno carcinoembrionário) anualmente.
2 cm. Desde então, houve aumento na frequência ⮧ Hemograma completo, dosagem de CEA (antí-
de mordedura na língua, com consequente sangra- geno carcinoembrionário) e pesquisa de sangue
mento da lesão. Sem alterações no exame cervical. oculto nas fezes a cada dois anos.
Qual é a melhor conduta? ⮨ Dosagem de CEA anualmente.
⮦ Realizar biópsia exicisional da lesão. ⮩ Pesquisa de sangue oculto nas fezes a cada
cinco anos.
⮧ Aplicar triancinolona tópica e bochecho com
nistatina oral. ⮪ Colonoscopia a cada dez anos entre 50 e 75
anos de idade.
⮨ Pausar o uso da prótese inferior e confecção de
uma nova prótese.
⮩ Pesquisa de HPV por hibridização in situ e tra- Questão 7
tamento com LASER se positivo. (FACULDADE DE MEDICINA DO ABC – SP – 2017) A maioria
⮪ Realizar biópsia incisional da borda da lesão. dos marcadores tumorais pode ser usada com as
seguintes finalidades, EXCETO:
Questão 4 ⮦ Avaliação da resposta ao tratamento.
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(HOSPITAL UNIVERSITÁRIO REGIONAL DE MARINGÁ – PR – 2020) ⮧ Auxiliar no diagnóstico.
Nas metástases cerebrais, o tumor primário é loca- ⮨ Como fator prognóstico.
lizado com mais frequência em: ⮩ Diagnóstico precoce de câncer em indivíduos
assintomáticos.
⮦ Mama
⮧ Brônquios
⮨ Rim Questão 8
Questão 5 ⮦ Interleucina I
⮧ Interleucina VI
(HOSPITAL PEQUENO PRÍNCIPE – PR – 2021) O diagnóstico
precoce de neoplasias é muito importante para ⮨ Fator de necrose tumoral
o seu tratamento. Qual dos canceres abaixo não ⮩ Interferon alfa
possuía uma estratégia de rastreio bem definida ⮪ Interleucina X
na literatura?
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Aspectos gerais da oncologia Oncologia
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Aspectos gerais da oncologia Cap. 28
GABARITO E COMENTÁRIOS
Alternativa B: INCORRETA. A dosagem é em urina de Y Dica do professor: Trata-se de uma lesão suspeita
24h e não no sangue. de um câncer de cavidade oral (língua). O diagnósti-
Alternativa C: INCORRETA. Não faz diagnóstico de co é realizado através de biópsia incisional da lesão.
síndrome carcinoide. Alternativa A: INCORRETA. O diagnóstico é por bióp-
Alternativa D: INCORRETA. Não tem relação com sín- sia incisional e não excisional.
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drome carcinoide. Alternativa B: INCORRETA. Trata-se de uma lesão
Alternativa E: CORRETA. suspeita de neoplasia e não se deve atrasar o diag-
nóstico.
✔ resposta: E
Alternativa C: INCORRETA. Trata-se de uma lesão
suspeita de neoplasia e não se deve atrasar o diag-
Questão 2 dificuldade: nóstico.
Alternativa D: INCORRETA. trata-se de uma lesão
Y Dica do professor: Trata-se de um paciente com suspeita de neoplasia e não se deve atrasar o diag-
diagnóstico de carcinoma broncogênico pulmonar nóstico.
metastático que inicia quadro de sintomas neu-
Alternativa E: CORRETA.
rológicos agudos, bem como déficit neurológico
focal agudo. Diante da alta incidência de metás- ✔ resposta: E
tases cerebrais em câncer de pulmão e do quadro
clínico apresentado, a hipótese mais provável é de
Questão 4 dificuldade:
metástases cerebrais e a conduta mais indicada é
a realização de ressonância magnética do crânio Y Dica do professor: Metástase em Sistema Nervo-
com contraste. so Central, primários mais comuns: 1º Câncer de
Alternativa A: CORRETA. pulmão e brônquios, 2º Câncer de mama, 3º Mela-
noma, câncer de cólon e rim.
Alternativa B: INCORRETA. Hiponatremia leve não
costuma gerar déficits neurológicos focais. Alternativa A: INCORRETA. É o segundo mais comum.
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Aspectos gerais da oncologia Oncologia
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a cada três anos. Alternativa A: INCORRETA. Envolvida no processo de
caquexia, mas não é a principal e nem a proteína
Alternativa D: CORRETA.
conhecida como caquetina.
✔ resposta: D
Alternativa B: INCORRETA. Envolvida no processo de
caquexia, mas não é a principal e nem a proteína
Questão 6 dificuldade: conhecida como caquetina.
Alternativa C: CORRETA.
Y Dica do professor: Rastreamento de câncer co-
lorretal: sangue oculto nas fezes anual a partir dos Alternativa D: INCORRETA. Não é envolvida no pro-
50 anos, ou retossigmoidoscopia flexível a cada cesso de caquexia.
cinco anos a partir dos 50 anos, ou colonoscopia Alternativa E: INCORRETA. Não é envolvida no pro-
a cada dez anos a partir dos 50 anos, ou colonos- cesso de caquexia.
copia virtual (por tomografia) a cada cinco anos a ✔ resposta: C
partir dos 50 anos.
Alternativa A: INCORRETA. Hemograma completo e
Questão 9 dificuldade:
dosagem de CEA não são exames de rastreamento.
Alternativa B: INCORRETA. Hemograma completo e Y Dica do professor: O câncer de cólon não tem ne-
dosagem de CEA não são exames de rastreamento. nhuma relação com a vitamina D.
Alternativa C: INCORRETA. Dosagem de CEA não são Alternativa A: INCORRETA.
exames de rastreamento. Alternativa B: CORRETA. A hipercalcemia da maligni-
Alternativa D: INCORRETA. Pesquisa de sangue oculto dade é a síndrome paraneoplásica endócrino mais
nas fezes pode ser usada como rastreamento, mas frequente, estando associada principalmente a car-
deve ser realizada anualmente. cinoma de pulmão, pequenas células, câncer de
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Aspectos gerais da oncologia Cap. 28
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Fixe seus conhecimentos!
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Capítulo
COMPLICAÇÕES ONCOLÓGICAS
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importância/prevalência
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dições clínicas que normalmente encontramos dado com higiene é o mais importante.
no pronto atendimento e que necessitam de Recomenda-se:
uma rápida intervenção médica. Dessa forma, • Higiene das mãos;
comentaremos sobre as principais, seus res-
• E
vitar contato com pessoas com sintomas res-
pectivos manejos iniciais e como cada uma de-
piratórios;
las é conduzida pelo especialista (oncologista e
hematologista). • H
igiene oral 4 a 6x/dia com água estéril com
bicarbonato e pelo menos 2 escovações/dia (Fio
dental deve ser usado com cuidado);
1.1. NEUTROPENIA FEBRIL
• Alimentos bem cozidos e frescos;
u Definição: Febre associada a neutropenia (< 500 • Frutas, verduras e legumes bem lavados.
neutrófilos/mm3 ou < 1000 neutrófilos/mm3 com Não se recomenda:
tendência a queda nas próximas 48 horas) em • Uso de aparelhos ortodônticos;
pacientes submetidos a tratamento com quimio- • Uso de absorventes íntimos;
terapia sem sítio de infecção detectada.
• Realização de toque retal, enemas e supositórios.
W 20 a 30% têm sítio definido. Os mais comuns
são: trato gastrointestinal, pulmão e pele. Nesses
casos, denominamos, por exemplo, de sepse u Exames diagnósticos:
de foco pulmonar em paciente neutropênico W Exames laboratoriais gerais: hemograma, pro-
e não mais neutropenia febril. teína c reativa, função renal, função hepática,
u Epidemiologia: coagulograma;
W 10 a 50% dos pacientes em tratamento qui- W Hemocultura;
mioterápico em tumores sólidos. W Urocultura: se suspeita de infecção urinária;
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Complicações oncológicas Oncologia
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após uso de antibioticoterapia empírica inicial
t Apresentar insuficiência hepática (TGO
ou em neutropenias prolongadas.
ou TGP maior do que 5 vezes o valor da
normalidade) ou renal (Clearance de crea-
Tabela 1. Principais bactérias
associadas à neutropenia febril.
tinina < 30 mL/min).
u Tratamento:
• Escherichia coli
• Klebsiella sp
W Baixo risco:
• Enterobacter sp V Tratamento domiciliar: Amoxicilina-clavu-
Bacilos
gram‑negativos
• Pseudomonas aeroginosa lanato 500 mg VO 8/8h e Ciprofloxacino
• Citrobacter sp 500 mg VO 8/8h (é de 8/8h a posologia).
• Acinetobacter sp Alternativa em pacientes com contraindi-
• Stenotrophomonas maltophilia cação ao tratamento de escolha: Levoflo-
• Staphylococcus coagulase-negativo xacino 750 mg VO 1x/dia.
• Staphylococcus aureus V Se paciente com náuseas, vômitos, muco-
Cocos • Enterococcus sp site, dificuldade de administração de medi-
gram‑positivos • Streptococcus grupo Viridans cação via oral ou acesso difícil ao serviço
• Streptococcus pneumoniae
de emergência por distância recomenda-se
• Streptococcus pyogenes
iniciar o tratamento em regime hospitalar
Fonte: Freifeld et al.1 endovenoso.
W Alto risco:
u Classificação: Visa avaliar a gravidade da neu- V Sempre em regime hospitalar endovenoso.
tropenia febril e definir tratamento.
V Tratamento empírico inicial com ação an-
W Baixo risco: Precisa ter todos os critérios abaixo.
tipseudomonas: cefepime, carbapenêmicos
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Complicações oncológicas Cap. 29
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Complicações oncológicas Oncologia
Neutropenia Febril
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piperacilina-tazobactam ou ceftazidima.
• Vancomicina se:
• Instabilidade hemodinâmica,
• Mucosite grave,
• Infecção relacionada a cateter,
• Profilaxia prévia com quinolona,
• Colonização prévia por bactéria sensível somente a
vancomicina,
• Hemocultura parcial para cocos gram-positivos em
andamento.
474
Complicações oncológicas Cap. 29
W Bócios retroesternais;
W Doenças granulomatosas;
W Fibrose vascular pós-irradiação;
W Trombose por cateter venoso central;
W Aneurisma aórtico sifilítico.
u Sinais e sintomas:
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W Dispneia, tosse, rouquidão, estridor laríngeo
por edema;
W Síncope, confusão mental, cefaleia, rebaixa-
mento do nível de consciência, tontura;
W Distensão das veias torácicas e do pescoço,
edema de face e membros superiores, hipo-
tensão, pletora facial.
Fonte: Singh.2
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Complicações oncológicas Oncologia
u Diagnóstico:
W Tomografia de tórax com contraste.
Fonte: Wakeda.4
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u Tratamento: 3. SÍNDROME DA COMPRESSÃO
W Cabeceira elevada; MEDULAR
W Evitar acesso venoso jugulares, supraclavicu-
lares ou em membros superiores; u Definição: compressão, deslocamento ou encar-
W Oxigenioterapia se necessário; ceramento do saco dural ou da cauda equina.
W Morfina para paliação de dispneia; u Sinais e sintomas:
W Dexametasona 4 mg IV 6/6h pode ajudar no W Dor local (geralmente é o primeiro sintoma e
edema de vias aéreas e melhorar sintoma antecede os déficits neurológicos em dias e
(principalmente em linfoma que responde a até em semanas);
corticoide); W Déficit motor;
W Anticoagulação plena se presença de trombo; W Déficit sensitivo;
W Stent intravascular pode ser indicado em pa- W Disfunção esfincteriana (achado mais tardio,
cientes muito sintomáticos (síncope, estridor sendo mais comum a retenção urinária por
laríngeo, confusão mental) ou instáveis hemo- neuropatia autonômica).
dinamicamente; u Primários mais comuns:
W Tratamento oncológico (quimioterapia e/ou W Câncer de próstata;
radioterapia ou cirurgia) direcionado para a
W Câncer de mama;
histologia;
W Câncer de pulmão;
W Bypass cirúrgico em casos refratários.
W Mieloma múltiplo.
u Sítios mais comuns de compressão medular:
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Complicações oncológicas Cap. 29
Figura 5. Tumor estromal gastrointestinal (GIST) com metástases ósseas: ressonância magnética em
sequência T2 evidenciando múltiplas lesões ósseas, algumas com compressão medular (seta).
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Fonte: Rochigneux.5
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Complicações oncológicas Oncologia
5. H IPERCALCEMIA DA
MALIGNIDADE
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u Definição: aumento sérico dos níveis de cálcio
relacionado à produção neoplásica de parator-
mônio-like (PTH-like).
u Epidemiologia: 20 a 30% dos pacientes em al-
gum momento no curso da doença oncológica.
u Primários mais comuns:
W Carcinoma escamocelular de pulmão;
W Carcinoma escamocelular de esôfago;
W Carcinoma escamocelular de pele;
W Carcinoma escamocelular de colo uterino;
Fonte: Tirumani.6
W Câncer de mama;
u Tratamento: W Câncer renal;
W Jejum; W Mielomas;
W Sonda nasogástrica aberta; W Linfomas;
W Dexametasona 4mg IV 12/12h; W Leucemias.
W Antieméticos (contraindicado uso de pró-ciné-
ticos e plasil se obstrução total); DICA
Relacionado a um pior prognóstico. Cerca
W Analgesia; de 50% morrem em 30 dias.
W Inibidor de bomba de prótons;
u Sinais e sintomas:
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Complicações oncológicas Cap. 29
W Aguda: poliúria, polidipsia, anorexia, náusea, W Hidratação Endovenosa: 200 a 500 mL/h Soro Fi-
vômitos, confusão mental, estupor, coma, siológico visando débito urinário: 100-150 mL/h;
bradicardia, bloqueio atrioventricular (BAV); W Furosemida: somente após paciente bem hi-
W Crônica: nefrolitíase, nefrocalcinose, dispepsia, dratado;
obstipação, fraqueza, hipertensão. W Inibidores da Reabsorção Óssea:
u Classificação: realizada de acordo com o nível V Pamidronato, ou
sérico de cálcio total – CaT (deve ser corrigido V Ácido Zoledrônico (ajuste conforme função
com a albumina sérica) e cálcio iônico – Cai. renal; não usar se Clearance de Creatinina
< 30);
Tabela 2. Classificação de hipercalcemia de V Denosumabe (independente do Clearance
acordo com cálcio total e cálcio iônico. de Creatinina).
Classificação Valores de cálcio
W Em casos refratários: Calcitonina.
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vido à importância das náuseas e vômitos asso-
W Suspender reposição de Cálcio e Vitamina D;
ciados ao tratamento quimioterápico citotóxico,
W Suspender Lítio e Tiazídicos (hidroclorotiazida); daremos destaque.
• Cardiotoxicidade;
Doxorrubicina
• Mielotoxicidade.
• Nefrotoxicidade;
• Mielotoxicidade;
Cisplatina
• Ototoxicidade;
• Neurotoxicidade.
• Mielotoxicidade;
Carboplatina • Nefrotoxicidade;
• Neuropatia periférica.
• Mielotoxicidade;
Oxaliplatina
• Neuropatia periférica.
• Mielotoxicidade;
Taxanos (Docetaxel, Paclitaxel • Neuropatia periférica;
e Nab‑Paclitaxel) • Reação alérgica durante a infusão (sempre administrados antialérgicos antes
da infusão).
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Complicações oncológicas Oncologia
• Diarreia;
Irinotecano • Síndrome colinérgica durante a infusão (sempre administrados atropina antes
da infusão).
• Mielotoxicidade;
Ciclofosfamida
• Cistite hemorrágica.
• Toxicidade cutânea;
Cetuximabe e Panitumumabe • Reação alérgica durante a infusão;
(Anti-EGFR) • Diarreia;
• Hipomagnesemia.
• Hipertensão;
Bevacizumabe (Anti-VEGF) e • Sangramento;
Ramucirumabe (Anti-VEGFR2) • Trombose;
• Interferência no processo de cicatrização.
• ITES:
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⁃ Tireoidite;
⁃ Hipofisite;
⁃ Hepatite;
Pembrolizumabe e Nivolumabe
⁃ Pneumonite;
(Anti PD-1) Atezolizumabe e
Durvalumabe (Anti PD-L1) ⁃ Diabetes;
⁃ Pancreatite;
⁃ Colite;
⁃ Insuficiência adrenal;
⁃ Nefrite.
• Osteoporose;
Anastrozol, Letrozol e Exemestano
• Artralgia;
(Inibidores de aromatase)
• Síndrome metabólica.
480
Complicações oncológicas Cap. 29
7. N ÁUSEAS E VÔMITOS
u Geralmente são sintomas que se iniciam no iní- u Geralmente poliquimioterapias são consideradas
cio da aplicação do agente e podem durar até risco moderado.
48-72h após o término da infusão.
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u Somente indicamos profilaxia para êmese para
os tratamentos de alto risco e risco moderado.
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Complicações oncológicas Oncologia
• Oral:
• Náuseas e vômitos; ⁃ Nistatina oral por 7 a 14 dias (bo-
• Diagnóstico clínico;
Quando • Hemorragia digesti- chechar e engolir após); ou
va alta; • Avaliação odonto-
Candidíase radioterapia ⁃ Fluconazol via oral em casos mais
lógica;
oral e/ou abrange • Dor epigástrica; graves ou via endovenosa em ca-
esofágica mucosa oral e/ • Raspado da lesão sos de disfagia grave por 7 a 14
• Dispepsia;
ou esofágica. com envio para cul- dias.
• Refluxo gastroeso- tura.
fágico.
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• Esofágica: Fluconazol via oral ou
endovenosa por 14 a 21 dias.
• Antieméticos:
⁃ Corticoide: dexametasona na do-
se de ataque de 4 mg de 12/12h,
⁃ Antagonistas do receptor de sero-
tonina (5-HT3) como ondansetrona;
⁃ Antagonistas do receptor de do-
pamina como metoclorpramida
• Náuseas e vômitos;
(Plasil);
Quando • Hemorragia digesti-
• Teste terapêutico; ⁃ Anti-histamínicos como Dimeni-
radioterapia va alta;
Sintomas • Endoscopia diges- drinato (Dramin);
em região • Dor epigástrica;
gástricos tiva alta (preferen- ⁃ Antagonistas do receptor de neu-
de abdome • Dispepsia; cial). rocinina 1 (NK1) como aprepitanto
superior. • Refluxo gastroeso- (Emend) e fosaprepitanto.
fágico.
• Protetores gástricos como bloquea-
dores de bomba de prótons ou an-
tagonistas do receptor histamíni-
co 2 (H2);
• Pró-cinéticos;
• Escopolamina;
• Analgésicos simples.
482
Complicações oncológicas Cap. 29
• Diagnóstico clínico
(não esquecer de Tratamento não medicamentoso:
solicitar exames de ⁃ Atividade física regular,
• Sensação de mal- diagnósticos dife-
-estar; ⁃ Suporte psicológico.
Independente da renciais como: ane-
Fadiga
região irradiada. • Cansaço; mia sintomática, al- • Não tem um medicamento muito
• Adinamia. terações de tireoide, eficaz para tratar essa toxicidade,
hipófise e adrenal, mas dexametasona 4mg via oral 1
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depressão, entre a 2 vezes por dia costuma ajudar.
outros).
• Geralmente autolimitada;
Quando • Hematúria;
• Analgésicos;
radioterapia • Disúria; • Urina 1,
Cistite actínica • Anticolinérgicos;
em região de • Polaciúria; • Cistoscopia.
abdome inferior. • Hidratação;
• Dor em hipogastro.
• Repouso.
• Fisioterapia pélvica;
Quando • Inibidores seletivos da fosfodiestera-
Disfunção radioterapia • Dificuldade de ter ou • Anamnese; se-5 como Tadalafil e Sildenafil são
erétil em região de manter ereção. • Perfil hormonal. opções de tratamento, mas não cos-
próstata tumam apresentar bons resultados;
• Prótese peniana.
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Complicações oncológicas Oncologia
Quando
radioterapia em • Preservação de óvulos ou esperma-
Infertilidade — —
região de ovários tozoide pré-tratamento.
e testículos.
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Fonte: Raza.16
Fonte: Lima.15
484
Complicações oncológicas Cap. 29
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Complicações oncológicas Oncologia
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Complicações oncológicas Cap. 29
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Complicações oncológicas Oncologia
QUESTÕES COMENTADAS
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Questão 2 Questão 3
(HOSPITAL RIO DOCE DE LINHARES - ES - R1 ACESSO DIRETO – (PROCESSO SELETIVO UNIFICADO DE MINAS GERAIS - MG – R3 CLÍNI-
2020) Um homem de 43 anos, promotor de justiça, CA MÉDICA – 2020) Mulher de 84 anos é levada ao hospital
residente em Vitória/ES, vai ao pronto atendimen- por familiares com o quadro de náuseas, vômitos, pós-
to com o relato de febre há 3 horas. É portador de -alimentares refratários, distensão abdominal gasosa
câncer do reto, sem metástases, e recebeu dose de e constipação intestinal há sete dias. É portadora de
quimioterapia há 8 dias. Não apresenta outras quei- câncer de ovário avançado com carcinomatose pe-
xas. Nega infecções e internações prévias, e não ritoneal, sem tratamento oncológico específico, aca-
possui comorbidades. Ao exame físico, está alerta e mada há mais de 30 dias. Ao exame físico, apresenta
orientado; as mucosas estão coradas e hidratadas. PA 100/70mmHg. FC 105bpm, FR 22irpm, SpO₂ em ar
Os dados vitais são PA: 128 X 78mmHg, FC: 65bpm, ambiente 95%. Mucosas descoradas e desidratadas.
FR: 13ipm, SpO2 98%. Os exames cardiovascular, res- Há distensão abdominal e dor à palpação difusamente.
piratório, do abdômen, da cavidade oral e da região o restante do exame físico não apresenta anormali-
perianal não apresentam anormalidades. Foi admi- dades. a TC de abdome revela dilatação de até 3cm
nistrada dose de piperacilina-tazobactam pela via de alças de delgado, com níveis hidroaéreos, e ponto
intravenosa enquanto se aguardavam os resultados de obstrução no íleo terminal. Assinale o tratamento
dos exames. Exames de laboratório (solicitados na CONTRAINDICADO para esta paciente.
urgência): hemoglobina 8,9g/dL; leucócitos 1.870/
mm3; neutrófilos segmentados 280/mm3; plaquetas ⮦ Dexametasona IV.
95.000/mm3; proteína C reativa 46mg/L; creatinina ⮧ Escopolamina IV.
0,5mg/dL; ureia 15mg/dL; bilirrubina total 0,5mg/dL; ⮨ Metoclopramida IV.
exame de urina: sem anormalidades. Radiografia do
⮩ Octreotide SC.
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⮦ Carbamazepina. Questão 8
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⮩ Aumenta o risco de insuficiência cardíaca quando
(FUNDAÇÃO DE BENEFICÊNCIA HOSPITAL DE CIRURGIA - SE - R1
concomitante com as antraciclinas, de lesão do
ACESSO DIRETO – 2020) Qual a etiologia mais frequente
pericárdio (pericardite constritiva e de doença
como causa da síndrome de veia cava superior?
arterial coronariana.
⮦ Leucemia.
⮧ Câncer de mama. Questão 9
⮨ Câncer de pulmão.
(HOSPITAL RIO DOCE DE LINHARES – ES – R1 ACESSO DIRETO –
⮩ Tuberculose pulmonar.
2020) Um homem de 43 anos, promotor de justiça,
⮪ Mediastinite fibrosante. residente em Vitória/ES, vai ao pronto atendimento
com o relato de febre há 3 horas. É portador de cân-
cer do reto, sem metástases, e recebeu dose de qui-
Questão 7
mioterapia há 8 dias. Não apresenta outras queixas.
(UNIFESP - RJ - R1 ACESSO DIRETO – 2020) Homem, 62 anos Nega infecções e internações prévias, e não possui
de idade, apresenta febre, intensa lombalgia e mau comorbidades. Ao exame físico, está alerta e orien-
estado geral no 13º pós-operatório de prostatecto- tado; as mucosas estão coradas e hidratadas. Os
mia. Considerando-se os sinais de alerta, os exa- dados vitais são PA: 128 X 78 mmHg, FC: 65 bpm,
mes de imagem mais indicados para a avaliação FR: 13 ipm, SpO2 98%. Os exames cardiovascular, res-
da coluna lombar são: piratório, do abdômen, da cavidade oral e da região
perianal não apresentam anormalidades. Foi admi-
⮦ Tomografia computadorizada e cintilografia óssea nistrada dose de piperacilina-tazobactam pela via
⮧ Radiografia convencional e ressonância mag- intravenosa enquanto se aguardavam os resultados
nética dos exames. Exames de laboratório (solicitados na
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Complicações oncológicas Oncologia
⮨ Internação hospitalar e manutenção da pres- (HOSPITAL MUNICIPAL DR. MÁRIO GATTI – SP – R1 ACESSO DIRE-
crição de piperacilina-tazobactam pela via in- TO – 2016) No tratamento do câncer, o efeito adverso
travenosa. mais provável da Cisplatina é:
⮩ Internação hospitalar e substituição do antibió-
tico por cefepime pela via intravenosa. ⮦ Sangramento vaginal.
⮧ Angioedema.
⮨ Esteatorreia.
Questão 10
⮩ Nefrotoxidade.
(PROCESSO SELETIVO UNIFICADO DE MINAS GERAIS – MG – R3
CLÍNICA MÉDICA – 2020) Mulher de 84 anos é levada ao
hospital por familiares com o quadro de náuseas, Questão 13
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vômitos, pós-alimentares refratários, distensão (FUNDAÇÃO DE BENEFICÊNCIA HOSPITAL DE CIRURGIA – SE – R1
abdominal gasosa e constipação intestinal há sete ACESSO DIRETO – 2020) Qual a etiologia mais frequente
dias. É portadora de câncer de ovário avançado com como causa da síndrome de veia cava superior?
carcinomatose peritoneal, sem tratamento oncoló-
gico específico, acamada há mais de 30 dias. Ao ⮦ Leucemia.
exame físico, apresenta PA 100/70 mmHg. FC 105 ⮧ Câncer de mama.
bpm, FR 22 irpm, SpO2 em ar ambiente 95%. Muco-
⮨ Câncer de pulmão.
sas descoradas e desidratadas. Há distensão abdo-
minal e dor à palpação difusamente. O restante do ⮩ Tuberculose pulmonar.
exame físico não apresenta anormalidades. A TC ⮪ Mediastinite fibrosante.
de abdome revela dilatação de até 3 cm de alças
de delgado, com níveis hidroaéreos, e ponto de
obstrução no íleo terminal. Assinale o tratamento
CONTRAINDICADO para essa paciente.
⮦ Dexametasona IV.
⮧ Escopolamina IV.
⮨ Metoclopramida IV.
⮩ Octreotide SC.
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GABARITO E COMENTÁRIOS
ça de metástase óssea para o desenvolvimento de Y Dica do professor: Trata-se de uma obstrução in-
hipercalcemia da malignidade.
testinal maligna. Por ser uma obstrução completa,
Alternativa C: INCORRETA. Não é necessária a presen- é contraindicado uso de pró cinéticos e metoclo-
ça de metástase óssea para o desenvolvimento de pramida (plasil) pelo risco de perfuração intestinal.
hipercalcemia da malignidade. Alternativa A: INCORRETA. Dexametasona 4mg 12/12h
Alternativa D: INCORRETA. neoplasias em geral não é uma das principais medicações para obstrução
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interferem nos níveis séricos de 1,25-hidroxivita- intestinal maligna.
mina D. Alternativa B: INCORRETA. Escopolamina (buscopam)
Alternativa E: CORRETA. ajuda no controle de dor e é indicado para o trata-
mento de obstrução intestinal maligna.
✔ resposta: E
Alternativa C: CORRETA.
Alternativa D: INCORRETA. Octreotide é indicado caso
Questão 2 dificuldade:
ausência de melhora em 3 dias com medidas clí-
Y Dica do professor: Paciente de 43 anos com febre, nicas.
sem comorbidades, estável hemodinamicamente, ✔ resposta: C
em nadir de quimioterapia (8º dia) com neutropenia
280/mm3, sem foco infeccioso definido. Apresenta,
Questão 4 dificuldade:
portanto, diagnóstico de neutropenia febril de baixo
risco, sendo indicado tratamento com amoxicilina- Y Dica do professor: A dexametasona é um dos prin-
-clavulanato 500mg 8/8h e ciprofloxacino 500mg cipais medicamentos utilizados na profilaxia de
8/8h pela via oral. náuseas e vômitos relacionados à quimioterapia.
Alternativa A: CORRETA. Alternativa A: INCORRETA. Carbamazepina não é
Alternativa B: INCORRETA. Meropenem seria indicado utilizada como profilaxia para náuseas e vômitos
em caráter hospitalar em paciente com neutropenia relacionados à quimioterapia.
febril de alto risco. Alternativa B: INCORRETA. Venlafaxina não é utilizada
Alternativa C: INCORRETA. Tazocin e internação se- como profilaxia para náuseas e vômitos relaciona-
riam indicados em paciente com neutropenia febril dos à quimioterapia.
de alto risco. Alternativa C: CORRETA.
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Complicações oncológicas Oncologia
Alternativa A: INCORRETA. Sangramento vaginal não Alternativa C: INCORRETA. Cintilografia óssea auxi-
está relacionado à cisplatina. lia no diagnóstico de metástases ósseas, mas não
consegue avaliar compressão medular.
Alternativa B: INCORRETA. Angioedema não está re-
lacionado à cisplatina. Alternativa D: INCORRETA. Ultrassonografia não é in-
dicado para avaliar compressão medular.
Alternativa C: INCORRETA. Esteatorreia não está re-
lacionado à cisplatina. Alternativa E: INCORRETA. Ultrassonografia não é in-
dicado para avaliar compressão medular.
Alternativa D: CORRETA.
resposta: B
resposta: D
✔
✔
Questão 8 dificuldade:
Questão 6 dificuldade:
Y Dica do professor: Tanto a radioterapia quando
Y Dica do professor: Trata-se de uma síndrome da
administrada em região torácica, quanto as antra-
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veia cava superior. As causas mais comuns são
ciclinas (doxorrubicina) são cardiotóxicas. A cardio-
neoplásicas (90% dos casos), sendo carcinomas
toxicidade da doxorrubicina é secundária aos danos
pulmonares (não pequenas células 50% e peque-
causados pelos radicais livres no tecido miocárdico.
nas células 25%) e Linfomas não Hodgkin (10%) os
A toxicidade aguda não é dose dependente e pode
principais primários associados.
se apresentar como alterações leves no eletrocar-
Alternativa A: INCORRETA. Leucemia não está asso- diograma, até arritmias, sendo que pode ocorrer
ciada à síndrome da veia cava superior. durante ou imediatamente após a primeira dose. Já
Alternativa B: INCORRETA. Câncer de mama não é a toxicidade tardia é dose dependente, irreversível e
uma das neoplasias mais comuns associadas à costuma ser refratária a medidas medicamentosas.
síndrome da veia cava superior. É clinicamente mais importante, podendo se apre-
Alternativa C: CORRETA. sentar com redução de fração de ejeção ventricular
ou insuficiência cardíaca sintomática, sendo que
Alternativa D: INCORRETA. Tuberculose pulmonar não
geralmente ocorre após o término do tratamento.
está associada a síndrome da veia cava superior.
Já a radioterapia promove um processo inflamatório
Alternativa E: INCORRETA. Mediastinite fibrosante
local, tanto no miocárdio, quanto no pericárdio e no
é uma possível causa de síndrome da veia cava
endotélio vascular, podendo causar lesão do pericárdio,
superior, entretanto as neoplasias são as causas
pericardite constritiva e de doença arterial coronariana.
mais comuns.
Alternativa A: INCORRETA. A radioterapia aumenta o
✔ resposta: C risco de insuficiência cardíaca
Alternativa B: INCORRETA. A radioterapia não reduz
o risco de insuficiência cardíaca.
Alternativa C: INCORRETA. A radioterapia causa doen-
ça arterial coronariana.
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✔
✔ resposta: D
Questão 10 dificuldade:
Questão 13 dificuldade:
Y Dica do professor: Trata-se de uma obstrução in-
testinal maligna. Por ser uma obstrução completa, Y Dica do professor: Trata-se de uma síndrome da
é contraindicado o uso de pró-cinéticos e metoclo- veia cava superior. As causas mais comuns são
pramida (plasil) pelo risco de perfuração intestinal. neoplásicas (90% dos casos), sendo carcinomas
pulmonares (não pequenas células 50% e peque-
Alternativa A: INCORRETA. Dexametasona 4 mg 12/12h
nas células 25%) e Linfomas não Hodgkin (10%) os
é uma das principais medicações para obstrução
principais primários associados.
intestinal maligna.
Alternativa B: INCORRETA. Escopolamina (buscopam) Alternativa A: INCORRETA. Leucemia não está asso-
ajuda no controle de dor e é indicado para o trata- ciada à síndrome da veia cava superior.
mento de obstrução intestinal maligna. Alternativa B: INCORRETA. Câncer de mama não é
Alternativa D: INCORRETA. Octreotide é indicado caso uma das neoplasias mais comuns associadas à
ausência de melhora em 3 dias com medidas clínicas. síndrome da veia cava superior.
Alternativa D: INCORRETA. Tuberculose pulmonar não
✔ resposta: C
está associada à síndrome da veia cava superior.
Alternativa E: INCORRETA. Mediastinite fibrosante
Questão 11 dificuldade: é uma possível causa de síndrome da veia cava
Y Dica do professor: A dexametasona é um dos prin- superior, entretanto as neoplasias são as causas
cipais medicamentos utilizados na profilaxia de mais comuns.
náuseas e vômitos relacionados à quimioterapia. ✔ resposta: C
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