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TECNOLOGIA E ANESTESIA
Os avanços tecnológicos continuam possibilitando aos
profissionais do sistema de cuidados de saúde avançar em
direção à realização de procedimentos mais complexos e que
sejam menos invasivos e, portanto, causem menos morbidade
durante a fase de recuperação da cirurgia (Rothrock, 2014). A
inovadora tecnologia da microcirurgia de alta definição e do laser
possibilita reparos teciduais cada vez mais minuciosos, resultando
em regeneração tecidual acelerada. Equipamentos sofisticados de
derivação cardiovascular e técnicas minimamente invasivas (p.
ex., tecnologia assistida por robôs) transformaram muitas cirurgias
em procedimentos ambulatoriais (Finkelstein, Rabino, Mashiach,
et al., 2014).
Os avanços na metodologia da anestesia complementam os
avanços na tecnologia cirúrgica. Os métodos modernos para
alcançar a permeabilidade das vias respiratórias, os dispositivos
de monitoramento sofisticados e os novos agentes farmacológicos
– como os anestésicos de ação rápida – proporcionaram um
ambiente mais seguro para a cirurgia. Antieméticos eficazes
reduziram as náuseas e os vômitos. A melhora no manejo da dor
pós-operatória e os procedimentos e tempos de recuperação mais
curtos têm melhorado a experiência operatória de pacientes
cirúrgicos.
Box
Ex atório
Período ré-operatório
é-admissão
1. Começ valiaç é-operat
2. taç te
3. Envolv trevista
4. Veri c omplementar é-operat or ealizados
5. Veri c compr prescriç pré-operat especí c dadas
ur epar testino é-operatório)
6. Disc ument estament
7. planejament ava nec pacient de
transport operatórios
Admissão ao centro cirúrgico
1. Reiter valiaç é-operatória
2. Av omplicaç operatórias
3. Rela
4. Veri c onsentiment ur
5. Coor orientaç paciente c c de
enf
Administração da medicação pré-
anestésica
O uso de medicação pré-anestésica é mínimo na cirurgia realizada
em ambulatório ou consultório. Se for prescrita, normalmente é
administrada na área de espera pré-operatória. Se for
administrada medicação pré-anestésica, o paciente é mantido no
leito com as grades laterais elevadas, porque a medicação pode
causar tonturas e sonolência. Durante esse tempo, o enfermeiro
observa o paciente quanto a qualquer reação indesejada aos
medicamentos. As imediações são mantidas tranquilas para
promover o relaxamento. Algumas instituições colocam música
clássica calma no ambiente (Thompson et al., 2014).
Muitas vezes, a cirurgia é adiada ou o seu horário, trocado, o
que impossibilita a solicitação de que uma medicação seja
administrada em um momento específico. Nessas situações, a
medicação pré-operatória é prescrita para “assim que chamado à
SO”. O enfermeiro pode deixar o medicamento pronto para ser
administrado assim que receber a ligação da equipe do centro
cirúrgico. Em geral, leva-se de 15 a 20 minutos para preparar o
paciente para a SO. Se o enfermeiro administrar a medicação
antes de atender a outros detalhes do preparo pré-operatório, o
paciente terá ao menos o benefício parcial da medicação pré-
operatória e terá um curso anestésico e operatório suave.
Figura 17.2 Exemplo de lista de verificação pré-operatória.
Box
A t é-operatório
, te:
6
• Discut eocupaç om
ãos
• V tendiment aç é-anestésic al
• Discut ermeir o
• Discut eir ent aso
• S onselheir aso
• Parec
Diminuiç , te:
• Discut o c pr saúde c conselheiro
V tendiment eraç orpor adas
•
duraç erações
Compr ervenç gica, te:
• Par prepar pré-operatório conf apr (p e preparo
intestinal
• Demonstr descrev exer dever faz pós-
operatório
• Comen ormaç operatórios
• Ac aç é-anestésic escrita
• Permanec é-medicação
• ant ansport entr úrgica
• C ativ terais
• Discut xpectativ operatórias
ermeir esista.
Boxe 7.9
AMBIENTE CIRÚRGICO
O ambiente cirúrgico é conhecido por sua aparência rígida e
temperatura baixa. A SO tem portas duplas e o acesso é limitado a
funcionários autorizados devidamente trajados. As precauções
incluem a adesão aos princípios de assepsia cirúrgica; é necessário
controle rigoroso do ambiente, incluindo o uso de salas de fluxo
laminar de ar como indicado para o procedimento cirúrgico e a
diminuição do ruído, bem como o número de aberturas das portas
da SO (Pada & Perl, 2015). As políticas que regem este ambiente
abordam questões como a saúde dos funcionários, a limpeza das
Objetivos de aprendizagem
Ap apítulo oc
1 Descrev abor inter atendiment pacient durante
urgia.
2 Especi c úrgica.
3 Descrev funç c membr cirúrgic durant fase
intraoperat uidado.
4 Identi c eit ur esia.
5 Identi c fator risc cirúrgic r c especí ca
tervenç os.
6 Compar anest respeit usos vantagens,
desvan ermagem.
7 Aplic proc enf par r paciente
durant traoperatório.
Glossário
agent anestésico: c produt químic gás para
esia
anestesia: esta narcose (depr grav sist nerv centr induzida
t ológicos)
anest anestesista: médic especiali administraç de
anest orament ondiç t ant urgia
gica: micror ambient cirúrgic par reduzir
ecção
c orada: volv ada
ermeir esista
enfermeir circulante: enfermeir coor documen atendiment ao
pacient ação
hipert maligna: condiç rar potencialment fatal desenc pela
exposiç agent anestésicos aument drástic e
descontr oxidativ músc esquelétic e,
consequentemente sobrecarr c c fornec oxigênio,
remov dió de c regular temperatur corporal S f tratada,
ev par c circulat mort vez her c uma
doenç ossômic te
cirúrgico: enfermeiro técnic enf outro
pr vest tr cirúrgic estéril prepara
instrument mat entr instrument par cirur durant o
procedimento
laparoscópio: endoscóp atrav de uma
ca articulação t br óptic par projetar
e tempo r estruturas monit outr pequenas
possibilitam inserç instrument par cirurgia
laparoscópica
primeir assistente: membr equi cirúrgic c r são,
entr outras tecidos propor exposiç c cirúrgico,
sutur t
sedaç moderada: ant sedaç consciente consist sedação
par dim nív c alter c pacient de
mant respirat desobstr r físic e
c erbais
z restrita: ár operaç interfac c outros
departament ecepç t a
z restrita: ár operaç nec r máscaras
cirúrgic aç opriament entr éreis
z estrita: ár s operaç ex tr cirúrgic pode
ument úrgic ocessados
EQUIPE CIRÚRGICA
A equipe cirúrgica é formada por: paciente, anestesiologista
(médico) ou enfermeiro anestesista, cirurgião, enfermeiros, técnicos
cirúrgicos e primeiro assistente ou técnicos de enfermagem. O
anestesiologista ou o enfermeiro anestesista administra o agente
anestésico (substância utilizada para induzir a anestesia) e
monitora o estado físico do paciente durante toda a cirurgia. O
cirurgião, o enfermeiro instrumentador, os técnicos em enfermagem
e os assistentes fazem a assepsia e realizam a cirurgia. A pessoa
que atua como instrumentador cirúrgico, que pode ser um
enfermeiro ou técnico de enfermagem, entrega instrumentos
esterilizados e suprimentos para o cirurgião durante o procedimento,
prevendo as necessidades cirúrgicas conforme o caso cirúrgico
progride. O enfermeiro ou técnico circulante coordena o atendimento
do paciente na SO, o que inclui planejar e ajudar a posicionar o
paciente, preparar o local para a cirurgia, manejar amostras
cirúrgicas, prever as necessidades da equipe cirúrgica e documentar
eventos intraoperatórios. A colaboração da equipe cirúrgica central,
com práticas baseadas em evidências adaptadas ao caso
específico, proporciona o cuidado ideal ao paciente e os melhores
resultados.
Paciente
Conforme o paciente entra na SO, ele pode se sentir tanto relaxado
e preparado quanto com medo e altamente estressado. Esses
sentimentos dependem, em grande medida, da cronologia e da
magnitude da sedação pré-operatória, das orientações pré-
operatórias e do próprio indivíduo. O medo da perda de controle, do
desconhecido, da dor, da morte, das mudanças na estrutura do
corpo, no aspecto ou na função e da disrupção do estilo de vida
contribui para a ansiedade. Este medo pode aumentar a dose de
medicação anestésica necessária, o nível de dor pós-operatória e o
tempo total de recuperação (ver discussão sobre estresse no
Capítulo 6).
O paciente está sujeito a vários riscos. Os resultados incomuns,
mas possíveis, da experiência cirúrgica são: infecção, falha na
cirurgia para aliviar os sintomas ou corrigir uma deformidade;
complicações temporárias ou permanentes relacionadas com o
procedimento ou com o agente anestésico; morte (Boxe 18.1). Além
dos medos e riscos, o paciente submetido a sedação e anestesia
perde temporariamente tanto a função cognitiva quanto os
mecanismos biológicos de autoproteção. A perda da sensibilidade
dolorosa, dos reflexos e da capacidade de se comunicar sujeita o
paciente intraoperatório a possíveis lesões. O enfermeiro da SO é o
defensor do paciente durante a realização da cirurgia.
Box
Pot eit ur esia
Enfermeiro circulante
O enfermeiro circulante, um enfermeiro ou técnico de enfermagem
qualificado, trabalha em colaboração com os cirurgiões,
anestesistas e outros profissionais de saúde para planejar o melhor
curso de ação para cada paciente (Rothrock, 2014). Neste papel de
liderança, o enfermeiro circulante gerencia a SO e protege a
segurança e a saúde do paciente, acompanhando as atividades da
equipe cirúrgica, verificando as condições da SO e avaliando
continuamente o paciente em busca de sinais de lesão, bem como
implementando intervenções apropriadas. A principal
riscos associados à fumaça generalizada produzida pelas unidades
de eletrocautério convencionais.
EXPERIÊNCIA CIRÚRGICA
Durante o procedimento cirúrgico, o paciente precisa de sedação,
analgesia ou alguma combinação destes. São muitos os agentes de
anestesia de baixo risco disponíveis para escolha.
■ Inalação
Os agentes anestésicos inalados incluem os agentes líquidos
voláteis e os gases. Os agentes anestésicos líquidos voláteis
produzem anestesia quando seus vapores são inalados. Alguns
agentes de inalação comumente utilizados estão descritos na Tabela
18.1. Todos são administrados em combinação com o oxigênio e,
em geral, também com o óxido nitroso.
Líquidos voláteis
Sevo uranoa Inalação Indução e excreção Tosse e laringospasmo; Monitorar à procura de sinais
rápida; efeitos gatilho para de hipertermia maligna
colaterais mínimos hipertermia maligna
Des urano Inalação Indução rápida e de Irritação das vias Monitorar em busca de sinais
emergência; respiratórias; gatilho de hipertermia maligna e
toxicidade para para hipertermia arritmias
órgãos rara maligna
Gases
Óxido Inalação Indução e recuperação Relaxante fraco Mais útil em conjunto com
nitroso (método rápida outros agentes de ação
Anestésico fraco
(N2O) semifechado) mais prolongada
Não in amável
Pode provocar hipoxia
Monitorar em busca de sinais
Útil com o oxigênio para
de dor torácica, náuseas e
procedimentos de
vômitos, hipertensão
curta duração
arterial e acidente vascular
Útil com outros agentes encefálico
para todos os tipos
de cirurgia
Oxigênio Inalação Pode aumentar o O2 Altas concentrações são Aumento do risco de incêndio,
(O2) disponível aos perigosas quando utilizado com
tecidos lasers
a
Atualmente .
A Associa PeriOperativ Register (A Association
PeriOperativ Register (A standards rec practice and
guidelines enver uthor.
■ Administração intravenosa
A anestesia geral também pode ser produzida pela administração
intravenosa de vários anestésicos e analgésicos, tais como
barbitúricos, benzodiazepínicos, hipnóticos não barbitúricos,
agentes dissociativos e agentes opioides. A Tabela 18.2 lista
agentes anestésicos e analgésicos intravenosos comumente
administrados, incluindo medicamentos intravenosos usados como
relaxantes musculares no intraoperatório. Esses medicamentos
podem ser administrados para induzir ou manter a anestesia.
Embora sejam frequentemente usados em combinação com
agentes anestésicos inalatórios, podem ser administrados
isoladamente. O seu uso também é considerado para produzir
sedação moderada, conforme discutido adiante neste capítulo.
Uma vantagem da anestesia intravenosa é que o início da
anestesia é agradável; não há zumbido, ruídos ou tontura que
acompanham a administração de um agente anestésico inalatório. A
duração da ação é breve, e o paciente acorda com poucas náuseas
ou vômitos.
Os agentes anestésicos intravenosos não são explosivos,
exigem poucos equipamentos e são fáceis de administrar. A baixa
incidência de náuseas e vômitos no pós-operatório torna o método
útil para a cirurgia oftalmológica, porque, neste caso, os vômitos
aumentariam a pressão intraocular e colocariam em perigo a visão
no olho operado. A anestesia intravenosa é útil para procedimentos
de curta duração, mas é usada com menos frequência em
procedimentos prolongados de cirurgia abdominal. Não é indicada
para pacientes que precisam de intubação por causa de sua
suscetibilidade à obstrução respiratória. A combinação de agentes
intravenosos anestésicos inalados proporciona uma experiência
efetiva e sem intercorrências para o paciente, com um despertar
controlado após a cirurgia.
Atracúrio, besilato Intubação; Sem efeitos Requer refrigeração; Bolus IV rápido; usar
manutenção do cardiovasculares ou liberação de com cautela em
relaxamento do cumulativos histamina pacientes
músculo signi cativos; bom pequena; geriátricos e
esquelético em caso de lesão categoria de risco debilitados
renal na gravidez C; não
misturar com
solução de lactato
de Ringer ou
soluções alcalinas,
como barbitúricos
Diazepam Amnésia; hipnótico; Boa sedação Ação prolongada Efeitos residuais por 20
alivia a ansiedade; a 90 h; álcool etílico
pré-operatório potencializa o
efeito
Midazolam Hipnótico; ansiolítico; Excelente amnésia; Indução mais lenta Muitas vezes usado
sedação; hidrossolúvel (sem do que a do para amnésia em
frequentemente dor na injeção IV); tiopental casos de inserção
usa-do como ação rápida de monitores
adjuvante para a invasivos ou
indução anestesia regional;
deprime todos os
níveis do SNC,
incluindo o sistema
límbico e a
formação reticular,
provavelmente pelo
aumento da ação
do GABA, que é o
principal
neurotransmissor
inibitório do
encéfalo
Metoexital sódico Indução; metoexital Barbitúrico de ação Pode causar soluços Pode ser administrado
diminui a ultrarrápida VR
atividade do
encéfalo e do
sistema nervoso
■ Anestesia peridural
A anestesia peridural é obtida por meio da injeção de um agente
anestésico local no espaço epidural que circunda a dura-máter da
medula espinal (Figura 18.4). O medicamento administrado difunde-
se através das camadas da medula espinal para fornecer anestesia
e analgesia (AORN, 2014; ASPAN, 2015). Em contraste, a
raquianestesia envolve a injeção através da dura-máter no espaço
subaracnóideo que circunda a medula espinal. A anestesia peridural
bloqueia as funções sensitivas, motoras e autônomas; difere da
raquianestesia pelo local da injeção e pela quantidade de agente
anestésico utilizado. As doses epidurais são muito maiores, porque
o agente anestésico epidural não entra em contato direto com a
medula espinal nem com as raízes nervosas (AORN, 2014; ASPAN,
2015).
Uma vantagem da anestesia peridural é a ausência de cefaleia
que pode resultar da raquianestesia. Uma desvantagem é o maior
desafio técnico de introduzir o agente anestésico no espaço
epidural, em vez de no espaço subaracnóideo. Se ocorrer a punção
inadvertida da dura-máter durante a anestesia peridural e o agente
anestésico se deslocar em direção à cabeça, pode resultar em
raquianestesia alta; isso pode causar hipotensão grave e depressão
e parada respiratória. O tratamento dessas complicações inclui o
suporte das vias respiratórias, a administração de soluções
intravenosas e o uso de vasopressores.
■ Raquianestesia
A raquianestesia é um bloqueio significativo da condução nervosa
induzido quando um anestésico local é introduzido no espaço
subaracnóideo, no nível lombar, geralmente entre a quarta e a
quinta vértebras lombares (ver Figura 18.4). Provoca anestesia dos
membros inferiores, períneo e abdome inferior. Para o procedimento
de punção lombar, o paciente geralmente fica deitado de lado, com
os joelhos tocando o tórax. Utiliza-se técnica asséptica conforme é
realizada a punção espinal e o medicamento é injetado através da
agulha. Assim que a injeção é aplicada, o paciente é posicionado
em decúbito dorsal. Se for necessário um nível relativamente
elevado de bloqueio, a cabeça e os ombros são abaixados.
A propagação do agente anestésico e o nível de anestesia
dependem da quantidade de agente injetado, da velocidade com
que é injetado, do posicionamento do paciente após a injeção e da
gravidade específica do agente. Se a gravidade específica for maior
que a do líquido cerebrospinal (LCS), o agente se move para a
posição mais baixa no espaço subaracnóideo. Se a densidade
específica for menor que a do LCS, o agente anestésico se afasta
da posição mais baixa. O anestesiologista ou o enfermeiro
anestesista controla a administração do agente. A Tabela 18.3
apresenta agentes de anestesia regional específicos.
específicos.
Agente Administração Vantagens Desvantagens Implicações/Considerações
Tetracaína Tópica, in ltração e Ação prolongada, Reação alérgica > 10 vezes mais potente do
bloqueio de nervo promove bom ocasional que a procaína
relaxamento
IV travenosa.
COMPLICAÇÕE POTENCIAIS
INTRAOPERATÓRIAS
O paciente cirúrgico está sujeito a vários riscos. As potenciais
complicações intraoperatórias incluem recuperação não intencional
da consciência no período perioperatório, náuseas e vômitos,
anafilaxia, hipoxia, hipotermia e hipertermia maligna. Nos EUA, o
Surgical Care Improvement Project (SCIP) estabeleceu uma meta
nacional para reduzir as complicações cirúrgicas. Áreas específicas
incluem as infecções de local cirúrgico, bem como as complicações
cardíacas, respiratórias e venosas tromboembólicas (Joint
Commission, 2016).
Náuseas e vômitos
Náuseas e vômitos, ou regurgitação, podem ocorrer em pacientes
durante o período intraoperatório. Se ocorrerem engasgos, vira-se o
paciente para o lado, abaixa-se a cabeceira da mesa e fornece-se
uma cuba-rim para coletar o vômito. Por meio de aspiração,
removem-se a saliva e o conteúdo gástrico vomitado. O advento dos
agentes anestésicos modernos tem reduzido a incidência de
náuseas e vômitos; no entanto, não há uma maneira específica de
preveni-los. A melhor abordagem é a interdisciplinar, envolvendo o
cirurgião, o anestesiologista ou o enfermeiro anestesista e o
enfermeiro (Crosson, 2015).
Em alguns casos, o anestesiologista ou o enfermeiro anestesista
administra antieméticos no período pré-operatório ou durante a
cirurgia, a fim de neutralizar uma possível aspiração. Se o paciente
aspirar o vômito, é deflagrada uma crise de asma brônquica, com
broncospasmos intensos e sibilos. Posteriormente, pode-se
desenvolver pneumonite e edema pulmonar, levando à hipoxia
extrema. Está aumentando a atenção médica para a regurgitação
silenciosa do conteúdo gástrico (não relacionada com o tempo de
jejum pré-operatório), que ocorre com mais frequência do que se
pensava anteriormente. O volume e a acidez do aspirado
determinam a extensão das lesões nos pulmões. Os pacientes
podem receber ácido cítrico e citrato de sódio, um antiácido claro e
não particulado, para aumentar o pH do líquido gástrico, ou um
antagonista do receptor histamina-2 (H2), como a cimetidina, a
ranitidina ou a famotidina, para diminuir a produção de ácido
gástrico (Rothrock, 2014).
Ana laxia
Toda vez que o paciente entra em contato com uma substância
estranha, ele pode ter uma reação anafilática. Como os fármacos
são a causa mais comum de anafilaxia, os enfermeiros no
intraoperatório devem estar cientes sobre qualquer alergia do
paciente, bem como o tipo e o método de anestesia utilizados,
inclusive os agentes específicos (Bourdon, 2015). Uma reação
anafilática pode ocorrer em resposta a muitos medicamentos, látex
ou outras substâncias. A reação pode ser imediata ou tardia. A
anafilaxia pode ser uma reação com risco à vida.
A alergia a látex – a sensibilidade a produtos confeccionados
com látex de borracha natural – tornou-se mais prevalente, exigindo
a capacidade de resposta de alerta entre os profissionais da saúde.
A alergia se manifesta com urticária, asma, rinoconjuntivite e
anafilaxia (Australasian Society of Clinical Immunology and Allergy
[ASCIA], 2015). Se os pacientes declaram que têm alergia ao látex,
mesmo que estejam vestindo látex em suas roupas, o tratamento
deve ser livre de látex. Na SO, muitos produtos não contêm látex,
com a notável exceção dos cateteres de látex mais flexíveis. Nos
casos cirúrgicos, deve-se usar luvas sem látex, prevendo-se uma
possível alergia; se não houver alergia, a equipe pode substituí-las
por outras luvas após o início da cirurgia, se desejado.
Em vários procedimentos cirúrgicos são utilizados selantes de
fibrina. Com adesivos de tecido de cianoacrilato, as feridas são
fechadas sem o uso de suturas. Esses selantes têm sido implicados
em reações alérgicas e anafilaxia (Rothrock, 2014). Embora tais
reações sejam raras, o enfermeiro deve estar alerta para essa
possibilidade e examinar o paciente em busca de alterações nos
sinais vitais e sintomas de anafilaxia quando esses produtos forem
utilizados (ver discussão sobre sinais, sintomas e tratamento da
anafilaxia e choque anafilático nos Capítulos 14 e 37).
Hipotermia
Durante a anestesia, a temperatura do paciente pode cair. O
metabolismo da glicose está reduzido e, como resultado, pode
ocorrer acidose metabólica. Este estado chamado de hipotermia é
indicado por temperatura corporal menor do que a normal (36,6°C
ou menos). A hipotermia inadvertida pode decorrer das baixas
temperaturas na SO, da infusão de soluções frias, da inalação de
gases frios, de feridas ou cavidades corporais abertas, da
diminuição da atividade muscular, da idade avançada ou dos
agentes farmacêuticos utilizados (p. ex., vasodilatadores,
fenotiazinas, anestésicos gerais). A hipotermia pode deprimir a
atividade neuronal e diminuir a necessidade celular de oxigênio
abaixo dos níveis mínimos normalmente necessários para a
manutenção da viabilidade celular. Este resultado, por vezes, é
pretendido para proteger a função durante alguns procedimentos
cirúrgicos (p. ex., endarterectomia da carótida, circulação
extracorpórea) (Barash et al., 2013).
A hipotermia não intencional precisa ser evitada. Se ocorrer,
deve ser minimizada ou revertida. Se a hipotermia foi intencional, o
objetivo é o retorno seguro à temperatura corporal normal. A
temperatura ambiente no centro cirúrgico pode ser temporariamente
fixada em 25°C a 26,6°C. Soluções intravenosas e de irrigação são
aquecidas a 37°C. Vestimentas e campos molhados são removidos
imediatamente e substituídos por materiais secos, porque os itens
molhados promovem a perda de calor. Também podem ser
utilizados cobertores de ar quente e mantas térmicas em áreas não
expostas à cirurgia. Além disso, minimizar a área do paciente que é
exposta ajuda a manter a temperatura interna. Independentemente
do método utilizado para reaquecer o paciente, o aquecimento deve
ser realizado de modo gradual, não rapidamente. É necessário
monitoramento criterioso da temperatura central, da diurese, do
ECG, da pressão arterial, da gasometria arterial e dos níveis de
eletrólitos séricos. Existem muitos produtos no mercado (p. ex.,
cobertores, aquecimento do paciente por convecção) utilizados
durante os cuidados perioperatórios para manter a normotermia
(Erdling & Johansson, 2015; Sobczak, 2014).
Hipertermia maligna
A hipertermia maligna é uma doença muscular hereditária, rara,
quimicamente induzida por agentes anestésicos (Rothrock, 2014).
Essa doença pode ser desencadeada por miopatias, estresse
emocional, insolação, síndrome neuroléptica maligna, exercício
extenuante e traumatismo. Ocorre em 1 em cada 50 mil a 100 mil
adultos. Relata-se que a taxa de mortalidade da hipertermia maligna
é tão elevada quanto 70%; no entanto, com o reconhecimento
imediato e tratamento rápido, diminui para menos de 10% (Isaak &
Steigler, 2015). As pessoas suscetíveis incluem aquelas com
músculos fortes e volumosos, história pregressa de cãibras
musculares ou fraqueza muscular e elevação inexplicável da
temperatura, assim como a morte inexplicável de um familiar
durante a cirurgia, que foi acompanhada por uma resposta febril
(Isaak & Steigler, 2015).
Fisiopatologia
Durante a anestesia, agentes potentes como os fármacos
anestésicos inalatórios (p. ex., halotano, enflurano, isoflurano) e
relaxantes musculares (succinilcolina) podem desencadear os
sintomas de hipertermia maligna (Rothrock, 2014). O estresse e
alguns medicamentos – como simpaticomiméticos (epinefrina),
teofilina, aminofilina, anticolinérgicos (atropina) e glicosídios
cardíacos (digitálicos) – podem induzir ou intensificar uma reação.
A fisiopatologia da hipertermia maligna está relacionada com
uma condição hipermetabólica que envolve a alteração de
mecanismos na função do cálcio nas células do músculo
esquelético. Este desequilíbrio do cálcio provoca sintomas clínicos
de hipermetabolismo, que, por sua vez, aumenta a contração
muscular (rigidez) e provoca a hipertermia com subsequentes
lesões ao sistema nervoso central.
Manifestações clínicas
Os sinais/sintomas iniciais da hipertermia maligna são, em geral,
atividades cardiovascular, respiratória e musculoesquelética
anormal. A taquicardia (frequência cardíaca acima de 150 bpm)
pode ser um primeiro sinal. A estimulação do sistema nervoso
simpático também causa arritmias ventriculares, hipotensão,
diminuição do débito cardíaco, oligúria e, mais tarde, parada
cardíaca. A hipercapnia, um aumento do dióxido de carbono (CO2),
pode ser um sinal respiratório precoce. Com o transporte anormal
de cálcio, ocorrem rigidez ou movimentos tetânicos, muitas vezes na
mandíbula. A rigidez muscular generalizada é um dos primeiros
sinais. A elevação da temperatura é, na verdade, um sinal tardio que
se desenvolv rapidamente; a temperatura corporal pode aumentar
em 1°C a 2°C a cada 5 min, e a temperatura interna do corpo pode
exceder 42°C (Rothrock, 2014).
Manejo clínico
É essencial reconhecer os sintomas precocemente e interromper a
anestesia prontamente (Isaak & Steigler, 2015). Os objetivos do
tratamento são diminuir o metabolismo, reverter a acidose
metabólica e respiratória, corrigir arritmias, diminuir a temperatura
corporal, fornecer oxigênio e nutrientes aos tecidos e corrigir o
desequilíbrio eletrolítico. A Malignant Hyperthermia Association of
the United States (MHAUS) publicou um protocolo de tratamento
que deve ficar exposto na SO e estar prontamente disponível no
carrinho para atendimento da hipertermia maligna (ver a seção
Recursos).
A anestesia e a cirurgia devem ser adiadas. No entanto, se
houver disponibilidade de monitoramento do CO2 final expirado e
dantroleno sódico, e o anestesista for experiente no manejo da
hipertermia maligna, pode-se prosseguir com a cirurgia usando um
agente anestésico diferente (Barash et al., 2013). Embora a
hipertermia maligna geralmente se manifeste cerca de 10 a 20
minutos após a indução da anestesia, também pode ocorrer nas
primeiras 24 horas após a cirurgia.
Manejo de enfermagem
Embora a hipertermia maligna seja rara, o enfermeiro precisa
identificar os pacientes em risco, reconhecer os sinais e sintomas,
ter disponíveis os medicamentos e equipamentos adequados, bem
como estar bem informado quanto ao protocolo a cumprir. O preparo
pode salvar a vida do paciente.
PROCESSO DE ENFERMAGEM
Avaliação
A avaliação de enfermagem do paciente intraoperatório abrange a
obtenção dos dados do paciente e de seu prontuário para
identificar os fatores que podem afetar o cuidado. Os dados
servem como diretrizes para um plano de cuidado individualizado
para o paciente. O enfermeiro na fase intraoperatória implementa
a avaliação pré-operatória de enfermagem específica e a
documenta no prontuário do paciente. Isso inclui o exame do
estado fisiológico (p. ex., nível de saúde-doença, nível de
consciência), do estado psicossocial (p. ex., nível de ansiedade,
problemas de comunicação verbal, mecanismos de
enfrentamento), do estado físico (p. ex., local da cirurgia, condição
da pele e eficácia do preparo; mobilidade das articulações) e
preocupações éticas.
Diagnóstico
Diagnóstic ermagem
Com base nos dados da avaliação, os principais diagnósticos de
enfermagem podem incluir os seguintes:
• Ansiedade, relacionada com preocupações ambientais ou
cirúrgicas
• Risco de resposta alérgica ao látex, em razão da possível
exposição ao látex no ambiente da SO
• Risco de lesã perioperatória de posicionamento, relacionada
com o posicionamento na SO
• Risco de lesão relacionada com anestesia e cirurgia
• Risco de comprometimento da dignidade humana, relacionado
com anestesia geral ou sedação.
Planejamento etas
As principais metas para o cuidado do paciente durante a cirurgia
são reduzir a ansiedade, proporcionar ambiente sem látex, manter
o paciente livre de lesões de posicionamento ou de outras lesões,
manter sua dignidade e mantê-lo sem complicações.
Intervenções e nfermagem
Reduç
O ambiente da SO pode parecer frio, austero e assustador para o
paciente, que pode estar se sentindo isolado e apreensivo.
Apresentar-se, dirigir-se calorosamente e com frequência ao
paciente pelo nome, verificar detalhes, fornecer explicações e
incentivar e responder a perguntas promovem uma sensação de
profissionalismo e simpatia que pode ajudar o paciente a se sentir
seguro e protegido. Ao explicar o que o paciente pode esperar na
cirurgia, o enfermeiro usa habilidades básicas de comunicação,
como o toque e o contato ocular, para reduzir a ansiedade. A
atenção ao conforto físico (cobertores quentes, acolchoamento e
mudanças de posição) ajuda o paciente a se sentir mais
confortável. Informar ao paciente quem mais estará presente na
SO, quanto tempo o procedimento deve levar e outros detalhes
ajuda o paciente a se preparar para a experiência e a adquirir
sensação de controle.
O enfermeiro circulante pode ajudar a diminuir a ansiedade
durante a indução usando técnicas como a imaginação guiada,
falando sobre o lugar favorito do paciente, ou pedindo que se
imagine andando pela praia, ou por uma floresta, com voz suave e
usando contato visual, se for culturalmente apropriado.
Reavaliação
Os resultados esperados incluem:
1. O paciente exibe baixo nível de ansiedade enquanto acordado
durante a fase intraoperatória de cuidado.
2. Não apresenta sinais/sintomas de alergia ao látex.
3. Permanece livre de lesão perioperatória por posiciona-mento.
4. Não experimenta ameaças inesperadas à segurança.
5. Tem a dignidade preservada ao longo da experiência cirúrgica.
6. Mantém-se sem complicações (p. ex., náuseas e vômitos,
anafilaxia, hipoxia, hipotermia, hipertermia maligna ou
trombose venosa profunda) ou tem o manejo bem-sucedido de
efeitos adversos da cirurgia e anestesia, caso eles ocorram.
1 Um homem de 48 anos de idade está com cirurgia abdominal assistida por robô sob anestesia geral
programada. Há evidências de que seu posicionamento intraoperatório tenha algum efeito sobre seus sinais vitais? Qual é
a melhor evidência de como seus sinais vitais devem ser monitorados? Quais são as melhores práticas que o enfermeiro da
SO deve implementar para apoiar o paciente e a equipe da SO durante essa cirurgia minimamente invasiva?
2 Uma mulher de 66 anos de idade com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) está com procedimento eletivo em
sua face programado. Ela está com di culdade para respirar, está agitada e não consegue car deitada na mesa cirúrgica.
Quais ações o enfermeiro circulante deve tomar para melhorar a respiração da paciente e aliviar sua agitação? Quais
complicações podem ocorrer? Quais medidas de segurança devem ser implementadas?
3 Identi que as prioridades, as avaliações e as intervenções de enfermagem que você implementaria para uma
mulher de 76 anos de idade com di culdade auditiva e que esteja sob raquianestesia para se submeter à artroplastia total
do joelho. Como suas prioridades, abordagem e técnicas difeririam se a paciente estivesse sob anestesia geral?
Entenda as diferenças entre Anestesia, Analgesia e Sedação.
Apesar de terem objetivos semelhantes - eliminar a sensação de dor - são procedimentos diferentes.
Postado por Dr.Rodrigo Pereira Paez
Fonte: ABCMED, 2019. "Diferenças entre anestesia, analgesia e sedação". Autorizado sob licença CC BY-ND
3.0 BR 13/06/2019
• Notícia / Cardiologia
O que é anestesia?
A anestesia refere-se à cessação induzida da percepção dolorosa. Existem três tipos diferentes de anestesias:
1. Anestesia geral implica na perda reversível e controlada da consciência, o que significa que o paciente não
consegue sentir, ouvir ou lembrar de nada. Algumas funções fisiológicas essenciais são suspensas, como a res-
piração, por exemplo, e têm de ser mantidas artificialmente. Paralelamente, o paciente recebe drogas que desfa-
zem o tônus muscular e paralisam os movimentos. No final da anestesia geral, as drogas que a induzem e a
mantêm são interrompidas e os pacientes recebem agentes para reverter todos os seus efeitos. A anestesia geral
é usada em cirurgias de grande porte, sobretudo naquelas que envolvem abertura da cavidade torácica ou abdo-
minal.
2. A anestesia regional torna uma região do corpo incapaz de sentir dor, sem abolir a consciência. É o que
acontece na anestesia raquidiana ou peridural, em que a pessoa fica anestesiada da cintura para baixo. Esse
tipo de anestesia pode ser empregado em intervenções na metade inferior do corpo, como partos, por exemplo.
Outros exemplos são os bloqueios anestésicos de troncos nervosos, usados para possibilitar procedimentos ci-
rúrgicos nas extremidades ou para aliviar dores intratáveis.
3. A anestesia local torna uma pequena área focal incapaz de sentir dor. É utilizada, por exemplo, em peque-
nas cirurgias, como retirada de um cisto dérmico, pequenas suturas ou extração de dentes.
Na maioria das formas de anestesia, os pacientes são pré-medicados (sedados) antes da cirurgia para ajudá-los
a relaxar e se tornarem menos ansiosos. Os medicamentos mais utilizados para este processo são os benzodi-
azepínicos.
O que é analgesia?
A analgesia é definida simplesmente como alívio da dor, sem afetar os níveis de consciência dos pacientes. As
drogas capazes de produzir tais efeitos — os analgésicos — apenas provocam a ausência ou o amortecimento
da dor sem alterar a consciência. Os analgésicos são uma classe extensa de medicamentos, que se dividem em
dois tipos básicos:
• A analgesia periférica é um tipo de ação do sistema nervoso que controla a entrada da informação dolorosa,
antes dela chegar no córtex cerebral. Nesse sentido, o intuito da analgesia periférica é reduzir a aferência do
estímulo doloroso, reduzindo o desequilíbrio eletrolítico entre o interior e o exterior das células.
• A analgesia central refere-se a ações que têm origem em áreas mais superiores do sistema nervoso, mas
que tem o mesmo intuito, de reduzir a aferência da dor.
• Na analgesia descendente, áreas do sistema nervoso central projetam-se para baixo e tentam regular e blo-
quear os níveis de entrada das informações dolorosas periféricas no cérebro.
O que é sedação?
A sedação é a depressão também controlada da consciência, que torna o paciente um pouco menos consciente
de si mesmo e do ambiente. Nesse estado, os pacientes podem estar sonolentos, mas não inconscientes. Não
sentirão a dor, mas estarão cientes, embora confusamente, do que está acontecendo ao seu redor. A resposta
do paciente aos estímulos externos se torna limitada. Popularmente conhecidos como calmantes, os medicamen-
tos sedativos possuem a propriedade de reduzir a ansiedade sem afetar, ou afetando pouco, as funções motoras
e mentais dos pacientes.
• A sedação mínima é usada apenas para aliviar a ansiedade do paciente, que precede algumas intervenções
médicas, com nenhum ou muito pouco efeito sobre a consciência do paciente.
• A sedação moderada deprime um pouco a consciência, mas deixa o paciente capaz de responder a estímu-
los externos, táteis ou verbais.
• Na sedação profunda, o paciente responde apenas a estímulos dolorosos fortes ou repetidos. Se a sedação
for levada longe demais, o paciente pode ficar inconsciente. Outras drogas que não as sedativas podem ser
administradas com base nas necessidades particulares de cada paciente. Por exemplo, um paciente com risco
de refluxo gastroesofágico pode receber medicamentos para combater esse problema potencial. Em alguns casos
de sedação mais profunda, um suporte respiratório pode ser necessário, mas ainda assim, o período de recupe-
ração da sedação é bem mais rápido que o da anestesia geral. Tal como acontece com a anestesia geral, os
pacientes devem jejuar por pelo menos seis horas antes da sedação.
A sedação é largamente utilizada em diversos procedimentos e intervenções médicas, como endoscopias, colo-
noscopias, coletas de materiais orgânicos para biópsias, pequenas cirurgias, etc.
As vantagens da sedação em relação à anestesia geral consistem em que os efeitos adversos que podem estar
associados a esta última são evitados com a sedação. Além disso, os pacientes mantêm seus reflexos fisiológicos
naturais e são capazes de respirar por si mesmos, não dependendo de assistência ventilatória. A recuperação
também se dá de forma praticamente imediata após o ato médico.
Fonte: ABCMED, 2019. "Diferenças entre anestesia, analgesia e sedação". Autorizado sob licença CC
BY-ND 3.0 BR.
"O conteúdo disponível neste website tem caráter estritamente educativo e informativo. Seus artigos, matérias e notí-
cias visam fornecer informações que possam auxiliar no esclarecimento de dúvidas em relação às medidas preventivas
para saúde, exames diagnósticos, tratamentos e a problemas diversos relacionados com a saúde. Não é finalidade
deste website, representando o médico Dr. Rodrigo Pereira Paez, a análise, comentário ou emissão de qualquer tipo
de diagnóstico. Os conteúdos aqui apresentados não substituem o aconselhamento e o acompanhamento de médicos,
psicólogos e nutricionistas ou outros especialistas. Consulte sempre o seu médico. As imagens fotográficas das publi-
cações, artigos, matérias ou notícias são meramente ilustrativas."
Enquanto a analgesia é usada em dores esporádicas, a anestesia bloqueia a sensação de dor durante um período de
tempo específico para que o paciente não sinta dor durante algum procedimento médico.
Analgesia - as drogas usadas têm o objetivo apenas de aliviar ou minimizar a dor. Ou seja, elas provocam a ausência
ou o amortecimento da dor sem perda de consciência.
Anestesia - são usadas drogas anestésicas no paciente para que o cérebro dele não reaja à dor durante um procedi-
mento cirúrgico. Dependendo do tipo, o paciente pode ou não ficar consciente.
• Anestesia geral - com ela, o paciente “dorme” profundamente, é ideal para realizar procedimentos mais in-
vasivos;
• Anestesia regional - o paciente permanece acordado, mas parte do seu corpo é “adormecido”. Aqui se en-
quadram as anestesias raquidiana e peridural, usadas, por exemplo, em partos;
• Anestesia local - usada apenas na região onde ocorrerá o procedimento, como em tratamentos odontológi-
cos e procedimentos estéticos não muito extensos.
Analgesia - qualquer medicamento utilizado para aliviar a dor é um analgésico, como, por exemplo, um remédio para
dor de cabeça. Os analgésicos são uma classe extensa de medicamentos, que se dividem em dois tipos básicos:
• Narcóticos - reduzem a percepção da dor. São mais fortes e diminuem a atividade cerebral, provocando
sono;
• Não narcóticos – inibem a produção de determinadas substâncias, o que diminui a sensação de dor.
Qualquer tipo de droga pode gerar reações adversas quando entra no organismo. Por isto, é essencial uma avaliação
do médico antes de ela ser adotada. Porém, quando é administrada de forma correta e na dosa-gem exata, tanto a
anestesia quanto a analgesia apresentam riscos quase nulos à saúde.
Um bom profissional irá mostrar todos os prós e os contras que envolvem a analgesia e a anestesia, con-forme o
caso. Siga as recomendações do seu médico e não os conselhos de amigos e familiares para se automedicar.