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MÉDICO CIRÚRGICA I

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MÉDICO CIRÚRGICA I

UNIDADE I Este processo foi possível porque ao longo do


tempo a cirurgia tornou-se segura e confortável
INTRODUÇÃO À ENFERMAGEM CIRÚRGICA para o paciente devido aos avanços tecnológi-
cos e científicos em diversas áreas do conheci-
mento como a anatomia, a fisiologia, a microbio-
Definição de Cirurgia
logia, a farmacologia, a enfermagem, entre ou-
Cirurgia é uma palavra de origem grega – khei- tras. Hoje há uma melhor avaliação e preparo
rourgos – que na sua etimologia significa kheir do paciente no pré-operatório, e também um
(mão) e érgon (trabalho), portanto seu significa- melhor controle do paciente anestesiado.
do corresponde a trabalho com as mãos.
Assim, a partir daí pode-se datar fatos importan-
tes, tais como:

1842 – Nos EUA, Crawford Williamson Long


KHEIR (mão) CIRURGIA Trabalho com as Mãos lançou o ÉTER como primeiro anestésico.
1846 – Ignaz Semmelweis verificou a eficácia
ÉRGON (trabalho)
da lavagem das mãos,
1865 – Lister empregou o primeiro anti-séptico.
A área cirúrgica é a especialidade médica que 1882 – Neuber inventou o avental cirúrgico.
realiza o tratamento através da incisão (corte) 1889 – Haslted inventou as luvas de borracha.
dos tecidos humanos para remoção, reparação
ou substituição da parte acometida, através de 1896 – Von Mokulickcz inventou a máscara
técnicas operatórias. cirúrgica.
As cirurgias são realizadas desde a Antigüida- Enfermagem Cirúrgica
de, mas apenas com o desenvolvimento científi-
co e tecnológico obteve-se êxito, reduzindo É a parte da Enfermagem que presta assistên-
assim as complicações pós-cirúrgicas. cia ao paciente cirúrgico nos períodos pré,
trans e pós-operatórios, com o objetivo de
Histórico da Cirurgia prevenir complicações físicas e emocionais para
reabilitação e recuperação.
Antes do século XIX as cirurgias eram realiza-
das de forma empírica, ou seja, sem embasa- A enfermagem cirúrgica é dinâmica e caminha
mento teórico e conhecimento científico formado junto com o avanço tecnológico e científico,
e comprovado. Pois, nesta época: pois ao longo dos anos surgem novos conheci-
mentos, novos aparelhos e novas técnicas ci-
 Não existiam técnicas assépticas; rúrgicas, devendo, assim, o profissional de en-
 As cirurgias eram realizadas somente no caso fermagem atualizar-se constantemente. Pois,
de risco de morte; esta característica é cobrada pelo mercado de
trabalho e segundo a lei do exercício profissi-
 Eram utilizadas técnicas arcaicas para a anes- onal da enfermagem o profissional que não se
tesia como: atualiza pode tornar-se imperito.
 Bebidas alcoólicas, Assim, é responsabilidade e dever do técnico e
 Drogas naturais como o haxixe e o ópio; do auxiliar de enfermagem obter conhecimentos
e manter-se atualizados para prestar assistência
 Imersão da área cirúrgica em gelo; de enfermagem de forma segura e eficiente,
 Indução à isquemia através de garroteamento; contribuindo para o conforto do paciente cirúrgi-
co e na identificação precoce e prevenção de
 Indução à inconsciência, e complicações.
 Contenção do paciente. Clínica Cirúrgica
Até meados do século XX eram poucas as pes- É uma unidade hospitalar destinada à interna-
soas que eram internadas em hospitais para ção de pacientes cirúrgicos nos períodos:
serem submetidas a intervenções cirúrgicas.
 pré - operatório (preparo para cirurgia) e
Com o passar do tempo e devido ao crescimen-
to da população, aumento da expectativa de  pós - operatório (recuperação da cirurgia).
vida e avanços da Medicina houve um grande Onde é prestada assistência de enfermagem
aumento do número de pessoas que se hospita- com o objetivo de contribuir para o sucesso do
lizaram para serem tratadas cirurgicamente. ato cirúrgico.

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A clínica cirúrgica pode ser geral quando recebe 3- Enfermaria 3.


4- Enfermaria 2.
várias especialidades cirúrgicas ou especiali-
5- Enfermaria 1.
zada quando está destinada a uma especialida- 6- Chefia de Enfermagem.
de cirúrgica. Ex: cirurgia torácica, cirurgia gine- 7- Secretaria.
cológica, neurocirurgia, entre outras. 8- Chefia Médica.
9- Prontuário.
Fazem parte de sua ESTRUTURA FÍSICA:
1a – Depósito.
▪ Enfermarias e/ou apartamentos; 2a – Equipamentos.
3a – Expurgo.
▪ Posto de enfermagem; 4a – DML.
▪ Sala para procedimentos e exames; 5a – Material Esterilizado.
▪ Sala de reuniões, recreação ou palestras; 6a – Sala de Procedimentos.
▪ Copa; 7a – Posto de Enfermagem.
8a – Apartamento 1.
▪ Depósito de materiais; 9a – Sala de Reuniões
▪ Sala de equipamentos;
▪ Sala de material esterilizado; UNIDADE II
▪ Expurgo;
▪ Depósito de materiais de limpeza – DML; TERMINOLOGIA CIRÚRGICA
▪ Sala de chefias médica e de enfermagem;
▪ Secretária; A área da saúde como um todo requer uma
▪ Sala de prescrições e prontuários; linguagem própria que permita aos profissionais
▪ Repouso de enfermagem. da área manter um processo de comunicação
claro e objetivo. Isso permitirá manter uma har-
Rotina para Admissão na Clínica Cirúrgica monia e um melhor intercâmbio de informações
entre as profissões.
A admissão do paciente na unidade de clínica
cirúrgica é de extrema importância para a ob- Assim, o profissional de enfermagem deve obter
tenção da confiança e segurança do paciente na o conhecimento da linguagem técnica para inte-
equipe de enfermagem, pois este momento é o grar-se a este processo de forma a valorizar seu
primeiro contato entre a equipe e o paciente. trabalho quando exposto nas anotações de en-
Assim, algumas medidas elaboradas pela chefia fermagem.
de enfermagem são adotadas para otimizar este Na área cirúrgica o termo técnico é empregado
processo. Segue-se abaixo uma rotina de ad- continuamente para expressar as intervenções
missão: cirúrgicas realizadas. O termo cirúrgico é forma-
1. Receber o paciente pelo nome. do da seguinte forma:
2. Certificar da presença do prontuário,
exames pré - operatório e prescrição PREFIXO SUFIXO
médica.
3. Levá-lo ao leito identificado.
4. Oferecer roupas hospitalares.
5. Encaminhá-lo para o banho.
6. Informar sobre normas e rotinas da clí-
nica. Parte do Corpo Ato Cirúrgi-
7. Preencher histórico de enfermagem. ou Órgão co

➢ Estrutura Física da Clínica Cirúrgica


Segue abaixo alguns prefixos cirúrgicos:
1 3 4 5 6 7 8
Prefixo Significado
2 9
ADENO Glândula
CORREDOR
ANGIO Artéria

1 4 BRONCO Brônquios
ª 3 ª 6 7 8 9
ª ª ª ª ª COLE Vesícula biliar
2 5
ª ª
COLO Cólon
1- Repouso de Enfermagem
COLPO Vagina
2- Copa

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Prefixo Sufixo Termo


Prefixo Significado Cirúrgico

CISTO Bexiga
Laparo + tomia = Laparotomia
ENTERO Intestino delgado Colo stomia Colostomia
+ =
ESPLENO Baço Histero + ectomia = Histerectomia
Angio + plastia = Angioplastia
GASTRO Estômago Entero rafia Enterorrafia
+ =
Orqui + pexia = Orquipexia
HEPATO Fígado
Artro + dese = Artrodese
HISTERO Útero Salpingo + scopia = Salpingoscopia
Toraco + centese = Toracocentese
LARINGO Laringe
Nefro + tripsia* = Nefrolitotripsia
LAPARO Cavidade abdominal

MASTO Mama UNIDADE III


NEFRO Rim
CLASSIFICAÇÃO CIRÚRGICA
ORQUI Testículos
As cirurgias podem ser classificadas da seguin-
OSTEO Osso te forma:

PNEUMO Pulmão
1. Quanto ao porte ou tamanho;
2. Quanto ao risco;
PIELO Pelve renal 3. Quanto à finalidade;
4. Quanto à prioridade;
RINO Nariz 5. Quanto ao grau de contaminação;
6. Quanto à especialidade.
SALPINGO Tuba uterina
1. Quanto ao porte – refere-se à complexidade da
URETRO Uretra
cirurgia e a quantidade de profissionais e equi-
URETERO Ureter pamentos envolvidos para a realização da cirur-
gia. Sendo classificado da seguinte forma:
 Pequeno porte.
➢ Segue abaixo os sufixos cirúrgicos:  Médio porte.
 Grande porte.

Sufixo Significado
2. Quanto ao risco – refere-se à probabilidade de
surgimento de complicações cirúrgicas e envol-
TOMIA Abertura ou incisão. vem fatores como o porte e o estado de saúde
do paciente. Sendo classificado da seguinte
STOMIA Abertura para formar novo orifí- forma:
cio.
 Pequeno risco;
ECTOMIA Retirada extirpação ou ressec-  Médico risco;
ção.  Alto risco.

PLASTIA Modificar, alterar ou corrigir.


3. Quanto à finalidade – refere-se ao fim, ao
RAFIA Suturar.
objetivo para o qual a cirurgia será realizada.
Sendo classificada da seguinte forma:
PEXIA Elevar ou fixar.
 Curativa: quando resolve o problema princi-
DESE Fixar (cirurgias ortopédicas).
pal;
 Paliativa: apenas visa melhorar as condições
TRIPSIA Quebrar, esmagar ou triturar. do paciente, aliviando a dor e prolongando a
SCOPIA Visualização de uma cavidade.
vida;
 Radical: quando há remoção parcial ou total
CENTESE Punção de uma cavidade para do órgão;
retirada de líquido.

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 Plástica: realizada com finalidade estética ou UNIDADE IV


corretiva;
PERÍODOS OPERATÓRIOS
 Diagnóstica: realizada para obtenção de um
diagnóstico. A cirurgia possui períodos com definição crono-
lógica que envolve os cuidados que são presta-
4. Quanto à prioridade – refere-se ao tempo dos para sua realização. Tais períodos são divi-
destinado à realização da cirurgia. Sendo didos da seguinte forma:
classificado da seguinte forma:
Admissão Alta
 De emergência – tratamento cirúrgico imedia-
to em situações críticas com risco de óbito.
 De urgência – tratamento cirúrgico mediato CIRURGIA
que pode aguardar algumas horas.
 Eletiva necessária – tratamento cirúrgico
programado, podendo lançar-se de tempo.
Porém, mantendo a necessidade de sua reali- TRANSOPERATÓRIO
zação.
PRÉ – OPERATÓRIO PÓS - OPERATÓRIO
 Eletiva opcional – tratamento cirúrgico pro-
gramado que se realiza pela vontade do paci- MEDIATO IMEDIATO IMEDIATO MEDIATO
ente sem necessidade aparente. Realizado na
maioria das vezes por fim estético. 24H 24H

5. Quanto ao grau de contaminação – refere- Pré – operatório:


se à presença de microorganismos nos teci- Período que antecede a cirurgia e inicia-se com
dos operados. Sendo classificado da seguinte a admissão do paciente.
forma:
• Mediato – inicia-se com a internação e termi-
 Limpa – quando realizada em tecidos esté- na 24 horas antes da cirurgia.
reis. • Imediato – corresponde às 24 horas que an-
 Potencialmente contaminada – quando rea- tecedem a cirurgia.
lizada em tecidos estéreis que se localizam Transoperatório:
próximo e/ou mantém comunicação com
áreas contaminadas, podem vir a se contami- Período que transcorre a cirurgia. Inicia-se com
nar. a incisão cirúrgica e termina com o último ponto.
Ocorre no centro cirúrgico.
 Contaminada – quando realizada em tecidos
providos de flora bacteriana residente que não Pós – operatório:
podem ser removidas. Período que sucede a cirurgia e termina com
 Infectadas – quando realizada em tecidos alta do paciente.
providos de processo infeccioso e presença • Imediato – corresponde as primeiras 24h
se secreção purulenta. após a cirurgia, iniciando com o término da ci-
rurgia.
6. Quanto à especialidade – refere-se ao sis-
tema orgânico operado e à especialidade ci- • Mediato – inicia-se 24 horas após a cirurgia e
rúrgica responsável: termina com alta do paciente.
 Urológica.
 Ginecológica. UNIDADE V
 Mastológica. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PRÉ-
 Torácica. OPERATÓRIO
 Geral. Objetivos:
 Vascular.  Levar o paciente às melhores condições pos-
 Neurológica. síveis para a cirurgia;
 Ortopédica, entre outras.  Identificar possíveis riscos cirúrgicos;

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Na véspera da operação: • Tranqüilizar o cliente, a fim de ame-


nizar angústias e tensões emocio-
1. Preparo emocional: nais;
2. Preparo físico: 2. Preparo físico:
• Higiene matinal;
• Banho de chuveiro e lavagem do couro cabe-
ludo, a fim de tornar a pele livre de microorga- • Remover próteses, jóias e esmaltes;
nismos. • Manter o jejum;
• Vestir o cliente com a roupa própria
3. Preparo fisiológico: do Centro Cirúrgico;
• Lavagem de estômago se houver prescrição 3. Preparo fisiológico:
médica; • Esvaziamento espontâneo da bexi-
• Enema se houver prescrição médica; ga, ou através de sonda;

• Suspensão de ingestão oral, conforme a ci- • Entubação nasogástrica, se houver


rurgia a ser realizada; indicação;

• Instruir o cliente no exato momento em que • Verificação dos sinais vitais e regis-
estiver receptivo quanto às sensações que tro no prontuário do cliente;
experimentará durante esta fase. As informa- • Administração da medicação pré-
ções devem ser simples e objetivas. anestésica;
4. Preparo espiritual: 4. Outros procedimentos:
• Seja qual for à religião do cliente, não se deve • Auxiliar na remoção do cliente do
negligenciar assistência religiosa de que ne- leito para a maca e no transporte
cessita; para o Centro Cirúrgico;

• Prescrições especiais, relacionadas ao tipo e • Anexar os resultados de exames ao


gravidade da cirurgia, como transfusão de prontuário do cliente e entregar à
sangue, devem ser observadas rigorosamen- equipe do Centro Cirúrgico;
te; • Registrar no prontuário e no Relató-
• Prevenir possíveis complicações cirúrgicas. rio Geral da unidade as condições
gerais do cliente, data e hora da sa-
A Assistência de Enfermagem na Fase Pré- ída da unidade para o Centro Cirúr-
operatória abrange: gico;
• Preparar a cama do paciente e pro-
1. Identificar o cliente e cirurgia proposta; videnciar todo o equipamento ne-
cessário para a assistência pós-
2. Encaminhar o paciente à enfermaria; cirúrgica.
3. Verificar presença dos exames o preparo, Proporcionar um ambiente calmo e confortável
medicações prescritas e prontuário; para o cliente
4. Orientar sobre as fases pré, intra e pós-
operatória; ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PÓS -
OPERATÓRIO
5. Esclarecer dúvidas, reduzindo ansiedades;
6. Checar reserva de sangue; Objetivos
7. Questionar alergias e patologias; Planejar e aplicar medidas que proporcione ao
8. Orientar familiares; paciente:
9. Realizar anotações;  Conforto e segurança;
10. Transportar o cliente para o Centro Cirúrgi-  Auxiliem na recuperação;
co.  Estimulem o autocuidado.

Cuidados pré-operatórios imediatos Admissão na Clínica Cirúrgica

No dia da operação:  Leito preparado e adequado;


 Interação sobre complicações;
1. Preparo emocional;  Interação sobre medicações admi-
nistradas;

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 Interação de cuidados especiais; • Observar e anotar aceitação da dieta;


 Orientação a familiares;
 Orientações sobre as normas e • Trocar o curativo diariamente e dar orien-
rotinas da unidade. tações sobre seus cuidados;

Cuidados Pós-Operatórios Imediatos


UNIDADE VI
• Transferir o paciente da maca para o leito
RISCO CIRÚRGICO
para evitar que da pressão arterial;
• Posicionar o paciente conforme o tipo de É o conjunto de exames pré-operatórios que
cirurgia e anestesia realizadas, no caso objetivam a identificação de riscos presentes no
de anestesia geral colocar o paciente em paciente cirúrgico. Permitindo quando possível
decúbito dorsal com a cabeça lateralizada sua correção ou diminuição para prevenção de
para prevenir vômitos e aspiração; complicações durante o período pré-operatório.
• Observar nível de consciência de acordo
O risco cirúrgico não é indicado para:
com volta da consciência e dos movimen-
tos motores;
 Pacientes com risco cirúrgico baixo, nota-
• Conectar os tubos de drenagem e mantê- damente jovem sem patologias cardiovascula-
los abertos; res e sem fatores de risco, bem como aqueles
que farão cirurgias de baixo risco e com aneste-
• Observar e anotar estado dos curativos sia local.
(atentar se há sangramento);
• Verificar sinais vitais conforme a rotina da O Risco Cirúrgico apresenta o conjunto de
unidade; informações:

• Aliviar a dor através do posicionamento • A história clínica;


no leito;
• Fatores de risco do Paciente:
• Manter corretos os gotejamentos das
soluções venosas; ✓ Idade.

• Observar sinais de choque: sudorese ✓ Estado geral.


intensa, hipotermia, hipotensão, dispnéia, ✓ Estado funcional.
oligúria, taquicardia, alterações da cons-
ciência; ✓ Estado nutricional.
✓ Estado neuropsicológico
• Umedecer os lábios;
• Fazer controle de diurese; • Fatores de risco do Órgão:
• Anotar o volume e aspecto da secreção ✓ Cardiovascular.
drenada;
✓ Pulmonar.
• Assistir o paciente emocionalmente;
✓ Renal.
Cuidados Pós-Operatórios Mediatos ✓ Hepático.
✓ Tromboembolismo.
• Verificar sinais vitais conforme rotina;
• Estimular inspirações profundas; • Fatores de risco relacionados ao tipo de cirur-
gia:
• Fazer movimentos passivos com os MMII;
• A primeira refeição só será administrada  Cirurgia de Emergência;
quando voltar o peristaltismo;  Cirurgia Eletiva
• Anotar o volume e aspecto da secreção
drenada na presença de drenos; • O exame físico criterioso.
• Assistir o paciente emocionalmente; • A avaliação laboratorial.
• Estimular a deambulação precoce; • O eletrocardiograma (ECG).
• Auxiliar na higiene; • A radiografia de tórax.

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• A ecocardiografia para indivíduos com mais 2. Choque


de 60 anos.
É a diminuição do fluxo sangüíneo adequado à
UNIDADE VII manutenção da perfusão tecidual.

COMPLICAÇÕES PÓS - OPERATÓRIAS Classificação:

COMPLICAÇÕES CIRCULATÓRIAS ➢ Hipovolêmico (hematogênico) – resultante


da perda de plasma ou sangue total; a per-
1. Hemorragia da pode ser externa ou interna;
 Causas: hemorragias, desidratação, quei-
É a perda de sangue mais ou menos copiosa
maduras;
subseqüente ao rompimento de um vaso san-
güíneo, podendo ser de origem arterial ou veno-  Quadro clínico: queda da pressão venosa,
sa. aumento da resistência periférica e taqui-
cardia.
Classificação:
➢ Séptico (choque séptico ou bacterêmico)
 De acordo com os vasos sangüíneos: – caracterizado por alterações sépticas no
 Venosa – sangramento contínuo de cor endotélio capilar, causando vasodilatação
vermelho escuro; maciça e possibilitando a perda de sangue e
plasma pelas paredes capilares para tecidos
 Arterial – sangramento em jatos de cor adjacentes.
vermelho vivo.  Causa: infecção generalizada.
 Quadro clínico: hipotensão, taquicardia,
 De acordo com a localização
prostração e calafrios.
 Hemorragia interna: quando o sangramen-
to se faz para o interior de uma cavidade. ➢ Cardiogênico – observado quando houver
Pode haver exteriorização do sangue dos interferência com a ação bombeadora do
orifícios naturais como: boca, ouvido, reto, coração que resulta em débito cardíaco in-
etc.; suficiente e hipoperfusão tecidual.
 Causas: infarto, tamponamento, embolia
 Hemorragia externa: a localização do san- pulmonar.
gramento é visível, e o sangue se exteriori-
 Quadro clínico: oligúria e pressão venosa
za através da pele que foi rompida.
alta.
Manifestações Clínicas
➢ Neurogênico (vasogênico) – vasodilatação
• Taquicardia; e inibição reflexa grave, resultando em inati-
• Taquipnéia; vidade do sistema circulatório, privando os
• Agitação a prostração; centros vitais do fornecimento sangüíneo
• Sensação de sede; necessário.
• Pele úmida e fria;  Causas: traumatismos crânio encefálico,
• Transpiração abundante; afogamento e envenenamento.
• Borramento da visão;
• Desmaio.  Quadro clínico: inconsciência, anestesia
medular alta e distúrbios emocionais e cog-
Assistência de Enfermagem nitivos.

• Manter o paciente em repouso; ➢ Choque anafilático – uma forma exagera-


• Aferir SSVV; da de hipersensibilidade a um antígeno, re-
• Atentar para nível de consciência; sultando na vasodilatação generalizada,
• Manter a área afetada mais elevada que o aumento da permeabilidade vascular, ede-
resto do corpo; ma intersticial e colapso cardiovascular.
• Manter o paciente aquecido;  Causas: alergias;
• Manter acesso venoso calibroso permeável;
• Acionar cirurgião responsável e centro ci-  Quadro clínico: edema generalizado, erup-
rúrgico. ções cutâneas, prurido, formigamento, dis-
pnéia e edema de glote.

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Assistência de Enfermagem nos Choques COMPLICAÇÕES RESPIRATÓRIAS


✓ Aferir sinais vitais;
1. Pneumonia
✓ Atentar para nível de consciência;
✓ Posicionamento do paciente;
É inflamação dos pulmões associada à presen-
✓ Administrar oxigenoterapia;
ça de exsudato na luz dos alvéolos, comumente
✓ Controle hidroeletrolítico;
causada por agentes infecciosos e químicos.
✓ Manter acesso venoso;
Causas
✓ Reposição sangüínea;
✓ Administração de drogas prescritas: • Microrganismos: bactérias, fungos, vírus,
protozoários, entre outros.
• Cristalóides e colóides.
• Aspiração de conteúdo gástrico.
• Corticosteróides,.
• Anti histamínicos.
Fatores de risco
• Antibióticos.
• Antitérmicos. • Pessoas com 65 anos ou mais;
• Digitálicos. • Pessoas imunodeprimidas;
• Tabagismo;
3. Tromboflebite • Infecção de vias aéreas superiores - IVAS.

É a inflamação de uma veia associada à forma- Manifestações clínicas


ção de um trombo. Geralmente ocorrem nos
• Congestão nasal e coriza;
MMII.
• Febre;
Causas • Dor ao respirar;
• Estase venosa; • Mialgia;
• Hipercoagulabilidade; • Inapetência e astenia;
• Lesões venosas. • Expectoração mucopurulenta;
• Taquipnéia, dispnéia a ortopnéia;
Fatores de risco • Sudorese;
• Taquicardia;
• Pacientes idosos; • Cianose.
• Pacientes acamados;
• Pacientes obesos. Assistência de Enfermagem

Manifestações clínicas • Aferição de sinais vitais;


• Cuidados na administração de oxigenotera-
Presença de sinais flogísticos na panturrilha: pia;
 Dor. • Orientações quanto ao repouso;
 Rubor. • Estimulação das ingestas hídrica e calórica;
 Calor. • Estimulação da expectoração e drenagem
 Edema. de secreções;
→ Cãibras na panturrilha; • Posicionar paciente em fowler;
→ Febre baixa, calafrios, sudorese; • Estimular exercícios respiratórios;
→ Hiperestesia extrema sobre a superfície • Cuidados na administração de medicamen-
anterior da coxa; tos;
→ Coagulação intravascular. ✓ Antibióticos;
✓ Antitérmicos;
Assistência de Enfermagem ✓ Analgésicos.

• Aferição de sinais vitais; 2. Embolia Pulmonar


• Cuidados na administração de analgésicos, É a obstrução de uma ou mais artérias do pul-
antitérmicos e anticoagulante; mão por um ou mais trombos, originados em
algum local do sistema venoso.
• Orientações quanto ao repouso;
• Elevar MII para facilitar o retorno venoso; Causas:
• Mensurar membro acometido diariamente; • Estase venosa;
• Tromboflebite;
• Estimular exercícios respiratórios;
• Distúrbios de coagulação;
• Deambulação precoce. • Imobilidade prolongada.

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MÉDICO CIRÚRGICA I

Fatores de Risco: UNIDADE VIII


• Pacientes idosos; COMPLICAÇÕES DA FERIDA OPERATÓRIA
• Distúrbios circulatórios;
• Fraturas de MMII; 1. Infecção
• Pacientes acamados.
É o processo infeccioso na incisão cirúrgica,
Manifestações clínicas: geralmente causada por bactérias. Elas podem
limitar-se ao local da cirurgia (60 a 80%) ou
• Taquipnéia e dispnéia; envolver sistematicamente o paciente.
• Taquicardia;
• Dores agudas e lancinantes no tórax; Causas
• Cianose;
• Quebra de técnica asséptica durante o pré-
• Agitação.
operatório;
Assistência de Enfermagem • Pré – operatório mal realizado;
• Susceptibilidade do paciente.
• Aferição de sinais vitais;
• Cuidados na administração de oxigenotera- Manifestações clínicas
pia;
• Febre 48 horas após ato cirúrgico;
• Orientações quanto ao repouso;
• Dor, rubor, calor e edema na incisão cirúrgi-
• Posicionar paciente em fowler;
ca;
• Cuidados na administração de:
• Gânglios linfáticos dolorosos e aumentados;
• Anticoagulantes; • Secreção com odor fétido da ferida operató-
• Trombolíticos e ria;
• Analgésicos. • Sudorese;
• Taquicardia.
3. Atelectasia
Assistência de Enfermagem
É o colapso de todo o pulmão ou de parte dele,
devido a um bloqueio na passagem de ar atra- • Aferição de sinais vitais, principalmente
vés do brônquio de maior ou menor calibre temperatura de 4/4hs;
(brônquios ou bronquíolos respectivamente). • Manter secas as roupas pessoais e as de
Causas: cama;
• Trocar curativos, quando necessário;
• Diminuição da função pulmonar; • Não mobilizar drenos;
• Obstrução do brônquio. • Anotar débito das secreções;
• Estimular a aceitação da dieta e ingesta
Fatores de Risco: hídrica.
• Pacientes idosos;
• Pacientes obesos; 2. Hematoma
• Cirurgias torácicas e abdominais;
É o acúmulo de sangue entre os tecidos da
• Pacientes acamados.
ferida operatória.
Manifestações clínicas:
Causas
• Inapetência e astenia;
• Técnica cirúrgica;
• Taquipnéia e dispnéia;
• Acidentes mecânicos;
• Taquicardia;
• Fragilidade capilar.
• Cianose.
Manifestações clínicas
Assistência de Enfermagem
• Aparecimento de mancha azulada na pele;
• Aferição de sinais vitais;
• Aumento da sensibilidade local;
• Cuidados na administração de oxigenotera-
• Abaulamento e dor persistente.
pia;
• Orientações quanto ao repouso;
Assistência de Enfermagem
• Estimulação das ingestas hídrica e calórica;
• Posicionar paciente em fowler; • Observar e anotar o aspecto ao redor da
• Estimular exercícios respiratórios; incisão cirúrgica e ocorrência de sangra-
mentos;

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MÉDICO CIRÚRGICA I

• Mesurar hematoma diariamente; • Calçar luvas estéreis;


• Atentar para aumento do hematoma. • Cobrir vísceras com gazes ou compressas
úmidas com SF e esterilizadas;
3. Deiscência • Realizar curativo oclusivo sem compressão;
É a abertura da incisão cirúrgica. • Atentar para sinais de choque hipovolêmico;
• Verificar sinais vitais;
Causas • Instruir o paciente a dobrar seus joelhos,
com cabeceira da cama elevada na posição
• Tosse acentuada; semi-fowler para aliviar a tensão abdominal.
• Acidentes mecânicos;
• Distensão abdominal;
• Infecção da ferida operatória. UNIDADE IX

Manifestações clínicas COMPLICAÇÕES URINÁRIAS


• Distanciamento das bordas da ferida opera-
1. Retenção urinária
tória;
• Rompimento de pontos cirúrgicos; É a perda do tônus vesical, assim como do re-
• Presença de exsudato seroso a purulento. flexo da micção, gerando o acúmulo de urina e
distensão da bexiga.
Assistência de Enfermagem
Causas
• Verificar temperatura;
• Manter secas as roupas pessoais e as de • Anestesia;
cama; • Motivos psicológicos;
• Trocar curativos compressivos e oclusivos • Administração excessiva de líquidos intrave-
quando necessário; nosos no transoperatório;
• Anotar débito e características das secre- • Uso demorado de SVD.
ções;
• Estimular a aceitação da dieta e ingesta Manifestações clínicas
hídrica; • Ausência de micção por mais de 12 horas ou
• Cuidados na administração de antibióticos; polaciúria;
• Estimular e auxiliar no uso correto da técni- • Distensão vesical (bexigoma) e maior sensibi-
ca da tosse. lidade à palpação;
• Vontade intensa de urinar sem sucesso;
4. Evisceração • Mal-estar e calafrios.
É à saída das vísceras através da incisão cirúr-
gica após deiscência. Assistência de Enfermagem

Causas • Deambulação precoce;


• Levar o paciente ao sanitário e deixar correr
• Tosse acentuada; água na pia (ou fornecer comadre/papagaio);
• Acidentes mecânicos;
• Irrigar o períneo com água morna;
• Distensão abdominal;
• Dialogar, detectando temores e minimizando-
• Infecção da ferida operatória. os;
• Em último caso deverá ser passada sonda
Manifestações clínicas
vesical de alivio pelo enfermeiro.
• Distanciamento das bordas da ferida opera-
tória; UNIDADE X
• Rompimento de pontos cirúrgicos;
• Presença de exsudato seroso a purulento; PRINCIPAIS CIRURGIAS
• Exposição das vísceras para o meio exter-
no. 1. Cirurgias neurológicas

Assistência de Enfermagem CRANIOTOMIA

• Acalmar paciente e acompanhante; Definição:


• Solicitar que um membro da equipe enfer- É a abertura do crânio para tratamento cirúrgico
magem acione o cirurgião e o centro cirúrgi- das estruturas cranianas, para remoção de tu-
co; mores, diminuição da pressão intracraniana,

56
MÉDICO CIRÚRGICA I

retirada de coágulo sangüíneo ou estancamento  Infecções,


uma hemorragia.  Convulsões;
 Choque hipovolêmico;
Indicações:
 Cefaléia;
 Drenagem de hematoma;  Depressão respiratória.
 Clipagem de aneurisma;
 Retirada de tumores cerebrais; SIMPATECTOMIA
 Diminuição da pressão intracraniana.
Definição:
Cuidados pré-operatórios: É o desligamento das fibras nervosas simpáti-
cas com o intuito de aumentar o tônus vascular
 Atentar para alterações neurológicas: parali-
e, conseqüentemente, propiciar o desenvolvi-
sia, dislalia, cefaléia e inconsciência;
mento da circulação colateral (os nervos simpá-
 Controlar rigorosamente a pressão arterial
ticos controlam a tensão dos vasos sangüíneos
devido a aumento da pressão intracraniana
e o seu desligamento diminui a resistência e
(PIC);
aumenta a irrigação).
 Posicionar o paciente em fowler para reduzir a
PIC;
Indicação:
 Fazer balanço hidroeletrolítico;
 Apoiar emocionalmente, ouvindo temores e Obstrução arterial crônica com necrose nos pés
anseios; e dor no membro em repouso.
 Fazer tricotomia do couro cabeludo e ajudar
na higienização; Cuidados pré-operatórios:
 Cuidados na administração de drogas prescri-
 Excluir o fumo, orientar quanto aos seus male-
tas:
fícios;
 Corticosteróide para reduzir processo inflama-
 As dietas deverão ser hipolipídicas;
tório;
 Não colocar calor no membro atingido;
 Manitol para diminuir edema cerebral;
 Mudanças de decúbito para prevenir estase
 Anticonvulsivantes para prevenir as convul-
venosa;
sões;
 Evitar ambiente frio;
 Usar calçados que não comprimam os pés;
Atenção: o enema é contra-indicado, pois po-
 Jejum de oito horas;
dem aumentar a PIC.
 Verificar sinais vitais.
Cuidados no pós-operatório:
Cuidados pós-operatórios:
 Manter paciente na posição semi-fowler com
 Observar rigorosamente coloração, tempera-
cabeça lateralizada;
tura e sensibilidade das extremidades;
 Verificar sinais vitais rigorosamente, princi-
 Exercícios de contração muscular isométrica;
palmente pressão arterial e respiração;
 Verificar sinais vitais;
 Fazer mudanças de decúbito de 2/2 horas;
 Cuidados com infusão venosa;
 Fazer controle hidroeletrolítico;
 Deambulação precoce;
 Observar sangramentos no curativo;
 Observar se há queixas de distensão abdomi-
 Anotar volume e aspecto das drenagens (se
nal e flatulência;
houver dreno de sucção);
 Ajudar na colocação de meia elástica.
 Manter correto o gotejamento de infusões
venosas;
Complicações cirúrgicas:
 Manutenção do acesso venoso central para
avaliação da pressão venosa central (PVC);  Neurite;
 Não administrar via oral até que os reflexos da  Distensão abdominal.
tosse e da deglutição voltem a se mostrar ín-
tegros; 2. Cirurgias oftalmológicas
 Avaliar o nível de consciência;
 Em caso de edema periocular deve-se lubrifi- FACECTOMIA
car as pálpebras com vaselina e aplicar com-
pressa fria. Definição:
É a extração do cristalino e substituição por uma
Complicações cirúrgicas:
lente artificial.
 Sangramento e hematoma intracraniano e
Indicação:
orbital;
 Edema cerebral;  Catarata (opacidade do cristalino).

57
MÉDICO CIRÚRGICA I

É a abertura da junção da córnea com a escle-


rótica para escoamento do líquido intra-ocular e
diminuição da pressão no interior do olho.

Indicação:
Glaucoma (aumento da pressão intra-ocular).

Cuidados pré-operatórios:
 Apoio emocional;
 Diminuir ingestão hídrica;
 Jejum de 08 horas;
 Higiene completa;
 Administração de colírios prescritos:
 Pilocarpina - substância miótica.

Cuidados pós-operatórios:
 Manter repouso no leito por 24 horas para
evitar prolapso da íris;
 Evitar espirros e tosse e não esfregar as pál-
pebras, pois aumentam a pressão intra-ocular;
 Deitar do lado oposto à área operada;
 Alívio da dor com analgésicos prescritos;
 Colocar curativo oclusivo por 24 horas;
 Uso de óculos escuros após a sua retirada de
Cuidados pré-operatórios:
tampão ocular.
 Assistir emocionalmente;
 Higiene corporal completa; Complicações cirúrgicas:
 Lavar os olhos com água boricada quando
 Infecções e
prescrita;
 Prolapso da íris.
 Verificar sinais vitais;
 Administrar colírios quando prescritos:
3. Cirurgias otorrinolaringológicas
✓ Midriticotópico: facilita a retirada do cris-
3.1. Cirurgias do ouvido
talino;
✓ Ciclopégico: paralisa os músculos da
acomodação.

Cuidados pós-operatórios:
 Evitar decúbito do lado operado;
 Manter curativo oclusivo por 24 horas;
 Uso de óculos escuros por cinco dias após
a retirada do tampão ocular;
 Manter livre de correntes de ar (espirro e
tosse aumentam a pressão intra-ocular);
 Não esfregar os olhos e fechá-los lentamen-
te sem comprimir as pálpebras;
 Anotar e avisar imediatamente ao enfermei-
ro queixa de dor ocular súbita.

Complicações Cirúrgicas:
 Hemorragias; TIMPANOTOMIA (Miringotomia)
 Deiscência das suturas.
Definição:
Incisão no tímpano com instalação ou não de
TREPANAÇÃO CÓRNEA - ESCLERÓTICA
um tubo plástico (carretel) com finalidade de
Definição: drenar secreções purulentas ou serosas e aliviar
a pressão.

58
MÉDICO CIRÚRGICA I

 Observar presença de tonturas, vômitos e


Indicações: alterações na simetria da face;
 Não retirar curativo e observar presença de
 Otite média secretora;
sangramento;
 Otite média aguda, ocasionalmente mastoi-
 Não lavar os cabelos.
dite.
3.2. Cirurgias do nariz
Cuidados pré-operatórios:
 Falar pausadamente e em tonalidade mais
elevada para facilitar a compreensão;
 Colher secreção do ouvido afetado para
cultura e antibiograma quando solicitado;
 Administrar antibióticos prescritos, cumprin-
do rigorosamente os horários;
 Observar e anotar aspecto e quantidade das
secreções;
 Verificar sinais vitais principalmente tempe-
ratura;
 Orientar quanto ao jejum de 08 horas antes
da cirurgia;
 Fazer tricotomia periauricular;

Cuidados pós-operatórios:
 Não deitar do lado operado para evitar
compressão;
 Aliviar a dor com analgésicos prescritos;
SEPTOPLASTIA
 Atentar para drenagem de secreções e es-
tado do curativo;
Definição:
 Não molhar o ouvido durante o banho;
 Após a alta evitar mergulhos. É o descolamento da membrana mucosa e re-
moção e deflexão óssea e cartilaginosa do sep-
Complicação cirúrgica: to nasal.
 Recidiva. Indicação:
 Deflexão do septo nasal;
 Hipertrofia dos ossos dos cornetos e
TIMPANOPLASTIA (Miringoplastia)
 Presença de pólipos.
Definição: Cuidados pré-operatórios:
Cirurgia plástica que tem o objetivo de fechar as  Verificar sinais vitais;
perfurações da membrana timpânica, prevenin-  Higiene oral e corporal antes da cirurgia;
do contaminação do ouvido médio e melhoran-  Jejum de oito horas;
do a audição ou ainda reconstrução dos ossos  Apoiar emocionalmente.
do ouvido.
Cuidados pós-operatórios:
Indicações:
 Manter a cabeceira do leito elevada para re-
 Perfuração da membrana timpânica; duzir o edema e favorecer a drenagem;
 Traumática ou infecciosa.  Fazer higiene oral com freqüência para pre-
venir a ocorrência de halitose;
Cuidados pré-operatórios:  Oferecer dieta líquida pastosa no jantar;
 Curativo deverá ser retirado em torno de 36
 Não molhar o ouvido acometido;
horas pelo cirurgião;
 Jejum de oito horas;
 Verificar sinais vitais;
 Verificar sinais vitais;
 Atentar para sangramento excessivo, náu-
 Tricotomia periauricular;
seas, vômitos e dispnéia, e comunicar enfer-
meiro.
Cuidados pós-operatórios:
Complicações:
 Decúbito oposto ao lado operado;
 Dieta pastosa no dia da cirurgia e após livre;  Hemorragia e infecção.

59
MÉDICO CIRÚRGICA I

RINOPLASTIA Indicações:
 Casos severos de abscesso ou
Definição:
 Hipertrofia periamigdalianos que dificultam a
Cirurgia plástica que corrige as deformações do deglutição e a respiração.
nariz.
ADENOIDECTOMIA
Indicação:
Definição:
Deformações nasais congênitas, traumáticas ou
patológicas. Retirada das adenóides (tecido linfóide localiza-
do no centro da parede posterior da nasofarin-
Cuidados pré-operatórios: ge).
 Assistir emocionalmente;
Indicação:
 Higienização completa;
 Jejum de oito horas; Hipertrofia acentuada das adenóides.
 Verificar sinais vitais.
Cuidados pré-operatórios:
Cuidados pós-operatórios:
 Estar atento às queixas de tosse e resfriado;
 Manter o paciente em decúbito dorsal com a  Realizar higienização;
cabeceira ligeiramente elevada;  Jejum de oito horas;
 Compressas de gelo para reduzir sangramen-  Tricotomia facial nos indivíduos adultos do
tos, edema e dor; sexo masculino;
 Evitar assuar o nariz e fazer pressão sobre ele  Verificar sinais vitais.
(não usar óculos por algumas semanas);
 Tampão nasal é retirado em torno de 24 horas Cuidados pós-operatórios:
pelo cirurgião;
 Decúbito dorsal com a cabeça lateralizada
 Observar sinais e sintomas de hemorragia.
para facilitar a drenagem por via oral;
 Colocar colar de gelo, e oferecer cubas e
Complicações:
compressas nos casos de sangramento
 Hemorragia e infecção. abundante;
 Estar atento à ocorrência de náuseas e vômi-
3.3. Cirurgias das Amígdalas e da Laringe tos;
 Evitar tossir e falar demasiadamente;
 Fazer ou auxiliar na higiene oral;
 Dieta líquida ou pastosa fria ou gelada;
 Aliviar a dor. O ácido acetilsalicílico é contra-
indicado, por aumentar os sangramentos;
 Evitar exposição ao sol;
 Verificar sinais vitais;
 Atentar para sinais de hemorragia;

Complicações:
 Hemorragia, infecções e faringite.

LARINGECTOMIA

Definição:
Remoção parcial ou total da laringe.

Indicação:
 Neoplasia de laringe.
AMIGDALECTOMIA
Cuidados pré-operatórios:
Definição:
 Proporcionar assistência emocional;
Remoção cirúrgica das amígdalas palatinas (par
 Verificar sinais vitais;
de estruturas linfóides localizadas na orofarin-
 Higiene oral criteriosa e com uso de anti-
ge).
sépticos orais para reduzir a flora bacteriana;

60
MÉDICO CIRÚRGICA I

 Jejum de 8 horas; Cuidados pós-operatórios:


 Enteróclise na noite de véspera, ou oito horas
 Após a recuperação anestésica manter o
antes da cirurgia;
leito em semi-fowler;
 Tricotomia facial, cervical anterior e torácica
 0rientar paciente a falar apenas o necessá-
nos indivíduos do sexo masculino.
rio;
 Verificar sinais vitais;
Cuidados pós-operatórios:
 Observar e anotar a ocorrência de sangra-
 Observar rigorosamente sinais de depressão mento pelo curativo;
respiratória;  Atentar para sinais de depressão respirató-
 Verificar sinais vitais; ria;
 Evitar falar por aproximadamente três dias.  Manter material para traqueostomia próximo
Deve-se oferecer meio de comunicação; ao leito do paciente no risco de edema de
 Cuidados com a cânula de traqueostomia; glote;
 Manter o leito em semi-fowler após recupera-  A primeira dieta deverá ser líquida para
ção anestésica; facilitar a ingestão e evitar a dor;
 Estimular deambulação precoce;  Bolsa de gelo na região cervical quando
 Evitar entrada de corrente de ar fria; houver hemorragia intensa e grandes ede-
 Atender para higiene oral; mas;
 Umidificar o ambiente, pois o ar frio e seco é  Orientar para que o paciente fale baixo,
irritante às mucosas. observar e anotar ocorrência de rouquidão;
 Deambulação após 24 horas.
4. Cirurgias do Sistema Endócrino
Complicações:
TIREOIDECTOMIA
 Hemorragia;
 Edema de glote,
 Dano no nervo laríngeo e afonia.

HIPOFISECTOMIA

Definição:
É a exerese da glândula tireóide.

Indicação:
 Bócios que comprometem a respiração, a
deglutição e a estética;
 Tumores benignos ou malignos da tireóide.

Cuidados pré-operatórios:
Definição:
 Assistir emocionalmente;
 Realizar terapia ocupacional devido a inquie- É retirada parcial ou total da hipófise.
tação ocasionado pela hiperfunção glandular;
Indicação:
 Estimular inspirações profundas;
 Verificar sinais vitais;  Neoplasias primárias da hipófise e
 Enteróclise na noite de véspera da cirurgia;  Redução da demanda de insulina.
 Jejum de oito horas antes da operação;
 Fazer tricotomia cervical anterior e facial, A abordagem cirúrgica tanto pode ser pela cra-
quando houver pêlos; niotomia como pelo acesso transfenoidal.

61
MÉDICO CIRÚRGICA I

➢ Craniotomia Definição:
Abertura cirúrgica entre o 2° e o 3° anéis da
traquéia para inserção de uma cânula. Pode ser
temporária ou permanente.

Indicação:
Nos casos de obstrução das vias aéreas superi-
ores por objetos estranhos, tumores, colapso da
parede por compressão dos bócios tireoidianos,
queda da língua (AVC, TCE), excessivas secre-
ções traqueobrônquicas, para uso prolongado
de respiradores.

Cuidados pré-operatórios: Cuidados pré-operatórios:


 Paciente fará avaliação rinológica e fundos-  Transmitir tranqüilidade e confiança;
copia;  Fornecer apoio emocional;
 Poderá ser coletada amostra de secreções  Verificar sinais vitais;
nasofaringes para cultura;  Fazer tricotomia cervical anterior e facial
 Orientar o paciente a não tossir, espirrar e nos homens (quando não for emergência);
assuar o nariz;
 Jejum de 12 horas; Cuidados pós-operatórios:
 Tricotomia no caso de craniotomia;
 Observar rigorosamente sinais vitais;
 Higiene corporal.
 Após estabilização dos sinais vitais, manter
o leito em fowler, para facilitar a drenagem
Cuidados pós-operatórios:
das secreções e favorecer a mecânica res-
 Monitorizar sinais vitais rigorosamente; piratória;
 Realizar higiene oral de 4 em 4 horas;  Aspirar as secreções traqueobrônquicas de
 Usar vaselina nos lábios para evitar resse- 2/2 horas ou quando necessário, seguindo
camento; rigorosamente a técnica asséptica;
 A cabeceira é elevada para evitar aumento  Estimular a tosse para facilitar a eliminação
da pressão sobre a sela túrcica; das secreções;
 Anotar balanço hidroeletrolítico;  Oferecer prancheta, lápis e papel para pro-
 O tampão nasal é removido 24 horas após a porcionar comunicação;
cirurgia pelo cirurgião;  Umedecer o ambiente com nebulizadores
 Orientar o paciente a não tossir, espirar ou ou umidificadores;
soar para evitar formação de fístula liquóri-  As cânulas internas devem ser trocadas
ca. diariamente ou quando necessário;

Complicações: Complicações:
 Diabetes insípitus; Infecção, estenose, necrose, perfuração na
 Fístula liquórica e traquéia, fístulas, broncopneumonia, atelectasia.
 Meningite.

5. Cirurgias do Aparelho Respiratório TORACOTOMIA

TRAQUEOSTOMIA

62
MÉDICO CIRÚRGICA I

Definição: CIRURGIA CARDÍACA


É abertura cirúrgica da caixa torácica. Definição:
É a abertura da caixa torácica para correção
Indicações:
cirúrgica de obstrução das artérias coronárias,
 Diagnóstico duvidoso tumor maligno para disfunção valvular e defeitos cardíacos congêni-
determinar possibilidade de operação, tos.
 Traumas torácicos.
O procedimento exige circulação extra corpórea
temporária (o sangue é desviado do coração e
Cuidados pré-operatórios:
dos pulmões e oxigenado e circulado mecani-
 Apoiar emocionalmente; camente) para proporcionar um campo seco
 Interromper o fumo; durante a cirurgia.
 Aumentar a ingestão hídrica para fluidificar as
secreções traqueobrônquicas; Indicações:
 Fazer nebulização prescrita;
 Pontes de safena e mamária;
 Estimular a tosse e anotar aspecto e volume
 Correção de anomalias cardíacas congênitas;
das secreções expectoradas;
 Correção de valvulopatias e aortopatias
 Estimular deambulação;
torácicas.
 Verificar sinais vitais;
 Orientar e supervisionar os exercícios respira-
Cuidados pré-operatórios:
tórios;
 Jejum de oito horas;  Avaliar o estado emocional do paciente e ten-
 Enteróclise 8 horas antes da cirurgia ou logo tar reduzir sua ansiedade;
após o início do jejum;  Realizar eletrocardiograma quando prescrito;
 Tricotomia nas regiões axilar e torácica.  Realizar tricotomia da região torácica e da
região lateral da perna quando for feita ponte
Cuidados pós-operatórios: safena;
 Posicionar o paciente em fowler para diminuir
 Observar estado de consciência e resposta
sobrecarga cardíaca e facilitar respiração;
aos estímulos;
 Orientar paciente a evitar situações de estres-
 Verificar sinais vitais;
se e esforços desnecessários;
 Após estabilização dos sinais vitais, manter o
 Enteróclise na véspera da cirurgia;
leito em semi-fowler;
 Incentivar exercícios respiratórios;
 Controlar a diurese;
 Jejum de 12 horas.
 Cuidados com a drenagem torácica;
 Estimular inspirações profundas e tosse;
Cuidados pós-operatórios:
 Incentivar mudança de decúbito e estimular
deambulação precoce;  Monitorizar sinais vitais e perfusão periférica;
 Observar sangramentos pelos curativos;  Realizar balanço hidroeletrolítico;
 Atentar para sinais de depressão respiratória.  Posicionar paciente em fowler;
 Observar e anotar débito do dreno torácico;
6. Cirurgias do Aparelho Cardiovascular  Atentar para sinais de hemorragia e choque
cardiogênico;
 Promover tosse, respiração profunda e mu-
dança de decúbito;
 Administrar analgésico quando prescrito;
 Ajudar o cliente na realização do banho as-
persão após 2 dias de pós-operatório;
 A dieta deverá ser laxante para evitar esforço
ao evacuar;
 Atentar para curativo e fios de marcapasso.

SAFENECTOMIA
Definição:
É a remoção da veia safena.
Indicação:
 Varizes nos membros inferiores e
 Ponte de safena.

63
MÉDICO CIRÚRGICA I

Cuidados pré-operatórios: Cuidados pré-operatórios:


 Manter o leito em trenderlemburg, para dimi-  Dieta líquida e fracionada;
nuir o retorno venoso, reduzir edema e aliviar  Manter paciente em posição vertical até duas
a dor; horas após refeições;
 Usar meias elásticas;  Proporcionar higiene oral com anti-sépticos
 Deambular periodicamente; para reduzir a halitose;
 Estimular a ingesta hídrica;  Jejum de dez horas;
 Higienização completa;  Verificar sinais vitais;
 Enteróclise na noite de véspera da cirurgia;  Fazer enteróclise na noite de véspera da ci-
 Jejum de oito horas; rurgia;
 Tricotomia do membro afetado, da região  Tricotomia axilar e torácica.
inguinal e pubiana.
Cuidados pós-operatórios:
Cuidados pós-operatórios:
 Observar rigorosamente sinais de choque
 Controlar sinais vitais; hipovolêmico;
 Observar sinais de choque hipovolêmico;  Verificar sinais vitais;
 Atentar para sinais de Tromboflebite e des-  Atentar para complicações respiratórias e
conforto respiratório; circulatórias;
 Observar coloração e temperatura da extre-  Observar sangramento pelo curativo;
midade enfaixada;  Manter sonda nasogástrica aberta no POI e
 Observar sangramento nas ataduras; anotar volume e aspecto da drenagem;
 Manter o leito em trenderlemburg;  Manter leito em Fowler;
 Após retorno do peristaltismo será iniciada
Complicações: dieta por sonda nasogástrica.
Hemorragias, trombose e embolia.
Complicações:
Hemorragias (trauma da artéria carótida comum
7. Cirurgias do Aparelho Digestivo e nas veias jugulares internas).
7.1 Cirurgias do Esôfago
CARDIOMIOTOMIA À HELLER

Definição:
Secção de uma tira muscular do esôfago e parte
da cárdia, sem atingir a luz do órgão.

Indicação:
Megaesôfago sem esofagite de refluxo.

Cuidados pré-operatórios:
 Orientar sobre a importância dos exercícios
respiratórios;
 Dieta líquida (quatro dias que antecedem a
cirurgia);
 Controlar o peso diariamente;
 Cuidados com a gastrostomia ou dieta paren-
teral, se houver;
 Estimular deambulação;
DIVERTICULECTOMIA  Exclusão do fumo;
 Lavagem do esôfago na noite de véspera da
Definição: cirurgia pelo enfermeiro;
 Enteróclise na noite anterior à cirurgia;
Remoção de divertículo (projeções da mucosa
 Jejum de 12 a 18 horas;
esofágica em direção a luz do órgão).
 Tricotomia torácica e abdominal;
 Apoio emocional.
Indicação:
 Divertículo esofagiano. Cuidados pós-operatórios:

64
MÉDICO CIRÚRGICA I

 Decúbito dorsal inicialmente e, após normali- ✓ Manter a sonda fechada após as refeições.
zação dos sinais vitais, em fowler, para facili-
 Posicionar o paciente em semi-fowler durante
tar as drenagens gástricas e prevenir com-
e após as refeições;
pressão da asa do nariz pela sonda nasogás-
 Permitir que o paciente experimentasse a
trica;
dieta, quando não houver contra-indicações;
 Verificar sinais vitais;
 Pesar diariamente;
 Manter sonda nasogástrica aberta no POI e
 Supervisionar a higiene oral quatro vezes/dia
anotar volume e aspecto das secreções;
ou quando necessário;
 Estimular exercícios respiratórios;
 Observar e anotar freqüência e aspecto das
 Deambulação precoce.
eliminações intestinais;
 Curativo diário da inserção da sonda na pele.
Complicações:
Complicações:
Refluxo gastroesofágico e fístula.
Emagrecimento, desnutrição e distúrbios do
7.2. Cirurgias do estômago funcionamento intestinal.

GASTROSTOMIA GASTRECTOMIA

Definição: Definição:
Procedimento cirúrgico que mantém uma comu- É a ressecção parcial ou total do estômago.
nicação da luz gástrica com o plano cutâneo da
parede abdominal através de uma sonda com Indicações:
finalidades de drenagem (descompressão) ou
 Tumores gástricos;
de alimentação (nutrição).
 Traumatismos do estômago;
 Obstrução pilórica;
Indicações:
 Úlceras perfuradas ou que não respondem
 Estenose cáustica do esôfago; ao tratamento clínico.
 Tumores esofagianos;
 Perda dos reflexos da deglutição e da tosse Cuidados pré-operatórios:
(TCE e AVC) e
 Apoio emocional;
 Megaesôfago.
 Excluir o fumo;
 Orientar quanto aos exercícios respiratórios;
Cuidados pré-operatórios:
 Higienização completa;
 Verificar sinais vitais;  Jejum de 12 horas;
 Supervisionar higienização completa;  Fazer enteróclise dez horas antes da cirur-
 Pesar o paciente diariamente; gia;
 Jejum de dez horas antes do ato cirúrgico;  Auxiliar o enfermeiro na lavagem gástrica
 Fazer tricotomia abdominal em pacientes do (indicada os casos de obstrução pilórica);
sexo masculino;  Fazer tricotomia dos mamilos até às regiões
 Apoio emocional; pubianas e axilares;
 Administração de solução de manitol com
Cuidados pós-operatórios: suco de laranja;
 Verificar sinais vitais;
 Inicialmente a sonda pode ser utilizada para  Orientar para esvaziar a bexiga.
drenagem e posteriormente para alimentação;
 No caso de drenagem anotar aspecto e volu- Cuidados pós-operatórios:
me da drenagem de 6/6 horas;
 Observar presença de náuseas e vômitos e  Observar sinais de choque hipovolêmico;
distensão abdominal, comunicando ao enfer-  Verificar sinais;
meiro;  Estimular inspirações profundas;
 Quando houver o retorno do peristaltismo,  Auxiliar nas mudanças de decúbito;
entre o 1° e o 2° DPO, será iniciado a alimen-  Observar aspecto externo dos curativos;
tação;  Fazer controle de diurese;
 Cuidados na administração de dieta enteral  Manter sonda nasogástrica aberta, anotan-
com: do volume e aspecto das drenagens;
✓ Temperatura;  Não permitir que a SNG comprima asa do
✓ Velocidade; nariz, nem que haja dobras no sistema;
✓ Lavagem após administração da dieta;

65
MÉDICO CIRÚRGICA I

 Manter o leito em fowler após o restabele- Indicações:


cimento dos sinais vitais;
 Megacólon tóxico;
 Manter corretos os gotejamentos das infu-
 Perfuração do cólon;
sões venosas;
 Neoplasias do cólon;
 Atentar para ocorrência de náuseas, vômi-
 Colite ulcerativa.
tos e distensão abdominal, comunicando o
enfermeiro;
COLOSTOMIA
 Deambulação precoce;
 A primeira dieta será oferecida depois do
retorno do peristaltismo após 72 horas
aproximadamente.

Complicações:
Choque, hemorragias, atelectasia e pneumonia,
síndrome de Dumping, deficiência de vitamina B
12.

7.3. Cirurgias do Intestino

JEJUNOSTOMIA

Definição:
Definição:
Comunicação cirúrgica do jejuno com o plano
É a comunicação da luz do cólon com o meio
cutâneo da parede abdominal para inserção de
externo através da parede abdominal com o
sonda para alimentação enteral.
objetivo de formar um ânus artificial para elimi-
nação de fezes. A colostomia pode ser perma-
Indicações:
nente ou temporária.
 Estenose cáustica e tumores esofagianos;
 Neoplasia gástrica inextirpável; Indicações:
 Obstrução aguda do cólon;
Cuidados pré-operatórios:
 Neoplasias intestinais;
 Dieta líquida e mínima em resíduos;  Trauma intestinal.
 Verificar sinais vitais;
 Anotar freqüência e aspecto das evacuações; Cuidados pré-operatórios:
 Jejum de 12 horas;
 Apoio emocional;
 Enteróclise na véspera da cirurgia (exceto em
 A dieta será líquida e mínima em resíduos;
abdome agudo);
 Jejum de 12 horas;
 Tricotomia nas regiões na abdominal.
 Preparo de manitol com suco de laranja
oral;
Cuidados pós-operatórios:
 Enemas na véspera da cirurgia (exceto em
 Manter aberta no POI e anotar o volume e o obstrução intestinal e abdome agudo);
aspecto das drenagens;  Tricotomia abdominal e pubiana;
 Após o retorno do peristaltismo será iniciada  Aferir sinais vitais;
dieta conforme orientação do cirurgião;  Higienização completa;
 Cuidados na administração da dieta por son-  Orientar paciente a esvaziar a bexiga.
da;
 Pesar paciente diariamente; Cuidados pós-operatórios:
 Aferir sinais vitais.
 Apoio emocional;
 Aferir sinais vitais;
Complicações:
 Atentar para nível de consciência e sinais
Diarréia, Síndrome de Dumping e cólicas. de choque hipovolêmico;
 Manter correto o gotejamento das infusões
ILEOSTOMIA venosas;
 Observar e anotar, periodicamente, o as-
Definição:
pecto e o volume das eliminações pela bol-
Comunicação do íleo com a parede abdominal sa de colostomia;
para excreção.  Deambulação precoce;

66
MÉDICO CIRÚRGICA I

 Dieta líquida será liberada após o retorno do  Para esvaziamento o paciente deverá está
peristaltismo; sempre com um quite com:
 Será iniciado o treinamento do paciente ✓ Luvas;
quanto aos cuidados com o estoma e com a ✓ Papel higiênico;
bolsa pelo enfermeiro. ✓ Sabonete;
✓ Toalha pequena;
Cuidados na Troca da Bolsa ✓ Solução fisiológica ou água fil-
trada;
 Colocar o paciente em uma posição confor-
✓ Bolsa e clipe de reserva.
tável e oferecer privacidade;
 Pode-se usar ácido acetilsalicílico triturado
 Explicar os detalhes desta atividade;
na bolsa de colostomia para eliminar o mau
 Em seguida expor a região do estoma reti-
cheiro;
rando a bolsa coletora;
 Para prevenir flatulência deve-se comer
 É importante o uso de equipamento de pro-
com a boca fechada e evitar falar durante as
teção individual pelo profissional;
refeições;
 Colocar uma bacia abaixo do estoma para
 Orientar que dietas ricas em feijão, repolho,
receber a drenagem;
peixes, pepino, rabanete, ovos, cebola e
 Lavar a pele periestomal e o estoma com
condimentos aumentam o odor desagradá-
solução fisiológica;
vel das eliminações e a probabilidade de fla-
 Enxugar e secar a pele totalmente após
tulência;
limpá-la;
 Encaminhar o paciente ao grupo de ostomi-
 Observar a presença de dermatite ou alte-
zados da cidade.
ração no estoma e na sua drenagem;
 Recortar a placa adesiva da bolsa de forma
Complicações:
a não comprimir o estoma e não deixar a
pele periestoma exposta; Prolapso, retração, necrose, distúrbios hidroele-
 Deve-se certificar se a parte inferior da bol- trolíticos, diarréia, estenose e depressão.
sa esta fechada com clipe próprio;
 Aderir à bolsa à pele periestomal, fazendo
compressão; APENDICECTOMIA
 Anotar o procedimento ou qualquer intercor-
rências presentes. Definição:
Remoção cirúrgica do apêndice vermiforme.

Indicação:
Apendicite.

Cuidados pré-operatórios:
 Higienização completa;
 Jejum de 8 horas;
 Verificar sinais vitais;
 Observar ocorrência de náuseas e vômitos;
 Fazer tricotomia na região abdominal;
 Pode-se utilizada sondagem nasogástrica a
Bolsa de Colostomia fim de prevenir o íleo paralítico;
 O tratamento com calor local e enteróclise
Cuidados na Manutenção da Bolsa é contra-indicado.

 Evitar contato das fezes com a pele peries- Cuidados pós-operatórios:


tomal devido a risco de dermatite, princi-  Atentar para sinais de choque hipovolêmico;
palmente na ileostomia;  Verificar sinais vitais, atentar para a elevação
 Nunca deixar a bolsa encher totalmente, da temperatura;
pois poderá ocorrer o descolamento da pla-  Observar aspecto dos curativos (drenagens,
ca adesiva; sangramentos);
 Trocas constantes podem causar lesões na  Fazer controle de diurese;
pele periestomal;  Cuidados com infusão venosa;
 A durabilidade da bolsa é de 5 a 7 dias de-  Deambulação precoce;
pendendo do cuidado com a troca e manu-  Será oferecida alimentação líquida após o
tenção; retorno do peristaltismo.

67
MÉDICO CIRÚRGICA I

Complicações:  Higiene corporal.


Infecção da ferida operatória, peritonite e abs-
Cuidados pós-operatórios:
cesso intracavitário.
 Aliviar a dor com administração de analgési-
COLECTOMIA
cos prescritos;
 Controlar sinais vitais;
Definição:
 Apoio emocional;
Ressecção total ou parcial do cólon.  Atentar para ocorrência de sangramento
abundante na região anal;
Indicações:  Atentar para sinais de retenção urinária;
 Fazer banho de assento com água morna e
 Carcinoma de cólon;
permanganato de potássio se prescrito;
 Diverticulite e polipose;
 Após o retorno do peristaltismo serão forneci-
 Enterites cicatrizantes.
das dietas ricas em resíduos;
 Anotar freqüência e aspecto das eliminações
Cuidados pré-operatórios:
intestinais;
 Jejum de 12 horas;  Estimular deambulação;
 Enemas diários que iniciam na antevéspera  Orientar o paciente para
da cirurgia;
✓ Manter-se em decúbito nas posições la-
 Estimular a ingestão hídrica;
teral ou ventral e evitar sentar;
 Preparo de manitol com suco de laranja oral;
✓ Não usar papel higiênico;
 Apoio emocional;
✓ Lavar-se após evacuações e
 Tricotomia abdominal;
✓ Ingerir bastante líquidos.
 Higiene corporal.
Complicações:
Cuidados pós-operatórios:
Hemorragias, dor, retenção urinária, estenose
 Manter o paciente em posição confortável;
anal, fissura anal e incontinência anal.
 Observar sinais de choque hipovolêmico;
 Verificar sinais vitais;
 Observar e anotar aspecto dos curativos
FISTULECTOMIA
(sangramentos);
 Manter sonda nasogástrica aberta e anotar
Definição:
volume e aspecto das drenagens;
 Estimular exercícios respiratórios; Ressecção total do trajeto fistuloso.
 Ajudar nas mudanças de decúbito;
 Manter corretos os gotejamentos dos soros; Indicações:
Fístulas anorretais.
Complicações:
Deiscências da linha de anastomose abdominal. Cuidados pré-operatórios:
 Administrar antibiótico prescrito;
 Verificar temperatura de 4/4 horas;
HEMORROIDECTOMIA
 Higienização completa;
 Jejum de oito horas;
Definição:
 Orientar para urinar 30 min antes do ato cirúr-
Ressecção das dilatações varicosas anorretais.
gico.
Indicações:
Cuidados pós-operatórios:
Hemorróidas que não respondem ao tratamento
 Manter decúbito lateral;
clínico.
 Observar e anotar a drenagem pelo curativo;
 Verificar sinais vitais;
Cuidados pré-operatórios:
 Deambulação precoce;
 A última refeição deverá ser pobre em resí-  Dieta livre após cessarem os efeitos anestési-
duos; cos.
 Enteróclise na noite de véspera da cirurgia;
 Tricotomia perineal e perianal; uma hora antes Complicações:
da cirurgia;
Retardo na cicatrização, recidiva e incontinência
 Jejum de oito horas;
fecal.

68
MÉDICO CIRÚRGICA I

7.4 Cirurgia das Vias Biliares Definição:


Exerese do baço.
COLECISTECTOMIA
Indicações:
Definição:
 Ruptura do baço;
É a remoção da vesícula biliar.
 Hiperesplenismo e
 Tumores.
Indicações:
 Colecistite; Cuidados pré-operatórios:
 Colelitíase;
 Controlar sinais vitais;
 Tumores e anomalia congênita da vesícula
 Jejum de oito horas;
biliar.
 Fazer enteróclise após a última refeição que
antecede o ato operatório;
Cuidados pré-operatórios:
 No caso de cirurgia eletiva o paciente deverá
 Estimular a ingestão hídrica; ser vacinado;
 Orientar e supervisionar os exercícios respira-  Tricotomia torácica, abdominal e pubiana.
tórios; Fazer escovação da área operatória.
 Jejum de 8 horas;
 Fazer enteróclise na noite de véspera da ci- Cuidados pós-operatórios:
rurgia;
 Monitorizar sinais vitais;
 Tricotomia dos mamilos à região infra-
 Manter decúbito dorsal inicialmente após
umbilical e axilar;
normalização dos sinais vitais, colocar em
 Higienização completa.
semi fowler;
 Fazer controle de diurese;
Cuidados pós-operatórios:
 No caso de sonda nasogástrica aberta e ano-
tar volume e aspecto das drenagens;
 Manter decúbito dorsal até normalização da
 Observar sangramento pelo curativo abdomi-
pressão arterial e depois fowler;
nal;
 Verificar sinais vitais;
 Estimular exercícios respiratórios;
 Observar sinais de choque hipovolêmico;
 Evitar contato com pessoas com doenças
 Observar e anotar o estado dos curativos,
infectocontagiosas.
atentando nos casos de sangramentos;
 No uso de sonda nasogástrica anotar aspecto
Complicações:
e quantidade da drenagem;
 Estimular exercícios respiratórios; Atelectasia, pneumonias, distensão abdominal e
 A dieta será liberada após normalização do abscesso subfrênico.
peristaltismo.
9. Cirurgias Urológicas
Complicações:
NEFROPEXIA
Distensão abdominal e complicações respirató-
rias.

8. Cirurgia do Baço

ESPLENECTOMIA

69
MÉDICO CIRÚRGICA I

Definição:  Decúbito contrário ao do lado operado;


 Poderão ficar pinças na incisão e não devem
É a elevação do rim.
se trocadas;
 Estimular inspirações profundas e mudanças
Indicação:
de decúbito;
 Nefroptose com destruição;  Aliviar a dor com analgésicos prescritos;
 Infecção ou  Fazer balanço hidroeletrolítico;
 Hidronefrose.  Deambulação precoce;
 Verificar sinais vitais;
Cuidados pré-operatórios:  Observar sangramento pelos curativos e estar
atento para os sinais de hemorragia;
 Aliviar dor através do posicionamento e admi-
nistração de analgésicos;
Complicações:
 Realizar balanço hidroeletrolítico;
 Verificar sinais vitais; Hemorragia, atelectasia, pneumonia e distensão
 Oferecer líquidos por via oral de 2/2 horas; abdominal.
 Jejum de oito horas;
 Fazer enteróclise na noite de véspera da ci- PIELOLITOTOMIA
rurgia;
 Fazer tricotomia da região lombar e pubiana; Definição:
É retirada de cálculos piélicos ou calciais, cujo
Cuidados pós-operatórios:
tamanho não permita a eliminação espontânea,
 Manter decúbito contrário ao lado operado; ou de cálculos menores que causam hidronefro-
 Dieta líquida pastosa no jantar após retorno se.
do peristaltismo;
 Controlar diurese; Indicação:
 Verificar sinais vitais;
Litíase renal.
 Deambulação precoce;
 Incentivar a ingestão hídrica;
Cuidados pré-operatórios:
 Observar aspecto do curativo;
Complicações:  Aumentar a ingestão hídrica;
 Fazer controle de diurese;
Infecção urinária.
 Aliviar a dor com analgésicos prescritos;
 Dieta pobre em cálcio, fósforo, vitamina D e
NEFRECTOMIA
sais minerais;
 Estimular deambulação;
Definição:
 Orientar quanto aos exercícios respiratórios;
É a retirado parcial ou total do rim.  Fazer enteróclise;
 Verificar sinais vitais;
Indicações:  Tricotomia do flanco D ou E, região axilar e
pubiana.
 Hidronefrose;
 Tumores renais;
Cuidados pós-operatórios:
 Anomalias congênitas e
 Traumatismos graves.  Evitar decúbito lateral do lado cirurgiado;
 Verificar sinais vitais;
Cuidados pré-operatórios:  Observar sinais de choque hipovolêmico;
 Fazer controle de diurese;
 Colher urina para exame;  Controlar as infusões venosas;
 Observar e anotar volume e aspecto de dre-  Observar se há sangramento pelos curativos;
nagem urinária;  Deambulação precoce;
 Oferecer líquidos orais de 2/2 horas para ha-  Oferecer dieta após o retorno do peristaltismo;
ver uma eliminação maior de escórias;  Estimular ingesta hídrica.
 Verificar sinais vitais;
 Orientar e supervisionar os exercícios respira- Complicações:
tórios de 2/2 horas;
Infecção da ferida operatória, infecção urinária e
 Fazer enteróclise;
recidiva.
 Fazer tricotomia axilar, pubiana, abdominal,
inguinal e dorsal.
POSTECTOMIA
Cuidados pós-operatórios: Definição:

70
MÉDICO CIRÚRGICA I

É a remoção cirúrgica do prepúcio peniano. A - Ressecção transuretral da próstata - RTU:


É a retirada da próstata através de um instru-
Indicação: mento (ressectoscópio) que é introduzido atra-
vés da uretra até a próstata onde a glândula é
Fimose.
removida em pequenos fragmentos com uma
alça de secção elétrica. Esta abordagem tem
Cuidados pré-operatórios:
menor tempo de hospitalização, contudo a este-
 Jejum de oito horas (anestesia geral); nose é freqüente, e podem ser necessárias
 Tricotomia pubiana nos homens adultos ou repetidas cirurgias;
com pêlos na região;
B - Prostatectomia suprapúbica:
 Higienização completa;
É o método de remoção da glândula através de
 Orientar para esvaziar a bexiga 30 min antes
uma incisão abdominal. É feita uma abertura na
da cirurgia;
bexiga, e a glândula é removida por cima. Nesta
 Verificar sinais vitais.
abordagem ocorrem poucas complicações, em-
bora possa ser maior a perda de sangue do que
Cuidados pós-operatórios:
com outros métodos. Uma desvantagem é a
 Verificar sinais vitais; necessidade de uma incisão abdominal com os
 Observar se há sangramento e edema na riscos concomitantes a qualquer procedimento
região operada; cirúrgico;
 Aliviar a dor com analgésicos prescritos;
C - Prostatectomia perineal:
 Manter a região peniana suspensa;
É a remoção da glândula através de uma inci-
 Em casos de sangramentos colocar bolsa de
são do períneo. Essa conduta é praticada quan-
gelo;
do outras condutas não são possíveis. É um
 Controlar diurese;
procedimento útil quando é necessária biópsia
 Deambulação precoce.
aberta. No período pós-operatório, a ferida pode
ser contaminada de forma muito fácil devido à
Complicações:
localização da incisão próxima ao reto. A incon-
Infecção, edema, estenose uretral. tinência, impotência ou lesão retal são seqüelas
mais prováveis quando é utilizada essa conduta;
D - Prostatectomia retropúbica:
PROSTATECTOMIA
É feita uma incisão abdominal baixa, e a prósta-
ta é abordada entre o arco púbico e a bexiga
(sem entrar na bexiga). Este procedimento é
adequado para glândulas grandes localizadas
na parte alta da pelve. A perda de sangue é
controlada mais facilmente, e há melhor visuali-
zação. Porém as infecções podem facilmente
iniciar-se no espaço retropúbico.

Cuidados pré-operatórios:
 Observar funcionamento da sonda vesical ou
da cistostomia;
 A ingesta hídrica oral será estimulada, exceto
nos pacientes com insuficiência cardíaca;
 Excluir o fumo e fazer exercícios respiratórios;
 Auxiliar na colocação de meias anti-
embólicas;
 Jejum de oito horas;
 Fazer enteróclise para prevenir o esforço eva-
cuatório pós-operatório;
Definição:
 Tricotomia conforme solicitação do cirurgião;
É a remoção cirúrgica parcial ou total da prósta-  Aferir sinais vitais.
ta.
Cuidados pós-operatórios:
Indicações:
 Tumores da próstata;  Observar sinais de hipovolemia;
 Hiperplasia Prostática Benigna.
 Aferir sinais vitais e atentar para nível de
➢ Tipos de abordagem na prostatectomia: consciência;

71
MÉDICO CIRÚRGICA I

 Observar e anotar aspecto externo dos curati-  Fazer enteróclise na noite da véspera do ato
vos; cirúrgico;
 Evitar a deambulação no pré-operatório ime-  Jejum de oito horas;
diato para prevenir hemorragia;  Fazer tricotomia da região abdominal, pubiana
 Aliviar a dor, pois o aumento da pressão ve- e perianal;
nosa estimula os sangramentos;  Verificar sinais vitais;
 A alimentação oral deverá ser iniciada após o  Orientar para urinar 30 min. antes de a paci-
retorno do peristaltismo; ente ser encaminhada ao centro cirúrgico.
 Orientar o paciente a não sentar por longos
períodos; Cuidados pós-operatórios:
 Estimular a ingestão hídrica;
 Estimular os exercícios respiratórios.  Observar atentamente aparecimento de sinais
de choque hipovolêmico;
 No caso de irrigação vesical:  Atentar para sangramento na incisão cirúrgica
ou por via vaginal e comunicar enfermeiro;
 Manter o gotejamento rápido da irrigação ve-
 Fazer controle de diurese;
sical, conforme prescrição;
 Curativo perianal três vezes ao dia, ou de
 Trocar os frascos do líquido irrigador (solução
acordo com necessidade;
fisiológica);
 Verificar sinais vitais rigorosamente;
 Anotar em gráfico especial para irrigação ve-
 Estimular mudanças de decúbito e exercícios
sical as entradas e as saídas;
com os MMII;
 Atentar para o aspecto da drenagem e sinais
 Deambulação precoce;
de obstrução do sistema
 Oferecer a dieta e anotar a aceitação após o
retorno do peristaltismo;
 Irrigação vesical
 Cuidados com sonda vesical de demora;
Complicações: Hemorragias, infecções uriná-  Aliviar a dor com analgésicos prescritos;
rias, epididimite, trombose venosa e embolia.  Apoio emocional.

Complicações:
10. Cirurgias Ginecológicas
Hemorragias, flebite e trombose.

SALPINGECTOMIA

Definição:
Remoção cirúrgica da tuba uterina.

Indicações:

 Gravidez tubária;
 Salpingite crônica.

OOFORECTOMIA

Definição:
HISTERECTOMIA
Remoção cirúrgica dos ovários.
Definição:
Indicações:
Retirada parcial ou total do útero. Pode ser feita
por via vaginal ou abdominal baixa.  Ovário policístico;
 Carcinoma de ovário.
Indicações:
Cuidados pré-operatórios:
 Tumores benignos ou malignos do útero;
 Prolapso de útero.  Verificar sinais vitais;
 Jejum de oito horas;
Cuidados pré-operatórios:
 Fazer enteróclise na noite de véspera (quando
 Apoio emocional; não houver abdome agudo);

72
MÉDICO CIRÚRGICA I

 Tricotomia na região pélvica, inguinal e pubia-


na;
 Apoio emocional.

Cuidados pós-operatórios:
 Verificar sinais vitais;
 Atentar para sinais de choque hipovolêmico;
 Fazer controle de diurese;
 Observar ocorrência de sangramentos no
curativo;
 Deambulação precoce;

COLPOPERINEOPLASTIA

Definição:
É o reparo da parede vaginal anterior (colporra-
fia anterior) e da parede posterior (colporrafia Técnicas cirúrgicas:
posterior ou perineorrafia).
 Setorectomia – retirada de um setor da mama;
Indicações:  Quadrantectomia – retirada de um quadrante
da mama;
 Cistocele (deslocamento da bexiga através do
 Lumpectomia – retirada de um nódulo mamá-
orifício vaginal);
rio;
 Retocele (profusão do reto na parede posteri-
 Mastectomia profilática ou total: retirada ape-
or vaginal) e
nas do tecido mamário;
 Motivos sexuais.
 Mastectomia radical modificada: retirada da
totalidade do tecido mamário e linfonodos axi-
Cuidados pré-operatórios:
lares;
 Jejum de oito horas;  Mastectomia radical: retirada do tecido mamá-
 Tricotomia pubiana, perianal e do terço supe- rio, linfonodos axilares e músculos peitorais.
rior da coxa;
 Enteróclise na véspera da cirurgia; Indicação: carcinoma da mama
 Orientar para esvaziar a bexiga;
 Verificar sinais vitais. Cuidados pré-operatórios:
 Apoio emocional;
Cuidados pós-operatórios:
 Verificar sinais vitais;
 Observar e anotar sangramentos na região  Jejum de oito horas;
perianal, comunicando ao enfermeiro;  Enteróclise na noite de véspera da cirurgia;
 Verificar sinais vitais;  Tricotomia axila;
 Controlar a diurese;  Higiene corporal.
 Irrigar a região perianal com soro fisiológico
morno quatro vezes/dia e após as evacua- Cuidados pós-operatórios:
ções;
 Apoio emocional;
 Cuidados com sonda vesical de demora;
 Controle rigoroso dos sinais vitais;
 Estimular e acompanhar nas deambulações;
 Observar ocorrências de sangramentos no
 Oferecer dieta após o retorno do peristaltismo;
curativo;
 Aliviar a dor com analgésicos prescritos.
 Aliviar a dor com analgésicos;
 Manter o leito em fowler, após a normalização
Complicação:
e os sinais vitais, para facilitar as drenagens;
Infecção.  Umedecer os lábios antes da liberação para
ingestão de líquidos e alimentos;
 Se houver cateter de drenagem anotar volume
MASTECTOMIA e aspecto das secreções;
 Orientar para elevar os braços, levemente, de
Definição: 2/2 horas, para prevenir o linfodema;
 Manter o braço operado em tipóia para evitar
É a remoção parcial ou total da mama.
tensão excessiva na cicatriz cirúrgica;

73
MÉDICO CIRÚRGICA I

 Não aferir pressão arterial e instalar acesso ARTROPLASTIA


venoso no membro da mama retirada;
 Usar roupas largas, frouxas, que não compri-
mam o tórax;
 Evitar decúbito ventral;

Complicações:
Linfodema e infecção.

Orientações para a alta:

 Não permanecer com o membro da mama


retirada para baixo por longos períodos;
 Evitar retirar a cutícula da mão do membro
afetado;
 Não utilizar bolsa garroteando o membro afe-
tado;
 Evitar carregar peso;
Definição:
 Realizar exercícios de fortalecimento orienta-
dos pela fisioterapia; Modificação realizada em uma articulação com
 Retornar a consulta médica para posterior o objetivo de estabelecer o movimento articular
reconstrução mamária. e a função dos músculos e ligamentos.

Indicações:
11. Cirurgias Ortopédicas
Articulação artrítica dolorosa e incapacitante
que não responde ao tratamento conservador.
ARTRODESE
Cuidados pré-operatórios:
Definição:
 Apoio emocional;
Fixação cirúrgica de uma articulação (locais
 Aferir sinais vitais;
mais comuns: vértebras e ossos do pé)
 Estimular exercícios respiratórios.
Indicações:
Cuidados pré-operatórios:
 Deformidades ósseas;
 Fraturas instáveis de vértebras.  Apoio emocional;
 Aferir sinais vitais;
Cuidados pré-operatórios:  Auxiliar na higienização;
 Repouso com o membro operado;
 Apoio emocional;  Mudança de decúbito;
 Aferir sinais vitais;  Estimular exercícios respiratórios;
 Cuidado com aparelhos gessados e trações;  Atentar para sinais de constipação.
 Auxiliar higienização;  Orientar o paciente para evitar movimentos
 Estimular exercícios respiratórios; bruscos e atividades físicas de impacto;
 Enteróclise na véspera da cirurgia em artro-  Colocar coxins entre os MMII para impedir o
dese de coluna. cruzamento destes e saída da prótese (artro-
plastia total de quadril).
Cuidados pós-operatórios:
11.1 Aparelho Gessado (Gesso)
 Atentar para estado do gesso e posiciona-
mento da tração;
Definição:
 Atentar para alterações na pele do membro
operado (cianose, palidez, dormência e tem- Constituído de sulfato de cálcio desidratado,
peratura baixa); sendo utilizado para imobilização de ossos.
 Mudança de decúbito;
 Estimular exercícios respiratórios; Indicações:
 Atentar para sinais de constipação;
 Fraturas;
 Auxiliar na higienização;
 Luxações, e
 Aferir sinais vitais.
 Complemento cirúrgico.

74
MÉDICO CIRÚRGICA I

Cuidados de Enfermagem: Definição:


 Manter membro gessado elevado; São materiais colocados no interior de uma
 Evitar que o gesso molhe; ferida ou cavidade retirada de líquidos ou ar.
 Evitar introdução de objetos no interior do
gesso; Classificações:
 Estimular movimentos com os dedos do
 Quanto ao material:Borracha;
membro gessado;
 Polietileno;
 Evitar andar em pisos escorregadios;
 Silicone;
 Teflon;
ATENTAR PARA: Cianose, formigamento,
 Vialon.
dormência, dor e esfriamento das extremi-
dades.
Quanto à forma de ação:
Complicações:  Capilaridade: drena pela superfície externa do
dreno não há passagem de líquidos pela sua
 Edema;
luz;
 Escaras;
 Gravitação: utiliza a força da gravidade para
 Atrofia muscular;
drenagem de líquido;
 Distúrbios circulatórios;
 Sucção: utiliza a força do vácuo (pressão ne-
 Distúrbios respiratórios.
gativa) para drenagem.
11.2 Tração
Quanto à estrutura básica:
Definição:  Laminares;
 Tubulares.
Aplicação de força externa e contínua sobre um
seguimento corporal na tentativa de neutralizar
Quanto ao calibre:
a contratibilidade muscular, diminuindo os es-
pasmos musculares e a dor, para restaurar o  A numeração é classificada em French (Fr)
cumprimento de um membro, reduzir luxações, em forma crescente.
corrigir deformidades e atuar como complemen-
to cirúrgico. DRENO DE TÓRAX

Indicações:
 Encavalamento de vértebras;
 Cirurgias para correção de fraturas completas;
 Luxações.

Tipos de tração:
 (Trans) Esquelética;
 Gardner;
 Crushifild;

Cuidados de Enfermagem com Tração:


 Observar aspecto da pele principalmente ex-
tremidades;
 Manter alinhamento do corpo correto;
 Certificar que o peso não se encoste ao chão;
 Estimular exercícios ativos e passivos;
 Realizar mudança de decúbito;
Definição:
 Evitar movimentos que anulem a força da
tração;  Dreno ou tubo introduzido na cavidade inter-
 Atentar para alterações respiratórias e de pleural conectado a um sistema fechado para
temperatura. coleta.

Indicações:
UNIDADE XI
 Trauma torácico;
DRENOS  Empiema;
 Quilotórax;

75
MÉDICO CIRÚRGICA I

 Hemotórax; DRENOS ABDOMINAIS


 Pneumotórax.
➢ Dreno de Penrose;
Pós-procedimento cirúrgico com abertura da ➢ Dreno tubular;
pleura.
➢ Dreno de Kehr;
➢ Componentes do Dreno de Tórax: ➢ Dreno de sucção;
✓ Dreno propriamente dito;
DRENO DE PENROSE
✓ Conector;
✓ Extensão intermediária;
Definição:
✓ Frasco coletor.
 Dispositivo de látex;
Assistência de Enfermagem:  Duas lâminas finas e flexíveis;
 Funcionam por capilaridade;
Em relação ao paciente:  Permite o escoamento de líquidos.
→ Apoio emocional;
Indicações:
→ Orientar posicionamento e movimentação
no leito;  Monitorar sangramentos pós-cirúrgicos;
→ Encorajar tosse e respiração profunda;  Drenagem de abscessos.
→ Atentar para respiração rápida e superficial,
cianose, pressão no tórax, hemorragia e al- Cuidados de enfermagem:
teração de SSVV.
 Verificar se o dreno está fixo à pele;
 Observar o aspecto, quantidade, coloração e
Cuidados com a conexão:
odor da secreção;
→ Evitar formação de alças;  Deixar o dreno pendente para baixo;
→ Evite a ordenha;  Anotar rigorosamente os aspectos observa-
→ Observar permeabilidade; dos;
→ Observar flutuação do líquido.  Mobilizar o dreno diariamente;
 Realizar curativo diário ou sempre que neces-
Com o selo d’água: sário.
→ Utilizar água destilada ou solução fisiológi-
DRENO TUBULAR
ca;
→ Pinçar conexão na troca do selo d’água;
Definição:
→ Manter ponta da conexão imersa 2cm;
→ Rotular frasco com quantidade do selo, data
 Forma de tubos;
e responsável pela troca;
 Macio e siliconizado;
→ Anotar quantidade e características da solu-
 Comprimento e diâmetro variáveis;
ção desprezada.
 Funcionam por gravidade;
 Permite o escoamento de líquidos.
No transporte:
→ Manter frasco coletor abaixo do nível do Indicações:
tórax;
→ Evitar pinçar conexão, principalmente nos  Drenagem de abscessos;
casos de drenagem abundante;  Drenagem e orientação de fístulas.
→ Manter conexão livre e visível para evitar
acidentes. Cuidados de Enfermagem:

No caso de saída acidental do dreno:  Observar diariamente a fixação do dreno;


 Observar o aspecto, quantidade, coloração e
→ Ocluir rapidamente o orifício do dreno;
odor da secreção;
→ Comunicar enfermeiro e médico;
 Verificar o aspecto da pele peritubular;
→ Realizar curativo compressivo;
 Esvaziar recipiente e lavar com S.F. à 0,9%;
→ Não deixar paciente sozinho e procurar
 Verificar o tamanho do extensor de borracha;
tranqüilizá-lo;
 Limpeza da pele ao redor do tubo;
→ Administrar oxigenoterapia em caso de des-
 Proteção da pele com pomadas;
conforto respiratório;
 Curativo oclusivo.
→ Se o paciente piorar descomprimir o orifício.

76
MÉDICO CIRÚRGICA I

UNIDADE XII Antes de efetuar o transplante são realizadas


transfusões de sangue do doador expondo o
receptor aos antígenos leucocitários, aparente-
TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS E TECIDOS
mente assim fica reduzido o risco de sensibili-
zação ao transplante. Também são transfundi-
O transplante de órgãos e de tecidos se trans-
dos produtos sangüíneos e plaquetas, modifi-
formou em algo habitual na prática cirúrgica dos
cando a imunidade específica do receptor.
países desenvolvidos, onde se iniciou nesta
segunda metade de século. Em 1951 foi reali-
A doação de órgãos tem gerado múltiplos deba-
zado o primeiro transplante de rim.
tes desde o ponto de vista ético, visto que o
Nos dias de hoje se transplantam com sucesso doador é um ser humano. A legislação atual,
os seguintes órgãos: rim, coração, fígado, pul- com o consenso das posições mais contrárias,
mão e pâncreas. Os tecidos mais transplanta- admite a realização destes procedimentos cirúr-
dos são córnea, osso, medula óssea, pele, ten- gicos, contanto que sejam garantidos os seguin-
dões, válvulas cardíacas, ossos do ouvido (co- tes princípios:
cleares) e ilhota pancreática.
✓ Anonimato do doador;
Uma das complicações dos transplantes é a ✓ Anonimato do receptor;
rejeição imunitária, devido à tendência natural ✓ Realização da doação de forma gratuita e
do organismo de rejeitar qualquer corpo ou ma- altruísta;
terial estranho. O sistema imunológico dos paci- ✓ Acesso de todos os cidadãos à doação em
entes é o responsável pela rejeição do órgão igualdade de condições;
transplantado. ✓ Consentimento presumido: assim denomina
a legislação o fato de admitir como doador
Os sintomas da rejeição imunitária são: fe-
toda pessoa que em vida não expressar a
bre, inflamação e deterioração do órgão
sua vontade contrária da doação de órgãos
transplantado. Por outro lado, existem fatores
e tecidos 9 lei 30/1079 de 27 de outubro e
que influem na amplitude e rapidez com que
R.D 426/1980).
acontece o processo de rejeição. Estes fatores
são os seguintes:
Os doadores podem ser de dois tipos:
 Sensibilização anterior por transfusão,
✓ Doador vivo, que é aquele que pode ofere-
transplante ou gravidez;
cer tecidos renováveis e órgãos duplos, e
 Depressão linfática;
cujos receptores são familiares compatíveis,
 Tolerância imunitária adquirida.
✓ Doador cadáver, que é o que fornece o
maior número de órgão e tecidos atualmen-
Para combater a rejeição imunitária é preciso
te.
encontrar doadores compatíveis com o receptor,
motivo pelo qual são efetuadas provas de histo- O doador cadáver deve ter chegado ao cessa-
compatibilidade para conhecer a capacidade por mento das suas funções vitais em um processo
parte do indivíduo em aceitar tecidos de outro. em que não tenha havido a deterioração dos
Estas provas não são totalmente seguras, po- seus órgãos, como é o caso das paradas cardi-
rém garantem maior sobrevivência nos trans- orrespiratórias e as mortes cerebrais, sendo
plantes de órgãos. estas últimas às regulamentadas por lei, uma
vez que não é possível demonstrar cientifica-
Consistem no estudo para detectar antígenos
mente em que instante da vida se ultrapassa a
da superfície celular, que são os que provocam
barreira da morte.
as rejeições. Baseiam-se em provas sorológi-
cas, análises in vitro por meio de técnicas de
A R.D. 426/1980 assinala que existe morte ce-
cultivo de tecidos, onde se calculam os efeitos
rebral diante de:
de anticorpos e linfócitos no tecido do doador.
 Ausência de respiração espontânea;
Com um tratamento imunodepressor abole-se
 Ausência de resposta cerebral acompanha-
de maneira seletiva a reação dos antígenos ao
da de perda de consciência;
transplante sem prejudicar as defesas orgânicas
 Ausência de reflexos encefálicos;
que combatem os microrganismos patogênicos;
 Hipotonia muscular;
finalidade é mudar os mecanismos antigênicos
 Midríase;
usando agentes imunossupressores, que permi-
 Eletroencefalograma plano.
tem a aceitação do transplante.
Aparentemente, os linfócitos e as globulinas são Estes sintomas devem estar presentes durante
os principais causadores das rejeições, razão 30 min depois de terem transcorrido 6 horas da
pela qual se procura alterar a sua síntese. presumida morte cerebral.

77
MÉDICO CIRÚRGICA I

Tipos de Transplantes O receptor ideal é o que sofre de uma doença


hepática primária. Um problema importante
Transplante Renal nestes transplantes são as infecções, muito
perigosas no pós-operatório. O paciente, no pré-
É realizado em pacientes com doença renal
operatório, carece das proteínas de defesa que
grave, que melhoram muito a sua qualidade de
são produzidas pelo fígado.
vida ao serem transplantados e que, ao não
rejeitarem o órgão, fica livre das freqüentes O fígado, uma vez extraído, pode ser conserva-
sessões de hemodiálise. Estes transplantes do durante 24 horas irrigado com solução fria de
costumam ser realizados na etapa terminal das Wiscosny, porém sem que sofra isquemia, já
doenças renais. O s receptores ideais sãos que esta condição pode levar à sua deteriora-
aqueles que têm entre 5 e 40 anos e não sofrem ção.
de nenhum outro tipo de enfermidade.
Existe também o transplante de doador vivo, no
Os pacientes previamente sensibilizados têm de qual transplanta-se um lóbulo do fígado de uma
esperar para conseguir um doado compatível e familiar. O transplante se realiza de forma simul-
adequado. Os receptores necessitam de um tânea em duas salas de cirurgia, em uma é divi-
preparo antes do transplante com diálises re- dido o órgão doador e na outra é feita a hepato-
nais, controle da hipertensão arterial, transfu- ectomia, preparando-se o receptor.
são, regularidade na ingestão de líquidos e ele-
trólitos. Por outro lado, são realizadas provas de Transplante de Pulmão
histocompatibilidade entre receptor e doador.
Em geral, o pulmão que se transplanta é o es-
O doador vivo também precisa ser preparado, e
querdo, feito nos pacientes em etapa final de
é aconselhável que adote precauções especiais
fibrose pulmonar que dependem continuamente
para evitar lesões no rim que nele vai permane-
de oxigenoterapia.
cer.
A conservação do órgão é essencial para que
Este tipo de transplante é feito simultaneamente
se obtenha êxito no transplante. O tempo de
em duas salas de cirurgia: em uma se faz a
isquemia deve ser inferior a 4 horas, visto que
nefroectomia do doador e na outra se prepara à
quanto menor for o tempo melhores os resulta-
região do receptor em que será alojado o rim.
dos.
Transplante de Coração Deve-se preparar o receptor da mesma maneira
que nos transplantes anteriores, mantendo-se a
É realizado nas pessoas com doenças cardía-
simultaneidade desta preparação com a retirada
cas em fase terminal. Os receptores, em geral,
do órgão do doador. Os problemas que podem
costumam ser pacientes com idade inferior a 55
aparecer são os seguintes:
anos com uma esperança de vida inferior a um
ano.  Rejeição iminente;
 Cicatrização na área brônquica da anastomo-
Os doadores são cadáveres habitualmente de
se;
idade inferior a 45 anos com peso e tamanho
 Infecção pulmonar do receptor: próprio pul-
semelhante ao do receptor, sangue compatível,
mão restante pode ser a origem desta infec-
e sem nenhum tipo de enfermidade cardíaca.
ção;
É muito importante a conservação do órgão, já  Falta de estabilidade da ventilação e circula-
que depois do transplante a sua atividade será ção entre o pulmão doe receptor e o pulmão
completa. Uma vez retirado do doador deve ser transplantado do doador;
resfriado rapidamente a 4°C. O tempo de is-  Problemas vasculares e de fibrose, que pro-
quemia deverá ser inferior a 6 horas. vocam anóxia e isquemia causada por rejei-
ção.
Enquanto se retira e transporta o coração do
doador, poder-se-á, de acordo com o caso, pre-
Transplante de Pâncreas
parar o receptor na sala de cirurgia de acordo
com o procedimento habitual e semelhante a
O objetivo deste transplante é obter o metabo-
outras intervenções cardíacas com circulação
lismo dos carboidratos e restabelecer os níveis
extracorpórea.
normais de glicose na corrente sangüínea, eli-
minando as complicações secundárias do dia-
Transplante de Fígado
betes mellitus.
É realizado em pacientes em fase terminal das É possível transplantar-se todo o pâncreas, o
doenças hepáticas, quer os tumores sejam ma- segmento distal ou ilhotas isoladas. Além disso,
lignos ou não. pode-se transplantar um segmento do pâncreas

78
MÉDICO CIRÚRGICA I

retirado de um familiar vivo. A técnica do trans- mesma pessoa. As células extraídas são
plante de pâncreas deve permitir restabelecer a crioconservadas para serem administradas
drenagem das secreções que saem dos condu- por via intravenosa em uma recidiva poste-
tos pancreáticos. rior;
 Alógeno: o doador é diferente e tem com-
Transplante de Medula Óssea
patível o antígeno leucocitários humano
com o receptor. Neste caso a medula é ad-
ministrada imediatamente ao receptor. O
doador pode ser um familiar ou não, porém
de todas as maneiras procura-se encontrar
alguém com compatibilidade de genótipos,
já que os tecidos são idênticos.

Medula com diminuição de linfócitos T: os linfó-


citos T maduros são retirados da medula do
doador, evitando-se assim, ao administrá-la,
provocar a enfermidade de enxerto contra hós-
pede, que consiste no seguinte: os linfócitos T
se unem imunitariamente à célula do receptor
produzindo dano tissular na área de localização
do antígeno. Esta complicação é exclusiva do
transplante alógeno.

Transplante de medula consiste em extrair do


doador de 500 a 700ml de medula óssea por
aspiração, com o uso de um trocanter que se
introduz geralmente nas cristas ilíacas, embora
também se possa introduzir no esterno. A me-
Este transplante, de características diferentes
dula extraída é administrada por via intravenosa
daquele feito com um órgão, é de um tecido,
ao receptor.
estando, entretanto incluindo entre o grupo dos
transplantes porque nele também há os riscos
Transplante de Córnea
de rejeição descritos anteriormente.
A ceratoplastia penetrante, ou transplante de
É feito quando outros meios convencionais fa-
córnea, é a substituição microcirúrgica laminar
lharam e tem por objetivo restaurar o número de
da córnea por tecido de um doador morto. Para
células da medula óssea e reconstituir as fun-
incisar o receptor lesado e a córnea do doador
ções hematológicas e imunitárias do paciente.
são usadas trefinas. O novo botão de córnea é
firmado no olho receptor com sutura muito fina.
O transplante de medula está indicado em al-
gumas doenças hematológicas, leucemias linfo-
Esse procedimento pode ser combinado com
bláticas aguda, mielogênicas, anemias aplási-
extração de catarata ou inserção de LIO. Os
cas e em crianças com imunodeficiência combi-
pacientes que necessitam de transplante de
nada grave.
córnea são colocado em uma lista de espera
computadorizada de um banco de olhos.
Antes de realizar os transplantes é preciso tratar
os receptores com altas doses de quimioterapia
Quando está disponível uma córnea adequada,
imunossupressora, para eliminar as células
a cirurgia é esquematizada com urgência. Para
leucêmicas, linfóides e da medula óssea. Tam-
os melhores resultados, o enxerto deve ser re-
bém se procede à radiação total do corpo. Du-
movido dentro de 8 a 10 horas após a morte do
rante este período os pacientes são mantidos
doador, para evitar amolecimento da córnea.
isolados em ambientes, o máximo possível,
livres de germes e com um controle especial
A ceratoplastia penetrante é usada para restau-
para detectar os efeitos colaterais da quimiote-
rar a visão em pacientes com distrofias de cór-
rapia e da radiação.
nea, degenerações córneas, ceratocone, cerati-
te microbiana curada, retração cicatricial trau-
O transplante de medula óssea pode ser:
mática, pigmentação córnea e queimaduras
 Autógenos: as células são obtidas do pró- químicas. As possíveis complicações da cirurgia
prio paciente durante a fase de remissão da são: hemorragias, defeitos, exsudação de feri-
doença, isto é, o doador e o receptor são a mentos, glaucoma e rejeição de enxertos.

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