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ASSISTÊNCIA DA EQUIPE DE ENFERMAGEM:

CUIDADOS PRÉ-ANESTÉSICOS, CUIDADOS COM


AS VIAS AÉREAS E CUIDADOS PÓS-
ANESTÉSICOS
DISCENTES:
CLEUDIELE BENJÓ
DANIELLE CHICARELLI
JUNIOR C. COGO
MARIANE DE SOUZA
PATRICIA DE OSTI
DOCENTE:
PROFª Ms BARBARA A. DOBIESZ
Cuidados antes da anestesia
Bons cuidados de enfermagem são aqueles que
proporcionam bem estar físico e psicológico ao
paciente. Ao lado do preparo físico, a assistência
psicológica antes da anestesia assume um papel
muito importante para o sucesso desta e,
consequentemente, da cirurgia e prevenção de
complicações pós-operatórias.

Uma das causas de maior tensão do paciente no


período que antecede a cirurgia é o medo da
anestesia e receio de não despertar da mesma.
Uma boa medicação pré-anestésica,
fornecida aproximadamente 30 minutos
antes da anestesia, contribui grandemente
para assegurar essa tranquilidade..

A observação das condições físicas do


paciente é indispensável para anestesia
segura e prevenção de complicações
durante e após a mesma. Qualquer
anormalidade observada nos sinais vitais,
como a presença de resfriado, tosse,
secreções, erupções cutâneas, sinais de
manifestação alérgica tais como,
sensibilidade a certos medicamentos ou
materiais (ex.: esparadrapo) devem ser
relatados ao anestesista.
É importante informar outras condições clínicas do
paciente tais como: diabetes, afecções cardíacas, renais,
etc.

Outros cuidados pré-operatórios relacionados à anestesia


são indispensáveis para o seu exito como:
- Remoção de próteses dentárias em geral;
- Remoção de esmalte das unhas;
- Jejum;
- Boa higiene oral;
- Esvaziamento do intestino (lavagem intestinal);
- Esvaziamento da bexiga.
Cuidados durante a anestesia:
Apesar da anestesia ser função do anestesista, a
responsabilidade pela previsão e provisão do material e
medicamentos necessários á sua realização recai sobre o
enfermeiro de sala de operações.
Ao iniciar a anestesia, a circulante deve estar ao lado do
paciente a fim de dar-lhe o conforto e a segurança
necessários; as vezes é preciso contê-lo, se na fase de
indução ele apresentar contrações musculares; além
disso, o enfermeiro deve auxiliar o anestesista na
conexão de intermediários dos aparelhos de anestesia e
da seringa, assim como na aspiração de secreções que
possam ocasionalmente ocorrer.
No decorrer da anestesia e da cirurgia a enfermeiro de sala de
operação tem grande responsabilidade na observação
cuidadosa do paciente e de situações que possam advir
exigindo a sua atenção pronta e rápida.

As principais intervenções de enfermagem durante a


anestesia são: controle dos sinais vitais, manter o paciente
aquecido, manter monitoramento contínuo, como saturação,
pressão arterial, temperatura, frequência, verificar sinais de
hipóxia, esforço respiratório ou cianose, manter material para
a VAS, pronto e testado, manter decúbitos e material para a
aspiração, em caso de paciente com via aérea difícil, deixar
na sala cirúrgica o carrinho para intubação difícil, o
anestesista em hipótese alguma deve ficar sozinho na hora da
indução anestésica e atentar-se a sinais e sintomas de choque
hipovolêmico.
Nesse contexto, vê-se necessária a assistência de
enfermagem durante a anestesia, pois minimiza os riscos
para o paciente.
O enfermeiro deve prestar o cuidado individualizado e
com segurança durante todo o período operatório, pois o
paciente se encontra vulnerável a diversas iatrogenias, por
conta disso, há uma necessidade de uma equipe
multiprofissional bem preparada que saiba lidar com
qualquer tipo de intercorrência e que venha manter a
segurança do paciente. O enfermeiro assume uma enorme
responsabilidade na execução dos cuidados de
enfermagem no centro cirúrgico, pois atua no período
transoperatório, fazendo gestão da assistência de
qualidade para o paciente cirúrgico.
Cuidados com as Vias Aéreas
As vias aéreas são responsáveis pelo transporte de
ar até os pulmões, onde ocorrem as trocas gasosas
que irão oxigenar o sangue. Os componentes da via
aérea participam ainda do sistema de fonação e
percepção olfatória.

As vias aéreas superiores têm localização


extratorácica e são constituídas pelas cavidades
nasais, faringe e laringe. Já as vias aéreas inferiores
têm localização intratorácica, e é composta pela
traqueia, brônquios, bronquíolos e alvéolos, que
são as estruturas funcionais do pulmão.
Aspiração das Vias Aéreas
-Aspiração é um cuidado fundamental na remoção das secreções e o profissional
precisa estar habilitado para executá-la de maneira asséptica, não traumática e
eficaz, maximizando os efeitos terapêuticos e minimizando a lesão das vias aéreas
naturais do paciente.
-É um procedimento invasivo que favorece a permeabilidade das vias aéreas e,
com isso, melhora a ventilação pulmonar, tendo como principais objetivos
remover secreções acumuladas, promover conforto, permitir a ventilação e a
oxigenação, além de prevenir infecções, obstruções respiratórias e
broncoaspiração.
-Aspiração das vias aéreas é um recurso amplamente utilizado em pacientes
que não conseguem expelir voluntariamente as secreções pulmonares. Trata-
se da aplicação de sucção no trato respiratório para ajudar na remoção de
líquidos como sangue e saliva das vias aéreas superiores ou inferiores.
-Aspiração das vias aéreas é um recurso amplamente utilizado em pacientes
que não conseguem expelir voluntariamente as secreções pulmonares.
Trata-se da aplicação de sucção no trato respiratório para ajudar na remoção
de líquidos como sangue e saliva das vias aéreas superiores ou inferiores.
Intubação Orotraqueal
Intubação orotraqueal (IOT) é um
procedimento médico que visa estabelecer o
controle definitivo da via aérea.

Esse procedimento é comumente realizado


em pacientes nas unidades de emergências,
unidades de terapia intensiva e nas salas de
cirurgia. Com certeza, você já deve ter visto
algo sobre intubação alguma vez durante
sua faculdade.
Indicações de IOT
-Procedimentos e cirurgias;
-Impossibilidade de manter via aérea pérvia;
-Insuficiência respiratória aguda grave e refratária;
-Hipoxia e/ou hipercapnia;
-Escala de Coma de Glasgow (GCS) ≤ 8;
-Instabilidade hemodinâmica grave ou parada cardiorrespiratória;
-Antecipação de piora em pacientes queimados ou em pacientes com
visível desconforto respiratório que poderão entrar em fadiga da
musculatura respiratória.
Contraindicações de IOT
A única contraindicação absoluta é: transecção de traqueia!
Sala de Recuperação Pós-Anestésica
A sala de recuperação pós-anestésica(SRPA) foi projetada para pacientes sob
efeito de anestesia

Portanto é preciso ressaltar que por suas características e atendimento


especializado, o Centro Cirúrgico é uma unidade fechada, possui características
únicas em relação às demais unidades de internação, com departamentos
complexos sendo classificada como área-chave.

Nesse sentido, para promover o funcionamento do Centro de Operação Cirúrgica,


profissionais qualificados são necessários para gerenciar as etapas da cirurgia
anestésica minimizando os riscos e prevenindo as complicações pós-operatórias.
A assistência prestada aos pacientes na SRPA exige cuidados até o
restabelecimento da consciência e da homeostase .O cuidado
perioperatório é imprescindível e exige da equipe de enfermagem ações
planejadas para promover, manter e monitorar a saúde dos pacientes
submetidos a grandes cirurgias.

É fundamental que a SRPA seja um ambiente integrado ao Centro


Cirúrgico (CC) e que esteja preparado com materiais necessários
para qualquer intervenção, pois é o local onde após o
procedimento anestésico-cirúrgico, o paciente permanece em
avaliação e cuidados contínuos da equipe de enfermagem.
Por isso, a equipe de enfermagem deve estar atenta para identificar
alterações clínicas que sinalizem possíveis complicações agudas e
detectáveis por meio de alterações respiratórias, cardiovasculares e
renais, as quais devem ser prontamente reconhecidas e tratadas, visando
reduzir a gravidade e óbitos.

O enfermeiro da sala de recuperação pós-anestésica é responsável


por cuidar dos pacientes anestesiados como também são responsáveis
por observar e tratar o paciente no pós-operatório garantindo ao paciente
que desperte da anestesia com segurança
ATRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO NA SALA
DE RECUPERAÇÃO PÓS-ANESTÉSICA
1. Atribuições do Enfermeiro
Mesmo que seja um procedimento rápido e simples, é comum ter
alguns remédios para tomar no pós-operatório e estando em centro
intensivo é papel do enfermeiro ajudar na administração dos
medicamentos para contribuir na recuperação total do paciente.
Em suma, o profissional controla as doses e horários de cada
medicamento. Lembrando que administração de medicamentos no
período pós-cirúrgico pode variar dependendo do tipo de cirurgia
realizada, do paciente e das recomendações médicas específicas.
Outro ponto de atenção importante
é compreender os medicamentos prescritos.

O enfermeiro deve certificar-se de entender


claramente para que serve cada medicamento
prescrito, como ele deve ser administrado e
quaisquer possíveis efeitos colaterais ou
precauções a serem observadas.
2. Acompanhamento de Reações
Em recuperação no pós-operatório pode acontecer do paciente ter reação
alérgica após ingestão de um medicamento.

Dessa forma, é essencial que o profissional identifique qualquer alteração


e realize a identificação o mais rápido possível e com o acompanhamento
dos enfermeiros essa observação é assertiva e permite um rápido
atendimento, caso haja algum problema.

De uma forma geral, o enfermeiro deve realizar o acompanhamento


sistemático e cuidadoso, seguindo as seguintes etapas:
 identificação da reação e sintomas de reações adversas, como dor,
inchaço, vermelhidão, coceira, náusea, vômito e tontura, por
exemplo;
 avaliação da gravidade determinando se é leve, moderada ou grave, e
se requer intervenção imediata;
 registro da reação no prontuário do paciente, incluindo a data, hora,
tipo de reação, gravidade e medidas tomadas;
 intervenção imediata, principalmente se a reação for grave;
 monitoramento contínuo quanto a possíveis complicações ou
recorrência da reação, e tomar medidas apropriadas para prevenir ou
tratar essas complicações.
3. Passagem de Sondas
Alguns casos exigem que o paciente passe por períodos determinados com
sondas (sejam as vesicais ou para alimentação).
Dessa forma, um dos cuidados de enfermagem no pós-operatório é contribuir
para que esse procedimento seja feito corretamente, é essencial ainda que o
enfermeiro ofereça um atendimento próximo, humano e explique o que está
sendo feito.
A passagem de sondas é um procedimento invasivo que requer habilidade e
conhecimento técnico para ser realizado com segurança e eficácia. Sendo
assim, o enfermeiro desempenha um papel fundamental na passagem de
sondas, que inclui:
4. Ajudar com cuidados pessoais e de higiene

Muitas vezes, os pacientes ficam debilitados após passar por um


procedimento cirúrgico.

Dessa forma, é de suma importância que o enfermeiro ajude com os


cuidados básicos pessoais e de higiene, isso inclui ajudar com o banho
que inicialmente pode não ser de maneira convencional no chuveiro (em
alguns caso a higiene pode ser feita com lenços umedecidos).
Após recuperação parcial, o banho pode
evoluir para cadeira higiênica e então, banho
em pé.

Além disso, um dos cuidados de enfermagem


no pós-operatório é garantir a completa
assepsia dos curativos, são eles que protegem
a cicatriz e têm o objetivo de evitar infecções.

É muito importante observar e acompanhar a


evolução da cicatrização, assim como fazer a
higiene e troca, quando necessário.
5. Prevenção de lesões por pressão

Depois de um procedimento cirúrgico, o paciente costuma ficar muito


tempo deitado em uma mesma posição.

Por isso, é papel do enfermeiro cuidar para não haver lesões por pressão.
As chamadas escaras ou úlceras de pressão são machucados que ocorrem
na pele, principalmente em regiões de maior contato como costas,
nádegas e calcanhares.

De uma forma geral, as lesões são mais comuns em áreas do corpo que
suportam o peso. Elas podem variar em gravidade, desde uma
vermelhidão na pele até uma ferida aberta que pode afetar músculos e
ossos.
Sendo assim, os cuidados de enfermagem no pós-operatório indicam
que o enfermeiro atue de forma a preveni-las mudando a pessoa de
posição a 2 ou 3 horas, a prevenção é fundamental para evitar esse tipo
de problema, e o tratamento precoce é importante para evitar
complicações e prevenir a progressão da lesão.

O enfermeiro pode ajudar a manter a pele seca e hidratada. Uma pele


ressecada pode redobrar as chances de desenvolver o problema e se ela
fica molhada, após o banho, por exemplo, pode ter a ocorrência de
fungos causando outros problemas.
 Além disso, outras medidas que o enfermeiro pode realizar são:
 utilizar colchões e almofadas especiais para reduzir a pressão nas
áreas vulneráveis;
 garantir uma dieta equilibrada e adequada para manter a saúde da
pele;
 realizar inspeções regulares da pele para detectar sinais precoces de
lesões por pressão;
 monitorar regularmente a pele do paciente para detectar sinais de
lesões por pressão e ajustar o plano de cuidados, se necessário.
A recuperação segura do paciente no período pós-operatório na SRPA,
não envolve apenas o uso de recursos e equipamentos de monitorização,
torna-se indispensável associar os cuidados de enfermagem,
fundamentados nos conhecimentos científicos e habilidades técnicas para
a realização de intervenções com objetivo de prevenir as complicações e
eventos adversos que envolvem o processo anestésico e a complexidade
dos procedimentos cirúrgicos.

Desta forma, por estar inserida diretamente na assistência do paciente


cirúrgico a equipe de enfermagem e torna a principal responsável pela
assistência prestada ao cliente cirúrgico onde através da mesma será
possível prestar uma assistência segura e eficaz ao cliente cirúrgico para
que desta forma se possa evitar e/ou amenizar as complicações existentes.
Referências
• CONGRESSO LATINO AMERICANO DE ANESTESIOLOGÍA, 29, São Paulo, 1954 - Anais do II Congresso Latino
Americano de Anestesiologia e do I Congresso Brasileiro de Anestesiología. Rio de Janeiro, Sociedade Brasileira de
Anestesiología, 1955.
• NUNES, M. A. P. et al. Conhecimento de acadêmicos de enfermagem sobre os cuidados do enfermeiro ao paciente em
recuperação anestésica. Revista SOBECC 24.4. 2019. p. 231-237.
• GOMES, I. M; ROMANEK, F. A. R. M. Enfermagem perioperatória: cuidados à mulher submetida à
histerectomia. Revista Recien-Revista Científica de Enfermagem 3.8, 2013. p. 18-24.
• TOBIN, F. S. et al. Relato de experiência de uma acadêmica de enfermagem em centro cirúrgico. Eventos da
enfermagem UEMS 1. 2017. p. 23-26.
• https://www.sanarmed.com/intubacao-orotraqueal-iot-na-emergencia-yellowbook
• facil-qhttps://www.sanarmed.com/habilidades-medicas-em-vias-aereas
• https://periodicos.furg.br/vittalle/article/download/13253/8850/42402
• http://isaem.net/avaliacao-basica-das-vias-aereas-e-tao-uanto-1-2-3/#:~:text=A%20PERVIEDADE%20%C3%A9%20avaliada
%20atrav%C3%A9s,risco%20de%20expans%C3%A3o%20do%20hematoma ).
• SOUZA, Caroline Doria do Monte; SILVA, Antônia dos Anjos;BASSINE, Creusa Paulina de Jesus .A
importância da equipe de enfermagem na recuperação pós anestésica. Fac. Sant’Ana em Revista, Ponta
Grossa, v. 4, p. 4- 13, 1. Sem. 2020.Disponível em:< https://www.iessa.edu.br/revista/index.php/fsr/index> .
Acesso em:ago 2023.
• Conheça os principais cuidados de enfermagem no pós-operatório. Instituto enfermagem de valor, 2022.
Disponível em: < https://posenfermagemdevalor.com.br/cuidados-de-enfermagem-no-pos-operatorio> .

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