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PÓS-OPERATÓRIO
E O PAPEL DO TÉCNICO DE ENFERMAGEM
EQUIPE: Sara Gomes, Samuel Lemos, Danúbia
DEFINIÇÃO
O pós-operatório, refere-se ao período após uma
cirurgia onde o paciente se recupera, sendo
monitorado de perto pela equipe médica através
da enfermagem. Durante o pós-operatório, o
paciente pode experimentar uma variedade de
sintomas, incluindo dor, inchaço, náusea, fadiga
e mudanças na função do corpo.
Dependendo da natureza da cirurgia, a duração
do pós-operatório pode variar de alguns dias a
várias semanas ou meses. Durante esse período,
é importante que o paciente siga as instruções
do médico e receba o cuidado adequado para
garantir uma recuperação segura e eficaz.
DEFINIÇÃO
Normalmente, no período pós-operatório, analisa-se
a hidratação (e o balanço hídrico), o estado de
consciência, condições hemodinâmicas, de
ventilação e de oxigenação, além das cicatrizes
decorrentes do procedimento e o funcionamento
dos drenos, sondas e cateteres. A presença de dor
nesse período tende a diminuir a mobilidade desse
paciente, sendo mais intensa nas primeiras 24 a 36h
após o procedimento. No entanto, a movimentação
e mudança de decúbito é recomendada com o
objetivo de prevenir o acúmulo de secreções e o
início varia de acordo com o tipo de cirurgia e
extensão das lesões.
O exame clínico pós-operatório deve ser diário e minucioso, uma
vez que as alterações só podem ser identificadas se o paciente é
observado repetidas vezes, possibilitando o diagnóstico precoce
de alguma complicação. Nesse momento devem ser avaliadas
condições como o nível de consciência, o estado hemodinâmico,
o grau de hidratação, verificação das frequências, auscultas
cardíaca e respiratória, análise dos drenos (volume e aspecto das
secreções), exame físico do abdome, além da inspeção e
palpação da ferida operatória, por exemplo. Quando esses
procedimentos apontam características anormais, que necessitam
uma investigação maior, os exames complementares podem
integrar a abordagem. Em doentes cirúrgicos mais graves esses
controles diários podem ser mais recorrentes.
RECUPERAÇÃO PÓS ANESTÉSICA
A recuperação pós-anestésica é a fase na qual o
paciente requer um maior nível de cuidados,
especialmente no que diz respeito ao
aparecimento de complicações clínicas. Tudo
começa na admissão do indivíduo na Sala de
Recuperação Pós-Anestésica (SRPA). Nesse
momento, o enfermeiro deve realizar uma
avaliação completa dos aspectos físicos e
emocionais do paciente. Ele precisará estar
munido de informações sobre diagnóstico,
anestesia empregada e tipo de cirurgia proposta
e realizada, além das possíveis intercorrências
verificadas no procedimento.
“O enfermeiro deve
inspecionar
rapidamente o
paciente, observando
inicialmente as
necessidades de
oxigenação,
circulação,
termorregulação,
integridade tecidual,
sensopercepção,
eliminação,
movimentação,
higiene e terapêutica”
ATENÇÃO À RESPIRAÇÃO
A anamnese inicial, pode indicar a existência estabelecida ou potencial de DEs,
embora haja o risco de os problemas se manifestarem ao longo da estadia do
paciente na SRPA. O espectro de complicações se relaciona a cada uma das fases
da avaliação. Em relação à oxigenação, por exemplo, o enfermeiro pode encontrar
um padrão respiratório ineficaz, associado ao uso de medicamentos anestésicos.
Os indivíduos que passaram por anestesia prolongada tendem a apresentar
sensopercepção alterada e relaxamento muscular intenso, características que os
tornam suscetíveis à depressão respiratória. Nesses casos, o enfermeiro deve estar
atento às alterações de expansão da caixa torácica e da frequência respiratória.
A cabeceira da cama deve ser mantida elevada – entre 30º e 45º. Já a vaporização
de oxigênio pode ser acionada. Dependendo da necessidade, a requisição de um
cateter de O2 será necessária. A saturação de oxigênio também é um indicativo
importante: níveis abaixo de 92% exigem uma intervenção imediata do profissional.
INTERCORRÊNCIAS CIRCULATÓRIAS
Os cuidados dos enfermeiros em relação às complicações do pós-anestésico
também incluem a circulação do paciente. Uma das DEs relacionadas a essa função
é o débito cardíaco diminuído, decorrente de cardiopatia pré-existente ou de
sangramento originado pelo trauma cirúrgico.
A hemorragia, aliás, é mais comum no POI. Aqui, o quadro pode exigir a reposição
volêmica ou uma intervenção médica mais ostensiva, a depender da extensão da
debilidade coronária e da própria perda sanguínea.
Também há o risco de desequilíbrio de volume de líquidos (hipovolemia ou
hipervolemia). A diminuição é uma condição comum no POI e pode derivar de uma
série de choques, como o cardiogênico e o séptico, ou de vasodilatação provocada
pelo bloqueio de nervos simpáticos. O volume excessivo também é prejudicial e
pode estabelecer edema agudo de pulmão em pacientes cardiopatas ou idosos.
Ambos os quadros prejudicam o processo de recuperação do paciente.
PLANO DE ASSISTÊNCIA
O planejamento de assistência de enfermagem para esses casos estabelece as seguintes
medidas:
Avaliação da pressão arterial sistêmica (PAS) e PA média e frequência cardíaca,
comparando-as com os níveis pré-operatórios;
Realização do controle hídrico;
Controle rigoroso do gotejamento e volume das soluções infundidas;
Verificação da permeabilidade dos drenos e presença de obstrução ou acotovelamento;
Avaliação de prováveis perdas de líquidos por curativos, drenos e sondas;
Observação da coloração e volume urinário.
Além disso, a equipe de enfermagem deve estimular a circulação do paciente com
exercícios para as pernas e por meio da mudança frequente da posição no leito. Os
procedimentos mitigam o risco de tromboses e de escaras. As meias antiembólicas também
são úteis nessa condição, pois auxiliam o retorno venoso. Já a deambulação precoce tem
efeito significativo na recuperação pós-anestésica e na prevenção de complicações
circulatórias surgidas no pós-anestésico. Após o período necessário na sala de
recuperação, é solicitado ao médico anestesiologista a avaliação do paciente. Estando este
em condições estáveis é encaminhado ao quarto ou liberado para alta com acompanhante.
POSSÍVEIS COMPLICAÇÕES
Os sistemas mais suscetíveis às intercorrências após uma cirurgia são o
cardiovascular, o urinário, o respiratório, o digestório e o hepatobiliar. É
importante, ainda, ter atenção quanto ao balanço hidroeletrolítico do paciente,
pois o desequilíbrio nas condições de hidratação pode estar associado a
disfunção cardíaca, renal, hepática, sepse, peritonite e hemorragias.
As complicações pós-operatórias podem também ser gerais, especiais ou
específicas. A complicação geral é aquela que pode acontecer com qualquer
paciente, independentemente do tipo de procedimento cirúrgico como
hemorragia, atelectasia pulmonar, insuficiência renal aguda e doença
tromboembólica. As complicações especiais acometem pessoas com condição
clínica prévia à intervenção cirúrgica. Por fim, as complicações específicas estão
relacionadas ao órgão operado, sendo mais ou menos recorrente em função do
tipo de anestesia, da afecção clínica associada, do grau de injúria e dos cuidados
pós-cirúrgicos.
COMPLICAÇÕES
Infecção do trato urinário;
A insuficiência respiratória (hipoxêmica ou
hipercápnica) é uma delas, que pode ser tratada
pela doença de base, com suplementação de
O2 e ventilação invasiva;
A atelectasia, uma complicação respiratória que
pode causar febre, taquipneia, taquicardia e
tosse, pode ser tratada com fisioterapia
respiratória, oxigenoterapia e broncoscopia em
casos extremos;
COMPLICAÇÕES
A pneumonia também pode causar febre,
taquipneia e tosse produtiva e o tratamento é
feito com fisioterapia respiratória e
antibioticoterapia;
O tromboembolismo pulmonar pode causar
hemoptise, síncope e embolia maciça. O
tratamento consiste no uso de trombolíticos,
como estreptoquinase, uroquinase e rt-PA
(alteplase).
COMPLICAÇÕES
Seroma, por acúmulo de linfa ou grandes
descolamentos que geram um acúmulo de
líquidos entre as camadas da pele;
Hematoma, causado pela coleção de sangue ao
redor da ferida cirúrgica, que resulta na
formação de coágulo, causando desconforto no
nível da ferida e, assim, diminuindo a resistência
à infecção. Pode advir de uma hemostasia
inadequada, pelo uso de distúrbios ou drogas
que interferem na cascata de coagulação (como
AAS e heparina) ou de doenças apresentadas
pelo paciente;
COMPLICAÇÕES
Deiscência, que é uma disjunção parcial ou total
de qualquer camada da ferida, consiste em uma
complicação na qual a ferida não cicatriza ou
abre ao longo de sua linha de incisão após a
cirurgia. É caracterizada como uma emergência
cirúrgica devido aos riscos associados. Pode
estar associada à fatores como: técnica
inadequada, infecção, paciente
imunodeprimidos, que fazem uso de corticoides,
radioterapia ou possuem diabetes mellitus, bem
como tabagistas, obesos e desnutridos integram
o grupo de risco
COMPLICAÇÕES
Hemorragia: O sangramento é uma perda rápida de sangue no local da
cirurgia que, por sua vez, pode levar ao choque. O tratamento da perda
rápida de sangue pode incluir reposição endovenosa de fluidos ou plasma
sanguíneo, transfusão de sangue e intervenção cirúrgica para controlar o
sangramento.
Choque hipovolêmico: O choque é uma queda severa na pressão arterial
que dificulta o fluxo sanguíneo em todo o corpo. Ele pode ser causado por
perda de sangue, infecção, lesão na coluna ou problemas metabólicos. O
tratamento dele, conforme o caso, pode incluir: estancar a perda de
sangue; apoiar a respiração, administrando oxigênio; reduzir a perda de
calor do corpo; administrar fluidos intravenosos; e administrar
medicamentos que ajudem a aumentar a pressão arterial.
GRAU DAS COMPLICAÇÕES
Grau I: qualquer pequeno desvio do pós-operatório normal que não requer
tratamento medicamentoso, cirúrgico ou endoscópico, a não ser antipirético,
analgésico, diuréticos, reposição de eletrólitos e fisioterapia.
Grau II: requer tratamento farmacológico com outras drogas que não as
mencionadas no grau I e/ou transfusão de sangue e/ou alimentação parenteral
exclusiva.
Grau III: requer intervenção cirúrgica, endoscópica ou radiológica, com ou sem
anestesia geral.
Grau IV: complicação que significa risco de vida, como, por exemplo,
hemorragia cerebral, isquemia cerebral ou outra afecção que requeira
cuidados numa Unidade de Terapia Intensiva, ou outra condição afetando um
órgão só (hemodiálise, por exemplo) ou múltiplos órgãos.
Grau V: morte do paciente.
CAUSAS DAS COMPLICAÇÕES
As seguintes condições podem aumentar o risco de complicações durante a
cirurgia:
doença cardíaca prévia;
hipertensão arterial;
histórico de acidente vascular cerebral;
distúrbios hemorrágicos ou de coagulação;
obesidade;
doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC);
asma ou outras doenças pulmonares;
problemas renais;
diabetes;
apneia obstrutiva do sono;
fumo;
abuso de álcool e de drogas ilícitas.
TIPOS DE PÓS-OPERATÓRIO
MONITORAMENTO
DOS SINAIS VITAIS: CONTROLE DA DOR:
A equipe de enfermagem
Os sinais vitais do paciente,
deve monitorar e controlar
como pressão arterial,
a dor do paciente, através
temperatura, frequência
de medicamentos
cardíaca e respiratória,
prescritos e técnicas não
devem ser monitorados
farmacológicas, como
regularmente para garantir
massagem, terapia com
que o paciente esteja
calor ou frio e técnicas de
estável e não apresente
relaxamento.
complicações.
CONTROLE DA INGESTÃO DE VERIFICAÇÃO DE
LÍQUIDOS E ALIMENTAÇÃO: CURATIVOS E DRENOS:
A equipe de enfermagem deve A equipe de enfermagem deve
monitorar e controlar a ingestão de verificar os curativos e drenos do
líquidos e alimentação do paciente, de paciente regularmente, mantendo PREVENÇÃO DE INFECÇÕES:
acordo com as instruções médicas e a a área cirúrgica limpa e seca. A equipe de enfermagem deve
tolerância do paciente. tomar medidas para prevenir a
infecção, incluindo a lavagem
adequada das mãos, o uso de
equipamento de proteção
MOBILIZAÇÃO PRECOCE: ENSINO AO PACIENTE E FAMÍLIA: individual, a limpeza adequada dos